1) O diálogo entre Crátilo, Hermógenes e Sócrates explora a relação entre signos (nomes) e objetos no mundo real para o conhecimento humano.
2) Crátilo acredita que os nomes descrevem a essência natural dos objetos, enquanto Hermógenes vê os nomes como convenções arbitrárias.
3) Sócrates defende que os nomes imitam os objetos através de semelhanças parciais, requerendo algum grau de convenção para a comunicação.
9. Mediante pergunta não retórica, como o sujeito desse conhecimento dialetal refere o objeto, ou, como refere o símile na palavra ou nome? Mediante o método da interrogação entre Crátilo, Hermógenes e Sócrates, Platão expõe a relação entre signo e objeto empírico para o sujeito cognoscente.
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11. Para Crátilo “ existe naturalmente uma denominação exata e justa para cada um dos seres; um nome não é uma designação que, segundo um acordo, algumas pessoas dão ao objeto, assinalando-o com uma parte da sua linguagem, senão que naturalmente existe, tanto para os gregos, como para os bárbaros, uma maneira exata de denominar os seres, que é idêntica para todos (Platão, 1990-16.384b: 508). Para Hermógenes, ao contrário, “ a exatidão dos nomes não é outra coisa senão um acordo e uma convenção. (...) Pois a Natureza não assinala nenhum nome como propriedade de nenhum objeto; é por questão de uso e de costume que foi adquirido o hábito de assinalar os nomes ” (Platão, 1990-16.384c: 509).
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15. Sócrates esclarece que o nome (signo) é um meio de representação que imita (mimhsiV - mímesis ) o objeto, um símile do símile objeto, tanto quanto o corpo com a voz, os gestos, a música, a pintura (1990-16.423c a 424e: 538-539) o são. No caso do nome, primitivo ou derivado, os elementos que compõem a imitação seriam as letras e sílabas para os conseqüentes nomes e verbos, até o discurso por arte da retórica (1990-16.424e: 539-540); o campo de domínio do código verbal possibilitando a codifricção , o uso pragmático desse código mediante fala ou escrita.
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22. LINGUAGEM E REALIDADE - Uma Análise do Crátilo de Platão - artigo publicado na Revista Letras, n.º 46, 1996. p. 171-182 - Jorge Ferro Piqué (parte do texto) - http://www.humanas.ufpr.br/departamentos/delin/classic/artigos/FScrat.htm - acessado em 15/09/2007. No entanto essa conclusão não exclui, de forma total, por si só, qualquer utilização dialética da linguagem. No final de sua vida, na Carta VII, distingue Platão três elementos intermediários entre este auto tão fundamental e o seu conhecimento, a episteme, que reside na alma, psyche. São eles, o onoma, o logos e o eidolon, ou seja, o nome, a definição e a imagem. Se por um lado é inegável que os elementos mais importantes são o objeto real e conhecível (to auto) e o conhecimento psíquico (he episteme) e que nome, definição e imagem apresentam variabilidade e contradição, é sem dúvida por meio do penoso contato com esses elementos auxilhares, em certas condições favoráveis, que pode o filósofo alçar-se até o inteligível. A imperfeição dos onomata enquanto participantes da natureza da mimesis, não permite o seu desvinculamento da questão da verdade, como defende a tese convencionalista e nem o seu vínculo necessário com o eidos, a Forma, enquanto instrumento de uma techne, técnica, justa, que o identifica plenamente com a physis e o torna o único método verdadeiro de conhecimento, segundo a tese naturalista.
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31. Prof. Dr. LUIZ ROGÉRIO MODESTO CELSO F. ROCCA DÊNIS ALONZO GUSTAVO DE SOUZA GABRIEL JOÃO AUGUSTO LISANDRA