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CENTRO UNIVERSÍTARIO ÍTALO BRASILEIRO
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CRISTIANO GOMES XAVIER
ESTEVES DE JESUS MACEDO

O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUAÇÃO FÍSICA NA
INICIAÇÃO AO FUTSAL

São Paulo
2010
2

CRISTIANO GOMES XAVIER
ESTEVES DE JESUS MACEDO

O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
INICIAÇÃO AO FUTSAL

Monografia de Conclusão de Curso
apresentada ao Centro Universitário Ítalo
Brasileiro, como parte do título de Bacharel
em Educação Física sob a orientação do
Prof. Esp. Marco Aurélio Paganella.
3
São Paulo
2010
CRISTIANO GOMES XAVIER
ESTEVES DE JESUS MACEDO

O papel do profissional de educação física na iniciação ao futsal.

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Centro Universitário Ítalo
Brasileiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em
Educação Física sob a orientação do Prof. Esp. Marco Aurélio Paganella.

Nota____________________________

Data de Aprovação:___/____/_______
4

Dedico aos meus pais, pelo grande apoio
recebido. Meu pai (In Memorian) por ter
sido de grande importância em minha
vida. A minha mãe que sempre me ajudou
e aos amigos que, mesmo de longe,
sempre torceram e acreditaram, Geraldo,
Brenno, Hercílio e Vinicius.
Cristiano Gomes Xavier.

Dedico a deus, por me dar saúde e força
nessa batalha, minha mãe, meus irmãos,
meus tios, meus primos e meus amigos,
pelo apoio, mais em principal a minha
noiva, Anaiza ,que no momento mais
difícil da minha vida, esteve ao meu lado
e me deu muita força e incentivo para
Continuar os estudos, e ao seu Olivio meu
Pai, por todos os ensinamentos dados a
mim durante sua vida entre-nos.
Esteves de Jesus Macedo.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus que sempre é a referencia para tudo na minha vida.
Agradeço a minha mãe por sempre ajudar, mesmo nos momentos difíceis onde
sempre pensamos no pior. Agradeço aos meus amigos verdadeiros, Geraldo,
Brenno, Hercílio e Vinicius, que a vida colocou por uma obra do destino, agradeço
ainda ao Alemão, Alexandre, professor da ACM que sempre buscou ajudar durante
esse logo tempo que busquei a minha primeira graduação e agradeço a uma pessoa
em especial que sempre me incentivou e alegou com sua simpatia e com seu sorriso
lindo e apaixonante. Élida obrigado. Por fim agradeço ao meu orientador, o prof.
Marco Aurélio Paganella, por sua paciência e dedicação mesmo com o pouco tempo
disponível devido aos seus compromissos e pela minha demora na preparação
deste trabalho.
Cristiano Gomes Xavier

Agradeço a Deus,toda minha família,minha noiva ,pelo apoio o momento mais difícil
da minha vida esse ano ,ao meu pai que me ensinou muito durante a vida e ao meu
parceiro de trabalho,nos encontramos nos 45 minutos do segundo tempo,pela forca
e apoio e ao professor que aceitou ser nosso orientador aos 46 já nos acréscimos e
nos ajudou enormemente, além do nosso orientador, o Prof. Marco Aurélio
Paganella, por sua paciência e dedicação ao nosso trabalho. Obrigado a todos.
Esteves de Jesus Macedo
6

A criança não é uma miniatura do
adulto, e sua mentalidade difere
qualitativa e quantitativamente da do
adulto; de modo que a criança não é
somente menor que o adulto, mas
diferente deste.
Claparède
7

RESUMO

O presente trabalho discorre sobre os principais aspectos no processo de iniciação
esportiva, mais precisamente no Futsal, que é um dos esportes mais praticados pelas crianças,
destacando, sobretudo, o papel e a importância de ter um profissional de qualidade e com
conhecimento teórico e prático sobre o desenvolvimento e o crescimento humano. O trabalho
contribui para o progresso do estudo do tema, na medida em que, como sabem todos, o
professor precisa conhecer, e bem, os diversos assuntos que envolvem as crianças, sempre no
sentido de bem realizar um trabalho de boa qualidade e que se preocupe com a formação
global do aluno. A faixa etária estudada no trabalho é a de 10 a 13 anos. O papel do professor
é estudado e analisado no contexto do trabalho que se refere às características do aluno e do
próprio Futsal, às capacidades motoras e aos aspectos técnicos e táticos da modalidade, dado
que estes fatores estão diretamente ligados nesse processo ensino/aprendizagem inerentes à
iniciação. E esta correlação entre o professor, aluno e conteúdo deve estar muito bem
compreendida pelo próprio professor, a fim de que consiga atingir a excelência no trabalho.
Essa revisão literária busca mostrar a opinião de diversos autores sobre o papel do
profissional da Educação Física na iniciação ao Futsal, contextualizando esta atuação no
trabalho de iniciação esportiva da criança no Futsal e, por extensão, no próprio Esporte de
uma maneira geral.
Palavras chave: Iniciação Esportiva – Futsal – Professor – Criança
8
ABSTRACT
This paper discusses the main aspects in the process of initiation sport, more
precisely in Futsal, which is one of the most popular sports for children, highlighting
especially the role and importance of having a professional quality, theoretical and
practical knowledge about human development and growth. The work contributes to
progress in the study of the topic, in that, as you all know, the teacher needs to know,
well, the various issues involving children, where in order to achieve a good work of
good quality and that worry about the student's overall education. The group studied
the work is 10 to 13 years. The teacher's role is studied and analyzed in the context
of work with regard to student characteristics and the very Futsal, the motor skills and
the technical and tactical aspects of the game screen, as these factors are directly
linked in the teaching / learning related to initiation. And this relationship between
teacher, student and content should be well understood by the teacher, so that they
can achieve excellence at work. This literature review aims to show the opinion of
several authors on the professional role of Physical Education in the initiation Futsal,
contextualizing this work performance of sports initiation of the child in indoors and,
by extension, on the same sports in general.
Keywords: Sport Initiation - Futsal - Teacher - Child
9
SUMÁRIO:

CAPITULO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................10
CAPÍTULO 2 A INICIAÇÃO ESPORTIVA E O FUTSAL ..........................................12
CAPITULO 3 O PAPEL DO PROFESSOR ...............................................................19
CAPITULO 4 O DESENVOLVIMENTO DAS PRINCIPAIS CAPACIDADES
MOTORAS ...............................................................................................................25
4.1 Capacidades Coordenativas ............................................................................26
4.2 Resistência ........................................................................................................30
4.3 Força ou potência..............................................................................................31
4.4 Velocidade .........................................................................................................32
4.5 Flexibilidade ......................................................................................................34
CAPITULO 5 AS TÉCNICAS INDIVIDUAIS NO FUTSAL........................................36
5.1 Passe ..................................................................................................................39
5.2 Chute...................................................................................................................40
5.3 Condução............................................................................................................41
5.4 Drible...................................................................................................................42
5.5 Marcação.............................................................................................................43
5.6 Cabeceio.............................................................................................................44
5.7 Goleiros...............................................................................................................45
CAPITULO 6 DESENVOLVIMENTO TÁTICO NO FUTSAL ....................................47
CAPITULO 7 CONCLUSÃO .....................................................................................53
REFERÊNCIAS .........................................................................................................54

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
10

O Futsal na vida de uma criança, assim como o esporte de uma maneira em
geral, pode representar muitos sonhos, muitas alegrias e muitas realizações. Com
isso o profissional de Educação Física que trabalha com o Futsal sempre deve
conhecer, compreender e estudar as características físicas, psicológicas e sociais de
seus alunos. Isto, a fim de que possa realizar um trabalho coerente e eficaz para o
aluno que busca desde uma simples recreação até aquele que sonha em ser uma
estrela no esporte. Em ambos os casos, é possível que o Futsal fique marcado para
sempre em sua vida.
Saviani (1991, apud, SANTANA 1999) cita uma das várias funções na qual os
professores devem seguir;
O compromisso de criar condições tais para que se oportunize a
construção de valores e idéias legitimam, de certa forma, a atuação
do professor de Educação Física no Futsal durante esse período
(iniciação). Também é preciso competência técnica, o domínio sobre
o conhecimento, como agir adequadamente, o saber-fazer.

Este estudo tem como principal objetivo buscar através da literatura uma base
para um trabalho tão difícil e tão complexo, que requer um inescusável preparo do
Profissional de Educação Física, verdadeiro titular desta competência de trabalho. A
iniciação esportiva é o alicerce e é o ponto crucial para o futuro esportivo de uma
pessoa, e o profissional de Educação Física não pode se furtar em não assumir a
responsabilidade do trabalho bem consignado. O grau de comprometimento e de
conhecimento é vital para que possa realizar um trabalho significativo na formação
da criança tanto para aquela que possa ser um futuro atleta de alto nível, quanto
para a criança que simplesmente o praticará por um longo tempo na sua vida.
Nesta direção, a seguir são estudados e apontados caminhos para um
trabalho responsável, fazendo com que haja proveitos e que tenha reais significados
tanto para a criança e pais, como Profissional de Educação Física. O Futsal é um
esporte de muita aceitação entre as crianças, de fácil aplicação devido a estar muito
bem difundido em clubes e escolas e sendo um meio de trabalho que revela e inicia
11
atletas para o futebol de campo. No país, há indícios de ser crescente o número de
crianças com idade de 10 a 13 anos que optam pela prática do Futsal (MUTTI,
2003), dado ser oferecida na maioria das escolas, clubes, escolhinhas desportivas e
organizações, além de ser um esporte genuinamente brasileiro.
Pensando nesse grande interesse pelo Futsal, o processo de iniciação passa
a ser muito importante para as crianças, e é nesse ponto que o professor e técnico
serão fundamentais para o trabalho no sentido de um melhor aprendizado.
Para que o estudo seja bem compreendido em sua explanação, serão
levadas algumas questões de pesquisa:
Quais exigências têm que ter com as crianças nesse processo de iniciação,
em relação ao desenvolvimento motor, cognitivo e sócio-afetivo? Quais os possíveis
efeitos do treinamento intensivo precoce? Quais são as possíveis conseqüências de
se adotar na fase de iniciação no Futsal referências como rendimento e excessiva
competitividade?
O estudo tem foco elucidar o papel do professor de Educação Física como
profissional legitimado para atuar na iniciação da parte física, com a atuação na
iniciação da parte técnica e parte tática. Além de buscar respostas sobre os
questionamentos realizados por Santana (2001) sobre o trabalho do Professor de
Educação Física.
Propiciar, também, elementos conceituais importantes sobre a criança em
todos esses aspectos é um importante objetivo do trabalho, ressaltando que a
abordagem à faixa etária entre 10 e 13 anos.
Este estudo foi realizado através da revisão da ampla, abrangente e fidedigna
literatura.
12
CAPÍTULO 2 A INICIAÇÃO ESPORTIVA E O FUTSAL

Segundo Santana (2001), os efeitos do treinamento precoce empregados de
uma forma imediata na iniciação, sem o melhor conhecimento sobre a criança, ou
com um agravante maior ainda, que seria desenvolver um treinamento semelhante
ao realizado com o adulto, com cargas e períodos menores, dão idéia do quanto a
criança pode ser prejudicada na sua vida (e não apenas esportivamente) quando
não tem respeitadas as duas etapas de desenvolvimento (qualidade) e crescimento
(quantidade).
Vários outros autores destacam o significado da iniciação esportiva:
Segundo Voser (1999), a iniciação é o ato ou o momento de receber as
primeiras noções de coisas da qual não conhecemos.
Já Lucena (2000), fala que iniciação é aprender um desporto, adequar
algumas regras a esse esporte e também se adequar a algumas técnicas
específicas de cada esporte.
Enquanto Mutti (2003) se refere à iniciação como a prática de qualquer
modalidade esportiva que requer determinadas condições motoras que permitam a
execução de movimentos específicos e ainda um grau de habilidades para alcançar
a eficiência do gesto técnico pertinente á modalidade.
O que os autores citados querem elucidar é que a iniciação esportiva nada
mais é do que o aprendizado de uma modalidade esportiva, e que cada modalidade
tem sua característica motora utilizada, como também o desenvolvimento de varias
valências físicas específicas de cada modalidade.
Quanto à iniciação ao Futsal, Santana (2001) destaca que as crianças iniciam
na prática porque esse esporte é oferecido pela maioria dos clubes, escolas e
associações congêneres. O Futsal está por toda parte. Havendo muitos indícios de
13
que em várias cidades e estados o futsal é um esporte muito praticado,
principalmente pelas crianças.
Outros fatores importantes são explicados por Santana (2001), como a
enorme expansão imobiliária que segue em varias cidades do Brasil, diminuindo os
espaços livres, como os campos de várzea, e a criança passou a praticar esportes
em clubes, associações, escolinhas. Além que em várias cidades, nas suas
federações acontecem campeonatos muito bem organizados, atraindo a mídia
levando crianças a praticar.
Para as crianças terem um melhor aprendizado sobre o esporte, e
principalmente sobre o Futsal que é o esporte estudado nesse trabalho, Lucena
(2000) cita que devemos fundamentar nosso trabalho de professor em estimular e
desenvolver alguns componentes como:
Equilíbrio, ritmo, coordenação motora em geral e noções de espaço e tempo.
Lucena (2000, p. 7) fala da importância desses componentes:
Fortalecer na criança a capacidade de executar de forma plena, a
combinação de todos os movimentos possíveis, específicos ou não
do desporto, pois através da aquisição de bons hábitos motores, e do
domínio de técnicas elementares, é que se fundamenta
progressivamente o desenvolvimento técnico da criança.

Já Voser (1999), ainda fala sobre desenvolvimento concordando com Lucena,
dizendo que o professor deve desenvolver os aspectos do esquema corporal,
equilíbrio, lateralidade, organização do corpo no espaço e no tempo, coordenação
motora grossa e fina, não esquecendo o que é característico da idade,
principalmente a escolar, como: saltar, lançar, transportar, trepar, rastejar e rolar.
Além disso, Santana (2001) ressalta a preocupação com o conteúdo
transmitido aos alunos, principalmente se essa iniciação for a faixa trabalhada dos
10 aos 13 anos, pois nessa fase que as crianças estão no ápice do desenvolvimento
motor, sendo a fase escolar, a fase em que as crianças querem fazer tudo sem se
14
preocupar com lesão ou fadiga, só que o Futsal é um esporte de contato físico, e
esse contato exagerado pode acarretar lesões, principalmente em crianças.
Santana (2001) também demonstra grande preocupação com o trabalho
nessa faixa etária e cita que os profissionais não podem ignorar que a aplicação de
métodos e programas de treinamento especializado tende a elevar o rendimento
físico-técnico e tático das crianças levando a resultados positivos rápidos. Isso
significa dizer que, em relação ao rendimento esportivo, a criança que recebe um
treinamento especializado tende a apresentar resultado no curto prazo e a criança
que não é especializada precocemente pode apresentar resultados no longo prazo.
O que Santana (2001) quis dizer, é que apenas um trabalho com busca de
resultados rápidos, sem seguir os fatores já citados acima por Lucena (2000) e
Voser (1999), pode causar transtornos graves às crianças.
Santana (2001, p.33) ainda relata uma situação bem comum em casos de
iniciação esportiva no Futsal exercido de forma equivocada:
“Observa-se esta situação facilmente no esporte formal praticado por
crianças. Devido ao processo de seleção (valorização dos mais
aptos, do talento) e treinamento especializado a que são submetidas,
apresentam desde os primeiros anos de pratica performance técnica
(nos referimos aos fundamentos: passe, drible, chute, domínio...) e
tática (pelos sistemas – posicionamentos – ofensivos e defensivos
adotados, e execução de jogadas – manobras – de saída de bola,
escanteios, laterais, faltas) satisfatórias. Esse processo tende a
evoluir fazendo com que aos 13,14 anos a criança já seja
considerada um “veterano” no esporte.”

Essa situação tende a ser levada uma questão de suma importância: A
tentativa de antecipar o processo de crescimento e desenvolvimento motor da
criança seria uma vantagem?
Para Silva (1995, apud, Santana, 2001) essa tentativa trará:
“... grandes conseqüências de ordem neuro-fisiológica, anatômica,
psicológica e pedagógica, pois ao ignorar as fases e estágios
especificados pela ciência, ” a formação especifica” e o “rendimento
15
técnico” (treinamento precoce) constituem prioridades absolutas,
deixando de respeitar a natureza da criança”

Conseqüências extremas como uma criança ao chegar com seus 10 anos
com estigma de vencedor ou perdedor, capaz ou incapaz, talentoso ou esforçado ou
ainda um garoto de 13 anos carregar um peso de ser comparado pelos seus pais a
outros meninos, pela sua condição técnica, sendo alvo de críticas, desprestigiado
por seu técnico, tentar desesperadamente, reverter essa situação? E com casos de
garoto de 12 anos perderem o estímulo pela prática do futsal por ter sido varias
vezes campeão?
Com casos assim Santana (2001) analisa, que inconvenientes assim
causados pela especialização esportiva precoce e a excessiva competitividade
(lesões, estresse, saturação) nos primeiros anos de iniciação afastam a criança da
pratica esportiva.
A constatação do que foi citado por Santana é mais uma vez relatado por
Mutti (2003,p.33) relatando o problema sobre a iniciação no Futsal realizada pelos
clubes hoje em dia;
O trabalho de iniciação no Futsal esta um pouco distante desse ideal,
principalmente nos clubes, vista que por ser uma modalidade
esportiva de grande penetração na camada infaltil, tem despertado o
interesse das federações, que por sua vez tem regulamentado e
organizado competições para faixas etarias cada vez mais baixas.

Um caminho importante para profissionais que trabalham com iniciação
esportiva para auxílio na iniciação esportiva é o papel da escola, pois, a educação
física, fazendo parte do currículo obrigatório, utiliza o Futsal como um dos esportes
mais utilizados nas aulas.
Segundo Voser e Giusti (2002) algumas escolas da rede pública e da rede
particular preocupam-se com o ensino da educação física desde a educação infantil
e reconhecem a importância do esporte para as crianças como meio de educação e
saúde.
16
Outro ponto muito importante para a iniciação esportiva no Futsal e a
iniciação em outras modalidades esportivas diz respeito às condições motoras na
qual a criança possa chegar a desenvolver, e para alcançar o grau de eficiência em
que a habilidade exige a criança deve ser estimulada a praticar diversos movimentos
com habilidades diferentes para um ganho maior do repertorio motor.
Segundo Mutti (2003) quanto maior for a variedade de experiências motoras
que a criança vivenciar, maior será o desenvolvimento motor, e o que não se
adquiriu ao tempo hábil do desenvolvimento motor jamais será recuperado
totalmente.
Mutti (2003, p.21) cita a importância da continuidade do desenvolvimento
motor:
Gradativamente, através da combinação de exercícios com bola e
pequenos jogos, que se tornaram cada vez mais complexos, tanto
em regras como em movimentos, o Futsal irá se incorporando ao
acervo motor da criança. Tudo isso deve ser uma continuidade de
trabalho de desenvolvimento motor.

Já Lucena (2000) concorda com Mutti (2003) a respeito da progressividade,
ele fala que para que ocorra um aprendizado progressivo e bem fundamentado é
importante que a criança obtenha níveis mínimos de desenvolvimento de suas
qualidades físicas, psíquicas e motoras, sendo capaz de exercer total domínio sobre
técnicas corporais básicas, para então iniciar os elementos das diferentes técnicas
do Futsal.
Lucena (2000, p.6) ainda fala diretamente sobre esse aprendizado gradativo;
No inicio do aprendizado é comum que os gestos motores sejam
executados de forma insegura, descoordenados e imprecisos,
passando a adquirir maior plasticidade em sua execução a partir de
uma pratica sistemática de atividade adequadamente planejadas,
orientadas no sentido de que os gestos motores tornem-se
gradativamente mais consistentes, possibilitando a execução das
técnicas com mais dinamismo, precisão, eficácia e economia de
função.

Seguindo da mesma opinião e completando, Voser (1999) fala que devemos
17
incentivar principalmente os alunos com maior dificuldade, elogiando-os a cada
conquista, a cada gesto motor bem feito, e deixando para aqueles que possuem
mais facilidade o compromisso de auxiliar na transmissão da sua experiência.
Oliveira (1998) segue na mesma linha que Lucena (2000) e Voser (1999) e
complementa o pensamento deles dizando que o fato de a criança não possuir
certas habilidade especificas relativas ao esporte num determinado momento não
significa que não as terá em um proximo, e que não sejam aptas para a pratica, e
tambem há o contra ponto, que ele retrata tambem que uma criança que apresenta
alto grau de desenvolvimento no seu movimento não será necessariamento um
atleta de alto nivel.
Com toda essa informação professores e treinadores necessitam estar
atentos ha cada detalhe importante nas aulas de iniciação do Futsal, pois devemos
conhecer bem as caracteristicas fisicas e psicologicas de nossos alunos.
Lucena (2000, p7) ressalta bem sobre o conhecer os alunos;
O conhecimento do perfil do aluno, possibilita a maior interação
professor-aluno, pois conhecendo suas caracteristicas de
comportamento, limites e possibilidades, torna-se possivel
estabelecer uma linha de ensino adequada as possibilidades de
realização da criança.

Outro fator muito importante para a melhor formatação do aprendizado seria a
segunda etapa do do processo, que seria a fixação de aprendizagem, Mutti (2003)
fala que fixação de aprendizagem seria a segunda etapa no processo de
aprendizagem do Futsal, sendo que a primeira seria o desenvolvimento motor e o
ensino dos movimentos do esporte. Já a segunda etapa seria a possibilidade de
conseguir realizar um determinado movimento com relativa facilidade, entrando na
fase de consolidação da prática de um determinado movimento, onde o aluno deixa
de dizer que é capaz de fazer, para dizer que pode repetir com facilidade e
segurança os movimento necessarios.
Chegando nessa fase de aprendizagem já poderão ser introduzidos fatores
18
que são fudamentais para um melhor desempenho no Futsal, com a introdução da
técnica e dos fundamentos do Futsal, sendo que técnica do Futsal é todo gesto ou
movimento realizado pelo aluno, e que lhe permite dar continuidade ao jogo.
Para Saad (1997), o profissional que atua com iniciação deve seguir alguns
principios pedagogicos para estabelecer uma relação entre o ensino e a
aprendizagem, assim como ter alguns procedimentos básicos para propiciar um
suporte didático e pedagogico as aulas/treinos e a todo metodo de ensino a ser
passado aos alunos.
Saad (1997,p 13) completa que;
Muitas vezes a teoria tem nos mostrado que para o ensino de um
esporte, principalmente o desporto coletivo, basta que a criança
saiba executar a técnica correta, mas não é isso que percebemos na
prática. O ensino da técnica em algumas situações não
correspondem aquelas enfrentadas pela criança no jogo. Assim
somento com o ensino da técnica podemos oportunizar a criança a
uma prática consolidada ao Futsal.

Segundo Saad (1997) a aprendizagem de um fundamento do jogo é adequar
gestos ou movimentos básicos, as caracteristicas da modalidade esportiva (a técnica
específica do desporto). A educação psicomotora é a base do processo de
aprendizagem de uma técnica esportiva, mas para isso a criança precisa dominar
seus movimentos básicos.

Lembrando que devemos sempre levar em conta o aluno sobre a sua
necessidade fisica, psiquica e social e ainda o seu nível de capacidade motora, para
que não possa acontecer uma sobre carga e com isso o aluno possa vir a sofrer com
os problemas causados pelo trabalho inadequado realizado em sua iniciação.

CAPITULO 3 O PAPEL DO PROFESSOR
19

A escolha para ser professor nas categorias de formação é um compromisso
que implica ir alem das habilidades técnicas e táticas do esporte. Trabalhar com
crianças e jovens é uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento físico e
mental de seres humanos. Obter êxito nesta caminhada, portanto, significa ter os
primeiros passos guiados por definições claras e coesas, e pautados em uma
filosofia de trabalho capaz de orientar os esforços pessoais na direção certa.
(FONSECA, 2007).
O treinamento deve ser orientado para desenvolver em seus participantes
aspectos de autonomia, autoconfiança, auto-responsabilidade, estímulos positivos
para situações problemáticas, além de atitudes sociais, como integração e
cooperação, responsabilidade, apoio social e identificação com o meio (SAMULSKI,
1992, apud, FONSECA, 2007).
Segundo Tenroller (2004) estresse, ansiedade, desmotivação ou motivação
em demasia, problemas psicológicos, rejeição ao esporte, abandono precoce e
pressão dos pais, isso sem falar em psicologia, anatomia, fisiologia, pedagogia entre
outros elementos estão presentes no logo processo de ensino do Futsal.
Todo e qualquer processo de desenvolvimento esportivo e educação
designado à faixa etária dos 6 aos 17 anos influencia o grau de desenvolvimento
que esses jovens poderão alcançar, afetando diretamente a formação de seu
caráter, de sua personalidade e da expansão ou limitação de seu potencial atlético.
No

processo

de

desenvolvimento

atlético

dos

jovens,

o

professor

desempenha um papel fundamental, central e decisivo para o futuro de meninos e
meninas. Responsável pelo ensino, a demonstração e o aprimoramento das técnicas
e táticas, o professor é também um dos grandes agentes desencadeadores da
paixão pelo esporte, que tem início já nos primeiro anos de vida. Ao propiciar um
ambiente alegre, saudável, de conhecimento, desafios e superações, o professor é
capaz de criar um link de envolvimento, participação e permanência no ambiente
20
esportivo por toda a vida desses jovens (FONSECA, 2007).
Tenroller (2004) ainda salienta que todo profissional que trabalhar na área do
Futsal, precisa dominar todos os elementos já citados, que fazem parte do
aprendizado do aluno a fim de prestar um auxilio mais qualificado, quando
necessário, saber esses elementos, o profissional deve saber o que esta se
acontecendo e resolver o problema.
Segundo Becker (2000, p.84) é importante sabermos quem está trabalhando
nas escolinhas esportivas e de iniciação esportiva, e podemos encontrar varias
respostas como:
Grande número de atletas, quando sentem que se aproxima o fim de
carreira, pensam na possibilidade de seguir no esporte, na condição
de treinador. O aluno de educação física também busca uma posição
em escolas esportivas, alguns alugam quadras e criam sua própria
escolinha desportiva. Agora vários professores formados em
educação física atuam nas escolas esportivas, no entanto pelo fator
econômico, dirigentes esportivos preferem muitas vezes ex-atletas
ou estagiários em educação física para realizar as atividades, pois
estes o salário é menor.

Santana (2001) ainda fala sobre quem trabalha com essas crianças e com
essas escolinhas, e pergunta quem é esse homem ou mulher que interagem com
essas crianças? E por que optou em fazê-lo? E quais são os seus objetivos?
Santana (2001, p 61) comenta bem essas questões que ele próprio levantou;
Independente de qualquer questão legal, sabe-se que na prática, o
que predomina entre grande parte dos dirigentes dos clubes ou
donos de escolinha, a atitude de contratar alguém graduado em
educação física para atuar nesse período. Sendo assim, qualquer
pessoa pode atuar, basta ser contratado. O processo de contratar
alguém esta submetido ao bom sendo dos dirigentes. A oposição que
fazemos nesse sentido não é por preconceito aos muitos homens e
mulheres sem formação acadêmica que trabalham com crianças,
pois muitos fazem com abnegação, amor e desprendimento.
Acreditamos apenas que aquelas pessoas que freqüentam a
universidade tendem a ser mais bem preparado para exercer o
trabalho, pois adquiram um maior numero de informações, e
continuam adquirindo informações necessárias para atuar
profissionalmente.
21

Para Mutti (2003), ser um professor requer alguns conhecimentos científicos
importantes que devem ser adquiridos durante sua formação acadêmica, pois lidam
com crianças no delicado período da infância e da adolescência, sendo isso uma
condição indispensável, porem não suficiente. Agora ensinar quer dizer estimular
uma nova forma de conduta ou modificar uma que ter noção dessa rapidez para não
ficarmos defasados.
A visão que a criança tem por ele não é apenas como um professor, mas
também como amigo e consultor ou, até mesmo, ídolo ou exemplo de vida, o grande
desafio deste profissional consiste em promover uma formação básica e geral,
ampliando os limites do físico e da mente de seus jovens. Todo este processo deve
se dar dentro de um ambiente rico e envolvente, que seja ao mesmo tempo divertido
e apropriado, com métodos de treinamento múltiplo que visem à aquisição das
habilidades e técnicas necessárias para as ações futuras de cada um (MANTOVANI,
1995, apud, SANTANA,2001).
Fonseca (2007) ressalta que por meio de uma prática harmoniosa e bem
orientada, o Futsal, tanto quando outras modalidades esportivas, pode ser uma
importante ferramenta no processo educacional de jovens, gerando benefícios
desde as primeiras fases da vida oferecendo oportunidades inestimáveis de
desenvolvimento de habilidades e capacidades individuais e coletivas.
E completa a sua afirmação mostrando algumas funções que o professor
pode desenvolver nos seus alunos durante as aulas de Futsal, como promover o
desenvolvimento nos âmbitos físico, emocional e social, revelar talentos escondidos,
conhecer a si próprio e os seus valores, desenvolver um novo senso de
competência, aprender e entender mais sobre a vida e a sociedade.
O professor deve motivar seus alunos para atingir metas e objetivos que
muitos jovens, de mesma idade, julgam impossíveis ou diante dos quais se
consideram incapazes, cuidar da saúde e desenvolver hábitos saudáveis de vida,
desenvolver valores pessoais e sociais, habilidades individuais e coletivas,
22
desenvolver a auto-estima, ter autocontrole, aprender a competir e a lidar com
limites, ter responsabilidade consigo e com o grupo.
Nas aulas de Futsal o aluno deve aprender com o professor a trabalhar com
acertos e erros, trabalhar em equipe e crescer como equipe, respeitar as regras e os
outros, conservarem-se perseverante em seus esforços, ser persistente, enfrentar os
desafios e as situações adversas ou inesperadas, aprender com a vitória e com a
derrota e tomar decisões.
Agora sobre o ponto de vista do que é ser professor, Mutti (2003, p.17) afirma;
Um homem cujo espírito e vontade saibam resistir às alterações do
ânimo e às perigosas parcialidades da idade; que, como homem
adulto, tenha profundamente arraigada a convicção da fé cristã e da
sua salvação e que, partindo daí, contemple com amplitude de vistas
o mundo e a vida; que se sinta impelido por uma inclinação natural a
comunicar aos outros, e em particular à criança, os frutos do seu
saber e de sua experiência; o homem cuja superioridade pessoal
seja imediatamente sentida pelas crianças, não porem como um
fardo que as oprime, mas como uma força pura, sincera, estimulante;
um homem que una um santo amor pela juventude a capacidade
especial de descer até ela para conduzi-la pelo caminho que lhe foi
assinalado por Deus; o grande professor.

Já Santos Filho (2000) se refere ao professor como o maestro de uma
orquestra, na qual sob sua responsabilidade a regência desses diferentes músicos,
os quais tocam instrumentos diferentes, e são regidos e comandados pelo maestro,
que lhes indica o momento certo de participarem, na qual todos atendem seu
comando, e dele dependem e confiam para realizar o seu trabalho da melhor forma.
Mutti (2003) tem uma boa definição sobre professor, falando que o professor é
o indivíduo que, a par da preparação física, técnica e tática dos seus alunos,
conhece profundamente casa um deles, participa dos seus problemas particulares e
tenta solucioná-los, estimula a amizade entre todos, aconselha e dá bons exemplos
de conduta, orienta, aplaude e censura com bons atos.
Mutti (2003) ainda completa dizendo que o professor necessita ter as
qualidades de comando, ou seja, a capacidade de liderar, ele reforça a questão de
23
que o professor necessita ser um grande educador, tendo a capacidade de motivar
seus alunos a aprender e desempenhar o esporte da melhor maneira possível.
Para Hahn (1988) o professor é o elo da união entre a criança e o esporte,
sendo sua responsabilidade pedagógica mais importante, do que seu papel na
direção das aulas, ao basear-se no princípio de que as falhas elementares nunca se
superam totalmente durante os primeiros processos da iniciação.
Santana (2001, p. 63) fala bem o que a sociedade espera do profissional de
educação física que trabalha com a iniciação esportiva, não importando o local de
trabalho, se é em clubes, escolinhas esportivas ou na própria escola, ele cita que;
O que se espera de um profissional que atue como professor de
Futsal na iniciação é que o mesmo tenha bem claro e definido em
sua metodologia, e demonstre em suas atitudes, uma postura de
orientador. É preciso saber que esse período é de aprendizagem
para criança, tudo que acontecer nesse tempo dos 10 aos 13 anos, é
aprendizagem. Importante para que a criança aprenda a conhecer a
si mesma, o seu corpo, a conviver em grupo, a ter uma postura
madura frente às adversidades, a sentir o gosto da vitória, da derrota,
de jogar, a viver um dia de cada vez, num processo de incorporação
de valores morais constantes.

Santana (2001) fala que o professor tem que saber lidar com a criança, tendo
uma postura de orientador, e ainda acrescenta que até o professor muitas vezes em
que ter a sensibilidade para perceber problemas e se tornar um psicólogo, buscando
ajudar da melhor maneira possível aconselhando o seu aluno.
Fonseca (2007) relata que durante o processo de treinamento, é importante
que o professor lembre-se que ele esta em um processo continuo de
desenvolvimento e aprendizagem, e que a cada dia as experiências vivenciadas por
meio de interações diárias, com indivíduos e situações diversas, estarão trabalhando
para a sua formação. Depende de professor saber captar, entender e meditar sobre
esses pontos, mas o certo é que este será um fator determinante para a evolução do
seu aluno. Portanto, além de manter-se atualizado, uma das maiores virtudes de um
professor é saber escutar, conversar, observar e ter em mente que há sempre algo
novo a aprender.
24

Fonseca (2007) resume as principais funções do professor de jovens e afirma
que deve assumir papeis diversos durante o aprendizado. Cita com as principais
funções: recrutar, congregar, treinar, disciplinar, ensinar, gerenciar, promover,
representar, liderar, julgar imparcialmente, orientar e confortar. Já como principais
papéis: ser educador, orientador, formador, estrategista, disciplinador, administrador,
diplomata, conselheiro, comunicador, psicólogo e substituto dos pais.

CAPITULO 4 O TREINAMENTO DAS PRINCIPAIS CAPACIDADES MOTORES
25

As principais capacidades motoras no esporte podem ser definidas como os
requisitos básicos para o rendimento, a aprendizagem e a realização de ações
motoras específicas, assim como os requisitos motores centrais para o aprendizado
e a realização de todos os movimentos corporais relacionados ao esporte. Estando
relacionadas e limitadas por predisposições genéticas, para atingir níveis ótimos e
desejáveis, tais capacidades necessitam ser desenvolvidas por meio do treinamento
(WEINECK, 2000).
Fonseca (2007) relata que cada movimento do Futsal pressupõe um
encadeamento complexo e sincronizado de diversas ações motoras e metabólicas.
O êxito no esporte, portanto, é também fruto dessa indispensável capacidade de
atingir determinado nível de excelência e desenvolvimento no desempenho de
tarefas que, conforme a modalidade, serão exigidas com maior ou menor influência
no rendimento.
O trabalho de desenvolvimento das capacidades motoras em crianças e
jovens requer os mesmo cuidados maturacionais e biológicos presentes nos
trabalhos de desenvolvimento técnico. Um dos maiores desafios do professor de
Educação Física consiste em saber quando e como essas capacidades motoras
devem ser desenvolvidas, assim como propiciar recursos, níveis de estímulos e
pausas, de forma que o rendimento não venha a se prejudicado futuramente
completa Fonseca (2007).
Weineck (2000, p. 131) mostra muito bem as funções das capacidades
motoras, na qual o autor denomina de requisitos motores;
Os principais requisitos motores – resistência, força, velocidade e
capacidades coordenativas representam condições centrais para o
aprendizado e realização de movimentos corporais relacionados aos
esportes.

E o autor ainda completa a sua afirmação explicando que os requisitos podem
ser subdivididos de modo simplificado e esquemático em capacidades coordenativas
26
e capacidades condicionais. Neste caso, as capacidades condicionais referem-se a,
sobretudo, processos energéticos, e as coordenativas a processos reguladores do
sistema nervoso central.
Fonseca (2007), assim como Weineck (2000), define as capacidades ou
requisitos motores como capacidades motoras coordenativas (âmbito qualitativo),
sendo capacidades predominantemente determinadas por componentes, nos quais
os processos de analise, planejamento e execução de movimentos prevalecem
sobre o dispêndio ou produção de energia (diferenciação sensorial; observação;
representação; antecipação; ritmo; coordenação motora; reação motora e expressão
motora), e como capacidades motoras condicionais (âmbito quantitativo) sendo as
capacidades predominantemente determinadas por processos em que prevalecem a
obtenção e a transformação de energia – isto é, processos metabólicos dos
músculos e sistemas orgânicos (resistência; força; velocidade).
A seguir um resumo das capacidades motoras em relação ao Futsal e a
iniciação esportiva na faixa etária estudada (10 aos 13 anos), mostrando o tipo de
trabalho e onde o professor e o treinador podem trabalhar para um melhor
desenvolvimento dos seus alunos no Futsal.

4.1 Capacidades coordenativas
As capacidades coordenativas servem como base para a execução de
qualquer movimento humano. É necessário ressaltar que, apesar da coordenação
ter como fases sensíveis a infância e a puberdade, muitos docentes ignoram tal
constatação. O profissional de educação física deve ter uma visão global de todos
os processos que fundamentam o desenvolvimento e a aprendizagem de
movimentos. O aprimoramento das capacidades coordenativas é imprescindível
durante a infância, seja na vida como um todo,na iniciação esportiva, ou com um
item importante, no decorrer da evolução motora do ser humano. Desenvolvendo as
capacidades coordenativas, o professor irá garantir que o objeto de estudo desta
área é o movimento humano, ou seja, seu desenvolvimento e aprimoramento
27
(GRECO; BENDA, 1998).
Fonseca (2007) relata sobre o período compreendido (aproximadamente) dos
7 aos 12 anos de idade caracteriza-se como o mais favorável para o
desenvolvimento das capacidades coordenativas. Por esta razão, e em virtude de
um conjunto de ocorrências posteriores, como a puberdade e o desenvolvimento
cognitivo, que fortalecem o desenvolvimento de outras capacidades e habilidades
(força máxima, resistência lática e tática de jogo, por exemplo), o grande trabalho de
desenvolvimento físico nessas idades deve estar focado nas capacidades
coordenativas.
A

base

formada

com

o

desenvolvimento

amplo

das

capacidades

coordenativas nessas fases iniciais facilitará a formação dos processos seguintes
(sejam de desenvolvimento técnico, tático ou físico) no instante em que o foco de
trabalho prioriza o desenvolvimento de outras capacidades que atingem fazer ótimas
de trabalho após a puberdade e com a maturação de determinados órgãos e
sistemas.
Já Weineck (2000) destaca que o aprendizado na primeira tentativa torna-se
cada vez mais freqüente, quando mais a criança desenvolver o seu potencial para o
movimento, isto é, quanto maior for o repertorio de movimentos da criança. E um
bom treinamento das capacidades desenvolve uma formação variada com aumento
considerado do repertorio de movimentos, além de um grande aprendizado de
técnicas esportivas básicas, seguido de um aprofundamento suficiente do aprendido
com uma grande variação de exercícios.
Fonseca (2007, p. 150) completa a afirmação de Weineck (2000);
O período compreendido entre os 10 e 12 anos de idade é, portanto,
a fase de maior capacidade de aprendizagem das técnicas
esportivas, e esta condição pressupõe um fornecimento variado de
experiências motoras nos anos anteriores. Desse modo, conclui-se
uma relação positiva entre a aprendizagem e o aperfeiçoamento
técnico-esportivo, com o desenvolvimento das diferentes
capacidades coordenativas. Há uma relação de proporcionalidade
assim descrita: quanto melhor e mais amplo o desenvolvimento
28
coordenativo, mais eficiente e rápido será o desenvolvimento da
habilidade técnica do jogo.

Em qualquer faixa etária a coordenação motora pode ser entendida como a
mais harmoniosa e econômica interação de músculos, nervos e órgãos do sentido,
cuja finalidade é a produção de ações cinéticas precisas, equilibradas e com
apropriado tempo de reação (FONSECA, 2007).
Uma boa disposição para o movimento e um ótimo nível de desenvolvimento
de habilidades coordenativas são significantes para os aspectos centrais do
treinamento, uma vez que a coordenação influencia diretamente na melhora,
domínio de uma ação motora.
As capacidades coordenativas são necessárias para uma boa condução,
regulação e execução do movimento, permitindo ao individuo identificar a posição do
próprio corpo no espaço e, apropriadamente, sincronizar os movimentos corporais
com menores gastos energéticos e demanda de atenção e elas são divididas em
capacidade de diferenciação sensorial, capacidade de observação, capacidade de
representação, capacidade de antecipação, capacidade de ritmo, capacidade de
coordenação motora, capacidade de controle motor, capacidade de reação motora e
capacidade de expressão motora (FONSECA 2007).
Na capacidade de diferenciação sensorial, Fonseca (2007) relata que a
qualidade de informação sensorial captada determina a qualidade da execução
técnica. Este é o caso, por exemplo, das ações envolvendo contato com a bola, nas
análises dos estímulos ambientais para a tomada de decisão (execução de fintas,
dribles e ações defensivas do goleiro) e nas ações de deslocamento em que o atleta
busca se livrar da marcação, ocupar um espaço vazio ou, então se apresentar como
uma opção valida para receber um passe.
Uma capacidade fundamental na fase de aquisição do processo de
aprendizagem motora é a capacidade de observação, segundo Fonseca (2007), nos
quais as informações visuais predominam. Esta é uma capacidade muito importante
para a tomada de decisão, as movimentações táticas, os deslocamentos e as ações
29
dos goleiros que antecedem a defesa propriamente dita (ajustes da posição para a
conclusão da defesa).
Com a capacidade de representação, Fonseca (2007), relata que uma ação
motora consciente e eficiente na solução do problema apresentado pressupõe
sempre uma imagem do que se desejar, e de como se deseja fazer o movimento. Os
planos de ação compreendidos dentro das movimentações táticas e as jogadas
ensaiadas são exemplos de utilização desta capacidade, que também esta presente
em ações mais dinâmicas, como as tomadas de decisão, características dos dribles
e das fintas.
E com a capacidade de antecipação, Fonseca (2007) afirma que essa
capacidade é particularmente importante quando existe a realização de movimentos
velozes e de habilidades abertas (imprevisíveis e com alto grau de variabilidade),
duas das principais características que compõe o ambiente de jogo no futsal,
estando presente na execução dos planos de ações para fintas e dribles, passes e
chutes, ações defensivas de tomada de bola, ações do goleiro, posicionamento e
ocupação dos espaços na quadra.
A capacidade de ritmo determina o ritmo de uma sincronização ou cadencia
em função do tempo e atua como um guia para o desenrolar da ação motora.
Fonseca (2007) afirma que o controle da velocidade, do tempo de repetição de um
movimento, seja nas ações em que já condução de bola, marcação ou contraataque, exemplificam alguns casos que envolvem o uso desta determina
capacidade.
A capacidade que é usada para a conexão de uma habilidade com a outra de
forma efetiva e harmoniosa é chamada por capacidade de coordenação e segundo
Fonseca (2007) essa capacidade acontece no Futsal nas seqüências de corrida e
salto impulso e lançamento; corrida e chute, estando presentes em todas as ações
do jogo.
Na capacidade de controle motor, Fonseca (2007) conceitua como a
30
capacidade chave para o aprendizado e execução de habilidades como o passe, o
chute e o lançamento do goleiro, entre outras ações do jogo que solicitem precisão
espacial, temporal e dinâmica.
Já a capacidade de reação motora que segundo Weineck (2000) é a
capacidade de responder com uma ação motora rápida e objetivamente em resposta
a um movimento ou sinal. Para o Futsal, Fonseca (2007) destaca a o emprego da
capacidade nas fintas, nos passes, nos chutes e nas defesas do goleiro. Estando
presente em todas as ações do jogo.
Fonseca (2007) conceitua capacidade de expressão motora como a
capacidade de criar os próprios movimentos, segundo as leis da estética, do belo, do
rendimento, criando expressões artísticas e provocando um impacto visual pode ser
exemplificado no Futsal pela plasticidade no movimento de defesa dos goleiros, na
execução de um chute de voleio ou bicicleta, como, por exemplo, na execução dos
dribles.

4.2 – Resistência
Bompa (2002) define resistência como a capacidade de sustentar atividade
física durante longos períodos, é importante para as modalidades esportivas com
duração superior a um minuto. Ela não é apenas um recurso para corredores de
fundo. Uma boa base de resistência é necessária para a maioria dos atletas. Seu
principal benefício para a maioria das modalidades esportivas é suportar o esforço
do treinamento e da competição. Além disso, o atleta com boa base de resistência
terá maior facilidade em lidar com a fadiga de treinamento, os trabalhos escolares e
o estilo de vida industrializada.
De acordo com Weineck (2000), com base no ângulo de analise e na maneira
como a resistência se manifesta, dentro do esporte pode ser classificada em termos
de solicitação do sistema muscular no exercício: resistência geral e localizada;
quanto á solicitação característica de cada modalidade: resistência geral e
especifica; em termos de mobilização energética: resistência aeróbia e anaeróbia
31
(ou glicolítica); quanto à duração: resistência de curta, média e longa duração;
quanto aos principais requisitos motores: resistência de força, resistência de força
rápida e resistência de velocidade.
No Futsal, Fonseca (2007) cita que a resistência pode ser utilizada em
repetições executadas com padrões elevados de performance de movimentos
envolvendo força e precisão. Além de ser utilizada em execuções constantes e
seqüenciais de mudanças de direção e deslocamento em geral. Na capacidade de
repetir movimentos rápidos sem a perda da eficiência motora. Em recuperações
ativas dos jogadores de quadra e do goleiro e na manutenção do padrão e das
ações de jogo.
No treinamento de resistência para crianças de 10 a 13 anos, Weineck (2000),
define que o treinamento presta-se sobre tudo à obtenção de uma boa resistência
básica e, com isto, a melhora da capacidade aeróbia, devendo ser empregada em
todas as oportunidades possíveis em pequenos e grandes jogos, sempre atendendo
as características psicofísicas da criança e jovens.
Concluindo sobre o treinamento na fase de iniciação, Fonseca (2007)
demonstra mostrar ao professor e treinador que o foco do treinamento da resistência
na infância não deve ser elevado a níveis máximos, e sim que deve ser trabalhado
concentrado na coordenação motora e no desenvolvimento que propicie uma boa
base para, posteriormente, numa fase mais avançada, convergir os trabalhos para
as especificidades da tarefa e das solicitações reais de jogo.

4.3 Força ou potência
Em termos simples, define-se força ou potência como a capacidade de aplicar
esforço contra uma resistência. Ela melhora o desempenho e a execução de várias
habilidades esportivas. Todas as habilidades que os atletas precisam desempenhar
contra resistência serão beneficiadas com a melhora na força. Por exemplo, no
esporte, a resistência é produzida pela água na natação e no remo, força de
32
gravidade na corrida e no salto, e pelo adversário na luta romana, nas artes marciais
ou nos esportes coletivos (Bompa 2002).
No Futsal, Fonseca (2007) conceitua a força rápida ou potência, é a mais
importante manifestação de força, estando presente em todas as ações executada
durante o jogo, e ainda aplica exemplos importantes para o Futsal, como: A
execução da força no futsal para velocidade de movimento na execução do chute,
para potência de chute, passe e lançamentos, para as fases iniciais de sprints e
acelerações (arranques), para o trabalho das seqüências rápidas de ações
defensivas executadas pelo goleiro e de lançamentos longos e rápidos durante as
partidas, a força também é empregada para as situações de paradas bruscas e
mudanças de direções dos atletas, além das situações de proteção de bola e das
disputas de bola dividida contra adversários.
Weineck (2000) cita que o trabalho de força ou potência na infância é
organizado quase exclusivamente a partir do exercício lúdico que favorecem o
desenvolvimento

da

coordenação.

Um

trabalho

complementar

pode

ser

paralelamente empregado, com a finalidade de evitar desequilíbrios musculares
decorrentes de um desenvolvimento muito unilateral. Na iniciação esportiva, o
trabalho de força ou potência deve ser empregado somente quando extremamente
necessário,

não

visando

o

desenvolvimento

de

força

máxima,

mas

o

desenvolvimento da força ideal necessária para o bom desempenho em uma
modalidade esportiva. Apesar da importância do desenvolvimento da força e
potência para a força de velocidade,a instrução da força máxima na infância e na
juventude somente pode ser feita através de jogos e brincadeiras (lutas, cabos de
guerra, jogos de empurrar, sacos de areias, medicine Ball).

4.4 Velocidade
Bompa (2002) conceitua a velocidade sendo importante para a maioria dos
esportes porque grande parte dos atletas precisa correr, movimentar-se, reagir ou
mudar de direção rapidamente. O termo velocidade incorpora três elementos,
33
incluindo-se o tempo de reação (a reação motora a um sinal), o tempo de movimento
(a habilidade de mover determinado membro rapidamente, como nas artes marciais,
no rebote ou no passe de bola) e velocidade de corrida (incluindo-se a freqüência do
movimento de braços e pernas).
Para o Futsal as situações que envolvem velocidade acontecem, na opinião
de Fonseca (2007), acontecem nas mais varias situações, em uma delas o autor cita
a velocidade de ação com a bola, que esta relacionada com a capacidade de
executar habilidades técnicas especificas (condução, passe, chute) em relação aos
movimentos de jogo.
Outra situação que acontece no Futsal em relação com a velocidade é na
ação sem a bola, Fonseca (2007) cita que é a situação onde acontece uma relação
com a capacidade de executar ações rápidas sem a bola (fintar, desmarcar-se,
saltar, dividir uma bola e mudar de direção assim como em varias outras situações.
A velocidade de reação, esta relacionada com a capacidade de reagir a um
estímulo prévio ou a uma determinada ação/situação, para o Futsal Fonseca (2007)
exemplifica as ações defensivas do goleiro ou chutar uma bola após um rebote do
goleiro.
Para a velocidade de tomada de decisão, Fonseca (2007), relaciona com a
capacidade de decidir rapidamente o que fazer diante de uma situação ambiental em
constante variação, para o Futsal presentes nos dribles.
Na velocidade de antecipação Fonseca (2007) relata que relacionada com a
capacidade de prever uma ação com base na probabilidade existente e nos
estímulos apresentados em uma dada situação.
A velocidade de percepção mostra que esta relacionada com a capacidade de
processar estímulos por meio dos órgãos do sentido e, com base neles,Fonseca
(2007)cita que as decisões partam de uma variedade de escolhas em uma situação
particular.
34

E por fim Fonseca (2007) cita a velocidade de ação de jogo como a
velocidade relacionada com a capacidade de tomar decisões corretas, criar e
executar ações de acordo com a realidade técnica e tática, assim como a situação
do jogo, num tempo hábil.
Para o trabalho de velocidade para crianças de 10 a 13 anos, Weineck (2000)
destaca que a velocidade de corrida continue aumentando em relação a anos
anteriores de vida, porem não se observa uma melhora adicional na velocidade
cíclica e acíclica, mostrando que somente uma pequena parte dos componentes
elementares da velocidade são influenciáveis e responsáveis pelo aumento da
velocidade de corrida. Para que possa ocorrer uma melhora da velocidade nos
treinamentos outros fatores precisam ser levados em consideração, fatores como a
força, levando os níveis a um considerável aumento. Levando ainda em
consideração o interesse por distancias curtas, variadas e lúdicas das crianças
durante os treinamentos.

4.5 – Flexibilidade
Na definição de flexibilidade, Fonseca (2007), cita que vários autores definem
como a capacidade condicional; outros, por sua vez, preferem tratá-la como uma
capacidade única e diferenciada. Independentemente de classificação, ambos
grupos concordam com o fato de que a flexibilidade esta relacionada com a
capacidade de movimentos articulares, de modo amplo e em todas as direções
possíveis.
Segundo Zakharov (1992, apud FONSECA, 2007), a flexibilidade é a
capacidade física do organismo humano que condiciona a obtenção de grande
amplitude durante a execução dos movimentos. Um bom nível de desenvolvimento e
manutenção da flexibilidade contribui para a execução de movimentos com grandes
amplitudes de oscilação e participação de varias articulações. A boa flexibilidade é
traduzida como a suficiente capacidade de movimentação do sistema articular e do
35
alongamento muscular (elasticidade).
No Futsal a flexibilidade é especificamente importante para os níveis
articulares e esta relacionada com a boa performance dos sistemas de alavancas
(relacionados à amplitude do movimento) presentes, por exemplo, na ação
especifica no balanço da perna do chute. A flexibilidade também é importantíssima
para a integridade da saúde muscular (reduzindo o numero de lesões) e para a
manutenção de uma postura corporal equilibrada e sem sobrecargas. (Fonseca,
2007).
Para Bompa (2002) o treinamento da flexibilidade para a criança na faixa de
10 a 13 anos devera ser bem estimulada, para que seja desenvolvida uma maior
amplitude dos movimentos durante para pratica dos exercícios. Nessa faixa etária
quando as crianças começarem a desenvolver músculos maiores e mais fortes,
acontece um declínio na flexibilidade e com isso quando atingirem o grau de
flexibilidade desejado, o objetivo do treinamento passa a ser a manutenção, sendo
importante, pois durante os anos a flexibilidade diminui com a inatividade e com isso
pode acontecer lesões.

CAPÍTULO 5 AS TÉCNICAS INDIVIDUAIS NO FUTSAL
36

Voser (1999) descreve técnica com uma infundável série de movimentos
realizados duante uma partida, tendo como base os fundamentos do Futsal.
Para Saad (1997), na teoria, as técnicas são pré-requisitos para que a criança
desenvolva o jogo mas na pratica a forma de ensino é a decomposição do jogo até
chegar nas técnicas, sendo assim o aluno tem dificuldade na hora do jogo, pois não
depara com as situações de jogo durante os treinos, isso prejudica um pouco o
aprendizado.
Ainda Saad (1997) cita sobre a técnica do Futsal que;
Para o ensino-aprendizagem da técnica, requer do professor
transformar situações de jogo mais freqüentes em atividades em
grupos. Devemos oportunizar a criança atividades semelhantes às
situações reais de jogo, de maneira que a criança desenvolva
também a sua capacidade tática.

Segundo Melo e Melo (2007, p.53) “O Futsal assim como qualquer outra
modalidade esportiva, existem movimentos básicos para executar com um menor
gasto energético e a máxima precisão.”
O passe, o drible, a recepção de bola, o chute, condução e controle de bola, o
cabeceio, e a marcação, são considerados fundamentos básicos, sendo que a
técnica consiste em fazer esses fundamentos. (Mutti 2003)
Para Melo e Melo (2007) A antecipação e o deslocamento também fazem
parte dos fundamentos básicos do Futsal.
Segundo Garcia e Faílla,(1986, apud MELO e MELO, 2007,p.53)
“Diz que a técnica é o domínio do gesto próprio do jogo, através do
qual o jogador obtém os melhores resultados. Dizem ainda que as
técnicas os propiciam as regras práticas de execução dos
movimentos de passe, recepção, conduzir a bola, chutar e
arremessar”.
37
As citações acima dizem que a técnica seria o movimento básico para que
qualquer pessoa possa praticar o futsal, sendo esses fundamentos uma pratica
comum do jogo.
Para Melo e Melo (2007) Quanto maior e melhor a coordenação motora, mais
fácil o aprendizado dessas técnicas, auxiliando também na melhora do psicológico,
do físico, no deslocamento e no cognitivo.
A excelência no domínio dessas técnicas faz com que aja essa diferença
entre um jogador e outro, podendo ser considerado até um craque esse jogador que
executa essas técnicas com perfeição e um alto grau de eficiência. (MUTTI 2003)
Como foi dito nas citações acima, pra uma boa execução desses
fundamentos, é preciso que a criança tenha um bom repertorio motor, podendo fazer
a diferença na hora da execução desses fundamentos.
Para se alcançar o melhor desempenho dessas técnicas individuais durante
uma partida, o treinamento a seu utilizado é o de atividades planejadas com a
execução sistemática (MELO;MELO, 2007).
O ensino dessas técnicas visa desenvolver a habilidade que o jogador possui,
procurando o aperfeiçoamento do que lhe é nato. Esses movimentos somente serão
bem executados quando forem automatizados (MUTTI 2003, p 33).
Segundo Mutti (2003) Ao automatizar essas técnicas, dependendo do grau,
sua eficiência em realizá-la, vai fazer com que essa técnica se torne um movimento
reflexo. Na fase inicial isso não vai ser atingido, devido à assimilação e adaptação
aos gestos, obrigando a criança usar o raciocínio, a medida que ocorre o
desenvolvimento, acontece a automatização ate que o aluno execute os movimentos
automaticamente, sem pensar.
Mutti (2003) ainda completa que a repetição do movimento e o tipo de
treinamento utilizado para determinado fundamento, determinará uma maior ou
38
menor capacidade de desenvolver com êxito a técnica, o tornado automático com a
evolução do aluno.
Para treinamento da técnica na faixa etária estudada, entre 10 a 13 anos,
Weineck (2000) afirma que o professor e treinador contam com a melhor faixa etária
para a aprendizagem, porem atenta ao fato de que a criança não deva passar logo
para as seqüências complicadas de movimentos, sendo que essas seqüências
devem ser trabalhadas nas idades posteriores.
Para o trabalho das técnicas no Futsal, Santana (2001) conceitua que os
fundamentos representam o próprio jogo e deverão ser vivenciados pela criança
intensamente. Sem a preocupação de ensinar a criança a chutar, passar, driblar,
seguindo o modelo de treinamento para adulto, o autor defende é a orientação em
diversas direções valorizando a ação da criança.
Fonseca (2007) cita que os treinadores precisam ter me mente que a
liberdade para o erro é parte fundamental do processo de aprendizagem e
conscientização na iniciação, com isso a criança deve vivenciar o aprendizado da
técnica de varias formas e de diversas maneiras.
Santana (2001) cita que em uma simples atividade, lúdica, por exemplo, o que
pode ser uma brincadeira despretensiosa mas que, na verdade, envolve uma serie
de valores da técnica do Futsal contribuem muito para a formação da técnica na
criança, sendo que nessa atividade ela não deixou de realizar os fundamentos, elas
driblaram, passaram, marcaram, chutaram deslocaram-se, conduziram e dominaram
a bola.
Autores como Lucena (2002), Mutti (2003) e Melo e Melo (2007) afirmam que
os principais fundamentos realizados na técnica do Futsal são: Passe, Recepção ou
Domínio, Condução, Drible, Finta, Chute, Marcação, Cabeceio e por ultimo as
principais funções dos Goleiros. Na seqüência os autores citados acima definem
com suas classificações e objetivos os fundamentos da Técnica do Futsal.
39

5.1 Passe
Passe, um artifício usado pelo jogador à ponte de que a bola chegue limpa ao
outro jogador para que ele passa o gol ou passe a bola novamente a um
companheiro em melhores condições que ele.
Melo e Melo (2007) O objetivo final do passe e fazer o gol, executado de
forma eficiente para o companheiro recebe lá em ótimas condições.
O avanço dos jogadores, e a comunicação entre si, são caracterizados pelo
passe, assim tornando o jogo coletivo (MUTTI 2003)
Segundo Lucena (2002 p.9) Passe é a ação de enviar a bola a um
companheiro ou determinar setor do espaço de jogo.
A classificação do passe pode ser feita de acordo com a distância percorrida
pela bola, e o seu trajeto até o companheiro. Em relação à distância os passes são
caracterizados como curtos até quatro metros, médios de quatro a dez metros e
longos de dez metros em diante, e em relação à trajetória o passe rasteiro,
parabólico e meia altura (MELO;MELO 2007).
Mutti (2003) fala alem do passe longo e do passe curto, do passe cavadinho,
sendo um movimento rápido, feito com a parte da ponta do pé, levantando a bola de
baixo para cima, ele diz também que o passe longo é feito com o dorso do pé e o
passe curto, é executado com a parte externa e interna do pé.
Segundo Melo e Melo (2007); Ferreira (2002) Existe a classificação do passe
relacionado à sua execução feita com os pés, com a parte interna e externa do pé,
dorso, e solado, também falam na fase do espaço de jogo, sedo ele, Passe lateral,
passe em diagonais e passe na paralela.
Na fase da execução do passe, Melo e Melo (2007) acrescenta o passe de
40
bico e Lucena (2002) a parte anterior do pé.
Lucena (2002) cita que apões a ação do passe a bola pode traçar diferentes
trajetórias conforme as situações do jogo e próprio tipo de passe executado.
Lucena (2002) cita que o passe de habilidade é aquele em que o aluno tem
total controle motor, abrilhantando o jogo, com encaixe preciso entre o tempo e o
espaço da chegada do outro jogador, sendo esses passes de coxa, de peito, de
cabeça, de ombro, de calcanhar e parabólico ou cavado.
5.2 Chute
Mutti (2003) diz que o chute tem uma importância fundamental para se
alcançar o objetivo do Futsal que é o gol, basicamente seus princípios são iguais ao
do passe, acarretando em um controle maior na direção e na força com aplicação.
O chute é a maneira de golpear a bola visando o gol ou desviar a mesma de
um local que traga perigo a sua equipe, estando ela parada ou em movimento
(MELO;MELO 2007,p74).
Costa (2003, apud MELO;MELO 2007) afirma que o chute tanto pode ser na
defesa, para tirar a bola da sua meta defensiva, ou na fase ofensiva, para fazer o gol
sendo assim a técnica mais importante no Futsal.
Segundo Voser os chutes podem ser ofensivo ou defensivo, ofensivo tem
como objetivo finalizar as ações do ataque e defensivo, tem como objetivo impedir
as ações de ataque e ainda que existem tipos de chutes, rasteiro, meia altura, alto e
parábola, enquanto para Lucena (2002) fala que os tipos de chutes são rasteiro,
meia altura e alto.
Para Melo e Melo (2007) existem alguns fatores fundamentais, para que
ocorra um bom chute, posição do pé de apoio, equilíbrio do corpo, posição do pé de
ataque e a força que se imprime na bola.
Posição do pé no chute, bico ou peito de pé, posição do pé que não chuta
41
base, posição do joelho da perna que chuta fletido para impulsão da e posição do
corpo e da cabeça no momento do chute, equilíbrio (VOSER 2003).
Lucena (2002) afirma que para a execução do chute, existe varias maneiras
em diferentes ações, chute simples, chute bate–pronto, chute de voleio, chute de
bico, chute de cobertura.
Para Fonseca (2007) cita que os tipos de chutes podem ser com a parte
externa ou interna e dorso do pé, sendo considerado simples, chute chamado de
chute de habilidade seria o chute de bico e calcanhar, chute de voleio,sendo
executado com a parte do dorso do pé tendo que ter uma enorme habilidade, o
chute de bate (pronto é realizado com a parte do dorso,externa e interna do pé,e o
parabólico realizado com a parte ântero) superior do pé e que os erros mais comuns
acontecem quando esta sem estar em equilíbrio não imprimindo a força necessária
ao chute.

5.3 Condução
Segundo Mutti (2003) a condução é o ato de condução da bola, para qualquer
parte da quadra para o outro. Já Melo e Melo (2007) define condução como o modo
que o jogador carrega a bola no local do jogo, a deixando o quanto mais próximo
possível do seu pé, assim facilitando a rapidez de alguns movimentos a serem
executados.
Apolo (2004, apud MELO;MELO 2007, p 65) define condução como o ato de
locomover-se com a bola através de toques sucessivos por todos os possíveis
espaços do jogo.
Para Melo e Melo (2007) a condução de bola pode ser com a sola do pé,
Tanto com face externa ou com a face interna do pé, e também pode ser classificada
de acordo com a trajetória da bola, podendo ser retilínea ou sinuosa.
Lucena (2002) afirma que tanto na fase retilínea, quanto na fase sinuosa, as
42
partes do pé ao tocar na bola podem ser a sola, a parte interna e externa do pé.
Para Mutti (2003) ao conduzir a bola, o atleta tem que ao receber a bola
levantar a cabeça e observar o jogo, conduzindo com a parte externa do pé
com toques leves para que a bola fique sempre perto.
Melo e Melo (2007, p.66), definem condução da seguinte forma;
Condução com a parte externa do pé é a mais utilizada. Quando há
necessidade de conduzir a bola com velocidade é com a parte
externa do pé que a bola é conduzida. Durante a condução a bola
deve estar sempre perto do pé, do jogador, o que dificultara a tomada
pelo adversário. Condução com a parte interna do pé não é muito
utilizada pelos jogadores, porem, em certas situações do jogo ela
deverá ser utilizada, principalmente quando houver necessidade de
proteger a bola do adversário durante a condução.

5.4 Drible
Segundo Mutti (2003) diferencia a finta do drible, sendo que a finta é ação
feita sem a bola para desequilibrar o seu marcador, e o drible sendo uma arte inata,
combinado outros recursos para obter o principal objetivo, passar do seu oponente o
desequilibrando, e o driblador com a bola ainda em seu controle, sendo considerada
uma ação feita por si só ou individual.
Garcia e Faílla (1986, apud MELO;MELO 2007 p.70) Define o drible como a
técnica de iludir o adversário, tendo a finalidade de ultrapassá-lo sem perder a
posse, o domínio da bola e estar em perfeito equilíbrio.
Lucena (2002) cita que o drible aconteça, o driblador tem de ter alguns
recursos como a noção de espaço, tempo de reação, capacidade de improvisar, uma
execução veloz e coordenação, também podendo acontecer tanto com o adjetivo
ofensivo, estar o mais próximo da meta do oponente, e defensivo, na proteção a
posse de bola.
O drible tanto pode ser executado devido a classificação com os pés e com o
43
corpo. Com o pé ou com o corpo, o drible pode ser executado tanto em
deslocamento quanto parado. (LUCENA 2002)

5.5 Marcação
Para Apolo (2004, apud MELO;MELO 2007, p 80) define a marcação como
nada mais que impedir a progressão, pelos espaços de jogo, de um oponente em
passe de bola. Já para Lucena (2002) a marcação é o ato de impossibilitar que seu
adversário receba essa bola, e à tela em sua posse, caminhe nas dimensões de
espaço da quadra.
Já para Mutti (2003) a marcação é executada pela equipe que esta sem a
bola, nos jogadores com a bola e sem a bola, dificultando um determinado jogador a
receber essa bola. Existem alguns fatores para que essa marcação funcione bem,
em um jogador sem a bola. Independente da marcação proposta pela sua equipe
tem de seguir o jogador na sua movimentação, ficar perto do seu adversário e não
fixar o olhar somente na bola.
Marcação individual é a marcação a um determinado adversário, podendo ser
total ou parcial, marcação por espaço ou zona, seria a marcação feita por ocupação
das dimensões da quadra e marcação mista, seria a junção das duas marcações por
zona ou espaço ou mista. (LUCENA 2002)
Segundo Melo e Melo (2007) divide as técnicas de marcação, sendo elas a
técnica de aproximação, sendo feita próximo do adversário mais não muito perto,
pois pode estar desequilibrado, portanto essa abordagem só dever ser feita quando
seu corpo estiver em equilíbrio para fazer essa aproximação e a técnica de
abordagem, com o corpo equilibrado, se aproximar do adversário para ter essa
posse de bola, ou não facilitar o passe do seu adversário.
Na ação de marcar individualmente, é importante que não se marque
a bola após a ação do passe do oponente, e sim o seu deslocamento
44
(LUCENA 2002, p 61).
Mutti (2003) afirma que essa marcação no oponente que esta com a bola,
deve ser feita para apenas tocar a bola, com uma perna a frente e outra para traz,
sendo um apoio pra impedir o movimento do seu oponente. O chamado bote deve
ser feito com o corpo mais perto do seu oponente, caso o bote for longe do corpo do
seu oponente, não conseguira se recuperar na jogada.

5.6 Cabeceio
Segundo Melo e Melo (2007) quando você bate na bola com a parte da
cabeça, é caracterizado o cabeceio, o ser ofensivo, para alcançar o objetivo do jogo,
o gol, quanto defensivo, para tirar a bola da meta defensiva da sua equipe.
O cabeceio pode ser usado para varias ocasiões, tirar a bola da meta
defensiva, na meta ofensiva, no caso para fazer o gol ou para passar a bola para
outro companheiro, podendo ser utilizado parado, em movimento ou correndo e
também nas mais diversas direções, para cima, para baixo, para frente, para traz, e
para os lados. (MUTTI 2003)
Para Fonseca e Silva (2002, apud MELO;MELO 2007, p 84) define cabeceio
como a ação realizada para dar seqüência ao deslocamento da bola em quanto
estiver no ar.
Para Mutti (2003) a melhor maneira de se realizar o cabeceio e de olhos
abertos, assim o atleta observa a trajetória da bola tanto na chegada ao seu
encontro, quanto na saída, trajeto ao gol, boca fechada, feito com a testa, parte
frontal da cabeça, aumentando assim o impacto do cabeceio.
Para Teixeira (1979, apud MELO;MELO 2007) cita que o cabeceio pode ser
utilizado de varias maneiras, tanto na parte defensiva, ofensiva e para realização de
um passe.
45
5.7 Goleiro
Para Costa (2003), o goleiro é o jogador especializado da equipe e a sua
tarefa é a defesa da meta contra as investidas do adversário é o único que pode
utilizar as mãos dentro de sua área, respeitando as regras.
Fonseca (2007) completa a definição de goleiro, descrevendo que o goleiro
de Futsal também precisa executar outras funções importantes como iniciar as
ações de contra-ataque, organizar a defesa, articular jogadas e acionar as melhores
opções de jogo durante as reposições de bola.
Segundo Costa (2003) os principais fundamentos a serem trabalhados pelo
goleiro são: empunhadura, defesa alta, defesa baixa, reposição, lançamento, saída
de gol, e realizar os fundamentos dos jogadores de linha (passe, condução,
recepção, etc.).
No treinamento para goleiros na iniciação, na faixa de idade estudada no
trabalho (10 a 13 anos), Fonseca (2007) considerara que o professor ou treinador
devem conduzir trabalhos específicos para a função, entretanto esse trabalho deve
prosseguir com o foco nos processos de desenvolvimento das capacidades básicas
(velocidade, coordenação, ritmo, e entre outras), sendo vivenciadas com e sem a
presença de bola.
Entre os vários exercícios, Fonseca (2007) sugere treinamentos que
envolvam recepção e amortecimento da bola com as mãos; a coordenação motora
(óculo-manual e óculo-pedal em especial); trabalho de pés e mãos, separados e
coordenados; e técnicas de recepção (empunhadura da bola).
Fonseca (2007) chama a atenção para que professores respeitem as
características da faixa etária estipulada para conseguir desenvolver as técnicas de
queda (com e sem salto); os diferentes tipos de posicionamento e posturas; as
defesas em diversas situações; as técnicas de lançamento (reposição de bola); e a
habilidade do goleiro com os pés (já que no Futsal, o goleiro desempenha funções
46
de finalização de armações táticas em determinadas situações do jogo), lembrando
ainda que esses treinamentos não devem exigir uma performance compatível com o
alto nível, sendo apenas exercícios de iniciação, levando em consideração todos os
fatores citados e diagnosticados por todos autores no trabalho.

CAPÍTULO 6 – DESENVOLVIMENTO TÁTICO NO FUTSAL
47
Em relação ao desenvolvimento tático o professor de Educação Física deverá
tomar um cuidado com os modelos existentes nas aulas de Futsal. Em muitos casos,
quando é realizado um trabalho sobre a tática, muitos professores realizam modelos
já prontos e desenvolvidos para as categorias maiores não respeitando a
individualidade de seu aluno e com isso pulando etapas. O capítulo elucida as
características dos alunos para que os professores possam iniciar taticamente os
alunos iniciantes do Futsal.
Weineck (2000) cita que a tática desportiva se baseia na capacidade cognitiva
(conhecimento tático, inteligência de jogo) e a técnica adequada. E que a aplicação
da tática é aplicada quando o atleta dispõe da técnica necessária e da capacidade
psicofísica (segurança, agressividade, sentido de equilíbrio, resistência a stress e
perturbações etc.).
Segundo Zech (1971, apud WEINECK, 2000), tática é a capacidade de
desempenho individual ou em time de oposição a um adversário.
Rose Junior (2006) completa que a decisão dos sistemas posicionais
(sistemas táticos) e das ações de jogo a serem empregadas durante o jogo depende
de fatores como: capacidade técnica da sua equipe e da equipe adversária,
dimensões da quadra, regulamento, condições físicas, aspectos psicológicos e
condições especiais ocorridas durante a partida (ex.: expulsão).
Greco e Benda (1998) classificam as táticas de acordo com o comportamento
dos atletas em relação à situação concreta do jogo como tática individual sendo o
resultado de um processo de elaboração, onde intervêm as capacidades físicas,
técnicas, táticas, teóricas e psicológicas. É o comportamento de um jogador que
através de sua ação consegue interpretar, no tempo, espaço e situação, movimentos
dirigidos a um determinado objetivo.
Já Greco e Benda (1998) afirmam que a tática nos jogos esportivos coletivos,
esta relacionada com fatores espaço – tempo – bola – adversário numa situação de
jogo, representando para o atleta, uma tarefa ou um problema de decisão,
48
considerando que esta decisão significa possuir, antecipadamente um objetivo na
ação. Concluindo ainda que o atleta deve estar preparado e treinado para
determinadas situações que solucione os problemas do jogo.
Mutti (2003) define que a tática é o estudo, a orientação e a execução de
manobras ofensivas e defensivas de uma equipe durante o jogo. É a preparação da
equipe por meio de instruções básicas e especializadas que, ao lado de informações
sobre o adversário, são planejadas com a finalidade de vencer a partida.
Voser (2003,p. 150) resume claramente o que pensa sobre a iniciação tática ;
No jogo de Futsal propriamente dito os jogadores são envolvidos na
situação de ataque, que corresponde à armação do ataque,armar a
oportunidade de um chute a gol e também a situação de defesa que
envolve desarmar o ataque, cobrir a área de gol e por fim a defesa
do gol. O “jogo” é o veiculo que possuímos para implementar os
conhecimentos táticos da criança.

Em relação à tática, Fonseca (2007) relata que as ações ofensivas e
defensivas no Futsal estão relacionadas e interligadas com a performance de cada
um dos jogadores e são desenvolvidas em uma atmosfera rica e dinâmica.
Compreendida dentro das linhas de demarcação que determinam o espaço hábil de
jogo, a quadra é um palco de ações simultâneas de jogadores e treinadores.
Pinto e Garganta (1995, apud, Fonseca, 2007) descrevem que a finalidade de
cada situação apresentada durante o jogo, à relação entre as equipes em disputa,
as ações de ataque e defesa, e a contínua necessidade de cada jogador em ser
coerente com as sucessivas mudanças no jogo são elementos que impõe mudanças
alternadas de comportamento e atitudes a todo instante da partida.
Se toda posse de bola é transferida de uma equipe para a outra, por exemplo
essas modificações ocorrem instantaneamente e, desse modo, todos os jogadores,
independentemente de seu posicionamento na quadra, podem passar da posição de
atacantes e do objetivo de fazer o gol para a posição de defensores, com o objetivo
de evitar o gol e retomar a posse de bola, e vice-versa (GRECO, 1998).
49
A segunda tática é a chamada tática de grupo onde Greco e Benda (1998)
classificam as ações coordenadas entre dois ou três jogadores baseadas na
seqüência de intervenções individuais que objetivam fundamentalmente, a
continuidade da ação conforme o conceito tático geral do jogo e o objetivo final do
mesmo.
E por último os autores citam a tática coletiva que é uma sucessão simultânea
de ações de três ou mais jogadores estabelecidos previamente que permite
relacionar as possíveis respostas dos adversários e submetê-las à própria intenção.
De acordo com a classificação de tática Andrade Junior (2009), conclui-se que
o atleta deve ter o conhecimento teórico das situações especificas do Futsal para
aplicar dentro de um padrão de movimentos estabelecidos através do grupo,
objetivando obter vantagem no jogo seja para marcar ou para defender.
Andrade Junior (2009) cita que os professores devem conhecer as
capacidades táticas para desenvolver melhor as aulas, podendo suprir melhor as
falhas ou dificuldades dos alunos e com isso proporcionar uma melhor qualidade no
aprendizado.
Mutti (2003) emprega que a tática é diferente da técnica, que é automática.
Os alunos executam os fundamentos sem pensar, pois os gestos técnicos (passe,
chute,domínio, etc.) são realizados por reflexo, uma vez que estão sob a área de
ação da medula, que controla os impulsos nervosos. Já a tática exige raciocínio, os
alunos têm que pensar naquilo que vão realizar em cada situação de jogo: os
padrões de movimentos, os posicionamentos, as jogadas não acontecem por
reflexo, mas sim depois que o cérebro processou uma informação, racionalizou e
decidiu executar uma ação.
Aos professores, portanto, caberá a função de estimular os alunos a pensar,
determinando algumas obrigações táticas chamando a atenção quando não as
cumprem. Tanto técnico com alunos devem estar cientes de que o Futsal é um
esporte coletivo; assim, os alunos devem jogar de maneira homogênea, sempre um
50
ajudando, corrigindo ou facilitando o trabalho do outro. Para que essa condição seja
alcançada, os alunos devem estar o tempo todo concentrados e pensando no que
fazer em cada situação do jogo (MUTTI, 2003).
Weineck (2000) destaca que para crianças entre 10 e 13 anos é
especialmente adequado o aprendizado tático, técnico e ampliação do repertorio
motor, devendo ser acompanhado do desenvolvimento intelectual, pois é fato
comprovado que a capacidade de desempenho esportivo esta relacionada à
capacidade intelectual. E com isso a capacidade de reconhecer regras e de
diferenciar o essencial do acidental também é pré-requisito para a rapidez e a
qualidade do processo de aprendizado técnico e tático.
Mutti (2003) cita e exemplifica para o Futsal o que foi conceituado por
Weineck, relatando que no Futsal muitos professores encontram problemas nas
categorias menores, pois com a criança sem estar totalmente desenvolvida no seu
poder de concentração, e ainda sem o seu sistema cognitivo plenamente
desenvolvido, não adianta simplesmente dizer para que ela toque a bola no espaço
ou correr no vazio; ela pode interpretar de modo incorreto ou nem entender o que
isso significa. Nesse caso o caminho seria mostrar, por exemplo, o espaço a que se
referiu.
Outro fator complicador citado por Mutti(2003) é que em algumas situações
ocorre que o professor encontra dificuldades para se expressar e com isso muitas
dificuldades para fazer as crianças entenderem, dificultando o ensino da técnica
para essa faixa etária.
Santana (2001) defende a idéia na qual a criança possa “ficar solta na
quadra”, possa errar, e amadurecer com os seus erros. Que ela possa vivenciar e
não adquirir a experiência dos outros. Que ela possa construir o seu conhecimento e
abstrair, a partir do seu conhecimento já adquirido. Santana ainda cita que os
professores devem parar de poupar as crianças do direito de errar e ainda que
devem poupá-las dos ensinamentos “corretos”. O importante para a criança
vivenciar as atividades, o jogo e o esporte de forma livre, exercendo sua criatividade,
51
pois, acredita-se ser este o estimulo para que ela vá se tornando um ser
transformador, independente, seguro, livre e com identidade própria.
Voser (2003) afirma que os professores, devem, através de metodologias
apropriadas para a criança, proporcionar o maior numero possível de vivencias
motoras, incluindo não só os fundamentos técnicos, mas também a liberdade de
ocupações de todos os setores da quadra, bem como o entendimento real da
concepção do jogo, indicando ao jovem iniciante a oportunidade de vivenciar todas
as posições do jogo.
Santana (2001) cita que para a faixa etária dos 10 aos 13 anos o professor,
deve começar a introduzir os sistemas básicos do Futsal e suas manobras
decorrentes, assim como na parte defensiva, a marcação correta dos sistemas,
laterais, escanteios, faltas. A criança deverá saber o que esta fazendo, o porquê e
para que está fazendo. Sendo que esse momento é propício para a iniciação devido
à criança já possuir uma maior capacidade de concentração, e o interesse por um
esporte específico, sabendo lidar com informações que lhe dê condições para
melhorar o seu jogo.
E para concluir, de acordo com as citações dos autores acima sobre a tática
esportiva no Futsal para crianças de 10 a 13 anos Andrade Junior (2009) propõem
que deve o sistema de jogo 2 X 2 e o sistema 3 X 1, podem ser iniciados sabendo
que cada posição tem uma função a realizar, e que todos devem passar por todas as
funções.
O sistema 2 X 2 é um sistema que utiliza dois jogadores na defesa e dois no
ataque. É o sistema de jogo mais simples que uma equipe pode adotar. Exemplo do
sistema 2 X 2, onde a saída se faz com tabela simples, aproximação em diagonal,
ou lançamento direto do goleiro, para realizar a função do pivô e não apenas
lançamento para dentro da área. (Andrade Junior, 2009).
O sistema 3 X 1 se caracteriza pela existência de um jogador fixo na defesa,
dois alas que fazem o vaivém de defesa e ataque e um pivô que joga sempre mais
52
adiantado, tanto quando ataca como quando defende. É um sistema em que a
equipe ataca e defende com três jogadores. Exemplo do sistema 3X1, onde o
jogador que esta no meio, se movimenta pra receber a bola ou para abrir espaço.
(MUTTI, 2003).

CAPÍTULO 5 CONCLUSÃO
53
Através do estudo de vários autores, podemos afirmar que o trabalho de
iniciação do Futsal para a faixa etária estipulada, entre 10 a 13 anos, é uma faixa
onde o professor deve desempenhar um trabalho com grande responsabilidade,
conhecendo as características de seus alunos para que possam realizar as aulas
nas características necessárias para o melhor desempenho.
Devido à grande responsabilidade, muitos autores defendem que os
exercícios dirigidos ao Futsal durante a iniciação devem utilizar do lúdico para que
as crianças aprendam aos fundamentos por si próprios, errando e acertando durante
situações do jogo propriamente dito.
No decorrer da faixa etária estudada o trabalho tático poderá ser iniciado,
devido à criança já possuir uma melhora na atenção e na capacidade de
concentração e com isso os sistemas iniciais do futsal como o 2 x 2 e o 3 x 1 podem
ser desenvolvidos.
O que o profissional de Educação Física envolvido com na pratica do Futsal
deve desempenhar e compreender é que as crianças necessitam de uma formação
adequada de suas capacidades motoras, da construção de idéias e valores,
valorizando a sua criatividade, e sempre respeitando a sua individualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE JUNIOR, J. R. Futsal: Aquisição, iniciação e especialização. 1º ed.
54
Curitiba: Jureia, 2009.
APOLO, A. Futsal: Metodologia e didática na aprendizagem. São Paulo: Phorte,
2004.
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FEEVALE, 2000.
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2000.
COSTA, C. F. Futsal: Aprendendo a ensinar. Florianópolis: Visual Books, 2003.
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adolescência. Londrina: Midiogral, 2001.
GRECO, P. J.; BENDA, R. N. (org.). Iniciação esportiva universal v1 da
aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte:UFMG, 1998.
HAHN,E. Entretenamiento com ninõs: Teoria, práctica, problemas específicos.
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MELO, L.; MELO, R. Ensinando futsal. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.
MUTTI, D. Futsal: da iniciação ao alto nível. São Paulo: Phorte, 2003.
OLIVEIRA, V. M. de. Desporto de base: a importância da escola de esporte. São
Paulo: Ícone, 1998.
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55

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Porto Alegre: Artmed, 2002.
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O Papel do Profissional de Educação Física na iniciação ao Futsal

  • 1. CENTRO UNIVERSÍTARIO ÍTALO BRASILEIRO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CRISTIANO GOMES XAVIER ESTEVES DE JESUS MACEDO O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUAÇÃO FÍSICA NA INICIAÇÃO AO FUTSAL São Paulo 2010
  • 2. 2 CRISTIANO GOMES XAVIER ESTEVES DE JESUS MACEDO O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA INICIAÇÃO AO FUTSAL Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Centro Universitário Ítalo Brasileiro, como parte do título de Bacharel em Educação Física sob a orientação do Prof. Esp. Marco Aurélio Paganella.
  • 3. 3 São Paulo 2010 CRISTIANO GOMES XAVIER ESTEVES DE JESUS MACEDO O papel do profissional de educação física na iniciação ao futsal. Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Centro Universitário Ítalo Brasileiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Educação Física sob a orientação do Prof. Esp. Marco Aurélio Paganella. Nota____________________________ Data de Aprovação:___/____/_______
  • 4. 4 Dedico aos meus pais, pelo grande apoio recebido. Meu pai (In Memorian) por ter sido de grande importância em minha vida. A minha mãe que sempre me ajudou e aos amigos que, mesmo de longe, sempre torceram e acreditaram, Geraldo, Brenno, Hercílio e Vinicius. Cristiano Gomes Xavier. Dedico a deus, por me dar saúde e força nessa batalha, minha mãe, meus irmãos, meus tios, meus primos e meus amigos, pelo apoio, mais em principal a minha noiva, Anaiza ,que no momento mais difícil da minha vida, esteve ao meu lado e me deu muita força e incentivo para Continuar os estudos, e ao seu Olivio meu Pai, por todos os ensinamentos dados a mim durante sua vida entre-nos. Esteves de Jesus Macedo.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiro a Deus que sempre é a referencia para tudo na minha vida. Agradeço a minha mãe por sempre ajudar, mesmo nos momentos difíceis onde sempre pensamos no pior. Agradeço aos meus amigos verdadeiros, Geraldo, Brenno, Hercílio e Vinicius, que a vida colocou por uma obra do destino, agradeço ainda ao Alemão, Alexandre, professor da ACM que sempre buscou ajudar durante esse logo tempo que busquei a minha primeira graduação e agradeço a uma pessoa em especial que sempre me incentivou e alegou com sua simpatia e com seu sorriso lindo e apaixonante. Élida obrigado. Por fim agradeço ao meu orientador, o prof. Marco Aurélio Paganella, por sua paciência e dedicação mesmo com o pouco tempo disponível devido aos seus compromissos e pela minha demora na preparação deste trabalho. Cristiano Gomes Xavier Agradeço a Deus,toda minha família,minha noiva ,pelo apoio o momento mais difícil da minha vida esse ano ,ao meu pai que me ensinou muito durante a vida e ao meu parceiro de trabalho,nos encontramos nos 45 minutos do segundo tempo,pela forca e apoio e ao professor que aceitou ser nosso orientador aos 46 já nos acréscimos e nos ajudou enormemente, além do nosso orientador, o Prof. Marco Aurélio Paganella, por sua paciência e dedicação ao nosso trabalho. Obrigado a todos. Esteves de Jesus Macedo
  • 6. 6 A criança não é uma miniatura do adulto, e sua mentalidade difere qualitativa e quantitativamente da do adulto; de modo que a criança não é somente menor que o adulto, mas diferente deste. Claparède
  • 7. 7 RESUMO O presente trabalho discorre sobre os principais aspectos no processo de iniciação esportiva, mais precisamente no Futsal, que é um dos esportes mais praticados pelas crianças, destacando, sobretudo, o papel e a importância de ter um profissional de qualidade e com conhecimento teórico e prático sobre o desenvolvimento e o crescimento humano. O trabalho contribui para o progresso do estudo do tema, na medida em que, como sabem todos, o professor precisa conhecer, e bem, os diversos assuntos que envolvem as crianças, sempre no sentido de bem realizar um trabalho de boa qualidade e que se preocupe com a formação global do aluno. A faixa etária estudada no trabalho é a de 10 a 13 anos. O papel do professor é estudado e analisado no contexto do trabalho que se refere às características do aluno e do próprio Futsal, às capacidades motoras e aos aspectos técnicos e táticos da modalidade, dado que estes fatores estão diretamente ligados nesse processo ensino/aprendizagem inerentes à iniciação. E esta correlação entre o professor, aluno e conteúdo deve estar muito bem compreendida pelo próprio professor, a fim de que consiga atingir a excelência no trabalho. Essa revisão literária busca mostrar a opinião de diversos autores sobre o papel do profissional da Educação Física na iniciação ao Futsal, contextualizando esta atuação no trabalho de iniciação esportiva da criança no Futsal e, por extensão, no próprio Esporte de uma maneira geral. Palavras chave: Iniciação Esportiva – Futsal – Professor – Criança
  • 8. 8 ABSTRACT This paper discusses the main aspects in the process of initiation sport, more precisely in Futsal, which is one of the most popular sports for children, highlighting especially the role and importance of having a professional quality, theoretical and practical knowledge about human development and growth. The work contributes to progress in the study of the topic, in that, as you all know, the teacher needs to know, well, the various issues involving children, where in order to achieve a good work of good quality and that worry about the student's overall education. The group studied the work is 10 to 13 years. The teacher's role is studied and analyzed in the context of work with regard to student characteristics and the very Futsal, the motor skills and the technical and tactical aspects of the game screen, as these factors are directly linked in the teaching / learning related to initiation. And this relationship between teacher, student and content should be well understood by the teacher, so that they can achieve excellence at work. This literature review aims to show the opinion of several authors on the professional role of Physical Education in the initiation Futsal, contextualizing this work performance of sports initiation of the child in indoors and, by extension, on the same sports in general. Keywords: Sport Initiation - Futsal - Teacher - Child
  • 9. 9 SUMÁRIO: CAPITULO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................10 CAPÍTULO 2 A INICIAÇÃO ESPORTIVA E O FUTSAL ..........................................12 CAPITULO 3 O PAPEL DO PROFESSOR ...............................................................19 CAPITULO 4 O DESENVOLVIMENTO DAS PRINCIPAIS CAPACIDADES MOTORAS ...............................................................................................................25 4.1 Capacidades Coordenativas ............................................................................26 4.2 Resistência ........................................................................................................30 4.3 Força ou potência..............................................................................................31 4.4 Velocidade .........................................................................................................32 4.5 Flexibilidade ......................................................................................................34 CAPITULO 5 AS TÉCNICAS INDIVIDUAIS NO FUTSAL........................................36 5.1 Passe ..................................................................................................................39 5.2 Chute...................................................................................................................40 5.3 Condução............................................................................................................41 5.4 Drible...................................................................................................................42 5.5 Marcação.............................................................................................................43 5.6 Cabeceio.............................................................................................................44 5.7 Goleiros...............................................................................................................45 CAPITULO 6 DESENVOLVIMENTO TÁTICO NO FUTSAL ....................................47 CAPITULO 7 CONCLUSÃO .....................................................................................53 REFERÊNCIAS .........................................................................................................54 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
  • 10. 10 O Futsal na vida de uma criança, assim como o esporte de uma maneira em geral, pode representar muitos sonhos, muitas alegrias e muitas realizações. Com isso o profissional de Educação Física que trabalha com o Futsal sempre deve conhecer, compreender e estudar as características físicas, psicológicas e sociais de seus alunos. Isto, a fim de que possa realizar um trabalho coerente e eficaz para o aluno que busca desde uma simples recreação até aquele que sonha em ser uma estrela no esporte. Em ambos os casos, é possível que o Futsal fique marcado para sempre em sua vida. Saviani (1991, apud, SANTANA 1999) cita uma das várias funções na qual os professores devem seguir; O compromisso de criar condições tais para que se oportunize a construção de valores e idéias legitimam, de certa forma, a atuação do professor de Educação Física no Futsal durante esse período (iniciação). Também é preciso competência técnica, o domínio sobre o conhecimento, como agir adequadamente, o saber-fazer. Este estudo tem como principal objetivo buscar através da literatura uma base para um trabalho tão difícil e tão complexo, que requer um inescusável preparo do Profissional de Educação Física, verdadeiro titular desta competência de trabalho. A iniciação esportiva é o alicerce e é o ponto crucial para o futuro esportivo de uma pessoa, e o profissional de Educação Física não pode se furtar em não assumir a responsabilidade do trabalho bem consignado. O grau de comprometimento e de conhecimento é vital para que possa realizar um trabalho significativo na formação da criança tanto para aquela que possa ser um futuro atleta de alto nível, quanto para a criança que simplesmente o praticará por um longo tempo na sua vida. Nesta direção, a seguir são estudados e apontados caminhos para um trabalho responsável, fazendo com que haja proveitos e que tenha reais significados tanto para a criança e pais, como Profissional de Educação Física. O Futsal é um esporte de muita aceitação entre as crianças, de fácil aplicação devido a estar muito bem difundido em clubes e escolas e sendo um meio de trabalho que revela e inicia
  • 11. 11 atletas para o futebol de campo. No país, há indícios de ser crescente o número de crianças com idade de 10 a 13 anos que optam pela prática do Futsal (MUTTI, 2003), dado ser oferecida na maioria das escolas, clubes, escolhinhas desportivas e organizações, além de ser um esporte genuinamente brasileiro. Pensando nesse grande interesse pelo Futsal, o processo de iniciação passa a ser muito importante para as crianças, e é nesse ponto que o professor e técnico serão fundamentais para o trabalho no sentido de um melhor aprendizado. Para que o estudo seja bem compreendido em sua explanação, serão levadas algumas questões de pesquisa: Quais exigências têm que ter com as crianças nesse processo de iniciação, em relação ao desenvolvimento motor, cognitivo e sócio-afetivo? Quais os possíveis efeitos do treinamento intensivo precoce? Quais são as possíveis conseqüências de se adotar na fase de iniciação no Futsal referências como rendimento e excessiva competitividade? O estudo tem foco elucidar o papel do professor de Educação Física como profissional legitimado para atuar na iniciação da parte física, com a atuação na iniciação da parte técnica e parte tática. Além de buscar respostas sobre os questionamentos realizados por Santana (2001) sobre o trabalho do Professor de Educação Física. Propiciar, também, elementos conceituais importantes sobre a criança em todos esses aspectos é um importante objetivo do trabalho, ressaltando que a abordagem à faixa etária entre 10 e 13 anos. Este estudo foi realizado através da revisão da ampla, abrangente e fidedigna literatura.
  • 12. 12 CAPÍTULO 2 A INICIAÇÃO ESPORTIVA E O FUTSAL Segundo Santana (2001), os efeitos do treinamento precoce empregados de uma forma imediata na iniciação, sem o melhor conhecimento sobre a criança, ou com um agravante maior ainda, que seria desenvolver um treinamento semelhante ao realizado com o adulto, com cargas e períodos menores, dão idéia do quanto a criança pode ser prejudicada na sua vida (e não apenas esportivamente) quando não tem respeitadas as duas etapas de desenvolvimento (qualidade) e crescimento (quantidade). Vários outros autores destacam o significado da iniciação esportiva: Segundo Voser (1999), a iniciação é o ato ou o momento de receber as primeiras noções de coisas da qual não conhecemos. Já Lucena (2000), fala que iniciação é aprender um desporto, adequar algumas regras a esse esporte e também se adequar a algumas técnicas específicas de cada esporte. Enquanto Mutti (2003) se refere à iniciação como a prática de qualquer modalidade esportiva que requer determinadas condições motoras que permitam a execução de movimentos específicos e ainda um grau de habilidades para alcançar a eficiência do gesto técnico pertinente á modalidade. O que os autores citados querem elucidar é que a iniciação esportiva nada mais é do que o aprendizado de uma modalidade esportiva, e que cada modalidade tem sua característica motora utilizada, como também o desenvolvimento de varias valências físicas específicas de cada modalidade. Quanto à iniciação ao Futsal, Santana (2001) destaca que as crianças iniciam na prática porque esse esporte é oferecido pela maioria dos clubes, escolas e associações congêneres. O Futsal está por toda parte. Havendo muitos indícios de
  • 13. 13 que em várias cidades e estados o futsal é um esporte muito praticado, principalmente pelas crianças. Outros fatores importantes são explicados por Santana (2001), como a enorme expansão imobiliária que segue em varias cidades do Brasil, diminuindo os espaços livres, como os campos de várzea, e a criança passou a praticar esportes em clubes, associações, escolinhas. Além que em várias cidades, nas suas federações acontecem campeonatos muito bem organizados, atraindo a mídia levando crianças a praticar. Para as crianças terem um melhor aprendizado sobre o esporte, e principalmente sobre o Futsal que é o esporte estudado nesse trabalho, Lucena (2000) cita que devemos fundamentar nosso trabalho de professor em estimular e desenvolver alguns componentes como: Equilíbrio, ritmo, coordenação motora em geral e noções de espaço e tempo. Lucena (2000, p. 7) fala da importância desses componentes: Fortalecer na criança a capacidade de executar de forma plena, a combinação de todos os movimentos possíveis, específicos ou não do desporto, pois através da aquisição de bons hábitos motores, e do domínio de técnicas elementares, é que se fundamenta progressivamente o desenvolvimento técnico da criança. Já Voser (1999), ainda fala sobre desenvolvimento concordando com Lucena, dizendo que o professor deve desenvolver os aspectos do esquema corporal, equilíbrio, lateralidade, organização do corpo no espaço e no tempo, coordenação motora grossa e fina, não esquecendo o que é característico da idade, principalmente a escolar, como: saltar, lançar, transportar, trepar, rastejar e rolar. Além disso, Santana (2001) ressalta a preocupação com o conteúdo transmitido aos alunos, principalmente se essa iniciação for a faixa trabalhada dos 10 aos 13 anos, pois nessa fase que as crianças estão no ápice do desenvolvimento motor, sendo a fase escolar, a fase em que as crianças querem fazer tudo sem se
  • 14. 14 preocupar com lesão ou fadiga, só que o Futsal é um esporte de contato físico, e esse contato exagerado pode acarretar lesões, principalmente em crianças. Santana (2001) também demonstra grande preocupação com o trabalho nessa faixa etária e cita que os profissionais não podem ignorar que a aplicação de métodos e programas de treinamento especializado tende a elevar o rendimento físico-técnico e tático das crianças levando a resultados positivos rápidos. Isso significa dizer que, em relação ao rendimento esportivo, a criança que recebe um treinamento especializado tende a apresentar resultado no curto prazo e a criança que não é especializada precocemente pode apresentar resultados no longo prazo. O que Santana (2001) quis dizer, é que apenas um trabalho com busca de resultados rápidos, sem seguir os fatores já citados acima por Lucena (2000) e Voser (1999), pode causar transtornos graves às crianças. Santana (2001, p.33) ainda relata uma situação bem comum em casos de iniciação esportiva no Futsal exercido de forma equivocada: “Observa-se esta situação facilmente no esporte formal praticado por crianças. Devido ao processo de seleção (valorização dos mais aptos, do talento) e treinamento especializado a que são submetidas, apresentam desde os primeiros anos de pratica performance técnica (nos referimos aos fundamentos: passe, drible, chute, domínio...) e tática (pelos sistemas – posicionamentos – ofensivos e defensivos adotados, e execução de jogadas – manobras – de saída de bola, escanteios, laterais, faltas) satisfatórias. Esse processo tende a evoluir fazendo com que aos 13,14 anos a criança já seja considerada um “veterano” no esporte.” Essa situação tende a ser levada uma questão de suma importância: A tentativa de antecipar o processo de crescimento e desenvolvimento motor da criança seria uma vantagem? Para Silva (1995, apud, Santana, 2001) essa tentativa trará: “... grandes conseqüências de ordem neuro-fisiológica, anatômica, psicológica e pedagógica, pois ao ignorar as fases e estágios especificados pela ciência, ” a formação especifica” e o “rendimento
  • 15. 15 técnico” (treinamento precoce) constituem prioridades absolutas, deixando de respeitar a natureza da criança” Conseqüências extremas como uma criança ao chegar com seus 10 anos com estigma de vencedor ou perdedor, capaz ou incapaz, talentoso ou esforçado ou ainda um garoto de 13 anos carregar um peso de ser comparado pelos seus pais a outros meninos, pela sua condição técnica, sendo alvo de críticas, desprestigiado por seu técnico, tentar desesperadamente, reverter essa situação? E com casos de garoto de 12 anos perderem o estímulo pela prática do futsal por ter sido varias vezes campeão? Com casos assim Santana (2001) analisa, que inconvenientes assim causados pela especialização esportiva precoce e a excessiva competitividade (lesões, estresse, saturação) nos primeiros anos de iniciação afastam a criança da pratica esportiva. A constatação do que foi citado por Santana é mais uma vez relatado por Mutti (2003,p.33) relatando o problema sobre a iniciação no Futsal realizada pelos clubes hoje em dia; O trabalho de iniciação no Futsal esta um pouco distante desse ideal, principalmente nos clubes, vista que por ser uma modalidade esportiva de grande penetração na camada infaltil, tem despertado o interesse das federações, que por sua vez tem regulamentado e organizado competições para faixas etarias cada vez mais baixas. Um caminho importante para profissionais que trabalham com iniciação esportiva para auxílio na iniciação esportiva é o papel da escola, pois, a educação física, fazendo parte do currículo obrigatório, utiliza o Futsal como um dos esportes mais utilizados nas aulas. Segundo Voser e Giusti (2002) algumas escolas da rede pública e da rede particular preocupam-se com o ensino da educação física desde a educação infantil e reconhecem a importância do esporte para as crianças como meio de educação e saúde.
  • 16. 16 Outro ponto muito importante para a iniciação esportiva no Futsal e a iniciação em outras modalidades esportivas diz respeito às condições motoras na qual a criança possa chegar a desenvolver, e para alcançar o grau de eficiência em que a habilidade exige a criança deve ser estimulada a praticar diversos movimentos com habilidades diferentes para um ganho maior do repertorio motor. Segundo Mutti (2003) quanto maior for a variedade de experiências motoras que a criança vivenciar, maior será o desenvolvimento motor, e o que não se adquiriu ao tempo hábil do desenvolvimento motor jamais será recuperado totalmente. Mutti (2003, p.21) cita a importância da continuidade do desenvolvimento motor: Gradativamente, através da combinação de exercícios com bola e pequenos jogos, que se tornaram cada vez mais complexos, tanto em regras como em movimentos, o Futsal irá se incorporando ao acervo motor da criança. Tudo isso deve ser uma continuidade de trabalho de desenvolvimento motor. Já Lucena (2000) concorda com Mutti (2003) a respeito da progressividade, ele fala que para que ocorra um aprendizado progressivo e bem fundamentado é importante que a criança obtenha níveis mínimos de desenvolvimento de suas qualidades físicas, psíquicas e motoras, sendo capaz de exercer total domínio sobre técnicas corporais básicas, para então iniciar os elementos das diferentes técnicas do Futsal. Lucena (2000, p.6) ainda fala diretamente sobre esse aprendizado gradativo; No inicio do aprendizado é comum que os gestos motores sejam executados de forma insegura, descoordenados e imprecisos, passando a adquirir maior plasticidade em sua execução a partir de uma pratica sistemática de atividade adequadamente planejadas, orientadas no sentido de que os gestos motores tornem-se gradativamente mais consistentes, possibilitando a execução das técnicas com mais dinamismo, precisão, eficácia e economia de função. Seguindo da mesma opinião e completando, Voser (1999) fala que devemos
  • 17. 17 incentivar principalmente os alunos com maior dificuldade, elogiando-os a cada conquista, a cada gesto motor bem feito, e deixando para aqueles que possuem mais facilidade o compromisso de auxiliar na transmissão da sua experiência. Oliveira (1998) segue na mesma linha que Lucena (2000) e Voser (1999) e complementa o pensamento deles dizando que o fato de a criança não possuir certas habilidade especificas relativas ao esporte num determinado momento não significa que não as terá em um proximo, e que não sejam aptas para a pratica, e tambem há o contra ponto, que ele retrata tambem que uma criança que apresenta alto grau de desenvolvimento no seu movimento não será necessariamento um atleta de alto nivel. Com toda essa informação professores e treinadores necessitam estar atentos ha cada detalhe importante nas aulas de iniciação do Futsal, pois devemos conhecer bem as caracteristicas fisicas e psicologicas de nossos alunos. Lucena (2000, p7) ressalta bem sobre o conhecer os alunos; O conhecimento do perfil do aluno, possibilita a maior interação professor-aluno, pois conhecendo suas caracteristicas de comportamento, limites e possibilidades, torna-se possivel estabelecer uma linha de ensino adequada as possibilidades de realização da criança. Outro fator muito importante para a melhor formatação do aprendizado seria a segunda etapa do do processo, que seria a fixação de aprendizagem, Mutti (2003) fala que fixação de aprendizagem seria a segunda etapa no processo de aprendizagem do Futsal, sendo que a primeira seria o desenvolvimento motor e o ensino dos movimentos do esporte. Já a segunda etapa seria a possibilidade de conseguir realizar um determinado movimento com relativa facilidade, entrando na fase de consolidação da prática de um determinado movimento, onde o aluno deixa de dizer que é capaz de fazer, para dizer que pode repetir com facilidade e segurança os movimento necessarios. Chegando nessa fase de aprendizagem já poderão ser introduzidos fatores
  • 18. 18 que são fudamentais para um melhor desempenho no Futsal, com a introdução da técnica e dos fundamentos do Futsal, sendo que técnica do Futsal é todo gesto ou movimento realizado pelo aluno, e que lhe permite dar continuidade ao jogo. Para Saad (1997), o profissional que atua com iniciação deve seguir alguns principios pedagogicos para estabelecer uma relação entre o ensino e a aprendizagem, assim como ter alguns procedimentos básicos para propiciar um suporte didático e pedagogico as aulas/treinos e a todo metodo de ensino a ser passado aos alunos. Saad (1997,p 13) completa que; Muitas vezes a teoria tem nos mostrado que para o ensino de um esporte, principalmente o desporto coletivo, basta que a criança saiba executar a técnica correta, mas não é isso que percebemos na prática. O ensino da técnica em algumas situações não correspondem aquelas enfrentadas pela criança no jogo. Assim somento com o ensino da técnica podemos oportunizar a criança a uma prática consolidada ao Futsal. Segundo Saad (1997) a aprendizagem de um fundamento do jogo é adequar gestos ou movimentos básicos, as caracteristicas da modalidade esportiva (a técnica específica do desporto). A educação psicomotora é a base do processo de aprendizagem de uma técnica esportiva, mas para isso a criança precisa dominar seus movimentos básicos. Lembrando que devemos sempre levar em conta o aluno sobre a sua necessidade fisica, psiquica e social e ainda o seu nível de capacidade motora, para que não possa acontecer uma sobre carga e com isso o aluno possa vir a sofrer com os problemas causados pelo trabalho inadequado realizado em sua iniciação. CAPITULO 3 O PAPEL DO PROFESSOR
  • 19. 19 A escolha para ser professor nas categorias de formação é um compromisso que implica ir alem das habilidades técnicas e táticas do esporte. Trabalhar com crianças e jovens é uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento físico e mental de seres humanos. Obter êxito nesta caminhada, portanto, significa ter os primeiros passos guiados por definições claras e coesas, e pautados em uma filosofia de trabalho capaz de orientar os esforços pessoais na direção certa. (FONSECA, 2007). O treinamento deve ser orientado para desenvolver em seus participantes aspectos de autonomia, autoconfiança, auto-responsabilidade, estímulos positivos para situações problemáticas, além de atitudes sociais, como integração e cooperação, responsabilidade, apoio social e identificação com o meio (SAMULSKI, 1992, apud, FONSECA, 2007). Segundo Tenroller (2004) estresse, ansiedade, desmotivação ou motivação em demasia, problemas psicológicos, rejeição ao esporte, abandono precoce e pressão dos pais, isso sem falar em psicologia, anatomia, fisiologia, pedagogia entre outros elementos estão presentes no logo processo de ensino do Futsal. Todo e qualquer processo de desenvolvimento esportivo e educação designado à faixa etária dos 6 aos 17 anos influencia o grau de desenvolvimento que esses jovens poderão alcançar, afetando diretamente a formação de seu caráter, de sua personalidade e da expansão ou limitação de seu potencial atlético. No processo de desenvolvimento atlético dos jovens, o professor desempenha um papel fundamental, central e decisivo para o futuro de meninos e meninas. Responsável pelo ensino, a demonstração e o aprimoramento das técnicas e táticas, o professor é também um dos grandes agentes desencadeadores da paixão pelo esporte, que tem início já nos primeiro anos de vida. Ao propiciar um ambiente alegre, saudável, de conhecimento, desafios e superações, o professor é capaz de criar um link de envolvimento, participação e permanência no ambiente
  • 20. 20 esportivo por toda a vida desses jovens (FONSECA, 2007). Tenroller (2004) ainda salienta que todo profissional que trabalhar na área do Futsal, precisa dominar todos os elementos já citados, que fazem parte do aprendizado do aluno a fim de prestar um auxilio mais qualificado, quando necessário, saber esses elementos, o profissional deve saber o que esta se acontecendo e resolver o problema. Segundo Becker (2000, p.84) é importante sabermos quem está trabalhando nas escolinhas esportivas e de iniciação esportiva, e podemos encontrar varias respostas como: Grande número de atletas, quando sentem que se aproxima o fim de carreira, pensam na possibilidade de seguir no esporte, na condição de treinador. O aluno de educação física também busca uma posição em escolas esportivas, alguns alugam quadras e criam sua própria escolinha desportiva. Agora vários professores formados em educação física atuam nas escolas esportivas, no entanto pelo fator econômico, dirigentes esportivos preferem muitas vezes ex-atletas ou estagiários em educação física para realizar as atividades, pois estes o salário é menor. Santana (2001) ainda fala sobre quem trabalha com essas crianças e com essas escolinhas, e pergunta quem é esse homem ou mulher que interagem com essas crianças? E por que optou em fazê-lo? E quais são os seus objetivos? Santana (2001, p 61) comenta bem essas questões que ele próprio levantou; Independente de qualquer questão legal, sabe-se que na prática, o que predomina entre grande parte dos dirigentes dos clubes ou donos de escolinha, a atitude de contratar alguém graduado em educação física para atuar nesse período. Sendo assim, qualquer pessoa pode atuar, basta ser contratado. O processo de contratar alguém esta submetido ao bom sendo dos dirigentes. A oposição que fazemos nesse sentido não é por preconceito aos muitos homens e mulheres sem formação acadêmica que trabalham com crianças, pois muitos fazem com abnegação, amor e desprendimento. Acreditamos apenas que aquelas pessoas que freqüentam a universidade tendem a ser mais bem preparado para exercer o trabalho, pois adquiram um maior numero de informações, e continuam adquirindo informações necessárias para atuar profissionalmente.
  • 21. 21 Para Mutti (2003), ser um professor requer alguns conhecimentos científicos importantes que devem ser adquiridos durante sua formação acadêmica, pois lidam com crianças no delicado período da infância e da adolescência, sendo isso uma condição indispensável, porem não suficiente. Agora ensinar quer dizer estimular uma nova forma de conduta ou modificar uma que ter noção dessa rapidez para não ficarmos defasados. A visão que a criança tem por ele não é apenas como um professor, mas também como amigo e consultor ou, até mesmo, ídolo ou exemplo de vida, o grande desafio deste profissional consiste em promover uma formação básica e geral, ampliando os limites do físico e da mente de seus jovens. Todo este processo deve se dar dentro de um ambiente rico e envolvente, que seja ao mesmo tempo divertido e apropriado, com métodos de treinamento múltiplo que visem à aquisição das habilidades e técnicas necessárias para as ações futuras de cada um (MANTOVANI, 1995, apud, SANTANA,2001). Fonseca (2007) ressalta que por meio de uma prática harmoniosa e bem orientada, o Futsal, tanto quando outras modalidades esportivas, pode ser uma importante ferramenta no processo educacional de jovens, gerando benefícios desde as primeiras fases da vida oferecendo oportunidades inestimáveis de desenvolvimento de habilidades e capacidades individuais e coletivas. E completa a sua afirmação mostrando algumas funções que o professor pode desenvolver nos seus alunos durante as aulas de Futsal, como promover o desenvolvimento nos âmbitos físico, emocional e social, revelar talentos escondidos, conhecer a si próprio e os seus valores, desenvolver um novo senso de competência, aprender e entender mais sobre a vida e a sociedade. O professor deve motivar seus alunos para atingir metas e objetivos que muitos jovens, de mesma idade, julgam impossíveis ou diante dos quais se consideram incapazes, cuidar da saúde e desenvolver hábitos saudáveis de vida, desenvolver valores pessoais e sociais, habilidades individuais e coletivas,
  • 22. 22 desenvolver a auto-estima, ter autocontrole, aprender a competir e a lidar com limites, ter responsabilidade consigo e com o grupo. Nas aulas de Futsal o aluno deve aprender com o professor a trabalhar com acertos e erros, trabalhar em equipe e crescer como equipe, respeitar as regras e os outros, conservarem-se perseverante em seus esforços, ser persistente, enfrentar os desafios e as situações adversas ou inesperadas, aprender com a vitória e com a derrota e tomar decisões. Agora sobre o ponto de vista do que é ser professor, Mutti (2003, p.17) afirma; Um homem cujo espírito e vontade saibam resistir às alterações do ânimo e às perigosas parcialidades da idade; que, como homem adulto, tenha profundamente arraigada a convicção da fé cristã e da sua salvação e que, partindo daí, contemple com amplitude de vistas o mundo e a vida; que se sinta impelido por uma inclinação natural a comunicar aos outros, e em particular à criança, os frutos do seu saber e de sua experiência; o homem cuja superioridade pessoal seja imediatamente sentida pelas crianças, não porem como um fardo que as oprime, mas como uma força pura, sincera, estimulante; um homem que una um santo amor pela juventude a capacidade especial de descer até ela para conduzi-la pelo caminho que lhe foi assinalado por Deus; o grande professor. Já Santos Filho (2000) se refere ao professor como o maestro de uma orquestra, na qual sob sua responsabilidade a regência desses diferentes músicos, os quais tocam instrumentos diferentes, e são regidos e comandados pelo maestro, que lhes indica o momento certo de participarem, na qual todos atendem seu comando, e dele dependem e confiam para realizar o seu trabalho da melhor forma. Mutti (2003) tem uma boa definição sobre professor, falando que o professor é o indivíduo que, a par da preparação física, técnica e tática dos seus alunos, conhece profundamente casa um deles, participa dos seus problemas particulares e tenta solucioná-los, estimula a amizade entre todos, aconselha e dá bons exemplos de conduta, orienta, aplaude e censura com bons atos. Mutti (2003) ainda completa dizendo que o professor necessita ter as qualidades de comando, ou seja, a capacidade de liderar, ele reforça a questão de
  • 23. 23 que o professor necessita ser um grande educador, tendo a capacidade de motivar seus alunos a aprender e desempenhar o esporte da melhor maneira possível. Para Hahn (1988) o professor é o elo da união entre a criança e o esporte, sendo sua responsabilidade pedagógica mais importante, do que seu papel na direção das aulas, ao basear-se no princípio de que as falhas elementares nunca se superam totalmente durante os primeiros processos da iniciação. Santana (2001, p. 63) fala bem o que a sociedade espera do profissional de educação física que trabalha com a iniciação esportiva, não importando o local de trabalho, se é em clubes, escolinhas esportivas ou na própria escola, ele cita que; O que se espera de um profissional que atue como professor de Futsal na iniciação é que o mesmo tenha bem claro e definido em sua metodologia, e demonstre em suas atitudes, uma postura de orientador. É preciso saber que esse período é de aprendizagem para criança, tudo que acontecer nesse tempo dos 10 aos 13 anos, é aprendizagem. Importante para que a criança aprenda a conhecer a si mesma, o seu corpo, a conviver em grupo, a ter uma postura madura frente às adversidades, a sentir o gosto da vitória, da derrota, de jogar, a viver um dia de cada vez, num processo de incorporação de valores morais constantes. Santana (2001) fala que o professor tem que saber lidar com a criança, tendo uma postura de orientador, e ainda acrescenta que até o professor muitas vezes em que ter a sensibilidade para perceber problemas e se tornar um psicólogo, buscando ajudar da melhor maneira possível aconselhando o seu aluno. Fonseca (2007) relata que durante o processo de treinamento, é importante que o professor lembre-se que ele esta em um processo continuo de desenvolvimento e aprendizagem, e que a cada dia as experiências vivenciadas por meio de interações diárias, com indivíduos e situações diversas, estarão trabalhando para a sua formação. Depende de professor saber captar, entender e meditar sobre esses pontos, mas o certo é que este será um fator determinante para a evolução do seu aluno. Portanto, além de manter-se atualizado, uma das maiores virtudes de um professor é saber escutar, conversar, observar e ter em mente que há sempre algo novo a aprender.
  • 24. 24 Fonseca (2007) resume as principais funções do professor de jovens e afirma que deve assumir papeis diversos durante o aprendizado. Cita com as principais funções: recrutar, congregar, treinar, disciplinar, ensinar, gerenciar, promover, representar, liderar, julgar imparcialmente, orientar e confortar. Já como principais papéis: ser educador, orientador, formador, estrategista, disciplinador, administrador, diplomata, conselheiro, comunicador, psicólogo e substituto dos pais. CAPITULO 4 O TREINAMENTO DAS PRINCIPAIS CAPACIDADES MOTORES
  • 25. 25 As principais capacidades motoras no esporte podem ser definidas como os requisitos básicos para o rendimento, a aprendizagem e a realização de ações motoras específicas, assim como os requisitos motores centrais para o aprendizado e a realização de todos os movimentos corporais relacionados ao esporte. Estando relacionadas e limitadas por predisposições genéticas, para atingir níveis ótimos e desejáveis, tais capacidades necessitam ser desenvolvidas por meio do treinamento (WEINECK, 2000). Fonseca (2007) relata que cada movimento do Futsal pressupõe um encadeamento complexo e sincronizado de diversas ações motoras e metabólicas. O êxito no esporte, portanto, é também fruto dessa indispensável capacidade de atingir determinado nível de excelência e desenvolvimento no desempenho de tarefas que, conforme a modalidade, serão exigidas com maior ou menor influência no rendimento. O trabalho de desenvolvimento das capacidades motoras em crianças e jovens requer os mesmo cuidados maturacionais e biológicos presentes nos trabalhos de desenvolvimento técnico. Um dos maiores desafios do professor de Educação Física consiste em saber quando e como essas capacidades motoras devem ser desenvolvidas, assim como propiciar recursos, níveis de estímulos e pausas, de forma que o rendimento não venha a se prejudicado futuramente completa Fonseca (2007). Weineck (2000, p. 131) mostra muito bem as funções das capacidades motoras, na qual o autor denomina de requisitos motores; Os principais requisitos motores – resistência, força, velocidade e capacidades coordenativas representam condições centrais para o aprendizado e realização de movimentos corporais relacionados aos esportes. E o autor ainda completa a sua afirmação explicando que os requisitos podem ser subdivididos de modo simplificado e esquemático em capacidades coordenativas
  • 26. 26 e capacidades condicionais. Neste caso, as capacidades condicionais referem-se a, sobretudo, processos energéticos, e as coordenativas a processos reguladores do sistema nervoso central. Fonseca (2007), assim como Weineck (2000), define as capacidades ou requisitos motores como capacidades motoras coordenativas (âmbito qualitativo), sendo capacidades predominantemente determinadas por componentes, nos quais os processos de analise, planejamento e execução de movimentos prevalecem sobre o dispêndio ou produção de energia (diferenciação sensorial; observação; representação; antecipação; ritmo; coordenação motora; reação motora e expressão motora), e como capacidades motoras condicionais (âmbito quantitativo) sendo as capacidades predominantemente determinadas por processos em que prevalecem a obtenção e a transformação de energia – isto é, processos metabólicos dos músculos e sistemas orgânicos (resistência; força; velocidade). A seguir um resumo das capacidades motoras em relação ao Futsal e a iniciação esportiva na faixa etária estudada (10 aos 13 anos), mostrando o tipo de trabalho e onde o professor e o treinador podem trabalhar para um melhor desenvolvimento dos seus alunos no Futsal. 4.1 Capacidades coordenativas As capacidades coordenativas servem como base para a execução de qualquer movimento humano. É necessário ressaltar que, apesar da coordenação ter como fases sensíveis a infância e a puberdade, muitos docentes ignoram tal constatação. O profissional de educação física deve ter uma visão global de todos os processos que fundamentam o desenvolvimento e a aprendizagem de movimentos. O aprimoramento das capacidades coordenativas é imprescindível durante a infância, seja na vida como um todo,na iniciação esportiva, ou com um item importante, no decorrer da evolução motora do ser humano. Desenvolvendo as capacidades coordenativas, o professor irá garantir que o objeto de estudo desta área é o movimento humano, ou seja, seu desenvolvimento e aprimoramento
  • 27. 27 (GRECO; BENDA, 1998). Fonseca (2007) relata sobre o período compreendido (aproximadamente) dos 7 aos 12 anos de idade caracteriza-se como o mais favorável para o desenvolvimento das capacidades coordenativas. Por esta razão, e em virtude de um conjunto de ocorrências posteriores, como a puberdade e o desenvolvimento cognitivo, que fortalecem o desenvolvimento de outras capacidades e habilidades (força máxima, resistência lática e tática de jogo, por exemplo), o grande trabalho de desenvolvimento físico nessas idades deve estar focado nas capacidades coordenativas. A base formada com o desenvolvimento amplo das capacidades coordenativas nessas fases iniciais facilitará a formação dos processos seguintes (sejam de desenvolvimento técnico, tático ou físico) no instante em que o foco de trabalho prioriza o desenvolvimento de outras capacidades que atingem fazer ótimas de trabalho após a puberdade e com a maturação de determinados órgãos e sistemas. Já Weineck (2000) destaca que o aprendizado na primeira tentativa torna-se cada vez mais freqüente, quando mais a criança desenvolver o seu potencial para o movimento, isto é, quanto maior for o repertorio de movimentos da criança. E um bom treinamento das capacidades desenvolve uma formação variada com aumento considerado do repertorio de movimentos, além de um grande aprendizado de técnicas esportivas básicas, seguido de um aprofundamento suficiente do aprendido com uma grande variação de exercícios. Fonseca (2007, p. 150) completa a afirmação de Weineck (2000); O período compreendido entre os 10 e 12 anos de idade é, portanto, a fase de maior capacidade de aprendizagem das técnicas esportivas, e esta condição pressupõe um fornecimento variado de experiências motoras nos anos anteriores. Desse modo, conclui-se uma relação positiva entre a aprendizagem e o aperfeiçoamento técnico-esportivo, com o desenvolvimento das diferentes capacidades coordenativas. Há uma relação de proporcionalidade assim descrita: quanto melhor e mais amplo o desenvolvimento
  • 28. 28 coordenativo, mais eficiente e rápido será o desenvolvimento da habilidade técnica do jogo. Em qualquer faixa etária a coordenação motora pode ser entendida como a mais harmoniosa e econômica interação de músculos, nervos e órgãos do sentido, cuja finalidade é a produção de ações cinéticas precisas, equilibradas e com apropriado tempo de reação (FONSECA, 2007). Uma boa disposição para o movimento e um ótimo nível de desenvolvimento de habilidades coordenativas são significantes para os aspectos centrais do treinamento, uma vez que a coordenação influencia diretamente na melhora, domínio de uma ação motora. As capacidades coordenativas são necessárias para uma boa condução, regulação e execução do movimento, permitindo ao individuo identificar a posição do próprio corpo no espaço e, apropriadamente, sincronizar os movimentos corporais com menores gastos energéticos e demanda de atenção e elas são divididas em capacidade de diferenciação sensorial, capacidade de observação, capacidade de representação, capacidade de antecipação, capacidade de ritmo, capacidade de coordenação motora, capacidade de controle motor, capacidade de reação motora e capacidade de expressão motora (FONSECA 2007). Na capacidade de diferenciação sensorial, Fonseca (2007) relata que a qualidade de informação sensorial captada determina a qualidade da execução técnica. Este é o caso, por exemplo, das ações envolvendo contato com a bola, nas análises dos estímulos ambientais para a tomada de decisão (execução de fintas, dribles e ações defensivas do goleiro) e nas ações de deslocamento em que o atleta busca se livrar da marcação, ocupar um espaço vazio ou, então se apresentar como uma opção valida para receber um passe. Uma capacidade fundamental na fase de aquisição do processo de aprendizagem motora é a capacidade de observação, segundo Fonseca (2007), nos quais as informações visuais predominam. Esta é uma capacidade muito importante para a tomada de decisão, as movimentações táticas, os deslocamentos e as ações
  • 29. 29 dos goleiros que antecedem a defesa propriamente dita (ajustes da posição para a conclusão da defesa). Com a capacidade de representação, Fonseca (2007), relata que uma ação motora consciente e eficiente na solução do problema apresentado pressupõe sempre uma imagem do que se desejar, e de como se deseja fazer o movimento. Os planos de ação compreendidos dentro das movimentações táticas e as jogadas ensaiadas são exemplos de utilização desta capacidade, que também esta presente em ações mais dinâmicas, como as tomadas de decisão, características dos dribles e das fintas. E com a capacidade de antecipação, Fonseca (2007) afirma que essa capacidade é particularmente importante quando existe a realização de movimentos velozes e de habilidades abertas (imprevisíveis e com alto grau de variabilidade), duas das principais características que compõe o ambiente de jogo no futsal, estando presente na execução dos planos de ações para fintas e dribles, passes e chutes, ações defensivas de tomada de bola, ações do goleiro, posicionamento e ocupação dos espaços na quadra. A capacidade de ritmo determina o ritmo de uma sincronização ou cadencia em função do tempo e atua como um guia para o desenrolar da ação motora. Fonseca (2007) afirma que o controle da velocidade, do tempo de repetição de um movimento, seja nas ações em que já condução de bola, marcação ou contraataque, exemplificam alguns casos que envolvem o uso desta determina capacidade. A capacidade que é usada para a conexão de uma habilidade com a outra de forma efetiva e harmoniosa é chamada por capacidade de coordenação e segundo Fonseca (2007) essa capacidade acontece no Futsal nas seqüências de corrida e salto impulso e lançamento; corrida e chute, estando presentes em todas as ações do jogo. Na capacidade de controle motor, Fonseca (2007) conceitua como a
  • 30. 30 capacidade chave para o aprendizado e execução de habilidades como o passe, o chute e o lançamento do goleiro, entre outras ações do jogo que solicitem precisão espacial, temporal e dinâmica. Já a capacidade de reação motora que segundo Weineck (2000) é a capacidade de responder com uma ação motora rápida e objetivamente em resposta a um movimento ou sinal. Para o Futsal, Fonseca (2007) destaca a o emprego da capacidade nas fintas, nos passes, nos chutes e nas defesas do goleiro. Estando presente em todas as ações do jogo. Fonseca (2007) conceitua capacidade de expressão motora como a capacidade de criar os próprios movimentos, segundo as leis da estética, do belo, do rendimento, criando expressões artísticas e provocando um impacto visual pode ser exemplificado no Futsal pela plasticidade no movimento de defesa dos goleiros, na execução de um chute de voleio ou bicicleta, como, por exemplo, na execução dos dribles. 4.2 – Resistência Bompa (2002) define resistência como a capacidade de sustentar atividade física durante longos períodos, é importante para as modalidades esportivas com duração superior a um minuto. Ela não é apenas um recurso para corredores de fundo. Uma boa base de resistência é necessária para a maioria dos atletas. Seu principal benefício para a maioria das modalidades esportivas é suportar o esforço do treinamento e da competição. Além disso, o atleta com boa base de resistência terá maior facilidade em lidar com a fadiga de treinamento, os trabalhos escolares e o estilo de vida industrializada. De acordo com Weineck (2000), com base no ângulo de analise e na maneira como a resistência se manifesta, dentro do esporte pode ser classificada em termos de solicitação do sistema muscular no exercício: resistência geral e localizada; quanto á solicitação característica de cada modalidade: resistência geral e especifica; em termos de mobilização energética: resistência aeróbia e anaeróbia
  • 31. 31 (ou glicolítica); quanto à duração: resistência de curta, média e longa duração; quanto aos principais requisitos motores: resistência de força, resistência de força rápida e resistência de velocidade. No Futsal, Fonseca (2007) cita que a resistência pode ser utilizada em repetições executadas com padrões elevados de performance de movimentos envolvendo força e precisão. Além de ser utilizada em execuções constantes e seqüenciais de mudanças de direção e deslocamento em geral. Na capacidade de repetir movimentos rápidos sem a perda da eficiência motora. Em recuperações ativas dos jogadores de quadra e do goleiro e na manutenção do padrão e das ações de jogo. No treinamento de resistência para crianças de 10 a 13 anos, Weineck (2000), define que o treinamento presta-se sobre tudo à obtenção de uma boa resistência básica e, com isto, a melhora da capacidade aeróbia, devendo ser empregada em todas as oportunidades possíveis em pequenos e grandes jogos, sempre atendendo as características psicofísicas da criança e jovens. Concluindo sobre o treinamento na fase de iniciação, Fonseca (2007) demonstra mostrar ao professor e treinador que o foco do treinamento da resistência na infância não deve ser elevado a níveis máximos, e sim que deve ser trabalhado concentrado na coordenação motora e no desenvolvimento que propicie uma boa base para, posteriormente, numa fase mais avançada, convergir os trabalhos para as especificidades da tarefa e das solicitações reais de jogo. 4.3 Força ou potência Em termos simples, define-se força ou potência como a capacidade de aplicar esforço contra uma resistência. Ela melhora o desempenho e a execução de várias habilidades esportivas. Todas as habilidades que os atletas precisam desempenhar contra resistência serão beneficiadas com a melhora na força. Por exemplo, no esporte, a resistência é produzida pela água na natação e no remo, força de
  • 32. 32 gravidade na corrida e no salto, e pelo adversário na luta romana, nas artes marciais ou nos esportes coletivos (Bompa 2002). No Futsal, Fonseca (2007) conceitua a força rápida ou potência, é a mais importante manifestação de força, estando presente em todas as ações executada durante o jogo, e ainda aplica exemplos importantes para o Futsal, como: A execução da força no futsal para velocidade de movimento na execução do chute, para potência de chute, passe e lançamentos, para as fases iniciais de sprints e acelerações (arranques), para o trabalho das seqüências rápidas de ações defensivas executadas pelo goleiro e de lançamentos longos e rápidos durante as partidas, a força também é empregada para as situações de paradas bruscas e mudanças de direções dos atletas, além das situações de proteção de bola e das disputas de bola dividida contra adversários. Weineck (2000) cita que o trabalho de força ou potência na infância é organizado quase exclusivamente a partir do exercício lúdico que favorecem o desenvolvimento da coordenação. Um trabalho complementar pode ser paralelamente empregado, com a finalidade de evitar desequilíbrios musculares decorrentes de um desenvolvimento muito unilateral. Na iniciação esportiva, o trabalho de força ou potência deve ser empregado somente quando extremamente necessário, não visando o desenvolvimento de força máxima, mas o desenvolvimento da força ideal necessária para o bom desempenho em uma modalidade esportiva. Apesar da importância do desenvolvimento da força e potência para a força de velocidade,a instrução da força máxima na infância e na juventude somente pode ser feita através de jogos e brincadeiras (lutas, cabos de guerra, jogos de empurrar, sacos de areias, medicine Ball). 4.4 Velocidade Bompa (2002) conceitua a velocidade sendo importante para a maioria dos esportes porque grande parte dos atletas precisa correr, movimentar-se, reagir ou mudar de direção rapidamente. O termo velocidade incorpora três elementos,
  • 33. 33 incluindo-se o tempo de reação (a reação motora a um sinal), o tempo de movimento (a habilidade de mover determinado membro rapidamente, como nas artes marciais, no rebote ou no passe de bola) e velocidade de corrida (incluindo-se a freqüência do movimento de braços e pernas). Para o Futsal as situações que envolvem velocidade acontecem, na opinião de Fonseca (2007), acontecem nas mais varias situações, em uma delas o autor cita a velocidade de ação com a bola, que esta relacionada com a capacidade de executar habilidades técnicas especificas (condução, passe, chute) em relação aos movimentos de jogo. Outra situação que acontece no Futsal em relação com a velocidade é na ação sem a bola, Fonseca (2007) cita que é a situação onde acontece uma relação com a capacidade de executar ações rápidas sem a bola (fintar, desmarcar-se, saltar, dividir uma bola e mudar de direção assim como em varias outras situações. A velocidade de reação, esta relacionada com a capacidade de reagir a um estímulo prévio ou a uma determinada ação/situação, para o Futsal Fonseca (2007) exemplifica as ações defensivas do goleiro ou chutar uma bola após um rebote do goleiro. Para a velocidade de tomada de decisão, Fonseca (2007), relaciona com a capacidade de decidir rapidamente o que fazer diante de uma situação ambiental em constante variação, para o Futsal presentes nos dribles. Na velocidade de antecipação Fonseca (2007) relata que relacionada com a capacidade de prever uma ação com base na probabilidade existente e nos estímulos apresentados em uma dada situação. A velocidade de percepção mostra que esta relacionada com a capacidade de processar estímulos por meio dos órgãos do sentido e, com base neles,Fonseca (2007)cita que as decisões partam de uma variedade de escolhas em uma situação particular.
  • 34. 34 E por fim Fonseca (2007) cita a velocidade de ação de jogo como a velocidade relacionada com a capacidade de tomar decisões corretas, criar e executar ações de acordo com a realidade técnica e tática, assim como a situação do jogo, num tempo hábil. Para o trabalho de velocidade para crianças de 10 a 13 anos, Weineck (2000) destaca que a velocidade de corrida continue aumentando em relação a anos anteriores de vida, porem não se observa uma melhora adicional na velocidade cíclica e acíclica, mostrando que somente uma pequena parte dos componentes elementares da velocidade são influenciáveis e responsáveis pelo aumento da velocidade de corrida. Para que possa ocorrer uma melhora da velocidade nos treinamentos outros fatores precisam ser levados em consideração, fatores como a força, levando os níveis a um considerável aumento. Levando ainda em consideração o interesse por distancias curtas, variadas e lúdicas das crianças durante os treinamentos. 4.5 – Flexibilidade Na definição de flexibilidade, Fonseca (2007), cita que vários autores definem como a capacidade condicional; outros, por sua vez, preferem tratá-la como uma capacidade única e diferenciada. Independentemente de classificação, ambos grupos concordam com o fato de que a flexibilidade esta relacionada com a capacidade de movimentos articulares, de modo amplo e em todas as direções possíveis. Segundo Zakharov (1992, apud FONSECA, 2007), a flexibilidade é a capacidade física do organismo humano que condiciona a obtenção de grande amplitude durante a execução dos movimentos. Um bom nível de desenvolvimento e manutenção da flexibilidade contribui para a execução de movimentos com grandes amplitudes de oscilação e participação de varias articulações. A boa flexibilidade é traduzida como a suficiente capacidade de movimentação do sistema articular e do
  • 35. 35 alongamento muscular (elasticidade). No Futsal a flexibilidade é especificamente importante para os níveis articulares e esta relacionada com a boa performance dos sistemas de alavancas (relacionados à amplitude do movimento) presentes, por exemplo, na ação especifica no balanço da perna do chute. A flexibilidade também é importantíssima para a integridade da saúde muscular (reduzindo o numero de lesões) e para a manutenção de uma postura corporal equilibrada e sem sobrecargas. (Fonseca, 2007). Para Bompa (2002) o treinamento da flexibilidade para a criança na faixa de 10 a 13 anos devera ser bem estimulada, para que seja desenvolvida uma maior amplitude dos movimentos durante para pratica dos exercícios. Nessa faixa etária quando as crianças começarem a desenvolver músculos maiores e mais fortes, acontece um declínio na flexibilidade e com isso quando atingirem o grau de flexibilidade desejado, o objetivo do treinamento passa a ser a manutenção, sendo importante, pois durante os anos a flexibilidade diminui com a inatividade e com isso pode acontecer lesões. CAPÍTULO 5 AS TÉCNICAS INDIVIDUAIS NO FUTSAL
  • 36. 36 Voser (1999) descreve técnica com uma infundável série de movimentos realizados duante uma partida, tendo como base os fundamentos do Futsal. Para Saad (1997), na teoria, as técnicas são pré-requisitos para que a criança desenvolva o jogo mas na pratica a forma de ensino é a decomposição do jogo até chegar nas técnicas, sendo assim o aluno tem dificuldade na hora do jogo, pois não depara com as situações de jogo durante os treinos, isso prejudica um pouco o aprendizado. Ainda Saad (1997) cita sobre a técnica do Futsal que; Para o ensino-aprendizagem da técnica, requer do professor transformar situações de jogo mais freqüentes em atividades em grupos. Devemos oportunizar a criança atividades semelhantes às situações reais de jogo, de maneira que a criança desenvolva também a sua capacidade tática. Segundo Melo e Melo (2007, p.53) “O Futsal assim como qualquer outra modalidade esportiva, existem movimentos básicos para executar com um menor gasto energético e a máxima precisão.” O passe, o drible, a recepção de bola, o chute, condução e controle de bola, o cabeceio, e a marcação, são considerados fundamentos básicos, sendo que a técnica consiste em fazer esses fundamentos. (Mutti 2003) Para Melo e Melo (2007) A antecipação e o deslocamento também fazem parte dos fundamentos básicos do Futsal. Segundo Garcia e Faílla,(1986, apud MELO e MELO, 2007,p.53) “Diz que a técnica é o domínio do gesto próprio do jogo, através do qual o jogador obtém os melhores resultados. Dizem ainda que as técnicas os propiciam as regras práticas de execução dos movimentos de passe, recepção, conduzir a bola, chutar e arremessar”.
  • 37. 37 As citações acima dizem que a técnica seria o movimento básico para que qualquer pessoa possa praticar o futsal, sendo esses fundamentos uma pratica comum do jogo. Para Melo e Melo (2007) Quanto maior e melhor a coordenação motora, mais fácil o aprendizado dessas técnicas, auxiliando também na melhora do psicológico, do físico, no deslocamento e no cognitivo. A excelência no domínio dessas técnicas faz com que aja essa diferença entre um jogador e outro, podendo ser considerado até um craque esse jogador que executa essas técnicas com perfeição e um alto grau de eficiência. (MUTTI 2003) Como foi dito nas citações acima, pra uma boa execução desses fundamentos, é preciso que a criança tenha um bom repertorio motor, podendo fazer a diferença na hora da execução desses fundamentos. Para se alcançar o melhor desempenho dessas técnicas individuais durante uma partida, o treinamento a seu utilizado é o de atividades planejadas com a execução sistemática (MELO;MELO, 2007). O ensino dessas técnicas visa desenvolver a habilidade que o jogador possui, procurando o aperfeiçoamento do que lhe é nato. Esses movimentos somente serão bem executados quando forem automatizados (MUTTI 2003, p 33). Segundo Mutti (2003) Ao automatizar essas técnicas, dependendo do grau, sua eficiência em realizá-la, vai fazer com que essa técnica se torne um movimento reflexo. Na fase inicial isso não vai ser atingido, devido à assimilação e adaptação aos gestos, obrigando a criança usar o raciocínio, a medida que ocorre o desenvolvimento, acontece a automatização ate que o aluno execute os movimentos automaticamente, sem pensar. Mutti (2003) ainda completa que a repetição do movimento e o tipo de treinamento utilizado para determinado fundamento, determinará uma maior ou
  • 38. 38 menor capacidade de desenvolver com êxito a técnica, o tornado automático com a evolução do aluno. Para treinamento da técnica na faixa etária estudada, entre 10 a 13 anos, Weineck (2000) afirma que o professor e treinador contam com a melhor faixa etária para a aprendizagem, porem atenta ao fato de que a criança não deva passar logo para as seqüências complicadas de movimentos, sendo que essas seqüências devem ser trabalhadas nas idades posteriores. Para o trabalho das técnicas no Futsal, Santana (2001) conceitua que os fundamentos representam o próprio jogo e deverão ser vivenciados pela criança intensamente. Sem a preocupação de ensinar a criança a chutar, passar, driblar, seguindo o modelo de treinamento para adulto, o autor defende é a orientação em diversas direções valorizando a ação da criança. Fonseca (2007) cita que os treinadores precisam ter me mente que a liberdade para o erro é parte fundamental do processo de aprendizagem e conscientização na iniciação, com isso a criança deve vivenciar o aprendizado da técnica de varias formas e de diversas maneiras. Santana (2001) cita que em uma simples atividade, lúdica, por exemplo, o que pode ser uma brincadeira despretensiosa mas que, na verdade, envolve uma serie de valores da técnica do Futsal contribuem muito para a formação da técnica na criança, sendo que nessa atividade ela não deixou de realizar os fundamentos, elas driblaram, passaram, marcaram, chutaram deslocaram-se, conduziram e dominaram a bola. Autores como Lucena (2002), Mutti (2003) e Melo e Melo (2007) afirmam que os principais fundamentos realizados na técnica do Futsal são: Passe, Recepção ou Domínio, Condução, Drible, Finta, Chute, Marcação, Cabeceio e por ultimo as principais funções dos Goleiros. Na seqüência os autores citados acima definem com suas classificações e objetivos os fundamentos da Técnica do Futsal.
  • 39. 39 5.1 Passe Passe, um artifício usado pelo jogador à ponte de que a bola chegue limpa ao outro jogador para que ele passa o gol ou passe a bola novamente a um companheiro em melhores condições que ele. Melo e Melo (2007) O objetivo final do passe e fazer o gol, executado de forma eficiente para o companheiro recebe lá em ótimas condições. O avanço dos jogadores, e a comunicação entre si, são caracterizados pelo passe, assim tornando o jogo coletivo (MUTTI 2003) Segundo Lucena (2002 p.9) Passe é a ação de enviar a bola a um companheiro ou determinar setor do espaço de jogo. A classificação do passe pode ser feita de acordo com a distância percorrida pela bola, e o seu trajeto até o companheiro. Em relação à distância os passes são caracterizados como curtos até quatro metros, médios de quatro a dez metros e longos de dez metros em diante, e em relação à trajetória o passe rasteiro, parabólico e meia altura (MELO;MELO 2007). Mutti (2003) fala alem do passe longo e do passe curto, do passe cavadinho, sendo um movimento rápido, feito com a parte da ponta do pé, levantando a bola de baixo para cima, ele diz também que o passe longo é feito com o dorso do pé e o passe curto, é executado com a parte externa e interna do pé. Segundo Melo e Melo (2007); Ferreira (2002) Existe a classificação do passe relacionado à sua execução feita com os pés, com a parte interna e externa do pé, dorso, e solado, também falam na fase do espaço de jogo, sedo ele, Passe lateral, passe em diagonais e passe na paralela. Na fase da execução do passe, Melo e Melo (2007) acrescenta o passe de
  • 40. 40 bico e Lucena (2002) a parte anterior do pé. Lucena (2002) cita que apões a ação do passe a bola pode traçar diferentes trajetórias conforme as situações do jogo e próprio tipo de passe executado. Lucena (2002) cita que o passe de habilidade é aquele em que o aluno tem total controle motor, abrilhantando o jogo, com encaixe preciso entre o tempo e o espaço da chegada do outro jogador, sendo esses passes de coxa, de peito, de cabeça, de ombro, de calcanhar e parabólico ou cavado. 5.2 Chute Mutti (2003) diz que o chute tem uma importância fundamental para se alcançar o objetivo do Futsal que é o gol, basicamente seus princípios são iguais ao do passe, acarretando em um controle maior na direção e na força com aplicação. O chute é a maneira de golpear a bola visando o gol ou desviar a mesma de um local que traga perigo a sua equipe, estando ela parada ou em movimento (MELO;MELO 2007,p74). Costa (2003, apud MELO;MELO 2007) afirma que o chute tanto pode ser na defesa, para tirar a bola da sua meta defensiva, ou na fase ofensiva, para fazer o gol sendo assim a técnica mais importante no Futsal. Segundo Voser os chutes podem ser ofensivo ou defensivo, ofensivo tem como objetivo finalizar as ações do ataque e defensivo, tem como objetivo impedir as ações de ataque e ainda que existem tipos de chutes, rasteiro, meia altura, alto e parábola, enquanto para Lucena (2002) fala que os tipos de chutes são rasteiro, meia altura e alto. Para Melo e Melo (2007) existem alguns fatores fundamentais, para que ocorra um bom chute, posição do pé de apoio, equilíbrio do corpo, posição do pé de ataque e a força que se imprime na bola. Posição do pé no chute, bico ou peito de pé, posição do pé que não chuta
  • 41. 41 base, posição do joelho da perna que chuta fletido para impulsão da e posição do corpo e da cabeça no momento do chute, equilíbrio (VOSER 2003). Lucena (2002) afirma que para a execução do chute, existe varias maneiras em diferentes ações, chute simples, chute bate–pronto, chute de voleio, chute de bico, chute de cobertura. Para Fonseca (2007) cita que os tipos de chutes podem ser com a parte externa ou interna e dorso do pé, sendo considerado simples, chute chamado de chute de habilidade seria o chute de bico e calcanhar, chute de voleio,sendo executado com a parte do dorso do pé tendo que ter uma enorme habilidade, o chute de bate (pronto é realizado com a parte do dorso,externa e interna do pé,e o parabólico realizado com a parte ântero) superior do pé e que os erros mais comuns acontecem quando esta sem estar em equilíbrio não imprimindo a força necessária ao chute. 5.3 Condução Segundo Mutti (2003) a condução é o ato de condução da bola, para qualquer parte da quadra para o outro. Já Melo e Melo (2007) define condução como o modo que o jogador carrega a bola no local do jogo, a deixando o quanto mais próximo possível do seu pé, assim facilitando a rapidez de alguns movimentos a serem executados. Apolo (2004, apud MELO;MELO 2007, p 65) define condução como o ato de locomover-se com a bola através de toques sucessivos por todos os possíveis espaços do jogo. Para Melo e Melo (2007) a condução de bola pode ser com a sola do pé, Tanto com face externa ou com a face interna do pé, e também pode ser classificada de acordo com a trajetória da bola, podendo ser retilínea ou sinuosa. Lucena (2002) afirma que tanto na fase retilínea, quanto na fase sinuosa, as
  • 42. 42 partes do pé ao tocar na bola podem ser a sola, a parte interna e externa do pé. Para Mutti (2003) ao conduzir a bola, o atleta tem que ao receber a bola levantar a cabeça e observar o jogo, conduzindo com a parte externa do pé com toques leves para que a bola fique sempre perto. Melo e Melo (2007, p.66), definem condução da seguinte forma; Condução com a parte externa do pé é a mais utilizada. Quando há necessidade de conduzir a bola com velocidade é com a parte externa do pé que a bola é conduzida. Durante a condução a bola deve estar sempre perto do pé, do jogador, o que dificultara a tomada pelo adversário. Condução com a parte interna do pé não é muito utilizada pelos jogadores, porem, em certas situações do jogo ela deverá ser utilizada, principalmente quando houver necessidade de proteger a bola do adversário durante a condução. 5.4 Drible Segundo Mutti (2003) diferencia a finta do drible, sendo que a finta é ação feita sem a bola para desequilibrar o seu marcador, e o drible sendo uma arte inata, combinado outros recursos para obter o principal objetivo, passar do seu oponente o desequilibrando, e o driblador com a bola ainda em seu controle, sendo considerada uma ação feita por si só ou individual. Garcia e Faílla (1986, apud MELO;MELO 2007 p.70) Define o drible como a técnica de iludir o adversário, tendo a finalidade de ultrapassá-lo sem perder a posse, o domínio da bola e estar em perfeito equilíbrio. Lucena (2002) cita que o drible aconteça, o driblador tem de ter alguns recursos como a noção de espaço, tempo de reação, capacidade de improvisar, uma execução veloz e coordenação, também podendo acontecer tanto com o adjetivo ofensivo, estar o mais próximo da meta do oponente, e defensivo, na proteção a posse de bola. O drible tanto pode ser executado devido a classificação com os pés e com o
  • 43. 43 corpo. Com o pé ou com o corpo, o drible pode ser executado tanto em deslocamento quanto parado. (LUCENA 2002) 5.5 Marcação Para Apolo (2004, apud MELO;MELO 2007, p 80) define a marcação como nada mais que impedir a progressão, pelos espaços de jogo, de um oponente em passe de bola. Já para Lucena (2002) a marcação é o ato de impossibilitar que seu adversário receba essa bola, e à tela em sua posse, caminhe nas dimensões de espaço da quadra. Já para Mutti (2003) a marcação é executada pela equipe que esta sem a bola, nos jogadores com a bola e sem a bola, dificultando um determinado jogador a receber essa bola. Existem alguns fatores para que essa marcação funcione bem, em um jogador sem a bola. Independente da marcação proposta pela sua equipe tem de seguir o jogador na sua movimentação, ficar perto do seu adversário e não fixar o olhar somente na bola. Marcação individual é a marcação a um determinado adversário, podendo ser total ou parcial, marcação por espaço ou zona, seria a marcação feita por ocupação das dimensões da quadra e marcação mista, seria a junção das duas marcações por zona ou espaço ou mista. (LUCENA 2002) Segundo Melo e Melo (2007) divide as técnicas de marcação, sendo elas a técnica de aproximação, sendo feita próximo do adversário mais não muito perto, pois pode estar desequilibrado, portanto essa abordagem só dever ser feita quando seu corpo estiver em equilíbrio para fazer essa aproximação e a técnica de abordagem, com o corpo equilibrado, se aproximar do adversário para ter essa posse de bola, ou não facilitar o passe do seu adversário. Na ação de marcar individualmente, é importante que não se marque a bola após a ação do passe do oponente, e sim o seu deslocamento
  • 44. 44 (LUCENA 2002, p 61). Mutti (2003) afirma que essa marcação no oponente que esta com a bola, deve ser feita para apenas tocar a bola, com uma perna a frente e outra para traz, sendo um apoio pra impedir o movimento do seu oponente. O chamado bote deve ser feito com o corpo mais perto do seu oponente, caso o bote for longe do corpo do seu oponente, não conseguira se recuperar na jogada. 5.6 Cabeceio Segundo Melo e Melo (2007) quando você bate na bola com a parte da cabeça, é caracterizado o cabeceio, o ser ofensivo, para alcançar o objetivo do jogo, o gol, quanto defensivo, para tirar a bola da meta defensiva da sua equipe. O cabeceio pode ser usado para varias ocasiões, tirar a bola da meta defensiva, na meta ofensiva, no caso para fazer o gol ou para passar a bola para outro companheiro, podendo ser utilizado parado, em movimento ou correndo e também nas mais diversas direções, para cima, para baixo, para frente, para traz, e para os lados. (MUTTI 2003) Para Fonseca e Silva (2002, apud MELO;MELO 2007, p 84) define cabeceio como a ação realizada para dar seqüência ao deslocamento da bola em quanto estiver no ar. Para Mutti (2003) a melhor maneira de se realizar o cabeceio e de olhos abertos, assim o atleta observa a trajetória da bola tanto na chegada ao seu encontro, quanto na saída, trajeto ao gol, boca fechada, feito com a testa, parte frontal da cabeça, aumentando assim o impacto do cabeceio. Para Teixeira (1979, apud MELO;MELO 2007) cita que o cabeceio pode ser utilizado de varias maneiras, tanto na parte defensiva, ofensiva e para realização de um passe.
  • 45. 45 5.7 Goleiro Para Costa (2003), o goleiro é o jogador especializado da equipe e a sua tarefa é a defesa da meta contra as investidas do adversário é o único que pode utilizar as mãos dentro de sua área, respeitando as regras. Fonseca (2007) completa a definição de goleiro, descrevendo que o goleiro de Futsal também precisa executar outras funções importantes como iniciar as ações de contra-ataque, organizar a defesa, articular jogadas e acionar as melhores opções de jogo durante as reposições de bola. Segundo Costa (2003) os principais fundamentos a serem trabalhados pelo goleiro são: empunhadura, defesa alta, defesa baixa, reposição, lançamento, saída de gol, e realizar os fundamentos dos jogadores de linha (passe, condução, recepção, etc.). No treinamento para goleiros na iniciação, na faixa de idade estudada no trabalho (10 a 13 anos), Fonseca (2007) considerara que o professor ou treinador devem conduzir trabalhos específicos para a função, entretanto esse trabalho deve prosseguir com o foco nos processos de desenvolvimento das capacidades básicas (velocidade, coordenação, ritmo, e entre outras), sendo vivenciadas com e sem a presença de bola. Entre os vários exercícios, Fonseca (2007) sugere treinamentos que envolvam recepção e amortecimento da bola com as mãos; a coordenação motora (óculo-manual e óculo-pedal em especial); trabalho de pés e mãos, separados e coordenados; e técnicas de recepção (empunhadura da bola). Fonseca (2007) chama a atenção para que professores respeitem as características da faixa etária estipulada para conseguir desenvolver as técnicas de queda (com e sem salto); os diferentes tipos de posicionamento e posturas; as defesas em diversas situações; as técnicas de lançamento (reposição de bola); e a habilidade do goleiro com os pés (já que no Futsal, o goleiro desempenha funções
  • 46. 46 de finalização de armações táticas em determinadas situações do jogo), lembrando ainda que esses treinamentos não devem exigir uma performance compatível com o alto nível, sendo apenas exercícios de iniciação, levando em consideração todos os fatores citados e diagnosticados por todos autores no trabalho. CAPÍTULO 6 – DESENVOLVIMENTO TÁTICO NO FUTSAL
  • 47. 47 Em relação ao desenvolvimento tático o professor de Educação Física deverá tomar um cuidado com os modelos existentes nas aulas de Futsal. Em muitos casos, quando é realizado um trabalho sobre a tática, muitos professores realizam modelos já prontos e desenvolvidos para as categorias maiores não respeitando a individualidade de seu aluno e com isso pulando etapas. O capítulo elucida as características dos alunos para que os professores possam iniciar taticamente os alunos iniciantes do Futsal. Weineck (2000) cita que a tática desportiva se baseia na capacidade cognitiva (conhecimento tático, inteligência de jogo) e a técnica adequada. E que a aplicação da tática é aplicada quando o atleta dispõe da técnica necessária e da capacidade psicofísica (segurança, agressividade, sentido de equilíbrio, resistência a stress e perturbações etc.). Segundo Zech (1971, apud WEINECK, 2000), tática é a capacidade de desempenho individual ou em time de oposição a um adversário. Rose Junior (2006) completa que a decisão dos sistemas posicionais (sistemas táticos) e das ações de jogo a serem empregadas durante o jogo depende de fatores como: capacidade técnica da sua equipe e da equipe adversária, dimensões da quadra, regulamento, condições físicas, aspectos psicológicos e condições especiais ocorridas durante a partida (ex.: expulsão). Greco e Benda (1998) classificam as táticas de acordo com o comportamento dos atletas em relação à situação concreta do jogo como tática individual sendo o resultado de um processo de elaboração, onde intervêm as capacidades físicas, técnicas, táticas, teóricas e psicológicas. É o comportamento de um jogador que através de sua ação consegue interpretar, no tempo, espaço e situação, movimentos dirigidos a um determinado objetivo. Já Greco e Benda (1998) afirmam que a tática nos jogos esportivos coletivos, esta relacionada com fatores espaço – tempo – bola – adversário numa situação de jogo, representando para o atleta, uma tarefa ou um problema de decisão,
  • 48. 48 considerando que esta decisão significa possuir, antecipadamente um objetivo na ação. Concluindo ainda que o atleta deve estar preparado e treinado para determinadas situações que solucione os problemas do jogo. Mutti (2003) define que a tática é o estudo, a orientação e a execução de manobras ofensivas e defensivas de uma equipe durante o jogo. É a preparação da equipe por meio de instruções básicas e especializadas que, ao lado de informações sobre o adversário, são planejadas com a finalidade de vencer a partida. Voser (2003,p. 150) resume claramente o que pensa sobre a iniciação tática ; No jogo de Futsal propriamente dito os jogadores são envolvidos na situação de ataque, que corresponde à armação do ataque,armar a oportunidade de um chute a gol e também a situação de defesa que envolve desarmar o ataque, cobrir a área de gol e por fim a defesa do gol. O “jogo” é o veiculo que possuímos para implementar os conhecimentos táticos da criança. Em relação à tática, Fonseca (2007) relata que as ações ofensivas e defensivas no Futsal estão relacionadas e interligadas com a performance de cada um dos jogadores e são desenvolvidas em uma atmosfera rica e dinâmica. Compreendida dentro das linhas de demarcação que determinam o espaço hábil de jogo, a quadra é um palco de ações simultâneas de jogadores e treinadores. Pinto e Garganta (1995, apud, Fonseca, 2007) descrevem que a finalidade de cada situação apresentada durante o jogo, à relação entre as equipes em disputa, as ações de ataque e defesa, e a contínua necessidade de cada jogador em ser coerente com as sucessivas mudanças no jogo são elementos que impõe mudanças alternadas de comportamento e atitudes a todo instante da partida. Se toda posse de bola é transferida de uma equipe para a outra, por exemplo essas modificações ocorrem instantaneamente e, desse modo, todos os jogadores, independentemente de seu posicionamento na quadra, podem passar da posição de atacantes e do objetivo de fazer o gol para a posição de defensores, com o objetivo de evitar o gol e retomar a posse de bola, e vice-versa (GRECO, 1998).
  • 49. 49 A segunda tática é a chamada tática de grupo onde Greco e Benda (1998) classificam as ações coordenadas entre dois ou três jogadores baseadas na seqüência de intervenções individuais que objetivam fundamentalmente, a continuidade da ação conforme o conceito tático geral do jogo e o objetivo final do mesmo. E por último os autores citam a tática coletiva que é uma sucessão simultânea de ações de três ou mais jogadores estabelecidos previamente que permite relacionar as possíveis respostas dos adversários e submetê-las à própria intenção. De acordo com a classificação de tática Andrade Junior (2009), conclui-se que o atleta deve ter o conhecimento teórico das situações especificas do Futsal para aplicar dentro de um padrão de movimentos estabelecidos através do grupo, objetivando obter vantagem no jogo seja para marcar ou para defender. Andrade Junior (2009) cita que os professores devem conhecer as capacidades táticas para desenvolver melhor as aulas, podendo suprir melhor as falhas ou dificuldades dos alunos e com isso proporcionar uma melhor qualidade no aprendizado. Mutti (2003) emprega que a tática é diferente da técnica, que é automática. Os alunos executam os fundamentos sem pensar, pois os gestos técnicos (passe, chute,domínio, etc.) são realizados por reflexo, uma vez que estão sob a área de ação da medula, que controla os impulsos nervosos. Já a tática exige raciocínio, os alunos têm que pensar naquilo que vão realizar em cada situação de jogo: os padrões de movimentos, os posicionamentos, as jogadas não acontecem por reflexo, mas sim depois que o cérebro processou uma informação, racionalizou e decidiu executar uma ação. Aos professores, portanto, caberá a função de estimular os alunos a pensar, determinando algumas obrigações táticas chamando a atenção quando não as cumprem. Tanto técnico com alunos devem estar cientes de que o Futsal é um esporte coletivo; assim, os alunos devem jogar de maneira homogênea, sempre um
  • 50. 50 ajudando, corrigindo ou facilitando o trabalho do outro. Para que essa condição seja alcançada, os alunos devem estar o tempo todo concentrados e pensando no que fazer em cada situação do jogo (MUTTI, 2003). Weineck (2000) destaca que para crianças entre 10 e 13 anos é especialmente adequado o aprendizado tático, técnico e ampliação do repertorio motor, devendo ser acompanhado do desenvolvimento intelectual, pois é fato comprovado que a capacidade de desempenho esportivo esta relacionada à capacidade intelectual. E com isso a capacidade de reconhecer regras e de diferenciar o essencial do acidental também é pré-requisito para a rapidez e a qualidade do processo de aprendizado técnico e tático. Mutti (2003) cita e exemplifica para o Futsal o que foi conceituado por Weineck, relatando que no Futsal muitos professores encontram problemas nas categorias menores, pois com a criança sem estar totalmente desenvolvida no seu poder de concentração, e ainda sem o seu sistema cognitivo plenamente desenvolvido, não adianta simplesmente dizer para que ela toque a bola no espaço ou correr no vazio; ela pode interpretar de modo incorreto ou nem entender o que isso significa. Nesse caso o caminho seria mostrar, por exemplo, o espaço a que se referiu. Outro fator complicador citado por Mutti(2003) é que em algumas situações ocorre que o professor encontra dificuldades para se expressar e com isso muitas dificuldades para fazer as crianças entenderem, dificultando o ensino da técnica para essa faixa etária. Santana (2001) defende a idéia na qual a criança possa “ficar solta na quadra”, possa errar, e amadurecer com os seus erros. Que ela possa vivenciar e não adquirir a experiência dos outros. Que ela possa construir o seu conhecimento e abstrair, a partir do seu conhecimento já adquirido. Santana ainda cita que os professores devem parar de poupar as crianças do direito de errar e ainda que devem poupá-las dos ensinamentos “corretos”. O importante para a criança vivenciar as atividades, o jogo e o esporte de forma livre, exercendo sua criatividade,
  • 51. 51 pois, acredita-se ser este o estimulo para que ela vá se tornando um ser transformador, independente, seguro, livre e com identidade própria. Voser (2003) afirma que os professores, devem, através de metodologias apropriadas para a criança, proporcionar o maior numero possível de vivencias motoras, incluindo não só os fundamentos técnicos, mas também a liberdade de ocupações de todos os setores da quadra, bem como o entendimento real da concepção do jogo, indicando ao jovem iniciante a oportunidade de vivenciar todas as posições do jogo. Santana (2001) cita que para a faixa etária dos 10 aos 13 anos o professor, deve começar a introduzir os sistemas básicos do Futsal e suas manobras decorrentes, assim como na parte defensiva, a marcação correta dos sistemas, laterais, escanteios, faltas. A criança deverá saber o que esta fazendo, o porquê e para que está fazendo. Sendo que esse momento é propício para a iniciação devido à criança já possuir uma maior capacidade de concentração, e o interesse por um esporte específico, sabendo lidar com informações que lhe dê condições para melhorar o seu jogo. E para concluir, de acordo com as citações dos autores acima sobre a tática esportiva no Futsal para crianças de 10 a 13 anos Andrade Junior (2009) propõem que deve o sistema de jogo 2 X 2 e o sistema 3 X 1, podem ser iniciados sabendo que cada posição tem uma função a realizar, e que todos devem passar por todas as funções. O sistema 2 X 2 é um sistema que utiliza dois jogadores na defesa e dois no ataque. É o sistema de jogo mais simples que uma equipe pode adotar. Exemplo do sistema 2 X 2, onde a saída se faz com tabela simples, aproximação em diagonal, ou lançamento direto do goleiro, para realizar a função do pivô e não apenas lançamento para dentro da área. (Andrade Junior, 2009). O sistema 3 X 1 se caracteriza pela existência de um jogador fixo na defesa, dois alas que fazem o vaivém de defesa e ataque e um pivô que joga sempre mais
  • 52. 52 adiantado, tanto quando ataca como quando defende. É um sistema em que a equipe ataca e defende com três jogadores. Exemplo do sistema 3X1, onde o jogador que esta no meio, se movimenta pra receber a bola ou para abrir espaço. (MUTTI, 2003). CAPÍTULO 5 CONCLUSÃO
  • 53. 53 Através do estudo de vários autores, podemos afirmar que o trabalho de iniciação do Futsal para a faixa etária estipulada, entre 10 a 13 anos, é uma faixa onde o professor deve desempenhar um trabalho com grande responsabilidade, conhecendo as características de seus alunos para que possam realizar as aulas nas características necessárias para o melhor desempenho. Devido à grande responsabilidade, muitos autores defendem que os exercícios dirigidos ao Futsal durante a iniciação devem utilizar do lúdico para que as crianças aprendam aos fundamentos por si próprios, errando e acertando durante situações do jogo propriamente dito. No decorrer da faixa etária estudada o trabalho tático poderá ser iniciado, devido à criança já possuir uma melhora na atenção e na capacidade de concentração e com isso os sistemas iniciais do futsal como o 2 x 2 e o 3 x 1 podem ser desenvolvidos. O que o profissional de Educação Física envolvido com na pratica do Futsal deve desempenhar e compreender é que as crianças necessitam de uma formação adequada de suas capacidades motoras, da construção de idéias e valores, valorizando a sua criatividade, e sempre respeitando a sua individualidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE JUNIOR, J. R. Futsal: Aquisição, iniciação e especialização. 1º ed.
  • 54. 54 Curitiba: Jureia, 2009. APOLO, A. Futsal: Metodologia e didática na aprendizagem. São Paulo: Phorte, 2004. BECKER JR, B. Psicologia aplicada à criança no esporte. Novo Hamburgo/RS: FEEVALE, 2000. BOMPA, T. O. Treinamento total para jovens campeões. São Paulo: Manole, 2000. COSTA, C. F. Futsal: Aprendendo a ensinar. Florianópolis: Visual Books, 2003. FONSECA, C. Futsal: O berço do futebol brasileiro. São Paulo: Aleph, 2007. GOMES, A.C.; MACHAD, J. A. Futsal: metodologia e planejamento na infância e adolescência. Londrina: Midiogral, 2001. GRECO, P. J.; BENDA, R. N. (org.). Iniciação esportiva universal v1 da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte:UFMG, 1998. HAHN,E. Entretenamiento com ninõs: Teoria, práctica, problemas específicos. Barcelona: Martinez Roca, 1988. JUNIOR, N. B. A ciência do esporte aplicada ao futsal. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. LUCENA, R. Futsal e a iniciação. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. MELO, L.; MELO, R. Ensinando futsal. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. MUTTI, D. Futsal: da iniciação ao alto nível. São Paulo: Phorte, 2003. OLIVEIRA, V. M. de. Desporto de base: a importância da escola de esporte. São Paulo: Ícone, 1998. ROSE JUNIOR, D. de. Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. SAAD, M. Futsal: iniciação técnica e tática: sugestões para organizar sua equipe. Santa Maria: Ed. MaS, 1997. SANTOS FILHO, J. L. A. dos. Manual de futsal. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. SANTANA, W. C. de. Futsal: metodologia da participação. Londrina: LIDO, 2001. SILVA, L. R. R. da. (Ed.). Desempenho esportivo: treinamento com crianças e adolescentes. São Paulo: Phorte, 2006. TENROLLER, C. A. Futsal: ensino e pratica. Canoas: Ed. ULBRA, 2004.
  • 55. 55 VOSER, R. Futsal: princípios técnicos e táticos. Canoas: Ed. ULBRA, 2003. VOSER, R. Iniciação ao futsal: abordagem recreativa. Canoas: Ed. ULBRA, 1999. VOSER, R.; GIUSTI, J. G. O futsal e a escola: uma perspectiva pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002. WEINECK, J. Treinamento ideal. São Paulo: Manole, 2000.