1. CLOUD COMPUTING
O objetivo principal deste Boletim é apresentar, de forma breve, a tendência tecnológica e de
mercado denominada Cloud computing. Cloud Computing (ou computação em nuvem em
português) é o uso de recursos computacionais (hardware e software) que são prestados como
um serviço sobre uma rede (tipicamente a Internet). De acordo com o Gartner Group (empresa
líder mundial em pesquisa e aconselhamento na indústria de tecnologias de informação e
comunicação - TICs), cloud computing é um fenômeno disruptivo (ou seja, causa ruptura) com
o potencial de tornar as organizações de TICs mais responsivas do que nunca. Cloud computing
promete vantagens econômicas, velocidade, flexibilidade, elasticidade infinita e inovação.
Segundo o NIST- National Institute of Standards and Technology dos EUA, cloud computing-
computação em nuvem - é um modelo para possibilitar acesso conveniente de rede sob
demanda a uma cesta compartilhada de recursos computacionais configuráveis (ex., redes,
servidores, armazenamento, aplicações e serviços) que podem ser rapidamente oferecidos e
liberados com mínimo esforço de gestão ou de interação com o provedor do serviço. Este
modelo de cloud promove disponibilidade e é composto de características essenciais, modelos
de utilização, e vários modelos de serviços.
A literatura internacional definiu uma estrutura de modelos de negócios da cloud que provê
uma classificação hierárquica de diferentes modelos de negócios e alguns conhecidos
representantes da cloud. A estrutura proposta é principalmente categorizada em três
camadas, analogamente aos três níveis técnicos das iniciativas de cloud, tais como a camada
de infraestrutura, a camada de platform-as-a-service (plataforma como um serviço), e a
camada de aplicações no topo.
A camada de infraestrutura (também conhecida como IaaS – infrastructure as a service)
compreende modelos de negócios que focalizam na provisão de tecnologias capacitadoras
como componentes básicos para ecossistemas de cloud computing. Distinguem-se duas
categorias de modelos de negócios de infraestrutura: a provisão de capacidades de
armazenamento e a provisão de poder computacional. Por exemplo, a empresa Amazon
(www.amazon.com) oferece serviços baseados na sua infraestrutura como um serviço
computacional (EC2, http://aws.amazon.com/ec2/) e como um serviço de armazenamento (S3,
http://aws.amazon.com/s3/). Até então, os modelos de precificação são na maioria pay-per-
use ou baseado em subscrição (assinatura).
2. A camada de plataforma (também conhecida como PaaS – plataform as a service) representa
soluções de plataformas acima da nuvem de infraestrutura que oferecem serviços de valor
adicionado (platform-as-a-service) de uma perspectiva técnica e de negócios. As plataformas
se distinguem em plataformas de desenvolvimento e plataformas de negócio. As primeiras
permitem que desenvolvedores escrevam suas aplicações, e façam uploads de seus códigos
para a cloud, onde a aplicação é acessível e pode rodar através de meios baseados na web.
Exemplos proeminentes são o Morph Labs (http://www.mor.ph/) e o Google App Engine
(http://appengine.google.com/). Já as segundas, tais como as da empresa Salesforce
(http://www.salesforce.com/platform/) têm também ganho forte atenção e permitem o
desenvolvimento, aplicação e gestão de aplicações feitas sob medida na cloud.
A camada de aplicações (também conhecida como SaaS- software as a service) é o que a
maioria das pessoas conhece sobre a cloud computing, à medida que representa a interface
real para o consumidor. Aplicações são fornecidas através da cloud facilitando as camadas de
plataforma e infraestrutura abaixo, que são opacas para o usuário. Elas se distinguem entre
aplicações Software-as-a-Service (SaaS) e a provisão de serviços web on-demand. Os mais
proeminentes exemplos em SaaS são as Google Apps com seu amplo catálogo de aplicações
para escritório, tais como processadores de texto e planilhas, bem como aplicações de e-mail e
calendário que são inteiramente acessíveis através de um web browser
(http://www.google.com/a/). Finalmente, as clouds se dividem em clouds públicas, clouds
comunitárias, clouds hídridas e clouds privadas.
Em termos de tendências de mercado, o Gartner Group (empresa de pesquisa e
aconselhamento da indústria mundial de TICs) estima que os gastos totais com cloud services
vão aumentar de US$ 100 bilhões em 2012 para US$ 210 bilhões em 2016. Eis aí um grande
mercado, que representa uma grande janela de oportunidades para empresas em países
emergentes como o Brasil, e para estados como o de Pernambuco em particular. A questão
agora é a de como “abraçar” estas novas oportunidades.
Pesquisador CICTEC: José Carlos Cavalcanti.