2. Publicado nos anos de
1843 e 1846, na Revista
Universal Lisboense
Almeida Garrett - 1799 - 1854
3. Frades e barões: dois símbolos importantes do livro. Em seguida, a instituição
universitária é também criticada. Contudo, o narrador parece estar desviando-se
da história principal. A técnica de “desvio e retardamento” caracterizam o estilo
digressivo – como em “M P B Cubas”.
Garrett suspende, vez por outra, a narrativa e emite opiniões a respeito do
assunto do momento. A digressão é uma constante
De como o autor deste erudito livro se resolveu a viajar na sua terra, depois de ter
viajado no seu quarto; e como resolveu imortalizar-se escrevendo estas suas
viagens. Parte para Santarém. Chega ao terreiro do Paço, embarca no vapor de Vila
Nova; e o que aí lhe sucede. A Dedução Cronológica e a Baixa de Lisboa.
Lorde Byron e um bom charuto. Travam-se de razões os ilhavos e os Bordas-d’Água:
os da calça larga levam a melhor.
Que viaje à roda do seu quarto quem está à beira dos Alpes, de inverno, em Turim,
que é quase tão frio como S. Petersburgo — entende-se. Mas com este clima, com
esse ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta, e o mato é de murta, o
próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até o quintal.
[ cap 1]
nota - alusão ao popular de Xavier de Maistre, Voyage autor de ma
chambre, que decerto foi iniciado a escrever em Turim, e que muitos
supõem que tenha sido concluído em São Petersburgo.
4. Em Viagens na minha terra, Garrett procura estabelecer
uma conexão entre passado, presente e futuro, utilizando-
se das memórias e das imagens.
Estas vão ser corporificadas através de seus personagens
principais, cada um deles configurando um aspecto-
símbolo da história de Portugal.
AS HISTÓRIAS
PRINCIPAIS DO LIVRO
Carlos e Joaninha
[ A menina dos rouxinóis ]
Viagem do narrador:
Lisboa a Santarém
GUERRA CIVIL
entre absolutistas e constitucionalistas.
[ Pedro IV e Miguel – 1828 – 34 ]
5. João VI Carlota
Pedro MiguelLeopoldina
Pedro II Maria II
Isabel
Conde D´Eu, Pedro II, Thereza e Isabel
conde D´Eu
Luís
Pedro de Alacântara
renunciou à nobreza
Pedro
Luiz Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil
6. “Ora, nesta minha viagem Tejo arriba está simbolizada
a marcha de nosso progresso social”
Princípios para a civilização e o progresso:
princípio espiritualista – “que marcha sem atender à parte material e terrena desta vida,
com os olhos fitos em suas grandes e abstratas teorias, hirto, seco, duro, inflexível, e que
pode bem personalizar-se, simbolizar-se pelo famoso mito do cavaleiro da Mancha, D.
Quixote”
princípio materialista – “que, sem fazer caso, nem cabedal dessas teorias,
em que não crê e cujas impossíveis aplicações declara todas utopias, pode bem
representar-se pela rotunda e anafada presença do nosso amigo velho, Sancho Pança”
7. Navega pelo rio Tejo e observa povo local
Mundo dividido como o tema de D Quixote: espiritualistas e
materialistas
(o progresso estaria na convivência de ambos, no mundo)
Reclama das estradas e chega a Vila Nova da Rainha : lugar
feio
A narrativa
Principais ações
8. • Chega a Azambuja : incomoda-se com as ruínas
(trata da possível decepção do leitor, pois não usará linguagem romântica)
• Nos pinhais de Azambuja faz reflexões sobre modéstia
• Trata da receita para livro de sucesso
9. Homenageia Camões, valorizando seu estilo; cita Goethe e Dante Alighieri
No universo do sonho, vê o marquês de Pombal mas não consegue conversar
Cartaxo (produz bebidas) – encanta-se com a vegetação mas se recusa a fazer
versos
É lembrado que D Pedro esteve ali com os liberais (pensa na guerra)
10. • Ponte Asseca
• Lembra Junot, militar a serviço de Napoleão que por ali passara
• Garrett lembra sua viagem a França, na juventude
• No Vale de Santarém vê beleza; encanta-se com uma janela
enfeitada e rouxinóis
• Inicia-se a história de Joaninha e Carlos
11. • Carlos chega à cidade revê Joaninha (beijam-se)
• O narrador revela que Carlos ama Joaninha mas se relaciona com Georgina, na
Inglaterra
• Carlos hesita em fazer visita à casa de sua avó, acaba desistindo
(ele ainda tem Soledade, amante)
• Primo de Joaninha seria um “Adão social” que deseja ser “Adão natural” – libertar-se
das correntes morais
12. • Com receios, decide se encontrar com Joaninha – mesmo em
território dos miguelistas
• Joaninha desconfia que seu primo tem outra mulher
• O narrador que estava no vale, chega a Santarém e decepciona-
se
• Trata de poetas da Europa e se justifica dizendo que não se
apegará a datas exatas, em sua história
13. Sta Iria (ou Irene), a lenda: jovem é raptada e morta por um cavaleiro que
hospedou-se em sua casa
Sta Iria na versão do povo: Iria era freira que aparentou estar grávida; seu
ex-apaixonado mandou matá-la e seu corpo jogado no rio; tempos depois,
no Tejo, Iria aparece (é uma santa)
14. • O autor volta tratar Santarém com tristeza por seu estado acabado, um tanto
destruído
• Garrett se desculpa com leitores por suas digressões
• Carlos é ferido e se vê ao lado de Georgina– ela diz que sabe de tudo e que não o
ama mais
• Diniz surge e pede perdão a Carlos. Este o acusa de ter matado seu pai. Diniz pede
que o mate
• Francisca aparece e impede a tragédia revelando que o frei era seu pai. Carlos
desmaia
• A história é revelada : Diniz era amante da mãe de Carlos e resiste a uma
emboscada feita pelo marido – acaba assassinando-o.
• Carlos parte para Évora
15. • O narrador está na Ribeira de Santarém : divaga sobre Lisboa e
suas saudades
• Garrett revela que voltará a Santarém para continuar a história
(passa pelo túmulo de Frei Gil)
• Diniz e Georgina saem da cidade – esta última leva consigo
Francisca e Joaninha debilitadas
16. • Garrett visita túmulo de D Fernando e de novo critica o descaso
com monumentos históricos
• Na casa que teria sido de Joaninha, Garrett encontra Diniz e
Francisca. Joaninha teria morrido
• Recebe cartas que Carlos escrevera à prima. Nelas, estão as
amadas Julia e Laura (irmãs de Georgina)
• O primo de Joaninha irá tornar-se político. Georgina, abadessa,
na Inglaterra.
Fim
Em maio de 1834, Carlos escreve de Évora e se
despede de Joaninha... o mesmo lugar em que Miguel
assina a “Concessão” e é exilado, na França