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Este ano comemoram-se oito séculos da
língua portuguesa, oficial em oito países
inseridos em distintas matrizes geopolíticas e
culturais (Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e Timor).
Angola
A lenda da Kianda
Em quimbundo, língua Bantu a sereia é conhecida como Kianda.
Cada rio, cada lago, cada poço, cada reservatório de água pode ter uma Kianda.
Mas a rainha das Kiandas mora mesmo no mar.
A sereia das sereias! Ela é a mais poderosa de todas as Kiandas.
É amada e venerada e não há pescador que não lhe ofereça uma prenda ou não procure a sua atenção.
Dizem que Kianda morava nos rochedos ao redor da Fortaleza de São Miguel perto da Praia do Bispo em Luanda.
Um dia, Kianda passeava sozinha quando viu um pobre pescador que andava triste e sem esperanças. Num
momento de bondade, mostrou-lhe um tesouro escondido que só ela conhecia.
O homem enriqueceu da noite para o dia, mas ao mesmo tempo tornou-se egoísta e avarento. Passou a usar este
dinheiro para seu próprio proveito sem se preocupar com mais ninguém.
Kianda que o acompanhava de longe, não gostou nada do que viu. Resolveu dar-lhe uma lição e fez o tesouro
desaparecer deixando o pescador mais pobre do que antes.
Dececionada, Kianda jurou que jamais ajudaria outro homem e em retorno passou a enfeitiçar com seu canto,
todos os que se aproximassem das suas águas, prendendo-os no fundo do mar.
Há quem diga que Kianda passeia pelas aldeias à noite encantando vilas inteiras. Há quem jure pelo “sangue de
Cristo”, que já ouviu o som da rainha das sereias e o ladrar de cães ou mesmo o cantar de galos vindo de uma
aldeia condenada a viver para sempre no fundo das águas.
http://eportuguese.blogspot.pt
Brasil
Caipora
Caipora é um anão de cabelos vermelhos e dentes verdes. Tem o dom de ficar invisível. É o protetor da caça e das
matas - e como tal castiga todos os que ferem a Natureza ou cacem por mero prazer ou matem fêmeas prenhas ou
animais ainda bebés. No entanto para os guaranis ele é o demónio da floresta. Desloca-se em cima de um porco do
mato.
Tem os pés voltados para trás para assim despistar os caçadores, que seguem pistas falsas. É muito poderoso e
forte. É impossível captura-lo. Atrai as suas vitimas, chamando-as com gritos que imitam tal e qual a voz humana e
emitindo um estridente assobio que causa arrepios de pavor a todos aqueles que o escutam. Quem o vê, perde
totalmente o rumo e nunca mais encontra o caminho de volta. Só há uma maneira de se salvar: pegar num cipó no
mato, fazer uma trança, escondendo as pontas, e atirá-la para trás sem olhar, gritando:
- Caipora, vê lá se consegues desfazer esta trança!
[PEREIRA-MULLER, M. Margarida in Contos e lendas da lusofonia, 2010]
Cabo Verde
Lenda de S. Jorge
Era uma vez um país governado por um Rei sábio que vivia feliz com a sua esposa e a sua formosa filha.
Também os súbditos do Rei viviam felizes e tinham animais e terras para cultivar. Os dias corriam felizes no pequeno país e certo
dia apareceu um Dragão com asas de morcego que tinha a pele mais dura que pedra. O Dragão enfiou o pescoço nas muralhas e
quando os súbditos do Rei o viram, abandonaram as ruas tropeçando uns nos outros e fugiram para as suas casas. Alguns solda-
dos foram avisar o Rei e este perguntou ao Dragão o que queria.
- Eu podia comer os teus súbditos todos ao pequeno almoço e deixar outros para o jantar ou deitar fogo à tua cidade. - disse o Dra-
gão.
- Se tu poupares as nossas vidas não te faltará de comer.
Depois o Dragão propôs que tinham de lhe entregar todos os dias quatro vacas, seis ovelhas e duas galinhas. E dito isto, deu meia
volta e foi para a montanha fazendo tremer a terra com cada passo que dava. A partir daí, toda a gente passava o dia fechada em
casa, ninguém se atrevia a sair para trabalhar nos campos, mas todos os dias os pastores levavam à montanha, onde vivia o
Dragão, o que ele tinha pedido.
Entretanto, os galinheiros, os estábulos e os currais ficaram vazios. O Rei mandou os seus soldados a todas as povoações para
arranjar mais animais. Enquanto isso o Rei pensou que podia enganar o Dragão com sementes e legumes. A reação do Dragão ao
ver os legumes e as sementes foi ainda pior do que o Rei temia. O monarca disse ao Dragão que ele já tinha comido todo o gado.
Então o Dragão exigiu que quando a princesa regressasse, o Rei tinha que lhe entregar uma donzela. O Rei não quis comunicar
aos súbditos o que o Dragão lhe pediu e chamou os mais velhos da cidade para reunirem e tentarem arranjar uma solução. Mas
um homem de barba branca disse que, até chegar a primavera, tinham tempo de arranjar a solução. Passou o tempo rapidamente
e chegou o dia de entregar a donzela ao Dragão.
Nenhuma família estava disposta a entregar uma das suas filhas ao Dragão quando ele se apresentou à porta da cidade.
Então a princesa apareceu à porta do castelo vestida de branco e sem dar tempo a ninguém de reagir correu para se entregar ao
Dragão. O Rei e a Rainha estavam a chorar e, de repente, ouviu-se um galope de um cavalo vindo das nuvens. A cidade inteira
olhou para o céu e viram um cavaleiro de armadura a dirigir-se em direção à cidade num belo cavalo branco.
- É São Jorge! - gritaram todos.
O Dragão ficou surpreendido e contrariado. Não gostou de ver o cavaleiro e abrindo a sua grande boca lançou um jato de fogo aos
pés de São Jorge. Este com a sua lança em risco foi contra o terrível Dragão e matou-o.
O São Jorge voltou para o céu e toda a gente voltou a ser feliz.
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Guiné-Bissau
O Macaquinho do Narizito Branco
Era uma vez um grupo de macacos que vivia na Guiné, perto da aldeia dos Bijagós. Um dia, os macacos decidiram ir
brincar com a Lua. Mas como iriam lá chegar, se ela morava lá tão alto? Pensaram, pensaram, pensaram, até que,
por fim, um macaquinho, por sinal o mais pequenino e que tinha um narizito branco, teve uma ideia.
- E se nós encavalitássemos todos uns em cima dos outros?
Dito e feito. Assim que o macaquinho do narizito branco acabou de falar, começaram logo todos a encavalitar-se uns
nos outros. Porém, quando o último macaquinho, por sinal o macaquinho do narizito branco, chegou ao cimo e deu a
mão à Lua, os macaquinhos que estavam em baixo da torre começaram a impacientar-se e a torre desfez-se.
A Lua ajudou o macaquinho do narizito branco a subir. Gostou muito dele e brincaram juntos durante muitos dias.
A Lua deu-lhe um tamborzinho e ensinou-o a tocar.
Mas, passado algum tempo o macaquinho disse a Lua:
- Já estou com muitas saudades da minha gente, dos coqueiros, das bananeiras, do cheiro da floresta. Gostaria
muito de voltar para a terra.
A Lua ficou triste, mas compreendeu-o. Prendeu-o a uma corda e disse-lhe:
- Agarra-te ao tambor. Vou fazer-te descer por esta corda. Quando chegares ao chão - mas só nessa altura - toca o
tambor e eu corto a corda. Lembra-te bem: não toques o tambor antes de chegar ao chão.
O macaquinho despediu-se e começou a descida. Porém, a meio da viajem teve uma vontade enorme de tocar
tambor. Tocou muito de leve, mas o vento levou os sons até à Lua. Esta pensou que o macaquinho chegara à terra e
cortou a corda.
E eis o nosso macaquinho a cair desamparado. Quando chegou ao chão, rebentou e desfez-se em mil pedaços.
Naquele instante ia a passar uma rapariga que viu o macaquinho e aproximou-se dele. O macaquinho só teve tempo
de lhe dizer que o instrumento junto dele era um tambor. E depois morreu.
A rapariga correu o mais depressa que pôde até à aldeia e mostrou logo o tambor a toda a gente. Começaram a
tocar e gostaram tanto do som que passaram toda a noite a tocar e a dançar.
Rapidamente se espalharam os tambores por toda a África e desde então têm sido construídos tambores para todos
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uma só cor. E é por isso que os africanos passam noites inteiras a tocar e a dançar ao som do tambor.
[PEREIRA-MULLER, M. Margarida in Contos e lendas da lusofonia, 2010]
Moçambique
A Lenda da Gazela e o Caracol
Uma gazela encontrou um caracol e disse-lhe:
- Tu, caracol, és incapaz de correr, só te arrastas pelo chão.
O caracol respondeu:
- Vem cá no domingo e verás!
O caracol arranjou cem papéis e em cada folha escreveu:
- Quando vier a gazela e disser “caracol”, tu respondes com estas palavras: “Eu sou o caracol”.
Dividiu os papéis pelos seus amigos caracóis dizendo-lhes:
- Leiam estes papéis para que saibam o que fazer quando a gazela vier.
No domingo a gazela chegou à povoação e encontrou o caracol. Entretanto, este pedira aos seus amigos que se
escondessem em todos os caminhos por onde ela passasse, e eles assim fizeram. Quando a gazela chegou, disse:
- Vamos correr, tu e eu, e tu vais ficar para trás!
O caracol meteu-se num arbusto, deixando a gazela correr.
Enquanto esta corria ia chamando:
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A gazela, por fim, acabou por se deitar, esgotada, morrendo com falta de ar. O caracol venceu, devido à esperteza
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Como tu sabes escrever e nós não, nós cansamo-nos mas tu não. Nós nada sabemos!.
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Portugal
Lenda do Adamastor
Segundo a lenda, Adamastor era um gigante filho da deusa Terra , que se revoltou, com outros gigantes, contra
Zeus, o Deus supremo dos Gregos. Furioso, Zeus fulminou-os com um raio condenando-os a vaguear de costa
em costa. Foi assim que Adamastor conheceu Thetis, uma ninfa dos oceanos, mãe de Aquiles, e por ela se
apaixonou.
Mas o Gigante sabia que era feio demais para conquistá-la e por isso decidiu resolver o assunto pela força.
Apavorada, Dóris mãe de Thetis, tentou desesperadamente convencer a filha a aceitar o Adamastor como
companheiro mas perante a recusa desta, teve de encontrar outra solução. Depois de muito pensar, mãe e filha
decidem, então, com a ajuda de Zeus, montar uma armadilha ao Gigante, dizendo-lhe que Thétis ficaria com ele,
se ambas fossem poupadas aos males da guerra.
Cheio de esperanças, Adamastor põe fim à guerra e pede um encontro com Thétis. Ela aparece-lhe, mas quando
este a abraça e beija, vê-se de repente agarrado ao cume de um monte acabando por se tornar numa parte desse
monte: o Cabo das Tormentas. Esse mesmo. O cabo que tanto assombrou a imaginação dos marinheiros
portugueses durante a época dos descobrimentos.
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São Tomé e Príncipe
Lenda do Canta-Galo
Conta a lenda que há tempos São Tomé era o refúgio de todos os galos do mundo.
O "cocorococó" na ilha era imenso e ensurdecedor, porque os galos esqueciam-se que não eram os únicos a viver
na ilha.
Com o passar do tempo, as outras criaturas começaram a incomodar-se com o modo barulhento das aves.
Um dia, resolveram dar-lhes um ultimato: Para evitar uma guerra, todos os galos deveriam mudar-se para um local
afastado em 24 horas. Somente o vencedor poderia ficar no local.
Os galos, seres pacíficos, cantadores e alegres optaram pela paz e por mudarem-se para outro local onde
pudessem cantar à vontade.
Escolheram então um guia, o galo maior, mais preto e mais visível entre eles.
Partiram todos e depois de muito procurarem encontraram um lugar ideal.
Desde então, nunca mais se ouviu os galos cantarem desordenadamente, mas sempre em local e hora
determinados.
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Esse local existe ainda hoje e é um distrito na ilha de São Tomé com o mesmo nome.
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Timor
Avô Crocodilo
Era uma vez um crocodilo que vivia em Timor. Um dia, começou a fazer muito calor e o crocodilo pensou que iria
morrer, pois não encontrava o caminho para o rio.
Um rapazito que tomava banho num rio ali próximo, ouviu uns gemidos e resolveu ir ver quem estava a sofrer tanto
assim. Viu o crocodilo quase a morrer e teve pena dele. Pegou nele e levou-o para o rio.
- Mais uns minutinhos e eu teria morrido - disse-lhe o crocodilo - Fico-te eternamente grato. Para te provar a minha
gratidão quero fazer contigo um pacto de amizade. Seremos amigos para sempre. Sempre que te apetecer ir passear
até ao mar alto, basta chamares-me e eu levar-te-ei até lá.
A partir desse dia, o rapazito ia brincar muitas vezes com o crocodilo para o rio, que o levava a descobrir novos
recantos do mar.
Um dia, porém, durante um dos passeios, o crocodilo teve uma enorme vontade de comer o rapazito. Reprimiu esse
desejo, mas após ter deixado o rapazito em terra, voltou para o mar e perguntou aos peixes:
- Um rapazito salvou-me a vida. Poderei comê-lo ou não?
A baleia respondeu de imediato:
- De modo algum! Nunca devemos fazer mal a quem nos faz bem!
- Os peixes sabem lá o que se deve fazer ou não! Vou mas é aconselhar-me com os animais da floresta! - Pensou o
crocodilo.
Naquele instante passou por ali um macaco e o crocodilo perguntou-lhe:
- Um rapazito salvou-me a vida. Poderei comê-lo ou não?
- O quê? Queres comer quem te salvou a vida? Não tens vergonha?!
Nunca, mas mesmo nunca devemos fazer mal a quem nos fez bem!
O crocodilo lá se deixou novamente convencer. Nunca mais pensou em comer o rapazito e continuou-o a levá-lo a
passear no alto mar.
Um dia, o crocodilo levou o rapazito para o Oriente. No caminho, sentiu que ia morrer em breve e disse ao rapazito:
- Sabes, já estou velho e não tarda que vou morrer. Vou levar-te para terra. Todos os crocodilos te serão submissos.
Palavras não eram ditas e o crocodilo morreu. Naquele lugar surgiu uma ilha com o feitio de um crocodilo. E é por
isso que os habitantes dessa ilha ainda hoje lhe chamam “avô” ao crocodilo.
[PEREIRA-MULLER, M. Margarida in Contos e lendas da lusofonia, 2010]

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Oito séculos da língua portuguesa

  • 1. Este ano comemoram-se oito séculos da língua portuguesa, oficial em oito países inseridos em distintas matrizes geopolíticas e culturais (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor).
  • 2. Angola A lenda da Kianda Em quimbundo, língua Bantu a sereia é conhecida como Kianda. Cada rio, cada lago, cada poço, cada reservatório de água pode ter uma Kianda. Mas a rainha das Kiandas mora mesmo no mar. A sereia das sereias! Ela é a mais poderosa de todas as Kiandas. É amada e venerada e não há pescador que não lhe ofereça uma prenda ou não procure a sua atenção. Dizem que Kianda morava nos rochedos ao redor da Fortaleza de São Miguel perto da Praia do Bispo em Luanda. Um dia, Kianda passeava sozinha quando viu um pobre pescador que andava triste e sem esperanças. Num momento de bondade, mostrou-lhe um tesouro escondido que só ela conhecia. O homem enriqueceu da noite para o dia, mas ao mesmo tempo tornou-se egoísta e avarento. Passou a usar este dinheiro para seu próprio proveito sem se preocupar com mais ninguém. Kianda que o acompanhava de longe, não gostou nada do que viu. Resolveu dar-lhe uma lição e fez o tesouro desaparecer deixando o pescador mais pobre do que antes. Dececionada, Kianda jurou que jamais ajudaria outro homem e em retorno passou a enfeitiçar com seu canto, todos os que se aproximassem das suas águas, prendendo-os no fundo do mar. Há quem diga que Kianda passeia pelas aldeias à noite encantando vilas inteiras. Há quem jure pelo “sangue de Cristo”, que já ouviu o som da rainha das sereias e o ladrar de cães ou mesmo o cantar de galos vindo de uma aldeia condenada a viver para sempre no fundo das águas. http://eportuguese.blogspot.pt
  • 3. Brasil Caipora Caipora é um anão de cabelos vermelhos e dentes verdes. Tem o dom de ficar invisível. É o protetor da caça e das matas - e como tal castiga todos os que ferem a Natureza ou cacem por mero prazer ou matem fêmeas prenhas ou animais ainda bebés. No entanto para os guaranis ele é o demónio da floresta. Desloca-se em cima de um porco do mato. Tem os pés voltados para trás para assim despistar os caçadores, que seguem pistas falsas. É muito poderoso e forte. É impossível captura-lo. Atrai as suas vitimas, chamando-as com gritos que imitam tal e qual a voz humana e emitindo um estridente assobio que causa arrepios de pavor a todos aqueles que o escutam. Quem o vê, perde totalmente o rumo e nunca mais encontra o caminho de volta. Só há uma maneira de se salvar: pegar num cipó no mato, fazer uma trança, escondendo as pontas, e atirá-la para trás sem olhar, gritando: - Caipora, vê lá se consegues desfazer esta trança! [PEREIRA-MULLER, M. Margarida in Contos e lendas da lusofonia, 2010]
  • 4. Cabo Verde Lenda de S. Jorge Era uma vez um país governado por um Rei sábio que vivia feliz com a sua esposa e a sua formosa filha. Também os súbditos do Rei viviam felizes e tinham animais e terras para cultivar. Os dias corriam felizes no pequeno país e certo dia apareceu um Dragão com asas de morcego que tinha a pele mais dura que pedra. O Dragão enfiou o pescoço nas muralhas e quando os súbditos do Rei o viram, abandonaram as ruas tropeçando uns nos outros e fugiram para as suas casas. Alguns solda- dos foram avisar o Rei e este perguntou ao Dragão o que queria. - Eu podia comer os teus súbditos todos ao pequeno almoço e deixar outros para o jantar ou deitar fogo à tua cidade. - disse o Dra- gão. - Se tu poupares as nossas vidas não te faltará de comer. Depois o Dragão propôs que tinham de lhe entregar todos os dias quatro vacas, seis ovelhas e duas galinhas. E dito isto, deu meia volta e foi para a montanha fazendo tremer a terra com cada passo que dava. A partir daí, toda a gente passava o dia fechada em casa, ninguém se atrevia a sair para trabalhar nos campos, mas todos os dias os pastores levavam à montanha, onde vivia o Dragão, o que ele tinha pedido. Entretanto, os galinheiros, os estábulos e os currais ficaram vazios. O Rei mandou os seus soldados a todas as povoações para arranjar mais animais. Enquanto isso o Rei pensou que podia enganar o Dragão com sementes e legumes. A reação do Dragão ao ver os legumes e as sementes foi ainda pior do que o Rei temia. O monarca disse ao Dragão que ele já tinha comido todo o gado. Então o Dragão exigiu que quando a princesa regressasse, o Rei tinha que lhe entregar uma donzela. O Rei não quis comunicar aos súbditos o que o Dragão lhe pediu e chamou os mais velhos da cidade para reunirem e tentarem arranjar uma solução. Mas um homem de barba branca disse que, até chegar a primavera, tinham tempo de arranjar a solução. Passou o tempo rapidamente e chegou o dia de entregar a donzela ao Dragão. Nenhuma família estava disposta a entregar uma das suas filhas ao Dragão quando ele se apresentou à porta da cidade. Então a princesa apareceu à porta do castelo vestida de branco e sem dar tempo a ninguém de reagir correu para se entregar ao Dragão. O Rei e a Rainha estavam a chorar e, de repente, ouviu-se um galope de um cavalo vindo das nuvens. A cidade inteira olhou para o céu e viram um cavaleiro de armadura a dirigir-se em direção à cidade num belo cavalo branco. - É São Jorge! - gritaram todos. O Dragão ficou surpreendido e contrariado. Não gostou de ver o cavaleiro e abrindo a sua grande boca lançou um jato de fogo aos pés de São Jorge. Este com a sua lança em risco foi contra o terrível Dragão e matou-o. O São Jorge voltou para o céu e toda a gente voltou a ser feliz. http://contosdeadormecer.wordpress.com
  • 5. Guiné-Bissau O Macaquinho do Narizito Branco Era uma vez um grupo de macacos que vivia na Guiné, perto da aldeia dos Bijagós. Um dia, os macacos decidiram ir brincar com a Lua. Mas como iriam lá chegar, se ela morava lá tão alto? Pensaram, pensaram, pensaram, até que, por fim, um macaquinho, por sinal o mais pequenino e que tinha um narizito branco, teve uma ideia. - E se nós encavalitássemos todos uns em cima dos outros? Dito e feito. Assim que o macaquinho do narizito branco acabou de falar, começaram logo todos a encavalitar-se uns nos outros. Porém, quando o último macaquinho, por sinal o macaquinho do narizito branco, chegou ao cimo e deu a mão à Lua, os macaquinhos que estavam em baixo da torre começaram a impacientar-se e a torre desfez-se. A Lua ajudou o macaquinho do narizito branco a subir. Gostou muito dele e brincaram juntos durante muitos dias. A Lua deu-lhe um tamborzinho e ensinou-o a tocar. Mas, passado algum tempo o macaquinho disse a Lua: - Já estou com muitas saudades da minha gente, dos coqueiros, das bananeiras, do cheiro da floresta. Gostaria muito de voltar para a terra. A Lua ficou triste, mas compreendeu-o. Prendeu-o a uma corda e disse-lhe: - Agarra-te ao tambor. Vou fazer-te descer por esta corda. Quando chegares ao chão - mas só nessa altura - toca o tambor e eu corto a corda. Lembra-te bem: não toques o tambor antes de chegar ao chão. O macaquinho despediu-se e começou a descida. Porém, a meio da viajem teve uma vontade enorme de tocar tambor. Tocou muito de leve, mas o vento levou os sons até à Lua. Esta pensou que o macaquinho chegara à terra e cortou a corda. E eis o nosso macaquinho a cair desamparado. Quando chegou ao chão, rebentou e desfez-se em mil pedaços. Naquele instante ia a passar uma rapariga que viu o macaquinho e aproximou-se dele. O macaquinho só teve tempo de lhe dizer que o instrumento junto dele era um tambor. E depois morreu. A rapariga correu o mais depressa que pôde até à aldeia e mostrou logo o tambor a toda a gente. Começaram a tocar e gostaram tanto do som que passaram toda a noite a tocar e a dançar. Rapidamente se espalharam os tambores por toda a África e desde então têm sido construídos tambores para todos os gostos e feitios, de todos os tamanhos e cores, grandes e pequenos, bojudos e estreitos, muito coloridos e de uma só cor. E é por isso que os africanos passam noites inteiras a tocar e a dançar ao som do tambor. [PEREIRA-MULLER, M. Margarida in Contos e lendas da lusofonia, 2010]
  • 6. Moçambique A Lenda da Gazela e o Caracol Uma gazela encontrou um caracol e disse-lhe: - Tu, caracol, és incapaz de correr, só te arrastas pelo chão. O caracol respondeu: - Vem cá no domingo e verás! O caracol arranjou cem papéis e em cada folha escreveu: - Quando vier a gazela e disser “caracol”, tu respondes com estas palavras: “Eu sou o caracol”. Dividiu os papéis pelos seus amigos caracóis dizendo-lhes: - Leiam estes papéis para que saibam o que fazer quando a gazela vier. No domingo a gazela chegou à povoação e encontrou o caracol. Entretanto, este pedira aos seus amigos que se escondessem em todos os caminhos por onde ela passasse, e eles assim fizeram. Quando a gazela chegou, disse: - Vamos correr, tu e eu, e tu vais ficar para trás! O caracol meteu-se num arbusto, deixando a gazela correr. Enquanto esta corria ia chamando: - Caracol! E havia sempre um caracol que respondia: - Eu sou o caracol. Mas nunca era o mesmo por causa das folhas de papel que foram distribuídas. A gazela, por fim, acabou por se deitar, esgotada, morrendo com falta de ar. O caracol venceu, devido à esperteza de ter escrito cem papéis. Como tu sabes escrever e nós não, nós cansamo-nos mas tu não. Nós nada sabemos!. http://contosdeadormecer.wordpress.com
  • 7. Portugal Lenda do Adamastor Segundo a lenda, Adamastor era um gigante filho da deusa Terra , que se revoltou, com outros gigantes, contra Zeus, o Deus supremo dos Gregos. Furioso, Zeus fulminou-os com um raio condenando-os a vaguear de costa em costa. Foi assim que Adamastor conheceu Thetis, uma ninfa dos oceanos, mãe de Aquiles, e por ela se apaixonou. Mas o Gigante sabia que era feio demais para conquistá-la e por isso decidiu resolver o assunto pela força. Apavorada, Dóris mãe de Thetis, tentou desesperadamente convencer a filha a aceitar o Adamastor como companheiro mas perante a recusa desta, teve de encontrar outra solução. Depois de muito pensar, mãe e filha decidem, então, com a ajuda de Zeus, montar uma armadilha ao Gigante, dizendo-lhe que Thétis ficaria com ele, se ambas fossem poupadas aos males da guerra. Cheio de esperanças, Adamastor põe fim à guerra e pede um encontro com Thétis. Ela aparece-lhe, mas quando este a abraça e beija, vê-se de repente agarrado ao cume de um monte acabando por se tornar numa parte desse monte: o Cabo das Tormentas. Esse mesmo. O cabo que tanto assombrou a imaginação dos marinheiros portugueses durante a época dos descobrimentos. http://contosdeadormecer.wordpress.com
  • 8. São Tomé e Príncipe Lenda do Canta-Galo Conta a lenda que há tempos São Tomé era o refúgio de todos os galos do mundo. O "cocorococó" na ilha era imenso e ensurdecedor, porque os galos esqueciam-se que não eram os únicos a viver na ilha. Com o passar do tempo, as outras criaturas começaram a incomodar-se com o modo barulhento das aves. Um dia, resolveram dar-lhes um ultimato: Para evitar uma guerra, todos os galos deveriam mudar-se para um local afastado em 24 horas. Somente o vencedor poderia ficar no local. Os galos, seres pacíficos, cantadores e alegres optaram pela paz e por mudarem-se para outro local onde pudessem cantar à vontade. Escolheram então um guia, o galo maior, mais preto e mais visível entre eles. Partiram todos e depois de muito procurarem encontraram um lugar ideal. Desde então, nunca mais se ouviu os galos cantarem desordenadamente, mas sempre em local e hora determinados. Os habitantes da ilha designaram esse lugar de Canta Galo. Esse local existe ainda hoje e é um distrito na ilha de São Tomé com o mesmo nome. http://elvyoexclusive.blogspot.pt
  • 9. Timor Avô Crocodilo Era uma vez um crocodilo que vivia em Timor. Um dia, começou a fazer muito calor e o crocodilo pensou que iria morrer, pois não encontrava o caminho para o rio. Um rapazito que tomava banho num rio ali próximo, ouviu uns gemidos e resolveu ir ver quem estava a sofrer tanto assim. Viu o crocodilo quase a morrer e teve pena dele. Pegou nele e levou-o para o rio. - Mais uns minutinhos e eu teria morrido - disse-lhe o crocodilo - Fico-te eternamente grato. Para te provar a minha gratidão quero fazer contigo um pacto de amizade. Seremos amigos para sempre. Sempre que te apetecer ir passear até ao mar alto, basta chamares-me e eu levar-te-ei até lá. A partir desse dia, o rapazito ia brincar muitas vezes com o crocodilo para o rio, que o levava a descobrir novos recantos do mar. Um dia, porém, durante um dos passeios, o crocodilo teve uma enorme vontade de comer o rapazito. Reprimiu esse desejo, mas após ter deixado o rapazito em terra, voltou para o mar e perguntou aos peixes: - Um rapazito salvou-me a vida. Poderei comê-lo ou não? A baleia respondeu de imediato: - De modo algum! Nunca devemos fazer mal a quem nos faz bem! - Os peixes sabem lá o que se deve fazer ou não! Vou mas é aconselhar-me com os animais da floresta! - Pensou o crocodilo. Naquele instante passou por ali um macaco e o crocodilo perguntou-lhe: - Um rapazito salvou-me a vida. Poderei comê-lo ou não? - O quê? Queres comer quem te salvou a vida? Não tens vergonha?! Nunca, mas mesmo nunca devemos fazer mal a quem nos fez bem! O crocodilo lá se deixou novamente convencer. Nunca mais pensou em comer o rapazito e continuou-o a levá-lo a passear no alto mar. Um dia, o crocodilo levou o rapazito para o Oriente. No caminho, sentiu que ia morrer em breve e disse ao rapazito: - Sabes, já estou velho e não tarda que vou morrer. Vou levar-te para terra. Todos os crocodilos te serão submissos. Palavras não eram ditas e o crocodilo morreu. Naquele lugar surgiu uma ilha com o feitio de um crocodilo. E é por isso que os habitantes dessa ilha ainda hoje lhe chamam “avô” ao crocodilo. [PEREIRA-MULLER, M. Margarida in Contos e lendas da lusofonia, 2010]