SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  5
Télécharger pour lire hors ligne
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
1
Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
Ministério
da Educação
Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres
Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial
Apropriação cultural da diferença sexual
Os diferentes sistemas de gênero – masculino e feminino – e de formas de operar nas
relações sociais de poder entre homens e mulheres são decorrência da cultura, e não de
diferenças naturais instaladas nos corpos de homens e mulheres. Não faltam exemplos
demonstrativos de que a hierarquia de gênero, em diferentes contextos sociais, é em favor
do masculino. De onde vêm as afirmações de que as mulheres são mais sensíveis e menos
capazes para o comando? A idéia de "inferioridade" feminina foi e é socialmente construída
pelos próprios homens e pelas mulheres ao longo da história.
Para as ciências sociais e humanas, o conceito de gênero
se refere à construção social do sexo anatômico. Ele
foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão
social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas
na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e
de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa
que homens e mulheres são produtos da realidade social e
não decorrência da anatomia de seus corpos. Por exemplo,
o fato de as mulheres, em razão da reprodução, serem
tidas como mais próximas da natureza, tem sido apropriado
por diferentes culturas como símbolo de sua fragilidade ou
de sujeição à ordem natural, que as destinaria sempre à
maternidade.
É comum encontrar em reportagens que comparam a posição de homens e mulheres no
mercado de trabalho as desigualdades existentes:
Grande parte dos postos de direção ocupados por homens (como no próprio sistema•	
escolar).
Significativas diferenças salariais entre homens e mulheres.•	
Estudar o conceito de gênero oferece um olhar mais atento para determinados
processos que consolidam diferenças de valor entre o masculino e o feminino e
que geram desigualdades. Será que, como pai/mãe e educador/a, você consegue
identificar as diferenças na educação de meninos e de meninas? Tenha em mente
essas questões ao ler este texto.
MÓDULO 2 - GÊNERO | unidade 1 | TEXTO 1
Conceito de gênero
Para as ciências sociais
e humanas, o conceito
de gênero se refere à
construção social do
sexo anatômico. (...)
gênero significa que
homens e mulheres são
produtos da realidade
social e não decorrência
da anatomia de seus
corpos.
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
2
Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
Ministério
da Educação
Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres
Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial
Maior concentração de homens em áreas como•	
engenharia, informática, enquanto as mulheres se
concentram em atividades de ensino e cuidado.
À primeira vista, pode parecer que as escolhas ou os
modos de inserção no mundo do trabalho sejam reflexo
de preferências naturais, aptidões natas, capacidades
e desempenhos distintos entre homens e mulheres. No
entanto, se observarmos com atenção, veremos que a
distribuição de homens e mulheres no mercado de trabalho
e as desigualdades decorrentes podem ser socialmente
compreendidas e atribuídas às assimetrias de gênero.
O modo como homens e mulheres se comportam em sociedade
corresponde a um intenso aprendizado sociocultural que nos
ensina a agir conforme as prescrições de cada gênero. Há
uma expectativa social em relação à maneira como homens
e mulheres devem andar, falar, sentar, mostrar seu corpo,
brincar, dançar, namorar, cuidar do outro, amar etc. Conforme
o gênero, também há modos específicos de trabalhar,
gerenciar outras pessoas, ensinar, dirigir o carro, gastar o
dinheiro, ingerir bebidas, dentre outras atividades.
Todos nós, em algum
momento da vida, já nos
inquietamos para tentar
compreender o porquê
de tantas desigualdades
entre homens e mulheres,
expressas nas mais diversas situações. É comum atribuí-
las a características que estariam no corpo ou na mente de
cada um. Essa busca por causas biológicas ou psíquicas para
explicar as diferenças entre homens e mulheres, masculino
e feminino, tem sido recorrente nas ciências biológicas. É
freqüente encontrar nos jornais e nas revistas explicações
científicas baseadas no funcionamento do cérebro ou dos
hormônios, que seria distinto em cada sexo. Tais explicações
encobrem o longo processo de socialização que nos tornou
humanos/as e encobrem, também, o processo de socialização
que divide os indivíduos em gêneros distintos.
No senso comum, as diferenças de gênero são interpretadas
como se fossem naturais, determinadas pelos corpos. Ao
Vejamos o que dizem os PCN,
formulados pelo MEC para o 3º e
4º ciclos do Ensino Fundamental no
tópico que discute essa temática: “O
conceito de gênero diz respeito ao
conjunto das representações sociais
e culturais construídas a partir
da diferença biológica dos sexos.
Enquanto o sexo diz respeito ao
atributo anatômico, no conceito de
gênero toma-se o desenvolvimento
dasnoçõesde‘masculino’e‘feminino’
como construção social. O uso
desse conceito permite abandonar
a explicação da natureza como a
responsável pela grande diferença
existente entre os comportamentos
e os lugares ocupados por homens e
mulheresnasociedade.Essadiferença
historicamente tem privilegiado
os homens, na medida em que a
sociedade não tem oferecido as
mesmas oportunidades de inserção
social e exercício de cidadania a
homens e mulheres. Mesmo com a
grande transformação dos costumes
e dos valores que vêm ocorrendo nas
últimas décadas, ainda persistem
muitas discriminações, por vezes
encobertas, relacionadas ao gênero”
(p.321-322).
No senso comum, as
diferenças de gênero
são interpretadas como
se fossem naturais,
determinadas pelos
corpos. Ao contrário,
as ciências sociais
postulam que essas
diferenças são
socialmente construídas.
(...) Não há um padrão
universal para
comportamentos sexual
ou de gênero que seja
considerado normal,
certo, superior ou, a
priori, o melhor.
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
3
Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
Ministério
da Educação
Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres
Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial
contrário, as ciências sociais postulam que essas diferenças são socialmente construídas. Isto
significa dizer que não há um padrão universal para comportamentos sexual ou de gênero
que seja considerado normal, certo, superior ou, a priori, o melhor. Somos nós, homens e
mulheres, pertencentes a distintas sociedades, a diversos tempos históricos e a contextos
culturais que estabelecemos modos específicos de classificação e de convivência social.
Assim, o conceito de gênero pode nos ajudar a ter um olhar mais atento para determinados
processos que consolidam diferenças de valor entre o masculino e o feminino, gerando
desigualdades.
Um pouco de história
As questões de gênero refletem o modo como diferentes povos, em diversos períodos
históricos, classificam as atividades de trabalho na esfera pública e privada, os atributos
pessoais e os encargos destinados a homens e a mulheres no campo da religião, da política,
do lazer, da educação, dos cuidados com saúde, da sexualidade etc.
O conceito de gênero, hoje em dia corrente nas páginas de jornal e nos textos que orientam
as políticas públicas, nasceu de um diálogo entre o movimento feminista e suas teóricas e
as pesquisadoras de diversas disciplinas – história, sociologia, antropologia, ciência política,
demografia, entre outras.
Uma figura emblemática desse movimento de idéias é a
filósofa Simone de Beauvoir, que em 1949 escreveu o livro
O Segundo Sexo. Ele daria um novo impulso à reflexão sobre
as desigualdades entre homens e mulheres nas sociedades
modernas acerca do porquê do feminino e das mulheres
serem concebidos dentro de um sistema de relações de
poder que tendia a inferiorizá-los. É dela a famosa frase “não
se nasce mulher, torna-se mulher”. Com esta formulação,
ela buscava descartar qualquer determinação “natural” da
conduta feminina.
O movimento feminista não começou com esta escritora;
houve em diversos momentos históricos anteriores
iniciativas políticas de mulheres buscando alterar uma
posição subalterna na sociedade, a ponto de alguns
estudiosos considerarem a existência de múltiplos
movimentos feministas. Um desses exemplos são as chamadas sufragistas, que lutavam
no início do século passado para que as mulheres tivessem o mesmo direito de votar que
era concedido aos homens.
Simone de Beauvoir (Paris, 9 de
janeiro de 1908 – Paris, 14 de abril
de 1986) foi escritora, filósofa
existencialista e feminista francesa.
Elaescreviaromancesemonografias
sobre filosofia, política, sociedade,
além de ensaios e biografias;
escreveu sua autobiografia. Entre
seus ensaios críticos, cabe destacar O
Segundo Sexo (1949), uma profunda
análise sobre o papel das mulheres
na sociedade; A velhice (1970), sobre
o processo de envelhecimento, no
qual teceu críticas apaixonadas
sobre a atitude da sociedade para
com os anciãos.
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
4
Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
Ministério
da Educação
Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres
Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial
A luta pelo sufrágio feminino. Veja como a conquista do direito ao voto para as mulheres
variou muito entre as diferentes sociedades:
Ano de Conquista do Voto Feminino País
1917 URSS, com a Revolução.
1918 Alemanha
1919 EUA
1928 Inglaterra
1932 Brasil
1945 França, Itália, Japão
1973 Suíça
A crítica e a luta pela mudança dessa situação caracterizaram o movimento social das
mulheres, que apresenta diferentes vertentes, assim como o próprio conceito de gênero,
em evolução através de variadas abordagens, cada vez mais
sofisticadas.
O conceito de gênero, como vimos, foi elaborado para
evidenciar que o sexo anatômico não é o elemento definidor
das condutas da espécie humana. As culturas criam padrões
que estão associados a corpos que se distinguem por seu
aparato genital e que, através do contato sexual, podem gerar outros seres: isto é a reprodução
humana. Observe como se entrelaçam o sexo, a sexualidade – aqui a heterossexual – e o
gênero. Estas dimensões se cruzam, mas uma dimensão não decorre da outra! Ter um corpo
feminino não significa que a mulher deseje realizar-se como mãe. Corpos designados como
masculinos podem expressar gestos tidos como femininos em
determinado contexto social, e podem também ter contatos
sexuais com outros corpos sinalizando uma sexualidade que
contraria a expectativa dominante de que o “normal” é o
encontro sexual entre homem e mulher.
Desde 1964, o psiquiatra norte-americano Robert Stoller vem
desenvolvendo estudos sobre masculinidade, feminilidade
e a questão da identidade de gênero, criando um ponto de
partida para o estudo mais sistemático do travestismo. Este
é um dos fenômenos da não-conformidade com as exigências
sociais de “coerência” entre o sexo anatômico, a indumentária
e o gestual supostamente referente ao sexo oposto. As travestis – pessoas cujo gênero e
identidade social são opostos ao do seu sexo biológico e que vivem cotidianamente como
pessoas do seu gênero de escolha – elaboram identidades que não devem ser entendidas
como “cópias de mulheres”, mas como uma forma alternativa de identidades de gênero.
Entre as muitas autoras importantes para o desenvolvimento do conceito de gênero, destaca-
Corpos designados
como masculinos podem
expressar gestos tidos
como femininos (...)
As travestis (...)
elaboram identidades
que não devem ser
entendidas como “cópias
de mulheres”, mas como
uma forma alternativa
de identidades de
gênero.
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
5
Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
Ministério
da Educação
Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres
Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial
se a antropóloga norte-americana Gayle Rubin, que em 1975
defendeu a idéia da existência de um sistema sexo-gênero em
todas as sociedades. Outra contribuição importante e muito
conhecida no Brasil é o texto Gênero: uma categoria útil de
análise histórica, de Joan Scott. Esta publicação contribuiu
para que pesquisadores da área de ciências humanas
reconhecessem a importância das relações sociais que se
estabelecem com base nas diferenças percebidas entre homens
e mulheres. Há também uma significativa produção científica
realizada por pesquisadoras francesas, dentre as quais se
destacam Christine Delphy e Danièle Kergoat, que elaboraram
o tema “divisão sexual do trabalho doméstico”. A primeira
desenvolveu a teoria de que, em decorrência das relações de
gênero que naturalizam as atividades de cuidado, os homens
e os maridos exploram suas esposas e companheiras ao se
beneficiarem do trabalho doméstico gratuito. De fato, não
são apenas os homens próximos, mas a sociedade como um
todo que não reconhece ser o trabalho doméstico gerador
de riqueza, uma vez que a garantia de atendimento das
necessidades de alimentação, repouso e conforto possibilitam
a dedicação ao trabalho externo e à produção.
Glossário
Assimetrias de gênero: Desigualdades de oportunidades, condições e
direitos entre homens e mulheres, gerando uma hierarquia de gênero.
Gênero: Conceito formulado nos anos 1970 com profunda influência do pensamento feminista. Ele foi criado para
distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie
humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa
que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos.
Identidade de Gênero: Diz respeito à percepção subjetiva de ser masculino ou feminino, conforme os atributos,
os comportamentos e os papéis convencionalmente estabelecidos para homens e mulheres.
Movimento Feminista: Movimento social e político de defesa de direitos iguais para mulheres e homens, tanto
no âmbito da legislação (plano normativo e jurídico), quanto no plano da formulação de políticas públicas que
ofereçam serviços e programas sociais de apoio a mulheres.
Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu
sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam
seus corpos através de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém vale ressaltar que
isso não é regra para todas (Definição adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008).
Para uma história da análise sobre a
divisãosexualdotrabalhodoméstico,
veja os artigos:
“Novas configurações da Divisão
Sexual do Trabalho”, de Helena
Hirata e Danièle Kergoat. Cadernos
de Pesquisa da Fundação Carlos
Chagas,vol.37,nº132,págs.595-609,
set.-dez. 2007.
“Trabalho Doméstico: inatividade
econômica ou trabalho não-
remunerado”, de Cristina Bruschini.
In:ClaraAraújo,FelíciaPicançoeCeli
Scalon. Novas conciliações e antigas
tensões? Gênero, família e trabalho
em perspectiva comparada. São
Paulo: Edusc, 2008.
Consulte ainda no web site do CLAM
a entrevista do sociólogo sueco
GöranTherborn–“Relaçõesdepoder
entreossexos”.http://www.clam.org.
br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=3672&sid=7

Contenu connexe

Tendances

Cap 18 desigualdades de várias ordens
Cap 18 desigualdades de várias ordensCap 18 desigualdades de várias ordens
Cap 18 desigualdades de várias ordensDante Galvao
 
[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"
[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"
[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"Karoline Rodrigues de Melo
 
Conceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologia
Conceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologiaConceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologia
Conceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologiaFrederico Marques Sodré
 
DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL Cibele Machado
 
A mulher e o mercado de trabalho
A mulher e o mercado de trabalhoA mulher e o mercado de trabalho
A mulher e o mercado de trabalhoIsabel Vitória
 
Os Movimentos Sociais
Os Movimentos Sociais Os Movimentos Sociais
Os Movimentos Sociais Isaquel Silva
 
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Violência
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre ViolênciaSlides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Violência
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre ViolênciaTurma Olímpica
 
Cidadania e democracia
Cidadania e democraciaCidadania e democracia
Cidadania e democraciaLucas Justino
 
Perguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de género
Perguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de géneroPerguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de género
Perguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de géneroLicínia Simões
 
Aula 2 Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe Assunção
Aula 2  Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe AssunçãoAula 2  Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe Assunção
Aula 2 Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 

Tendances (20)

Power Point "Racismo e Desigualdades Raciais no Brasil"
Power Point "Racismo e Desigualdades Raciais no Brasil"Power Point "Racismo e Desigualdades Raciais no Brasil"
Power Point "Racismo e Desigualdades Raciais no Brasil"
 
Gênero e Sexualidade
Gênero e Sexualidade Gênero e Sexualidade
Gênero e Sexualidade
 
Cap 18 desigualdades de várias ordens
Cap 18 desigualdades de várias ordensCap 18 desigualdades de várias ordens
Cap 18 desigualdades de várias ordens
 
Desigualdade
DesigualdadeDesigualdade
Desigualdade
 
[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"
[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"
[1º ano] Sociologia: Texto "O Estudo da Sociologia"
 
Aula classes sociais
Aula classes sociaisAula classes sociais
Aula classes sociais
 
Desigualdade Social
Desigualdade SocialDesigualdade Social
Desigualdade Social
 
Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
 
Conceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologia
Conceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologiaConceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologia
Conceitos de gênero, sexo e sexualidade sociologia
 
DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
 
Desigualdade De Género
Desigualdade De GéneroDesigualdade De Género
Desigualdade De Género
 
Sociologia da educação
Sociologia da educação Sociologia da educação
Sociologia da educação
 
A mulher e o mercado de trabalho
A mulher e o mercado de trabalhoA mulher e o mercado de trabalho
A mulher e o mercado de trabalho
 
Clássicos da sociologia
Clássicos da sociologiaClássicos da sociologia
Clássicos da sociologia
 
Os Movimentos Sociais
Os Movimentos Sociais Os Movimentos Sociais
Os Movimentos Sociais
 
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Violência
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre ViolênciaSlides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Violência
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Violência
 
Cidadania e democracia
Cidadania e democraciaCidadania e democracia
Cidadania e democracia
 
Empoderamento feminino
Empoderamento femininoEmpoderamento feminino
Empoderamento feminino
 
Perguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de género
Perguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de géneroPerguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de género
Perguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de género
 
Aula 2 Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe Assunção
Aula 2  Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe AssunçãoAula 2  Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe Assunção
Aula 2 Diferentes ou desiguais - Sociologia - 1º ano EM - Prof. Noe Assunção
 

En vedette

Engajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15p
Engajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15pEngajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15p
Engajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15pReinaldo Bulgarelli
 
Edu diversidadesexual
Edu diversidadesexualEdu diversidadesexual
Edu diversidadesexualLicia Neppel
 
Diversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBT
Diversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBTDiversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBT
Diversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBTFrancisco José A. C. Souza
 
Diversidade de gênero e políticas publicas para população lgbt
Diversidade de gênero  e políticas publicas para população lgbtDiversidade de gênero  e políticas publicas para população lgbt
Diversidade de gênero e políticas publicas para população lgbtChris França
 
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)Rosane Domingues
 
Gênero e Diversidade Sexual na Escola
Gênero e Diversidade Sexual na EscolaGênero e Diversidade Sexual na Escola
Gênero e Diversidade Sexual na Escolasulieverena31
 

En vedette (6)

Engajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15p
Engajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15pEngajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15p
Engajamento de lideranças e diversidade reinaldo bulgarelli 02jul15p
 
Edu diversidadesexual
Edu diversidadesexualEdu diversidadesexual
Edu diversidadesexual
 
Diversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBT
Diversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBTDiversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBT
Diversidade Aplicativo: Um Aplicativo para a Visibilidade LGBT
 
Diversidade de gênero e políticas publicas para população lgbt
Diversidade de gênero  e políticas publicas para população lgbtDiversidade de gênero  e políticas publicas para população lgbt
Diversidade de gênero e políticas publicas para população lgbt
 
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
 
Gênero e Diversidade Sexual na Escola
Gênero e Diversidade Sexual na EscolaGênero e Diversidade Sexual na Escola
Gênero e Diversidade Sexual na Escola
 

Similaire à Conceito de gênero.

GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.
GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.
GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.Juliana Anacleto
 
Cultura e sexualidade resumo
Cultura e sexualidade resumoCultura e sexualidade resumo
Cultura e sexualidade resumoTradicao Viva
 
Um olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidadeUm olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidadepibiduergsmontenegro
 
RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...
RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...
RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...Fábio Fernandes
 
Gênero e outras formas de classificação social.
Gênero e outras formas de classificação social.Gênero e outras formas de classificação social.
Gênero e outras formas de classificação social.Fábio Fernandes
 
Aula 6 adolescência e relações de gênero
Aula 6   adolescência e relações de gêneroAula 6   adolescência e relações de gênero
Aula 6 adolescência e relações de gêneroariadnemonitoria
 
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.Fábio Fernandes
 
Psicologia Social e Gênero
Psicologia Social e GêneroPsicologia Social e Gênero
Psicologia Social e GêneroEstef74
 

Similaire à Conceito de gênero. (20)

Conceito de gênero.
Conceito de gênero.Conceito de gênero.
Conceito de gênero.
 
GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.
GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.
GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.
 
O que é sexo
O que é sexoO que é sexo
O que é sexo
 
Sociologia Gênero e Saúde
Sociologia Gênero e Saúde Sociologia Gênero e Saúde
Sociologia Gênero e Saúde
 
Cultura e sexualidade resumo
Cultura e sexualidade resumoCultura e sexualidade resumo
Cultura e sexualidade resumo
 
Um olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidadeUm olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidade
 
RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...
RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...
RELAÇÕES DE GÊNERO: FONTES, METODOLOGIAS E POTENCIALIDADES DE PESQUISA EM HIS...
 
Gênero e outras formas de classificação social.
Gênero e outras formas de classificação social.Gênero e outras formas de classificação social.
Gênero e outras formas de classificação social.
 
Sexualidade
SexualidadeSexualidade
Sexualidade
 
Gênero inicialppt
Gênero   inicialpptGênero   inicialppt
Gênero inicialppt
 
Gênero inicialppt
Gênero   inicialpptGênero   inicialppt
Gênero inicialppt
 
Geografia 6 anos
Geografia 6 anosGeografia 6 anos
Geografia 6 anos
 
A linguagem não-sexista.
A linguagem não-sexista.A linguagem não-sexista.
A linguagem não-sexista.
 
Gênero.ppt
Gênero.pptGênero.ppt
Gênero.ppt
 
Genero
GeneroGenero
Genero
 
Genero
GeneroGenero
Genero
 
Aula 6 adolescência e relações de gênero
Aula 6   adolescência e relações de gêneroAula 6   adolescência e relações de gênero
Aula 6 adolescência e relações de gênero
 
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
 
Raça. sexualidade e saude
Raça. sexualidade e saudeRaça. sexualidade e saude
Raça. sexualidade e saude
 
Psicologia Social e Gênero
Psicologia Social e GêneroPsicologia Social e Gênero
Psicologia Social e Gênero
 

Plus de Fábio Fernandes

Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Fábio Fernandes
 
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Fábio Fernandes
 
Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Fábio Fernandes
 
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaCONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaFábio Fernandes
 
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêOfício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêFábio Fernandes
 
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017Fábio Fernandes
 
Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Fábio Fernandes
 
Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Fábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CESúmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBSúmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBSúmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PASúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PAFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CESúmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CEFábio Fernandes
 

Plus de Fábio Fernandes (20)

Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018
 
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
 
Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017
 
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaCONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
 
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêOfício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
 
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
 
Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017
 
Tabela do Paraibano 2017
Tabela do Paraibano 2017Tabela do Paraibano 2017
Tabela do Paraibano 2017
 
Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CESúmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
 
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBSúmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBSúmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PASúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
 
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CESúmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
 

Dernier

Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...LizanSantos1
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoMary Alvarenga
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 

Dernier (20)

Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 

Conceito de gênero.

  • 1. CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA 1 Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais Ministério da Educação Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Apropriação cultural da diferença sexual Os diferentes sistemas de gênero – masculino e feminino – e de formas de operar nas relações sociais de poder entre homens e mulheres são decorrência da cultura, e não de diferenças naturais instaladas nos corpos de homens e mulheres. Não faltam exemplos demonstrativos de que a hierarquia de gênero, em diferentes contextos sociais, é em favor do masculino. De onde vêm as afirmações de que as mulheres são mais sensíveis e menos capazes para o comando? A idéia de "inferioridade" feminina foi e é socialmente construída pelos próprios homens e pelas mulheres ao longo da história. Para as ciências sociais e humanas, o conceito de gênero se refere à construção social do sexo anatômico. Ele foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos. Por exemplo, o fato de as mulheres, em razão da reprodução, serem tidas como mais próximas da natureza, tem sido apropriado por diferentes culturas como símbolo de sua fragilidade ou de sujeição à ordem natural, que as destinaria sempre à maternidade. É comum encontrar em reportagens que comparam a posição de homens e mulheres no mercado de trabalho as desigualdades existentes: Grande parte dos postos de direção ocupados por homens (como no próprio sistema• escolar). Significativas diferenças salariais entre homens e mulheres.• Estudar o conceito de gênero oferece um olhar mais atento para determinados processos que consolidam diferenças de valor entre o masculino e o feminino e que geram desigualdades. Será que, como pai/mãe e educador/a, você consegue identificar as diferenças na educação de meninos e de meninas? Tenha em mente essas questões ao ler este texto. MÓDULO 2 - GÊNERO | unidade 1 | TEXTO 1 Conceito de gênero Para as ciências sociais e humanas, o conceito de gênero se refere à construção social do sexo anatômico. (...) gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos.
  • 2. CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA 2 Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais Ministério da Educação Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Maior concentração de homens em áreas como• engenharia, informática, enquanto as mulheres se concentram em atividades de ensino e cuidado. À primeira vista, pode parecer que as escolhas ou os modos de inserção no mundo do trabalho sejam reflexo de preferências naturais, aptidões natas, capacidades e desempenhos distintos entre homens e mulheres. No entanto, se observarmos com atenção, veremos que a distribuição de homens e mulheres no mercado de trabalho e as desigualdades decorrentes podem ser socialmente compreendidas e atribuídas às assimetrias de gênero. O modo como homens e mulheres se comportam em sociedade corresponde a um intenso aprendizado sociocultural que nos ensina a agir conforme as prescrições de cada gênero. Há uma expectativa social em relação à maneira como homens e mulheres devem andar, falar, sentar, mostrar seu corpo, brincar, dançar, namorar, cuidar do outro, amar etc. Conforme o gênero, também há modos específicos de trabalhar, gerenciar outras pessoas, ensinar, dirigir o carro, gastar o dinheiro, ingerir bebidas, dentre outras atividades. Todos nós, em algum momento da vida, já nos inquietamos para tentar compreender o porquê de tantas desigualdades entre homens e mulheres, expressas nas mais diversas situações. É comum atribuí- las a características que estariam no corpo ou na mente de cada um. Essa busca por causas biológicas ou psíquicas para explicar as diferenças entre homens e mulheres, masculino e feminino, tem sido recorrente nas ciências biológicas. É freqüente encontrar nos jornais e nas revistas explicações científicas baseadas no funcionamento do cérebro ou dos hormônios, que seria distinto em cada sexo. Tais explicações encobrem o longo processo de socialização que nos tornou humanos/as e encobrem, também, o processo de socialização que divide os indivíduos em gêneros distintos. No senso comum, as diferenças de gênero são interpretadas como se fossem naturais, determinadas pelos corpos. Ao Vejamos o que dizem os PCN, formulados pelo MEC para o 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental no tópico que discute essa temática: “O conceito de gênero diz respeito ao conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos. Enquanto o sexo diz respeito ao atributo anatômico, no conceito de gênero toma-se o desenvolvimento dasnoçõesde‘masculino’e‘feminino’ como construção social. O uso desse conceito permite abandonar a explicação da natureza como a responsável pela grande diferença existente entre os comportamentos e os lugares ocupados por homens e mulheresnasociedade.Essadiferença historicamente tem privilegiado os homens, na medida em que a sociedade não tem oferecido as mesmas oportunidades de inserção social e exercício de cidadania a homens e mulheres. Mesmo com a grande transformação dos costumes e dos valores que vêm ocorrendo nas últimas décadas, ainda persistem muitas discriminações, por vezes encobertas, relacionadas ao gênero” (p.321-322). No senso comum, as diferenças de gênero são interpretadas como se fossem naturais, determinadas pelos corpos. Ao contrário, as ciências sociais postulam que essas diferenças são socialmente construídas. (...) Não há um padrão universal para comportamentos sexual ou de gênero que seja considerado normal, certo, superior ou, a priori, o melhor.
  • 3. CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA 3 Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais Ministério da Educação Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial contrário, as ciências sociais postulam que essas diferenças são socialmente construídas. Isto significa dizer que não há um padrão universal para comportamentos sexual ou de gênero que seja considerado normal, certo, superior ou, a priori, o melhor. Somos nós, homens e mulheres, pertencentes a distintas sociedades, a diversos tempos históricos e a contextos culturais que estabelecemos modos específicos de classificação e de convivência social. Assim, o conceito de gênero pode nos ajudar a ter um olhar mais atento para determinados processos que consolidam diferenças de valor entre o masculino e o feminino, gerando desigualdades. Um pouco de história As questões de gênero refletem o modo como diferentes povos, em diversos períodos históricos, classificam as atividades de trabalho na esfera pública e privada, os atributos pessoais e os encargos destinados a homens e a mulheres no campo da religião, da política, do lazer, da educação, dos cuidados com saúde, da sexualidade etc. O conceito de gênero, hoje em dia corrente nas páginas de jornal e nos textos que orientam as políticas públicas, nasceu de um diálogo entre o movimento feminista e suas teóricas e as pesquisadoras de diversas disciplinas – história, sociologia, antropologia, ciência política, demografia, entre outras. Uma figura emblemática desse movimento de idéias é a filósofa Simone de Beauvoir, que em 1949 escreveu o livro O Segundo Sexo. Ele daria um novo impulso à reflexão sobre as desigualdades entre homens e mulheres nas sociedades modernas acerca do porquê do feminino e das mulheres serem concebidos dentro de um sistema de relações de poder que tendia a inferiorizá-los. É dela a famosa frase “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Com esta formulação, ela buscava descartar qualquer determinação “natural” da conduta feminina. O movimento feminista não começou com esta escritora; houve em diversos momentos históricos anteriores iniciativas políticas de mulheres buscando alterar uma posição subalterna na sociedade, a ponto de alguns estudiosos considerarem a existência de múltiplos movimentos feministas. Um desses exemplos são as chamadas sufragistas, que lutavam no início do século passado para que as mulheres tivessem o mesmo direito de votar que era concedido aos homens. Simone de Beauvoir (Paris, 9 de janeiro de 1908 – Paris, 14 de abril de 1986) foi escritora, filósofa existencialista e feminista francesa. Elaescreviaromancesemonografias sobre filosofia, política, sociedade, além de ensaios e biografias; escreveu sua autobiografia. Entre seus ensaios críticos, cabe destacar O Segundo Sexo (1949), uma profunda análise sobre o papel das mulheres na sociedade; A velhice (1970), sobre o processo de envelhecimento, no qual teceu críticas apaixonadas sobre a atitude da sociedade para com os anciãos.
  • 4. CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA 4 Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais Ministério da Educação Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial A luta pelo sufrágio feminino. Veja como a conquista do direito ao voto para as mulheres variou muito entre as diferentes sociedades: Ano de Conquista do Voto Feminino País 1917 URSS, com a Revolução. 1918 Alemanha 1919 EUA 1928 Inglaterra 1932 Brasil 1945 França, Itália, Japão 1973 Suíça A crítica e a luta pela mudança dessa situação caracterizaram o movimento social das mulheres, que apresenta diferentes vertentes, assim como o próprio conceito de gênero, em evolução através de variadas abordagens, cada vez mais sofisticadas. O conceito de gênero, como vimos, foi elaborado para evidenciar que o sexo anatômico não é o elemento definidor das condutas da espécie humana. As culturas criam padrões que estão associados a corpos que se distinguem por seu aparato genital e que, através do contato sexual, podem gerar outros seres: isto é a reprodução humana. Observe como se entrelaçam o sexo, a sexualidade – aqui a heterossexual – e o gênero. Estas dimensões se cruzam, mas uma dimensão não decorre da outra! Ter um corpo feminino não significa que a mulher deseje realizar-se como mãe. Corpos designados como masculinos podem expressar gestos tidos como femininos em determinado contexto social, e podem também ter contatos sexuais com outros corpos sinalizando uma sexualidade que contraria a expectativa dominante de que o “normal” é o encontro sexual entre homem e mulher. Desde 1964, o psiquiatra norte-americano Robert Stoller vem desenvolvendo estudos sobre masculinidade, feminilidade e a questão da identidade de gênero, criando um ponto de partida para o estudo mais sistemático do travestismo. Este é um dos fenômenos da não-conformidade com as exigências sociais de “coerência” entre o sexo anatômico, a indumentária e o gestual supostamente referente ao sexo oposto. As travestis – pessoas cujo gênero e identidade social são opostos ao do seu sexo biológico e que vivem cotidianamente como pessoas do seu gênero de escolha – elaboram identidades que não devem ser entendidas como “cópias de mulheres”, mas como uma forma alternativa de identidades de gênero. Entre as muitas autoras importantes para o desenvolvimento do conceito de gênero, destaca- Corpos designados como masculinos podem expressar gestos tidos como femininos (...) As travestis (...) elaboram identidades que não devem ser entendidas como “cópias de mulheres”, mas como uma forma alternativa de identidades de gênero.
  • 5. CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA 5 Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais Ministério da Educação Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial se a antropóloga norte-americana Gayle Rubin, que em 1975 defendeu a idéia da existência de um sistema sexo-gênero em todas as sociedades. Outra contribuição importante e muito conhecida no Brasil é o texto Gênero: uma categoria útil de análise histórica, de Joan Scott. Esta publicação contribuiu para que pesquisadores da área de ciências humanas reconhecessem a importância das relações sociais que se estabelecem com base nas diferenças percebidas entre homens e mulheres. Há também uma significativa produção científica realizada por pesquisadoras francesas, dentre as quais se destacam Christine Delphy e Danièle Kergoat, que elaboraram o tema “divisão sexual do trabalho doméstico”. A primeira desenvolveu a teoria de que, em decorrência das relações de gênero que naturalizam as atividades de cuidado, os homens e os maridos exploram suas esposas e companheiras ao se beneficiarem do trabalho doméstico gratuito. De fato, não são apenas os homens próximos, mas a sociedade como um todo que não reconhece ser o trabalho doméstico gerador de riqueza, uma vez que a garantia de atendimento das necessidades de alimentação, repouso e conforto possibilitam a dedicação ao trabalho externo e à produção. Glossário Assimetrias de gênero: Desigualdades de oportunidades, condições e direitos entre homens e mulheres, gerando uma hierarquia de gênero. Gênero: Conceito formulado nos anos 1970 com profunda influência do pensamento feminista. Ele foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos. Identidade de Gênero: Diz respeito à percepção subjetiva de ser masculino ou feminino, conforme os atributos, os comportamentos e os papéis convencionalmente estabelecidos para homens e mulheres. Movimento Feminista: Movimento social e político de defesa de direitos iguais para mulheres e homens, tanto no âmbito da legislação (plano normativo e jurídico), quanto no plano da formulação de políticas públicas que ofereçam serviços e programas sociais de apoio a mulheres. Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos através de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém vale ressaltar que isso não é regra para todas (Definição adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008). Para uma história da análise sobre a divisãosexualdotrabalhodoméstico, veja os artigos: “Novas configurações da Divisão Sexual do Trabalho”, de Helena Hirata e Danièle Kergoat. Cadernos de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas,vol.37,nº132,págs.595-609, set.-dez. 2007. “Trabalho Doméstico: inatividade econômica ou trabalho não- remunerado”, de Cristina Bruschini. In:ClaraAraújo,FelíciaPicançoeCeli Scalon. Novas conciliações e antigas tensões? Gênero, família e trabalho em perspectiva comparada. São Paulo: Edusc, 2008. Consulte ainda no web site do CLAM a entrevista do sociólogo sueco GöranTherborn–“Relaçõesdepoder entreossexos”.http://www.clam.org. br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start. htm?infoid=3672&sid=7