Este documento discute o trabalho colaborativo em redes. Apresenta conceitos de redes e características de diferentes tipos de redes. Também aborda vantagens e desafios do trabalho em rede, incluindo a necessidade de definir objetivos, valores e responsabilidades dos membros.
1. Trabalho co-labor-ativo
Oficina sobre rede para o do Projeto de
Capacitação Continuada em Gestão
Participativa de Unidades de Conservação na
Mata Atlântica do Sudeste + Goiás
Cristiano Lafetá – 2008
6. Objetivos
• Sensibilizar para o trabalho colaborativo:
vantagens da articulação
• Apresentar os desafios da articulação:
rede é mais uma solução possível e a
internet é só uma ferramenta
• Apresentar os primeiros passos para o
trabalho em sinergia: princípios e valores
7. Metodologia
• Diálogo aberto com os participantes quanto:
– ao seu entendimento sobre redes
– às suas expectativas em relação a uma possível rede
de UCs
– às suas dúvidas e questões relativas ao trabalho em
rede
– ao comprometimento, à sensação de pertencimento e
ao compartilhamento de princípios que a articulação
em redes exige a cada de seus nós (ou nodos)
articulados
8. Bases do diálogo
• Para o nosso diálogo, usaremos dois textos da senadora pelo Acre e ex-
ministra do Meio Ambiente, Marina Silva:
– “O espelho da Politnet”
– “Tecendo os nós da rede”
• Usaremos também duas frases do físico Fritjof Capra,
autor de, entre outros livros, “A Teia da Vida” e
“Conexões Ocultas”
• Alem de frases de textos do Dalberto Adulis (Coord. Executivo da ABDL e
especialista em rede); da Vivianne Amaral (ex-facilitadora da REPEA e tb
especialista em rede); do Augusto de Franco (especialista em redes de
indivíduos para o desenvolvimento local); entre outras referências de
especialistas
9. Fritjof Capra
“Sempre que olhamos para a vida, olhamos para
redes”
“O uso mais geral do termo rede é para uma
estrutura de laços entre atores de um sistema
social. Estes atores podem ser papéis, indivíduos,
organizações, setores ou Estados-nação. Os seus
laços podem basear-se na conversação, afeto,
amizade, parentesco, autoridade, trocas
econômicas, troca de informação ou quaisquer
outras coisas que constituam a base de uma
relação.”
10. Pensando nas frases do Capra...
• Tudo é rede?
• Se tudo pode ser visto como rede, então
por que estudar redes?
• De que redes você
participa?
11. Redes e Redes
• Redes: família, amigos, associações, clubes e
congregações com finalidades de entretenimento, lazer,
esporte ou religiosa
• Redes sociais: as redes acima + (no mundo da internet)
Orkut, Facebook, e-Groups de amigos...
• Redes físicas: a própria internet,
rede de transporte, de água,
de energia...
• Redes de empresas
12. Redes e Redes
• Redes de movimentos sociais: MST, Greenpeace, Fórum Social Mundial
• Redes para o desenvolvimento: Rede DLIS, GTA, RTS, Sustainable
Development Network, RMA
• Redes de/para políticas públicas: alguns do exemplos acima, Rede ANDI,
EducaRede, PróMenino, European Policy Institutes Network
• Redes de informação
• Redes de conhecimento
• Comunidades de prática
• Comunidade de aprendizagem
14. Uma compreensão das redes...
“Seres humanos vivendo em coletividades
estabelecem relações entre si.
Tais relações podem ser vistas como
conexões, caminhos ou dutos pelos quais
trafegam mensagens.”
(Augusto de Franco, no seminário Redes e Desenvolvimento 2008 –
30/07/2008)
15. REDE CENTRALIZADA REDE DESCENTRALIZADA REDE DISTRIBUÍDA
Comunicados oficiais do rei Rádio Rádios e TVs
Cinema independentes/comunitários
Enciclopédias
TV Internet (devidamente apropriada)
Imprensa
Ciência aplicada Ciência apropriada
Academia pura/ laboratórios e
centros de conhecimentos Atores sociais articulados Atores sociais articulados (esferas
isolados (esferas de poder de poder distribuídas com
descentralizadas com compromissos compartilhados)
Poder concentrado
compromissos distribuídos)
16. Um conceito possível...
(alguns princípios...)
“Redes são comunidades de indivíduos e instituições, que
atuam em padrão relacional horizontal, de forma coordenada
e autônoma, em situações virtuais e presenciais, para a
realização de objetivos compartilhados.”
Vivianne Amaral
apresentação usada no 1º Encontro do Redesenvolvimento 2005/06
17. Sobre conceitos possíveis...
“O importante é não procurarmos um modelo para definir o
que é rede, pois as configurações e dinâmicas são
variadíssimas (...) . O que há em comum são os princípios
sistêmicos do padrão organizacional em rede.”
Vivianne Amaral
“Redes Sociais: conexões”
Para entrar no debate e saber mais sobre a variedade de olhares sobre as redes, visite a seção
‘Tema do mês’, da página sobre redes, no site da Rits: www.rits.org.br
18. Redes e Redes
Redes são metáforas, mais do que
conceitos claros (Cariola 1995:1)
• Redes são arranjos sociais
• Redes são fóruns/espaços para troca
(propósitos, comunicação e
pertencimento)
• Redes abrem oportunidades
• Redes fortalecem capacidades
• Redes mantêm capacidades
19. Características
dos artigos da Marina Silva:
A internet:
– é fluida e abertura
– possibilita a comunicação horizontal
As redes:
– são estruturas abertas
– estão em constante expansão – integração
de novos nós
Os membros das redes:
– devem compartilhamento dos mesmos
códigos – conjuntos de valores / objetivo
comum
20. Levando em consideração o que já
conversamos até aqui...
• O que sua UC poderia ganhar ao integrar
uma rede?
• Que benefícios a articulação com outras
UCs e atores interessados poderia trazer
ao seu trabalho?
• Como o trabalho colaborativo poderia
contribuir em suas atividades cotidianas?
21. Vantagens
• Gera sinergia social
• Permite a seus membros:
– aprimorar a qualidade e repercussão de suas
intervenções
– avançar na compreensão e elaboração de
modelos de desenvolvimento
– ter capacidade para apresentá-los e
disseminá-los em uma escala ampliada e em
níveis mais altos
22. Vantagens...
A articulação em rede possibilita
ampliar o escopo de atuação e a
escala de abrangência, o
intercâmbio de informações e
conhecimento e o ganho de capital
social.
23. Comparando-se a forma de organização das redes com formas tradicionais, como
as rigidamente hierarquizadas, é possível identificar algumas vantagens, como:
• reúnem "estoque" de • propiciam situações para
conhecimento e capital troca de conhecimento e
social; construção coletiva;
• possibilitam o surgimento • criam condições para
de iniciativas produção de conhecimento
"descentralizadas" na conjunto;
medida em que os • abrem múltiplos canais de
membros podem iniciar comunicação que facilitam a
processos de comunicação transmissão de informações
e troca; e idéias;
• têm maior flexibilidade • são mais flexíveis,
frente a mudanças no meio possibilitando a entrada e
ambiente; saída de membros e a
• possibilitam acomodar adaptação a novos contextos.
diversidade e diferenças,
favorecendo a inovação;
Dalberto Adulis
“O Desafio das Redes” – disponível no Portal ADBL
24. Levando em consideração o que já
conversamos até aqui...
• Para você, quais seriam os principais
desafios numa articulação em rede?
25. Desafios das redes
Dizer que os integrantes da rede devem ter
objetivos ou interesses comuns não
significa que ao integrar a rede todos
passarão a pensar e atuar da mesma forma,
nem que a partir deste momento tudo será
harmonia e colaboração.
Dalberto Adulis
“O Desafio das Redes” – disponível no Portal ABDL
26. Desafios das redes
Superar esta concepção ingênua das redes é um
desafio que deve ser enfrentado por todos os
participantes. As redes não são boas nem más por
si só, assim como não estão alheias a conflitos e
disputas por poder.
Dalberto Adulis
“O Desafio das Redes” – disponível no Portal ABDL
27. Desafios das redes
É comum os integrantes de uma rede viverem o
dilema entre a necessidade de coordenação e a
almejada autonomia de todos os componentes.
Além disso, às vezes é difícil conciliar a
diversidade de opiniões e interesses particulares
com a idealização de que é necessário o
consenso geral.
Dalberto Adulis
“O Desafio das Redes” – disponível no Portal ABDL
28. Desafios das redes
Algumas funções tendem a ser mais difíceis
nas redes, como a coordenação, a
definição de responsabilidades e a
alocação de recursos para alcançar os
objetivos. Além disso, geralmente a
mensuração e avaliação dos resultados
alcançados também tende a ser mais
difícil.
Dalberto Adulis
“O Desafio das Redes” – disponível no Portal ABDL
29. Desafios das redes
O bom funcionamento de uma rede
depende dos seus integrantes
definirem:
– objetivos claros
– missão
– compromissos
– atividades que desejam desenvolver
Dalberto Adulis
“O Desafio das Redes” – disponível no Portal ABDL
30. Uma boa rede começa com...
Os integrantes, de forma participativa, devem
definir:
• Visão: como será o futuro se/quando nosso
trabalho der certo?
• Missão: por que estamos em rede?
• Objetivos e metas: quais os objetivos concretos
a serem alcançados pela rede?
• Valores e princípios
• Critérios para ingresso
• Papéis e responsabilidades dos membros
31. • Os próximos slides trazem um pouco da
organização das redes citadas no artigo
de Marina Silva “Tecendo os Nós da
Rede”, disponível em:
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI31
32. As 4 redes citadas no artigo
• REBRIP:
“A Rede Brasileira Pela Integração dos
Povos (REBRIP) foi criada em 1998 e
formalizada em ata durante a I
Assembléia Geral, realizada em setembro
de 2001. A rede é uma articulação de
ONGs, movimentos sociais, entidades
sindicais e associações profissionais
autônomas e pluralistas...”
– Uma Rede de Organizações
33. Rebrip
• REBRIP:
é constituída por:
Assembléia Geral é a instância máxima de decisão da
Rede e deverá acontecer, ordinariamente, uma vez a
cada dois anos, ou em caráter extraordinário, por
decisão da Coordenação Geral por maioria simples.
Cabe à Assembléia: a) Formular as diretrizes políticas
de atuação da Rede; b) Avaliar a implementação do
Programa de Ação do exercício anterior; c) Discutir e
aprovar o Programa de Ação do período consecutivo,
elaborado pela Coordenação Geral em exercício; d)
Eleger os membros da Coordenação Geral; e) Aprovar a
entrada de novos membros na Rede; f) Nomear a
Secretaria Executiva.
34. Rebrip
• A REBRIP realiza suas ações por meio de
grupos de trabalhos temáticos
35. REJUMA
A Rede de Juventude pelo Meio Ambiente
funciona basicamente por meio virtual e se faz
presencial em seus ‘nós’ regionais. Trata-se de
uma rede de pressão para políticas públicas
para o meio ambiente a e juventude e suas
ações são coordenadas. É um rede bem fluida e
sem coordenação central ou secretaria
executiva. Está conectada a outras redes de
referência, com a REBEA, o Um Milhão de
Histórias de Vida de Jovens e o TakingITGlobal
36. Ecossocialistas
A Rede Brasileira de Ecossocialismo está
com seu site corrompido, porém é
possível saber, por notícias publicadas em
outros espaços de rede, que eles também
se estruturam em torno de instâncias de
decisão, coordenadorias regionais e
coordenadoria nacional
37. Rede de Agendas 21
“As redes podem crescer progressivamente
sem qualquer centralização de poder. É uma
excelente aplicação de gestão
compartilhada. É uma metodologia
participativa ideal para a construção das
AGENDAS 21 Locais”
Jorge Carlos Silveira Duarte, Gerente de
Desenvolvimento Social e do programa Redes
Sociais do Senac São Paulo
38. Rede de Agendas 21
Não tem coordenação... é uma estrutura mais
livre, mais fluida e que permite maior autonomia
a seus membros.
Foi já construída levando-se em consideração
aspectos e valores das redes inspirados por
seus principais ativistas. Vale visita ao site:
http://www.redeagenda21.org.br/oQue_eModelodeR
Lá, vocês encontram um bom texto do professor
Chico Whitaker, entusiasta das redes livres e
das conexões ocultas; um dos principais
articuladores/realizadores do Fórum Social
Mundial
40. Obrigado!
Cristiano de Brito Lafetá
consultor em redes de transformação social e para
o desenvolvimento sustentável
cristiano.lafeta@gmail.com (email e google talk)
Skype: crislafeta