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          UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
         DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
                COLEGIADO DE PEDAGOGIA




                 CÁSSIA MILENA BATISTA GOMES




A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA A FORMAÇÃO DA
              CRIANÇA NA PERSPECTIVA DOS PAIS




                  SENHOR DO BONFIM-BA
                         2012
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                 CÁSSIA MILENA BATISTA GOMES




A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA A FORMAÇÃO DA
              CRIANÇA NA PERSPECTIVA DOS PAIS




                          Monografia apresentada ao Departamento de
                          Educação-Campus VII, da Universidade do
                          Estado da Bahia, como parte dos requisitos para
                          obtenção de graduação no Curso de Licenciatura
                          Plena em Pedagogia.


                          Orientador: Prof. Esp. Pascoal Eron S. de
                          Souza




                    SENHOR DO BONFIM-BA
                            2012
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                        CÁSSIA MILENA BATISTA GOMES




  A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA A FORMAÇÃO DA
                CRIANÇA NA PERSPECTIVA DOS PAIS

Monografia apresentada ao Departamento de Educação-Campus VII, da
Universidade do Estado da Bahia, como parte dos requisitos para obtenção de
graduação no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia


Aprovada em _______, de Agosto, de 2012.



                             BANCA EXAMINADORA



         _______________________________________________________

                  Orientador: Profº. Esp. Pascoal Eron S. de Souza
                   Universidade do Estado da Bahia –UNEB
                                    Orientador
          _____________________________________________________

                 Prof° (a) _________________________________

                         Universidade do Estado da Bahia – UNEB

                                  Examinador (a)

          _____________________________________________________

                    Prof° (a) ____________________________

                     Universidade do Estado da Bahia – UNEB

                                  Examinador (a)
4




Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus e à minha família,
          com quem compartilho os meus mais preciosos laços...


   Aos meus amados pais Cícero e Zilda que me incentivaram e
                       torceram pela realização desta conquista.


  A minha Tia Eronilda por incentivar cada passo da minha vida.
5



                                 AGRADECIMENTOS


       A Deus, em primeiro lugar, por ter me concedido a sabedoria necessária para
realização deste trabalho... Toda honra e toda glória sejam dadas a ti Senhor.
Obrigada por guiar os meus passos.
       Aos meus amados Pais Cícero e Zilda que com amor e dedicação não
mediram esforços para que não me faltasse nada.
       Ao meu amado noivo Alexsandro por toda paciência e compreensão em
meio a tantos dias aflitos.
       Aos meus Irmãos Júnior e Eduardo que mesmo não sendo presentes sei
que torceram por mim.
       Ao meu orientador Prof° Pascoal Eron que, com toda paciência, sabedoria e
dedicação esteve presente sempre nos mostrando o caminho correto. O meu muito
obrigada! Sua participação foi essencial para a conclusão deste trabalho.
       A querida Profª Sandra Fabiana, que com toda dedicação esteve presente no
início deste trabalho e contribuiu de forma significativa para diversas reflexões.
       A Adriana Araújo, companheira de tantos momentos difíceis e de tantas
alegrias em especial as voltadas para a Literatura Infantil. Amiga... Você foi um
grande incentivo e esteve comigo todos os dias dizendo “Calma mulher...” Obrigada,
com você tudo foi mais fácil.
       A minha equipe maravilhosa Paulinho, Clara, Lú, Nilton, Edneide e
Adriana, vocês foram especiais em todos os momentos, cada sorriso, cada alegria
estará marcada na minha memória e no meu coração, obrigada por tudo.
       As minhas queridas amigas Lidiana (Lili) e Gláucia (Gal), que com todo
carinho e compreensão participaram de todos os momentos aflitos, compartilhados
em dias de trabalho. Vocês me incentivaram e acreditaram que tudo ia dar certo.
       A Wendel e Andréia por me oferecerem em diversas ocasiões a
oportunidade de conciliar trabalho e estudo.
       A Tia Terezinha, Geisa e Hellen por todos os incentivos e por todo carinho.
       A todas as crianças que estiveram presente ouvindo e apreciando cada
história que eu contava com todo amor e dedicação. Em especial as meninas da
ONG Haidê Pelegrine, que com um sorriso sincero nos receberam com todo amor e
carinho.
6



      A turma de Pedagogia 2008.1, cada momento vivido e compartilhado foram
fundamentais e marcantes, tantos risos, tantas angústias, mas no fim tudo deu certo.
Em especial Juliana Bispo por nos proporcionar momentos de alegria e
descontração em meio a tantas dificuldades.
      A todos os Professores que fizeram parte desse percurso acadêmico.
Obrigada, vocês tiveram uma participação especial em diversos momentos de
aprendizagem.
      A todos os funcionários do CECC (Centro Educacional Construindo
Conhecimento) que me receberam por diversas vezes de portas abertas para
realização de várias atividades.
      Aos Pais dos alunos do 1° ano do Ensino Fundamental, do Centro
Educacional Construindo Conhecimento por terem contribuído de forma significativa
para esta pesquisa.
      Em fim, a todos os familiares e amigos que participaram de alguma forma
para a conclusão deste trabalho, o meu muito obrigada, vocês colaboraram para que
eu pudesse realizar mais um dos meus sonhos. Que Deus possa abençoar cada um
de vocês.
7




“Quem conta é também quem aconchega, quem traz pra perto,
quem respira junto e quem dialoga.”
                                       Celso Sisto.
8



                                            RESUMO


          Esta pesquisa monográfica vem trazendo abordagens sobre a Literatura Infantil, enfocando a
Contação de Histórias como eixo central. Foram propostos como objetivos identificar qual é a
importância da Contação de Histórias para a formação da criança na perspectiva dos pais, assim
como, perceber se eles ainda contam histórias para seus filhos; buscando posteriormente uma
análise junto aos teóricos na ânsia de conhecer a prática dos sujeitos e o que os autores trazem
acerca da mesma. As abordagens sobre a Literatura Infantil se fazem necessárias para uma melhor
compreensão em relação as histórias infantis e perceber a participação da família diante desta prática
é essencial. A referida pesquisa se caracteriza em uma abordagem qualitativa, o percurso
metodológico foi de significante relevância, pois foi o caminho percorrido para refletirmos sobre a
visão dos pais acerca da contação de histórias e este garantiu-nos, perante aos autores, o teor de
cientificidade deste estudo. Foi perceptível que a arte de Contar Histórias se faz presente dentro do
contexto familiar dos participantes deste trabalho. Portanto a Literatura infantil atua de forma
significativa na vida das famílias, isto diante das possibilidades das mesmas que enfrentam jornadas
diárias de trabalho, mas ainda conseguem encontrar tempo para viver este momento de troca de
afetividade, cumplicidade e conhecimento. Desta maneira, ressaltamos a importância desta atividade
a qual desperta nas crianças um maior interesse nas atividades educacionais, como também
trabalhar a aprendizagem de forma divertida e significativa.

Palavras-chave: Literatura Infantil. Contação de Histórias. Família.
9



                      LISTA DE ILUSTRAÇÕES


FIGURA                    DESCRIÇÃO                       PÁGINA


   01    Gráfico de faixa etária dos pais entrevistados     27

   02    Gráfico Referente à renda familiar dos pais        28
         entrevistados
10



                                                    SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................        11
CAPITULO I
1. PROBLEMATIZAÇÃO ..............................................................................                  13
CAPITULO II
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................                          16
     2.1. Literatura Infantil ................................................................................     16
     2.2. Contação de Histórias ........................................................................           19
           2.2.1. Os Pais como contadores de história...........................................                   20
     2.3. Família ..............................................................................................   21
CAPITULO III
3. METODOLOGIA ........................................................................................            23
     3.1. Tipo de pesquisa ...............................................................................         23
     3.2. Lócus da pesquisa ............................................................................           24
     3.3. Sujeitos da pesquisa .........................................................................           24
     3.4. Instrumentos de coletas de dados .....................................................                   25
          3.4.1. Questionário Fechado .................................................................            25
          3.4.2. Entrevista Semi-estruturada ........................................................              25
     3.5. Tabulação dos dados.........................................................................             26
CAPITULO IV
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .............................                                            27
    4.1. Perfil dos sujeitos da pesquisa ..........................................................                27
         4.1.1. Faixa etária ................................................................................      27
         4.1.2. Nível de escolaridade .................................................................            28
         4.1.3. Renda Familiar ...........................................................................         28
         4.1.4. Quantidade de filhos ...................................................................           29
         4.1.5. Gosto pela leitura ........................................................................        29
         4.1.6. Leituras Realizadas ....................................................................           29
         4.1.7. Contar Histórias ..........................................................................        29
     4.2. Análise e Entrevistas - Dialogando com os pais .................................                         29
          4.2.1. As histórias infantis contadas pelos pais .......................................                 30
          4.2.2. As Histórias contadas em casa ou na escola pelas crianças ............                            31
          4.2.3. A importância da contação de história na família ..............................                   32
          4.2.4. A aprendizagem da criança através das histórias .............................                     34
          4.2.5. A busca de informações sobre as histórias infantis e o acesso ........                            36
          4.2.6. As crianças pedem para ouvir histórias/ idade para ouvir histórias                                38
          4.2.7. Visão das Crianças sobre as histórias infantis ..............................                     39
          4.2.8. Contar Histórias é.......................................................................         40
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................                   42
REFERÊNCIAS..............................................................................................          43
APÊNDICE......................................................................................................     45
11



                                   INTRODUÇÃO



          Ao entrarmos em contato com as crianças, nas experiências de estágio
na época do curso normal, surgiu o desejo de contar histórias para elas, com o
intuito de levar uma forma diferente de aprendizagem para a sala de aula ou até
mesmo como uma forma divertida de levar o acesso a leitura para os pequenos
ouvintes. Ao ingressar na universidade ouve-se questionamentos a respeito do tema
Literatura Infantil, os primeiros trabalhos realizados com esta temática foram
tornando-se cada vez mais instigantes surgindo assim o desejo de levar para a
prática aquilo que defendíamos com tanto entusiasmo.

          A realização de diferentes atividades, a partir do uso da Literatura Infantil,
nos fez perceber o quanto é gratificante levar a aprendizagem para as crianças
através da Contação de Histórias e sermos recompensados com resultados
positivos para a educação, além de ver a alegria dos pequenos expressada através
de olhares e gestos em todo o desenvolvimento das atividades. Para aprofundarmos
nossos conhecimentos, fizemos um estudo detalhado voltado para a Contação de
Histórias na perspectiva dos Pais e assim apresentaremos a nossa pesquisa.

          A referida pesquisa está desenvolvida em quatro capítulos, no primeiro
abordamos a nossa problemática e apresentamos os nossos objetivos, os quais
buscamos alcançar a partir das reflexões que trazem os nossos sujeitos a respeito
do tema em questão.

          No segundo capítulo, apresentar-se-á a fundamentação teórica que traz
uma abordagem sobre a Literatura Infantil, a Contação de Histórias e a Família,
sendo estes temas confrontados com nosso posicionamento frente ao tema.

          O terceiro capítulo foi abordado o percurso metodológico desenvolvido no
decorrer desta pesquisa, tendo suporte na pesquisa em abordagem qualitativa,
sendo utilizados como instrumentos de coleta de dados o questionário fechado e a
entrevista semi-estruturada, para coletar informações que foram de suma relevância
para este trabalho.
12



          Para concluir, o quarto capítulo apresenta os resultados que foram
obtidos através das reflexões que trouxeram os Pais a respeito das nossas
inquietações em relação à Contação de Histórias, podendo esta pesquisa colaborar
para serem motivados outros trabalhos no espaço acadêmico a respeito dos temas
analisados.
          Este trabalho de conclusão de curso se faz de grande importância por
serem acrescentadas experiências essenciais no percurso acadêmico e profissional.
Compreender que o educador também é um pesquisador torna a nossa formação
ainda mais completa enquanto pedagogo no seu sentido social.
13



                                   CAPÍTULO I


1 PROBLEMATIZAÇÃO



           Desde muito cedo a contação de histórias esteve presente na vida
humana, o homem sentiu a necessidade de partilhar seus costumes, suas crenças,
e sua cultura, assim as histórias foram surgindo e com o passar dos tempos
transmitidas como herança familiar. Era comum as famílias se reunirem para contar
e ouvir histórias depois das refeições, também a noite e principalmente antes das
crianças dormirem. Dessa forma, essa prática permaneceu por muito tempo,
crianças e adultos faziam da hora da história um momento inesquecível.

           Hoje, convivemos com inúmeras mudanças, principalmente com os
avanços tecnológicos, os pais que por diversos momentos partilhavam as histórias
infantis com seus filhos, algumas vezes por motivos de trabalho ou de não dispor de
tempo suficiente, acabam oferecendo as crianças meios de “distração” como jogos,
internet, e brinquedos modernos. Assim, sem incentivo as próprias crianças buscam
sempre mais novidades para fazer parte do seu mundo e dessa forma, uma
atividade que antes era freqüente “A arte de contar histórias” vai se perdendo ao
longo do tempo.

           Todavia, vale ressaltar que ainda existem inúmeras pessoas que buscam
nas histórias infantis uma aproximação maior com as crianças; algumas, porém não
administram corretamente o tempo livre e com isso os filhos passam a participar de
contações de histórias somente na escola, através dos professores ou dos próprios
colegas.

           Ao longo do percurso acadêmico, nas realizações de atividades práticas
de estágio percebemos, que o processo educativo se torna mais prazeroso para as
crianças, quando são trabalhados assuntos de maneira diferenciada. O uso da
Literatura Infantil em sala de aula desperta na criança um interesse maior nas
atividades, principalmente nas questões voltadas para a leitura, na qual, as crianças
precisam ser estimuladas desde cedo. Compreende-se, que os assuntos
trabalhados através das histórias infantis são assimilados com maior facilidade, e
14



dessa maneira a aprendizagem passa a ser vista de forma prazerosa, porém, é
indispensável que esse processo educativo tenha continuidade também em casa, na
família.

            É preciso que os próprios pais sejam responsáveis para dar continuidade
ao trabalho educativo e a participação da família nos assuntos voltados para
educação é de extrema importância. Por diversos momentos na nossa trajetória do
Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, nos estudos voltados para a Literatura
Infantil, compreendemos que através das histórias as crianças desenvolvem
habilidades essenciais para a vida e nos perguntamos se os pais ainda contam
histórias para seus filhos.

            Nesse sentido, justificamos a escolha do nosso lócus de pesquisa, o
Centro Educacional Construindo Conhecimento onde, estivemos presente por
algumas ocasiões e participamos de atividades educacionais, principalmente na
realização de observações e de estágios supervisionados. Assim, nos sentimos
motivados em buscarmos um estudo mais detalhado sobre a contação de histórias e
para aprofundarmos nossas reflexões, buscamos compreender o ponto de vista dos
pais a respeito desta temática, pois, nas atividades práticas de estágios realizadas
em toda a trajetória acadêmica, não foi possível uma aproximação maior com a
família.

            Diante dessas questões, ressaltamos a importância desse trabalho de
conclusão de curso, pois, acreditamos que as análises que serão abordadas se
fazem      necessárias para   a nossa formação      e podem     também    contribuir
significativamente para as discussões em torno da importância da literatura infantil
no desenvolvimento da criança e em seus processos de aprendizagem. A partir
dessas considerações, surge o nosso questionamento: Qual a importância da
contação de história para a formação da criança na perspectiva dos pais?

            Dessa forma, temos como objetivo: Identificar qual é a importância da
contação de história para a formação da criança na perspectiva dos pais, assim
como, perceberem se eles ainda contam histórias para seus filhos.
15



          A partir dessas considerações, esta pesquisa monográfica poderá
contribuir de forma significativa para motivação de outros trabalhos e que à luz das
idéias propostas, seguindo o pensamento dos autores estudados poderá favorecer
outras reflexões, trazendo as questões da literatura infantil para o cenário
acadêmico. Entretanto, destacamos a importância dos temas voltados para a família,
que precisam ser aprofundados com maior freqüência para realização de propostas
educacionais que valorizem os assuntos que fazem parte deste contexto.
16



                                            CAPITULO II


2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


           Iniciamos este capítulo, buscando refletir sobre alguns temas que se
fazem necessários para uma abordagem significativa a respeito do tema em
questão. Optamos em fazer uma breve apresentação sobre a Literatura Infantil, por
se tratar de um tema amplo para reflexões, em seguida buscaremos discutir as
questões a respeito da Contação de histórias, que são o foco desta pesquisa e
serão necessárias para a compreensão dos conceitos seguintes. Deste modo,
abordaremos também um pouco da Participação dos pais na contação de histórias e
por fim discutiremos algumas funções que fazem parte da Família.


2.1. Literatura Infantil


           Ao falarmos de Literatura Infantil devemos antes de tudo analisar como se
deu a origem dos textos infantis para conhecermos um pouco sobre a sua história,
veremos que com o passar do tempo ocorreram inúmeras mudanças na sociedade
envolvendo esta temática.


           O surgimento da Literatura Infantil teve início com a tradição oral, onde,
suas fontes se apresentam no folclore, nas lendas e nos mitos, como também, a
partir da necessidade que o homem sentiu em transmitir suas idéias. Até o século
XII as crianças participavam da vida adulta, e eram vistas como adultos em
miniaturas compartilhavam da vida social, religião, política e seu mundo não eram
separados do mundo dos adultos, não se tinha uma visão de infância. Segundo
Áries (1978):


                             Até o século XVII, a infância não era entendida de maneira como
                      percebemos hoje. As crianças eram tratadas como mini-adultos,
                      trabalhavam e viviam juntos aos adultos, vestiam-se como adultos e
                      praticavam de tudo: da vida social, política e religiosa da comunidade, não
                      havia propriamente dito, “um mundo infantil”, diferente e separado, ou uma
                      visão especial sobre infância, não se escrevia para elas, pois não existia
                      “infância” (p. 23).
17



           Cunha (1991) nos deixa claro que somente durante o século XIII é que
ocorreram mudanças na sociedade que beneficiaram as crianças, fazendo com que
suas necessidades e características próprias fossem valorizadas e sua vida fosse
separada da vida dos adultos. Com essas mudanças, as crianças começaram a
receber tratamento especial, deixando de partilhar da vida dos adultos como era de
costume. Dessa forma, com a valorização da infância as narrativas que antes eram
compartilhadas com os adultos, passaram a ser apresentadas para as crianças com
intuito formativo.


           Zilberman (1987) ressalta que, com a valorização da infância ganha
também espaço a união familiar e passa a existir uma preocupação com o
desenvolvimento intelectual da criança. Assim, Literatura Infantil e Escola são
convocadas para ajudar na busca do espaço da criança na sociedade.


           Não é por acaso que a escola e a Literatura Infantil passam a caminhar
juntas, pois os primeiros textos infantis foram escritos por professores e pedagogos
com fins educacionais. (Zilberman, 1987). Contudo, como a criança era vista como
adulto em tamanho menor, os textos para o público infantil foram adaptados através
de obras voltadas para os adultos.


           A partir das mudanças ocorridas na sociedade as obras literárias eram
reduzidas porém, conseguiam alcançar o objetivo maior ,atrair o pequeno leitor e
levá-lo a entrar em contato com diversas experiências que a vida proporciona, tanto
na realidade como na fantasia. (COELHO, 2000).


           No Brasil a Literatura infantil surge a partir da implantação da Imprensa
Régia, somente em 1808 é que começaram a produzir livros para as crianças.
Nessa época os livros infantis começam a circular no país, porém essas produções
ainda eram escassas.


           Em 1921 Monteiro Lobato publica Narizinho Arrebitado, onde a
imaginação já começa a aparecer com frequência nas histórias infantis. Lobato nos
traz uma literatura de encantos que auxilia a ampliação do conhecimento das
crianças, além de valorizar os aspectos culturais, ele buscou aproximá-las do
18



nacionalismo através da criação dos personagens das histórias. Segundo Cunha
(1991):

                           Com Monteiro Lobato é que tem início a verdadeira literatura infantil
                    brasileira. Com uma obra diversificada quanto a gêneros e orientações, cria
                    esse autor uma literatura centralizada em algumas personagens, que
                    percorrem e unificam seu universo ficcional (p. 24).



          As obras literárias para crianças crescem a cada dia, hoje são abordados
temas que trazem o cotidiano para a sala de aula e nos mostram que a Literatura
Infantil enquanto instrumento pedagógico está presente, auxiliando e incentivando
no interesse das crianças pela leitura, atuando também como arte.


                          Pode-se afirmar que a literatura é a mais importante das artes, pois
                    sua matéria é a palavra (o pensamento, as idéias, a imaginação),
                    exatamente aquilo que se distingue ou define a especificidade do humano.
                    Além disso, sua eficácia como instrumento de formação do ser está
                    diretamente ligada a uma das atividades básicas do indivíduo em
                    sociedade: a leitura. (Coelho 2000. p. 10).


          A Literatura Infantil se apresenta como a mais importante das artes e está
inserida na formação do ser humano através da leitura. Na criança de forma
especial, age como uma fonte enriquecedora de conhecimento, onde, os pequenos
leitores podem expressar suas emoções e suas habilidades através das histórias.
Coelho (2000) traz as seguintes abstrações:


                            Podemos dizer que, como objeto que provoca emoções, dá prazer ou
                    diverte e, acima de tudo, modifica a consciência de mundo de seu leitor, a
                    literatura infantil é arte. Sob outro aspecto, como instrumento manipulador
                    por uma intenção educativa, ela se inscreve na área pedagógica. (p. 46).

          Uma das funções da Literatura Infantil na área pedagógica, é levar o
conhecimento para as crianças através de obras literárias que possam aproximar as
crianças de maneira diversificada da prática da leitura. É preciso que os momentos
envolvendo esta prática possam ser prazerosos e com isso vale ressaltar a
importância da contação de história, onde as crianças expressam suas emoções e
assim cabe a responsabilidade do contador da história fazer dessa hora um
momento inesquecível.
19



2. 2. Contação de Histórias


          As histórias são contadas para as crianças por diversas pessoas, é na
família que a criança entra em contato pela primeira vez com o universo infantil e
diversos saberes são transmitidos através de personagens e de momentos
imaginários. Dessa maneira, a arte de contar história enriquece o aprendizado da
criança além de valorizar a afetividade.


                            O primeiro CONTATO DA CRIANÇA COM UM TEXTO É FEITO
                     ORALMENTE, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos
                     de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais
                     como personagens), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros
                     mais... contados durante o dia – numa tarde de chuva, ou estando todos
                     soltos na grama, num feriado ou domingo – ou num momento de
                     aconchego, à noite, antes de dormir, a criança se preparando para um sono
                     gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada.
                     (ABRAMOVICH 1997, p. 16,17).



          Esses primeiros contatos que a criança tem com as histórias infantis
expressam uma aproximação entre os pequenos ouvintes e a família. Essa relação é
indispensável, o carinho, a dedicação e atenção são formas que os próprios pais
buscam para manter uma relação de afeto com os filhos, e estes fatores ao longo do
tempo influenciam seu desenvolvimento cognitivo.

          Ao ingressarem na escola as crianças passam a ouvir histórias por meio
de outras pessoas, os professores são responsáveis para estimular a construção do
conhecimento e em alguns momentos utilizam a arte de contar história como suporte
pedagógico. A compreensão da criança a respeito dos assuntos contidos nas
histórias é visivelmente notada quando ela passa a recontar da sua maneira o que
lhe foi transmitido. Para chamar a atenção dos ouvintes o contador precisa utilizar
meios para prender a atenção e levar os pequenos à busca de outras informações.
Com isso, trazemos os pressupostos apontados por Bettelheim (1980):

                            Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança, deve
                     entretê-la e despertar sua curiosidade, mas para enriquecer sua vida, deve
                     estimular-lhe a imaginação: a ajudá-la a desenvolver o intelecto e a tornar
                     clara suas emoções; estar harmonizado com suas ansiedades e aspirações:
                     reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, seguir
                     soluções para os problemas que as perturbam (p.13).
20



          As histórias infantis precisam chamar a atenção das crianças na
perspectiva de oferecer meios para que elas possam desenvolver as suas
capacidades, demonstrando-as principalmente na busca de soluções para as suas
dúvidas diárias. Silva (1991) nos esclarece que “a história tranqüiliza, prende a
atenção, informa, socializa e ao mesmo tempo educa”. Nesse sentido, compreende-
se que além de divertir e dar prazer a contação de história colabora também para o
desenvolvimento da aprendizagem de forma significativa.

          É ouvindo histórias que se pode entrar em contato com diversas emoções
como a alegria, a raiva, a insegurança, a tranqüilidade e tantas outras causadas
pelas narrativas. (ABRAMOVICH, 1997). Para a realização desta tarefa é necessário
depositar todo o amor possível e ter boa vontade para transmitir as histórias.

          “Se quisermos que a narrativa atinja toda a sua potencialidade devemos,
sim narrar com o coração, isso implica em estar internamente disponível para isso,
doando o que temos de melhor de mais genuíno, e entregando-se a esta tarefa com
prazer e boa vontade.”. (BUSATTO, 2003, p. 47). É necessário despertar na criança
o desejo de querer ouvir histórias e a participação da família nesta tarefa é
indispensável.



2.2.1. Os pais como contadores de histórias


          É perceptível que, a contação de história se apresenta como uma forma
de aproximação entre as crianças e os pais, esse momento enriquece a relação da
família e colabora para a transmissão de valores. Compreende-se que ao contar
uma história os pais precisam utilizar meios para despertar na criança o desejo
necessário para querer ouvir o que será contado até o final.


                           A história é o mesmo que um quadro artístico ou uma bonita peça
                      musical: não poderemos descrevê-los ou executá-los bem se não os
                      apreciarmos. Se a história não nos desperta a sensibilidade, a emoção,
                      não iremos contá-la com sucesso. Primeiro, é preciso gostar dela,
                      compreendê-la para transmitir tudo isso ao ouvinte. (SILVA 1991, p. 14 ).


      O contador da história precisa conhecer o que será transmitido, sentir-se
motivado na realização dessa tarefa e ter emoção para desenvolver a idéia do texto.
21



Entretanto, Para narrar uma história o contador precisa agir com naturalidade, e
buscar uma maneira simples que não comprometa o objetivo da história. “A técnica
é a forma utilizada para contar a história, a partir de uma intenção levando em
consideração os recursos que serão utilizados”. (MACHADO, 2004 p. 14).


      É importante também, utilizar meios para prender a atenção da criança, os
pais podem usar a imaginação para dar vida a personagens ou ainda, utilizar
músicas e fantoches como suporte. Compreende-se, que é preciso oferecer livros
infantis para as crianças, mesmo os pais que não dispõem de recursos para a
compra desse material de leitura, podem utilizar bibliotecas publicas para levar o
conhecimento através das histórias infantis para seus filhos e é necessário uma
atenção rigorosa para a escolha deste material. Gregorin Filho (2009), pontua o
seguinte:


                            É importante, portanto, que o livro a ser oferecido à criança seja
                     adequado à sua maturidade como leitor, pois um livro com letras miúdas ou
                     com um extensão maior do que a sua competência de leitor pode entender
                     constitui fator do afastamento da atividade leitura ou da sua rejeição a essa
                     atividade. (p.50,51).



      A escolha das histórias infantis é uma tarefa importante para que no decorrer
do processo da leitura a criança perceba o verdadeiro prazer em entrar em contato
com os textos literários. Existem uma diversidade de temas que estão presentes nos
livros infantis e eles colaboram para que o percurso educativo tenha também
continuidade em casa e dessa forma, compreende-se a importância da família.


2. 3. Família


      Ao se pensar em família muitas abstrações vêm à mente, entretanto,
precisamos pensar que ela constitui o primeiro grupo social em que a criança
participa. Contudo, quando se ouve a palavra família o primeiro pensamento que se
tem é que a expressão designa uma idéia a respeito de pessoas que constituem
uma casa formada de pai, mãe e filhos, este é o princípio para refletirmos sobre uma
palavra que aborda imensas questões.
22



                           A palavra FAMÍLIA, no sentido popular e nos dicionários, significa
                     pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa, particularmente
                     o pai, a mãe e os filhos. Ou ainda, pessoas de mesmo sangue,
                     ascendência, linhagem, estirpe ou admitidos por adoção. (PRADO, 1991, p.
                     7).


      De modo geral, a família constitui-se especialmente por um determinado grau
de parentesco, pessoas fazem parte de um grupo e geralmente convivem juntas na
mesma casa. Dessa forma, são partilhadas as suas idéias, seus costumes, suas
crenças e de geração em geração desenvolvem-se novas famílias. Tem-se que se
refletir que na contemporaneidade muitos outros formatos de famílias se configuram
e que devem ser levados em conta já que o formato – Pai – Mãe – Filho – Irmãos –
não atende a todos os casos de família existentes e o educador deve compreender
que este é um ambiente delicado de discussões e deve tecer considerações a partir
das realidades existentes no seu grupo discente.


                           Familiarizar-se com os próprios filhos, fazê-los falar sobre todas as
                     coisas, tratá-los como pessoas racionais e conquistá-los pela doçura é um
                     segredo infalível para se fazer deles o que se quiser. As crianças são
                     plantas jovens que é preciso cultivar e regar com freqüência: alguns
                     conselhos dados na hora certa, algumas demonstrações de ternura e
                     amizade feitas de tempos em tempos as comovem e as conquistam.
                     Algumas caricias, alguns presentinhos, algumas palavras de confiança e
                     cordialidade impressionam seu espírito, e poucas são as que resistem a
                     esses meios doces e fáceis de transformá-las em pessoas honradas e
                     probas. (GOULSSAULT;1693 apud ARIÈS;1978. p.104.).


      “A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social
variando através da história e apresentando até formas e finalidades diversas numa
mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja observado.”. (PRADO;
1991. p. 12.). É importante ressaltar que o grupo familiar, independente de sua
configuração, tem um importante papel na construção do ser social, pois é na família
que têm-se as primeiras influencias de pontos de vista, de conhecimento e
principalmente de aprendizagem. Pois por ser o primeiro núcleo social cabe a família
desenvolver junto a criança sua integração no ambiente social de maneira ativa e
produtiva; e , sobretudo no espaço escolar.
23



                                 CAPITULO III


3 METODOLOGIA



       A importância da pesquisa surge através do desejo em querer responder as
dúvidas que vão surgindo ao longo de toda trajetória acadêmica e visando responder
a questões que são importantes sobre um determinado assunto, buscamos um
aprofundamento sobre essas inquietações.

       A pesquisa em educação se torna indispensável para a busca de
conhecimento. Segundo Bianchi (2003) a metodologia “é um conjunto de
instrumentos que deverá ser utilizado na investigação e tem por finalidade encontrar
o caminho mais racional para atingir os objetivos propostos, de maneira mais rápida
e melhor”. (p. 27).

       Compreende-se que, a metodologia é o caminho a ser seguido para alcançar
os possíveis objetivos que serão traçados para esta pesquisa em educação.



3.1. Tipo de Pesquisa

       Para desenvolver este trabalho optou-se pela pesquisa de abordagem
qualitativa em educação, permitindo um estudo mais detalhado sobre as relações da
sociedade e que de maneira significativa contribuirá para a obtenção de dados, os
quais serão essenciais para chegar a compreensão da importância da contação de
história para a formação da criança na perspectiva dos pais. Para Ludke e André
(1986): “A abordagem qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos
no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o
processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos
participantes.”. (p. 11).

       A importância da pesquisa qualitativa esta atribuída a grandeza de aspectos
descritivos, além de possibilitar um contato maior com a realidade que será
24



analisada, favorecendo um detalhamento maior sobre a visão dos participantes
sobre o tema analisado.

3.2. Lócus de Pesquisa



      Através da escolha do lócus de pesquisa percebe-se a importância da
instituição escolhida a qual favorece uma reflexão sobre as indagações que
permeiam este trabalho monográfico.

      Para este trabalho escolheu-se como lócus de pesquisa o Centro Educacional
Construindo Conhecimento, uma instituição da rede particular de ensino, fundada
desde o ano de 2009, situada à Rua Voluntários da Pátria n° 131, no Bairro Alto da
Maravilha, na cidade de Senhor do Bonfim – Ba. A referida instituição atende cerca
de 115 alunos, sendo distribuídos nos turnos matutino e vespertino, oferecendo as
séries de Educação Infantil e Ensino fundamental do 1º ao 5 ° ano.

      Sua estrutura física é composta por cinco salas de aulas, uma secretaria, dois
pátios, três banheiros e um depósito. Seu quadro de funcionários é composto por
nove professores, sendo um do sexo masculino e oito do sexo feminino. Uma
professora tem nível superior completo, seis professores estão em formação
superior e duas possuem o ensino médio completo com habilitação em magistério, a
escola conta também com um auxiliar de serviços gerais.

3. 3. Sujeitos de Pesquisa

      Escolheu-se para esta pesquisa dezesseis pais de alunos, de uma turma do
1° ano do Ensino Fundamental. Os referidos sujeitos de pesquisa foram doze mães
e quatro pais, porém no respectivo trabalho não discutiremos questões de gênero e
utilizaremos o termo Pais para nos referimos a eles nas nossas reflexões.

      Os pais responderam a um questionário, que foi enviado para casa através
dos alunos no qual, foram elaboradas perguntas para traçar o perfil dos sujeitos.
Após esta primeira aproximação, devido a falta de tempo somente nove pais se
disponibilizaram para participarem de uma entrevista, onde foram realizadas a
grande maioria no próprio lócus de pesquisa.
25



3.4. Instrumentos de Coleta de Dados


      Foi perceptível, a importância da escolha dos instrumentos de coletas de
dados, através desses suportes desenvolveram-se melhores resultados. Utilizamos
de inicio o Questionário fechado e em seguida a Entrevista semi-estruturada que
serão abordados a seguir.


3.4.1. Questionário fechado


      Para iniciar a coleta de informações escolheu-se como instrumento de coleta
de dados o questionário fechado, que permite-nos conhecer o perfil dos sujeitos de
pesquisa, assim como a sua realidade. Marconi e Lakatos (1996, p.88) definem o
questionário como “(...) um instrumento de coleta de dados, constituído por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a
presença do entrevistador”. Dessa forma, consegue-se obter as primeiras
informações a respeito do tema proposto.


3.4.2. Entrevista semi-estrutura


      Para obter mais informações para esta pesquisa após traçar o perfil dos
sujeitos, optou-se pela entrevista semi-estruturada, que por sua vez torna-se
indispensável a obtenção de dados mais precisos, além de permitir uma maior
aproximação entre o sujeito de pesquisa e o pesquisador.


                           (...) entrevista semi-estruturada, em geral, aquela que parte de certos
                    questionamentos básicos, apoiados em teorias, hipóteses, que interessam a
                    pesquisa, e que, em seguida oferece amplo campo de interrogativas, fruto
                    de nossas hipóteses que vão surgindo à medida que recebem as respostas
                    do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a
                    linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal
                    colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo
                    de pesquisa.( TRIVIÑOS, 1987, p.146).

      Segundo essas reflexões, a entrevista semi-estruturada possibilita o
pesquisador vivenciar e observar de forma minuciosa cada momento com o
entrevistado. O contato com os sujeitos permitiu-nos vivenciar diversas situações,
emoções verdadeiras como o relato de experiências, que não tinham sido refletidas
26



pelos próprios pais e que se tornaram essenciais para uma melhor compreensão
das questões analisadas.


3.5. Tabulação dos Dados


      Com os dados coletados iniciamos o tratamento das informações e traçarmos
o perfil dos nossos sujeitos através das respostas dos questionários. Fizemos as
separações dos dados e conseguimos informações importantes para realização das
primeiras abordagens, em seguida, de forma minuciosa e respeitando a opinião dos
sujeitos de pesquisa, passamos a analisar as informações contidas nas entrevistas.
Com cautela, analisaremos as opiniões dos pais sobre questões voltadas para a
contação de histórias e veremos como eles abordam este assunto.
27



                                 CAPÍTULO IV


4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


      Este capítulo traz os resultados da referida pesquisa, nós vamos detalhar a
seguir o perfil dos nossos sujeitos e várias questões que são fundamentais para
compreendermos melhor quem eles são. Em seguida aprofundaremos esta pesquisa
com as respostas que trazem os nossos sujeitos a respeito das nossas inquietações.


4.1. Perfil dos Sujeitos de Pesquisa


4.1.1. Faixa etária




                  Faixa Etária dos Pais Entrevistados
                                            12,5%
                  25%
                                                           12,5%


                                                                          15 a 25 anos
                                                                          26 a 30 anos
                                                                          31 a 35 anos
                                                                          acima de 36




                                 50%
                                       Fig 1: Gráfico de Faixa Etária dos Pais Entrevistados.


          De acordo com as informações obtidas, a faixa etária dos sujeitos varia,
25% tem de 15 a 25 anos, 12,5% de 26 a 30 anos, 50% tem entre 31 a 35 anos e
25% possuem idade superior a 36 anos. Compreendemos que, a idade representa
um forte grau de maturidade, sendo que 75% dos sujeitos pesquisado possuem
idade superior a 31anos.
28



4.1.2. Nível de escolaridade


      Ressaltamos ainda, que o nível de escolaridade também varia, 25% possuem
o Ensino Fundamental Incompleto, 44% o Ensino Médio incompleto e 31%
completaram o Ensino Médio. Dessa forma, identificamos que 69% dos pais não
terminaram o Ensino Médio, muitas vezes devido a questões voltadas para o
trabalho ou até mesmo por falta de oportunidade quando mais jovens.


4.1.3. Renda familiar




                               Renda Familiar
                13%




                                                             Menos de um Salário Mínimo
                                                             Um Salário Mínimo
                                                    49%
                                                             Dois Salários Mínimos
      38%




                               Fig 2: Gráfico referente a Renda Familiar dos pais entrevistados


      Segundo os dados coletados, 50% dos pais possuem renda inferior a 1
salário mínimo, o que nos garante afirmar que a maioria não tem emprego fixo, 37%
recebem 1 salário mínimo e 13% trabalham e são remunerados com 2 salários
mínimos. Todavia, apesar de 50% dos sujeitos não terem uma renda familiar fixa,
mesmo assim procuram manter seus filhos em uma escola particular.
29



4.1.4. Quantidade de filhos


      Em relação a quantidade de filhos, 50% dos sujeitos desta pesquisa tem 2
filhos, 13% tem 3 filhos, 31% apenas um filho e somente 6% tem mais de 3 filhos.


4.1.5. Gosto pela leitura


      Ao iniciarmos as questões voltadas para o tema proposto “A contação de
histórias”, questionamos se os nossos sujeitos gostavam de ler e as respostas foram
às seguintes: somente 12% dos pais responderam que sim, gostam muito de ler,
19% disseram que sim, mas que tem preguiça e 69% deles disseram que sim, mas
atribuíram a falta de tempo como fator principal para não lerem.


4.1.6. Leituras realizadas: contos, romances e outras formas de literatura


      Questionamos também, se os sujeitos costumavam ler contos, romances, ou
outras formas de literatura, 56% dos pais relataram que sim, de vez em quando,
25% dos sujeitos, afirmaram que sim, mas dificilmente, 13% responderam que não,
e somente 6% afirmaram que sim, gostam de ler com freqüência. Entretanto,
percebemos que os pais que afirmaram anteriormente que gostam de ler, ainda
lêem com pouca freqüência e muitos desconhecem as formas de leituras citadas.


4.1.7. Contar histórias


      Questionamos se os sujeitos costumavam contar histórias para seus filhos e
as respostas foram: 31% deles afirmaram que sim, com freqüência contam histórias
para seus filhos. 19% disseram que sim, de vez em quando, 19% pontuaram que
sim, mas raramente e somente 31% dos pais responderam que não.


4.2. Análises das Entrevistas – Dialogando com os Pais


      Para mantermos o sigilo absoluto dos sujeitos de pesquisa, utilizaremos os
termos Pai, Mãe 1, Mãe 2, Mãe 3, Mãe 4, Mãe 5 , Mãe 6, Mãe 7 e Mãe 8. Para
apresentarmos as análises dos resultados da Entrevista optamos em dialogar com
30



as falas dos pais de acordo com a seqüência das perguntas que foram
estabelecidas organizando os dados de uma forma próxima aos objetivos propostos.


4.2.1. As histórias infantis contadas pelos pais


      É fundamental entender, se os pais contam histórias para os filhos, este é o
primeiro passo para compreendermos se esta tarefa ainda está presente na vida das
crianças, tarefa esta que deveria fazer parte da vida de todas as crianças. Assim,
vejamos o que relatam os Pais a respeito desta questão:


                    Assim, eu conto aquelas historinhas infantis normais, de vez em quando eu
                    conto, que elas pedem, mas é o tempo mesmo, eu trabalho em casa né e ai
                    a gente não tem muito tempo. Uma vez por semana, as vezes duas,
                    depende também da insistência delas. (Mãe 1)

                    Conto, quase todos os dias, só esses dias que eu tava meio doente, ai eu
                    sempre conto e eu sempre compro aquelas coleções. (Mãe 2)

                    Costumo, assim, ela me pede mais na hora de dormir, as vezes é quase
                    todos os dias, as vezes quando ela tá com muito sono ela deita na cama e
                    dorme, ai esquece, mas as vezes quando ela ta elétrica ai eu conto.(Mãe 5)

                    Conto sim, tenho uma filha só graças a Deus (risos). Quase toda noite
                    assim, que ela vai dormir, ela gosta que eu fique contando história pra ela,
                    pra ela dormir entendeu? e as vezes a tarde também, mas é mais difícil é
                    mais a noite. (Mãe 6)

                    Não, mas, porém o pai dela que é assim (pausa)... um pai maravilhoso
                    conta todos os dias, não só conta como cria, os dois juntos e manda ela
                    criar sozinha, então (pausa)... eu não faço isso mas o pai faz. No início
                    assim, quando ela era menorzinha um pouquinho, todas as noites ele
                    contava uma história diferente pra ela, além de contar ele ainda tava
                    criando, fazendo um livro, ainda tão fazendo até hoje. Ai tão fazendo um
                    livro, então ele conta uma história e faz uma parte do livro que eles tão
                    fazendo. (Mãe 8)

                    Eu conto, eu acho que pelo menos uma vez por semana eu conto uma
                    historinha pra ela, ela gosta de ouvir! (Pai)



      Através dessas reflexões compreende-se que, os pais contam histórias para
seus filhos sempre que possível, como relata o Pai. Todavia, a hora de dormir é um
momento que permite maior aproximação para realização desta atividade e
ressaltamos a fala da Mãe 6, onde ela nos mostra que a própria criança pede para
ouvir histórias. É importante pontuarmos que para contar histórias não existe
momento certo, porém, como nos diz a Mãe 1, a falta de tempo colabora para a não
31



realização desta atividade, como nos esclarece Cunha (1991) “É constante a
afirmação feita pelo adulto de que o cansaço impede qualquer leitura, ao fim de um
dia de trabalho”, talvez este seja um dos motivos para que a hora da história seja
feita na parte da noite, onde, os Pais geralmente estão em casa com seus filhos.

      Nesse sentido, é fundamental que as crianças de todas as idades possam
entrar em contato com as histórias infantis e a hora da história é um momento de
aproximação também na parte da noite, na qual a criança esta se preparando para
ter uma noite de sono gostosa e se aprontar para viajar através dos sonhos ouvindo
uma voz amada. (ABRAMOVICH; 1997).

      Compreendemos também, que mesmo os pais que não contam histórias
infantis, como é o caso da Mãe 8, apreciam esta arte e valorizam este momento
mesmo não participando de tal atividade. Ressaltamos isto quando a Mãe 8 relata
com emoção a respeito do esposo através da fala “Que é assim (pausa)... um pai
maravilhoso conta todos os dias” . Deste modo, as histórias acabam contagiando
não só as crianças como também os pais e levando-os ao encontro dos seus laços
sentimentais.



4.2.2. As histórias contadas em casa ou na escola pelas crianças


      As crianças por diversos momentos acabam recontando as histórias infantis
que elas escutam em casa e na escola, é necessário destacarmos a fantasia que
elas começam a criar através das histórias. Todavia, ressaltamos a maneira como a
criança conta é a forma que ela utiliza para transmitir o que ela aprendeu.                 É
importante percebemos que esta prática acontece com os filhos dos nossos sujeitos:


                     Ele conta. As vezes ele assisti na televisão ai ele conta.(Mãe 2)

                     Sim, costumam. (Mãe 3)

                     Conta, no caso se ele souber de alguma historinha que ele ouviu ele chega
                     me falando. (Mãe 4)

                     Costumam. Eles sempre me contam, as vezes quando eu conto eles
                     começam a debater, fazer perguntas, ai depois quando passa um tempo
                     eles ficam contando pra mim principalmente a menina. (Mãe 5)
32



        É perceptível que as crianças recontam as histórias que elas ouvem tanto
em casa, como na escola. O recontar da história é uma tarefa importante, pois é
preciso atenção para dar sequência aos fatos, dessa maneira as crianças podem
aprender a organizarem as suas ideias para poder transmiti-las. Ressaltamos ainda,
a fala do Pai quando ele faz um comentário a respeito desta questão “pra outros
coleguinhas de rua eu já ouvi né contando, comentando a história e contando,
tentando contar do jeito dela,” percebe-se que o próprio pai pontua que a criança
realiza a contação de história do seu jeito e reforçamos a reflexão de que é preciso
respeitar a maneira como a criança lida com o recontar das histórias.

       Ao observarmos o relato da Mãe 5 percebemos, que as crianças fazem
questionamentos a respeito das histórias, ler histórias é poder... Ter curiosidade, a
respeito de tantas questões, é alcançar ideias para poder ir a busca de soluções... É
procurar resolver as próprias dificuldades ou buscar um caminho para resolvê-las.
(ABRAMOVICH; 1997). Compreende-se através dessas análises, como através das
histórias a própria criança entra em contato com diversas situações e se depara com
diversas dúvidas, e no decorrer deste percurso elas vão à busca de soluções.



4.2.3. A importância da contação de histórias na família



      As histórias infantis estimulam a aprendizagem da criança em diversas áreas,
através desta arte, podem ser desenvolvidas habilidades que são necessárias para
a formação do ser humano por toda a vida. Em relação à importância desta atividade
realizada em casa a Mãe 8 explica “É muito importante... principalmente na parte da
leitura. Porque a criança só vai querer aprender a ler se ela gostar de ler...”, ela
exemplifica a filha que ouve as histórias contadas pelo pai e fica ansiosa para ler,
dessa forma a criança aprendeu a ler muito cedo.

          Após ouvir uma história interessante, a criança utiliza o entusiasmo e vai
em busca de outras fontes de informação, e com isso as histórias são encontradas,
podendo serem apreciadas novamente, sem dúvida com o passar do tempo as
histórias ou partes que são mais importantes vão ficar no pensamento e quando
alguém sentir o desejo de relembrar aquele momento que fez o coração bater mais
33



forte e os olhos brilharem, poderão ver o livro e matar a saudade. (SISTO; 2005).
Pode-se notar, que os demais pais atribuem importância a arte de contar histórias:



                       Eu acho importante porque é um jeito assim, como é que se diz, de educar
                       assim a leitura, ter o hábito da leitura. Porque hoje em dia a criança é difícil
                       ler, e ai você vai lendo e eles vão aprendendo a ter gosto pela leitura, é
                       bom. (Mãe 2)

                       Eu acho. Porque ai (pausa)... é assim, ela vai mais desenvolvendo, tendo
                       mais interesse em ler, e assim, quando ela tiver os filhos dela, ela também
                       vai passar aquilo que ela aprendeu. (Mãe 5)


       Constatamos que, a Mãe 2 e a Mãe 5 também atribuem fator importante a
contação história para a leitura. Podemos perceber que a Mãe 2 diz que a partir das
histórias as crianças adquirem o gosto pela leitura, e a Mãe 5 esclarece que as
crianças adquirem interesse em ler. Verifica-se também, que os pais relatam a
importância da aproximação que eles tem com os filhos, além do desenvolvimento
mental das crianças:


                       Sim porque né, é uma coisa assim (pausa)... eu mesma gosto de contar,
                       porque eu acho que é uma coisa assim... tão... como é mesmo minha
                       primeira filha né ai, é uma aproximação. Ai eu gosto. (Mãe 6)

                       Acho, muito importante, eu acho que assim é o desenvolvimento é (pausa)
                       mental dela né assim, eu vejo muitas crianças que brincam com jogos
                       eletrônicos, esses tipos de coisas e não tem muita história pra contar. Eu
                       acredito que muito que a história desenvolve muito a mente, a mente da
                       criança, do adulto, da criança, de quem quer que seja. (Pai)



      Concordamos e reforçamos as reflexões dos pais que acham importante
contar histórias para as crianças em casa e acreditam que podem ser desenvolvidas
habilidades necessárias para o desenvolvimento da criança. A Mãe 3 nos fala “que
acha Importante, e que é fundamental para o desenvolvimento da criança.” Nesta
perspectiva, Abramovich (1997) nos esclarece que é importante para a formação de
crianças de todas as idades escutar muitas histórias e este é o início da
aprendizagem para ser um leitor.

          Os pais podem se empenhar na tarefa de contar história para seus filhos
e refletir quais os motivos que os levam a realizar esta prática. Dessa forma vejamos
o que nos esclarece Machado (2004):
34




                            Alguém conta história porque gosta de sonhar, ou quer compartilhar
                     um momento de magia. Ou porque deseja que os outros experimentem o
                     mesmo estado acima e além do tempo. Ou se sente desafiado a conquistar
                     uma audiência , ou o gosto de ver o brilho nos olhos das crianças. Tanta
                     coisa...(p.70).

      Portanto, existem diversos motivos para os pais contarem histórias para as
crianças, isso vai depender do objetivo que eles têm, seja qual for a finalidade elas
podem entrar em contato com uma aprendizagem diferenciada com resultados
satisfatórios, pois, através das histórias as crianças podem aprender diversas coisas.


4.2.4. A aprendizagem da criança através das histórias


      As histórias infantis são essenciais para melhorar a aprendizagem das
crianças, na escola são assimilados assuntos de forma divertida e em casa podem
ser trabalhados temas do cotidiano. Em relação às “coisas” que as crianças podem
aprender com as histórias infantis os pais relataram:


                      Eu acho que elas podem assim aprender a ter gosto pelo estudo, elas
                      ouvindo em casa, elas vão aprender a ouvir na escola também, porque elas
                      vão pegar gosto, eu acho que elas aprendem muitas coisas. Seja na escola
                      ou em casa através das histórias. (Mãe1)


                      Na minha opinião, muitas coisas né, para educação. Principalmente a
                      educação deles, no que é contado pra eles, através das histórias (pausa),
                      eles podem aprender respeitar o próximo, quando começa a contar uma
                      história eles podem aprender respeitar o colega, não brigar na escola, ter
                      educação, não responder os professores, isso ai. (Mãe 3)




      Reforçamos a compreensão expressada na fala da Mãe 1, com as histórias
infantis as crianças demonstram um interesse maior em relação ao estudo,
aprendem a ouvir os outros e respeitar as opiniões, a Mãe 3 relata também que as
histórias desenvolvem um papel educativo, sendo demonstrado através do
comportamento das crianças. Ouvir histórias, é entrar em contato com diversas
situações, é conhecer uma variedade de acontecimentos, e vivenciar momentos
imaginários que são essenciais para a aprendizagem.
35



                                As histórias aumentam o horizonte dos ouvintes, com elas eles
                         “conhecem a China”, “pisam na lua”, voam através do tempo, da pré-
                         história aos dias de hoje, travam conhecimento com fadas, duendes,
                         monstros e heróis. Estas emoções semeiam a imaginação e estimulam a
                         criatividade. (DOHME, 2000,p.20)



       As histórias infantis devem ser adequadas de acordo com a idade da criança
e com a sua maturidade, a Mãe 7 destaca “Elas aprendem no livro e querem fazer
também em casa sabe(...) mas não é todo livro que eu dou pra ela ler entendeu?(...)
é mais livro que eu dou pra ela eu escolho, porque tem que escolher né, do jeito que
o mundo tá hoje”. Percebemos a preocupação com o desenvolvimento cognitivo da
criança, com o estímulo que a literatura traz, outro ponto relevante é a inquietação
diante dos valores, o sujeito se mostra consciente de que é preciso orientar, se
preocupar com o tipo de literatura adequado a criança, e ele assume prontamente
esta função.

       “O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o
pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de
novo (a mesma histórias ou outra)”(...). (ABRAMOVOVICH 1997) a contação de
histórias, antes de mais nada, no ambiente familiar pode ser um ponto onde os
momentos de afetividade, de estreitamento de laços entre os membros da família e
a criança quando o modelo contemporâneo de família traz os pais trabalhando e
chegando em casa cansados e no momento da contação a experiência ser
fortíssima;    todavia   estes    estímulos    enriquecem     a   formação     da   criança,
principalmente a criatividade e a imaginação, a curiosidade entre outros.

       A Mãe 8 foi objetiva em responder o que as crianças podem aprender com as
histórias infantis, “Bom... exemplos de como se comportar bem (...) nas histórias tem
muito disso, nas fábulas ensina muito também você ter uma boa atitude né de
escolher entre o bem e o mal. Então eu acho que isso é importante”, ela acredita
que quando as crianças ouvem uma história como as fábulas                  que passa uma
mensagem de fundo moral, onde os personagens são seres da natureza, o
comportamento delas pode ser influenciado com resultados positivos.

       A Mãe 5 nos mostra que a criança utiliza a fantasia para vivenciar as histórias
infantis, ela relata “Assim no mundo em que a gente vive hoje, pra ela, dependendo
36



da história elas criam uma fantasia(...)”, a fantasia que ela se refere está atribuída a
maneira como a criança se transporta e vivencia os fatos trazidos na história, no
conto, na fábula... O como a criança se traveste das personagens e vivem os
sentimentos, se emocionam com os fatos acontecidos e se aborrecem com os
vilões, se alegram com finais felizes, e com isso querer mudar fatos narrados pelo
contador e levar desta vez seu mundo ao mundo da fantasia.

4.2.5. A busca de informações sobre as histórias infantis e o acesso a livros
infantis


           Buscar informações sobre as histórias infantis é necessário para poder
compreender como são abordados os diferentes temas contidos nos textos, existem
inúmeras maneiras para ter esse contato. Ao questionarmos a respeito desse
assunto os Pais disseram que buscam informações, porém são informações
voltadas ao senso comum, as questões do dia a dia e não sobre questões formais
acadêmicas.


                      Busco, as vezes eu olho assim e acho alguma coisa interessante, ela tem
                      alguns livros de histórias e ela fica me atentando pra mim contar, ai eu
                      começo a falar do meu jeito (risos). (Mãe3).

                      Umas da minha cabeça (risos), eu não sei te explicar muito bem não, eu
                      acho que vem na mente assim, eu nem escrevo antes ou coisa assim
                      parecida não, simplesmente vou contando, vem na minha mente mesmo.
                      Algumas foi coisa que eu ouvi quando era criança né, também alguma
                      história que eu assisti ou que alguém contou pra mim quando criança, eu
                      passo pra ela e outras são inventadas, criadas. (Pai)


      Através dessa reflexões, as histórias contadas pelos Pais geralmente são as
que tem uma acesso mais fácil, histórias inventadas ou que eles escutavam quando
crianças e até mesmo aquelas que estão contidas em livros que eles possuem em
casa. Vejamos o que relata a Mãe 7:


                      Busco (pausa)... assim, tem vezes que eu compro assim, na rua que eu
                      vejo que dá para mim ler para ela e mostrar os desenhos, que tá
                      adequado, ai eu busco, eu compro, às vezes tem a amiguinha dela que
                      tem, ela fica interessada sabe? de eu pegar pra ler pra ela. Ai eu pego olho
                      como é primeiro pra depois eu mostrar pra ela e tem vezes também que eu
                      fico lendo para ela e ela fica escutando, depois ela pede para ficar olhando
                      e diz ela que tá lendo, ai ela vê os desenhos e ai fala que tá lendo (risos).
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      Esse relato representa uma interessante questão, a Mãe7 mostra interesse
em buscar informações sobre as histórias infantis, oferecendo a filha o acesso aos
livros, demonstrando em alguns momentos uma preocupação no que diz respeito as
leituras. Depreende-se que, a criança em questão, como não domina a leitura,
acaba fazendo a leitura de imagem que é necessária para o individuo reconhecer a
seqüência de cenas e ter contato com elementos das narrativas, como as
personagens, o espaço e o tempo. (GREGORIN FILHO; 2009).


      Em relação ao acesso com os livros infantis, todos os Pais responderam que
em casa as crianças dispõem deste material e acreditam que na escola também, por
meio das histórias que as crianças contam, vejamos alguns relatos:


                     Tem, só que a mais nova é muito sapeca e ela rasga o que minha filha
                     ganha e eu compro, só que agora ela cresceu e ela tá aprendendo a
                     deixar, mais ela não deixava não. (Mãe 1).

                     Tem. Essa semana também a gente passou em frente a biblioteca ai ele
                     (pausa), mãe tu me traz pra eu pegar uma livro de histórinha (risos) e eu
                     digo tá bom qualquer dia a gente vem (risos) já é um incentivo né. (Mãe 2).



      O contato da criança com os livros, é expressado pela Mãe 1 com uma
preocupação quanto ao cuidado deste material, concordamos e acrescentamos, que
a criança que rasga o livro apesar de não saber ler já está se familiarizando, o
rasgar e o pegar, mostra um interesse em conhecer aquele objeto.

      A mãe 2 diz ainda, que a própria criança se mostra interessada em entrar em
contato com os livros, ao reconhecer o ambiente da biblioteca ele estará entrando
em contato com a diversidade de materiais existentes naquele local. “Assim, no
decorrer de múltiplas leituras, a criança vai incorporando o conceito do livro como
depositário de memória, o que pode ser bastante estimulado com visitas à
biblioteca”. (GREGORIN FILHO; 2009. p. 53.).

      Essas    reflexões   garante-nos     afirmar    que     os   entrevistados      buscam
informações de acordo com as possibilidades e oportunidades que são acessíveis e
para que o acesso aos livros seja significativo é preciso que haja um incentivo maior
para os pequenos leitores nas práticas envolvendo a leitura.
38




4.2.6. As crianças pedem para ouvir histórias / idade para ouvir histórias


          Os Pais relataram que as crianças sempre pedem para eles contarem
histórias, essa aproximação é muito importante, no tocante afetivo quando se dirime
as distancias que a organização da sociedade atual, em que os pais passam muito
tempo fora de casa a trabalho; como também obter experiência e momentos impares
de formação no tocante ao gosto pela literatura, leitura e a oportunidade da
valorização do estimulo a criatividade, a imaginação as vivencias... “Quem conta é
também quem aconchega, quem traz pra perto, quem respira junto a quem dialoga”.
(SISTO; 2005. p. 32.), diante disso os pais apontam que:


                    Pede, a minha filha pede, ela sempre mamãe conta uma histórinha pra mim
                    principalmente assim, quando vai deitar na hora de dormir, e eu gosto muito
                    de contar aquelas historinhas bíblicas, aqueles livrinhos bíblicos. (Mãe 5).

                    Pede, se ela pudesse todo dia ia dormindo ouvindo uma história. (Pai).



      Não são apenas as crianças que gostam de ouvir histórias, os adultos
expressam um forte interesse por este tema, muitos ainda se reúnem com os
familiares para desenvolver esta arte e com tantos coisas para contar perdem a
noção do tempo vivendo aquele momento, tão importante para a instituição família e
a formação das crianças e também dos pais.


                            Adultos também adoram ouvir uma boa história, passar noites
                    contando causos, horas contando histórias pelo telefone (verdadeiras,
                    fictícias, vontades do que aconteça...) por querer partilhar com outros algum
                    momento que não tenham vivido juntos... quantas vezes, no meio dum papo
                    cálido e próximo, ou agitado e risonho, alguém diz: “ Ei, eu já te contei essa
                    história? Não??? Nossa... Pois é...” (Abramovich , 1997,p.22).

      Como saber se existe uma idade certa para a criança parar de ouvir histórias,
elas que encantam todos aqueles que ouvem e motivam os que contam. Mas será
que existe realmente um momento em que as crianças precisam parar de ouvir
histórias e os pais devem parar de contá-las? Esses questionamentos surgem
muitas vezes mas para que se compreenda melhor tomamos as considerações dos
pais que apontam que:
39



                      Não. Eu até hoje eu gosto de ouvir histórias, eu pedia a minha tia para me
                      contar história, ela me contava tantas histórias e é essas histórias eu conto
                      para minhas filhas. Eu gostava, só que ela já faleceu e se ela estivesse
                      viva até hoje eu pedia pra ela me contar. (Mãe 1).

                      Não, eu acho que não, porque eu mesmo tenho essa idade, eu tou com 39
                      anos e sempre gosto de ouvir histórias né. Minha mãe nunca contou
                      histórias para mim e tanto quando eu conto pra ela eu fico imaginando
                      também, voltando ao tempo e imaginando. (Mãe 5).

                      Se tem (pausa)... eu não parei não (risos). Eu continuo ouvindo. (Pai)


      É perceptível que o ato de contar histórias desperta a emoção, percebemos
isso na fala comovente da Mãe 1 ao relatar uma experiência de vida a qual esteve
presente uma pessoa que teve um enorme significado e ela passa para sua filha
experiências de uma vida. O fato de não ter ouvido histórias quando criança foi uma
motivação para despertar o desejo da Mãe 5, em levar as histórias infantis para a
filha e recordar com emoção a sua infância, o Pai com alegria relata que continua
ouvindo e contando história para a filha e que esta atividade sempre esteve presente
na sua casa. Compreendemos que não existe idade para contar ou ouvir histórias
esta arte encanta todas as pessoas em especial as crianças e torna-se essencial
para aprendizagem.


4.2.7. Visão das crianças sobre as histórias infantis


      As crianças demonstram o que sentem ao entrarem em contato com as
histórias, se são agradáveis causam sorrisos imensos, pedem para repetir, querem
ser os contadores, quando não são interessantes elas se mostram inquietas,
desatentas e não assimilam a ideia do texto. Em relação a opinião das crianças
sobre as histórias infantis os pais fizeram as seguintes afirmativas:

                      A Ela adora... ela acha assim (pausa) uma coisa fora do comum (risos).
                      (Mãe 6).

                      Ela gosta, principalmente das princesas ave ela ama. Teve um homem que
                      veio vender uns livros né de princesa,essas coisas, ai ela pediu logo os das
                      princesas, ela ama e ai ela já tem uma coleção em casa, mas ela quer
                      outra. Tem CD, DVD de coleção assim que eu compro que já vem o CD e
                      DVD pra ela assistir e toda hora ela tá passando, ela passa mais de mil
                      vezes o mesmo CD, já tá até ralado (risos). (Mãe 7).


      Os Pais responderam que as crianças gostam de ouvir histórias, sentem
alegria, acham uma coisa inexplicável como relata a Mãe 6, viajam no mundo da
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imaginação como diz a Mãe 8, “(...) ela simplesmente tá lá dentro da história (...)”. A
Mãe 7, afirma que a filha gosta muito, que pede para a mãe comprar as coleções de
histórias que são vendidas na escola, a criança demonstram um interesse maior em
histórias de contos de fadas:


                           [...] com ou sem a presença de fadas (mas sempre com o
                     maravilhoso), seus argumentos desenvolvem-se da magia feérica (reis,
                     rainhas, príncipes, princesas, fadas, gênios, bruxas, gigantes, anões,
                     objetos mágicos, metamorfoses, tempo e espaço fora da realidade
                     conhecida etc.)e tem como eixo gerador uma problemática existencial. Ou
                     melhor, tem como núcleo problemático à realização essencial do herói ou
                     da heroína, realização que, via de regra, está visceralmente ligado à união
                     homem-mulher. (COELHO, 1987, p. 14).


      É notório o prazer das crianças, na visão dos pais, ao ouvir histórias. Um
ponto positivo que pode-se ressaltar é que os pais também demonstram prazer a
contar histórias e também se transportam ao mundo da fantasia, vivem com seus
filhos os momentos de prazer propiciados pela literatura. Os pais demonstram que
tentam ao máximo proporcionar esses momentos com seus filhos, pois notam que
eles se sentem muito bem nestes momentos e afirmam o quão importante é para
eles e para as crianças.


4.2.8. Contar histórias é...


      A contação de histórias na visão dos pais foi o foco principal desta análise,
neste sentido foi-se indagado aos sujeitos justamente isso “Em uma palavra contar
histórias é” e as reações foram inúmeras como: sorrisos, silêncio, reflexões... a
busca por eles para sintetizar o valor em que a contação aparecia na vida deles e
dos filhos, e, principalmente dos filhos pois durante a maioria das respostas eles
ressaltavam o quão era gratificante ver seus filhos vivenciando estes momentos.


                            “[...] Quantas crianças têm esse prazer satisfeito dentro da sua
                      própria casa, ou melhor, quantos pais se dispõem a essa tarefa? Concordo
                      que chegar em casa depois de um dia exaustivo tira o ânimo de qualquer
                      um, então, como encontrar energia para ainda contar histórias? mas quem
                      disse que criar filhos é uma tarefa fácil”. (BUSATTO, 2003, p. 46).


      E como resposta apareceram o seguinte: “Importante” (Mãe 1). “Viver” (Mãe
5). “Felicidade” (Mãe 8). E, é nestas respostas que esse estudo se fortalece, pois o
41



reconhecimento, inenarrável, dos pais frente a contação de histórias que a literatura
infantil se alicerça. Tão importante para as vivencias e proporcionar momentos de
felicidade antes de tudo e dentro disso a aprendizagem se finca, permeada por
prazer dos filhos, força de vontade dos pais, que dentro das dificuldades
encontradas podem ver as possibilidades de superação e compreender a relevância
do ouvir histórias, como também do contar, neste caso.
42



5 CONSIDERAÇÕES FINAIS



       A arte de contar histórias é uma tradição milenar que continua fazendo parte
dos hábitos da humanidade até hoje. Após diversas análises compreendemos que, a
Contação de Histórias se faz presente dentro do contexto familiar, e isso ficou
expresso através das considerações dos nossos sujeitos. Percebemos, que os Pais
mesmo não dispondo de tempo suficiente para realização desta atividade, ainda
contam histórias para seus filhos.

       Os    participantes   da   presente   pesquisa   relataram   uma   importância
fundamental no desenvolvimento das crianças através das histórias, principalmente
no que diz respeito à leitura, sendo uma atividade essencial para a vida do ser
humano, demonstraram também que além de ser despertados um interesse maior
nas atividades educacionais, uma aproximação necessária com os filhos no contexto
familiar é proporcionada. Os pais acreditam que Contar Histórias é “Importante, é
poder Viver, como também ter Felicidade” e além de desenvolver a mente da
criança, possibilita uma descoberta do mundo da fantasia e da diversão.

       O contar histórias colabora para que os laços de amor, cumplicidade e
aconchego não se percam em meio a falta de tempo do dia a dia e dessa forma, a
importância atribuída pelos pais a esta temática nos garante afirmar: As histórias
infantis permitem ao contador e ao ouvinte, neste caso os pais e os filhos, manter
um relacionamento de afeto essencial para uma boa convivência.

            Diante destas reflexões, podemos concluir que este trabalho monográfico
trouxe uma variedade de informações até então desconhecidas, em relação a visão
dos pais a cerca da temática estudada, depreendeu-se que eles demonstraram um
interesse significativo em buscar aproximar os filhos dos textos infantis. Assim,
concluímos a nossa pesquisa com a satisfação de termos aprofundado com
dedicação, ao fim de uma longa caminhada, as nossas propostas em refletir sobre a
Literatura Infantil e a Contação de histórias.
43



                               REFERÊNCIAS


ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo:
Scipione, 1997. (pensamentos e ação no magistério).

ÁRIES, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1978.

BETELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Trad. Arlene Caetano.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

BIANCHI, Anna Cecília de Moraes. Manual de orientação:                   estágio
supervisionado. 3ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson Lerning, 2003.

BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa.
Petrópolis, RJ. ed. Vozes, 2003.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo:
Moderna, 2000.

COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. São Paulo: Ática, 1987.

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: teoria e prática. São Paulo:
Ática, 1991.

DOHME, Vânia D’ Ângelo. Técnicas de contar histórias. 4.ed. São Paulo. Informal,
2000.

GREGORIN FILHO, josé Nicolau. Literatura infantil: múltiplas linguagens na
formação de leitores. São Paulo. ed. Melhoramentos, 2009.

LUDKE, Menga. ANDRE, Marli E. D. Pesquisa em educação: abordagem
qualitativa - São Paulo: EPU, 1986.

MACHADO, Regina – Arcodais: Fundamentos teórico-poético da arte de contar
histórias. São Paulo. DCL, 2004.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa: Planejamento de
pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e
interpretação de dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

PRADO, Danda., O que é família?. 12 ed. São Paulo:Ática, 1991.

SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias: uma arte sem idade. 4. ed. Ática.
1991

SISTO, Celso. Textos e Pretextos sobre a arte de contar histórias. Curitiba.
Positivo, 2005.
44




TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A
pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Ática, 1987.

ZILBERMAN, Regina. A Literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1987.
45




APÊNDICES
46



     APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
      __________________________________________________________


                     UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
                                        CAMPUS VII
                              CURSO DE PEDAGOGIA 2008.1
    _____________________________________________________________



Prezado (a) Senhor (a):


Este questionário tem por intuito coletar informações sobre “Qual a importância da
contação de história para a formação da criança na perspectiva dos pais”, os dados
coletados serão utilizados para realização de Pesquisa Monográfica. Ressalta-se
que não é necessária a sua identificação e que manteremos com sigilo absoluto as
suas informações.
Desde já agradecemos a sua colaboração e estamos cientes de que sua opinião
será de grande importância para a realização deste Trabalho de Conclusão de
Curso.
                                                                 Cássia Milena


Por favor, preencha as informações abaixo:


                                      QUESTIONÁRIO


Perfil dos sujeitos da pesquisa


1- sexo


(   ) Feminino            (    ) Masculino


2 – Parentesco com a criança matriculada nesta escola


(   ) Pai        (   ) Mãe        (    ) Tia/tio (   ) Avó/avô
47




(    ) Irmão/irmã     (    ) Outro (_________________________________)


2 – Faixa etária


(    ) 15 - 25 anos
(    ) 26 - 30 anos
(    ) 31- 35 anos
(    ) acima de 36 anos


3 – Nível de escolaridade


( ) Ensino Fundamental Incompleto
( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Incompleto
( ) Ensino Médio Completo
( ) Ensino Superior Incompleto
( ) Ensino Superior Completo


4 – Renda Familiar


( ) menos de 1 salário mínimo
(   ) 1 salário mínimo
(   ) 2 salários mínimos
(   ) 3 salários mínimos
(   ) mais de 3 salários mínimos


5 – Quantos filhos o (a) senhor (a) tem?


( ) 1 filho    ( ) 2 filhos     ( ) 3 filhos   ( ) mais de 3 filhos


6 – Você gosta de ler?


( ) Sim, muito.
48



( ) Sim, mas não tenho tempo.
( ) Sim, mas tenho preguiça.
( ) Não.


7 – Você costuma ler contos, ou romances, ou outras formas de literatura?


(   ) Sim, com frequencia.
(   ) Sim, de vez em quando.
(   ) Sim, mas dificilmente.
(   ) Não.


8 – Qual foi a última vez que você leu um conto, ou romance, ou outra forma
de literatura?


(   ) Este mês                 (   ) No mês passado
(   ) Já faz seis meses        (   ) O ano passado
(   ) Faz mais de um ano (         ) Faz muitos anos
(   ) Nunca fiz este tipo de leitura


9 – O senhor (a) costuma contar histórias infantis para seu/sua filho(a)?


(   ) Sim, com frequencia.
(   ) Sim, de vez em quando.
(   ) Sim, mas raramente.
(   ) Não.


10 – Quando foi a última vez que você leu ou contou uma história infantil para
seu/sua filho(a)?


(   ) Esta semana
(   ) A semana passada
(   ) Faz um mês
(   ) Faz dois ou três meses
(   ) Faz mais de três meses
49



(   ) Faz tanto tempo, que não lembro
(   ) Nunca contei ou li historinhas para meu/minha filho/a
50



APÊNDICE B – ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMI - ESTRUTURADA
       __________________________________________________________


                    UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
                                      CAMPUS VII
                          CURSO DE PEDAGOGIA 2008.1
    _____________________________________________________________




1 – O senhor (a) costuma contar histórias para seu (a) filho (a)? Com que
frequência?


2 – Seu (a) filho (a) costuma recontar as histórias que ele (a) ouve em casa ou na
escola?


3 – O (a) senhor (a) acha importante Contar Histórias em casa para as crianças? Por
quê?


4 – O que o (a) senhor (a) acha que as crianças podem aprender com as histórias
infantis?


5 – O senhor (a) busca informações sobre as histórias infantis? De que forma?


6 – Seu/sua filho(a) tem acesso a livros infantis em casa?



7 – Seu/sua filho(a) pede para o (a) senhor (a) contar histórias para ele/ela?



8 – O (a) senhor(a) acha que tem uma idade certa da criança parar de ouvir
histórias?


09 – O que seu/sua filho(a) acha das histórias infantis?


10 – Em apenas uma palavra Contar História é?

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  • 1. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII COLEGIADO DE PEDAGOGIA CÁSSIA MILENA BATISTA GOMES A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA NA PERSPECTIVA DOS PAIS SENHOR DO BONFIM-BA 2012
  • 2. 2 CÁSSIA MILENA BATISTA GOMES A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA NA PERSPECTIVA DOS PAIS Monografia apresentada ao Departamento de Educação-Campus VII, da Universidade do Estado da Bahia, como parte dos requisitos para obtenção de graduação no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Orientador: Prof. Esp. Pascoal Eron S. de Souza SENHOR DO BONFIM-BA 2012
  • 3. 3 CÁSSIA MILENA BATISTA GOMES A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA NA PERSPECTIVA DOS PAIS Monografia apresentada ao Departamento de Educação-Campus VII, da Universidade do Estado da Bahia, como parte dos requisitos para obtenção de graduação no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia Aprovada em _______, de Agosto, de 2012. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Orientador: Profº. Esp. Pascoal Eron S. de Souza Universidade do Estado da Bahia –UNEB Orientador _____________________________________________________ Prof° (a) _________________________________ Universidade do Estado da Bahia – UNEB Examinador (a) _____________________________________________________ Prof° (a) ____________________________ Universidade do Estado da Bahia – UNEB Examinador (a)
  • 4. 4 Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus e à minha família, com quem compartilho os meus mais preciosos laços... Aos meus amados pais Cícero e Zilda que me incentivaram e torceram pela realização desta conquista. A minha Tia Eronilda por incentivar cada passo da minha vida.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS A Deus, em primeiro lugar, por ter me concedido a sabedoria necessária para realização deste trabalho... Toda honra e toda glória sejam dadas a ti Senhor. Obrigada por guiar os meus passos. Aos meus amados Pais Cícero e Zilda que com amor e dedicação não mediram esforços para que não me faltasse nada. Ao meu amado noivo Alexsandro por toda paciência e compreensão em meio a tantos dias aflitos. Aos meus Irmãos Júnior e Eduardo que mesmo não sendo presentes sei que torceram por mim. Ao meu orientador Prof° Pascoal Eron que, com toda paciência, sabedoria e dedicação esteve presente sempre nos mostrando o caminho correto. O meu muito obrigada! Sua participação foi essencial para a conclusão deste trabalho. A querida Profª Sandra Fabiana, que com toda dedicação esteve presente no início deste trabalho e contribuiu de forma significativa para diversas reflexões. A Adriana Araújo, companheira de tantos momentos difíceis e de tantas alegrias em especial as voltadas para a Literatura Infantil. Amiga... Você foi um grande incentivo e esteve comigo todos os dias dizendo “Calma mulher...” Obrigada, com você tudo foi mais fácil. A minha equipe maravilhosa Paulinho, Clara, Lú, Nilton, Edneide e Adriana, vocês foram especiais em todos os momentos, cada sorriso, cada alegria estará marcada na minha memória e no meu coração, obrigada por tudo. As minhas queridas amigas Lidiana (Lili) e Gláucia (Gal), que com todo carinho e compreensão participaram de todos os momentos aflitos, compartilhados em dias de trabalho. Vocês me incentivaram e acreditaram que tudo ia dar certo. A Wendel e Andréia por me oferecerem em diversas ocasiões a oportunidade de conciliar trabalho e estudo. A Tia Terezinha, Geisa e Hellen por todos os incentivos e por todo carinho. A todas as crianças que estiveram presente ouvindo e apreciando cada história que eu contava com todo amor e dedicação. Em especial as meninas da ONG Haidê Pelegrine, que com um sorriso sincero nos receberam com todo amor e carinho.
  • 6. 6 A turma de Pedagogia 2008.1, cada momento vivido e compartilhado foram fundamentais e marcantes, tantos risos, tantas angústias, mas no fim tudo deu certo. Em especial Juliana Bispo por nos proporcionar momentos de alegria e descontração em meio a tantas dificuldades. A todos os Professores que fizeram parte desse percurso acadêmico. Obrigada, vocês tiveram uma participação especial em diversos momentos de aprendizagem. A todos os funcionários do CECC (Centro Educacional Construindo Conhecimento) que me receberam por diversas vezes de portas abertas para realização de várias atividades. Aos Pais dos alunos do 1° ano do Ensino Fundamental, do Centro Educacional Construindo Conhecimento por terem contribuído de forma significativa para esta pesquisa. Em fim, a todos os familiares e amigos que participaram de alguma forma para a conclusão deste trabalho, o meu muito obrigada, vocês colaboraram para que eu pudesse realizar mais um dos meus sonhos. Que Deus possa abençoar cada um de vocês.
  • 7. 7 “Quem conta é também quem aconchega, quem traz pra perto, quem respira junto e quem dialoga.” Celso Sisto.
  • 8. 8 RESUMO Esta pesquisa monográfica vem trazendo abordagens sobre a Literatura Infantil, enfocando a Contação de Histórias como eixo central. Foram propostos como objetivos identificar qual é a importância da Contação de Histórias para a formação da criança na perspectiva dos pais, assim como, perceber se eles ainda contam histórias para seus filhos; buscando posteriormente uma análise junto aos teóricos na ânsia de conhecer a prática dos sujeitos e o que os autores trazem acerca da mesma. As abordagens sobre a Literatura Infantil se fazem necessárias para uma melhor compreensão em relação as histórias infantis e perceber a participação da família diante desta prática é essencial. A referida pesquisa se caracteriza em uma abordagem qualitativa, o percurso metodológico foi de significante relevância, pois foi o caminho percorrido para refletirmos sobre a visão dos pais acerca da contação de histórias e este garantiu-nos, perante aos autores, o teor de cientificidade deste estudo. Foi perceptível que a arte de Contar Histórias se faz presente dentro do contexto familiar dos participantes deste trabalho. Portanto a Literatura infantil atua de forma significativa na vida das famílias, isto diante das possibilidades das mesmas que enfrentam jornadas diárias de trabalho, mas ainda conseguem encontrar tempo para viver este momento de troca de afetividade, cumplicidade e conhecimento. Desta maneira, ressaltamos a importância desta atividade a qual desperta nas crianças um maior interesse nas atividades educacionais, como também trabalhar a aprendizagem de forma divertida e significativa. Palavras-chave: Literatura Infantil. Contação de Histórias. Família.
  • 9. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA DESCRIÇÃO PÁGINA 01 Gráfico de faixa etária dos pais entrevistados 27 02 Gráfico Referente à renda familiar dos pais 28 entrevistados
  • 10. 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11 CAPITULO I 1. PROBLEMATIZAÇÃO .............................................................................. 13 CAPITULO II 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 16 2.1. Literatura Infantil ................................................................................ 16 2.2. Contação de Histórias ........................................................................ 19 2.2.1. Os Pais como contadores de história........................................... 20 2.3. Família .............................................................................................. 21 CAPITULO III 3. METODOLOGIA ........................................................................................ 23 3.1. Tipo de pesquisa ............................................................................... 23 3.2. Lócus da pesquisa ............................................................................ 24 3.3. Sujeitos da pesquisa ......................................................................... 24 3.4. Instrumentos de coletas de dados ..................................................... 25 3.4.1. Questionário Fechado ................................................................. 25 3.4.2. Entrevista Semi-estruturada ........................................................ 25 3.5. Tabulação dos dados......................................................................... 26 CAPITULO IV 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ............................. 27 4.1. Perfil dos sujeitos da pesquisa .......................................................... 27 4.1.1. Faixa etária ................................................................................ 27 4.1.2. Nível de escolaridade ................................................................. 28 4.1.3. Renda Familiar ........................................................................... 28 4.1.4. Quantidade de filhos ................................................................... 29 4.1.5. Gosto pela leitura ........................................................................ 29 4.1.6. Leituras Realizadas .................................................................... 29 4.1.7. Contar Histórias .......................................................................... 29 4.2. Análise e Entrevistas - Dialogando com os pais ................................. 29 4.2.1. As histórias infantis contadas pelos pais ....................................... 30 4.2.2. As Histórias contadas em casa ou na escola pelas crianças ............ 31 4.2.3. A importância da contação de história na família .............................. 32 4.2.4. A aprendizagem da criança através das histórias ............................. 34 4.2.5. A busca de informações sobre as histórias infantis e o acesso ........ 36 4.2.6. As crianças pedem para ouvir histórias/ idade para ouvir histórias 38 4.2.7. Visão das Crianças sobre as histórias infantis .............................. 39 4.2.8. Contar Histórias é....................................................................... 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 42 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 43 APÊNDICE...................................................................................................... 45
  • 11. 11 INTRODUÇÃO Ao entrarmos em contato com as crianças, nas experiências de estágio na época do curso normal, surgiu o desejo de contar histórias para elas, com o intuito de levar uma forma diferente de aprendizagem para a sala de aula ou até mesmo como uma forma divertida de levar o acesso a leitura para os pequenos ouvintes. Ao ingressar na universidade ouve-se questionamentos a respeito do tema Literatura Infantil, os primeiros trabalhos realizados com esta temática foram tornando-se cada vez mais instigantes surgindo assim o desejo de levar para a prática aquilo que defendíamos com tanto entusiasmo. A realização de diferentes atividades, a partir do uso da Literatura Infantil, nos fez perceber o quanto é gratificante levar a aprendizagem para as crianças através da Contação de Histórias e sermos recompensados com resultados positivos para a educação, além de ver a alegria dos pequenos expressada através de olhares e gestos em todo o desenvolvimento das atividades. Para aprofundarmos nossos conhecimentos, fizemos um estudo detalhado voltado para a Contação de Histórias na perspectiva dos Pais e assim apresentaremos a nossa pesquisa. A referida pesquisa está desenvolvida em quatro capítulos, no primeiro abordamos a nossa problemática e apresentamos os nossos objetivos, os quais buscamos alcançar a partir das reflexões que trazem os nossos sujeitos a respeito do tema em questão. No segundo capítulo, apresentar-se-á a fundamentação teórica que traz uma abordagem sobre a Literatura Infantil, a Contação de Histórias e a Família, sendo estes temas confrontados com nosso posicionamento frente ao tema. O terceiro capítulo foi abordado o percurso metodológico desenvolvido no decorrer desta pesquisa, tendo suporte na pesquisa em abordagem qualitativa, sendo utilizados como instrumentos de coleta de dados o questionário fechado e a entrevista semi-estruturada, para coletar informações que foram de suma relevância para este trabalho.
  • 12. 12 Para concluir, o quarto capítulo apresenta os resultados que foram obtidos através das reflexões que trouxeram os Pais a respeito das nossas inquietações em relação à Contação de Histórias, podendo esta pesquisa colaborar para serem motivados outros trabalhos no espaço acadêmico a respeito dos temas analisados. Este trabalho de conclusão de curso se faz de grande importância por serem acrescentadas experiências essenciais no percurso acadêmico e profissional. Compreender que o educador também é um pesquisador torna a nossa formação ainda mais completa enquanto pedagogo no seu sentido social.
  • 13. 13 CAPÍTULO I 1 PROBLEMATIZAÇÃO Desde muito cedo a contação de histórias esteve presente na vida humana, o homem sentiu a necessidade de partilhar seus costumes, suas crenças, e sua cultura, assim as histórias foram surgindo e com o passar dos tempos transmitidas como herança familiar. Era comum as famílias se reunirem para contar e ouvir histórias depois das refeições, também a noite e principalmente antes das crianças dormirem. Dessa forma, essa prática permaneceu por muito tempo, crianças e adultos faziam da hora da história um momento inesquecível. Hoje, convivemos com inúmeras mudanças, principalmente com os avanços tecnológicos, os pais que por diversos momentos partilhavam as histórias infantis com seus filhos, algumas vezes por motivos de trabalho ou de não dispor de tempo suficiente, acabam oferecendo as crianças meios de “distração” como jogos, internet, e brinquedos modernos. Assim, sem incentivo as próprias crianças buscam sempre mais novidades para fazer parte do seu mundo e dessa forma, uma atividade que antes era freqüente “A arte de contar histórias” vai se perdendo ao longo do tempo. Todavia, vale ressaltar que ainda existem inúmeras pessoas que buscam nas histórias infantis uma aproximação maior com as crianças; algumas, porém não administram corretamente o tempo livre e com isso os filhos passam a participar de contações de histórias somente na escola, através dos professores ou dos próprios colegas. Ao longo do percurso acadêmico, nas realizações de atividades práticas de estágio percebemos, que o processo educativo se torna mais prazeroso para as crianças, quando são trabalhados assuntos de maneira diferenciada. O uso da Literatura Infantil em sala de aula desperta na criança um interesse maior nas atividades, principalmente nas questões voltadas para a leitura, na qual, as crianças precisam ser estimuladas desde cedo. Compreende-se, que os assuntos trabalhados através das histórias infantis são assimilados com maior facilidade, e
  • 14. 14 dessa maneira a aprendizagem passa a ser vista de forma prazerosa, porém, é indispensável que esse processo educativo tenha continuidade também em casa, na família. É preciso que os próprios pais sejam responsáveis para dar continuidade ao trabalho educativo e a participação da família nos assuntos voltados para educação é de extrema importância. Por diversos momentos na nossa trajetória do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, nos estudos voltados para a Literatura Infantil, compreendemos que através das histórias as crianças desenvolvem habilidades essenciais para a vida e nos perguntamos se os pais ainda contam histórias para seus filhos. Nesse sentido, justificamos a escolha do nosso lócus de pesquisa, o Centro Educacional Construindo Conhecimento onde, estivemos presente por algumas ocasiões e participamos de atividades educacionais, principalmente na realização de observações e de estágios supervisionados. Assim, nos sentimos motivados em buscarmos um estudo mais detalhado sobre a contação de histórias e para aprofundarmos nossas reflexões, buscamos compreender o ponto de vista dos pais a respeito desta temática, pois, nas atividades práticas de estágios realizadas em toda a trajetória acadêmica, não foi possível uma aproximação maior com a família. Diante dessas questões, ressaltamos a importância desse trabalho de conclusão de curso, pois, acreditamos que as análises que serão abordadas se fazem necessárias para a nossa formação e podem também contribuir significativamente para as discussões em torno da importância da literatura infantil no desenvolvimento da criança e em seus processos de aprendizagem. A partir dessas considerações, surge o nosso questionamento: Qual a importância da contação de história para a formação da criança na perspectiva dos pais? Dessa forma, temos como objetivo: Identificar qual é a importância da contação de história para a formação da criança na perspectiva dos pais, assim como, perceberem se eles ainda contam histórias para seus filhos.
  • 15. 15 A partir dessas considerações, esta pesquisa monográfica poderá contribuir de forma significativa para motivação de outros trabalhos e que à luz das idéias propostas, seguindo o pensamento dos autores estudados poderá favorecer outras reflexões, trazendo as questões da literatura infantil para o cenário acadêmico. Entretanto, destacamos a importância dos temas voltados para a família, que precisam ser aprofundados com maior freqüência para realização de propostas educacionais que valorizem os assuntos que fazem parte deste contexto.
  • 16. 16 CAPITULO II 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Iniciamos este capítulo, buscando refletir sobre alguns temas que se fazem necessários para uma abordagem significativa a respeito do tema em questão. Optamos em fazer uma breve apresentação sobre a Literatura Infantil, por se tratar de um tema amplo para reflexões, em seguida buscaremos discutir as questões a respeito da Contação de histórias, que são o foco desta pesquisa e serão necessárias para a compreensão dos conceitos seguintes. Deste modo, abordaremos também um pouco da Participação dos pais na contação de histórias e por fim discutiremos algumas funções que fazem parte da Família. 2.1. Literatura Infantil Ao falarmos de Literatura Infantil devemos antes de tudo analisar como se deu a origem dos textos infantis para conhecermos um pouco sobre a sua história, veremos que com o passar do tempo ocorreram inúmeras mudanças na sociedade envolvendo esta temática. O surgimento da Literatura Infantil teve início com a tradição oral, onde, suas fontes se apresentam no folclore, nas lendas e nos mitos, como também, a partir da necessidade que o homem sentiu em transmitir suas idéias. Até o século XII as crianças participavam da vida adulta, e eram vistas como adultos em miniaturas compartilhavam da vida social, religião, política e seu mundo não eram separados do mundo dos adultos, não se tinha uma visão de infância. Segundo Áries (1978): Até o século XVII, a infância não era entendida de maneira como percebemos hoje. As crianças eram tratadas como mini-adultos, trabalhavam e viviam juntos aos adultos, vestiam-se como adultos e praticavam de tudo: da vida social, política e religiosa da comunidade, não havia propriamente dito, “um mundo infantil”, diferente e separado, ou uma visão especial sobre infância, não se escrevia para elas, pois não existia “infância” (p. 23).
  • 17. 17 Cunha (1991) nos deixa claro que somente durante o século XIII é que ocorreram mudanças na sociedade que beneficiaram as crianças, fazendo com que suas necessidades e características próprias fossem valorizadas e sua vida fosse separada da vida dos adultos. Com essas mudanças, as crianças começaram a receber tratamento especial, deixando de partilhar da vida dos adultos como era de costume. Dessa forma, com a valorização da infância as narrativas que antes eram compartilhadas com os adultos, passaram a ser apresentadas para as crianças com intuito formativo. Zilberman (1987) ressalta que, com a valorização da infância ganha também espaço a união familiar e passa a existir uma preocupação com o desenvolvimento intelectual da criança. Assim, Literatura Infantil e Escola são convocadas para ajudar na busca do espaço da criança na sociedade. Não é por acaso que a escola e a Literatura Infantil passam a caminhar juntas, pois os primeiros textos infantis foram escritos por professores e pedagogos com fins educacionais. (Zilberman, 1987). Contudo, como a criança era vista como adulto em tamanho menor, os textos para o público infantil foram adaptados através de obras voltadas para os adultos. A partir das mudanças ocorridas na sociedade as obras literárias eram reduzidas porém, conseguiam alcançar o objetivo maior ,atrair o pequeno leitor e levá-lo a entrar em contato com diversas experiências que a vida proporciona, tanto na realidade como na fantasia. (COELHO, 2000). No Brasil a Literatura infantil surge a partir da implantação da Imprensa Régia, somente em 1808 é que começaram a produzir livros para as crianças. Nessa época os livros infantis começam a circular no país, porém essas produções ainda eram escassas. Em 1921 Monteiro Lobato publica Narizinho Arrebitado, onde a imaginação já começa a aparecer com frequência nas histórias infantis. Lobato nos traz uma literatura de encantos que auxilia a ampliação do conhecimento das crianças, além de valorizar os aspectos culturais, ele buscou aproximá-las do
  • 18. 18 nacionalismo através da criação dos personagens das histórias. Segundo Cunha (1991): Com Monteiro Lobato é que tem início a verdadeira literatura infantil brasileira. Com uma obra diversificada quanto a gêneros e orientações, cria esse autor uma literatura centralizada em algumas personagens, que percorrem e unificam seu universo ficcional (p. 24). As obras literárias para crianças crescem a cada dia, hoje são abordados temas que trazem o cotidiano para a sala de aula e nos mostram que a Literatura Infantil enquanto instrumento pedagógico está presente, auxiliando e incentivando no interesse das crianças pela leitura, atuando também como arte. Pode-se afirmar que a literatura é a mais importante das artes, pois sua matéria é a palavra (o pensamento, as idéias, a imaginação), exatamente aquilo que se distingue ou define a especificidade do humano. Além disso, sua eficácia como instrumento de formação do ser está diretamente ligada a uma das atividades básicas do indivíduo em sociedade: a leitura. (Coelho 2000. p. 10). A Literatura Infantil se apresenta como a mais importante das artes e está inserida na formação do ser humano através da leitura. Na criança de forma especial, age como uma fonte enriquecedora de conhecimento, onde, os pequenos leitores podem expressar suas emoções e suas habilidades através das histórias. Coelho (2000) traz as seguintes abstrações: Podemos dizer que, como objeto que provoca emoções, dá prazer ou diverte e, acima de tudo, modifica a consciência de mundo de seu leitor, a literatura infantil é arte. Sob outro aspecto, como instrumento manipulador por uma intenção educativa, ela se inscreve na área pedagógica. (p. 46). Uma das funções da Literatura Infantil na área pedagógica, é levar o conhecimento para as crianças através de obras literárias que possam aproximar as crianças de maneira diversificada da prática da leitura. É preciso que os momentos envolvendo esta prática possam ser prazerosos e com isso vale ressaltar a importância da contação de história, onde as crianças expressam suas emoções e assim cabe a responsabilidade do contador da história fazer dessa hora um momento inesquecível.
  • 19. 19 2. 2. Contação de Histórias As histórias são contadas para as crianças por diversas pessoas, é na família que a criança entra em contato pela primeira vez com o universo infantil e diversos saberes são transmitidos através de personagens e de momentos imaginários. Dessa maneira, a arte de contar história enriquece o aprendizado da criança além de valorizar a afetividade. O primeiro CONTATO DA CRIANÇA COM UM TEXTO É FEITO ORALMENTE, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagens), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais... contados durante o dia – numa tarde de chuva, ou estando todos soltos na grama, num feriado ou domingo – ou num momento de aconchego, à noite, antes de dormir, a criança se preparando para um sono gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada. (ABRAMOVICH 1997, p. 16,17). Esses primeiros contatos que a criança tem com as histórias infantis expressam uma aproximação entre os pequenos ouvintes e a família. Essa relação é indispensável, o carinho, a dedicação e atenção são formas que os próprios pais buscam para manter uma relação de afeto com os filhos, e estes fatores ao longo do tempo influenciam seu desenvolvimento cognitivo. Ao ingressarem na escola as crianças passam a ouvir histórias por meio de outras pessoas, os professores são responsáveis para estimular a construção do conhecimento e em alguns momentos utilizam a arte de contar história como suporte pedagógico. A compreensão da criança a respeito dos assuntos contidos nas histórias é visivelmente notada quando ela passa a recontar da sua maneira o que lhe foi transmitido. Para chamar a atenção dos ouvintes o contador precisa utilizar meios para prender a atenção e levar os pequenos à busca de outras informações. Com isso, trazemos os pressupostos apontados por Bettelheim (1980): Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar sua curiosidade, mas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: a ajudá-la a desenvolver o intelecto e a tornar clara suas emoções; estar harmonizado com suas ansiedades e aspirações: reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, seguir soluções para os problemas que as perturbam (p.13).
  • 20. 20 As histórias infantis precisam chamar a atenção das crianças na perspectiva de oferecer meios para que elas possam desenvolver as suas capacidades, demonstrando-as principalmente na busca de soluções para as suas dúvidas diárias. Silva (1991) nos esclarece que “a história tranqüiliza, prende a atenção, informa, socializa e ao mesmo tempo educa”. Nesse sentido, compreende- se que além de divertir e dar prazer a contação de história colabora também para o desenvolvimento da aprendizagem de forma significativa. É ouvindo histórias que se pode entrar em contato com diversas emoções como a alegria, a raiva, a insegurança, a tranqüilidade e tantas outras causadas pelas narrativas. (ABRAMOVICH, 1997). Para a realização desta tarefa é necessário depositar todo o amor possível e ter boa vontade para transmitir as histórias. “Se quisermos que a narrativa atinja toda a sua potencialidade devemos, sim narrar com o coração, isso implica em estar internamente disponível para isso, doando o que temos de melhor de mais genuíno, e entregando-se a esta tarefa com prazer e boa vontade.”. (BUSATTO, 2003, p. 47). É necessário despertar na criança o desejo de querer ouvir histórias e a participação da família nesta tarefa é indispensável. 2.2.1. Os pais como contadores de histórias É perceptível que, a contação de história se apresenta como uma forma de aproximação entre as crianças e os pais, esse momento enriquece a relação da família e colabora para a transmissão de valores. Compreende-se que ao contar uma história os pais precisam utilizar meios para despertar na criança o desejo necessário para querer ouvir o que será contado até o final. A história é o mesmo que um quadro artístico ou uma bonita peça musical: não poderemos descrevê-los ou executá-los bem se não os apreciarmos. Se a história não nos desperta a sensibilidade, a emoção, não iremos contá-la com sucesso. Primeiro, é preciso gostar dela, compreendê-la para transmitir tudo isso ao ouvinte. (SILVA 1991, p. 14 ). O contador da história precisa conhecer o que será transmitido, sentir-se motivado na realização dessa tarefa e ter emoção para desenvolver a idéia do texto.
  • 21. 21 Entretanto, Para narrar uma história o contador precisa agir com naturalidade, e buscar uma maneira simples que não comprometa o objetivo da história. “A técnica é a forma utilizada para contar a história, a partir de uma intenção levando em consideração os recursos que serão utilizados”. (MACHADO, 2004 p. 14). É importante também, utilizar meios para prender a atenção da criança, os pais podem usar a imaginação para dar vida a personagens ou ainda, utilizar músicas e fantoches como suporte. Compreende-se, que é preciso oferecer livros infantis para as crianças, mesmo os pais que não dispõem de recursos para a compra desse material de leitura, podem utilizar bibliotecas publicas para levar o conhecimento através das histórias infantis para seus filhos e é necessário uma atenção rigorosa para a escolha deste material. Gregorin Filho (2009), pontua o seguinte: É importante, portanto, que o livro a ser oferecido à criança seja adequado à sua maturidade como leitor, pois um livro com letras miúdas ou com um extensão maior do que a sua competência de leitor pode entender constitui fator do afastamento da atividade leitura ou da sua rejeição a essa atividade. (p.50,51). A escolha das histórias infantis é uma tarefa importante para que no decorrer do processo da leitura a criança perceba o verdadeiro prazer em entrar em contato com os textos literários. Existem uma diversidade de temas que estão presentes nos livros infantis e eles colaboram para que o percurso educativo tenha também continuidade em casa e dessa forma, compreende-se a importância da família. 2. 3. Família Ao se pensar em família muitas abstrações vêm à mente, entretanto, precisamos pensar que ela constitui o primeiro grupo social em que a criança participa. Contudo, quando se ouve a palavra família o primeiro pensamento que se tem é que a expressão designa uma idéia a respeito de pessoas que constituem uma casa formada de pai, mãe e filhos, este é o princípio para refletirmos sobre uma palavra que aborda imensas questões.
  • 22. 22 A palavra FAMÍLIA, no sentido popular e nos dicionários, significa pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos. Ou ainda, pessoas de mesmo sangue, ascendência, linhagem, estirpe ou admitidos por adoção. (PRADO, 1991, p. 7). De modo geral, a família constitui-se especialmente por um determinado grau de parentesco, pessoas fazem parte de um grupo e geralmente convivem juntas na mesma casa. Dessa forma, são partilhadas as suas idéias, seus costumes, suas crenças e de geração em geração desenvolvem-se novas famílias. Tem-se que se refletir que na contemporaneidade muitos outros formatos de famílias se configuram e que devem ser levados em conta já que o formato – Pai – Mãe – Filho – Irmãos – não atende a todos os casos de família existentes e o educador deve compreender que este é um ambiente delicado de discussões e deve tecer considerações a partir das realidades existentes no seu grupo discente. Familiarizar-se com os próprios filhos, fazê-los falar sobre todas as coisas, tratá-los como pessoas racionais e conquistá-los pela doçura é um segredo infalível para se fazer deles o que se quiser. As crianças são plantas jovens que é preciso cultivar e regar com freqüência: alguns conselhos dados na hora certa, algumas demonstrações de ternura e amizade feitas de tempos em tempos as comovem e as conquistam. Algumas caricias, alguns presentinhos, algumas palavras de confiança e cordialidade impressionam seu espírito, e poucas são as que resistem a esses meios doces e fáceis de transformá-las em pessoas honradas e probas. (GOULSSAULT;1693 apud ARIÈS;1978. p.104.). “A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja observado.”. (PRADO; 1991. p. 12.). É importante ressaltar que o grupo familiar, independente de sua configuração, tem um importante papel na construção do ser social, pois é na família que têm-se as primeiras influencias de pontos de vista, de conhecimento e principalmente de aprendizagem. Pois por ser o primeiro núcleo social cabe a família desenvolver junto a criança sua integração no ambiente social de maneira ativa e produtiva; e , sobretudo no espaço escolar.
  • 23. 23 CAPITULO III 3 METODOLOGIA A importância da pesquisa surge através do desejo em querer responder as dúvidas que vão surgindo ao longo de toda trajetória acadêmica e visando responder a questões que são importantes sobre um determinado assunto, buscamos um aprofundamento sobre essas inquietações. A pesquisa em educação se torna indispensável para a busca de conhecimento. Segundo Bianchi (2003) a metodologia “é um conjunto de instrumentos que deverá ser utilizado na investigação e tem por finalidade encontrar o caminho mais racional para atingir os objetivos propostos, de maneira mais rápida e melhor”. (p. 27). Compreende-se que, a metodologia é o caminho a ser seguido para alcançar os possíveis objetivos que serão traçados para esta pesquisa em educação. 3.1. Tipo de Pesquisa Para desenvolver este trabalho optou-se pela pesquisa de abordagem qualitativa em educação, permitindo um estudo mais detalhado sobre as relações da sociedade e que de maneira significativa contribuirá para a obtenção de dados, os quais serão essenciais para chegar a compreensão da importância da contação de história para a formação da criança na perspectiva dos pais. Para Ludke e André (1986): “A abordagem qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes.”. (p. 11). A importância da pesquisa qualitativa esta atribuída a grandeza de aspectos descritivos, além de possibilitar um contato maior com a realidade que será
  • 24. 24 analisada, favorecendo um detalhamento maior sobre a visão dos participantes sobre o tema analisado. 3.2. Lócus de Pesquisa Através da escolha do lócus de pesquisa percebe-se a importância da instituição escolhida a qual favorece uma reflexão sobre as indagações que permeiam este trabalho monográfico. Para este trabalho escolheu-se como lócus de pesquisa o Centro Educacional Construindo Conhecimento, uma instituição da rede particular de ensino, fundada desde o ano de 2009, situada à Rua Voluntários da Pátria n° 131, no Bairro Alto da Maravilha, na cidade de Senhor do Bonfim – Ba. A referida instituição atende cerca de 115 alunos, sendo distribuídos nos turnos matutino e vespertino, oferecendo as séries de Educação Infantil e Ensino fundamental do 1º ao 5 ° ano. Sua estrutura física é composta por cinco salas de aulas, uma secretaria, dois pátios, três banheiros e um depósito. Seu quadro de funcionários é composto por nove professores, sendo um do sexo masculino e oito do sexo feminino. Uma professora tem nível superior completo, seis professores estão em formação superior e duas possuem o ensino médio completo com habilitação em magistério, a escola conta também com um auxiliar de serviços gerais. 3. 3. Sujeitos de Pesquisa Escolheu-se para esta pesquisa dezesseis pais de alunos, de uma turma do 1° ano do Ensino Fundamental. Os referidos sujeitos de pesquisa foram doze mães e quatro pais, porém no respectivo trabalho não discutiremos questões de gênero e utilizaremos o termo Pais para nos referimos a eles nas nossas reflexões. Os pais responderam a um questionário, que foi enviado para casa através dos alunos no qual, foram elaboradas perguntas para traçar o perfil dos sujeitos. Após esta primeira aproximação, devido a falta de tempo somente nove pais se disponibilizaram para participarem de uma entrevista, onde foram realizadas a grande maioria no próprio lócus de pesquisa.
  • 25. 25 3.4. Instrumentos de Coleta de Dados Foi perceptível, a importância da escolha dos instrumentos de coletas de dados, através desses suportes desenvolveram-se melhores resultados. Utilizamos de inicio o Questionário fechado e em seguida a Entrevista semi-estruturada que serão abordados a seguir. 3.4.1. Questionário fechado Para iniciar a coleta de informações escolheu-se como instrumento de coleta de dados o questionário fechado, que permite-nos conhecer o perfil dos sujeitos de pesquisa, assim como a sua realidade. Marconi e Lakatos (1996, p.88) definem o questionário como “(...) um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. Dessa forma, consegue-se obter as primeiras informações a respeito do tema proposto. 3.4.2. Entrevista semi-estrutura Para obter mais informações para esta pesquisa após traçar o perfil dos sujeitos, optou-se pela entrevista semi-estruturada, que por sua vez torna-se indispensável a obtenção de dados mais precisos, além de permitir uma maior aproximação entre o sujeito de pesquisa e o pesquisador. (...) entrevista semi-estruturada, em geral, aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias, hipóteses, que interessam a pesquisa, e que, em seguida oferece amplo campo de interrogativas, fruto de nossas hipóteses que vão surgindo à medida que recebem as respostas do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo de pesquisa.( TRIVIÑOS, 1987, p.146). Segundo essas reflexões, a entrevista semi-estruturada possibilita o pesquisador vivenciar e observar de forma minuciosa cada momento com o entrevistado. O contato com os sujeitos permitiu-nos vivenciar diversas situações, emoções verdadeiras como o relato de experiências, que não tinham sido refletidas
  • 26. 26 pelos próprios pais e que se tornaram essenciais para uma melhor compreensão das questões analisadas. 3.5. Tabulação dos Dados Com os dados coletados iniciamos o tratamento das informações e traçarmos o perfil dos nossos sujeitos através das respostas dos questionários. Fizemos as separações dos dados e conseguimos informações importantes para realização das primeiras abordagens, em seguida, de forma minuciosa e respeitando a opinião dos sujeitos de pesquisa, passamos a analisar as informações contidas nas entrevistas. Com cautela, analisaremos as opiniões dos pais sobre questões voltadas para a contação de histórias e veremos como eles abordam este assunto.
  • 27. 27 CAPÍTULO IV 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Este capítulo traz os resultados da referida pesquisa, nós vamos detalhar a seguir o perfil dos nossos sujeitos e várias questões que são fundamentais para compreendermos melhor quem eles são. Em seguida aprofundaremos esta pesquisa com as respostas que trazem os nossos sujeitos a respeito das nossas inquietações. 4.1. Perfil dos Sujeitos de Pesquisa 4.1.1. Faixa etária Faixa Etária dos Pais Entrevistados 12,5% 25% 12,5% 15 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 35 anos acima de 36 50% Fig 1: Gráfico de Faixa Etária dos Pais Entrevistados. De acordo com as informações obtidas, a faixa etária dos sujeitos varia, 25% tem de 15 a 25 anos, 12,5% de 26 a 30 anos, 50% tem entre 31 a 35 anos e 25% possuem idade superior a 36 anos. Compreendemos que, a idade representa um forte grau de maturidade, sendo que 75% dos sujeitos pesquisado possuem idade superior a 31anos.
  • 28. 28 4.1.2. Nível de escolaridade Ressaltamos ainda, que o nível de escolaridade também varia, 25% possuem o Ensino Fundamental Incompleto, 44% o Ensino Médio incompleto e 31% completaram o Ensino Médio. Dessa forma, identificamos que 69% dos pais não terminaram o Ensino Médio, muitas vezes devido a questões voltadas para o trabalho ou até mesmo por falta de oportunidade quando mais jovens. 4.1.3. Renda familiar Renda Familiar 13% Menos de um Salário Mínimo Um Salário Mínimo 49% Dois Salários Mínimos 38% Fig 2: Gráfico referente a Renda Familiar dos pais entrevistados Segundo os dados coletados, 50% dos pais possuem renda inferior a 1 salário mínimo, o que nos garante afirmar que a maioria não tem emprego fixo, 37% recebem 1 salário mínimo e 13% trabalham e são remunerados com 2 salários mínimos. Todavia, apesar de 50% dos sujeitos não terem uma renda familiar fixa, mesmo assim procuram manter seus filhos em uma escola particular.
  • 29. 29 4.1.4. Quantidade de filhos Em relação a quantidade de filhos, 50% dos sujeitos desta pesquisa tem 2 filhos, 13% tem 3 filhos, 31% apenas um filho e somente 6% tem mais de 3 filhos. 4.1.5. Gosto pela leitura Ao iniciarmos as questões voltadas para o tema proposto “A contação de histórias”, questionamos se os nossos sujeitos gostavam de ler e as respostas foram às seguintes: somente 12% dos pais responderam que sim, gostam muito de ler, 19% disseram que sim, mas que tem preguiça e 69% deles disseram que sim, mas atribuíram a falta de tempo como fator principal para não lerem. 4.1.6. Leituras realizadas: contos, romances e outras formas de literatura Questionamos também, se os sujeitos costumavam ler contos, romances, ou outras formas de literatura, 56% dos pais relataram que sim, de vez em quando, 25% dos sujeitos, afirmaram que sim, mas dificilmente, 13% responderam que não, e somente 6% afirmaram que sim, gostam de ler com freqüência. Entretanto, percebemos que os pais que afirmaram anteriormente que gostam de ler, ainda lêem com pouca freqüência e muitos desconhecem as formas de leituras citadas. 4.1.7. Contar histórias Questionamos se os sujeitos costumavam contar histórias para seus filhos e as respostas foram: 31% deles afirmaram que sim, com freqüência contam histórias para seus filhos. 19% disseram que sim, de vez em quando, 19% pontuaram que sim, mas raramente e somente 31% dos pais responderam que não. 4.2. Análises das Entrevistas – Dialogando com os Pais Para mantermos o sigilo absoluto dos sujeitos de pesquisa, utilizaremos os termos Pai, Mãe 1, Mãe 2, Mãe 3, Mãe 4, Mãe 5 , Mãe 6, Mãe 7 e Mãe 8. Para apresentarmos as análises dos resultados da Entrevista optamos em dialogar com
  • 30. 30 as falas dos pais de acordo com a seqüência das perguntas que foram estabelecidas organizando os dados de uma forma próxima aos objetivos propostos. 4.2.1. As histórias infantis contadas pelos pais É fundamental entender, se os pais contam histórias para os filhos, este é o primeiro passo para compreendermos se esta tarefa ainda está presente na vida das crianças, tarefa esta que deveria fazer parte da vida de todas as crianças. Assim, vejamos o que relatam os Pais a respeito desta questão: Assim, eu conto aquelas historinhas infantis normais, de vez em quando eu conto, que elas pedem, mas é o tempo mesmo, eu trabalho em casa né e ai a gente não tem muito tempo. Uma vez por semana, as vezes duas, depende também da insistência delas. (Mãe 1) Conto, quase todos os dias, só esses dias que eu tava meio doente, ai eu sempre conto e eu sempre compro aquelas coleções. (Mãe 2) Costumo, assim, ela me pede mais na hora de dormir, as vezes é quase todos os dias, as vezes quando ela tá com muito sono ela deita na cama e dorme, ai esquece, mas as vezes quando ela ta elétrica ai eu conto.(Mãe 5) Conto sim, tenho uma filha só graças a Deus (risos). Quase toda noite assim, que ela vai dormir, ela gosta que eu fique contando história pra ela, pra ela dormir entendeu? e as vezes a tarde também, mas é mais difícil é mais a noite. (Mãe 6) Não, mas, porém o pai dela que é assim (pausa)... um pai maravilhoso conta todos os dias, não só conta como cria, os dois juntos e manda ela criar sozinha, então (pausa)... eu não faço isso mas o pai faz. No início assim, quando ela era menorzinha um pouquinho, todas as noites ele contava uma história diferente pra ela, além de contar ele ainda tava criando, fazendo um livro, ainda tão fazendo até hoje. Ai tão fazendo um livro, então ele conta uma história e faz uma parte do livro que eles tão fazendo. (Mãe 8) Eu conto, eu acho que pelo menos uma vez por semana eu conto uma historinha pra ela, ela gosta de ouvir! (Pai) Através dessas reflexões compreende-se que, os pais contam histórias para seus filhos sempre que possível, como relata o Pai. Todavia, a hora de dormir é um momento que permite maior aproximação para realização desta atividade e ressaltamos a fala da Mãe 6, onde ela nos mostra que a própria criança pede para ouvir histórias. É importante pontuarmos que para contar histórias não existe momento certo, porém, como nos diz a Mãe 1, a falta de tempo colabora para a não
  • 31. 31 realização desta atividade, como nos esclarece Cunha (1991) “É constante a afirmação feita pelo adulto de que o cansaço impede qualquer leitura, ao fim de um dia de trabalho”, talvez este seja um dos motivos para que a hora da história seja feita na parte da noite, onde, os Pais geralmente estão em casa com seus filhos. Nesse sentido, é fundamental que as crianças de todas as idades possam entrar em contato com as histórias infantis e a hora da história é um momento de aproximação também na parte da noite, na qual a criança esta se preparando para ter uma noite de sono gostosa e se aprontar para viajar através dos sonhos ouvindo uma voz amada. (ABRAMOVICH; 1997). Compreendemos também, que mesmo os pais que não contam histórias infantis, como é o caso da Mãe 8, apreciam esta arte e valorizam este momento mesmo não participando de tal atividade. Ressaltamos isto quando a Mãe 8 relata com emoção a respeito do esposo através da fala “Que é assim (pausa)... um pai maravilhoso conta todos os dias” . Deste modo, as histórias acabam contagiando não só as crianças como também os pais e levando-os ao encontro dos seus laços sentimentais. 4.2.2. As histórias contadas em casa ou na escola pelas crianças As crianças por diversos momentos acabam recontando as histórias infantis que elas escutam em casa e na escola, é necessário destacarmos a fantasia que elas começam a criar através das histórias. Todavia, ressaltamos a maneira como a criança conta é a forma que ela utiliza para transmitir o que ela aprendeu. É importante percebemos que esta prática acontece com os filhos dos nossos sujeitos: Ele conta. As vezes ele assisti na televisão ai ele conta.(Mãe 2) Sim, costumam. (Mãe 3) Conta, no caso se ele souber de alguma historinha que ele ouviu ele chega me falando. (Mãe 4) Costumam. Eles sempre me contam, as vezes quando eu conto eles começam a debater, fazer perguntas, ai depois quando passa um tempo eles ficam contando pra mim principalmente a menina. (Mãe 5)
  • 32. 32 É perceptível que as crianças recontam as histórias que elas ouvem tanto em casa, como na escola. O recontar da história é uma tarefa importante, pois é preciso atenção para dar sequência aos fatos, dessa maneira as crianças podem aprender a organizarem as suas ideias para poder transmiti-las. Ressaltamos ainda, a fala do Pai quando ele faz um comentário a respeito desta questão “pra outros coleguinhas de rua eu já ouvi né contando, comentando a história e contando, tentando contar do jeito dela,” percebe-se que o próprio pai pontua que a criança realiza a contação de história do seu jeito e reforçamos a reflexão de que é preciso respeitar a maneira como a criança lida com o recontar das histórias. Ao observarmos o relato da Mãe 5 percebemos, que as crianças fazem questionamentos a respeito das histórias, ler histórias é poder... Ter curiosidade, a respeito de tantas questões, é alcançar ideias para poder ir a busca de soluções... É procurar resolver as próprias dificuldades ou buscar um caminho para resolvê-las. (ABRAMOVICH; 1997). Compreende-se através dessas análises, como através das histórias a própria criança entra em contato com diversas situações e se depara com diversas dúvidas, e no decorrer deste percurso elas vão à busca de soluções. 4.2.3. A importância da contação de histórias na família As histórias infantis estimulam a aprendizagem da criança em diversas áreas, através desta arte, podem ser desenvolvidas habilidades que são necessárias para a formação do ser humano por toda a vida. Em relação à importância desta atividade realizada em casa a Mãe 8 explica “É muito importante... principalmente na parte da leitura. Porque a criança só vai querer aprender a ler se ela gostar de ler...”, ela exemplifica a filha que ouve as histórias contadas pelo pai e fica ansiosa para ler, dessa forma a criança aprendeu a ler muito cedo. Após ouvir uma história interessante, a criança utiliza o entusiasmo e vai em busca de outras fontes de informação, e com isso as histórias são encontradas, podendo serem apreciadas novamente, sem dúvida com o passar do tempo as histórias ou partes que são mais importantes vão ficar no pensamento e quando alguém sentir o desejo de relembrar aquele momento que fez o coração bater mais
  • 33. 33 forte e os olhos brilharem, poderão ver o livro e matar a saudade. (SISTO; 2005). Pode-se notar, que os demais pais atribuem importância a arte de contar histórias: Eu acho importante porque é um jeito assim, como é que se diz, de educar assim a leitura, ter o hábito da leitura. Porque hoje em dia a criança é difícil ler, e ai você vai lendo e eles vão aprendendo a ter gosto pela leitura, é bom. (Mãe 2) Eu acho. Porque ai (pausa)... é assim, ela vai mais desenvolvendo, tendo mais interesse em ler, e assim, quando ela tiver os filhos dela, ela também vai passar aquilo que ela aprendeu. (Mãe 5) Constatamos que, a Mãe 2 e a Mãe 5 também atribuem fator importante a contação história para a leitura. Podemos perceber que a Mãe 2 diz que a partir das histórias as crianças adquirem o gosto pela leitura, e a Mãe 5 esclarece que as crianças adquirem interesse em ler. Verifica-se também, que os pais relatam a importância da aproximação que eles tem com os filhos, além do desenvolvimento mental das crianças: Sim porque né, é uma coisa assim (pausa)... eu mesma gosto de contar, porque eu acho que é uma coisa assim... tão... como é mesmo minha primeira filha né ai, é uma aproximação. Ai eu gosto. (Mãe 6) Acho, muito importante, eu acho que assim é o desenvolvimento é (pausa) mental dela né assim, eu vejo muitas crianças que brincam com jogos eletrônicos, esses tipos de coisas e não tem muita história pra contar. Eu acredito que muito que a história desenvolve muito a mente, a mente da criança, do adulto, da criança, de quem quer que seja. (Pai) Concordamos e reforçamos as reflexões dos pais que acham importante contar histórias para as crianças em casa e acreditam que podem ser desenvolvidas habilidades necessárias para o desenvolvimento da criança. A Mãe 3 nos fala “que acha Importante, e que é fundamental para o desenvolvimento da criança.” Nesta perspectiva, Abramovich (1997) nos esclarece que é importante para a formação de crianças de todas as idades escutar muitas histórias e este é o início da aprendizagem para ser um leitor. Os pais podem se empenhar na tarefa de contar história para seus filhos e refletir quais os motivos que os levam a realizar esta prática. Dessa forma vejamos o que nos esclarece Machado (2004):
  • 34. 34 Alguém conta história porque gosta de sonhar, ou quer compartilhar um momento de magia. Ou porque deseja que os outros experimentem o mesmo estado acima e além do tempo. Ou se sente desafiado a conquistar uma audiência , ou o gosto de ver o brilho nos olhos das crianças. Tanta coisa...(p.70). Portanto, existem diversos motivos para os pais contarem histórias para as crianças, isso vai depender do objetivo que eles têm, seja qual for a finalidade elas podem entrar em contato com uma aprendizagem diferenciada com resultados satisfatórios, pois, através das histórias as crianças podem aprender diversas coisas. 4.2.4. A aprendizagem da criança através das histórias As histórias infantis são essenciais para melhorar a aprendizagem das crianças, na escola são assimilados assuntos de forma divertida e em casa podem ser trabalhados temas do cotidiano. Em relação às “coisas” que as crianças podem aprender com as histórias infantis os pais relataram: Eu acho que elas podem assim aprender a ter gosto pelo estudo, elas ouvindo em casa, elas vão aprender a ouvir na escola também, porque elas vão pegar gosto, eu acho que elas aprendem muitas coisas. Seja na escola ou em casa através das histórias. (Mãe1) Na minha opinião, muitas coisas né, para educação. Principalmente a educação deles, no que é contado pra eles, através das histórias (pausa), eles podem aprender respeitar o próximo, quando começa a contar uma história eles podem aprender respeitar o colega, não brigar na escola, ter educação, não responder os professores, isso ai. (Mãe 3) Reforçamos a compreensão expressada na fala da Mãe 1, com as histórias infantis as crianças demonstram um interesse maior em relação ao estudo, aprendem a ouvir os outros e respeitar as opiniões, a Mãe 3 relata também que as histórias desenvolvem um papel educativo, sendo demonstrado através do comportamento das crianças. Ouvir histórias, é entrar em contato com diversas situações, é conhecer uma variedade de acontecimentos, e vivenciar momentos imaginários que são essenciais para a aprendizagem.
  • 35. 35 As histórias aumentam o horizonte dos ouvintes, com elas eles “conhecem a China”, “pisam na lua”, voam através do tempo, da pré- história aos dias de hoje, travam conhecimento com fadas, duendes, monstros e heróis. Estas emoções semeiam a imaginação e estimulam a criatividade. (DOHME, 2000,p.20) As histórias infantis devem ser adequadas de acordo com a idade da criança e com a sua maturidade, a Mãe 7 destaca “Elas aprendem no livro e querem fazer também em casa sabe(...) mas não é todo livro que eu dou pra ela ler entendeu?(...) é mais livro que eu dou pra ela eu escolho, porque tem que escolher né, do jeito que o mundo tá hoje”. Percebemos a preocupação com o desenvolvimento cognitivo da criança, com o estímulo que a literatura traz, outro ponto relevante é a inquietação diante dos valores, o sujeito se mostra consciente de que é preciso orientar, se preocupar com o tipo de literatura adequado a criança, e ele assume prontamente esta função. “O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma histórias ou outra)”(...). (ABRAMOVOVICH 1997) a contação de histórias, antes de mais nada, no ambiente familiar pode ser um ponto onde os momentos de afetividade, de estreitamento de laços entre os membros da família e a criança quando o modelo contemporâneo de família traz os pais trabalhando e chegando em casa cansados e no momento da contação a experiência ser fortíssima; todavia estes estímulos enriquecem a formação da criança, principalmente a criatividade e a imaginação, a curiosidade entre outros. A Mãe 8 foi objetiva em responder o que as crianças podem aprender com as histórias infantis, “Bom... exemplos de como se comportar bem (...) nas histórias tem muito disso, nas fábulas ensina muito também você ter uma boa atitude né de escolher entre o bem e o mal. Então eu acho que isso é importante”, ela acredita que quando as crianças ouvem uma história como as fábulas que passa uma mensagem de fundo moral, onde os personagens são seres da natureza, o comportamento delas pode ser influenciado com resultados positivos. A Mãe 5 nos mostra que a criança utiliza a fantasia para vivenciar as histórias infantis, ela relata “Assim no mundo em que a gente vive hoje, pra ela, dependendo
  • 36. 36 da história elas criam uma fantasia(...)”, a fantasia que ela se refere está atribuída a maneira como a criança se transporta e vivencia os fatos trazidos na história, no conto, na fábula... O como a criança se traveste das personagens e vivem os sentimentos, se emocionam com os fatos acontecidos e se aborrecem com os vilões, se alegram com finais felizes, e com isso querer mudar fatos narrados pelo contador e levar desta vez seu mundo ao mundo da fantasia. 4.2.5. A busca de informações sobre as histórias infantis e o acesso a livros infantis Buscar informações sobre as histórias infantis é necessário para poder compreender como são abordados os diferentes temas contidos nos textos, existem inúmeras maneiras para ter esse contato. Ao questionarmos a respeito desse assunto os Pais disseram que buscam informações, porém são informações voltadas ao senso comum, as questões do dia a dia e não sobre questões formais acadêmicas. Busco, as vezes eu olho assim e acho alguma coisa interessante, ela tem alguns livros de histórias e ela fica me atentando pra mim contar, ai eu começo a falar do meu jeito (risos). (Mãe3). Umas da minha cabeça (risos), eu não sei te explicar muito bem não, eu acho que vem na mente assim, eu nem escrevo antes ou coisa assim parecida não, simplesmente vou contando, vem na minha mente mesmo. Algumas foi coisa que eu ouvi quando era criança né, também alguma história que eu assisti ou que alguém contou pra mim quando criança, eu passo pra ela e outras são inventadas, criadas. (Pai) Através dessa reflexões, as histórias contadas pelos Pais geralmente são as que tem uma acesso mais fácil, histórias inventadas ou que eles escutavam quando crianças e até mesmo aquelas que estão contidas em livros que eles possuem em casa. Vejamos o que relata a Mãe 7: Busco (pausa)... assim, tem vezes que eu compro assim, na rua que eu vejo que dá para mim ler para ela e mostrar os desenhos, que tá adequado, ai eu busco, eu compro, às vezes tem a amiguinha dela que tem, ela fica interessada sabe? de eu pegar pra ler pra ela. Ai eu pego olho como é primeiro pra depois eu mostrar pra ela e tem vezes também que eu fico lendo para ela e ela fica escutando, depois ela pede para ficar olhando e diz ela que tá lendo, ai ela vê os desenhos e ai fala que tá lendo (risos).
  • 37. 37 Esse relato representa uma interessante questão, a Mãe7 mostra interesse em buscar informações sobre as histórias infantis, oferecendo a filha o acesso aos livros, demonstrando em alguns momentos uma preocupação no que diz respeito as leituras. Depreende-se que, a criança em questão, como não domina a leitura, acaba fazendo a leitura de imagem que é necessária para o individuo reconhecer a seqüência de cenas e ter contato com elementos das narrativas, como as personagens, o espaço e o tempo. (GREGORIN FILHO; 2009). Em relação ao acesso com os livros infantis, todos os Pais responderam que em casa as crianças dispõem deste material e acreditam que na escola também, por meio das histórias que as crianças contam, vejamos alguns relatos: Tem, só que a mais nova é muito sapeca e ela rasga o que minha filha ganha e eu compro, só que agora ela cresceu e ela tá aprendendo a deixar, mais ela não deixava não. (Mãe 1). Tem. Essa semana também a gente passou em frente a biblioteca ai ele (pausa), mãe tu me traz pra eu pegar uma livro de histórinha (risos) e eu digo tá bom qualquer dia a gente vem (risos) já é um incentivo né. (Mãe 2). O contato da criança com os livros, é expressado pela Mãe 1 com uma preocupação quanto ao cuidado deste material, concordamos e acrescentamos, que a criança que rasga o livro apesar de não saber ler já está se familiarizando, o rasgar e o pegar, mostra um interesse em conhecer aquele objeto. A mãe 2 diz ainda, que a própria criança se mostra interessada em entrar em contato com os livros, ao reconhecer o ambiente da biblioteca ele estará entrando em contato com a diversidade de materiais existentes naquele local. “Assim, no decorrer de múltiplas leituras, a criança vai incorporando o conceito do livro como depositário de memória, o que pode ser bastante estimulado com visitas à biblioteca”. (GREGORIN FILHO; 2009. p. 53.). Essas reflexões garante-nos afirmar que os entrevistados buscam informações de acordo com as possibilidades e oportunidades que são acessíveis e para que o acesso aos livros seja significativo é preciso que haja um incentivo maior para os pequenos leitores nas práticas envolvendo a leitura.
  • 38. 38 4.2.6. As crianças pedem para ouvir histórias / idade para ouvir histórias Os Pais relataram que as crianças sempre pedem para eles contarem histórias, essa aproximação é muito importante, no tocante afetivo quando se dirime as distancias que a organização da sociedade atual, em que os pais passam muito tempo fora de casa a trabalho; como também obter experiência e momentos impares de formação no tocante ao gosto pela literatura, leitura e a oportunidade da valorização do estimulo a criatividade, a imaginação as vivencias... “Quem conta é também quem aconchega, quem traz pra perto, quem respira junto a quem dialoga”. (SISTO; 2005. p. 32.), diante disso os pais apontam que: Pede, a minha filha pede, ela sempre mamãe conta uma histórinha pra mim principalmente assim, quando vai deitar na hora de dormir, e eu gosto muito de contar aquelas historinhas bíblicas, aqueles livrinhos bíblicos. (Mãe 5). Pede, se ela pudesse todo dia ia dormindo ouvindo uma história. (Pai). Não são apenas as crianças que gostam de ouvir histórias, os adultos expressam um forte interesse por este tema, muitos ainda se reúnem com os familiares para desenvolver esta arte e com tantos coisas para contar perdem a noção do tempo vivendo aquele momento, tão importante para a instituição família e a formação das crianças e também dos pais. Adultos também adoram ouvir uma boa história, passar noites contando causos, horas contando histórias pelo telefone (verdadeiras, fictícias, vontades do que aconteça...) por querer partilhar com outros algum momento que não tenham vivido juntos... quantas vezes, no meio dum papo cálido e próximo, ou agitado e risonho, alguém diz: “ Ei, eu já te contei essa história? Não??? Nossa... Pois é...” (Abramovich , 1997,p.22). Como saber se existe uma idade certa para a criança parar de ouvir histórias, elas que encantam todos aqueles que ouvem e motivam os que contam. Mas será que existe realmente um momento em que as crianças precisam parar de ouvir histórias e os pais devem parar de contá-las? Esses questionamentos surgem muitas vezes mas para que se compreenda melhor tomamos as considerações dos pais que apontam que:
  • 39. 39 Não. Eu até hoje eu gosto de ouvir histórias, eu pedia a minha tia para me contar história, ela me contava tantas histórias e é essas histórias eu conto para minhas filhas. Eu gostava, só que ela já faleceu e se ela estivesse viva até hoje eu pedia pra ela me contar. (Mãe 1). Não, eu acho que não, porque eu mesmo tenho essa idade, eu tou com 39 anos e sempre gosto de ouvir histórias né. Minha mãe nunca contou histórias para mim e tanto quando eu conto pra ela eu fico imaginando também, voltando ao tempo e imaginando. (Mãe 5). Se tem (pausa)... eu não parei não (risos). Eu continuo ouvindo. (Pai) É perceptível que o ato de contar histórias desperta a emoção, percebemos isso na fala comovente da Mãe 1 ao relatar uma experiência de vida a qual esteve presente uma pessoa que teve um enorme significado e ela passa para sua filha experiências de uma vida. O fato de não ter ouvido histórias quando criança foi uma motivação para despertar o desejo da Mãe 5, em levar as histórias infantis para a filha e recordar com emoção a sua infância, o Pai com alegria relata que continua ouvindo e contando história para a filha e que esta atividade sempre esteve presente na sua casa. Compreendemos que não existe idade para contar ou ouvir histórias esta arte encanta todas as pessoas em especial as crianças e torna-se essencial para aprendizagem. 4.2.7. Visão das crianças sobre as histórias infantis As crianças demonstram o que sentem ao entrarem em contato com as histórias, se são agradáveis causam sorrisos imensos, pedem para repetir, querem ser os contadores, quando não são interessantes elas se mostram inquietas, desatentas e não assimilam a ideia do texto. Em relação a opinião das crianças sobre as histórias infantis os pais fizeram as seguintes afirmativas: A Ela adora... ela acha assim (pausa) uma coisa fora do comum (risos). (Mãe 6). Ela gosta, principalmente das princesas ave ela ama. Teve um homem que veio vender uns livros né de princesa,essas coisas, ai ela pediu logo os das princesas, ela ama e ai ela já tem uma coleção em casa, mas ela quer outra. Tem CD, DVD de coleção assim que eu compro que já vem o CD e DVD pra ela assistir e toda hora ela tá passando, ela passa mais de mil vezes o mesmo CD, já tá até ralado (risos). (Mãe 7). Os Pais responderam que as crianças gostam de ouvir histórias, sentem alegria, acham uma coisa inexplicável como relata a Mãe 6, viajam no mundo da
  • 40. 40 imaginação como diz a Mãe 8, “(...) ela simplesmente tá lá dentro da história (...)”. A Mãe 7, afirma que a filha gosta muito, que pede para a mãe comprar as coleções de histórias que são vendidas na escola, a criança demonstram um interesse maior em histórias de contos de fadas: [...] com ou sem a presença de fadas (mas sempre com o maravilhoso), seus argumentos desenvolvem-se da magia feérica (reis, rainhas, príncipes, princesas, fadas, gênios, bruxas, gigantes, anões, objetos mágicos, metamorfoses, tempo e espaço fora da realidade conhecida etc.)e tem como eixo gerador uma problemática existencial. Ou melhor, tem como núcleo problemático à realização essencial do herói ou da heroína, realização que, via de regra, está visceralmente ligado à união homem-mulher. (COELHO, 1987, p. 14). É notório o prazer das crianças, na visão dos pais, ao ouvir histórias. Um ponto positivo que pode-se ressaltar é que os pais também demonstram prazer a contar histórias e também se transportam ao mundo da fantasia, vivem com seus filhos os momentos de prazer propiciados pela literatura. Os pais demonstram que tentam ao máximo proporcionar esses momentos com seus filhos, pois notam que eles se sentem muito bem nestes momentos e afirmam o quão importante é para eles e para as crianças. 4.2.8. Contar histórias é... A contação de histórias na visão dos pais foi o foco principal desta análise, neste sentido foi-se indagado aos sujeitos justamente isso “Em uma palavra contar histórias é” e as reações foram inúmeras como: sorrisos, silêncio, reflexões... a busca por eles para sintetizar o valor em que a contação aparecia na vida deles e dos filhos, e, principalmente dos filhos pois durante a maioria das respostas eles ressaltavam o quão era gratificante ver seus filhos vivenciando estes momentos. “[...] Quantas crianças têm esse prazer satisfeito dentro da sua própria casa, ou melhor, quantos pais se dispõem a essa tarefa? Concordo que chegar em casa depois de um dia exaustivo tira o ânimo de qualquer um, então, como encontrar energia para ainda contar histórias? mas quem disse que criar filhos é uma tarefa fácil”. (BUSATTO, 2003, p. 46). E como resposta apareceram o seguinte: “Importante” (Mãe 1). “Viver” (Mãe 5). “Felicidade” (Mãe 8). E, é nestas respostas que esse estudo se fortalece, pois o
  • 41. 41 reconhecimento, inenarrável, dos pais frente a contação de histórias que a literatura infantil se alicerça. Tão importante para as vivencias e proporcionar momentos de felicidade antes de tudo e dentro disso a aprendizagem se finca, permeada por prazer dos filhos, força de vontade dos pais, que dentro das dificuldades encontradas podem ver as possibilidades de superação e compreender a relevância do ouvir histórias, como também do contar, neste caso.
  • 42. 42 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A arte de contar histórias é uma tradição milenar que continua fazendo parte dos hábitos da humanidade até hoje. Após diversas análises compreendemos que, a Contação de Histórias se faz presente dentro do contexto familiar, e isso ficou expresso através das considerações dos nossos sujeitos. Percebemos, que os Pais mesmo não dispondo de tempo suficiente para realização desta atividade, ainda contam histórias para seus filhos. Os participantes da presente pesquisa relataram uma importância fundamental no desenvolvimento das crianças através das histórias, principalmente no que diz respeito à leitura, sendo uma atividade essencial para a vida do ser humano, demonstraram também que além de ser despertados um interesse maior nas atividades educacionais, uma aproximação necessária com os filhos no contexto familiar é proporcionada. Os pais acreditam que Contar Histórias é “Importante, é poder Viver, como também ter Felicidade” e além de desenvolver a mente da criança, possibilita uma descoberta do mundo da fantasia e da diversão. O contar histórias colabora para que os laços de amor, cumplicidade e aconchego não se percam em meio a falta de tempo do dia a dia e dessa forma, a importância atribuída pelos pais a esta temática nos garante afirmar: As histórias infantis permitem ao contador e ao ouvinte, neste caso os pais e os filhos, manter um relacionamento de afeto essencial para uma boa convivência. Diante destas reflexões, podemos concluir que este trabalho monográfico trouxe uma variedade de informações até então desconhecidas, em relação a visão dos pais a cerca da temática estudada, depreendeu-se que eles demonstraram um interesse significativo em buscar aproximar os filhos dos textos infantis. Assim, concluímos a nossa pesquisa com a satisfação de termos aprofundado com dedicação, ao fim de uma longa caminhada, as nossas propostas em refletir sobre a Literatura Infantil e a Contação de histórias.
  • 43. 43 REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997. (pensamentos e ação no magistério). ÁRIES, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978. BETELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Trad. Arlene Caetano. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. BIANCHI, Anna Cecília de Moraes. Manual de orientação: estágio supervisionado. 3ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson Lerning, 2003. BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. Petrópolis, RJ. ed. Vozes, 2003. COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000. COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. São Paulo: Ática, 1987. CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: teoria e prática. São Paulo: Ática, 1991. DOHME, Vânia D’ Ângelo. Técnicas de contar histórias. 4.ed. São Paulo. Informal, 2000. GREGORIN FILHO, josé Nicolau. Literatura infantil: múltiplas linguagens na formação de leitores. São Paulo. ed. Melhoramentos, 2009. LUDKE, Menga. ANDRE, Marli E. D. Pesquisa em educação: abordagem qualitativa - São Paulo: EPU, 1986. MACHADO, Regina – Arcodais: Fundamentos teórico-poético da arte de contar histórias. São Paulo. DCL, 2004. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa: Planejamento de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. PRADO, Danda., O que é família?. 12 ed. São Paulo:Ática, 1991. SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias: uma arte sem idade. 4. ed. Ática. 1991 SISTO, Celso. Textos e Pretextos sobre a arte de contar histórias. Curitiba. Positivo, 2005.
  • 44. 44 TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Ática, 1987. ZILBERMAN, Regina. A Literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1987.
  • 46. 46 APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO __________________________________________________________ UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAMPUS VII CURSO DE PEDAGOGIA 2008.1 _____________________________________________________________ Prezado (a) Senhor (a): Este questionário tem por intuito coletar informações sobre “Qual a importância da contação de história para a formação da criança na perspectiva dos pais”, os dados coletados serão utilizados para realização de Pesquisa Monográfica. Ressalta-se que não é necessária a sua identificação e que manteremos com sigilo absoluto as suas informações. Desde já agradecemos a sua colaboração e estamos cientes de que sua opinião será de grande importância para a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso. Cássia Milena Por favor, preencha as informações abaixo: QUESTIONÁRIO Perfil dos sujeitos da pesquisa 1- sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 2 – Parentesco com a criança matriculada nesta escola ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Tia/tio ( ) Avó/avô
  • 47. 47 ( ) Irmão/irmã ( ) Outro (_________________________________) 2 – Faixa etária ( ) 15 - 25 anos ( ) 26 - 30 anos ( ) 31- 35 anos ( ) acima de 36 anos 3 – Nível de escolaridade ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo 4 – Renda Familiar ( ) menos de 1 salário mínimo ( ) 1 salário mínimo ( ) 2 salários mínimos ( ) 3 salários mínimos ( ) mais de 3 salários mínimos 5 – Quantos filhos o (a) senhor (a) tem? ( ) 1 filho ( ) 2 filhos ( ) 3 filhos ( ) mais de 3 filhos 6 – Você gosta de ler? ( ) Sim, muito.
  • 48. 48 ( ) Sim, mas não tenho tempo. ( ) Sim, mas tenho preguiça. ( ) Não. 7 – Você costuma ler contos, ou romances, ou outras formas de literatura? ( ) Sim, com frequencia. ( ) Sim, de vez em quando. ( ) Sim, mas dificilmente. ( ) Não. 8 – Qual foi a última vez que você leu um conto, ou romance, ou outra forma de literatura? ( ) Este mês ( ) No mês passado ( ) Já faz seis meses ( ) O ano passado ( ) Faz mais de um ano ( ) Faz muitos anos ( ) Nunca fiz este tipo de leitura 9 – O senhor (a) costuma contar histórias infantis para seu/sua filho(a)? ( ) Sim, com frequencia. ( ) Sim, de vez em quando. ( ) Sim, mas raramente. ( ) Não. 10 – Quando foi a última vez que você leu ou contou uma história infantil para seu/sua filho(a)? ( ) Esta semana ( ) A semana passada ( ) Faz um mês ( ) Faz dois ou três meses ( ) Faz mais de três meses
  • 49. 49 ( ) Faz tanto tempo, que não lembro ( ) Nunca contei ou li historinhas para meu/minha filho/a
  • 50. 50 APÊNDICE B – ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMI - ESTRUTURADA __________________________________________________________ UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAMPUS VII CURSO DE PEDAGOGIA 2008.1 _____________________________________________________________ 1 – O senhor (a) costuma contar histórias para seu (a) filho (a)? Com que frequência? 2 – Seu (a) filho (a) costuma recontar as histórias que ele (a) ouve em casa ou na escola? 3 – O (a) senhor (a) acha importante Contar Histórias em casa para as crianças? Por quê? 4 – O que o (a) senhor (a) acha que as crianças podem aprender com as histórias infantis? 5 – O senhor (a) busca informações sobre as histórias infantis? De que forma? 6 – Seu/sua filho(a) tem acesso a livros infantis em casa? 7 – Seu/sua filho(a) pede para o (a) senhor (a) contar histórias para ele/ela? 8 – O (a) senhor(a) acha que tem uma idade certa da criança parar de ouvir histórias? 09 – O que seu/sua filho(a) acha das histórias infantis? 10 – Em apenas uma palavra Contar História é?