O documento discute a aplicação de um novo modelo de auto-avaliação para bibliotecas escolares. Apresenta os quatro domínios do modelo: apoio ao desenvolvimento curricular, leitura e literacias, projetos e atividades, e gestão da biblioteca. Também descreve os objetivos da biblioteca em promover o prazer de ler e apoiar o processo de ensino-aprendizagem.
Análise Crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das BEs
1. Análise Crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das BEs
Quando nos propomos enfrentar mais este desafio de auto-avaliação das BEs,
parece-me pertinente a proposta de se fazer uma análise crítica do Modelo e da
adequação e constrangimentos da sua aplicação
A BE /CRE é um espaço de trabalho que como qualquer outro deve ser
susceptível de avaliação com vista à sua melhoria e poder aferir-se o impacto das
actividades aí desenvolvidas no processo de ensino aprendizagem e através das
evidências apresentadas poder ser avaliado o impacto no sucesso dos alunos.
A BE deve ser um espaço luminoso, bem apetrechado e equipado mas deve
ser sobretudo um espaço de aprendizagem efectiva e de progresso na vida dos alunos
e nos objectivos da Escola.
Está fora de qualquer questão colocar em dúvida a pertinência de uma auto-
avaliação do trabalho desenvolvido, com a qual eu concordo em absoluto, embora eu
não saiba bem se este modelo é o mais apropriado, talvez por falta de conhecimento
ainda da sua aplicação prática – talvez no final do ano eu esteja menos céptica quanto
à sua aplicação.
Quero acreditar que os resultados dos diferentes estudos realizados a nível
mundial tenham o sucesso revelado ,numa época de mudança global, que muitas
vezes nos ultrapassa inexoravelmente.
A pertinência de um modelo de avaliação nas BES é essencial para que esta
se integre no projecto da Escola e possa divulgar as suas práticas de uma forma
coerente e estruturada e a sua importância nas várias actividades da escola. Ela é, em
minha opinião, desde há anos, o motor dinamizador do processo ensino/aprendizagem
das escolas do Agrupamento.
A actualização do fundo documental permite fazer uma gestão mais criteriosa
da colecção existente e tem permitido desenvolver nos discentes competências que
levam a aprendizagens para o resto da vida.
No nosso Plano da Acção traçado para o quadriénio, até 2013, assumem
particular importância as linhas que regem o Projecto Educativo e o Projecto Curricular
da Escola para a definição das actividades estruturadas e planificadas no Plano Anual
de Actividades.
Este Plano assenta em domínios a observar e, permite-nos criar uma estrutura
assente em quatro eixos ou domínios: Apoio ao Desenvolvimento Curricular; Leitura e
literacias; Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade e
Gestão da Biblioteca Escolar.
Claro que há anos que este trabalho está a ser feito e eu falo pela Biblioteca da
minha escola, a Escola EB 2,3 Sá Couto – Espinho. Se me perguntarem, se está a ser
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2. feito bem, eu direi que talvez esta formação me vá fazer rever atitudes,
comportamentos e formas de auto-avaliação que me permitam mais facilmente
conhecer os resultados.
Sempre tivemos como objectivo da BE uma política de trabalho colaborativo
através de propostas de actividades saídas da escola para o resto do Agrupamento
como recebemos propostas vindas das estruturas directivas, professores, alunos e
pais.
A avaliação sempre foi feita, mas parece-me que agora sê-lo-á mais
fundamentadamente fazendo uma integração e aplicação mais consistente na
realidade da Escola.
A nossa equipa, por mim coordenada, é composta por elementos com
formação e motivada que, muitas vezes, mesmo em circunstâncias adversas não
desanima na aplicação dos objectivos propostos para o nosso trabalho, dos quais
destaco:
- Desenvolver nos alunos competências e hábitos de trabalho autónomo
baseado na consulta, tratamento e produção da informação.
- É uma preocupação estimular alunos para o prazer de ler, associando a
leitura, os livros e a BE a um espaço de ocupação feito com prazer, mesmo nos
tempos livres.
- A BE construída como espaço central da escola onde se produz cultura e se
trocam experiências pedagógicas em áreas disciplinares e não disciplinares.
- A BE a fazer passar uma imagem da escola activa com percursos vocacionais
diversificados.
Referi na primeira tarefa, nas competências do Professor Bibliotecário que ele
deve ser, líder mas parceiro, criador de empatia e espírito mobilizador, (baseado nos
textos para leitura) e nos pontos fortes da BE da minha Escola essa imagem do
Professor Bibliotecário existe na generalidade mas a equipa é também experiente e
colaborativa o que torna a BE num espaço reconhecido pelo seu importante papel no
processo de aprendizagem entre a comunidade educativa escolar, direi mesmo
educativa, pois, temos nos pais, em grande número, parceiros de eleição no
desenvolvimento do processo.
Foi lento e às vezes doloroso o trabalho de convencimento dos parceiros. O
trabalho foi intenso mas acho que estamos no bom caminho!
O novo modelo de Auto-avaliação a implementar é mais um desafio que por
certo nos irá fazer planificar melhor e podermos extrair conhecimentos que orientem
as acções futuras numa perspectiva referida num dos documentos: “O Modelo de
auto-avaliação perspectiva, também, práticas de pesquisa - acção” e estou em
absoluto acordo quando MARKLESS, Streffield ( (2006), diz que “as práticas de
pesquisa - acção estabelecem relação entre os processos e impacto ou valor que
originam.”
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3. Através da auto-avaliação devem identificar-se os pontos fortes e fracos
fazendo evoluir, através de novas práticas, os segundos para um patamar superior. Só
teremos a noção da necessidade dessa evolução submetendo a BE/CRE a um
processo de auto-avaliação.
Tradicionalmente e num primeiro momento o impacto das BES na comunidade
educativa media-se pela colecção existente, pelo espaço, pelo que se gasta no seu
apetrechamento e pelo número de utentes.
É altura de numa segunda fase se medirem os benefícios que os utilizadores
retiram do uso dos serviços das BE e a sua progressão na aprendizagem e o processo
leva-nos ainda a aceitar, tal como o referido num dos textos que “Hoje a avaliação
centra-se essencialmente no impacto qualitativo da biblioteca, isto é na aferição das
modificações positivas que o seu funcionamento tem nas atitudes, valores e
conhecimentos dos utilizadores”.
A avaliação das BES vai fazer-nos melhorar, validando o que fazemos bem e
permitindo-nos melhorar, quando for caso disso. É uma forma de sabermos de onde
partirmos e sabermos até onde queremos ir.
A BE deve ser um espaço afectivo e de qualidade. Tendo sempre em vista o
seu impacto na aprendizagem e no sucesso educativo dos alunos.
Volto a referir um dos documentos analisados quando se diz: “ A criação de um
modelo para avaliação das Bibliotecas Escolares permite dotar as escolas/bibliotecas
de um quadro de referência e de um instrumento que lhes permite a melhoria contínua
da qualidade, a busca de uma perspectiva de inovação”.
A auto-avaliação assenta em quatro domínios base:
1 – Apoio ao Desenvolvimento curricular.
2 – Leitura e literacias
3 – Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade
4 –Gestão da Biblioteca Escolar
que se pretende sejam interiorizados por todos, Direcção e professores.
A BE deve estar integrada na Escola e no processo ensino-aprendizagem,
deve ter qualidade no acesso e na colecção aí presente, e deve ter uma gestão de
qualidade também assente nos pressupostos de uma equipa dinâmica, qualificada,
que seja atenta a um trabalho articulado com a escola, professores e alunos. A
liderança deve ser forte e deve resumir-se como num elemento agregador de forma a
que se pinta o impacto na escola e nas aprendizagens. Surge aqui um elemento novo
que na nossa BE queremos “agarrar” agora, tentando com sucesso implementar o
novo processo avaliativo.
Vamos tentar adaptar-nos à primeira etapa do modelo proposto pela RBE e,
tendo em conta o contexto interno e externo da BE, seleccionar o primeiro domínio a
implementar neste primeiro ano. Já escolhido, previamente em reunião da equipa,
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4. antes do início da formação:”Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à
Comunidade”
Para isso vamos seguir o processo de cada etapa em cada um dos ciclos.
Identificar desafios e problemas, recolher evidências, interpretá-las; adaptarmo-
nos e realizarmos as mudanças necessárias e voltar a recolher evidências. Vamos
tentar integrar-nos num processo de melhoria e não considerar a avaliação um fim em
si mesmo.
Levarei atempadamente a Conselho Pedagógico a discussão dos passos que
formos dando e mais tarde os resultados (como aliás já fazia) e discutiremos com
frontalidade estes resultados com a Direcção da Escola.
Traduzirei, do inglês não sei se bem, mas revejo-me nas palavras de TODD
quando num dos documentos aconselhados diz:” O que é importante é que a
evidência recolhida destaca como o bibliotecário desempenha um papel crucial no
sucesso do estudante que se eleva em formas, atitudes e valores importantes em
contribuir para o desenvolvimento da auto-estima e em criar um ambiente para
aprender mais eficaz» (Todd.2003)
No final do ciclo saberem se o modelo foi bem aplicado, se serviu a nossa
comunidade educativa e se nos satisfaz.
Esta análise, no final, será de crucial importância para a Escola e para a RBE
se aperceberem também e, para assentarem as decisões futuras neste domínio.
A Formanda
Cândida Ribeiro
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