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CABEAMENTO ESTRUTURADO
INFRA-ESTRUTURA E PROJETO DE REDES
Autor: Rodrigo Moreno Marques
INTRODUÇÃO....................................................................................................................................2
UNIDADE I - REDE LOCAL DE COMPUTADORES E OUTROS CONCEITOS BÁSICOS..............5
1.1 – Redes de Computadores.........................................................................................................5
1.2 – Enlaces de Comunicação e Topologias físicas.....................................................................6
1.3 – Rede Local de Computadores (LAN)......................................................................................7
1.4 – Componentes da LAN..............................................................................................................8
1.5 – Futuro das LANs: o cabeamento estruturado será substituído pelas redes sem fio?....10
1.6 – Conceitos básicos em redes de computadores e telecomunicações...............................12
UNIDADE II - MATERIAIS EMPREGADOS EM CABEAMENTO ESTRUTURADO .......................19
2.1 – Cabos metálicos.....................................................................................................................19
2.2 – Acessórios para cabeamento metálico................................................................................21
2.3 – A classificação dos materiais metálicos em categorias e classes ...................................23
2.4 – Fibras óticas e acessórios ....................................................................................................25
2.5 – Espelhos e caixas de sobrepor.............................................................................................31
2.6 – Racks.......................................................................................................................................31
UNIDADE III – CONECTORIZAÇÃO DE CABOS UTP/STP E SINALIZAÇÃO EM LANs..............33
3.1 – Conexão transparente (pino-a-pino) ....................................................................................33
3.2 – Sinalização em rede Ethernet/Fast Ethernet, conexão transparente vs cross-over........34
3.3 – Conectorização de cabos de 25 pares .................................................................................37
3.4 – Sinalizações em redes Gigabit Ethernet e respectivas categorias de cabos...................38
UNIDADE IV – TRANSMISSÃO ÓTICA EM REDE LOCAL ............................................................42
4.1 – Espectro de frequências do sinal de luz..............................................................................42
4.2 – Janelas Óticas de Transmissão............................................................................................43
4.3 – Opções de meio para tecnologia Gigabit Ethernet .............................................................45
4.4 – Opções de meio para 10 Gigabit Ethernet...........................................................................45
4.5 – Especificação de fabricantes de fibras................................................................................46
4.6 – Fontes de luz em equipamentos óticos ...............................................................................47
UNIDADE V - NORMAS AMERICANAS EIA/TIA ............................................................................49
5.1 – EIA/TIA 568-B – Commercial Building Telecomunications Cabling Standard ....................................50
5.2 – EIA/TIA 569-A – Commercial Building Standards For Telecommunications Pathways and Spaces.......69
5.3 – EIA/TIA 606-A – Administration Standard for the Telecommunications Infrastructure of Commercial Buildings ...73
UNIDADE VI - NORMA TÉCNICA ABNT NBR 14565 .....................................................................76
6.1 – Definições ...............................................................................................................................76
6.2 – Identificação ...........................................................................................................................78
6.3 – Materiais empregados ...........................................................................................................80
6.4 – Projeto de cabeamento estruturado.....................................................................................81
UNIDADE VII - EMENDAS EM FIBRAS ÓTICAS ............................................................................94
7.1 – Emenda por Fusão.................................................................................................................94
7.2 – Emenda Mecânica ..................................................................................................................95
UNIDADE VIII - TESTE E CERTIFICAÇÃO EM CABEAMENTO ESTRUTURADO........................96
8.1 – Equipamento mapeador de fios (TEST LED) .......................................................................96
8.2 – Equipamento certificador de enlaces com cabos de pares trançados.............................97
8.3 – Power Metter: Equipamento de medição de atenuação luminosa em fibras óticas......105
8.4 – OTDR – Optical Time Domain Reflectometer ....................................................................106
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................108
SITES NA INTERNET.....................................................................................................................108
EDIÇÃO 2009
ATUALIZADA
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
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INTRODUÇÃO
As redes de computadores e, em especial, as redes locais (LAN - Local Area Networks) são hoje
parte da realidade de qualquer corporação que faça uso da informática como ferramenta de
trabalho. Seu largo emprego em grandes e pequenas empresas foi impulsionado em grande parte
pela gradativa redução dos custos de equipamentos de informática e pelo advento da tecnologia
Ethernet. Com esta tecnologia, difundida principalmente nos anos 90, as então promissoras redes
locais Token Ring foram rapidamente substituídas pela nova concorrente, bem mais rápida,
confiável, robusta e com custos cada vez mais atraentes.
Essa e outras modernas tecnologias exigiram mudanças nas técnicas de cabeamento existentes.
Até então, o cabeamento em edifícios comerciais era constituído por vários tipos de cabos
incompatíveis entre si, cada um deles adequado a uma aplicação específica como: transmissão
de voz, dados, imagem, sistemas de automação e controle, sistemas de segurança, etc.
Era necessário que o conceito e as tecnologias de cabeamento interno fossem redefinidos para
adequação as novas e futuras aplicações. Para atender esta demanda, em 1991 os organismos
norte-americanos Aliança de Indústrias de Eletrônicos (EIA) e Associação de Industrias de
Telecomunicações (TIA) publicaram a norma EIA/TIA 568, que trazia pela primeira vez o conceito
de cabeamento estruturado e a especificação dos cabos de pares trançados categoria 3.
Os boletins técnicos (TSB – Technical Systems Bulletin) que complementaram essa norma foram
reunidos na norma EIA/TIA 568-A lançada em 1995, onde aparecia a descrição dos cabos
categoria 4 e 5. A Organização Internacional para Padronização (ISO – International Orgazation
for Standardization) também editou a sua versão sobre o tema em 1995 (ISO/IEC 11801).
A norma NBR 14565 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas), cuja primeira versão
é de 2000, já nasceu desatualizada pois reconhecia no máximo os cabos categoria 5 enquanto o
mercado já adotava os cabos categoria 5e (extended). Em 2001 os americanos aprovaram um
adendo à sua norma que padronizava o cabeamento categoria 5e e eliminava a categoria 5. Em
2002 eles normatizaram o cabeamento categoria 6a (augmented), enquanto a ISO concebia a
inovadora categoria 7. No ano de 2007 foi publicada a segunda edição da norma brasileira que
deixou de ter a cara dos documentos americanos e passou a se basear nas normas da ISO,
inclusive em relação a nova categoria 7.
Essa norma brasileira trouxe a vantagem de reconhecer as categorias de cabos já adotadas
internacionalmente. Porém, esse documento tem alguns pontos negativos. Em primeiro lugar, não
trouxe um modelo de projeto como o que existia na versão anterior. Além disso, o documento se
preocupa demais com complexas equações matemáticas (referentes aos limites de certificação de
cabeamento) que pouco interessam para os profissionais de projeto e execução de infra-
estruturas de redes. Não quero aqui menosprezar o estudo do teste e da certificação de cabling,
muito antes pelo contrário. Conhecer profundamente esse assunto é fundamental, o que se
mostra pouco útil é centrar a discussão em abstratas equações matemáticas .
Hoje o que se discute no mundo do cabeamento é o uso dos cabos categoria 6 e 6a e sobretudo
a grande briga de mercado que existirá em torno dos surpreendentes cabos categoria 7, já
reconhecidos pelo organismo internacional ISO mas ainda não aprovados pela EIA/TIA
americana. E as fibras óticas? Onde entram nesse embate que envolve fabricantes de cabos e
equipamentos, projetistas, instaladores e usuários desses sistemas? São estes alguns dos temas
que iremos discutir a partir de agora nos vários capítulos dessa apostila.
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
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Vamos lá. Mas antes vamos conhecer a definição de REDE INTERNA ESTRUTURADA de acordo
com a norma da ABNT lançada em 2000:
"Entende-se por rede interna estruturada aquela que é projetada de
modo a prover uma infra-estrutura que permita evolução e
flexibilidade para serviços de telecomunicações, sejam de voz, dados,
imagem, sonorização, controle de iluminação, sensores de fumaça,
controle de acesso, sistemas de segurança, controles ambientais (ar-
condicionado e ventilação) e outros.
Considerando-se a quantidade e a complexidade destes sistemas, é
imprescindível a implementação de um sistema que satisfaça as
necessidades iniciais e futuras em telecomunicações e que garanta a
possibilidade de reconfiguração ou mudanças imediatas, sem a
necessidade de obras civis adicionais".
Essa definição da ABNT exprime os principais objetivos da implantação de um sistema de
cabeamento estruturado, que podem ser resumidos em quatro princípios básicos:
• Garantir que o cabeamento atenda a critérios técnicos e de desempenho mínimos
necessários;
• Convergir todos os serviços de telecomunicações internos, incluindo voz e vídeo, para um
mesmo padrão de cabeamento capaz de suportar todos eles;
• Implantar um cabeamento dimensionado para suportar a evolução futura dos sistemas de
telecomunicações, como, por exemplo, aumento de velocidade de transmissão de dados em
redes locais. Evita-se assim, a troca do cabeamento existente cada vez que for adotado um
novo padrão de rede para transmissão de dados, voz, imagem, etc;
• Evitar a necessidade de modificações no cabeamento em caso de mudança do lay-out dos
escritórios e áreas de trabalho.
De maneira similar, a nova edição da norma da ABNT de 2007 estabelece como sendo seu
escopo "um cabeamento genérico para uso nas dependências de um único ou um conjunto de
edifícios em um campus", cobrindo cabeamento metálico e ótico, sendo o cabeamento concebido
para suporte de serviços de voz, dados, texto, imagem e vídeo. Essa norma não cobre os
requisitos de proteção e segurança elétrica, proteção contra incêndio e compatibilidade
eletromagnética.
Objetivo dessa apostila
Este trabalho tem por objetivo apresentar uma introdução as redes locais de computadores, com
ênfase nos meios físicos guiados (cabos e todos os seus variados acessórios), alguns conceitos
básicos relativos aos sinais em redes, além de reunir de forma resumida os principais aspectos
teóricos, normativos e práticos que envolvem o projeto e a implantação de cabeamento
estruturado em ambientes corporativos, bem como de infra-estrutura de redes em geral. Não é
intenção do autor que este texto substitua as normas originais.
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
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O autor
Técnico em Eletrônica pelo Colégio Técnico da UFMG (1988), o Eng. Eletricista Rodrigo Moreno
Marques graduou-se na Escola de Engenharia UFMG em 1997. Trabalhou durante cinco anos
com redes locais, equipamentos de conectividade, cabeamento estruturado e integração de
sistemas. Especialista em Engenharia de Telecomunicações pelo Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento em Eng. Elétrica da UFMG (2001) e especialista em Design Instrucional para
Ensino a Distância pela Universidade Federal de Itajubá (2008). Atuou na empresa Telemar/Oi por
seis anos no desenvolvimento de soluções para transmissão de dados, voz e imagens em redes
MAN e WAN corporativas. Desde 2001 dedica-se a docência em cursos de graduação e cursos
técnicos na área de tecnologia da informação, redes de computadores, telecomunicações e
gestão de TI. Atualmente é professor da Universidade FUMEC e das FaculdadeS Estácio de Sá e
Inforium, além de prestar consultorias e ministrar treinamentos eventuais para empresas. Desde
2008 cursa mestrado em Ciência da Informação na Escola de Ciência da Informação da UFMG.
Suas pesquisas voltam-se para as políticas de informação e comunicação, dentro da linha de
gestão da informação e do conhecimento.
Contatos: rodrigomorenomarques@yahoo.com.br
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
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UNIDADE I - REDE LOCAL DE COMPUTADORES E OUTROS CONCEITOS BÁSICOS
1.1 – Redes de Computadores
Uma rede de computadores é composta por equipamentos processadores interligados entre si
através de um sistema de comunicação de dados para, principalmente, permitir a troca de
informações. Além de estações de trabalho (workstation) dos usuários, estas redes permitem que
sejam interligados outros dispositivos compartilhados, de forma a permitir que os recursos
disponíveis sejam melhor aproveitados. Alguns exemplos:
• Vários usuários de uma rede podem utilizar uma mesma impressora compartilhada, evitando-
se que cada computador tenha uma impressora dedicada;
• Todos os usuários podem acessar um único servidor de banco de dados com back-up
periódico, liberando as estações de armazenando local sem cópia de segurança,
• Todos os usuários podem originar e receber ligações telefônicas através dos
microcomputadores da rede dotados de kit multimídia através de um computador "servidor de
voz". Esta máquina irá acolher as chamadas internas e externas e distribuí-las aos
destinatários, que poderão atende-las on line ou armazena-las eletronicamente.
As redes de computadores são projetadas para fornecer uma transferência de dados ágil e rápida
entre os equipamentos, além de permitir que os vários usuários acessem bancos de dados
compartilhados, executando consultas e modificações nestas bases de dados de forma
controlada. Dentre outras aplicações, as redes permitem também que sejam definidos nomes de
usuários e senhas para que cada um deles tenha acesso limitado aos recursos disponíveis,
podendo ler, criar e/ou modificar apenas aqueles dados ou programas bem definidos, de acordo
com a função/cargo que cada um deles ocupa na corporação.
As redes de computadores podem ser classificadas como LAN, MAN ou WAN.
Pode-se caracterizar uma LAN (local area network) ou rede local como sendo uma rede que
permite a interconexão de equipamentos de comunicação de dados numa pequena região. De
fato, tal definição é bastante vaga principalmente no que diz respeito às distâncias envolvidas. Em
geral, nos dias de hoje, costuma-se considerar “pequena região” distâncias entre 100m e 25 Km,
muito embora as limitações associadas às técnicas utilizadas em redes locais não imponham
limites a essas distâncias. Outras características típicas encontradas e comumente associadas a
redes locais são: altas taxas de transmissão (10 Mbps, 100 Mbps, 1 Gbps ou 10 Gbps) e baixas
taxas de erro (de 10-8
a 10-11
). É importante notar que os termos “pequena região”, “altas taxas de
transmissão” ou “baixas taxas de erro” são susceptíveis à evolução tecnológica; os valores que
associamos a estes termos estão ligados à tecnologia atual e certamente não serão mais os
mesmos dentro de poucos anos. Outra característica dessas redes é que elas são, em geral, de
propriedade privada.
As redes MAN (metropolitan area networks), ou redes metropolitanas, são aquelas cujos enlaces
estão situados dentro dos limites de uma cidade. As redes WAN (wide area networks) são redes
de grande abrangência e podem interligar computadores localizados em diferentes cidades ou
entre países distintos. Em geral, tanto as MAN quanto as WAN empregam infra-estrutura alugada
de empresas de telecomunicações para implementação de seus enlaces. Sobretudo por questões
de custo dos enlaces alugados, em geral em MANs e WANs as taxas de transmissão contratadas
são bem mais baixas do que aquelas das redes locais, sendo usual a oferta de links a partir de
64kbps e seus múltiplos (Nx64kbps até 2Mbps), 34Mbps, Nx155Mbps e, mais recentemente,
estão sendo oferecidos pelo mercado de telecom enlaces privativos com 10Mbps, 100Mbps ou
Gbps.
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
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1.2 – Enlaces de Comunicação e Topologias físicas
As linhas de transmissão de dados ou canais de comunicação, também conhecidas como enlaces
(ou links) de comunicação, podem ter duas classificações (configurações) físicas básicas:
Ligação ponto-a-ponto: Caracteriza-se pela presença de apenas dois pontos de comunicação,
um em cada extremidade do enlace.
Figura: Dois links ponto-a-ponto
Ligação multiponto: Caracteriza-se pela presença de três ou mais dispositivos de comunicação
que podem utilizar o mesmo enlace.
Figura: Um link multiponto
Basicamente, a topologia física de uma rede representa a forma com que seus componentes
(estações de trabalho, servidores, impressoras, etc.) estão conectados e caracteriza o caminho de
comunicação entre os elementos da rede. A correta definição da topologia física a ser adotada é
um dos aspectos mais importantes no projeto de uma LAN, afetando aspectos como performance
(velocidade de transmissão de dados), custos, disponibilidade (tempos de interrupção para
manutenção) e administração/gerência.
Simplificadamente podemos dizer que as topologias físicas de rede mais empregadas em redes
locais (LAN) são: anel, barramento e estrela.
Topologia em anel: Na topologia em anel as estações se interligam através de um meio
transmissão (ponto-a-ponto ou multiponto) formando uma caminho totalmente fechado.
Topologia em barramento: Esta topologia apresenta sempre uma configuração multiponto, onde
as estações se conectam ao mesmo meio de transmissão, que forma um caminho não fechado,
com duas extremidades onde são instalados os terminadores de rede (ou casadores de
impedância).
Topologia em estrela: Na topologia em estrela cada estação de trabalho se conecta a um ponto
de concentração da rede, que em geral é um equipamento (hub ou switch).
Topologia em árvore: é composta por várias sub-redes em estrela ligadas a um ou mais
equipamentos concentradores através de enlaces de maior taxa de transmissão. Esse tipo enlace
que interconecta as sub-redes é conhecido como backbone ou “espinha dorsal da rede”.
1o
Enlace
ponto-a-ponto
2o
Enlace
ponto-a-ponto
Enlace multiponto
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
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1.3 – Rede Local de Computadores (LAN)
Atualmente as topologias mais empregadas em redes locais de computadores (LAN) são as
topologias em estrela e em árvore. Os equipamentos concentradores são os switches.
(a) Anel ponto-a-ponto (b) Anel multiponto (c) Rede em barramento
(d) Rede em estrela (e) Rede em árvore
Figura: Topologias Físicas
Os primeiros sistemas de computação a possuírem acessos interativos de usuários a um grande
computador central (mainframe) basearam-se na interface serial RS-232. Neste sistema todo
processamento e armazenamento de dados é realizado pelo mainframe e os terminais de acesso
são usados somente para entrada e saída de informações a serem processadas no mainframe.
A evolução dos sistemas trouxe as redes locais Token Ring em anel e barramento (desenvolvidas
pela IBM), cujas estações autônomas (com capacidade de processamento e armazenamento)
conectam-se em geral através de cabo coaxial. Estas implementações apresentam a grande
desvantagem de serem vulneráveis a desconexão acidental do cabo coaxial (o que interrompe o
tráfego de dados em toda a rede), além de serem limitadas a uma velocidade máxima de 16
Mbps.
A topologia em estrela elimina este risco, uma vez que a interrupção em um dos cabos de pares
trançados irá afetar apenas a estação conectada através deste cabo. Na topologia em árvore, há
o risco de rompimento de um backbone, o que pode isolar um grupo de estações dos servidores
localizados em outro ambiente. Além disso, o equipamento concentrador empregado nas redes da
família Ethernet (hub ou switch) pode estar sujeito a uma pane, o que poderá interromper o
funcionamento de toda a rede. Dentro os defeitos
As mais modernas redes locais da família Ethernet não adotam mais o cabo coaxial. Empregam-
se fibras óticas e principalmente cabos de pares trançados, que podem ser revestidos de uma
malha para blindagem eletromagnética (FTP) ou sem blindagem (UTP – unshilded twisted pair),
sendo este último o mais comum. Apesar de mais cara do que as suas antecessoras, a infra-
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estrutura em estrela ou árvore com cabos de pares trançados permitiu o aumento da banda
disponível para transmissões, o que será discutido nas próximas unidades.
Todas as questões relativas as topologias de redes apresentadas até aqui se referem ao conceito
de topologia física, ou seja, a maneira como os elementos da rede estão fisicamente
conectados, incluindo encaminhamento de cabos, conexão de equipamentos, etc. Outro conceito
diferente deste é o da topologia lógica, relativo a forma como os dados trafegam na rede,
independente de sua topologia física, isto é, independente dos tipos de cabos que interligam os
equipamentos e do desenho dos caminhos formados por estas conexões. Para entender melhor a
diferença entre topologia física e topologia lógica podemos usar o exemplo de uma rede local
Ethernet implementada com hubs: sua topologia física é do tipo estrela, mas sob o ponto de vista
das aplicações (tráfego dos dados, softwares ou programas) seu funcionamento é do tipo
barramento.
1.4 – Componentes da LAN
A chamada infra-estrutura de uma rede local é composta basicamente por três tipos de
componentes:
• Equipamentos (hardware) ativos;
• Equipamentos (hardware) passivos;
• Sistema operacional de rede (software de rede).
1.4.1 - Equipamentos ativos
Este tipo de hardware é composto por equipamentos que se conectam a rede (estações de
trabalho, servidores, impressoras, etc.) ou servem para permitir a conexão das estações de
trabalho à rede (hubs, switches, etc.). Os principais equipamentos ativos são:
Estações de trabalho: são os microcomputadores conectados, usados pelos usuários para
acessar a rede local.
Servidores: são computadores dotados de maior capacidade de processamento, memória e
espaço em disco que executam aplicações específicas como por exemplo:
TIPO DE SERVIDOR APLICAÇÕES .
Banco de dados Armazenamento de dados
Servidor de administração Gerenciamento de usuários, senhas e direitos de acesso
Servidor de impressão Gerenciamento de filas de impressão
Servidor web Gerenciamento de acesso a Internet
Servidor de e-mail Gerenciamento de correio eletrônico
Equipamentos concentradores: são equipamentos (em geral hubs ou switches) que permitem a
comunicação entre os computadores. Os hubs e switches são dispositivos concentradores,
responsáveis por centralizar a distribuição dos quadros de dados em redes fisicamente ligadas em
estrela ou árvore, sendo dotados de portas para conexão de cada computador.
A função básica do hub é a de repetidor multiportas. Ele é responsável por replicar para todas
as suas portas as informações recebidas em qualquer uma destas. Por exemplo, se uma máquina
tenta enviar um quadro de dados para uma outra, todas as demais máquinas da rede recebem
também esse quadro de dados, como ilustrado abaixo. Nota-se que o envio de um quadro ocupa
todo o barramento do hub, impedindo outras transmissões simultâneas.
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
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Figura: Funcionamento básico do hub:
REPETIDOR MULTIPORTAS
O hub opera na camada física do modelo OSI. Ele não tem como interpretar os quadros de dados
que está enviando ou recebendo e, por isso, ele não tem a capacidade de saber os endereços
MAC das placas de redes dos computadores ligados a ele.
Já os switches têm a função básica de chaveador (comutador) multiportas. Eles enviam os
quadros de dados somente para a portas de destino corretamente endereçadas. Com isso, esse
dispositivo consegue aumentar o desempenho da rede, já não ocupará todo o barramento da rede
e mais de uma comunicação poderá ser estabelecida simultaneamente, desde que as
comunicações não envolvam portas de origem ou destino que já estejam sendo usadas.
Figura: Funcionamento básico do switch:
CHAVEADOR MULTIPORTAS
Os switches conseguem enviar quadros diretamente para as portas de destino porque eles são
dispositivos que “aprendem”. Quando um switch recebe quadros de dados em suas portas, ele lê
cada campo de endereço MAC de origem dos quadros e registra esses endereços em uma tabela
interna (memória RAM, volátil), associando cada um destes MAC a sua respectiva porta de
entrada. Assim, quando o switch recebe um quadro para ser retransmitido, antes do envio ele lê o
endereço MAC de destino daquele pacote e consulta sua tabela para enviar o quadro somente
para a porta devida.
Assim como ocorre com os hubs, os switches são classificados de acordo com a sua velocidade
de operação (10 Mbps, 100 Mbps, 1 Gbps, 10 Gbps). Estes equipamentos são especificados de
acordo com a quantidade de portas que eles possuem, a taxa de transmissão (em bps) de cada
uma delas e suas respectivas interfaces e conectores, dentre outros parâmetros técnicos que irão
definir seu desempenho, inclusive algum sistema operacional que esteja ali embarcado.
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
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Placas de rede: as placas de rede são instaladas em cada computador que será conectado à
rede. As placas de rede são responsáveis pela troca de dados entre cada computador e o(s)
equipamento(s) concentrador(es). As placas de rede não devem ser confundidas com as placas
de fax/modem que se destinam a conexões entre micros (ou aparelhos de fax) através da Rede
de Telefonia Fixa Comutada (RTFC), ou seja, através de conexões discadas via concessionárias
de telefonia fixa.
1.4.2 - Dispositivos passivos
Passivos são aqueles dispositivos que não são alimentados por energia elétrica. São os
componentes do meio físico (cabos, conectores, tomadas, etc.) empregados para transporte de
dados entre computadores e demais equipamentos ativos da rede. São também exemplos de
dispositivos passivos: fibras óticas, painéis de conexão (patch panels), blocos de conexão,
distribuidores óticos, racks (armários de telecomunicações), etc.
1.4.3 - Sistema operacional de rede
São os programas desenvolvidos em linguagem computacional que permitem o controle dos
usuários da rede, as aplicações ou tarefas que cada um deles pode executar, como por exemplo:
acesso/modificações em banco de dados, impressão de arquivos, correio eletrônico (e-mail),
acesso a Internet, etc. As permissões de acesso são definidas por profissionais especiais,
chamados de "administradores da rede", de acordo com o cargo ou função de cada usuário.
Atualmente vemos que os sistemas operacionais da Microsoft estão perdendo espaço para o
Linux. A evolução do mercado de tecnologia da informação (TI) mostra claramente que o domínio
do Windows está se enfraquecendo cada vez mais e dando lugar às plataformas livres de código
aberto.
1.5 – Futuro das LANs: o cabeamento estruturado será substituído pelas redes sem fio?
Com a expansão cada vez maior das redes locais sem fio Wi-Fi (IEEE 802.11), das novas redes
Wi-Max (IEEE 802.16), além da telefonia de 3a
e 4a
gerações, muito se tem questionado se as
redes que empregam o meio físico aéreo irão substituir as redes baseadas nos meios físicos
guiados (cabos).
Existem três fortes motivos para crer que as redes sem fio não irão substituir todas as aplicações
que são implementadas em cabos de pares metálicos ou cabos de fibras óticas, conforme
explicamos a seguir.
Velocidade das redes locais cabeadas e aéreas
Até pouco tempo as redes sem fio IEEE 802.11b suportavam no máximo uma velocidade de
11Mbps, quando as enlaces da família IEEE 802.3 em cabos metálicos já atingiam 100Mbps por
um preço relativamente baixo. Atualmente os padrões Wi-Fi IEEE 802.3a e 802.3g podem atingir
54Mbps (de maneira compartilhada, sem garantia de velocidade nos links) e o padrão Wi-Max
IEEE 802.16 estabelece um suporte a canais de até dezenas de Mbps. Nota-se que a evolução
das redes wireless está trazendo um aumento nas suas taxas de transmissão, mas estas
velocidades ainda estão bem distantes nas taxas 1Gbps e 10Gbps que podem ser implantadas
em cabos de pares trançados ou fibras óticas por um preço relativamente baixo.
Por esse motivo é fácil supor que as redes cabeadas ainda dominarão os cenários onde as
aplicações exigem alto desempenho, como por exemplo em backbones, conexões de servidores e
dispositivos de storage (armazenamento).
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
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Segurança nas redes locais cabeadas e aéreas
Não existe rede que seja 100% segura e qualquer tipo de rede está sujeita a ataques, invasões e
sabotagens. Tudo que se faz na área de segurança de redes, incluindo a adoção de firewalls ou
sistemas de detecção de intrusos (IDS – Intruder Detection System), se destina a diminuir o risco
de dados, mas sem a pretensão de ser totalmente eficaz.
Em uma rede baseada em cabos, invasões podem se dar através de algum hacker “presencial”
que tem acesso a uma das portas de um switch/hub da LAN ou através de algum hacker “remoto”
que acessa a rede local através da Internet. Por outro lado, as redes sem fio trazem uma
vulnerabilidade a mais: o hacker pode captar o sinal aéreo da rede e invadi-la sem que seja
preciso se conectar fisicamente a um switch/hub dessa LAN. E isso aumenta muito a insegurança
dos sistemas wireless.
Os defensores das redes sem fio alegam que é possível estabelecer uma política se segurança
boa, através de ferramentas de gerenciamento de usuários e senhas, filtros de MAC, criptografias,
autenticações, servidores do tipo RADIUS, alocação dinâmica de endereçamento IP, protocolos
como WPA2-Enterprise, WEP dinâmico com 802.1X+EAP, dentro outras. Porém, não é difícil
concluir que todas essas medidas são fundamentais quando se adota um meio físico aberto como
o meio aéreo, por ser ele muito mais vulnerável do que os cabos que conseguem limitar a
propagação dos sinais por caminhos fechados.
O risco de interferências das redes aéreas
Enlaces óticos baseados em fibra ótica não sofrem interferências de sinais, o que é uma grande
vantagem desse meio físico. Os cabos UTP podem sofrer interferências eletromagnéticas dos
sinais elétricos internos nos cabos ou de sinais externos. Para combater esse risco as normas
estabelecem cabos com proteções (blindagens) e outros detalhes construtivos que evitam ou
minimizam esse problema. Também é possível reduzir esse inconveniente através da adequada
separação física dos cabos de dados das possíveis fontes de interferência eletromagnética.
Porém, no cenário das redes sem fio a interferência é um problema freqüente e de solução muitas
vezes complexa ou inviável. Isso se deve ao fato que a grande maioria das redes Wi-Fi empregam
faixas de frequências liberadas para uso sem necessidade de licenciamento junto a Anatel
(2,4GHz e 5,8GHz). Essa liberdade de uso faz com que redes W-Fi vizinhas concorram entre si no
uso do espectro de frequências e eventualmente disputem a mesma faixa. Torna ainda mais
complicado o problema a existência de outros dispositivos que também usam as frequências
livres, como os telefones fixos sem fio e alguns aparelhos de controle remoto especiais. As
interferências entre os canais de comunicação dos controladores de vôo e as estações de rádio
demonstram a complexidade desse fato, assim como a briga pelo uso do espectro estabelecida
entre as empresas de radiodifusão e as operadoras de telefonia celular.
Concluindo
Podemos concluir, portanto, que a expansão da tecnologia sem fio se dará em redes onde não há
grande preocupação com sua segurança, onde não é necessária alta velocidade de transmissão
digital e onde não há interferências entre sistemas adjacentes. Nos sistemas críticos, com
informações confidenciais, restritas ou estratégicas e nos locais onde existe o risco de
interferência, os cabos metálicos e óticos ainda reinarão por bastante tempo com certeza.
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1.6 – Conceitos básicos em redes de computadores e telecomunicações
Sinal analógico: É o sinal que têm variação contínua ao longo do tempo
Exemplos: voz humana, música de LPs, fita K7 ou VHS, filme fotográfico, todos os filmes que
passam nas grandes salas de cinema, sinais em automação industrial: variações de temperatura e
pressão, sinal de TV aberta, rádio FM e todas as propagações de sinais no ar (transmissão dos
sistemas wireless, ou sem fio)
Figura: sinal analógico periódico senoidal Figura: sinal analógico não periódico
Sinal digital: É o sinal que tem variação não contínua (discreta), ou seja, em níveis fixos pré-
estabelecidos.
Exemplos: música digital (CD, WAV, MP3), DVD, fotografia digital, filmes digitais, arquivos texto,
banco de dados, comunicação entre computadores nas redes locais
Figura: sinal digital binário Figura: sinal digital não binário
Período, Amplitude, Frequência, Fase e um sinal
Os dois gráficos abaixo ilustram os conceitos de período (T, tempo) e amplitude (neste exemplo
em Volts) em uma onda senoidal e em uma onda retangular. Período é uma medida de tempo e
sua unidade é o segundo.
Figura: Amplitude e frequência em uma onda senoidal
e em uma onda retangular
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Frequência é uma unidade que mede quantos ciclos por segundo um sinal periódico varia ao
longo de um tempo. A unidade que se adota é o Hertz (Hz). Um Hertz equivale a um ciclo por
segundo. Matematicamente temos uma relação entre período (T, tempo) e frequência (f) dada
pela fórmula:
onde: f = frequência (Hz)
T = período (segundos)
O gráfico (b) abaixo mostra a variação de amplitude de um sinal em relação ao sinal do gráfico (a).
O gráfico (c) ilustra a variação de frequência de um sinal em relação ao primeiro sinal (a). O
gráfico (d) ilustra a variação da fase de um sinal em relação ao sinal original (a).
Figura: variação de amplitude (b), frequência (c) e fase (d)
em relação a uma onda senoidal original (a)
Bit, byte, bps e seus múltiplos
A matemática e a lógica binária dos equipamentos digitais empregam apenas dois tipos de sinais:
ZERO (nível baixo) e UM (nível alto). Eletronicamente, o ZERO (nível baixo) pode ser
representado pela inexistência de voltagem (zero volt) e o UM (nível alto) pode ser representado
uma voltagem definida (5 volts, por exemplo). Dessa maneira, toda informação digital é composta
por bits ‘0’ e ‘1’. Oito bits agrupados formam um conjunto que chamamos de byte.
No caso da medida de tamanho de arquivo ou espaço para armazenamento em unidades de
armazenamento (disco, fitas, memórias, etc) usamos as seguintes unidades:
0 1 1 0 1 0 0 1
Volts
tempo
Sinal digital:
Representação binária
do sinal digital acima:
8 bits formam 1 BYTE
Medida do tamanho de um
arquivo ou espaço para
armazenamento
Unidade
usada em
byte (B), kbyte (kB),
Megabyte (MB),
Gigabyte (GB), etc.
T
f
1
=
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Os múltiplos usados neste caso, por se tratar de sistema binário, se baseiam em potência de 2
(210
, 220
, 320
, etc) e não na potência de 10 do sistema decimal que estamos acostumados a usar
no nosso dia a dia (101
, 102
, 103
, etc). Portanto, os múltiplos usados para TAMANHO DE
ARQUIVO são:
kbyte = kbyte = 210
bytes = 1.024 bytes
megabyte = Mbyte = 220
bytes = 1.048.576 bytes
gigabyte = Gbyte = 230
bytes = 1.073.741.824 bytes
Exemplos: 1,44 kbytes = 1,44 x 1.024 bytes = 1.474,6 bytes
700 MBytes = 700 x 1.048.576 bytes = 734.003.200 bytes
80 Gbytes = 180 x 1.073.741.824 bytes = 85.899.345.920 bytes
No caso da medida de velocidade de transmissão de bits nas redes de computadores e nos
sistemas de telecomunicações digitais adotamos outras unidades que são:
Neste caso os múltiplos são os tradicionais múltiplos de 10 do sistema decimal (101
, 102
, 103
, ... ).
Portanto, os múltiplos usados em VELOCIDADE (bps) são:
Quilobits por segundo = kbps = 1.000 bps = 103
bps
Megabits por segundo = Mbps = 1.000.000 bps = 106
bps
Gigabits por segundo = Gbps = 1.000.000.000 bps = 109
bps
Exemplos: 64kbps = 64 x 1.000 bps = 64.000 bps
100Mbps = 100 x 1.000.000 bps = 100.000.000 bps
1 Gbps = 1 x 1.000.000.000 bps = 1.000.000.000 bps
Portanto, sempre que quisermos representar velocidade de transmissão digital, devemos usar as
unidades listadas acima. São exemplos dessa aplicação:
- Especificação de velocidade de portas em switches da família Ethernet (100Mbps, 1Gbps, etc.)
- Especificação de velocidade em planos e contratos de acesso à Internet (1Mbps, 2Mbps, etc.)
As únicas exceções a essa regra são as velocidades de navegação na Internet informadas por
alguns medidores on-line. Nesses casos, é possível encontrar: bits por segundo ou bytes por
segundo. Atenção e cuidado!!!
A NATUREZA DO SINAL DIGITAL
Os sinais digitais são formados por um somatório de ondas senoidais de frequências distintas. A
figura abaixo ilustra o somatório do sinal (a) de frequência f com o sinal (b) de frequência 3f, o que
dá origem ao sinal (c), que já pode ser considerado eletronicamente como uma boa aproximação
de um sinal digital binário. Destes gráficos podemos extrair dois conceitos importantes que serão
explicados na seção seguinte:
Velocidade de
transmissão de sinais
digitais, ou seja, taxa de
transmissão digital
Bits por segundo
(bps), kbps, Mbps, Gbps
Unidade
usada em
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Figura: a soma das senóides (a) e (b) produz a senóide (c),
que já é uma boa aproximação de uma onda retangular
Quando adicionamos componentes de frequência maior ao somatório, a onda digital se aproxima
cada vez mais de uma onda digital ideal quadrada. A figura (a) abaixo ilustra um somatório onde
foi incluída a componente senoidal com frequência 5f e a na figura (b) vemos a inclusão do
componente com frequência igual a 7f. A figura (c) ilustra o caso ideal, apenas teórico, onde estão
presentes infinitos componentes de frequência, o que torna a onda perfeitamente quadrada.
Figura:a soma de harmônicos de frequências maiores produz
uma onda cada vez mais próxima da onda ideal retangular
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BANDA PASSANTE E LARGURA DE BANDA
Banda Passante representa o intervalo de frequências (frequência inicial até a frequência final) de
um sinal. A banda passante de um sinal também é conhecida como faixa de frequências ou
espectro de frequências do sinal. Unidade de medida adotada: Hertz (Hz).
Largura de Banda, que também tem o Hertz (Hz) como unidade de medida, representa o tamanho
do intervalo de frequências do sinal, que é calculado através da fórmula matemática:
L (Hz) = frequência final – frequência inicial
Conhecer estes dois parâmetros, medidos em Hertz (Hz), é de fundamental importância, tendo em
vista que os sinais são formados por um somatório de ondas de frequências distintas e estas
devem estar contidas no intervalo definido pela banda passante do meio de transmissão a ser
empregado.
O gráfico abaixo ilustra esses dois conceitos.
Figura: Curva típica de ganho de um meio de transmissão
A partir da figura acima podemos afirmar que:
Banda Passante: de fi a ff
Largura de Banda: L = ff – fi
Exemplo: para o sinal de voz humana
Banda passante do sinal = de 300Hz a 3.400Hz
Largura de banda do sinal = 3.400 – 300Hz = 3.100Hz
Os parâmetros largura de banda e banda passante também são aplicados quando tratamos dos
meios físicos de transmissão (cabos metálicos, fibras óticas ou meio aéreo). Simplificadamente,
podemos dizer que cada meio físico de transmissão tem sua banda passante e sua uma largura
de banda. Cabos metálicos são adequados para transmissão de sinais de baixa frequência e têm
largura de banda estreita, enquanto as fibras óticas são mais adequadas para sinais com
frequências maiores e têm largura de banda maior. Quanto maior a largura de banda (Hz) de um
meio físico, maior será a seu suporte a taxas de transmissão digitais (bps) elevadas.
1.0
Ganho
Frequência
L
fffi
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ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIAS
A figura abaixo mostra as faixas de frequências e larguras de banda dos diversos tipos de sinais e
meios físicos empregados nos sistemas de telecomunicações.
Exemplo 1: NOS MEIOS AÉREOS
ROTEADOR WIRELESS COM INTERFACE ADSL, FABRICANTE: D-LINK, MODELO: DI-624S
O fabricante D-link desenvolveu o roteador wireless DI-624S (servidor de acesso à Internet sem
fio) que possibilita o compartilhamento de uma conexão à Internet ADSL com várias estações
através do meio aéreo Wi-Fi, situadas até 100metros em ambiente interno ou 400 metros em
ambiente externo. O equipamento funciona na faixa não licenciada conhecida popularmente como
2.4GHz. Nota-se nas especificações abaixo que o equipamento pode operar em frequências
definidas pelo padrão americano ou pelo padrão europeu. No primeiro caso pode-se ter até 11
canais de comunicação simultâneos e no segundo caso é possível estabelecimento de 13 canais
ao mesmo tempo.
Servidor de Acesso a Internet sem fio
Modelo: DI-624S
Fabricante: D-Link
Especificações:
Faixa de Frequências:
Padrão americano: 2,412 a 2,462 GHz
Padrão europeu : 2,412 a 2,472 GHz
Largura de Banda:
Padrão americano: (2,462 – 2,412) GHz = 0,050 GHz
Padrão europeu : (2,472 – 2,412) GHz = 0,060 GHz
Velocidade de transmissão digital 54Mbps
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Exemplo 2: NOS MEIOS METÁLICOS DE REDE EXTERNA
O gráfico abaixo ilustra as faixas de passagem e larguras de bandas nos canais de voz e dados
da tecnologia ADSL, empregada por exemplo no produto Velox:
Podemos notar no gráfico acima as diferentes faixas de frequências e larguras de banda do canal
de voz (POTS), do canal de upload (upstream) e do canal de download (downstream). Essa
tecnologia permite velocidade de transmissão de dados assimétrica de até 8Mbps para download
e 512Kbps para upload. Tudo isso dentre de uma faixa de frequências que vai até 1.000KHz, ou
seja, até apenas 1MHz.
Exemplo 3: NOS CABOS METÁLICOS EMPREGADOS EM CABEAMENTO ESTRUTURADO
A seção 2.3 da Unidade II a seguir descreve os cabos metálicos adotados em cabeamento
estruturado. É importante conhecer as diversas categorias usadas para classificar esses cabos,
suas respectivas larguras de banda em MHz e suas aplicações.
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UNIDADE II - MATERIAIS EMPREGADOS EM CABEAMENTO ESTRUTURADO
2.1 – Cabos metálicos
Cabo coaxial
As últimas versões das normas internacionais para cabeamento estruturado e a norma brasileira
da ABNT não recomendam o emprego dos cabos coaxiais em redes locais. Cada vez torna-se
mais escassa a existência deste cabo em LANs, mesmo nas mais antigas. O cabo coaxial possui
em um fio central para transmissão de sinais e uma blindagem que envolve este fio sem toca-lo. A
blindagem, se devidamente aterrada, fornece proteção deste contra interferências
eletromagnéticas, além de servir como referência elétrica para os sinais.
Figura: Cabo coaxial
Apesar de são serem mais admitidos pelas atuais normas de cabeamento estruturado, esse tipo
de cabo ainda encontra aplicações fora desse escopo:
• Descidas de antenas (seja para rede de dados, voz ou imagem)
• Redes externas de TV a cabo
• Equipamentos de áudio
Cabo par trançado não blindado (UTP – unshilded twisted pair)
Os cabos UTP são compostos de pares de fios trançados não blindados de 100 Ohms. Em geral,
podem ter 4, 25 ou 50 pares, de acordo com sua aplicação, conforme será apresentado a frente.
Por não serem protegidos contra intempéries (sol, água, etc.), não podem ser empregados em
redes externas. Além disso, caso instalados em ambiente externo, os cabos metálicos poderiam
propagar correntes elétricos induzidas por descargas atmosféricas.
A medida que os cabos UTP e seus acessórios foram evoluindo, eles foram sendo classificados
em categorias conforme suas características e performance, o que será discutido adiante.
Figura: Cabo UTP (4 pares), categoria 5e. Figura: Cabo UTP (4 pares), categoria 6.
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Cabo par trançado blindado (STP, FTP, ScTP e SSTP)
Os cabos classificados como blindados são revestidos por uma lâmina ou malha metálica que os
protegem contra interferências eletromagnéticas externas. Os cabos blindados são recomendados
para locais onde existe risco de que campos eletromagnéticos perturbem o sinal da rede
introduzindo erros nas transmissões. Esse tipo de cabo deve ser empregado principalmente em
locais críticos, como aeroportos ou hospitais, onde uma interferência de sinal pode gerar grandes
transtornos ou mesmo o risco de morte. O emprego de cabos blindados exige que todos os
demais acessórios (conectores, tomadas, etc.) sejam também blindados, o que irá garantir a
efetiva proteção dos sinais contra interferências e ruídos externos. Por não serem protegidos
contra intempéries (sol, água, etc.), não podem ser empregados em enlaces externos.
Dentre as fontes externas de interferência eletromagnética que afetam as redes locais podemos
citar: motores em geral, reatores de lâmpadas fluorescentes, circuitos de energia elétrica de alta
ou baixa tensão (127/220 volts), descargas elétricas nas proximidades dos cabos, etc. Vale a
pena destacar que o que produz o campo eletromagnético interferente é sempre uma variação de
corrente. Portanto, uma corrente contínua (DC - direct current) com as de pilhas ou baterias não
irá gerar campos eletromagnéticos.
A norma EIA/TIA 568-A de 1995 adotou a sigla STP (Shilded Twisted Pair) para designar o cabo
blindado criado pela IBM, que possuía dois pares trançados blindados individualmente mais uma
blindagem geral. Esse tipo de cabo deixou de ser reconhecido pelas normas mais recentes, pois
era muito volumoso e tinha apenas dois pares.
As normas atuais empregam uma nomenclatura que foi bem recebida e adotada pelo mercado:
chama-se de FTP (Foil Twisted Pair) o cabo de quatro pares blindado através de uma lâmina de
alumínio que envolve todos os pares do cabo, enquanto o ScTP (Screened Twisted Pair) emprega
não uma lâmina de alumínio, mas uma malha metálica em sua blindagem.
Na nova norma para cabos categoria 7, já aprovada pela ISO, mas ainda não pela EIA/TIA, é
especificado um o novo cabo SSTP (Shilded Screened Twisted Pair), também chamado de S/FTP
(Screened Foil Twisted Pair), que possui uma blindagem laminada individual para cada um dos
seus 4 pares de fios, além de uma blindagem em malha que envolve todo o grupo de fios, o que
exigirá novos tipos de conectores macho e fêmea, incompatíveis com o consagrado padrão RJ-45.
Muitos profissionais duvidam que esse novo sistema vai realmente “colar”, acreditando que as
fibras óticas irão ser uma opção melhor em relação ao sistema categoria 7. O futuro dirá qual a
solução vai ganhar essa briga.
Fig: Cabo FTP (4 pares) categoria 5 Fig: o novo cabo SSTP categoria 7 da ISO
Figura: o novo e completo conector dos sistemas categoria 7. Fabricante Siemon
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Cabos sólidos versus cabos flexíveis
Os cabos de pares trançados blindados e não blindados podem ser sólidos ou flexíveis. Os cabos
sólidos são adequados para as terminações IDC (Insulation Displacement Connection) das
tomadas fêmeas ou blocos de conexão. Os cabos flexíveis são adequados para conectorização
com o conector RJ-45 macho.
2.2 – Acessórios para cabeamento metálico
Conectores
Os cabos coaxiais (já em desuso) empregam como terminação mecânica principalmente os
conectores BNC. Os cabos par trançado empregam os conectores modulares de 8 vias
(comercialmente conhecidos como conectores RJ-45). No caso de cabos blindados (STP)
emprega-se conectores RJ-45 com blindagem.
Figura: Conectores BNC para cabos coaxiais Figura: Conector RJ-45 para cabo
par trançado
Tomadas (outlets)
As tomadas modulares de 8 vias (comercialmente conhecidas como tomadas RJ-45) são
empregadas na terminação de cabos par trançado e podem ser blindadas (para cabos STP) ou
não blindadas (para cabos UTP). Os pares UTP são conectados nas tomadas através de contatos
do tipo IDC, que dispensam o trabalho de descasca-los. As tomadas devem atender os critérios
para transmissão (categoria) para o qual a rede está dimensionada.
(a)
(b) (c)
(d)
Figura: Tomadas modulares de oito vias (tomadas RJ-45)
(a) Blindada – Fab.: Panduit, (b) Não blindada – Fab.: Panduit, (c) Não blindada – Fab.: Fibracem,
(d) Não blindada – Fab.: Reichle & De-Massari
Painéis de conexão (patch panels)
Os painéis de conexão são empregados para terminação dos cabos em pontos de concentração
do cabeamento. São construídos no padrão 19" de largura para permitir instalação em racks de
comunicação de dados. Trata-se de uma peça dotada de tomadas modulares de oito vias
(tomadas RJ-45) com contados IDC. A Figura abaixo ilustra um patch panel de 48 portas RJ-45.
Comercialmente encontram-se principalmente painéis com 24 e 48 portas. Cada conjunto de 24
portas ocupa no rack 4,4 cm de altura, o que foi definido pelos fabricantes de armários como
sendo 01 (uma) unidade de altura. São utilizados com cabos telefônicos (cabos CI) ou cabos par
trançado. As tomadas dos painéis devem atender os critérios para transmissão (categoria) para o
qual a rede está dimensionada.
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Figura: um patch panels de 24 portas RJ-45
e outro de 48 portas – Fabricante: Panduit
Figura: componentes básicos de um link
Blocos de conexão
Os blocos de conexão permitem a conexão dos cabos primários (backbone) com os cabos
secundários (cabeamento horizontal) e podem ser empregados na concentração, consolidação ou
transição de cabos, conforme será definido quando estivermos apresentando as normas de
cabeamento estruturado. Empregam o sistema IDC para conectorização de cabos. São utilizados
com cabos telefônicos (cabos CI) ou cabos par trançado e apresentam maior economia se
comparados com o uso de patch panels.
Comercialmente são encontrados blocos de conexão para 8, 10, 25, 50, 100, 200, 300, e 900
pares. Os blocos de conexão são conhecidos como blocos 110 e estão disponíveis em geral em
módulos de 50, 100, 200, 300 e 900 pares e empregam o conector 110 com contatos IDC.
Os blocos de conexão e sobretudo seus acessórios (conectores e cordões de manobra) devem
atender os critérios para transmissão (categoria) para o qual a rede está dimensionada. Podem
ser fixados em racks, painéis de madeira ou diretamente na parede.
(a) (b)
Figura: Sistema 110
(a) Bloco de conexão 110 de 100 pares, (b) Conector 110 tipo IDC ( 5 e 4 pares)
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Cordões de conexão (patch cords)
Os patch cords são cabos par trançado conectorizados em ambas as extremidades e podem ter
conectores RJ-45 (para tomada ou patch panel) ou 110 (para bloco 110). São usados para fazer
as conexões entre:
• Os painéis de conexão e os equipamentos ativos dentro dos racks
• As tomadas nas áreas de trabalho e os computadores
• Os blocos de conexão, entre as redes primárias e secundárias.
Os cordões de conexão, além de serem flexíveis, devem atender os critérios para transmissão
(categoria) para o qual a rede está dimensionada.
Admite-se a confecção manual de patch cords, com alicate de crimpar conectores RJ-45,
somente para cabeamentos de categoria 5 ou 5e. Os patch cords categoria 6 devem ser
comprados prontos de fábrica para evitar o risco de perdas elevadas que iriam interferir nas
transmissões de dados, sobretudo em taxas de transmissão mais elevadas.
Figura: Cordão de conexão (patch cord) com conectores RJ-45
2.3 – A classificação dos materiais metálicos em categorias e classes
Categoria 1 e 2 – Essas antigas categorias não são mais aceitas pelas normas atualmente. Foram
usadas em redes telefônicas e nas primeiras redes locais de computadores como a Arcnet
(2,5Mbps) e a Token Ring (4Mbps).
Categoria 3 - Utiliza cabos com pares de fios trançados sólidos de bitola 24 AWG. Estes cabos
são utilizados para transmissão de sinais até 16 MHz. Essa categoria foi concebida originalmente
para transmissão em até 10Mbps (Ethernet). Ainda hoje é aceita pelas normas, mas somente nas
redes que são para uso exclusivo de telefonia convencional, nunca para redes de dados,
imagem ou vídeo.
Categoria 4 - Essa categoria, que não é mais aceita pelas normas, utilizava cabos com pares de
fios trançados sólidos de bitola 22 ou 24 AWG e suportava transmissão até uma largura de banda
de 20 MHz. Essa categoria era compatível com a rede Ethernet original (10Mbps) e com a
segunda geração Token Ring (16Mbps), ambas já superadas atualmente.
Categoria 5 - Também eliminada das normas atuais, essa categoria utilizava cabos com pares de
fios trançados sem blindagem de bitola 22 ou 24 AWG e suportava transmissão até uma largura
de banda de 100 MHz. A categoria 5 foi originalmente concebida para aplicações em Fast
Ethernet 100BaseTX (100Mbps), mas o padrão Gigabit Ethernet (1000BaseT), desenvolvido
posteriormente, foi projetado com suporte ao cabeamento com esta categoria.
Categoria 5e (Enhanced) – Utiliza cabos com pares de fios trançados sem blindagem de bitola 22
ou 24 AWG. Admite transmissões até uma largura de banda de 100MHz, mas com parâmetros de
performance e especificações de desempenho mais rigorosas. Apesar do padrão Gigabit Ethernet
(1000BaseT) ter sido desenvolvido para os cabos categoria 5, a adoção da categoria 5e
representa um risco menor de erros se comparada com a 5. Segundo as normas atuais, a
categoria 5e é o padrão mínimo para transmissão de dados em redes de computadores e
nenhuma LAN deve ser projetada ou executada com cabos que tenham categoria inferior a essa.
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Categoria 6 – Esta especificação norte-americana foi aprovada em Junho de 2002 com o código
ANSI/TIA/EIA 568-B.2-1-2002. São especificações ainda mais rigorosas em relação a
performance para uma largura de banda que vai até 250MHz. Em geral, o cabo categoria 6 possui
um elemento interno para separação dos pares e por isso o diâmetro externo do cabo é um pouco
maior do que as categorias 5 e 5e. A origem da categoria 6 está ligada a indústria de switches,
que tentou sem sucesso estabelecer um segundo padrão Gigabit Ethernet (conhecido como
1000BaseTX e criado em 2001) para concorrer com o 1000BaseT. A eletrônica 1000BaseTX
apresentava hardware com eletrônica mais barata do que a concorrente 1000BaseT, porém a
tecnologia 1000BaseTX exigia um meio físico com largura de banda igual a 250MHz, ou seja,
exigia que os cabos fossem categoria 6. Como a arquitetura 1000BaseTX perdeu essa briga de
mercado, admite-se hoje que redes Gigabit (1000BaseT) rodem em cabos de categoria 5e.
Porém, nesse caso a adoção da categoria 6 representará um risco menor de erros, se comparada
com a categoria 5e. Em 2006, quando foi publicado o padrão 10GBaseT (10Gbps, conforme a
norma IEEE 802.3an), estabeleceu-se que a categoria 6 poderia ser usada nessa tecnologia, mas
com as seguintes ressalvas. Em primeiro lugar, admitiu-se o uso dos cabos UTP (não blindados)
de categoria 6, desde que eles não ultrapassem 55m, o que representou uma exceção a regra dos
100m, que era histórica na evolução dos cabos de pares trançados. Como opção, ficou permitido
ter cabos categoria 6 em links 10Gbps com até 100m de comprimento, desde que eles sejam do
tipo blindado (FTP), o que elimina os problemas de interferência entre cabos.
FIGURA: Detalhe do conector RJ-45 categoria 5 (figura esquerda) e do categoria 6 (figura direita).
A diferença de posicionamento dos fios faz com que a interferência na categoria 6 seja menor.
Categoria 6a – Aprovada em fevereiro de 2008 (padrão EIA/TIA 568-B.2-10), na categoria 6a (o
“a” vem de augmented) está definida uma largura de banda de 500MHz para o cabo de pares
trançados. Essa categoria permite que as novas redes 10Gbps sejam implementadas com cabos
de pares trançados não blindados (UTP) em até 100m, superando a barreira dos 55m que foi
imposta para os cabos UTP de categoria 6 nessa velocidade.
Categoria 7 – essa categoria, ainda não reconhecida pelas normas norte-americanas EIA/TIA, já
se encontra padronizada pelo organismo europeu ISO na norma 11801 (classe F). Nessa
categoria a largura de banda disponível é de 600MHz e não se admitem cabos não blindados. Os
cabos de pares trançados categoria 7 apresentam obrigatoriamente uma blindagem laminada para
cada um dos seus quatro pares, além de uma blindagem em malha que envolve o conjunto dos
quatro pares. Esse novo sistema torna os cabos categoria 7 mais espaçosos e menos maleáveis,
além de obrigar a adoção de novos conectores/tomadas blindados diferentes dos padrões RJ-45 e
IDC, o que tornará a conectorização mais complexa e crítica. A nova norma brasileira NBR 14565
de 2007 já incorporou a possibilidade de adoção dos cabos dessa categoria.
O que significa AWG?
O AWG – American Eire Gauge é uma norma norte-americana que define medidas para os
diâmetros de condutores (cobre, alumínio e outros). Quanto maior o valor numérico em AWG,
menor será o diâmetro do condutor, conforme mostra a tabela abaixo.
Valor em AWG Diâmetro de cada fio
condutor de cobre (mm)
19 0,91
22 0,64
23 0,57
24 0,51
26 0,41
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Categoria (EIA/TIA) X Classe (ISO)
O organismo padronizador internacional ISO – International Organization for Standardization,
sediado na Europa, estabelece uma classificação dos cabos metálicos similar a apresentada
acima, mas ele usa o termo classe em lugar de categoria, conforme mostra a tabela abaixo:
Classificação EIA/TIA (Americana) Classificação ISO (internacional)
Categoria 3 Classe C
Categoria 5 Classe D
Categoria 5e Não normatizada pela ISO
Categoria 6 Classe E
Categoria 7 ainda não publicada pela EIA/TIA Classe F
2.4 – Fibras óticas e acessórios
Fibras óticas
As fibras óticas são condutores de sinais que trazem em lugar dos fios de cobre, microdutos de
sílica (SiO2) rigorosamente fabricados. Ao contrário de sinais elétricos, as fibras óticas conduzem
sinais de luz, que podem ser emitidos por um diodo laser ou um diodo emissor de luz (LED – Light
Emitter Diode).
As principais vantagens da adoção de fibras óticas em cabeamento estruturado são:
• Por conduzirem sinais luminosos (e não sinais elétricos), as fibras óticas possuem a
vantagem de serem imunes a interferências eletromagnéticas
• Permitem implantação de links mais extensos do que os cabos de cobre.
• As fibras óticas são meios físicos que possuem maior largura de banda (em Hertz), mas na
prática a taxa de transmissão (bps) de um link de REDE LOCAL depende de outros
fatores, conforme será discutido a frente.
O princípio básico da propagação do sinal de luz nas fibras óticas é a reflexão interna total da luz.
Uma fibra ótica é composta por um microduto de sílica (núcleo da fibra) envolvido por outro
microduto de sílica concêntrico (casca da fibra). A dopagem do núcleo (com Boro, Germânio ou
Fósforo por exemplo) faz com que seu índice de refração seja maior do que o índice de refração
da casca, permitindo que um feixe luminoso lançado na extremidade da fibra se propague até a
outra ponta confinado no núcleo, refletindo-se sucessivamente na casca.
As fibras mais empregadas em redes locais são as multimodo (MM – Multimode) e as monomodo
(SM – Single Mode). As fibras multimodo (MM) possuem um maior diâmetro do núcleo
(tipicamente 62,5 ou 50μm) o que faz com que existam nele muitos modos de propagação da luz,
causando atrasos nesta propagação e perdas por dispersão.
O sinal luminoso nas fibras monomodo (SM), tendo em vista o seu reduzido diâmetro do núcleo
(tipicamente 10 ou 8,5μm), possui praticamente apenas um único modo de propagação,
garantindo uma maior eficiência nas transmissões e permitindo um alcance maior. As soluções
baseadas em fibras SM são mais caras do que aquelas onde se empregam fibras MM.
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(a) (b)
Figura: Fibra Multimodo (MM)
(a) Corte transversal, (b) Corte longitudinal com a
representação de diferentes modo de propagação
(a) (b)
Figura: Fibra Monomodo (SM)
(a) Corte transversal, (b) Corte longitudinal com a
representação de um modo de propagação
Por serem muito frágeis, as fibras óticas são revestidas por diferentes camadas protetoras. A
primeira camada é o chamado revestimento primário ou cobertura da fibra. Envolvendo o
revestimento primário das fibras existem outras camadas que compõe também a estrutura de
proteção. As fibras do tipo loose são envolvidas dentro do cabo por um gel que as protege contra
umidade (a água ataca a sílica das fibras), sendo portanto recomendadas para uso externo em
instalações aéreas ou subterrâneas. Além da proteção contra umidade, o gel permite mobilidade
das fibras dentro do cabo sem perda da resistência contra forças externas que poderiam danifica-
las, aumentando sua proteção física contra rompimento. Como o gel empregado é altamente
inflamável, a fibra "geleiada" não pode ser empregada em ambientes internos. As fibras do tipo
tight possuem outras estruturas de proteção (como kevlar, por exemplo) sem gel e são indicadas
para instalações internas. Já existem atualmente modernos cabos de fibras óticas sem gel para
instalação em ambientes externos, que podem ser submetidos a intempéries climáticas sem que
as fibras se danifiquem.
Os cabos óticos reúnem as fibras geralmente em pares, pois um enlace ótico emprega no mínimo
duas fibras: RX para recepção e TX para transmissão. É comum o lançamento de cabos com
número de fibras superior ao necessário, para servirem de reserva no caso do rompimento de
alguma(s) desta(s) ou expansões futuras.
Para confecção dos cordões de conexão óticos empregam-se os cordões óticos monofibra ou
duplex.
NÚCLEO(φ=62,5μm)
ELEMENTOSDEPROTEÇÃO
CASCA(φ=125μm)
CASCA(φ=125μm)
ELEMENTOSDEPROTEÇÃO
NÚCLEO(φ=8,5μm)
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(a) (b) (c)
Figura: Fibras óticas
(a) Cabo loose, (b) Cabo tight, (c) Cordões tight duplex (esquerda) e monofibra (direita)
A adoção de fibras óticas apresenta algumas desvantagens em relação ao emprego de meios
metálicos. Dentre elas podemos citar:
- O custo mais alto dos cabos de fibras óticas e seus acessórios;
- O custo mais alto da conectorização e/ou fusão das fibras, procedimento este que
depende de caros equipamentos, mão de obra técnica especializada;
- O custo mais alto dos equipamentos de rede local (switches, por exemplo) com interfaces
óticas, se comparado com o custo de interfaces elétricas com conectores RJ-45;
- O custo mais alto do reparo de um link ou cordão ótico rompido, o que exigiria a execução
de uma emenda mecânica provisória e/ou execução de uma fusão ótica definitiva, o que
acarreta em um maior tempo de indisponibilidade do enlace.
É comum encontrar técnicos de campo fazendo a avaliação da integridade de um enlace ótico
através do exame visual do sinal na extremidade do link ativo. Este procedimento deve ser evitado
pelo risco de se expor os olhos a fonte de luz do tipo laser, adotada em alguns equipamentos
óticos. O correto procedimento requer o emprego do equipamento Power Metter descrito na
Unidade VI.
Conectores óticos e demais acessórios para terminação de enlaces óticos
A instalação de um conector ótico não é feita diretamente em uma fibra de um cabo ótico já
lançado, pois instalar um conector em uma fibra é um trabalho demorado e que requer muita
habilidade e prática. Em geral, os instaladores preferem um procedimento mais prático: compram
pedaços de fibra já conectorizados (chamadas extensões óticas ou pigtails), fazem a fusão
(emenda) de cada um dos pigtails com uma fibra do cabo e adotam uma caixa para proteção das
emendas (chamada terminador ótico, TO). As extensões óticas fundidas com as fibras também
podem ser acomodadas nos chamados distribuidores internos óticos (DIO), que possuem
conectores fixos e que precisarão (na ativação dos links com os switches) de cordões de conexão
óticos, que são conectorizados em ambas as extremidades.
Os conectores óticos são componentes que estão em constante evolução, com o desenvolvimento
de novos padrões que tentam conseguir menores perdas no acoplamento ótico, dimensões
menores (para que ocupem menos espaço nos equipamentos) e custo mais baixo. São exemplos
das novas gerações de conectores óticos os modelos MTRJ e LC, que já são encontrados em
várias linhas de switches de diferentes fabricantes.
Originalmente a norma EIA/TIA 568 especificava o conector ótico cilíndrico ST, que hoje já não é
mais recomendado. Algum tempo depois, para se adequar a norma européia ISO/IEC 11801, a
norma americana passou a especificar adicionalmente o conector retangular SC, que foi
largamente adotado pelo mercado durante muitos anos. Em sua última revisão, a norma EIA/TIA
passou a aceitar, além do SC, cinco novos conectores do tipo SFF- Smal Form Factor (fator de
forma pequena), como por exemplo os modelos MTRJ e LC.
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Antigos conectores óticos ST Conectores óticos SC Conectores óticos LC
Comparação: tamanhos dos conectores SC e LC Conector ótico MTRJ duplex
Extensões óticas (pigtails)
São fibras óticas pré-conectorizados (em apenas uma das extremidades) e flexíveis para uso
interno, podendo ser fornecidas com duas fibras (duplex) ou uma fibra (simplex), com
comprimento que pode variar de 1,0 a 3,0 metros. As extensões óticas são utilizadas na
terminação de cabos óticos onde são fundidas com as fibras destes. Essas fusões são então
armazenadas em acessórios como terminadores óticos (TO) ou distribuidores internos óticos
(DIO).
Cordões óticos
São cabos de fibras óticas pré-conectorizados (em ambas as extremidades) e flexíveis para uso
interno. Podem ser fornecidos com 2 fibras (duplex) ou 1 fibra (simplex), com seu comprimento
varia de 1,0 a 3,0 metros . Estes cordões se destinam a interligação de equipamentos óticos com
as fibras instaladas nos DIO.
Figura: Cordão ótico monofibra ST (acima) e cordão ótico monofibra SC (abaixo)
Terminadores óticos (TO) e distribuidores internos óticos (DIO)
As fusões das extensões óticas (pigtails) com as fibras dos cabos óticos devem ser acomodadas e
protegidas em terminadores óticos (TO) ou distribuidores internos óticos (DIO). Estas peças
possuem também espaço para acomodação de uma reserva de fibras para a necessidade
eventual de realização de novas fusões.
Os TO têm uma capacidade de acomodar um número menor de fibras (em geral de 6 a 12) e são
fixados nas paredes. Os DIO têm uma capacidade maior de fibras (12, 24, ou 48, por exemplo) e
podem ser feitos para instalação em parede ou em racks em padrão 19", onde ocupam
geralmente de uma a quatro unidades de altura, ou seja 4,4 a 17,6 cm.
Mas a grande diferença entre TO e DIO não é a capacidade de acomodar mais ou menos fibras.
O terminador ótico terá como saídas algumas extensões óticas conectorizadas, flexíveis, do tipo
“macho” que serão ligadas aos switches ou ficarão desconectadas, enroladas ou penduradas no
TO. Já no DIO, os pigtails fundidos com as fibras do cabo serão do tipo “fêmea” e ficarão fixos na
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estrutura interna do DIO. A conexão das portas óticas dos switches aos conectores fêmea do DIO
se dá através de cordões óticos, que são conectorizados em ambas as extremidades. Os DIO
podem ser fornecidos pelos fabricantes já dotados de extensões óticas conectorizadas, o que
geralmente não ocorre no fornecimento de terminadores óticos.
Figura: Terminador ótico (TO) – Fabricante: Fibracem
(a) (b)
Figura: Distribuidores Internos Óticos (DIO) – Fabricante: Fibracem
(a) Modelo tipo gaveta padrão 19" para rack, (b) Modelo para fixação em parede
Figura:exemplo de emprego do DIO Figura: exemplo de emprego do TO
Cabo de F.O.
As fibras óticas do cabo são
fundidas com extensões óticas
pré-conectorizadas
Conectores
óticos
Switch com
interfaces óticas
Cordões
óticos
Switch com
interfaces óticas
Cabo de F.O.
As fibras óticas do cabo são
fundidas diretamente nas
extensões óticas, sem uso
de cordões óticos
Extensões Óticas
(Pig Tails)
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Uma dúvida conceitual muito comum: Nas redes LOCAIS (LANs) adotar fibras
óticas em lugar de cabos UTP significa aumentar a velocidade de transmissão
digital (bps) do enlace?
A resposta é NÃO. A simples troca do meio físico metálico por fibras óticas praticamente não
altera a taxa de transmissão digital (bps) de um link. Para aumentar a velocidade de transmissão
de bits devemos trocar as interfaces (hardware) dos switches e placas de redes por interfaces
com maior velocidade. E hoje o mercado oferece switches de alta velocidade tanto para sinais
óticos e cabos de fibras óticas, quanto para sinais elétricos e cabos de pares metálicos.
Vamos entender esse mito e o por que muitos se enganam ao acreditar que somente
conseguimos alta velocidade de transmissão nos enlaces de rede local que adotam fibras óticas.
É correto afirmar que os sinais luminosos viajam nas fibras com velocidades maiores do que a
corrente elétrica nos cabos UTP. Todo cabo UTP traz consigo um dado do fabricante: trata-se de
um índice chamado NVP que representa a velocidade de transmissão do sinal elétrico naquele
cabo em comparação com a velocidade de propagação da luz (c = 3x108
m/s). Em geral o NVP
dos cabos UTP ficam em torno de 0,7 (70% da velocidade da luz), o que significa que a
velocidade do sinal elétrico nos cabos metálicos é cerca de 30% menor do que a velocidade da
luz. Porém, é importante notar que essa diferença é na prática para as LANs atuais quase
insignificante, pois o gargalo dos sistemas é a velocidade com que os equipamentos de rede
conseguem produzir seus bits e injeta-los nos cabos (10Mbps, 100Mpbs, 1Gbps ou 10Gbps).
Existe na eletrônica digital o chamado "bit time" (tempo de duração de um bit): quanto mais curto o
intervalo de tempo que dura um bit, mais rápido será o sistema. Também existem diversos tipos
de codificação de sinais digitais adotados em diferentes arquiteturas de redes. Essas são as
principais questões que afetam a velocidade em bps de um link. Por outro lado, a adoção de fibra
ou cabo UTP pouca diferença trará nessa taxa de transmissão digital, exceto se a troca do cabo
UTP for decorrente do seu uso em desacordo com as normas vigentes.
Outro aspecto técnico que contribui para gerar confusão sobre esse assunto é a afirmativa -
correta - que as fibras têm largura de banda maior (em Hertz) do que os cabos UTP e por isso tem
capacidade de transmissão digital (bps) maior. Sim, essa afirmativa está correta, porém no atual
cenário das REDES LOCAIS DA FAMÍLIA ETHERNET (IEEE 802.3) as maiores taxas de
transmissão disponíveis comercialmente (1Gbps e 10Gbps) podem ser obtidas com o uso de
meios físicos óticos ou metálicos, de acordo com normas técnicas já estabelecidas.
Concluindo, podemos afirmar que o critério para adoção de fibras óticas em um projeto de rede
local não é a necessidade de maiores taxas de bps, mas sim outras questões como: a distância
excessiva do link, o risco de interferência eletromagnética e a possibilidade de exposição do cabo
a ambientes externos ou intempéries. Porém, é importante destacar que no caso da adoção das
F.O. haverá maiores custos com os cabos e acessórios de cabeamento, bem como com os
equipamentos ativos de rede, sejam eles switches óticos, placas de rede óticas ou conversores de
mídia (conversores eletro-óticos ou transceivers), além de um maior custo com mão de obra
especializada para instalação e reparo de links óticos.
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2.5 – Espelhos e caixas de sobrepor
Os espelhos para parede são em geral modulares para permitir a instalação de conectores
metálicos ou óticos. São fornecidos em tamanho 2x4" e 4x4". Os espelhos para piso são
normalmente confeccionados em latão e podem ter formato circular.
a) (b) (c)
Figura: Espelhos para parede e piso
(a) Espelhos – Fab.: Panduit, (b) Esp. 2x4 horizontais – Fab.: AMP
(b) (c) Esp. para piso – Fab.: Fibracem
As caixas de sobrepor são fixadas na parede ou piso através de parafusos e buchas. Podem
acomodar de uma ou mais tomadas RJ-45.
(a) (b)
Figura: Caixas de sobrepor com tomadas RJ-45
(a) Fabricante.: Reichle & De-Massari, (b) Fabricante: Fibracem
2.6 – Racks
A especificação de racks para telecomunicações deve explicitar claramente se ele é aberto ou
fechado, sua largura (sempre padrão 19"), profundidade e altura (especificada em unidades de
altura). Cada unidade de altura corresponde a 4,4cm e equivale ao espaço ocupado por patch
panel de 24 portas ou um equipamento ativo de 12 ou 24 portas. Podem empregadas também
réguas de tomadas universais (2P+T), guias de cabos e bandejas, de acordo com a aplicação do
rack.
Rack fechado
O rack fechado padrão 19" é utilizado para o acondicionamento de equipamentos e acessórios em
áreas de usuários ou em outros locais onde os equipamentos de rede precisem ficar protegidos. É
fornecido geralmente com 2 planos de fixação e tanto a porta frontal (com ou sem chave), quanto
as laterais e tampa traseira são totalmente removíveis, facilitando a instalação e manutenção dos
equipamentos instalados. Os dois planos de fixação podem ser fornecidos com furos rosqueados,
não havendo neste caso necessidade de parafusos com porcas gaiola.
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Rack aberto tipo coluna
Rack aberto para acomodação de equipamentos e acessórios padrão 19".
Bracket articulado (wall rack)
Acessório aberto de fixação em parede para acondicionamento de acessórios e equipamentos
padrão 19", com articulação em uma das laterais para facilitar a instalação e/ou manutenção.
(a) (b) (c) (d)
Figura: Racks padrão 19" – Fabricante: Triunfo
(a) Rack fechado 44 unidades de altura, (b) Mini-racks fechados,
(c) Racks abertos tipo coluna, (d) Bracket articulada (wall rack)
Guia de cabos
Acessório padrão 19" utilizado para organizar cabos em racks e gabinetes, especialmente em
instalações de maior porte e facilitando a operação e manutenção. Podem ter uma ou duas
unidades de altura.
Figura: Guias de cabos fechados, uma unidade de altura
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UNIDADE III – CONECTORIZAÇÃO DE CABOS UTP/STP E SINALIZAÇÃO EM LANs
3.1 – Conexão transparente (pino-a-pino)
As tomadas RJ-45 devem ser instaladas em local protegido e podem, opcionalmente, ter uma
janela deslizante para proteção dos contados. A conectorização dos fios condutores nas tomadas
deve seguir a identificação de cada fabricante. Nos conectores RJ-45 (conectores modulares de
oito vias – CM8V), os fios podem ser distribuídos de duas formas (padrão T568A ou T568B),
conforme figuras e tabelas abaixo. Importante destacar que em uma mesma rede local todas as
tomadas devem seguir o padrão (T568A ou T568B), mas nunca os dois na mesma LAN.
Esclarecendo melhor: adotamos apenas o padrão T568A em todas as tomadas de uma rede ou
apenas o padrão T568B em todas as tomadas da rede, o que vai garantir uma conexão pino-a-
pino (conexão transparente) em todos os enlaces da LAN.
Figura: As duas opções para conectorização de tomadas de telecomunicação
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Figura: Pinagem da conexão transparente, também conhecida como pino-a-pino
3.2 – Sinalização em rede Ethernet/Fast Ethernet, conexão transparente vs cross-over
Primeiramente, vamos entender a conexão entre as portas normais de um hub com as placas de
rede dos micros. Todas as portas normais de um hub possuem uma inversão interna dos pares de
fios responsáveis pela recepção e transmissão dos sinais. Como as placas de rede dos micros
não possuem essa inversão, a comunicação destas com as portas normais do hub torna-se
possível, pois os pinos da transmissão de um lado (TD) estarão conectados aos pinos da
recepção (RD) do outro lado e vice-versa. Para entender essa questão, lembrarmos que os cabos
de pares trançados são cabos cuja conectorização é do tipo pino-a-pino (conexão transparente).
Figura: Detalhe da comunicação micro-hub com cabo transparente e a inversão interna do hub.
Porém, caso tenhamos que ligar dois micros em uma conexão ponto-a-ponto ou caso tenhamos
que ligar dois hubs (cascateamento de hubs), percebemos que poderá haver conflito na
comunicação caso os pinos de transmissão (TD) em uma ponta estejam conectados aos pinos TD
da outra ponta e os pinos de recepção (RD) em uma ponta estejam conectados aos pinos RD da
outra extremidade. Neste caso precisamos de alguma maneira fazer inversões na conexão dos
pinos de TD e RD, inversão esta conhecida como conexão cruzada ou conexão cross-over.
A figura abaixo mostra uma conexão inadequada, uma vez que foram empregadas em ambas as
extremidades do link portas de hubs com inversão interna. Observe que, nesta situação a
transmissão de um hub (TD) está conectada a transmissão do outro hub, assim como as duas
recepções (RD).
1 2 3 4 5 6 7 8
T568 A
Pino Cabo
1 Branco-Verde
2 Verde
3 Branco-Laranja
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Laranja
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 3 PAR 1
PAR 2
1 2 3 4 5 6 7 8
T568 A
Pino Cabo
1 Branco-Verde
2 Verde
3 Branco-Laranja
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Laranja
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 3 PAR 1
PAR 2
1 2 3 4 5 6 7 81 2 3 4 5 6 7 8
Pino Cabo
1 Branco-Verde
2 Verde
3 Branco-Laranja
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Laranja
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 3 PAR 1
PAR 2
1 2 3 4 5 6 7 81 2 3 4 5 6 7 8
Pino Cabo
1 Branco-Verde
2 Verde
3 Branco-Laranja
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Laranja
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 3 PAR 1
PAR 2
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Figura: Detalhe de uma conexão inadequada entre dois hubs através de suas portas usuais.
É comum encontrarmos nos hubs uma porta “especial” chamada uplink (em geral é a última
porta), que repete o mesmo sinal da sua porta adjacente, porém sem a inversão dos sinais RD/TD
das portas usuais. Portanto, para se conectar dois hubs, deve-se empregar em um lado do enlace
uma porta normal (com inversão) e do outro uma porta uplink (sem inversão). É importante notar
que não é possível empregar simultaneamente uma porta uplink e a sua adjacente, ou seja, um
hub com 12 portas convencionais e uma uplink pode ter 12 micros conectados em suas portas
normais ou somente 11 micros, caso assa porta de uplink esteja sendo usada para um
cascateamento com outro hub.
Uma alternativa tecnológica que tem o mesmo efeito é encontrada em alguns modelos de hubs
que não possuem uma porta especial para o cascateamento, mas uma tecla uplink ao lado da
sua última porta. Esta tecla ativa ou desativa a inversão desta última porta do hub, que pode ter,
portanto, duas funções, dependendo da posição da tecla.
Existe ainda a alternativa de se usar um cabo cross-over. No cabo cross-over, empregamos o
padrão de conectorização T568A em uma das pontas do cabo e o padrão T568B na outra. Dessa
forma, os pinos 1 e 2 são invertidos com os pinos 3 e 6. Neste caso, a conectorização do cabo
UTP/STP em uma de suas extremidades é feita de modo a inverter os sinais de transmissão e
recepção, permitindo que a comunicação consiga ser estabelecida entre duas portas usuais ou
duas portas uplink.
Figura: Ligação hub-hub através de duas portas usuais com o emprego do cabo cross-over.
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Figura: Pinagem da conexão cross-over, também chamada de conexão cruzada
Considerações importantes
• Não se recomenda que a conexão cross-over seja implementada nos enlaces
permanentes de uma rede local. O ideal é que toda a rede tenha apenas o padrão de
conexão transparente em todos os seus cabos permanentes. Desta maneira, caso seja
necessário fazer uma conexão cruzada (cross-over), a mesma deverá ser implementada
em um dos patch cords (cordões de conexão para manobra) daquele enlace.
• Os switches fabricados atualmente em geral fazem a auto-detecção do tipo de sinal que
está sendo recebido pelas portas. Esse recurso é chamado nos catálogos e manuais em
inglês de MDI / MDIX Autodetection. Desta maneira, o equipamento tem a capacidade de
configurar eletronicamente de forma automática cada uma de suas portas para trabalhar
como RD ou TD, em função do sinal detectado em cada uma delas.
• A sinalização descrita na seção 3.2 refere-se a tecnologias Ethernet 10Mbps (padrão IEEE
802.3 também chamado de 10BaseT) e Fast Ethernet 100Mbps (padrão IEEE 802.3u ou
100BaseT). Para os enlaces Gigabit Ethernet existem dois tipos de sinalização que são
bem diferentes daquela apresentada na seção 3.2: são eles o padrão 1000BaseT e o
padrão 1000BaseTX. A seção 3.4 discute detalhadamente estas duas sinalizações, suas
respectivas codificações, larguras de banda e meios físicos adequados para cada uma
delas.
1 2 3 4 5 6 7
T568 A
Pino Cabo
1 Branco-Verde
2 Verde
3 Branco-Laranja
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Laranja
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 3 PAR 1
PAR 2
1 2 3 4 5 6 7
T568 B
Pino Cabo
1 Branco-Laranja
2 Laranja
3 Branco-Verde
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Verde
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 2 PAR 1
PAR 3
1 2 3 4 5 6 71 2 3 4 5 6 7
Pino Cabo
1 Branco-Verde
2 Verde
3 Branco-Laranja
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Laranja
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 3 PAR 1
PAR 2
1 2 3 4 5 6 71 2 3 4 5 6 7
Pino Cabo
1 Branco-Laranja
2 Laranja
3 Branco-Verde
4 Azul
5 Branco-Azul
6 Verde
7 Branco-Marrom
8 Marrom
PAR 4PAR 1
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3.3 – Conectorização de cabos de 25 pares
Os cabos de 25 pares aceitos pelas normas de cabeamento estruturado possuem um padrão de
cores diferente daquele usado nos cabos de 4 pares. A tabela abaixo apresenta esse código de
cores e a seqüência de conectorização a ser adotada nos blocos de corte ou patch panel.
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3.4 – Sinalizações em redes Gigabit Ethernet e respectivas categorias de cabos
O texto dessa seção, baseia-se em um artigo de José Maurício Santos Pinheiro, Professor
Universitário, Projetista e Gestor de Redes, membro da BICSI, Aureside, IEC e autor de livros.
Disponível em: www.projetoderedes.com.br/artigos/artigo_cabeamento_para_gigabit_ethernet.php
O Gigabit Ethernet é um padrão que foi criado para aumentar o desempenho de redes locais
baseadas nos protocolos Ethernet e Fast Ethernet, utilizando o mesmo formato de frame (IEEE
802.3), os mesmos métodos de codificação e de controle de fluxo e o método CSMA/CD para o
controle de acesso em redes half-duplex.
A comunicação no padrão Gigabit Ethernet pode ser feita seguindo dois padrões: O 1000Base-T e
o 1000Base-TX. Os dois utilizam todos os pares do cabo de par trançado. Nesse caso, a rede
pode operar tanto no modo full-duplex, onde os dois lados podem transmitir dados
simultaneamente nos pares, quanto no modo half-duplex, sendo dois pares para transmissão e
dois para recepção. O que determina o uso de um modo ou outro são os elementos constituintes
da infra-estrutura da rede (ativos e passivos).
Padrão 1000BASE-T
Inicialmente, a especificação 1000BASE-T foi escrita para operar sobre cabeamento UTP
categoria 5. Para atingir a performance solicitada, a sinalização do padrão requer a utilização dos
quatro pares trançados do cabo, utilizando um esquema de codificação PAM (Phase Amplitude
Modulation) nível 5, para transmitir um espectro não filtrado de 125MHz em canais full-duplex,
conforme a especificação da ISO/IEC 11801 e ANSI/EIA/TIA-568-B.
Essa especificação utilizando a categoria 5 se destina ao cabeamento horizontal e da área de
trabalho, desde que os enlaces sejam aprovados em testes adicionais de Perda de Retorno e
ELFEXT, segundo a norma ANSI/EIA/TIA-568-B, uma vez que no Gigabit Ethernet, cada um dos
quatro pares do cabo deve suportar uma taxa efetiva de 250Mbps em cada direção e
simultaneamente, até uma distância de 100m, garantindo que a taxa de erros de bit (BER) fique
abaixo de 10-10
.
Para prover maior margem de segurança no atendimento aos requisitos dessa tecnologia mesmo
no pior caso, ou seja, com quatro conexões (2 patch panels, 1 ponto de consolidação e 1 tomada
de telecomunicação), foi elaborado o adendo conhecido como categoria 5e (Enhanced).
Figura: Padrão 1000BASE-T
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1000BASE-TX
Trata-se do padrão Gigabit Ethernet sobre cabeamento UTP, só que usando uma eletrônica cerca
de 75% menos complexa do que a utilizada no padrão 1000Base-T. O padrão trafega a 500Mbps
em cada par, sendo dois pares para cada sentido de transmissão.
Figura: Padrão 1000BASE-TX
1000BASE-T versus 1000BASE-TX
Quando instalamos um cabo Cat. 5e, ele trabalha na frequência até 100MHz para a transmissão
de dados, podendo alcançar 1Gbps utilizando quatro pares. Já os cabos CAT6 e CAT7, por
exemplo, trabalham em frequências de 200/250MHz e 500/600MHz, respectivamente, para
transmitir dados, alcançando os mesmos 1Gbps e utilizando também os mesmos quatro pares.
Para a transmissão a 1Gbps pode-se utilizar qualquer um dos dois padrões (1000base-T ou
1000base-TX). Nesse caso, estará sendo definindo também o tipo de cabeamento que será
utilizado, ou seja, para redes com cabeamento CAT5e recomenda-se utilizar o padrão 1000base-T
e em redes com cabeamento CAT6 ou CAT7, o padrão mais recomendado é o 1000base-TX.
A diferença básica entre um e outro está na eletrônica envolvida, pois para uma porta 1000baseT
todos os pares devem transmitir e receber simultaneamente. Já para o padrão 1000baseTX
apenas dois pares transmitem e outros dois recebem, isso torna a eletrônica mais simples e
barata, apesar de estarmos falando de frequências diferentes.
Resumindo, no padrão 1000baseT, o passivo é mais barato (cabos CAT5e) e o ativo mais
complexo (eletrônicos) e caro; para o padrão 1000baseTX, o passivo é mais caro (cabos CAT6 ou
CAT7) e o ativo mais barato.
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 40
Problemas de Conexão
A flexibilidade do padrão 1000Base-T possibilita uma migração relativamente simples das redes
Ethernet e Fast Ethernet, já que é possível aproveitar a infra-estrutura de cabeamento existente.
Como o 1000Base-T utiliza uma taxa transmissão menor por cada par, permite que o cabo seja de
categoria 5e. Já o 1000Base-TX exige que o cabo seja, pelo menos, categoria 6. Na verdade,
pouca coisa muda na infra-estrutura. Deve-se observar apenas que, apesar dos cabos serem os
mesmos (Cat 5, Cat 5e ou superior), o padrão faz uso intensivo da capacidade de transmissão e
por isso detalhes como o comprimento da parte destrançada do cabo para o encaixe do conector,
o nível de interferência no ambiente (ruído EMI/RFI), rotas de cabos muito longas, etc. são mais
críticos para manter a performance solicitada pela rede.
As possíveis causas para uma conexão Gigabit não operar dentro da taxa efetiva de 1Gbps
podem estar ligadas às condições do cabeamento existente entre os pontos de conexão, uma vez
que as conexões requerem cabos e acessórios de rede instalados segundo as normas de
cabeamento para redes de comunicação. Por exemplo, os patch cords e seus conectores também
devem seguir a categoria do cabo utilizado.
Outro detalhe importante diz respeito a pinagem dos conectores. O padrão 1000Base-T utiliza
quatro pares do cabo de rede, diferentemente dos padrões Ethernet 10Base-T e Fast Ethernet
100Base-TX que utilizam apenas dois pares. Como a seqüência das cores dos conectores do
cabo é a mesma, seguindo o padrão 568A ou 568B, é importante verificar se não existem
condutores rompidos ou mau contato nos conectores e ao longo da conexão. Esse teste de
continuidade pode ser feito utilizando-se um simples multímetro na escala de ohms.
E o cabos cross-over para enlaces Gigabit Ethernet elétricos?
A partir da discussão apresentada, podemos entender porque não é preciso usar cabo cruzado
nas redes 1000BaseT (adota-se cabo direto, ou seja, pino-a-pino) e porque foi definido o cabo
com a configuração abaixo para as redes 1000BaseTX.
Figura: cabo cross-over para redes 1000BaseTX
Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques
Infra-Estrutura e Projeto de Redes
®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 41
Pergunta: Na prática, atualmente, qual é a tecnologia Gigabit mais recomendada?
Na prática, quem ganhou a briga de mercado foi o padrão Gigabit 1000BaseT e hoje em dia quase
todas as redes que trabalham nessa velocidade adotam essa eletrônica. Praticamente ninguém
mais fala no padrão 1000BaseTX ou tenta vender ativos que sigam esse padrão, pois seriam
equipamentos incompatíveis com o restante do parque que está instalado mundialmente.
Porém, alguns fabricantes ainda colocam por engano a especificação 1000BaseTX em catálogos
técnicos de equipamentos Gigabit Ethernet que são na verdade 1000BaseT. Provavelmente esse
desacerto se deve a confusão com o consagrado padrão Fast Ethernet, que foi chamado de
100BaseTX. De qualquer maneira, é possível detectar esse tipo de engano quando o catálogo do
fabricante traz a seguinte contradição: diz que o padrão é 1000BaseTX mas informa ser
compatível com cabos categoria 5 ou 5e. Dessa forma, matamos a charada: se o fabricante alega
que o switch é Gigabit Ethernet e compatível com cabos de categoria 5 ou 5e, ele não pode ser
1000BaseTX, mas será provavelmente um equipamento 1000BaseT.
Cabeamento Estruturado Referências Bibliográficas
®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 42
UNIDADE IV – TRANSMISSÃO ÓTICA EM REDE LOCAL
4.1 – Espectro de frequências do sinal de luz
Todos os sinais empregados em telecomunicações e redes de computadores são compostos pelo
somatório de ondas periódicas senoidais (analógicas). Mesmo a composição dos sinais digitais,
como os que são adotados nas atuais redes locais da família Ethernet, também é baseada no
somatório de ondas periódicas senoidais (analógicas).
O que caracteriza e difere cada um dos sinais eletromagnéticos adotados em telecomunicações e
redes de computadores é seu espectro de frequências, ou seja, a faixa de frequência dos sinais
periódicos senoidais que compõe aquele sinal. Esse princípio, que pode ser demonstrado
matematicamente pela teoria conhecida como Série de Fourier, é um dos mais importantes para
se entender o processo de sinalização, modulação e codificação dos sinais de redes.
O que a física chama de onda luminosa ou raio de luz é uma onda eletromagnética que tem uma
frequência que pode estar na faixa de 405 a 790 THz (terahertz), o que equivale a comprimentos
de onda de 740 a 380 nm (nanometros), conforme ilustram as figuras abaixo. O que difere as
cores dos raios de luz é, portanto, sua frequência.
Figura: Espectro contínuo de cores (a escala indica o comprimento de onda em nm):
Cor Comprimento de onda Frequência
vermelho ~~ 662255--774400 nnmm ~~ 448800--440055 TTHHzz
laranja ~~ 559900--662255 nnmm ~~ 551100--448800 TTHHzz
amarelo ~~ 556655--559900 nnmm ~~ 553300--551100 TTHHzz
verde ~~ 550000--556655 nnmm ~~ 660000--553300 TTHHzz
ciano ~~ 448855--550000 nnmm ~~ 662200--660000 TTHHzz
azul ~~ 444400--448855 nnmm ~~ 668800--662200 TTHHzz
violeta ~~ 338800--444400 nnmm ~~ 779900--668800 TTHHzz
Figura: Cores do espectro visível:
Abaixo da frequência da luz vermelha temos os raios infra-vermelhos, largamente empregados
nos controle remotos de eletrodomésticos e sensores de presença em portas de elevadores.
Acima da frequência da luz violeta temos os raios ultra-violetas, tão conhecidos pelos danos de
causam a pele humana.
Embora a palavra 'luz' seja muito utilizada para designar o sinal ótico nas fibras, ela a rigor não é
adequada, pois alguns desses sistemas em redes de computadores operam fora da região visível
do espectro, ou seja, em faixas de frequência onde o olho humano é insensível.
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Infraestrutura de rede e projeto de cabeamento estruturado

  • 1. ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 1 CABEAMENTO ESTRUTURADO INFRA-ESTRUTURA E PROJETO DE REDES Autor: Rodrigo Moreno Marques INTRODUÇÃO....................................................................................................................................2 UNIDADE I - REDE LOCAL DE COMPUTADORES E OUTROS CONCEITOS BÁSICOS..............5 1.1 – Redes de Computadores.........................................................................................................5 1.2 – Enlaces de Comunicação e Topologias físicas.....................................................................6 1.3 – Rede Local de Computadores (LAN)......................................................................................7 1.4 – Componentes da LAN..............................................................................................................8 1.5 – Futuro das LANs: o cabeamento estruturado será substituído pelas redes sem fio?....10 1.6 – Conceitos básicos em redes de computadores e telecomunicações...............................12 UNIDADE II - MATERIAIS EMPREGADOS EM CABEAMENTO ESTRUTURADO .......................19 2.1 – Cabos metálicos.....................................................................................................................19 2.2 – Acessórios para cabeamento metálico................................................................................21 2.3 – A classificação dos materiais metálicos em categorias e classes ...................................23 2.4 – Fibras óticas e acessórios ....................................................................................................25 2.5 – Espelhos e caixas de sobrepor.............................................................................................31 2.6 – Racks.......................................................................................................................................31 UNIDADE III – CONECTORIZAÇÃO DE CABOS UTP/STP E SINALIZAÇÃO EM LANs..............33 3.1 – Conexão transparente (pino-a-pino) ....................................................................................33 3.2 – Sinalização em rede Ethernet/Fast Ethernet, conexão transparente vs cross-over........34 3.3 – Conectorização de cabos de 25 pares .................................................................................37 3.4 – Sinalizações em redes Gigabit Ethernet e respectivas categorias de cabos...................38 UNIDADE IV – TRANSMISSÃO ÓTICA EM REDE LOCAL ............................................................42 4.1 – Espectro de frequências do sinal de luz..............................................................................42 4.2 – Janelas Óticas de Transmissão............................................................................................43 4.3 – Opções de meio para tecnologia Gigabit Ethernet .............................................................45 4.4 – Opções de meio para 10 Gigabit Ethernet...........................................................................45 4.5 – Especificação de fabricantes de fibras................................................................................46 4.6 – Fontes de luz em equipamentos óticos ...............................................................................47 UNIDADE V - NORMAS AMERICANAS EIA/TIA ............................................................................49 5.1 – EIA/TIA 568-B – Commercial Building Telecomunications Cabling Standard ....................................50 5.2 – EIA/TIA 569-A – Commercial Building Standards For Telecommunications Pathways and Spaces.......69 5.3 – EIA/TIA 606-A – Administration Standard for the Telecommunications Infrastructure of Commercial Buildings ...73 UNIDADE VI - NORMA TÉCNICA ABNT NBR 14565 .....................................................................76 6.1 – Definições ...............................................................................................................................76 6.2 – Identificação ...........................................................................................................................78 6.3 – Materiais empregados ...........................................................................................................80 6.4 – Projeto de cabeamento estruturado.....................................................................................81 UNIDADE VII - EMENDAS EM FIBRAS ÓTICAS ............................................................................94 7.1 – Emenda por Fusão.................................................................................................................94 7.2 – Emenda Mecânica ..................................................................................................................95 UNIDADE VIII - TESTE E CERTIFICAÇÃO EM CABEAMENTO ESTRUTURADO........................96 8.1 – Equipamento mapeador de fios (TEST LED) .......................................................................96 8.2 – Equipamento certificador de enlaces com cabos de pares trançados.............................97 8.3 – Power Metter: Equipamento de medição de atenuação luminosa em fibras óticas......105 8.4 – OTDR – Optical Time Domain Reflectometer ....................................................................106 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................108 SITES NA INTERNET.....................................................................................................................108 EDIÇÃO 2009 ATUALIZADA
  • 2. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 2 INTRODUÇÃO As redes de computadores e, em especial, as redes locais (LAN - Local Area Networks) são hoje parte da realidade de qualquer corporação que faça uso da informática como ferramenta de trabalho. Seu largo emprego em grandes e pequenas empresas foi impulsionado em grande parte pela gradativa redução dos custos de equipamentos de informática e pelo advento da tecnologia Ethernet. Com esta tecnologia, difundida principalmente nos anos 90, as então promissoras redes locais Token Ring foram rapidamente substituídas pela nova concorrente, bem mais rápida, confiável, robusta e com custos cada vez mais atraentes. Essa e outras modernas tecnologias exigiram mudanças nas técnicas de cabeamento existentes. Até então, o cabeamento em edifícios comerciais era constituído por vários tipos de cabos incompatíveis entre si, cada um deles adequado a uma aplicação específica como: transmissão de voz, dados, imagem, sistemas de automação e controle, sistemas de segurança, etc. Era necessário que o conceito e as tecnologias de cabeamento interno fossem redefinidos para adequação as novas e futuras aplicações. Para atender esta demanda, em 1991 os organismos norte-americanos Aliança de Indústrias de Eletrônicos (EIA) e Associação de Industrias de Telecomunicações (TIA) publicaram a norma EIA/TIA 568, que trazia pela primeira vez o conceito de cabeamento estruturado e a especificação dos cabos de pares trançados categoria 3. Os boletins técnicos (TSB – Technical Systems Bulletin) que complementaram essa norma foram reunidos na norma EIA/TIA 568-A lançada em 1995, onde aparecia a descrição dos cabos categoria 4 e 5. A Organização Internacional para Padronização (ISO – International Orgazation for Standardization) também editou a sua versão sobre o tema em 1995 (ISO/IEC 11801). A norma NBR 14565 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas), cuja primeira versão é de 2000, já nasceu desatualizada pois reconhecia no máximo os cabos categoria 5 enquanto o mercado já adotava os cabos categoria 5e (extended). Em 2001 os americanos aprovaram um adendo à sua norma que padronizava o cabeamento categoria 5e e eliminava a categoria 5. Em 2002 eles normatizaram o cabeamento categoria 6a (augmented), enquanto a ISO concebia a inovadora categoria 7. No ano de 2007 foi publicada a segunda edição da norma brasileira que deixou de ter a cara dos documentos americanos e passou a se basear nas normas da ISO, inclusive em relação a nova categoria 7. Essa norma brasileira trouxe a vantagem de reconhecer as categorias de cabos já adotadas internacionalmente. Porém, esse documento tem alguns pontos negativos. Em primeiro lugar, não trouxe um modelo de projeto como o que existia na versão anterior. Além disso, o documento se preocupa demais com complexas equações matemáticas (referentes aos limites de certificação de cabeamento) que pouco interessam para os profissionais de projeto e execução de infra- estruturas de redes. Não quero aqui menosprezar o estudo do teste e da certificação de cabling, muito antes pelo contrário. Conhecer profundamente esse assunto é fundamental, o que se mostra pouco útil é centrar a discussão em abstratas equações matemáticas . Hoje o que se discute no mundo do cabeamento é o uso dos cabos categoria 6 e 6a e sobretudo a grande briga de mercado que existirá em torno dos surpreendentes cabos categoria 7, já reconhecidos pelo organismo internacional ISO mas ainda não aprovados pela EIA/TIA americana. E as fibras óticas? Onde entram nesse embate que envolve fabricantes de cabos e equipamentos, projetistas, instaladores e usuários desses sistemas? São estes alguns dos temas que iremos discutir a partir de agora nos vários capítulos dessa apostila.
  • 3. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 3 Vamos lá. Mas antes vamos conhecer a definição de REDE INTERNA ESTRUTURADA de acordo com a norma da ABNT lançada em 2000: "Entende-se por rede interna estruturada aquela que é projetada de modo a prover uma infra-estrutura que permita evolução e flexibilidade para serviços de telecomunicações, sejam de voz, dados, imagem, sonorização, controle de iluminação, sensores de fumaça, controle de acesso, sistemas de segurança, controles ambientais (ar- condicionado e ventilação) e outros. Considerando-se a quantidade e a complexidade destes sistemas, é imprescindível a implementação de um sistema que satisfaça as necessidades iniciais e futuras em telecomunicações e que garanta a possibilidade de reconfiguração ou mudanças imediatas, sem a necessidade de obras civis adicionais". Essa definição da ABNT exprime os principais objetivos da implantação de um sistema de cabeamento estruturado, que podem ser resumidos em quatro princípios básicos: • Garantir que o cabeamento atenda a critérios técnicos e de desempenho mínimos necessários; • Convergir todos os serviços de telecomunicações internos, incluindo voz e vídeo, para um mesmo padrão de cabeamento capaz de suportar todos eles; • Implantar um cabeamento dimensionado para suportar a evolução futura dos sistemas de telecomunicações, como, por exemplo, aumento de velocidade de transmissão de dados em redes locais. Evita-se assim, a troca do cabeamento existente cada vez que for adotado um novo padrão de rede para transmissão de dados, voz, imagem, etc; • Evitar a necessidade de modificações no cabeamento em caso de mudança do lay-out dos escritórios e áreas de trabalho. De maneira similar, a nova edição da norma da ABNT de 2007 estabelece como sendo seu escopo "um cabeamento genérico para uso nas dependências de um único ou um conjunto de edifícios em um campus", cobrindo cabeamento metálico e ótico, sendo o cabeamento concebido para suporte de serviços de voz, dados, texto, imagem e vídeo. Essa norma não cobre os requisitos de proteção e segurança elétrica, proteção contra incêndio e compatibilidade eletromagnética. Objetivo dessa apostila Este trabalho tem por objetivo apresentar uma introdução as redes locais de computadores, com ênfase nos meios físicos guiados (cabos e todos os seus variados acessórios), alguns conceitos básicos relativos aos sinais em redes, além de reunir de forma resumida os principais aspectos teóricos, normativos e práticos que envolvem o projeto e a implantação de cabeamento estruturado em ambientes corporativos, bem como de infra-estrutura de redes em geral. Não é intenção do autor que este texto substitua as normas originais.
  • 4. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 4 O autor Técnico em Eletrônica pelo Colégio Técnico da UFMG (1988), o Eng. Eletricista Rodrigo Moreno Marques graduou-se na Escola de Engenharia UFMG em 1997. Trabalhou durante cinco anos com redes locais, equipamentos de conectividade, cabeamento estruturado e integração de sistemas. Especialista em Engenharia de Telecomunicações pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Eng. Elétrica da UFMG (2001) e especialista em Design Instrucional para Ensino a Distância pela Universidade Federal de Itajubá (2008). Atuou na empresa Telemar/Oi por seis anos no desenvolvimento de soluções para transmissão de dados, voz e imagens em redes MAN e WAN corporativas. Desde 2001 dedica-se a docência em cursos de graduação e cursos técnicos na área de tecnologia da informação, redes de computadores, telecomunicações e gestão de TI. Atualmente é professor da Universidade FUMEC e das FaculdadeS Estácio de Sá e Inforium, além de prestar consultorias e ministrar treinamentos eventuais para empresas. Desde 2008 cursa mestrado em Ciência da Informação na Escola de Ciência da Informação da UFMG. Suas pesquisas voltam-se para as políticas de informação e comunicação, dentro da linha de gestão da informação e do conhecimento. Contatos: rodrigomorenomarques@yahoo.com.br
  • 5. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 5 UNIDADE I - REDE LOCAL DE COMPUTADORES E OUTROS CONCEITOS BÁSICOS 1.1 – Redes de Computadores Uma rede de computadores é composta por equipamentos processadores interligados entre si através de um sistema de comunicação de dados para, principalmente, permitir a troca de informações. Além de estações de trabalho (workstation) dos usuários, estas redes permitem que sejam interligados outros dispositivos compartilhados, de forma a permitir que os recursos disponíveis sejam melhor aproveitados. Alguns exemplos: • Vários usuários de uma rede podem utilizar uma mesma impressora compartilhada, evitando- se que cada computador tenha uma impressora dedicada; • Todos os usuários podem acessar um único servidor de banco de dados com back-up periódico, liberando as estações de armazenando local sem cópia de segurança, • Todos os usuários podem originar e receber ligações telefônicas através dos microcomputadores da rede dotados de kit multimídia através de um computador "servidor de voz". Esta máquina irá acolher as chamadas internas e externas e distribuí-las aos destinatários, que poderão atende-las on line ou armazena-las eletronicamente. As redes de computadores são projetadas para fornecer uma transferência de dados ágil e rápida entre os equipamentos, além de permitir que os vários usuários acessem bancos de dados compartilhados, executando consultas e modificações nestas bases de dados de forma controlada. Dentre outras aplicações, as redes permitem também que sejam definidos nomes de usuários e senhas para que cada um deles tenha acesso limitado aos recursos disponíveis, podendo ler, criar e/ou modificar apenas aqueles dados ou programas bem definidos, de acordo com a função/cargo que cada um deles ocupa na corporação. As redes de computadores podem ser classificadas como LAN, MAN ou WAN. Pode-se caracterizar uma LAN (local area network) ou rede local como sendo uma rede que permite a interconexão de equipamentos de comunicação de dados numa pequena região. De fato, tal definição é bastante vaga principalmente no que diz respeito às distâncias envolvidas. Em geral, nos dias de hoje, costuma-se considerar “pequena região” distâncias entre 100m e 25 Km, muito embora as limitações associadas às técnicas utilizadas em redes locais não imponham limites a essas distâncias. Outras características típicas encontradas e comumente associadas a redes locais são: altas taxas de transmissão (10 Mbps, 100 Mbps, 1 Gbps ou 10 Gbps) e baixas taxas de erro (de 10-8 a 10-11 ). É importante notar que os termos “pequena região”, “altas taxas de transmissão” ou “baixas taxas de erro” são susceptíveis à evolução tecnológica; os valores que associamos a estes termos estão ligados à tecnologia atual e certamente não serão mais os mesmos dentro de poucos anos. Outra característica dessas redes é que elas são, em geral, de propriedade privada. As redes MAN (metropolitan area networks), ou redes metropolitanas, são aquelas cujos enlaces estão situados dentro dos limites de uma cidade. As redes WAN (wide area networks) são redes de grande abrangência e podem interligar computadores localizados em diferentes cidades ou entre países distintos. Em geral, tanto as MAN quanto as WAN empregam infra-estrutura alugada de empresas de telecomunicações para implementação de seus enlaces. Sobretudo por questões de custo dos enlaces alugados, em geral em MANs e WANs as taxas de transmissão contratadas são bem mais baixas do que aquelas das redes locais, sendo usual a oferta de links a partir de 64kbps e seus múltiplos (Nx64kbps até 2Mbps), 34Mbps, Nx155Mbps e, mais recentemente, estão sendo oferecidos pelo mercado de telecom enlaces privativos com 10Mbps, 100Mbps ou Gbps.
  • 6. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 6 1.2 – Enlaces de Comunicação e Topologias físicas As linhas de transmissão de dados ou canais de comunicação, também conhecidas como enlaces (ou links) de comunicação, podem ter duas classificações (configurações) físicas básicas: Ligação ponto-a-ponto: Caracteriza-se pela presença de apenas dois pontos de comunicação, um em cada extremidade do enlace. Figura: Dois links ponto-a-ponto Ligação multiponto: Caracteriza-se pela presença de três ou mais dispositivos de comunicação que podem utilizar o mesmo enlace. Figura: Um link multiponto Basicamente, a topologia física de uma rede representa a forma com que seus componentes (estações de trabalho, servidores, impressoras, etc.) estão conectados e caracteriza o caminho de comunicação entre os elementos da rede. A correta definição da topologia física a ser adotada é um dos aspectos mais importantes no projeto de uma LAN, afetando aspectos como performance (velocidade de transmissão de dados), custos, disponibilidade (tempos de interrupção para manutenção) e administração/gerência. Simplificadamente podemos dizer que as topologias físicas de rede mais empregadas em redes locais (LAN) são: anel, barramento e estrela. Topologia em anel: Na topologia em anel as estações se interligam através de um meio transmissão (ponto-a-ponto ou multiponto) formando uma caminho totalmente fechado. Topologia em barramento: Esta topologia apresenta sempre uma configuração multiponto, onde as estações se conectam ao mesmo meio de transmissão, que forma um caminho não fechado, com duas extremidades onde são instalados os terminadores de rede (ou casadores de impedância). Topologia em estrela: Na topologia em estrela cada estação de trabalho se conecta a um ponto de concentração da rede, que em geral é um equipamento (hub ou switch). Topologia em árvore: é composta por várias sub-redes em estrela ligadas a um ou mais equipamentos concentradores através de enlaces de maior taxa de transmissão. Esse tipo enlace que interconecta as sub-redes é conhecido como backbone ou “espinha dorsal da rede”. 1o Enlace ponto-a-ponto 2o Enlace ponto-a-ponto Enlace multiponto
  • 7. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 7 1.3 – Rede Local de Computadores (LAN) Atualmente as topologias mais empregadas em redes locais de computadores (LAN) são as topologias em estrela e em árvore. Os equipamentos concentradores são os switches. (a) Anel ponto-a-ponto (b) Anel multiponto (c) Rede em barramento (d) Rede em estrela (e) Rede em árvore Figura: Topologias Físicas Os primeiros sistemas de computação a possuírem acessos interativos de usuários a um grande computador central (mainframe) basearam-se na interface serial RS-232. Neste sistema todo processamento e armazenamento de dados é realizado pelo mainframe e os terminais de acesso são usados somente para entrada e saída de informações a serem processadas no mainframe. A evolução dos sistemas trouxe as redes locais Token Ring em anel e barramento (desenvolvidas pela IBM), cujas estações autônomas (com capacidade de processamento e armazenamento) conectam-se em geral através de cabo coaxial. Estas implementações apresentam a grande desvantagem de serem vulneráveis a desconexão acidental do cabo coaxial (o que interrompe o tráfego de dados em toda a rede), além de serem limitadas a uma velocidade máxima de 16 Mbps. A topologia em estrela elimina este risco, uma vez que a interrupção em um dos cabos de pares trançados irá afetar apenas a estação conectada através deste cabo. Na topologia em árvore, há o risco de rompimento de um backbone, o que pode isolar um grupo de estações dos servidores localizados em outro ambiente. Além disso, o equipamento concentrador empregado nas redes da família Ethernet (hub ou switch) pode estar sujeito a uma pane, o que poderá interromper o funcionamento de toda a rede. Dentro os defeitos As mais modernas redes locais da família Ethernet não adotam mais o cabo coaxial. Empregam- se fibras óticas e principalmente cabos de pares trançados, que podem ser revestidos de uma malha para blindagem eletromagnética (FTP) ou sem blindagem (UTP – unshilded twisted pair), sendo este último o mais comum. Apesar de mais cara do que as suas antecessoras, a infra-
  • 8. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 8 estrutura em estrela ou árvore com cabos de pares trançados permitiu o aumento da banda disponível para transmissões, o que será discutido nas próximas unidades. Todas as questões relativas as topologias de redes apresentadas até aqui se referem ao conceito de topologia física, ou seja, a maneira como os elementos da rede estão fisicamente conectados, incluindo encaminhamento de cabos, conexão de equipamentos, etc. Outro conceito diferente deste é o da topologia lógica, relativo a forma como os dados trafegam na rede, independente de sua topologia física, isto é, independente dos tipos de cabos que interligam os equipamentos e do desenho dos caminhos formados por estas conexões. Para entender melhor a diferença entre topologia física e topologia lógica podemos usar o exemplo de uma rede local Ethernet implementada com hubs: sua topologia física é do tipo estrela, mas sob o ponto de vista das aplicações (tráfego dos dados, softwares ou programas) seu funcionamento é do tipo barramento. 1.4 – Componentes da LAN A chamada infra-estrutura de uma rede local é composta basicamente por três tipos de componentes: • Equipamentos (hardware) ativos; • Equipamentos (hardware) passivos; • Sistema operacional de rede (software de rede). 1.4.1 - Equipamentos ativos Este tipo de hardware é composto por equipamentos que se conectam a rede (estações de trabalho, servidores, impressoras, etc.) ou servem para permitir a conexão das estações de trabalho à rede (hubs, switches, etc.). Os principais equipamentos ativos são: Estações de trabalho: são os microcomputadores conectados, usados pelos usuários para acessar a rede local. Servidores: são computadores dotados de maior capacidade de processamento, memória e espaço em disco que executam aplicações específicas como por exemplo: TIPO DE SERVIDOR APLICAÇÕES . Banco de dados Armazenamento de dados Servidor de administração Gerenciamento de usuários, senhas e direitos de acesso Servidor de impressão Gerenciamento de filas de impressão Servidor web Gerenciamento de acesso a Internet Servidor de e-mail Gerenciamento de correio eletrônico Equipamentos concentradores: são equipamentos (em geral hubs ou switches) que permitem a comunicação entre os computadores. Os hubs e switches são dispositivos concentradores, responsáveis por centralizar a distribuição dos quadros de dados em redes fisicamente ligadas em estrela ou árvore, sendo dotados de portas para conexão de cada computador. A função básica do hub é a de repetidor multiportas. Ele é responsável por replicar para todas as suas portas as informações recebidas em qualquer uma destas. Por exemplo, se uma máquina tenta enviar um quadro de dados para uma outra, todas as demais máquinas da rede recebem também esse quadro de dados, como ilustrado abaixo. Nota-se que o envio de um quadro ocupa todo o barramento do hub, impedindo outras transmissões simultâneas.
  • 9. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 9 Figura: Funcionamento básico do hub: REPETIDOR MULTIPORTAS O hub opera na camada física do modelo OSI. Ele não tem como interpretar os quadros de dados que está enviando ou recebendo e, por isso, ele não tem a capacidade de saber os endereços MAC das placas de redes dos computadores ligados a ele. Já os switches têm a função básica de chaveador (comutador) multiportas. Eles enviam os quadros de dados somente para a portas de destino corretamente endereçadas. Com isso, esse dispositivo consegue aumentar o desempenho da rede, já não ocupará todo o barramento da rede e mais de uma comunicação poderá ser estabelecida simultaneamente, desde que as comunicações não envolvam portas de origem ou destino que já estejam sendo usadas. Figura: Funcionamento básico do switch: CHAVEADOR MULTIPORTAS Os switches conseguem enviar quadros diretamente para as portas de destino porque eles são dispositivos que “aprendem”. Quando um switch recebe quadros de dados em suas portas, ele lê cada campo de endereço MAC de origem dos quadros e registra esses endereços em uma tabela interna (memória RAM, volátil), associando cada um destes MAC a sua respectiva porta de entrada. Assim, quando o switch recebe um quadro para ser retransmitido, antes do envio ele lê o endereço MAC de destino daquele pacote e consulta sua tabela para enviar o quadro somente para a porta devida. Assim como ocorre com os hubs, os switches são classificados de acordo com a sua velocidade de operação (10 Mbps, 100 Mbps, 1 Gbps, 10 Gbps). Estes equipamentos são especificados de acordo com a quantidade de portas que eles possuem, a taxa de transmissão (em bps) de cada uma delas e suas respectivas interfaces e conectores, dentre outros parâmetros técnicos que irão definir seu desempenho, inclusive algum sistema operacional que esteja ali embarcado.
  • 10. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 10 Placas de rede: as placas de rede são instaladas em cada computador que será conectado à rede. As placas de rede são responsáveis pela troca de dados entre cada computador e o(s) equipamento(s) concentrador(es). As placas de rede não devem ser confundidas com as placas de fax/modem que se destinam a conexões entre micros (ou aparelhos de fax) através da Rede de Telefonia Fixa Comutada (RTFC), ou seja, através de conexões discadas via concessionárias de telefonia fixa. 1.4.2 - Dispositivos passivos Passivos são aqueles dispositivos que não são alimentados por energia elétrica. São os componentes do meio físico (cabos, conectores, tomadas, etc.) empregados para transporte de dados entre computadores e demais equipamentos ativos da rede. São também exemplos de dispositivos passivos: fibras óticas, painéis de conexão (patch panels), blocos de conexão, distribuidores óticos, racks (armários de telecomunicações), etc. 1.4.3 - Sistema operacional de rede São os programas desenvolvidos em linguagem computacional que permitem o controle dos usuários da rede, as aplicações ou tarefas que cada um deles pode executar, como por exemplo: acesso/modificações em banco de dados, impressão de arquivos, correio eletrônico (e-mail), acesso a Internet, etc. As permissões de acesso são definidas por profissionais especiais, chamados de "administradores da rede", de acordo com o cargo ou função de cada usuário. Atualmente vemos que os sistemas operacionais da Microsoft estão perdendo espaço para o Linux. A evolução do mercado de tecnologia da informação (TI) mostra claramente que o domínio do Windows está se enfraquecendo cada vez mais e dando lugar às plataformas livres de código aberto. 1.5 – Futuro das LANs: o cabeamento estruturado será substituído pelas redes sem fio? Com a expansão cada vez maior das redes locais sem fio Wi-Fi (IEEE 802.11), das novas redes Wi-Max (IEEE 802.16), além da telefonia de 3a e 4a gerações, muito se tem questionado se as redes que empregam o meio físico aéreo irão substituir as redes baseadas nos meios físicos guiados (cabos). Existem três fortes motivos para crer que as redes sem fio não irão substituir todas as aplicações que são implementadas em cabos de pares metálicos ou cabos de fibras óticas, conforme explicamos a seguir. Velocidade das redes locais cabeadas e aéreas Até pouco tempo as redes sem fio IEEE 802.11b suportavam no máximo uma velocidade de 11Mbps, quando as enlaces da família IEEE 802.3 em cabos metálicos já atingiam 100Mbps por um preço relativamente baixo. Atualmente os padrões Wi-Fi IEEE 802.3a e 802.3g podem atingir 54Mbps (de maneira compartilhada, sem garantia de velocidade nos links) e o padrão Wi-Max IEEE 802.16 estabelece um suporte a canais de até dezenas de Mbps. Nota-se que a evolução das redes wireless está trazendo um aumento nas suas taxas de transmissão, mas estas velocidades ainda estão bem distantes nas taxas 1Gbps e 10Gbps que podem ser implantadas em cabos de pares trançados ou fibras óticas por um preço relativamente baixo. Por esse motivo é fácil supor que as redes cabeadas ainda dominarão os cenários onde as aplicações exigem alto desempenho, como por exemplo em backbones, conexões de servidores e dispositivos de storage (armazenamento).
  • 11. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 11 Segurança nas redes locais cabeadas e aéreas Não existe rede que seja 100% segura e qualquer tipo de rede está sujeita a ataques, invasões e sabotagens. Tudo que se faz na área de segurança de redes, incluindo a adoção de firewalls ou sistemas de detecção de intrusos (IDS – Intruder Detection System), se destina a diminuir o risco de dados, mas sem a pretensão de ser totalmente eficaz. Em uma rede baseada em cabos, invasões podem se dar através de algum hacker “presencial” que tem acesso a uma das portas de um switch/hub da LAN ou através de algum hacker “remoto” que acessa a rede local através da Internet. Por outro lado, as redes sem fio trazem uma vulnerabilidade a mais: o hacker pode captar o sinal aéreo da rede e invadi-la sem que seja preciso se conectar fisicamente a um switch/hub dessa LAN. E isso aumenta muito a insegurança dos sistemas wireless. Os defensores das redes sem fio alegam que é possível estabelecer uma política se segurança boa, através de ferramentas de gerenciamento de usuários e senhas, filtros de MAC, criptografias, autenticações, servidores do tipo RADIUS, alocação dinâmica de endereçamento IP, protocolos como WPA2-Enterprise, WEP dinâmico com 802.1X+EAP, dentro outras. Porém, não é difícil concluir que todas essas medidas são fundamentais quando se adota um meio físico aberto como o meio aéreo, por ser ele muito mais vulnerável do que os cabos que conseguem limitar a propagação dos sinais por caminhos fechados. O risco de interferências das redes aéreas Enlaces óticos baseados em fibra ótica não sofrem interferências de sinais, o que é uma grande vantagem desse meio físico. Os cabos UTP podem sofrer interferências eletromagnéticas dos sinais elétricos internos nos cabos ou de sinais externos. Para combater esse risco as normas estabelecem cabos com proteções (blindagens) e outros detalhes construtivos que evitam ou minimizam esse problema. Também é possível reduzir esse inconveniente através da adequada separação física dos cabos de dados das possíveis fontes de interferência eletromagnética. Porém, no cenário das redes sem fio a interferência é um problema freqüente e de solução muitas vezes complexa ou inviável. Isso se deve ao fato que a grande maioria das redes Wi-Fi empregam faixas de frequências liberadas para uso sem necessidade de licenciamento junto a Anatel (2,4GHz e 5,8GHz). Essa liberdade de uso faz com que redes W-Fi vizinhas concorram entre si no uso do espectro de frequências e eventualmente disputem a mesma faixa. Torna ainda mais complicado o problema a existência de outros dispositivos que também usam as frequências livres, como os telefones fixos sem fio e alguns aparelhos de controle remoto especiais. As interferências entre os canais de comunicação dos controladores de vôo e as estações de rádio demonstram a complexidade desse fato, assim como a briga pelo uso do espectro estabelecida entre as empresas de radiodifusão e as operadoras de telefonia celular. Concluindo Podemos concluir, portanto, que a expansão da tecnologia sem fio se dará em redes onde não há grande preocupação com sua segurança, onde não é necessária alta velocidade de transmissão digital e onde não há interferências entre sistemas adjacentes. Nos sistemas críticos, com informações confidenciais, restritas ou estratégicas e nos locais onde existe o risco de interferência, os cabos metálicos e óticos ainda reinarão por bastante tempo com certeza.
  • 12. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 12 1.6 – Conceitos básicos em redes de computadores e telecomunicações Sinal analógico: É o sinal que têm variação contínua ao longo do tempo Exemplos: voz humana, música de LPs, fita K7 ou VHS, filme fotográfico, todos os filmes que passam nas grandes salas de cinema, sinais em automação industrial: variações de temperatura e pressão, sinal de TV aberta, rádio FM e todas as propagações de sinais no ar (transmissão dos sistemas wireless, ou sem fio) Figura: sinal analógico periódico senoidal Figura: sinal analógico não periódico Sinal digital: É o sinal que tem variação não contínua (discreta), ou seja, em níveis fixos pré- estabelecidos. Exemplos: música digital (CD, WAV, MP3), DVD, fotografia digital, filmes digitais, arquivos texto, banco de dados, comunicação entre computadores nas redes locais Figura: sinal digital binário Figura: sinal digital não binário Período, Amplitude, Frequência, Fase e um sinal Os dois gráficos abaixo ilustram os conceitos de período (T, tempo) e amplitude (neste exemplo em Volts) em uma onda senoidal e em uma onda retangular. Período é uma medida de tempo e sua unidade é o segundo. Figura: Amplitude e frequência em uma onda senoidal e em uma onda retangular
  • 13. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 13 Frequência é uma unidade que mede quantos ciclos por segundo um sinal periódico varia ao longo de um tempo. A unidade que se adota é o Hertz (Hz). Um Hertz equivale a um ciclo por segundo. Matematicamente temos uma relação entre período (T, tempo) e frequência (f) dada pela fórmula: onde: f = frequência (Hz) T = período (segundos) O gráfico (b) abaixo mostra a variação de amplitude de um sinal em relação ao sinal do gráfico (a). O gráfico (c) ilustra a variação de frequência de um sinal em relação ao primeiro sinal (a). O gráfico (d) ilustra a variação da fase de um sinal em relação ao sinal original (a). Figura: variação de amplitude (b), frequência (c) e fase (d) em relação a uma onda senoidal original (a) Bit, byte, bps e seus múltiplos A matemática e a lógica binária dos equipamentos digitais empregam apenas dois tipos de sinais: ZERO (nível baixo) e UM (nível alto). Eletronicamente, o ZERO (nível baixo) pode ser representado pela inexistência de voltagem (zero volt) e o UM (nível alto) pode ser representado uma voltagem definida (5 volts, por exemplo). Dessa maneira, toda informação digital é composta por bits ‘0’ e ‘1’. Oito bits agrupados formam um conjunto que chamamos de byte. No caso da medida de tamanho de arquivo ou espaço para armazenamento em unidades de armazenamento (disco, fitas, memórias, etc) usamos as seguintes unidades: 0 1 1 0 1 0 0 1 Volts tempo Sinal digital: Representação binária do sinal digital acima: 8 bits formam 1 BYTE Medida do tamanho de um arquivo ou espaço para armazenamento Unidade usada em byte (B), kbyte (kB), Megabyte (MB), Gigabyte (GB), etc. T f 1 =
  • 14. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 14 Os múltiplos usados neste caso, por se tratar de sistema binário, se baseiam em potência de 2 (210 , 220 , 320 , etc) e não na potência de 10 do sistema decimal que estamos acostumados a usar no nosso dia a dia (101 , 102 , 103 , etc). Portanto, os múltiplos usados para TAMANHO DE ARQUIVO são: kbyte = kbyte = 210 bytes = 1.024 bytes megabyte = Mbyte = 220 bytes = 1.048.576 bytes gigabyte = Gbyte = 230 bytes = 1.073.741.824 bytes Exemplos: 1,44 kbytes = 1,44 x 1.024 bytes = 1.474,6 bytes 700 MBytes = 700 x 1.048.576 bytes = 734.003.200 bytes 80 Gbytes = 180 x 1.073.741.824 bytes = 85.899.345.920 bytes No caso da medida de velocidade de transmissão de bits nas redes de computadores e nos sistemas de telecomunicações digitais adotamos outras unidades que são: Neste caso os múltiplos são os tradicionais múltiplos de 10 do sistema decimal (101 , 102 , 103 , ... ). Portanto, os múltiplos usados em VELOCIDADE (bps) são: Quilobits por segundo = kbps = 1.000 bps = 103 bps Megabits por segundo = Mbps = 1.000.000 bps = 106 bps Gigabits por segundo = Gbps = 1.000.000.000 bps = 109 bps Exemplos: 64kbps = 64 x 1.000 bps = 64.000 bps 100Mbps = 100 x 1.000.000 bps = 100.000.000 bps 1 Gbps = 1 x 1.000.000.000 bps = 1.000.000.000 bps Portanto, sempre que quisermos representar velocidade de transmissão digital, devemos usar as unidades listadas acima. São exemplos dessa aplicação: - Especificação de velocidade de portas em switches da família Ethernet (100Mbps, 1Gbps, etc.) - Especificação de velocidade em planos e contratos de acesso à Internet (1Mbps, 2Mbps, etc.) As únicas exceções a essa regra são as velocidades de navegação na Internet informadas por alguns medidores on-line. Nesses casos, é possível encontrar: bits por segundo ou bytes por segundo. Atenção e cuidado!!! A NATUREZA DO SINAL DIGITAL Os sinais digitais são formados por um somatório de ondas senoidais de frequências distintas. A figura abaixo ilustra o somatório do sinal (a) de frequência f com o sinal (b) de frequência 3f, o que dá origem ao sinal (c), que já pode ser considerado eletronicamente como uma boa aproximação de um sinal digital binário. Destes gráficos podemos extrair dois conceitos importantes que serão explicados na seção seguinte: Velocidade de transmissão de sinais digitais, ou seja, taxa de transmissão digital Bits por segundo (bps), kbps, Mbps, Gbps Unidade usada em
  • 15. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 15 Figura: a soma das senóides (a) e (b) produz a senóide (c), que já é uma boa aproximação de uma onda retangular Quando adicionamos componentes de frequência maior ao somatório, a onda digital se aproxima cada vez mais de uma onda digital ideal quadrada. A figura (a) abaixo ilustra um somatório onde foi incluída a componente senoidal com frequência 5f e a na figura (b) vemos a inclusão do componente com frequência igual a 7f. A figura (c) ilustra o caso ideal, apenas teórico, onde estão presentes infinitos componentes de frequência, o que torna a onda perfeitamente quadrada. Figura:a soma de harmônicos de frequências maiores produz uma onda cada vez mais próxima da onda ideal retangular
  • 16. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 16 BANDA PASSANTE E LARGURA DE BANDA Banda Passante representa o intervalo de frequências (frequência inicial até a frequência final) de um sinal. A banda passante de um sinal também é conhecida como faixa de frequências ou espectro de frequências do sinal. Unidade de medida adotada: Hertz (Hz). Largura de Banda, que também tem o Hertz (Hz) como unidade de medida, representa o tamanho do intervalo de frequências do sinal, que é calculado através da fórmula matemática: L (Hz) = frequência final – frequência inicial Conhecer estes dois parâmetros, medidos em Hertz (Hz), é de fundamental importância, tendo em vista que os sinais são formados por um somatório de ondas de frequências distintas e estas devem estar contidas no intervalo definido pela banda passante do meio de transmissão a ser empregado. O gráfico abaixo ilustra esses dois conceitos. Figura: Curva típica de ganho de um meio de transmissão A partir da figura acima podemos afirmar que: Banda Passante: de fi a ff Largura de Banda: L = ff – fi Exemplo: para o sinal de voz humana Banda passante do sinal = de 300Hz a 3.400Hz Largura de banda do sinal = 3.400 – 300Hz = 3.100Hz Os parâmetros largura de banda e banda passante também são aplicados quando tratamos dos meios físicos de transmissão (cabos metálicos, fibras óticas ou meio aéreo). Simplificadamente, podemos dizer que cada meio físico de transmissão tem sua banda passante e sua uma largura de banda. Cabos metálicos são adequados para transmissão de sinais de baixa frequência e têm largura de banda estreita, enquanto as fibras óticas são mais adequadas para sinais com frequências maiores e têm largura de banda maior. Quanto maior a largura de banda (Hz) de um meio físico, maior será a seu suporte a taxas de transmissão digitais (bps) elevadas. 1.0 Ganho Frequência L fffi
  • 17. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 17 ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIAS A figura abaixo mostra as faixas de frequências e larguras de banda dos diversos tipos de sinais e meios físicos empregados nos sistemas de telecomunicações. Exemplo 1: NOS MEIOS AÉREOS ROTEADOR WIRELESS COM INTERFACE ADSL, FABRICANTE: D-LINK, MODELO: DI-624S O fabricante D-link desenvolveu o roteador wireless DI-624S (servidor de acesso à Internet sem fio) que possibilita o compartilhamento de uma conexão à Internet ADSL com várias estações através do meio aéreo Wi-Fi, situadas até 100metros em ambiente interno ou 400 metros em ambiente externo. O equipamento funciona na faixa não licenciada conhecida popularmente como 2.4GHz. Nota-se nas especificações abaixo que o equipamento pode operar em frequências definidas pelo padrão americano ou pelo padrão europeu. No primeiro caso pode-se ter até 11 canais de comunicação simultâneos e no segundo caso é possível estabelecimento de 13 canais ao mesmo tempo. Servidor de Acesso a Internet sem fio Modelo: DI-624S Fabricante: D-Link Especificações: Faixa de Frequências: Padrão americano: 2,412 a 2,462 GHz Padrão europeu : 2,412 a 2,472 GHz Largura de Banda: Padrão americano: (2,462 – 2,412) GHz = 0,050 GHz Padrão europeu : (2,472 – 2,412) GHz = 0,060 GHz Velocidade de transmissão digital 54Mbps
  • 18. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 18 Exemplo 2: NOS MEIOS METÁLICOS DE REDE EXTERNA O gráfico abaixo ilustra as faixas de passagem e larguras de bandas nos canais de voz e dados da tecnologia ADSL, empregada por exemplo no produto Velox: Podemos notar no gráfico acima as diferentes faixas de frequências e larguras de banda do canal de voz (POTS), do canal de upload (upstream) e do canal de download (downstream). Essa tecnologia permite velocidade de transmissão de dados assimétrica de até 8Mbps para download e 512Kbps para upload. Tudo isso dentre de uma faixa de frequências que vai até 1.000KHz, ou seja, até apenas 1MHz. Exemplo 3: NOS CABOS METÁLICOS EMPREGADOS EM CABEAMENTO ESTRUTURADO A seção 2.3 da Unidade II a seguir descreve os cabos metálicos adotados em cabeamento estruturado. É importante conhecer as diversas categorias usadas para classificar esses cabos, suas respectivas larguras de banda em MHz e suas aplicações.
  • 19. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 19 UNIDADE II - MATERIAIS EMPREGADOS EM CABEAMENTO ESTRUTURADO 2.1 – Cabos metálicos Cabo coaxial As últimas versões das normas internacionais para cabeamento estruturado e a norma brasileira da ABNT não recomendam o emprego dos cabos coaxiais em redes locais. Cada vez torna-se mais escassa a existência deste cabo em LANs, mesmo nas mais antigas. O cabo coaxial possui em um fio central para transmissão de sinais e uma blindagem que envolve este fio sem toca-lo. A blindagem, se devidamente aterrada, fornece proteção deste contra interferências eletromagnéticas, além de servir como referência elétrica para os sinais. Figura: Cabo coaxial Apesar de são serem mais admitidos pelas atuais normas de cabeamento estruturado, esse tipo de cabo ainda encontra aplicações fora desse escopo: • Descidas de antenas (seja para rede de dados, voz ou imagem) • Redes externas de TV a cabo • Equipamentos de áudio Cabo par trançado não blindado (UTP – unshilded twisted pair) Os cabos UTP são compostos de pares de fios trançados não blindados de 100 Ohms. Em geral, podem ter 4, 25 ou 50 pares, de acordo com sua aplicação, conforme será apresentado a frente. Por não serem protegidos contra intempéries (sol, água, etc.), não podem ser empregados em redes externas. Além disso, caso instalados em ambiente externo, os cabos metálicos poderiam propagar correntes elétricos induzidas por descargas atmosféricas. A medida que os cabos UTP e seus acessórios foram evoluindo, eles foram sendo classificados em categorias conforme suas características e performance, o que será discutido adiante. Figura: Cabo UTP (4 pares), categoria 5e. Figura: Cabo UTP (4 pares), categoria 6.
  • 20. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 20 Cabo par trançado blindado (STP, FTP, ScTP e SSTP) Os cabos classificados como blindados são revestidos por uma lâmina ou malha metálica que os protegem contra interferências eletromagnéticas externas. Os cabos blindados são recomendados para locais onde existe risco de que campos eletromagnéticos perturbem o sinal da rede introduzindo erros nas transmissões. Esse tipo de cabo deve ser empregado principalmente em locais críticos, como aeroportos ou hospitais, onde uma interferência de sinal pode gerar grandes transtornos ou mesmo o risco de morte. O emprego de cabos blindados exige que todos os demais acessórios (conectores, tomadas, etc.) sejam também blindados, o que irá garantir a efetiva proteção dos sinais contra interferências e ruídos externos. Por não serem protegidos contra intempéries (sol, água, etc.), não podem ser empregados em enlaces externos. Dentre as fontes externas de interferência eletromagnética que afetam as redes locais podemos citar: motores em geral, reatores de lâmpadas fluorescentes, circuitos de energia elétrica de alta ou baixa tensão (127/220 volts), descargas elétricas nas proximidades dos cabos, etc. Vale a pena destacar que o que produz o campo eletromagnético interferente é sempre uma variação de corrente. Portanto, uma corrente contínua (DC - direct current) com as de pilhas ou baterias não irá gerar campos eletromagnéticos. A norma EIA/TIA 568-A de 1995 adotou a sigla STP (Shilded Twisted Pair) para designar o cabo blindado criado pela IBM, que possuía dois pares trançados blindados individualmente mais uma blindagem geral. Esse tipo de cabo deixou de ser reconhecido pelas normas mais recentes, pois era muito volumoso e tinha apenas dois pares. As normas atuais empregam uma nomenclatura que foi bem recebida e adotada pelo mercado: chama-se de FTP (Foil Twisted Pair) o cabo de quatro pares blindado através de uma lâmina de alumínio que envolve todos os pares do cabo, enquanto o ScTP (Screened Twisted Pair) emprega não uma lâmina de alumínio, mas uma malha metálica em sua blindagem. Na nova norma para cabos categoria 7, já aprovada pela ISO, mas ainda não pela EIA/TIA, é especificado um o novo cabo SSTP (Shilded Screened Twisted Pair), também chamado de S/FTP (Screened Foil Twisted Pair), que possui uma blindagem laminada individual para cada um dos seus 4 pares de fios, além de uma blindagem em malha que envolve todo o grupo de fios, o que exigirá novos tipos de conectores macho e fêmea, incompatíveis com o consagrado padrão RJ-45. Muitos profissionais duvidam que esse novo sistema vai realmente “colar”, acreditando que as fibras óticas irão ser uma opção melhor em relação ao sistema categoria 7. O futuro dirá qual a solução vai ganhar essa briga. Fig: Cabo FTP (4 pares) categoria 5 Fig: o novo cabo SSTP categoria 7 da ISO Figura: o novo e completo conector dos sistemas categoria 7. Fabricante Siemon
  • 21. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 21 Cabos sólidos versus cabos flexíveis Os cabos de pares trançados blindados e não blindados podem ser sólidos ou flexíveis. Os cabos sólidos são adequados para as terminações IDC (Insulation Displacement Connection) das tomadas fêmeas ou blocos de conexão. Os cabos flexíveis são adequados para conectorização com o conector RJ-45 macho. 2.2 – Acessórios para cabeamento metálico Conectores Os cabos coaxiais (já em desuso) empregam como terminação mecânica principalmente os conectores BNC. Os cabos par trançado empregam os conectores modulares de 8 vias (comercialmente conhecidos como conectores RJ-45). No caso de cabos blindados (STP) emprega-se conectores RJ-45 com blindagem. Figura: Conectores BNC para cabos coaxiais Figura: Conector RJ-45 para cabo par trançado Tomadas (outlets) As tomadas modulares de 8 vias (comercialmente conhecidas como tomadas RJ-45) são empregadas na terminação de cabos par trançado e podem ser blindadas (para cabos STP) ou não blindadas (para cabos UTP). Os pares UTP são conectados nas tomadas através de contatos do tipo IDC, que dispensam o trabalho de descasca-los. As tomadas devem atender os critérios para transmissão (categoria) para o qual a rede está dimensionada. (a) (b) (c) (d) Figura: Tomadas modulares de oito vias (tomadas RJ-45) (a) Blindada – Fab.: Panduit, (b) Não blindada – Fab.: Panduit, (c) Não blindada – Fab.: Fibracem, (d) Não blindada – Fab.: Reichle & De-Massari Painéis de conexão (patch panels) Os painéis de conexão são empregados para terminação dos cabos em pontos de concentração do cabeamento. São construídos no padrão 19" de largura para permitir instalação em racks de comunicação de dados. Trata-se de uma peça dotada de tomadas modulares de oito vias (tomadas RJ-45) com contados IDC. A Figura abaixo ilustra um patch panel de 48 portas RJ-45. Comercialmente encontram-se principalmente painéis com 24 e 48 portas. Cada conjunto de 24 portas ocupa no rack 4,4 cm de altura, o que foi definido pelos fabricantes de armários como sendo 01 (uma) unidade de altura. São utilizados com cabos telefônicos (cabos CI) ou cabos par trançado. As tomadas dos painéis devem atender os critérios para transmissão (categoria) para o qual a rede está dimensionada.
  • 22. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 22 Figura: um patch panels de 24 portas RJ-45 e outro de 48 portas – Fabricante: Panduit Figura: componentes básicos de um link Blocos de conexão Os blocos de conexão permitem a conexão dos cabos primários (backbone) com os cabos secundários (cabeamento horizontal) e podem ser empregados na concentração, consolidação ou transição de cabos, conforme será definido quando estivermos apresentando as normas de cabeamento estruturado. Empregam o sistema IDC para conectorização de cabos. São utilizados com cabos telefônicos (cabos CI) ou cabos par trançado e apresentam maior economia se comparados com o uso de patch panels. Comercialmente são encontrados blocos de conexão para 8, 10, 25, 50, 100, 200, 300, e 900 pares. Os blocos de conexão são conhecidos como blocos 110 e estão disponíveis em geral em módulos de 50, 100, 200, 300 e 900 pares e empregam o conector 110 com contatos IDC. Os blocos de conexão e sobretudo seus acessórios (conectores e cordões de manobra) devem atender os critérios para transmissão (categoria) para o qual a rede está dimensionada. Podem ser fixados em racks, painéis de madeira ou diretamente na parede. (a) (b) Figura: Sistema 110 (a) Bloco de conexão 110 de 100 pares, (b) Conector 110 tipo IDC ( 5 e 4 pares)
  • 23. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 23 Cordões de conexão (patch cords) Os patch cords são cabos par trançado conectorizados em ambas as extremidades e podem ter conectores RJ-45 (para tomada ou patch panel) ou 110 (para bloco 110). São usados para fazer as conexões entre: • Os painéis de conexão e os equipamentos ativos dentro dos racks • As tomadas nas áreas de trabalho e os computadores • Os blocos de conexão, entre as redes primárias e secundárias. Os cordões de conexão, além de serem flexíveis, devem atender os critérios para transmissão (categoria) para o qual a rede está dimensionada. Admite-se a confecção manual de patch cords, com alicate de crimpar conectores RJ-45, somente para cabeamentos de categoria 5 ou 5e. Os patch cords categoria 6 devem ser comprados prontos de fábrica para evitar o risco de perdas elevadas que iriam interferir nas transmissões de dados, sobretudo em taxas de transmissão mais elevadas. Figura: Cordão de conexão (patch cord) com conectores RJ-45 2.3 – A classificação dos materiais metálicos em categorias e classes Categoria 1 e 2 – Essas antigas categorias não são mais aceitas pelas normas atualmente. Foram usadas em redes telefônicas e nas primeiras redes locais de computadores como a Arcnet (2,5Mbps) e a Token Ring (4Mbps). Categoria 3 - Utiliza cabos com pares de fios trançados sólidos de bitola 24 AWG. Estes cabos são utilizados para transmissão de sinais até 16 MHz. Essa categoria foi concebida originalmente para transmissão em até 10Mbps (Ethernet). Ainda hoje é aceita pelas normas, mas somente nas redes que são para uso exclusivo de telefonia convencional, nunca para redes de dados, imagem ou vídeo. Categoria 4 - Essa categoria, que não é mais aceita pelas normas, utilizava cabos com pares de fios trançados sólidos de bitola 22 ou 24 AWG e suportava transmissão até uma largura de banda de 20 MHz. Essa categoria era compatível com a rede Ethernet original (10Mbps) e com a segunda geração Token Ring (16Mbps), ambas já superadas atualmente. Categoria 5 - Também eliminada das normas atuais, essa categoria utilizava cabos com pares de fios trançados sem blindagem de bitola 22 ou 24 AWG e suportava transmissão até uma largura de banda de 100 MHz. A categoria 5 foi originalmente concebida para aplicações em Fast Ethernet 100BaseTX (100Mbps), mas o padrão Gigabit Ethernet (1000BaseT), desenvolvido posteriormente, foi projetado com suporte ao cabeamento com esta categoria. Categoria 5e (Enhanced) – Utiliza cabos com pares de fios trançados sem blindagem de bitola 22 ou 24 AWG. Admite transmissões até uma largura de banda de 100MHz, mas com parâmetros de performance e especificações de desempenho mais rigorosas. Apesar do padrão Gigabit Ethernet (1000BaseT) ter sido desenvolvido para os cabos categoria 5, a adoção da categoria 5e representa um risco menor de erros se comparada com a 5. Segundo as normas atuais, a categoria 5e é o padrão mínimo para transmissão de dados em redes de computadores e nenhuma LAN deve ser projetada ou executada com cabos que tenham categoria inferior a essa.
  • 24. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 24 Categoria 6 – Esta especificação norte-americana foi aprovada em Junho de 2002 com o código ANSI/TIA/EIA 568-B.2-1-2002. São especificações ainda mais rigorosas em relação a performance para uma largura de banda que vai até 250MHz. Em geral, o cabo categoria 6 possui um elemento interno para separação dos pares e por isso o diâmetro externo do cabo é um pouco maior do que as categorias 5 e 5e. A origem da categoria 6 está ligada a indústria de switches, que tentou sem sucesso estabelecer um segundo padrão Gigabit Ethernet (conhecido como 1000BaseTX e criado em 2001) para concorrer com o 1000BaseT. A eletrônica 1000BaseTX apresentava hardware com eletrônica mais barata do que a concorrente 1000BaseT, porém a tecnologia 1000BaseTX exigia um meio físico com largura de banda igual a 250MHz, ou seja, exigia que os cabos fossem categoria 6. Como a arquitetura 1000BaseTX perdeu essa briga de mercado, admite-se hoje que redes Gigabit (1000BaseT) rodem em cabos de categoria 5e. Porém, nesse caso a adoção da categoria 6 representará um risco menor de erros, se comparada com a categoria 5e. Em 2006, quando foi publicado o padrão 10GBaseT (10Gbps, conforme a norma IEEE 802.3an), estabeleceu-se que a categoria 6 poderia ser usada nessa tecnologia, mas com as seguintes ressalvas. Em primeiro lugar, admitiu-se o uso dos cabos UTP (não blindados) de categoria 6, desde que eles não ultrapassem 55m, o que representou uma exceção a regra dos 100m, que era histórica na evolução dos cabos de pares trançados. Como opção, ficou permitido ter cabos categoria 6 em links 10Gbps com até 100m de comprimento, desde que eles sejam do tipo blindado (FTP), o que elimina os problemas de interferência entre cabos. FIGURA: Detalhe do conector RJ-45 categoria 5 (figura esquerda) e do categoria 6 (figura direita). A diferença de posicionamento dos fios faz com que a interferência na categoria 6 seja menor. Categoria 6a – Aprovada em fevereiro de 2008 (padrão EIA/TIA 568-B.2-10), na categoria 6a (o “a” vem de augmented) está definida uma largura de banda de 500MHz para o cabo de pares trançados. Essa categoria permite que as novas redes 10Gbps sejam implementadas com cabos de pares trançados não blindados (UTP) em até 100m, superando a barreira dos 55m que foi imposta para os cabos UTP de categoria 6 nessa velocidade. Categoria 7 – essa categoria, ainda não reconhecida pelas normas norte-americanas EIA/TIA, já se encontra padronizada pelo organismo europeu ISO na norma 11801 (classe F). Nessa categoria a largura de banda disponível é de 600MHz e não se admitem cabos não blindados. Os cabos de pares trançados categoria 7 apresentam obrigatoriamente uma blindagem laminada para cada um dos seus quatro pares, além de uma blindagem em malha que envolve o conjunto dos quatro pares. Esse novo sistema torna os cabos categoria 7 mais espaçosos e menos maleáveis, além de obrigar a adoção de novos conectores/tomadas blindados diferentes dos padrões RJ-45 e IDC, o que tornará a conectorização mais complexa e crítica. A nova norma brasileira NBR 14565 de 2007 já incorporou a possibilidade de adoção dos cabos dessa categoria. O que significa AWG? O AWG – American Eire Gauge é uma norma norte-americana que define medidas para os diâmetros de condutores (cobre, alumínio e outros). Quanto maior o valor numérico em AWG, menor será o diâmetro do condutor, conforme mostra a tabela abaixo. Valor em AWG Diâmetro de cada fio condutor de cobre (mm) 19 0,91 22 0,64 23 0,57 24 0,51 26 0,41
  • 25. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 25 Categoria (EIA/TIA) X Classe (ISO) O organismo padronizador internacional ISO – International Organization for Standardization, sediado na Europa, estabelece uma classificação dos cabos metálicos similar a apresentada acima, mas ele usa o termo classe em lugar de categoria, conforme mostra a tabela abaixo: Classificação EIA/TIA (Americana) Classificação ISO (internacional) Categoria 3 Classe C Categoria 5 Classe D Categoria 5e Não normatizada pela ISO Categoria 6 Classe E Categoria 7 ainda não publicada pela EIA/TIA Classe F 2.4 – Fibras óticas e acessórios Fibras óticas As fibras óticas são condutores de sinais que trazem em lugar dos fios de cobre, microdutos de sílica (SiO2) rigorosamente fabricados. Ao contrário de sinais elétricos, as fibras óticas conduzem sinais de luz, que podem ser emitidos por um diodo laser ou um diodo emissor de luz (LED – Light Emitter Diode). As principais vantagens da adoção de fibras óticas em cabeamento estruturado são: • Por conduzirem sinais luminosos (e não sinais elétricos), as fibras óticas possuem a vantagem de serem imunes a interferências eletromagnéticas • Permitem implantação de links mais extensos do que os cabos de cobre. • As fibras óticas são meios físicos que possuem maior largura de banda (em Hertz), mas na prática a taxa de transmissão (bps) de um link de REDE LOCAL depende de outros fatores, conforme será discutido a frente. O princípio básico da propagação do sinal de luz nas fibras óticas é a reflexão interna total da luz. Uma fibra ótica é composta por um microduto de sílica (núcleo da fibra) envolvido por outro microduto de sílica concêntrico (casca da fibra). A dopagem do núcleo (com Boro, Germânio ou Fósforo por exemplo) faz com que seu índice de refração seja maior do que o índice de refração da casca, permitindo que um feixe luminoso lançado na extremidade da fibra se propague até a outra ponta confinado no núcleo, refletindo-se sucessivamente na casca. As fibras mais empregadas em redes locais são as multimodo (MM – Multimode) e as monomodo (SM – Single Mode). As fibras multimodo (MM) possuem um maior diâmetro do núcleo (tipicamente 62,5 ou 50μm) o que faz com que existam nele muitos modos de propagação da luz, causando atrasos nesta propagação e perdas por dispersão. O sinal luminoso nas fibras monomodo (SM), tendo em vista o seu reduzido diâmetro do núcleo (tipicamente 10 ou 8,5μm), possui praticamente apenas um único modo de propagação, garantindo uma maior eficiência nas transmissões e permitindo um alcance maior. As soluções baseadas em fibras SM são mais caras do que aquelas onde se empregam fibras MM.
  • 26. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 26 (a) (b) Figura: Fibra Multimodo (MM) (a) Corte transversal, (b) Corte longitudinal com a representação de diferentes modo de propagação (a) (b) Figura: Fibra Monomodo (SM) (a) Corte transversal, (b) Corte longitudinal com a representação de um modo de propagação Por serem muito frágeis, as fibras óticas são revestidas por diferentes camadas protetoras. A primeira camada é o chamado revestimento primário ou cobertura da fibra. Envolvendo o revestimento primário das fibras existem outras camadas que compõe também a estrutura de proteção. As fibras do tipo loose são envolvidas dentro do cabo por um gel que as protege contra umidade (a água ataca a sílica das fibras), sendo portanto recomendadas para uso externo em instalações aéreas ou subterrâneas. Além da proteção contra umidade, o gel permite mobilidade das fibras dentro do cabo sem perda da resistência contra forças externas que poderiam danifica- las, aumentando sua proteção física contra rompimento. Como o gel empregado é altamente inflamável, a fibra "geleiada" não pode ser empregada em ambientes internos. As fibras do tipo tight possuem outras estruturas de proteção (como kevlar, por exemplo) sem gel e são indicadas para instalações internas. Já existem atualmente modernos cabos de fibras óticas sem gel para instalação em ambientes externos, que podem ser submetidos a intempéries climáticas sem que as fibras se danifiquem. Os cabos óticos reúnem as fibras geralmente em pares, pois um enlace ótico emprega no mínimo duas fibras: RX para recepção e TX para transmissão. É comum o lançamento de cabos com número de fibras superior ao necessário, para servirem de reserva no caso do rompimento de alguma(s) desta(s) ou expansões futuras. Para confecção dos cordões de conexão óticos empregam-se os cordões óticos monofibra ou duplex. NÚCLEO(φ=62,5μm) ELEMENTOSDEPROTEÇÃO CASCA(φ=125μm) CASCA(φ=125μm) ELEMENTOSDEPROTEÇÃO NÚCLEO(φ=8,5μm)
  • 27. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 27 (a) (b) (c) Figura: Fibras óticas (a) Cabo loose, (b) Cabo tight, (c) Cordões tight duplex (esquerda) e monofibra (direita) A adoção de fibras óticas apresenta algumas desvantagens em relação ao emprego de meios metálicos. Dentre elas podemos citar: - O custo mais alto dos cabos de fibras óticas e seus acessórios; - O custo mais alto da conectorização e/ou fusão das fibras, procedimento este que depende de caros equipamentos, mão de obra técnica especializada; - O custo mais alto dos equipamentos de rede local (switches, por exemplo) com interfaces óticas, se comparado com o custo de interfaces elétricas com conectores RJ-45; - O custo mais alto do reparo de um link ou cordão ótico rompido, o que exigiria a execução de uma emenda mecânica provisória e/ou execução de uma fusão ótica definitiva, o que acarreta em um maior tempo de indisponibilidade do enlace. É comum encontrar técnicos de campo fazendo a avaliação da integridade de um enlace ótico através do exame visual do sinal na extremidade do link ativo. Este procedimento deve ser evitado pelo risco de se expor os olhos a fonte de luz do tipo laser, adotada em alguns equipamentos óticos. O correto procedimento requer o emprego do equipamento Power Metter descrito na Unidade VI. Conectores óticos e demais acessórios para terminação de enlaces óticos A instalação de um conector ótico não é feita diretamente em uma fibra de um cabo ótico já lançado, pois instalar um conector em uma fibra é um trabalho demorado e que requer muita habilidade e prática. Em geral, os instaladores preferem um procedimento mais prático: compram pedaços de fibra já conectorizados (chamadas extensões óticas ou pigtails), fazem a fusão (emenda) de cada um dos pigtails com uma fibra do cabo e adotam uma caixa para proteção das emendas (chamada terminador ótico, TO). As extensões óticas fundidas com as fibras também podem ser acomodadas nos chamados distribuidores internos óticos (DIO), que possuem conectores fixos e que precisarão (na ativação dos links com os switches) de cordões de conexão óticos, que são conectorizados em ambas as extremidades. Os conectores óticos são componentes que estão em constante evolução, com o desenvolvimento de novos padrões que tentam conseguir menores perdas no acoplamento ótico, dimensões menores (para que ocupem menos espaço nos equipamentos) e custo mais baixo. São exemplos das novas gerações de conectores óticos os modelos MTRJ e LC, que já são encontrados em várias linhas de switches de diferentes fabricantes. Originalmente a norma EIA/TIA 568 especificava o conector ótico cilíndrico ST, que hoje já não é mais recomendado. Algum tempo depois, para se adequar a norma européia ISO/IEC 11801, a norma americana passou a especificar adicionalmente o conector retangular SC, que foi largamente adotado pelo mercado durante muitos anos. Em sua última revisão, a norma EIA/TIA passou a aceitar, além do SC, cinco novos conectores do tipo SFF- Smal Form Factor (fator de forma pequena), como por exemplo os modelos MTRJ e LC.
  • 28. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 28 Antigos conectores óticos ST Conectores óticos SC Conectores óticos LC Comparação: tamanhos dos conectores SC e LC Conector ótico MTRJ duplex Extensões óticas (pigtails) São fibras óticas pré-conectorizados (em apenas uma das extremidades) e flexíveis para uso interno, podendo ser fornecidas com duas fibras (duplex) ou uma fibra (simplex), com comprimento que pode variar de 1,0 a 3,0 metros. As extensões óticas são utilizadas na terminação de cabos óticos onde são fundidas com as fibras destes. Essas fusões são então armazenadas em acessórios como terminadores óticos (TO) ou distribuidores internos óticos (DIO). Cordões óticos São cabos de fibras óticas pré-conectorizados (em ambas as extremidades) e flexíveis para uso interno. Podem ser fornecidos com 2 fibras (duplex) ou 1 fibra (simplex), com seu comprimento varia de 1,0 a 3,0 metros . Estes cordões se destinam a interligação de equipamentos óticos com as fibras instaladas nos DIO. Figura: Cordão ótico monofibra ST (acima) e cordão ótico monofibra SC (abaixo) Terminadores óticos (TO) e distribuidores internos óticos (DIO) As fusões das extensões óticas (pigtails) com as fibras dos cabos óticos devem ser acomodadas e protegidas em terminadores óticos (TO) ou distribuidores internos óticos (DIO). Estas peças possuem também espaço para acomodação de uma reserva de fibras para a necessidade eventual de realização de novas fusões. Os TO têm uma capacidade de acomodar um número menor de fibras (em geral de 6 a 12) e são fixados nas paredes. Os DIO têm uma capacidade maior de fibras (12, 24, ou 48, por exemplo) e podem ser feitos para instalação em parede ou em racks em padrão 19", onde ocupam geralmente de uma a quatro unidades de altura, ou seja 4,4 a 17,6 cm. Mas a grande diferença entre TO e DIO não é a capacidade de acomodar mais ou menos fibras. O terminador ótico terá como saídas algumas extensões óticas conectorizadas, flexíveis, do tipo “macho” que serão ligadas aos switches ou ficarão desconectadas, enroladas ou penduradas no TO. Já no DIO, os pigtails fundidos com as fibras do cabo serão do tipo “fêmea” e ficarão fixos na
  • 29. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 29 estrutura interna do DIO. A conexão das portas óticas dos switches aos conectores fêmea do DIO se dá através de cordões óticos, que são conectorizados em ambas as extremidades. Os DIO podem ser fornecidos pelos fabricantes já dotados de extensões óticas conectorizadas, o que geralmente não ocorre no fornecimento de terminadores óticos. Figura: Terminador ótico (TO) – Fabricante: Fibracem (a) (b) Figura: Distribuidores Internos Óticos (DIO) – Fabricante: Fibracem (a) Modelo tipo gaveta padrão 19" para rack, (b) Modelo para fixação em parede Figura:exemplo de emprego do DIO Figura: exemplo de emprego do TO Cabo de F.O. As fibras óticas do cabo são fundidas com extensões óticas pré-conectorizadas Conectores óticos Switch com interfaces óticas Cordões óticos Switch com interfaces óticas Cabo de F.O. As fibras óticas do cabo são fundidas diretamente nas extensões óticas, sem uso de cordões óticos Extensões Óticas (Pig Tails)
  • 30. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 30 Uma dúvida conceitual muito comum: Nas redes LOCAIS (LANs) adotar fibras óticas em lugar de cabos UTP significa aumentar a velocidade de transmissão digital (bps) do enlace? A resposta é NÃO. A simples troca do meio físico metálico por fibras óticas praticamente não altera a taxa de transmissão digital (bps) de um link. Para aumentar a velocidade de transmissão de bits devemos trocar as interfaces (hardware) dos switches e placas de redes por interfaces com maior velocidade. E hoje o mercado oferece switches de alta velocidade tanto para sinais óticos e cabos de fibras óticas, quanto para sinais elétricos e cabos de pares metálicos. Vamos entender esse mito e o por que muitos se enganam ao acreditar que somente conseguimos alta velocidade de transmissão nos enlaces de rede local que adotam fibras óticas. É correto afirmar que os sinais luminosos viajam nas fibras com velocidades maiores do que a corrente elétrica nos cabos UTP. Todo cabo UTP traz consigo um dado do fabricante: trata-se de um índice chamado NVP que representa a velocidade de transmissão do sinal elétrico naquele cabo em comparação com a velocidade de propagação da luz (c = 3x108 m/s). Em geral o NVP dos cabos UTP ficam em torno de 0,7 (70% da velocidade da luz), o que significa que a velocidade do sinal elétrico nos cabos metálicos é cerca de 30% menor do que a velocidade da luz. Porém, é importante notar que essa diferença é na prática para as LANs atuais quase insignificante, pois o gargalo dos sistemas é a velocidade com que os equipamentos de rede conseguem produzir seus bits e injeta-los nos cabos (10Mbps, 100Mpbs, 1Gbps ou 10Gbps). Existe na eletrônica digital o chamado "bit time" (tempo de duração de um bit): quanto mais curto o intervalo de tempo que dura um bit, mais rápido será o sistema. Também existem diversos tipos de codificação de sinais digitais adotados em diferentes arquiteturas de redes. Essas são as principais questões que afetam a velocidade em bps de um link. Por outro lado, a adoção de fibra ou cabo UTP pouca diferença trará nessa taxa de transmissão digital, exceto se a troca do cabo UTP for decorrente do seu uso em desacordo com as normas vigentes. Outro aspecto técnico que contribui para gerar confusão sobre esse assunto é a afirmativa - correta - que as fibras têm largura de banda maior (em Hertz) do que os cabos UTP e por isso tem capacidade de transmissão digital (bps) maior. Sim, essa afirmativa está correta, porém no atual cenário das REDES LOCAIS DA FAMÍLIA ETHERNET (IEEE 802.3) as maiores taxas de transmissão disponíveis comercialmente (1Gbps e 10Gbps) podem ser obtidas com o uso de meios físicos óticos ou metálicos, de acordo com normas técnicas já estabelecidas. Concluindo, podemos afirmar que o critério para adoção de fibras óticas em um projeto de rede local não é a necessidade de maiores taxas de bps, mas sim outras questões como: a distância excessiva do link, o risco de interferência eletromagnética e a possibilidade de exposição do cabo a ambientes externos ou intempéries. Porém, é importante destacar que no caso da adoção das F.O. haverá maiores custos com os cabos e acessórios de cabeamento, bem como com os equipamentos ativos de rede, sejam eles switches óticos, placas de rede óticas ou conversores de mídia (conversores eletro-óticos ou transceivers), além de um maior custo com mão de obra especializada para instalação e reparo de links óticos.
  • 31. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 31 2.5 – Espelhos e caixas de sobrepor Os espelhos para parede são em geral modulares para permitir a instalação de conectores metálicos ou óticos. São fornecidos em tamanho 2x4" e 4x4". Os espelhos para piso são normalmente confeccionados em latão e podem ter formato circular. a) (b) (c) Figura: Espelhos para parede e piso (a) Espelhos – Fab.: Panduit, (b) Esp. 2x4 horizontais – Fab.: AMP (b) (c) Esp. para piso – Fab.: Fibracem As caixas de sobrepor são fixadas na parede ou piso através de parafusos e buchas. Podem acomodar de uma ou mais tomadas RJ-45. (a) (b) Figura: Caixas de sobrepor com tomadas RJ-45 (a) Fabricante.: Reichle & De-Massari, (b) Fabricante: Fibracem 2.6 – Racks A especificação de racks para telecomunicações deve explicitar claramente se ele é aberto ou fechado, sua largura (sempre padrão 19"), profundidade e altura (especificada em unidades de altura). Cada unidade de altura corresponde a 4,4cm e equivale ao espaço ocupado por patch panel de 24 portas ou um equipamento ativo de 12 ou 24 portas. Podem empregadas também réguas de tomadas universais (2P+T), guias de cabos e bandejas, de acordo com a aplicação do rack. Rack fechado O rack fechado padrão 19" é utilizado para o acondicionamento de equipamentos e acessórios em áreas de usuários ou em outros locais onde os equipamentos de rede precisem ficar protegidos. É fornecido geralmente com 2 planos de fixação e tanto a porta frontal (com ou sem chave), quanto as laterais e tampa traseira são totalmente removíveis, facilitando a instalação e manutenção dos equipamentos instalados. Os dois planos de fixação podem ser fornecidos com furos rosqueados, não havendo neste caso necessidade de parafusos com porcas gaiola.
  • 32. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 32 Rack aberto tipo coluna Rack aberto para acomodação de equipamentos e acessórios padrão 19". Bracket articulado (wall rack) Acessório aberto de fixação em parede para acondicionamento de acessórios e equipamentos padrão 19", com articulação em uma das laterais para facilitar a instalação e/ou manutenção. (a) (b) (c) (d) Figura: Racks padrão 19" – Fabricante: Triunfo (a) Rack fechado 44 unidades de altura, (b) Mini-racks fechados, (c) Racks abertos tipo coluna, (d) Bracket articulada (wall rack) Guia de cabos Acessório padrão 19" utilizado para organizar cabos em racks e gabinetes, especialmente em instalações de maior porte e facilitando a operação e manutenção. Podem ter uma ou duas unidades de altura. Figura: Guias de cabos fechados, uma unidade de altura
  • 33. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 33 UNIDADE III – CONECTORIZAÇÃO DE CABOS UTP/STP E SINALIZAÇÃO EM LANs 3.1 – Conexão transparente (pino-a-pino) As tomadas RJ-45 devem ser instaladas em local protegido e podem, opcionalmente, ter uma janela deslizante para proteção dos contados. A conectorização dos fios condutores nas tomadas deve seguir a identificação de cada fabricante. Nos conectores RJ-45 (conectores modulares de oito vias – CM8V), os fios podem ser distribuídos de duas formas (padrão T568A ou T568B), conforme figuras e tabelas abaixo. Importante destacar que em uma mesma rede local todas as tomadas devem seguir o padrão (T568A ou T568B), mas nunca os dois na mesma LAN. Esclarecendo melhor: adotamos apenas o padrão T568A em todas as tomadas de uma rede ou apenas o padrão T568B em todas as tomadas da rede, o que vai garantir uma conexão pino-a- pino (conexão transparente) em todos os enlaces da LAN. Figura: As duas opções para conectorização de tomadas de telecomunicação
  • 34. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 34 Figura: Pinagem da conexão transparente, também conhecida como pino-a-pino 3.2 – Sinalização em rede Ethernet/Fast Ethernet, conexão transparente vs cross-over Primeiramente, vamos entender a conexão entre as portas normais de um hub com as placas de rede dos micros. Todas as portas normais de um hub possuem uma inversão interna dos pares de fios responsáveis pela recepção e transmissão dos sinais. Como as placas de rede dos micros não possuem essa inversão, a comunicação destas com as portas normais do hub torna-se possível, pois os pinos da transmissão de um lado (TD) estarão conectados aos pinos da recepção (RD) do outro lado e vice-versa. Para entender essa questão, lembrarmos que os cabos de pares trançados são cabos cuja conectorização é do tipo pino-a-pino (conexão transparente). Figura: Detalhe da comunicação micro-hub com cabo transparente e a inversão interna do hub. Porém, caso tenhamos que ligar dois micros em uma conexão ponto-a-ponto ou caso tenhamos que ligar dois hubs (cascateamento de hubs), percebemos que poderá haver conflito na comunicação caso os pinos de transmissão (TD) em uma ponta estejam conectados aos pinos TD da outra ponta e os pinos de recepção (RD) em uma ponta estejam conectados aos pinos RD da outra extremidade. Neste caso precisamos de alguma maneira fazer inversões na conexão dos pinos de TD e RD, inversão esta conhecida como conexão cruzada ou conexão cross-over. A figura abaixo mostra uma conexão inadequada, uma vez que foram empregadas em ambas as extremidades do link portas de hubs com inversão interna. Observe que, nesta situação a transmissão de um hub (TD) está conectada a transmissão do outro hub, assim como as duas recepções (RD). 1 2 3 4 5 6 7 8 T568 A Pino Cabo 1 Branco-Verde 2 Verde 3 Branco-Laranja 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Laranja 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 3 PAR 1 PAR 2 1 2 3 4 5 6 7 8 T568 A Pino Cabo 1 Branco-Verde 2 Verde 3 Branco-Laranja 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Laranja 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 3 PAR 1 PAR 2 1 2 3 4 5 6 7 81 2 3 4 5 6 7 8 Pino Cabo 1 Branco-Verde 2 Verde 3 Branco-Laranja 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Laranja 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 3 PAR 1 PAR 2 1 2 3 4 5 6 7 81 2 3 4 5 6 7 8 Pino Cabo 1 Branco-Verde 2 Verde 3 Branco-Laranja 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Laranja 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 3 PAR 1 PAR 2
  • 35. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 35 Figura: Detalhe de uma conexão inadequada entre dois hubs através de suas portas usuais. É comum encontrarmos nos hubs uma porta “especial” chamada uplink (em geral é a última porta), que repete o mesmo sinal da sua porta adjacente, porém sem a inversão dos sinais RD/TD das portas usuais. Portanto, para se conectar dois hubs, deve-se empregar em um lado do enlace uma porta normal (com inversão) e do outro uma porta uplink (sem inversão). É importante notar que não é possível empregar simultaneamente uma porta uplink e a sua adjacente, ou seja, um hub com 12 portas convencionais e uma uplink pode ter 12 micros conectados em suas portas normais ou somente 11 micros, caso assa porta de uplink esteja sendo usada para um cascateamento com outro hub. Uma alternativa tecnológica que tem o mesmo efeito é encontrada em alguns modelos de hubs que não possuem uma porta especial para o cascateamento, mas uma tecla uplink ao lado da sua última porta. Esta tecla ativa ou desativa a inversão desta última porta do hub, que pode ter, portanto, duas funções, dependendo da posição da tecla. Existe ainda a alternativa de se usar um cabo cross-over. No cabo cross-over, empregamos o padrão de conectorização T568A em uma das pontas do cabo e o padrão T568B na outra. Dessa forma, os pinos 1 e 2 são invertidos com os pinos 3 e 6. Neste caso, a conectorização do cabo UTP/STP em uma de suas extremidades é feita de modo a inverter os sinais de transmissão e recepção, permitindo que a comunicação consiga ser estabelecida entre duas portas usuais ou duas portas uplink. Figura: Ligação hub-hub através de duas portas usuais com o emprego do cabo cross-over.
  • 36. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 36 Figura: Pinagem da conexão cross-over, também chamada de conexão cruzada Considerações importantes • Não se recomenda que a conexão cross-over seja implementada nos enlaces permanentes de uma rede local. O ideal é que toda a rede tenha apenas o padrão de conexão transparente em todos os seus cabos permanentes. Desta maneira, caso seja necessário fazer uma conexão cruzada (cross-over), a mesma deverá ser implementada em um dos patch cords (cordões de conexão para manobra) daquele enlace. • Os switches fabricados atualmente em geral fazem a auto-detecção do tipo de sinal que está sendo recebido pelas portas. Esse recurso é chamado nos catálogos e manuais em inglês de MDI / MDIX Autodetection. Desta maneira, o equipamento tem a capacidade de configurar eletronicamente de forma automática cada uma de suas portas para trabalhar como RD ou TD, em função do sinal detectado em cada uma delas. • A sinalização descrita na seção 3.2 refere-se a tecnologias Ethernet 10Mbps (padrão IEEE 802.3 também chamado de 10BaseT) e Fast Ethernet 100Mbps (padrão IEEE 802.3u ou 100BaseT). Para os enlaces Gigabit Ethernet existem dois tipos de sinalização que são bem diferentes daquela apresentada na seção 3.2: são eles o padrão 1000BaseT e o padrão 1000BaseTX. A seção 3.4 discute detalhadamente estas duas sinalizações, suas respectivas codificações, larguras de banda e meios físicos adequados para cada uma delas. 1 2 3 4 5 6 7 T568 A Pino Cabo 1 Branco-Verde 2 Verde 3 Branco-Laranja 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Laranja 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 3 PAR 1 PAR 2 1 2 3 4 5 6 7 T568 B Pino Cabo 1 Branco-Laranja 2 Laranja 3 Branco-Verde 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Verde 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 2 PAR 1 PAR 3 1 2 3 4 5 6 71 2 3 4 5 6 7 Pino Cabo 1 Branco-Verde 2 Verde 3 Branco-Laranja 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Laranja 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 3 PAR 1 PAR 2 1 2 3 4 5 6 71 2 3 4 5 6 7 Pino Cabo 1 Branco-Laranja 2 Laranja 3 Branco-Verde 4 Azul 5 Branco-Azul 6 Verde 7 Branco-Marrom 8 Marrom PAR 4PAR 1
  • 37. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 37 3.3 – Conectorização de cabos de 25 pares Os cabos de 25 pares aceitos pelas normas de cabeamento estruturado possuem um padrão de cores diferente daquele usado nos cabos de 4 pares. A tabela abaixo apresenta esse código de cores e a seqüência de conectorização a ser adotada nos blocos de corte ou patch panel.
  • 38. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 38 3.4 – Sinalizações em redes Gigabit Ethernet e respectivas categorias de cabos O texto dessa seção, baseia-se em um artigo de José Maurício Santos Pinheiro, Professor Universitário, Projetista e Gestor de Redes, membro da BICSI, Aureside, IEC e autor de livros. Disponível em: www.projetoderedes.com.br/artigos/artigo_cabeamento_para_gigabit_ethernet.php O Gigabit Ethernet é um padrão que foi criado para aumentar o desempenho de redes locais baseadas nos protocolos Ethernet e Fast Ethernet, utilizando o mesmo formato de frame (IEEE 802.3), os mesmos métodos de codificação e de controle de fluxo e o método CSMA/CD para o controle de acesso em redes half-duplex. A comunicação no padrão Gigabit Ethernet pode ser feita seguindo dois padrões: O 1000Base-T e o 1000Base-TX. Os dois utilizam todos os pares do cabo de par trançado. Nesse caso, a rede pode operar tanto no modo full-duplex, onde os dois lados podem transmitir dados simultaneamente nos pares, quanto no modo half-duplex, sendo dois pares para transmissão e dois para recepção. O que determina o uso de um modo ou outro são os elementos constituintes da infra-estrutura da rede (ativos e passivos). Padrão 1000BASE-T Inicialmente, a especificação 1000BASE-T foi escrita para operar sobre cabeamento UTP categoria 5. Para atingir a performance solicitada, a sinalização do padrão requer a utilização dos quatro pares trançados do cabo, utilizando um esquema de codificação PAM (Phase Amplitude Modulation) nível 5, para transmitir um espectro não filtrado de 125MHz em canais full-duplex, conforme a especificação da ISO/IEC 11801 e ANSI/EIA/TIA-568-B. Essa especificação utilizando a categoria 5 se destina ao cabeamento horizontal e da área de trabalho, desde que os enlaces sejam aprovados em testes adicionais de Perda de Retorno e ELFEXT, segundo a norma ANSI/EIA/TIA-568-B, uma vez que no Gigabit Ethernet, cada um dos quatro pares do cabo deve suportar uma taxa efetiva de 250Mbps em cada direção e simultaneamente, até uma distância de 100m, garantindo que a taxa de erros de bit (BER) fique abaixo de 10-10 . Para prover maior margem de segurança no atendimento aos requisitos dessa tecnologia mesmo no pior caso, ou seja, com quatro conexões (2 patch panels, 1 ponto de consolidação e 1 tomada de telecomunicação), foi elaborado o adendo conhecido como categoria 5e (Enhanced). Figura: Padrão 1000BASE-T
  • 39. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 39 1000BASE-TX Trata-se do padrão Gigabit Ethernet sobre cabeamento UTP, só que usando uma eletrônica cerca de 75% menos complexa do que a utilizada no padrão 1000Base-T. O padrão trafega a 500Mbps em cada par, sendo dois pares para cada sentido de transmissão. Figura: Padrão 1000BASE-TX 1000BASE-T versus 1000BASE-TX Quando instalamos um cabo Cat. 5e, ele trabalha na frequência até 100MHz para a transmissão de dados, podendo alcançar 1Gbps utilizando quatro pares. Já os cabos CAT6 e CAT7, por exemplo, trabalham em frequências de 200/250MHz e 500/600MHz, respectivamente, para transmitir dados, alcançando os mesmos 1Gbps e utilizando também os mesmos quatro pares. Para a transmissão a 1Gbps pode-se utilizar qualquer um dos dois padrões (1000base-T ou 1000base-TX). Nesse caso, estará sendo definindo também o tipo de cabeamento que será utilizado, ou seja, para redes com cabeamento CAT5e recomenda-se utilizar o padrão 1000base-T e em redes com cabeamento CAT6 ou CAT7, o padrão mais recomendado é o 1000base-TX. A diferença básica entre um e outro está na eletrônica envolvida, pois para uma porta 1000baseT todos os pares devem transmitir e receber simultaneamente. Já para o padrão 1000baseTX apenas dois pares transmitem e outros dois recebem, isso torna a eletrônica mais simples e barata, apesar de estarmos falando de frequências diferentes. Resumindo, no padrão 1000baseT, o passivo é mais barato (cabos CAT5e) e o ativo mais complexo (eletrônicos) e caro; para o padrão 1000baseTX, o passivo é mais caro (cabos CAT6 ou CAT7) e o ativo mais barato.
  • 40. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 40 Problemas de Conexão A flexibilidade do padrão 1000Base-T possibilita uma migração relativamente simples das redes Ethernet e Fast Ethernet, já que é possível aproveitar a infra-estrutura de cabeamento existente. Como o 1000Base-T utiliza uma taxa transmissão menor por cada par, permite que o cabo seja de categoria 5e. Já o 1000Base-TX exige que o cabo seja, pelo menos, categoria 6. Na verdade, pouca coisa muda na infra-estrutura. Deve-se observar apenas que, apesar dos cabos serem os mesmos (Cat 5, Cat 5e ou superior), o padrão faz uso intensivo da capacidade de transmissão e por isso detalhes como o comprimento da parte destrançada do cabo para o encaixe do conector, o nível de interferência no ambiente (ruído EMI/RFI), rotas de cabos muito longas, etc. são mais críticos para manter a performance solicitada pela rede. As possíveis causas para uma conexão Gigabit não operar dentro da taxa efetiva de 1Gbps podem estar ligadas às condições do cabeamento existente entre os pontos de conexão, uma vez que as conexões requerem cabos e acessórios de rede instalados segundo as normas de cabeamento para redes de comunicação. Por exemplo, os patch cords e seus conectores também devem seguir a categoria do cabo utilizado. Outro detalhe importante diz respeito a pinagem dos conectores. O padrão 1000Base-T utiliza quatro pares do cabo de rede, diferentemente dos padrões Ethernet 10Base-T e Fast Ethernet 100Base-TX que utilizam apenas dois pares. Como a seqüência das cores dos conectores do cabo é a mesma, seguindo o padrão 568A ou 568B, é importante verificar se não existem condutores rompidos ou mau contato nos conectores e ao longo da conexão. Esse teste de continuidade pode ser feito utilizando-se um simples multímetro na escala de ohms. E o cabos cross-over para enlaces Gigabit Ethernet elétricos? A partir da discussão apresentada, podemos entender porque não é preciso usar cabo cruzado nas redes 1000BaseT (adota-se cabo direto, ou seja, pino-a-pino) e porque foi definido o cabo com a configuração abaixo para as redes 1000BaseTX. Figura: cabo cross-over para redes 1000BaseTX
  • 41. Cabeamento Estruturado Autor: Rodrigo Moreno Marques Infra-Estrutura e Projeto de Redes ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 41 Pergunta: Na prática, atualmente, qual é a tecnologia Gigabit mais recomendada? Na prática, quem ganhou a briga de mercado foi o padrão Gigabit 1000BaseT e hoje em dia quase todas as redes que trabalham nessa velocidade adotam essa eletrônica. Praticamente ninguém mais fala no padrão 1000BaseTX ou tenta vender ativos que sigam esse padrão, pois seriam equipamentos incompatíveis com o restante do parque que está instalado mundialmente. Porém, alguns fabricantes ainda colocam por engano a especificação 1000BaseTX em catálogos técnicos de equipamentos Gigabit Ethernet que são na verdade 1000BaseT. Provavelmente esse desacerto se deve a confusão com o consagrado padrão Fast Ethernet, que foi chamado de 100BaseTX. De qualquer maneira, é possível detectar esse tipo de engano quando o catálogo do fabricante traz a seguinte contradição: diz que o padrão é 1000BaseTX mas informa ser compatível com cabos categoria 5 ou 5e. Dessa forma, matamos a charada: se o fabricante alega que o switch é Gigabit Ethernet e compatível com cabos de categoria 5 ou 5e, ele não pode ser 1000BaseTX, mas será provavelmente um equipamento 1000BaseT.
  • 42. Cabeamento Estruturado Referências Bibliográficas ®2008 Rodrigo Moreno Marques - Reprodução permitida, desde que citada a fonte. 42 UNIDADE IV – TRANSMISSÃO ÓTICA EM REDE LOCAL 4.1 – Espectro de frequências do sinal de luz Todos os sinais empregados em telecomunicações e redes de computadores são compostos pelo somatório de ondas periódicas senoidais (analógicas). Mesmo a composição dos sinais digitais, como os que são adotados nas atuais redes locais da família Ethernet, também é baseada no somatório de ondas periódicas senoidais (analógicas). O que caracteriza e difere cada um dos sinais eletromagnéticos adotados em telecomunicações e redes de computadores é seu espectro de frequências, ou seja, a faixa de frequência dos sinais periódicos senoidais que compõe aquele sinal. Esse princípio, que pode ser demonstrado matematicamente pela teoria conhecida como Série de Fourier, é um dos mais importantes para se entender o processo de sinalização, modulação e codificação dos sinais de redes. O que a física chama de onda luminosa ou raio de luz é uma onda eletromagnética que tem uma frequência que pode estar na faixa de 405 a 790 THz (terahertz), o que equivale a comprimentos de onda de 740 a 380 nm (nanometros), conforme ilustram as figuras abaixo. O que difere as cores dos raios de luz é, portanto, sua frequência. Figura: Espectro contínuo de cores (a escala indica o comprimento de onda em nm): Cor Comprimento de onda Frequência vermelho ~~ 662255--774400 nnmm ~~ 448800--440055 TTHHzz laranja ~~ 559900--662255 nnmm ~~ 551100--448800 TTHHzz amarelo ~~ 556655--559900 nnmm ~~ 553300--551100 TTHHzz verde ~~ 550000--556655 nnmm ~~ 660000--553300 TTHHzz ciano ~~ 448855--550000 nnmm ~~ 662200--660000 TTHHzz azul ~~ 444400--448855 nnmm ~~ 668800--662200 TTHHzz violeta ~~ 338800--444400 nnmm ~~ 779900--668800 TTHHzz Figura: Cores do espectro visível: Abaixo da frequência da luz vermelha temos os raios infra-vermelhos, largamente empregados nos controle remotos de eletrodomésticos e sensores de presença em portas de elevadores. Acima da frequência da luz violeta temos os raios ultra-violetas, tão conhecidos pelos danos de causam a pele humana. Embora a palavra 'luz' seja muito utilizada para designar o sinal ótico nas fibras, ela a rigor não é adequada, pois alguns desses sistemas em redes de computadores operam fora da região visível do espectro, ou seja, em faixas de frequência onde o olho humano é insensível.