O documento apresenta as principais recomendações para o tratamento farmacológico do diabetes tipo 2, incluindo a escolha de hipoglicemiantes orais e insulina de acordo com os níveis de glicemia e sintomas. É recomendado começar com mudanças no estilo de vida e metformina, podendo adicionar sulfoniluréias ou insulina caso necessário.
2. Objetivos
• Apresentar brevemente as principais
recomendações para o manejo farmacológico
do diabetes tipo 2;
• Orientar a escolha dos fármacos de acordo com
o controle da glicemia e dos sintomas
hiperglicêmicos;
• Quando, como e quais hipoglicemiantes orais
podem ser utilizados;
• Quando, como e quais insulinas podem ser
utilizadas;
3. 1. Envolver a pessoa na decisão sobre alvo de HbA1c,
de 6.5%;
2. Encorajar a manutenção desse alvo, apesar de
prováveis efeitos colaterais (como hipoglicemia);
3. Associar sempre estímulo às mudanças no estilo de
vida;
4. Evitar manejo intensivo, como HbA1c abaixo de
6.5%;
Controle HbA1c
5. Intervalos de 2 a 6 meses (adaptado às necessidades
individuais), até que o nível de glicose estabilize.
6. Medidas semestrais após controle.
NICE, 2008
Manejo
4. Fluxograma do tratamento
Paciente com glicemia de jejum > 126 ou Hb glicada > 6,5%
sem sintomas de hiperglicemia
Mudança de estilo de vida
Biguanida – metformina (MTF)
500 a 2550g ao dia
Associar sulfoniluréia (como
glibenclamida 5-20g ao dia)
Insulina NPH às 22h (10UI) e MTF
Insulina NPH manhã e 22h e MTF
Insulina NPH manhã e 22h mais insulina regular
Encaminhar ao endocrinologista
Ver meta em 3 meses
Esquema: aumentar
insulina à noite de 2
em 2UI até GJ < 1302/3 manhã e 1/3 noite
Se não houver
bom controle com
esse esquema
Manejo Situação 1 Notas e observações
Se os exames persistem alterados, as
mudanças de estilo de vida foram otimizadas
ou se médico e paciente consideram que o
melhor é iniciar a terapia medicamentosa
nesse momento
5. Fluxograma do tratamento
Paciente com glicemia de jejum > 250 ou Hb glicada > 10% com ou sem
sintomas de hiperglicemia
Mudança de estilo de vida
Biguanida – metformina (MTF)
500 a 2550g ao dia
Associar sulfoniluréia (como
glibenclamida 5-20g ao dia)
Insulina NPH às 22h (10UI) e MTF
Insulina NPH manhã e 22h e MTF
Insulina NPH manhã e 22h mais insulina regular
Encaminhar ao endocrinologista
Se o paciente se apresenta no diagnóstico
com esse quadro é possível já iniciar com
a insulina nessa consulta e depois
retornar para os hipoglicemiantes orais se
bom controle da glicemia
Esquema: aumentar
insulina à noite
diariamente de 2 em
2UI até GJ < 130
2/3 manhã e 1/3 noite
Se não houver
bom controle com
esse esquema
Manejo Situação 2 Notas e observações
6. 1. Primeira opção para todos os novos casos de diabetes, à
exceção daqueles com sintomas de hiperglicemia ou gli >
250 que podem iniciar com insulina;
2. Dose 850mg 1-3x ao dia, após as refeições;
3. Aumentar gradativamente para evitar efeitos
gastrintestinais. Considerar comprimidos de absorção
estendida nos casos de intolerância;
4. Rever a dose se creatinina sérica > 1.4mg/dL ou se TFG <
45ml/min;
5. Parar com MTF se CR > 1.7mg/dl ou TFG < 30ml/min;
6. Ver caso-a-caso pessoas com disfunção hepática e
insuficiência cardíaca. NICE, 2008
Biguanidas (Metformina)
7. 1. Considerar o uso se:
• Pessoa não tem sobrepeso
• Não tolera ou tem contraindicação ao uso de MTF
• Resposta rápida por sintomas de hiperglicemia
2. Glibenclamida 5mg 2-3 vezes ao dia, antes das
refeições;
2. Acrescentar como 2ª escolha se a glicemia
permanecer elevada com MTF;
3. Avisar sobre risco de hipoglicemia
4. Cuidado com o uso em idosos.
NICE, 2008
Sulfoniluréias
(glibenclamida e outros)
8. Insulinas
Considerar se:
• Pessoa se apresenta com sintomas de
hiperglicemia ou controle insuficiente com os
hipoglicemiantes orais disponíveis (HbA1c acima
de 8%);
• O esquema inicial mais utilizado é da NPH 10 UI
ou 0.2 UI por Kg às 22h. Mantém-se a biguanida e
retira-se a sulfoniluréia;
• Aumenta-se a dose diariamente até que a
glicemia de jejum < 180mg-dL.
• Acrescentam-se outras doses ou outras insulinas
de acordo com o controle;
9. Insulinas disponíveis no SUS
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Caderno de Atenção
Básica n. 36). 2014. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_mellitus_cab36.pdf
10. 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da
pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília:
Ministério da Saúde, 2014. (Caderno de Atenção Básica n. 36)
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_
2. The National Collaborating Centre for Chronic Conditions. Type
2 Diabetes – National clinical guideline for management in
primary and secondary care (update). Royal Colleg of
Physicians, Londres, 2008. Disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK53885/pdf/TOC.pdf
Referências Bibliográficas
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