Este documento fornece um resumo do movimento intelectual e cultural do Iluminismo no século XVIII, com ênfase no contexto histórico e nos principais pensadores e ideias da época. O documento também aborda o movimento literário do Arcadismo, que defendia um ideal bucólico de vida simples no campo inspirado pelos ideais iluministas.
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Arcadismo
1. Et in arcadia ego
Nicolas Lancret Arcadismo
Nicolas Poussin
2. 1760 1776 1789 1789
Revolução Independência Revolução Inconfidência
Industrial dos EUA Francesa Mineira
Contexto histórico-social (século XVIII)
3. “Iluminismo
foi um movimento intelectual
que surgiu durante o século Iluminismo
XVIII na Europa, que
defendia o uso da razão (luz)
contra o antigo regime
(trevas) e pregava maior
liberdade econômica e
política.
Este movimento promoveu
mudanças
políticas, econômicas e
sociais, baseadas nos ideais
de liberdade, igualdade e
fraternidade.”
4. Todas as coisas podem ser compreendidas, resolvidas e decididas pelo poder da razão.
Rousseau D’Alembert Diderot Montesquieu
"A natureza fez o "A ignorância "A injustiça que
"A miséria da
homem feliz e não fica tão se faz a um é
condição
bom, mas a distante da uma ameaça
humana é tal que
sociedade verdade que se faz a
a dor é seu
deprava-o e quanto o todos”
sentimento mais
torna-o preconceito."
vivo."
miserável."
5. Isaac
Voltaire Descartes Kant
Newton
“O melhor “Viver sem
“O homem não
governo é filosofar é o que
é nada além
"Construímos aquele em que se chama ter os
daquilo que a
muros demais e há o menor olhos fechados
educação faz
pontes de número de sem nunca os
dele.
menos." homens haver tentado
inúteis.” abrir.”
6. a figura do centro representa a
verdade – rodeada por luz intensa
(o símbolo central do iluminismo).
Conhecimento
para todos
Duas outras figuras:
à direita, a razão e
a filosofia, estão a retirar o manto
sobre a verdade.
Frontispício da Encyclopédie
(1772), desenhado por Charles-Nicolas
Cochin.
7. O mito Arcádia
Na mitologia grega, a
Arcádia era a morada
de Pan, deus da
natureza e padroeiro
dos pastores.
Curiosidade...
Diversas palavras surgiram do
nome de Pan: pânico (a
palavra "pânico" se supõe
derivar dos temores de
viajantes que ouviam o som de
sua flauta durante a solidão
noturna), panacéia, panteísmo
entre tantas outras. O Deus
Pan é muitas vezes chamado de
Fauno, Sylvanus, Lupercus. Seu
lado feminino é a Fauna.
8. Pan Deus dos bosques
É o protetor dos pastores, veio ao
mundo com chifres, orelhas e pernas
de bode. Pan é filho de Mercúrio e da
ninfa Dríope. Era bastante natural que
o mensageiro dos deuses, sempre
considerado
intermediário, estabelecesse a
transição entre os deuses de forma
humana e os de forma animal.
Parece, contudo, que o nascimento de
Pan provocou certa emoção em sua
mãe, que ficou assustadíssima com tão
esquisita formação. As más línguas
dizem que, quando Mercúrio
apresentou o filho aos demais
deuses, todo o Olimpo desatou a rir.
9. Na literatura a Arcádia converteu-se em pretexto de evocações
poéticas da vida pastoril; a paisagem idealizada era amena e
fértil, onde vivia uma comunidade intocada de pastores e deidades
rústicas.
“Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Mais tristeza que a morte me causara.”
(Bocage, , Manuel M. Barbosa Du. Obras de Bocage. Porto: Lello & amp; Irmão 1968
10. Lemas Árcades
Carpe Diem
Fugere Urbem
Inutilia Truncat
Locus Amoenus
Aurea Mediocritas
11. Influenciados pelo poeta
latino Horácio, os árcades
defendiam o bucolismo
como ideal de vida, isto
é, uma vida simples e
natural, junto ao
campo, distante dos
centros urbanos. Tal
princípio era reforçado
pelo pensamento do
filósofo francês Jean
Jacques
Rousseau, segundo o qual
a civilização corrompe os
costumes do homem, que
nasce naturalmente bom.
12. O lugar ameno, onde se encontra a paz
para o amor,vida
simples, bucólica, pastoril; tudo isso
era só um estado de espírito, uma vez
que todos os poetas árcades moravam
na cidade. O fingimento poético
justifica o uso de pseudônimos
pastoris.
13. A frase em latim resume
grande parte da estética
árcade. Ela significa que "as
inutilidades devem ser
banidas" e vai ao encontro
do desprezo pelo exagero e
pelo rebuscamento. Por
isso, outros modelos eram
buscados pelos árcades: a
simplicidade e o equilíbrio.
14. Outro traço presente advindo
da poesia grega é a idealização
de uma vida pobre e feliz no
campo, em oposição à vida
luxuosa e triste na cidade
15. Literatura
“O escritor árcade
é um pintor de
situações”
•Inventa uma musa
•Inventa um pseudônimo
•Cria um ambiente pastoril
•Tem sonhos, ideais
16. Autores Brasileiros
Poesia Poesia
Lírica Épica
Cláudio Tomás Silva Santa
Manuel da Antonio Basílio da Rita
Alvarenga Gama
Costa Gonzaga Durão
17. Cláudio Manuel da Costa
Produção Literária:
1. Obras Poéticas
, publicado em1768 –
lírica
2. Vila Rica, publicado
sua musa: Nize postumamente, em
1839- épica.
Glauceste Saturnio
Preso e interrogado sobre seu envolvimento na Inconfidência Mineira, é encontrado morto na
cela, o que é aceito como suicídio. É considerado o mentor dos outros rebeldes mineiros.
18. Lira LXII
“Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da corte rico e fino
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega ater mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que até agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.”
( OUTEIRO= colina)
(GABÕES= casaco com capuz e mangas longas)
( pastores da Arcádia grega)
(DESATINO= sonho, loucura, ilusão)
(CHOUPANA= casa humilde, de sapé)
19. Tomás Antonio Gonzaga
Dirceu sua musa: Marília
1792 1786
Participa do grupo de poetas inconfidentes. É preso em 1789 e passa três anos na
prisão, no Rio de Janeiro. A pena perpétua é comutada para degredo e ele embarca
para Moçambique.
20. É bom, minha Marília, é bom ser dono Em Marília de
De um rebanho que cubra monte e prado;
Porém, gentil pastora, o teu agrado Dirceu, fala do
Vale mais que um rebanho, e mais que um trono. seu amor por
Graças, Marília bela, Maria Joaquina
Graças à minha Estrela! Dorotéia de
(lira XIII)
Seixas, a Marília
dos poemas.
(editora Martin Claret)
21. Cartas Chilenas é um conjunto
de 13 poemas (cartas) que
circularam anonimamente em
Vila Rica, entre 1787 e 1788.
Seus versos assumem um tom
satírico. Nesta obra, o autor
satiriza o governador de Minas
Gerais, Luís da Cunha Meneses.
As cartas, embora fossem
anônimas, foram atribuídas a Tomás
Antonio Gonzaga.
“Quem assina essas cartas é um certo
Critilo, que escreve a um
amigo, Doroteu.”
(OLIVEIRA ,Damaris Q. Parede)
22. Soneto 3
Enganei-me, enganei-me - paciência!
“Engano” Acreditei às vezes, cri, Ormia,
Que a tua singeleza igualaria
A tua mais que angélica aparência.
Enganei-me, enganei-me - paciência!
Ao menos conheci que não devia
Pôr nas mãos de uma externa galhardia
O prazer, o sossego e a inocência.
Enganei-me, cruel, com teu semblante,
E nada me admiro de faltares,
Que esse teu sexo nunca foi constante.
Mas tu perdeste mais em me enganares:
Que tu não acharás um firme amante,
E eu posso de traidoras ter milhares.
voz de Paulo Autran
23. Silva Alvarenga
Merece ser lembrado pelo cultivo
de rondós e madrigais em que
destaca a flora a e a fauna
nacionais ( o beija-flor, a onça, a
pomba, os cajueiros) e pela
sensualidade nas metonímias.
Pseudônimo: Alcindo Palmireno
Musa: Glaura
Obras de Destaque:
“O desertor das letras”
“Glaura- poemas eróticos”
24. Deixo, ó Glaura, a triste lida
Deixo, ó Glaura, a triste lida Submergida em doce calma;
Submergida em doce calma;
E a minha alma ao bem se entrega,
Que lhe nega o teu rigor.
E a minha alma ao bem se entrega,
Que lhe nega a teu rigor. O Beija-flor
Toco o néctar precioso,
Neste bosque alegre e rindo Que a mortais não se permite;
Sou amante afortunado, É o insulto sem limite,
E desejo ser mudado Mas ditoso o meu ardor;
No mais lindo beija-flor.
Já me chamas atrevido,
Todo o corpo num instante Já me prendes no regaço;
Se atenua, exala e perde; Não me assusta o terno laço
É já de oiro, prata e verde É fingido o meu temor.
A brilhante e nova cor.
Deixo, ó Glaura, a triste lida
Deixo, ó Glaura, a triste lida Submergida em doce calma;
Submergi da em doce calma; E a minha alma ao bem se entrega,
E a minha alma ao bem se entrega, Que lhe nega o teu rigor.
Que lhe nega o teu rigor.
Se disfarças os meus erros,
Vejo as penas e a figura, E me soltas por piedade,
Provo as asas, dando giros; Não estimo a liberdade,
Acompanham-me os suspiros, Busco os ferros por favor.
E a ternura do pastor.
Não me julgues inocente,
E num vôo feliz ave Nem abrandes meu castigo,
Chego intrépido até onde Que sou bárbaro inimigo,
Riso e pérolas esconde Insolente e roubador.
O suave e puro amor.
Deixo, ó Glaura, a triste lida
Submergida em doce calma;
E a minha alma ao bem se entrega,
Que lhe nega o teu rigor.
27. Diálogos contemporâneos
com o Arcadismo
O movimento árcade deixou sua
marca na busca pela vida simples.
Esse ideal ainda ecoa em diversas
manifestações culturais , como a
música e a filosofia.
28. Compositor: Gilson Campos
“Casinha Branca” Eu tenho andado tão
sozinho ultimamente Às vezes saio a caminhar
Que não vejo pela cidade
em minha frente À procura de amizades
Nada que me dê prazer Vou seguindo a multidão
Sinto cada vez Mas eu me retraio olhando
mais longe a felicidade em cada rosto
Vendo em minha mocidade Cada um tem seu mistério
Tanto sonho a perecer Seu sofrer, sua ilusão
Eu queria ter na vida Eu queria ter na vida
simplesmente simplesmente
Um lugar de mato verde Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca Ter uma casinha branca
de varanda de varanda
Um quintal e uma janela Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer Para ver o sol nascer
http://www.youtube.com/watch?v=noBkmEczxeY
29. Casinha de Sapé Compositor: Hyldon
Não estou disposto
A esquecer seu rosto de vez
E acho que é tão normal
Dizem que sou louco
Por eu ter um gosto assim
Gostar de quem não gosta de mim
Jogue suas mãos para o céu
E agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você
Na rua, na chuva, na fazenda
Ou numa casinha de sapê
Jogue suas mãos para o céu
E agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você
Na rua, na chuva, na fazenda
Ou numa casinha de sapê http://www.youtube.com/watch?v=t_8fXk6nkEk
30. Casa no Campo
(composição: Zé Rodrix)
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos, meus livros
E nada mais http://www.youtube.com/watch?v=UbPbeXl3wMc&feature=player_embedded
31. Fontes
WILLIAM ROBERTO CEREJA, THEREZA COCHAR MAGALHÃES
Panorama da Literatura Portuguesa , ed. Atual, 1997.
Google images
http://historia.portalmidis.com.br
OLIVEIRA,Damaris Q. Parede.disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/38830701/CartasChilenas-EXERCICIOS
www.wikipedia.com
www.madras.com.br/blog/1.gif
www.vestibular1.com.br/revisao/arcadismo.doc
http://www.mpbfm.com.br/letraemusicadetalhe.asp?id=9528
http://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php
Pesquisa e Organização
Profª Cláudia Heloísa Cunha Andria
Contato: clauheloisa@yahoo.com.br