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O que é Spam
É difícil encontrar quem se utilize do correio eletrônico hoje em dia que
já não tenha ouvido falar em spam, ou pior ainda, não seja uma de suas
vítimas diárias. Se você é um dos felizardos que nunca foi apresentado
ao spam, saiba que este é o termo pelo qual é comumente conhecido o
envio, a uma grande quantidade de pessoas de uma vez, de mensagens
eletrônicas, geralmente com cunho publicitário, mas não
exclusivamente. O spam também é conhecido pela sigla inglesa UCE
(Unsolicited Commercial Email, ou Mensagem Comercial Não-Solicitada).
Em plena era de Internet comercial, o spam é uma das principais
perturbações para internautas, administradores de redes e provedores,
de tal forma que o abuso desta prática já se tornou um problema de
segurança de sistemas. Além disso, é também um problema financeiro,
pois vem trazendo perdas econômicas para uma boa parte dos
internautas e lucro para um pequeno e obscuro grupo.
Mas originalmente, SPAM foi o nome dado a uma marca de presunto
picante (SPiced hAM, em inglês, de onde surgiu a sigla) enlatado da
Hormel Foods, uma empresa norte-americana que vende o produto
desde 1937. E como o nome de uma comida enlatada se tornou
sinônimo de uma das piores pragas da Internet? A resposta é,
curiosamente, o grupo de comediantes britânicos Monty Python.
Em um quadro de seu programa de TV na década de 70, eles
encenaram uma cena surreal em um restaurante que servia todos os
seus pratos com SPAM. A garçonete descreve para um casal de clientes
os pratos repetindo a palavra "spam" para sinalizar a quantidade de
presunto que é servida em cada prato. Enquanto ela repete "spam"
várias vezes, um grupo de vikings que está em outra mesa começa a
cantar "Spam, spam, spam, spam, spam, spam, spam, spam, lovely
spam! Wonderful spam!", interrompendo-a.
Por isso, alguns usuários dos MUDs (multi-user dungeon, um antigo
ambiente compartilhado usado para bate-papo virtual) começaram a
fazer o paralelo entre a irritante e repetitiva música "spam" e as
mensagens repetitivas e irritantes de alguns usuários que anunciavam
produtos ou idéias. Existem também relatos de usuários usando scripts
que digitavam "...spam, spam..." automaticamente nas salas de batepapo, em 1985. Em pouco tempo, os usuários da Usenet, maior sistema
de grupos de notícias e listas de discussão online, adotaram o termo. O
primeiro spam via e-mail documentado foi enviado em 3 de maio de
1978, há 25 anos. Já o uso do termo spam na Usenet completou 10
anos em março de 2003.
A primeira mensagem não-solicitada enviada por e-mail de que se tem
notícia foi um anúncio da DEC, fabricante de computadores, que falava
sobre a nova máquina DEC-20, em 1978. A mensagem, que foi enviada
na ARPAnet (Advanced Research Projects Agency Network, rede de
pesquisa avançada do Departamento de Defesa dos EUA, que deu
origem à Internet), dava detalhes sobre o novo produto e convidava as
pessoas para apresentações na Califórnia. O spam gerou polêmica na
rede por violar as regras de uso da ARPAnet e um dos comentários
mais curiosos da época é o do guru do GNU/Linux, Richard Stallman.
No comentário, Stallman diz que não acha o spam um problema,
posição totalmente contrária à que tem hoje.
Brad Templeton, pesquisador da história do spam, encontrou alguns
relatos do uso do termo spam em antigos sistemas de bate-papo, como
Bitnet's Relay, que deu origem ao IRC (Internet Relay Chat). A pesquisa
dele mostrou que algumas pessoas mandavam para outros usuários a
letra da música Spam do Monty Python repetidamente para irritá-los.
Também nos BBS (Bulletim Board System), precursores dos atuais
provedores, o termo era usado, por volta do fim da década de 1980.
No entanto, a palavra spam só começou a ser realmente difundida a
partir de abril de 1994, quando Laurence Canter e Martha Siegel, dois
advogados da cidade norte-americana de Phoenix, que trabalhavam em
casos de imigração, enviaram uma mensagem anunciando serviços que
teoricamente ajudavam as pessoas a ganhar vistos de permanência
(Green Card) nos EUA. Por causa disso, a mensagem é hoje conhecida
como "Green Card Spam" e, já na época, imediatamente gerou as
mesmas reações que o spam atual, com questionamentos sobre ética e
legalidade da prática. Não era uma mensagem nova, mas no dia 12 de
abril eles usaram uma tática inovadora: contrataram um programador
para criar um script simples e enviar o anúncio da dupla para todos os
milhares de grupos de notícias da Usenet. O esquema deu certo e todos
receberam o primeiro spam em larga escala da história, o que contribuiu
para difundir o termo.
A partir daí, várias outras mensagens receberam o rótulo de spam, na
maioria anúncios pessoais ou de empresas. Logo depois, as pessoas
começaram a usar os programas de envio em massa de e-mails - que já
existiam há décadas para o gerenciamento de listas de discussão - para
enviar lixo eletrônico para grandes massas de usuários da rede.
Atualmente, a Hormel Foods ainda detém a marca registrada SPAM,
além de um site com o domínio Spam.com, no qual se encontram
informações legais e de copyright sobre a marca, links para suvenires e
lembranças com o nome SPAM, fotos ampliadas de latas de SPAM e até
um museu do SPAM, que obviamente não tem nada a ver com o site
anti-spam de mesmo nome que havia no Brasil até o início deste ano.
Na verdade, a Hormel mantém certas reservas em relação à
identificação de sua marca com uma prática comercial que vem
despertando a ira de consumidores da Internet mundial. Em seu site, a
empresa faz questão de frisar que se opõe ao envio de mensagem
comercial não-solicitada e nunca se engajou nessa prática. Mas afirma
que não vê problema no uso da gíria "spam" para designar tais
mensagens, contanto que a imagem do produto que vende não seja
associada com o termo e que, relacionada a mensagens eletrônicas, a
palavra seja escrita com letras minúsculas. A palavra SPAM, com letras
maiúsculas, deve ser usada apenas para indicar o produto alimentício,
de acordo com o desejo da Hormel.

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  • 1. O que é Spam É difícil encontrar quem se utilize do correio eletrônico hoje em dia que já não tenha ouvido falar em spam, ou pior ainda, não seja uma de suas vítimas diárias. Se você é um dos felizardos que nunca foi apresentado ao spam, saiba que este é o termo pelo qual é comumente conhecido o envio, a uma grande quantidade de pessoas de uma vez, de mensagens eletrônicas, geralmente com cunho publicitário, mas não exclusivamente. O spam também é conhecido pela sigla inglesa UCE (Unsolicited Commercial Email, ou Mensagem Comercial Não-Solicitada). Em plena era de Internet comercial, o spam é uma das principais perturbações para internautas, administradores de redes e provedores, de tal forma que o abuso desta prática já se tornou um problema de segurança de sistemas. Além disso, é também um problema financeiro, pois vem trazendo perdas econômicas para uma boa parte dos internautas e lucro para um pequeno e obscuro grupo. Mas originalmente, SPAM foi o nome dado a uma marca de presunto picante (SPiced hAM, em inglês, de onde surgiu a sigla) enlatado da Hormel Foods, uma empresa norte-americana que vende o produto desde 1937. E como o nome de uma comida enlatada se tornou sinônimo de uma das piores pragas da Internet? A resposta é, curiosamente, o grupo de comediantes britânicos Monty Python. Em um quadro de seu programa de TV na década de 70, eles encenaram uma cena surreal em um restaurante que servia todos os seus pratos com SPAM. A garçonete descreve para um casal de clientes os pratos repetindo a palavra "spam" para sinalizar a quantidade de presunto que é servida em cada prato. Enquanto ela repete "spam" várias vezes, um grupo de vikings que está em outra mesa começa a cantar "Spam, spam, spam, spam, spam, spam, spam, spam, lovely spam! Wonderful spam!", interrompendo-a. Por isso, alguns usuários dos MUDs (multi-user dungeon, um antigo ambiente compartilhado usado para bate-papo virtual) começaram a fazer o paralelo entre a irritante e repetitiva música "spam" e as mensagens repetitivas e irritantes de alguns usuários que anunciavam produtos ou idéias. Existem também relatos de usuários usando scripts que digitavam "...spam, spam..." automaticamente nas salas de batepapo, em 1985. Em pouco tempo, os usuários da Usenet, maior sistema de grupos de notícias e listas de discussão online, adotaram o termo. O primeiro spam via e-mail documentado foi enviado em 3 de maio de
  • 2. 1978, há 25 anos. Já o uso do termo spam na Usenet completou 10 anos em março de 2003. A primeira mensagem não-solicitada enviada por e-mail de que se tem notícia foi um anúncio da DEC, fabricante de computadores, que falava sobre a nova máquina DEC-20, em 1978. A mensagem, que foi enviada na ARPAnet (Advanced Research Projects Agency Network, rede de pesquisa avançada do Departamento de Defesa dos EUA, que deu origem à Internet), dava detalhes sobre o novo produto e convidava as pessoas para apresentações na Califórnia. O spam gerou polêmica na rede por violar as regras de uso da ARPAnet e um dos comentários mais curiosos da época é o do guru do GNU/Linux, Richard Stallman. No comentário, Stallman diz que não acha o spam um problema, posição totalmente contrária à que tem hoje. Brad Templeton, pesquisador da história do spam, encontrou alguns relatos do uso do termo spam em antigos sistemas de bate-papo, como Bitnet's Relay, que deu origem ao IRC (Internet Relay Chat). A pesquisa dele mostrou que algumas pessoas mandavam para outros usuários a letra da música Spam do Monty Python repetidamente para irritá-los. Também nos BBS (Bulletim Board System), precursores dos atuais provedores, o termo era usado, por volta do fim da década de 1980. No entanto, a palavra spam só começou a ser realmente difundida a partir de abril de 1994, quando Laurence Canter e Martha Siegel, dois advogados da cidade norte-americana de Phoenix, que trabalhavam em casos de imigração, enviaram uma mensagem anunciando serviços que teoricamente ajudavam as pessoas a ganhar vistos de permanência (Green Card) nos EUA. Por causa disso, a mensagem é hoje conhecida como "Green Card Spam" e, já na época, imediatamente gerou as mesmas reações que o spam atual, com questionamentos sobre ética e legalidade da prática. Não era uma mensagem nova, mas no dia 12 de abril eles usaram uma tática inovadora: contrataram um programador para criar um script simples e enviar o anúncio da dupla para todos os milhares de grupos de notícias da Usenet. O esquema deu certo e todos receberam o primeiro spam em larga escala da história, o que contribuiu para difundir o termo. A partir daí, várias outras mensagens receberam o rótulo de spam, na maioria anúncios pessoais ou de empresas. Logo depois, as pessoas começaram a usar os programas de envio em massa de e-mails - que já existiam há décadas para o gerenciamento de listas de discussão - para enviar lixo eletrônico para grandes massas de usuários da rede.
  • 3. Atualmente, a Hormel Foods ainda detém a marca registrada SPAM, além de um site com o domínio Spam.com, no qual se encontram informações legais e de copyright sobre a marca, links para suvenires e lembranças com o nome SPAM, fotos ampliadas de latas de SPAM e até um museu do SPAM, que obviamente não tem nada a ver com o site anti-spam de mesmo nome que havia no Brasil até o início deste ano. Na verdade, a Hormel mantém certas reservas em relação à identificação de sua marca com uma prática comercial que vem despertando a ira de consumidores da Internet mundial. Em seu site, a empresa faz questão de frisar que se opõe ao envio de mensagem comercial não-solicitada e nunca se engajou nessa prática. Mas afirma que não vê problema no uso da gíria "spam" para designar tais mensagens, contanto que a imagem do produto que vende não seja associada com o termo e que, relacionada a mensagens eletrônicas, a palavra seja escrita com letras minúsculas. A palavra SPAM, com letras maiúsculas, deve ser usada apenas para indicar o produto alimentício, de acordo com o desejo da Hormel.