1. A ALQUIMIA DO CONFLITO
Corinna Schabbel, Ph.D
Nós somos diferentes uns dos outros e isso é a coisa mais natural do mundo. Cada um de nós tem
opiniões contrárias e incompatibilidades em relação a pessoas, idéias e coisas que são necessárias para a
vida e para o desenvolvimento pessoal e social.
A existência das diferenças não é, portanto, um problema já que não constituem os conflitos que existem
entre pessoas. Para que uma diferença se transforme em conflito um longo caminho é percorrido: em
determinado momento – que quase sempre passa despercebido, uma pessoa ou grupo de pessoas tem,
diante de um fato, uma reação de desconforto ou estorvo provocada pela ação ou comportamento de
outra pessoa. Cria-se uma polarização e uma recíproca produção de causas e efeitos que transforma algo
que era uma simples diferença, vira um campo de batalhas infindáveis. Não se chegando e nenhum
entendimento, as pessoas ficam aborrecidas umas com as outras e perdem a objetividade. O que era
racional torna-se totalmente emocional. Uma vez perdido o motivo que causou toda a confusão, as
pessoas passam a discutir o conflito do conflito.
Gerir conflitos é uma habilidade a ser desenvolvida, pois eles fazem parte dos negócios, das relações
corporativas, familiares e podem ser transformados em oportunidades de mudança. A maioria das
pessoas prefere enredar-se em no conflito e, sem perceber, aumentam a chance de ficarem
comprometidos negativamente em seus processos de tomada de decisões, opiniões, valores, julgamentos
e sentimentos. A metáfora do touro diante de um pano vermelho serve bem para essas pessoas: atacar
sempre, retroceder jamais!
Como os conflitos não surgem por causa de exaltações positivas e sim pela supervalorização das
diferenças, eles não caem do céu. São sorrateiros! Firma-se aos poucos e se intensificam à medida que o
tempo passa. Quando percebidos, quase sempre a casa já caiu, o amigo virou inimigo, o colega um
traidor e assim por diante. O desgaste pode levar a situações-limite: ruptura de relacionamentos
provocada por ataques frontais, ações desmascaradoras, ameaças e contra-ameaças até se chegar a uma
necessidade obsessiva de destruição do inimigo.
Neste ponto, ao buscarem ajuda de especialistas, as pessoas já ultrapassaram o limiar da razão e já
passaram por experiências que os levaram ao submundo da natureza humana. Qualquer conflito é
oneroso para todas as partes envolvidas e, ao invés do consenso e da cooperação, instalam-se cabos de
guerra que paralisam tudo: a vida, os negócios e os relacionamentos. Se gasta muito mais em arquitetar
vinganças do que em repensar a importância das relações em sociedade e assumir que se é parte do
problema.
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