SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
Baixar para ler offline
O coworking como impulsionador
de novos negócios
Mylena Contessoto
MBA Gestão de Negócios - ESALQ-USP
Caio Flavio Stettiner
UNIFACCAMP - Centro Universitário
Campo Limpo Paulista
Alexandre Formigoni
Centro Paula Souza Pós-graduação Strictu
Sensu
Roberto Padilha Moia
Fatec Sebrae
Resumo: Abstract
Palavras-chave: Keywords:
Os dados do Censo Coworking Brasil 2018 mostraram
um crescimento de 48% neste setor entre 2017 e 2018,
indicando que a busca por espaços de trabalho com-
partilhados e o empreendedorismo ganharam lugar
de destaque na economia brasileira. Observou-se que
este modelo fomenta o compartilhamento de informa-
ções entre proprietários de negócios diferentes, inspira
novos empreendedores, reduz despesas fixas e reforça
que a economia compartilhada é a grande impulsio-
nadora deste formato. As leis que os regulamentam,
e que por ora são bastante questionadas, tornam-se
necessárias para que as relações entre as partes sejam
benéficas e não desgastadas por questões burocráti-
cas. Foram destacados dois espaços no país localizados
na cidade de São Paulo, sendo um com o propósito de
gerar impacto social e outro que atua com empresas
de diferentes setores. Para ambos, foi dada ênfase à
estrutura física e organização. Pesquisa bibliográfica,
qualitativa, de caráter exploratório, e com entrevistas
estruturadas com usuários e funcionários, demonstra-
ram que essas parcerias são efetivas e promissoras, in-
clusive para a geração de empregos diretos e indiretos.
The Coworking Brazil 2018 Census data showed a 48%
growth in this sector between 2017 and 2018, indica-
ting that the search for shared workspaces and en-
trepreneurship gained prominence in the Brazilian
economy. This model has been found to foster infor-
mation sharing among different business owners, ins-
pire new entrepreneurs, reduce fixed expenses and
reinforce that the shared economy is the major dri-
ver of this format. The laws that regulate them, and
which for the time being are highly questioned, are
necessary for relations between the parties to be be-
neficial and not eroded by bureaucratic issues. Two
spaces in the country located in the city of São Paulo
were highlighted, one with the purpose of generating
social impact and the other that works with companies
from different sectors. For both, emphasis was placed
on physical structure and organization. Qualitative,
exploratory bibliographic research and structured in-
terviews with users and staff have shown that these
partnerships are effective and promising, including
for direct and indirect jobs.
espaços; compartilhamento; economia;
colaborativa
spaces; sharing; economy; collaborative
6
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Introdução
Empreender é um dos temas mais discuti-
dos nos últimos tempos, seja devido à neces-
sidadecriadapelacriseeconômicacomoau-
mentododesemprego,quantopelodesejode
se tentar algo diferente e que gere valor para
oempreendedoreparaasociedade.
Augusto Cury (2003), médico psiquiatra,
psicoterapeuta, pesquisador e escritor, enfa-
tizaqueserempreendedoréexecutarsonhos,
mesmoquehajariscos.
Riscos esses que podem ser minimizados
com a elaboração de um plano de negócios
bemestruturado,queirádirecionaroempre-
endedor a analisar a viabilidade da ideia, fa-
zendoagestãoeequilíbriodoinvestimento.É
necessárioavaliarcriteriosamentecadaetapa
eemespecialoorçamento,considerandoque
a causa de encerramento de empresas antes
dos quatro anos se deve aos altos custos e en-
cargos.(SEBRAE,2016).
De acordo com as orientações do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-
presas(SEBRAE),umplanodenegóciooferece
segurançaediminuiincertezasparaquembus-
ca iniciar ou ampliar um negócio, e em linhas
geraiscontemplaoitoetapas.(SEBRAE,2018):
•	 Definição do que é o negócio;
•	 Escolha dos produtos ou serviços
que serão ofertados;
•	 Público-alvo;
•	 Capital a ser investido;
•	 Faturamento mensal;
•	 Lucro esperado;
•	 Prazo de retorno;
•	 Localização da empresa
Referencial teórico
O planejamento do espaço de
trabalho
Em 1998, Paul H O`Neill, presidente da
Alcoa, acreditava que a arquitetura influen-
ciava o comportamento. Assim, fez questão
de ajudar a projetar a nova sede em Pittsbur-
gh para assegurar que poderia mostrar que
a empresa era aberta, responsiva e flexível.
(ROBBINS, 2002).
O`Neill queria derrubar as barreiras
hierárquicas tradicionais, sem salas sun-
tuosas ou privacidade para altos escalões.
Pediu salas de reuniões com paredes de
vidro, escadas rolantes e maior interação
entre as pessoas. Obviamente nem todos
gostaram do novo formato de local de tra-
balho pois muitos executivos sentiram que
perderam seus status, entretanto já se ob-
servava várias características de um espa-
ço de coworking atual.
A Alcoa, assim como 3M, Sun Microsys-
tens, Du Pont e Hewlett-Packard foram
consideradas algumas das primeiras orga-
nizações que redesenharam seus espaços
de trabalho para melhorar a colaboração
e a comunicação entre os funcionários, e
atualmente temos vários exemplos, como
Itaú Unibanco e Unilever. (ROBBINS,
2002).
Robbins (2002), afirma que na década de
90, o espaço destinado aos funcionários em
funções administrativas reduziu de 20 a
50%, e parte disso deve-se a razões econô-
micas e à reengenharia. Segundo ele, um
espaço custa dinheiro e redução de espaço
consequentemente gera redução de custos.
7
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Conforme o trabalho foi sendo redese-
nhado, a necessidade de salas individuais
diminuiu.
Uma das tendências era a substituição de
salasfechadasecubículoscomolocaisdetra-
balhoparaespaçosabertoseprofissionaisde
diferentes hierarquias trabalhando juntos
ou bem próximos. O conceito de escritório
aberto era chamado de hotelaria, no qual os
funcionáriosreservavamumlocalelevavam
seus mobiliários básicos para trabalharem,
e da mesma forma que em um hotel, faziam
seuscheckoutaofinaldodia.Essemovimen-
to foi adotado por empresas de consultoria
administrativa e financeira, como Andersen
Consulting,KPMGPeatMarwickeCiscoSys-
temspoisamaiorpartedosfuncionáriosfica-
vamuitotempoforadaempresaouemreuni-
õesdeequipe.(ROBBINS,2002).
A quarta revolução industrial
As revoluções ocorrem quando novas
tecnologias e formas de perceber o mundo
resultam em alterações profundas nas es-
truturas sociais e sistemas econômicos. A
primeira grande mudança em nosso modo
de vida ocorreu com a combinação das for-
ças dos animais e dos humanos em bene-
fícios da produção, transporte e comuni-
cação. Com isso a produção de alimentos
aumentou, o crescimento populacional foi
estimulado e assentamentos humanos maio-
res resultaram na urbanização. (SCHW
AB E
KLAUS 2019).
Desde a segunda metade do século XVIII,
Schwab relata que ocorreram outras re-
voluções industriais caracterizadas pela
transição da força muscular para a energia
mecânica, como na primeira revolução in-
dustrial que foi provocada pela construção
de ferrovias e invenção da máquina a vapor,
o que deu início à produção mecânica.
A segunda revolução industrial, ocorrida
entre o final do século XIX e início do século
XX, caracterizou-se pela produção em massa
devido à chegada da eletricidade e da linha
de montagem. Na terceira revolução, ini-
ciada na década de 1960, também chamada
de revolução digital ou do computador, foi
impulsionada pela computação em main-
frames e computadores pessoais, além da
Internet. (SCHW
AB E KLAUS 2019).
Baseada na revolução digital, foi definida
como quarta revolução industrial a evolu-
ção da Internet, que passa a estar em todo
o lugar e de forma acessível para pouco me-
nos da metade da população mundial, além
da inteligência artificial e aprendizagem
automática.
A tecnologia de Blockchain registra atu-
almente transações financeiras feitas com
moedas digitais como Bitcoins, e futura-
mente poderá registrar certidões, diplomas
ou quaisquer outras transações que possam
ser transformadas em códigos (SCHW
AB E
KLAUS 2019).
A inteligência artificial possibilita que
carros sejam pilotados sem a necessidade
de um ser humano, assistentes pessoais in-
cluídos nos próprios celulares que auxiliam
em tarefas simples apenas pelo reconheci-
mento da voz são uma realidade assim como
a impressão 3D.
As tecnologias estão mais integra-
das possibilitando inovação em serviços
8
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
disruptivos, como Uber e Airbnb, integran-
do pessoas que compartilham seus bens par-
ticulares e serviços.
A sobrevivência de um negócio depende
de como responde à competição, sendo que a
única maneira é inovar, provocar mudanças
e adaptar-se aos ambientes. (TERRA, 2007).
Economia colaborativa: o que isso
significa e qual a relação com o
coworking?
Ao longo da história mundial, as comu-
nidades iniciaram baseadas em questões ge-
ográficas e assim eram chamadas de tribos.
Posteriormente,classificadasconformeques-
tões ideológicas, por exemplo, religiões e de-
pois conforme o regime de governo, como
monarquias. Atualmente a internet propor-
cionaacriaçãodecomunidadesbaseadasem
característicasespecíficas,ouatributos,eque
compartilham crenças, recursos, necessida-
des, riscos, dentre outros fatores e todos in-
dependentes de uma proximidade física, ou
seja, não precisam estar no mesmo espaço.
(ISMAIL,MALONE,GEEST,2015).
As transformações econômicas que acon-
tecem velozmente causam mudanças de há-
bitos comuns, despertam novas formas de
consumo, acarretando inovações tecnoló-
gicas e novas abordagens de como iniciar
e fazer um negócio prosperar. Conforme
publicado no site Deskcoworking (2018), a
tendência é que os consumidores passem
a dividir o uso dos produtos e serviços que
acessam. Trata-se do consumo colaborativo
e não exclusivo.
Na economia compartilhada (do inglês
Sharing Economy), ou colaborativa, as
trocas não são necessariamente financeiras,
porém os ganhos são vantajosos para todos.
Não está relacionada somente a aplicativos e
tecnologia, na realidade é o antigo conceito
de emprestar coisas e compartilhar custos e
o que mudou é que a tecnologia e as redes so-
ciais possibilitaram uma abrangência maior
com quem compartilhar. (CONSUMO CO-
LABORATIVO, 2017).
As plataformas tecnológicas tornaram
isso uma realidade, possibilitando a reu-
nião de pessoas, dados, bens e serviços que
podem ser acessados de forma integrada
pelo celular, alterando ambientes pessoais
e profissionais. Como efeitos relevantes da
quarta revolução industrial nos modelos de
negócios, é possível destacar as mudanças
nas expectativas dos clientes e consequente-
mente melhorias nos produtos com base em
dados coletados, além da remodelagem dos
modelos de operações e a formação de novas
parcerias de trabalho e colaboração entre as
empresas. (SCHW
AB E KLAUS 2019).
Também chamada de colaborativa, essa
economia desperta uma nova relação entre
as pessoas e o consumo: mais do que ven-
der ou comprar, as pessoas querem compar-
tilhar experiências. (DESK COWORKING,
2018).
Dois modelos que exemplificam este con-
ceito e simbolizam o poder dessa ruptura
são:
•Uber, que é o serviço de transporte vol-
tado para viagens com custo inferior ao dos
táxis e que gera empregos pois o condutor
pode utilizar o seu próprio veículo ou ain-
da alugar um para tal finalidade. Este é um
9
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
serviço que também colabora com a redução
de impactos ambientais, pois mais pessoas
deixam seus carros em casa e compartilham
caronas (DESK COWORKING, 2018).
•Airbnb: refere-se ao aluguel de acomo-
dações feito online, em qualquer parte do
mundo, gerando economia para quem busca
uma hospedagem e lucro para quem dispõe
de seu próprio imóvel (DESK COWORKING,
2018).
Outros serviços também passaram a exis-
tir, como lavagens de roupas, compras em
supermercados e passeios com pets. Unem
a oferta e a demanda por um custo acessível
para todos, permitem que ambas as partes
se interajam e forneçam feedbacks entre si
e para todos os usuários ativos e potenciais.
(SCHW
AB E KLAUS, 2019).
Dependendo do ramo de atividade, caso
os produtos e/ou serviços de um novo em-
preendimento possam ser oferecidos por
canais remotos não tendo necessidade de
um espaço físico para apresentação e ven-
da direta ao consumidor, o coworking pode
ser considerado uma das melhores opções.
Kuviatkoski, Carol e Rachel Botsman, re-
ferências nos estudos de colaboração do con-
sumo em meios digitais, explicam a econo-
mia compartilhada em três tipos de sistemas
(IDEIA NO AR, 2018):
•	 Mercados de redistribuição: remane-
jar itens não utilizados em um determinado
lugar ou pessoas para outros que possam ser
úteis, como os sites de venda ou troca como
brechós;
•	 Sistemas de acessos a produtos e ser-
viços: o usuário paga para ter acesso a um
produto ou serviço por um determinado pe-
ríodo, por exemplo, o caso de imóveis aluga-
dos para curta temporada em plataformas
digitais.
•	 Estilo de vida colaborativo: reunião
de pessoas com o objetivo de compartilhar
bens, serviços, o próprio tempo ou espaços,
como os escritórios de coworking.
O coworking é uma base importante
para a consolidação da economia colabo-
rativa, pois favorece o compartilhamento
de experiências entre seus membros, seja
na construção de novas parcerias de tra-
balho ou na troca de conhecimento (DESK
COWORKING, 2018).
Origem do coworking no mundo e
a presença no Brasil
Bernie Dekoven, escritor e designer de ga-
mes,criouotermocoworkingem1999parase
referir a um modelo de trabalho colaborati-
vo apoiado pelas tecnologias baseadas na in-
formática. Em 2005, Brad Neuberg, um pro-
gramadordesistemasdeSãoFrancisco(EUA)
teve a ideia de dividir seu apartamento com
amigosparaquetodospudessemexercerati-
vidadescomerciaisduranteodia,eànoiteera
uma república de estudantes. Como o resul-
tado foi positivo, Neuberg fundou a Hat Fac-
tory que alugava espaços de lofts para pro-
fissionais de TI e posteriormente, de outros
segmentostambém.Atrocadeideias,experi-
ências e networking eram características do
localeonovomodelopassouasepropagarno
mundo.(Moreira,2017).
No Brasil, este conceito chegou em 2008
com o escritório Pto de contato, localizado
em São Paulo, SP. (MOREIRA, 2017).
10
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Com o crescimento do empreendedoris-
mo no Brasil e no mundo, seja devido à ne-
cessidade criada pela crise econômica com o
aumento do desemprego, quanto pelo desejo
de se tentar algo diferente e que gere valor
para o empreendedor e para a sociedade, ob-
serva-se que a redução de custos é um fator
decisivo para o sucesso de novos negócios.
É nesse contexto que os coworkings passam
a ter mais força.
Para iniciar um negócio, o empreendedor
necessita ter certeza sobre as despesas que
terá, como salários (se tiver equipe), impos-
tos, taxas e aluguéis, pois as receitas e o pra-
zo de retorno do investimento serão sempre
perspectivas e incertezas. Assumir riscos é
o comportamento básico de todo empreen-
dedor e a sua sobrevivência depende do pla-
nejamento e de seu compromisso. (MAXI-
MIANO, 2006).
Para apoio ao empreendedorismo, mais
recentemente vimos surgir as incubadoras,
que são instituições que direcionam as ações
iniciais de novos negócios com o serviço de
consultoria especializada, além de dispo-
nibilizarem estruturas, tecnologias e apoio
operacional para que essas novas empresas
possam se desenvolver e gerem resultados.
(ELEPHANT, 2019).
Existem espaços de coworking que con-
centram estas instituições, e favorecem um
ambiente propício de troca de conhecimen-
to e estímulo aos empreendedores.
As empresas incubadas passam a usufruir
de um ambiente favorável ao crescimento,
à inovação e empreendedorismo, além de
que outros empreendedores as procuram
para apoiar, aprender junto e investir nas
ideias e propostas para que possam se desen-
volver mais rapidamente. Por ser um am-
biente direcionado para hospedar empresas
e profissionais variados, os novos negócios
não precisam considerar a estrutura física
no seu planejamento inicial, e podem focar
totalmente na inovação de seus produtos ou
serviços. (GOWORK, 2019)
Existem propostas diferentes de incuba-
ção de novos negócios, de acordo com o es-
tágio de crescimento e objetivos de cada um.
(SEBRAE, 2019)
Nestes ambientes também podemos ter
as aceleradoras que trabalham com startups
já na fase de crescimento, com grande po-
tencial e proposta de negócio interessante,
além de usarem capital próprio para auto-
financiamento. Uma incubadora procura
apoiar empresas conforme diretrizes gover-
namentais ou regionais e podem com isso
utilizar verbas públicas para investir nas
empresas incubadas ou em si mesmas. (TE-
GUP, 2019)
Caso a empresa deseje um modelo de ne-
gócio escalável e inovações mais radicais,
aconselha-se a procurar uma aceleradora.
Se a proposta for o modelo tradicional, uma
incubadora é o recomendado. (SEBRAE,
2019)
Para Ismail (2015), o aluguel de maqui-
nários e edifícios ou locais de trabalho, ao
invés de tê-los como ativos da empresa, são
tendências de terceirização cada vez mais
constante e reforçam o conceito da econo-
mia de compartilhamento. O acesso a ferra-
mentas de tecnologia, como arquivamento
11
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
na nuvem para gerenciar grandes quantida-
des de informações a baixo custo também
exemplifica esta tendência.
Faz-se necessário discorrer que além da
redução de custos, um indicador importan-
te a ser avaliado na questão de sobrevivên-
cia das empresas, é analisar quanto tempo
são capazes de manterem as suas atividades.
Não existe um fator único ao qual se possa
atribuir a causa da mortalidade de um ne-
gócio, mas sim quatro grandes fatores (SE-
BRAE, 2016):
•	 Situação do empresário antes da
abertura do negócio, como por exem-
plo a pouca ou total inexperiência no
ramo;
•	 O planejamento dos negócios feito
de forma inadequada sem grandes ne-
gociações de prazos com fornecedores
ou de crédito com bancos;
•	 Baixo investimento em aperfeiço-
amento de produtos e serviços, acom-
panhamento deficitário de despesas e
receitas;
•	 Falta de investimento na própria
capacitação e na de funcionários.
Toda possibilidade de redução de custos
deve ser avaliada, e de forma especial os en-
cargos com locação de espaços.
Para Maximiano (2006), no Brasil, a mor-
talidade das empresas acontece no período
inferior a 3 anos e na maioria são decorren-
tes da falta de políticas públicas em prol
de empreendedores que antes mesmo de
abrirem seus negócios já pagam impostos,
somados aos juros altos, carga tributária co-
nhecida como uma das mais altas do mundo
e diversas obrigações trabalhistas.
De acordo com a pesquisa realizada pelo
SEBRAE, para as empresas que encerraram
as suas atividades, os fatores que poderiam
evitar o fechamento do negócio seriam: me-
nos impostos e encargos (52%), mais clien-
tes (28%), crédito mais facilitado (21%) e um
melhor planejamento do negócio (18%). (SE-
BRAE, 2016).
Regulamentação e benefícios do
Coworking
A Comissão de Desenvolvimento Eco-
nômico, Indústria, Comércio e Serviços
aprovou em maio/2018 o projeto de lei que
regulamenta o funcionamento de coworkin-
gs no Brasil, sendo que para se caracterizar
especificamente como coworking, é neces-
sária uma sala multiempresarial, onde os
clientes desenvolvem atividades econômicas
em um mesmo espaço (VIANA, 2018).
Em 2015 foram registrados 238 espaços,
tendo um aumento de 52% em 2016. Já em
2017, o aumento foi de 114%, sendo este ano
considerado como uma explosão do segmen-
to. No último censo registrado, em 2018, o
aumento foi de 48%, sendo que essa queda
da taxa de crescimento já era esperada, pois
o mercado precisava se organizar para evo-
luir de forma sustentável (COWORKING
BRASIL, 2018).
Estima-se 1194 espaços espalhados em 169
municípios brasileiros, 88 mil estações de
trabalho disponíveis e 7 mil empregos dire-
tos. Em 75% dos mapeados no Censo, o espa-
ço é multidisciplinar, ou seja, não concentra
12
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
um segmento de mercado específico, contra
12% de indústria criativa, 5% de Tecnologia
de Informação (TI] e tecnologia e 8% de ou-
tros não especificados (COWORKING BRA-
SIL, 2018).
Ainda de acordo com o site Coworking
Brasil, em alguns destes espaços os adminis-
tradores disponibilizam espaços conhecidos
como pet friendly (24%) e apenas 52% ofere-
cem espaços de bar e/ou cafés. Pouco mais
da metade (54%), oferecem eventos abertos
à comunidade que podem ser palestras so-
bre questões de mobilidade urbana e divul-
gação de empresas residentes nos próprios
espaços, atraindo desta forma novos resi-
dentes para seus espaços e visibilidade dos
negócios.
Por ser um espaço compartilhado entre
diversas empresas, a possibilidade de parce-
rias e a divisão de custos que são inerentes a
qualquer negócio faz com que o coworking
seja uma excelente opção, de forma especial
para microempresas e startups.
Estes ambientes favorecem a inovação
e melhorias de processos e produtos, pois
existe uma forte interação com profissionais
de segmentos distintos que trocam serviços
e ideias entre si (SOARES E SALTORATO,
2015). Com um investimento menor quando
comparado ao aluguel de salas comerciais, é
viável iniciar um negócio em um ambiente
colaborativo, de aprendizado e networking
contínuos.
Goldbach (Economia - IG, 2017), que utiliza
este modelo em seu escritório, relaciona al-
guns principais fatores que podem decidir fa-
voravelmente para a escolha destes espaços:
•	 Rede de contatos: círculos sociais
profissionais, incluindo de outros se-
tores, que rendem interações constru-
tivas e insights para inovação;
•	 Localização: facilidade no des-
locamento e acompanhamento de
trabalhos;
•	 Espaços para reuniões: salas equi-
padas com alta tecnologia, o que favo-
rece o fechamento de contratos;
•	 Corte de gastos: aluguel de imóvel,
contas de água, luz, telefonia, inter-
net, limpeza e segurança são dividi-
dos entre as empresas residentes.
Ambientes criativos não precisam ser
apenas para agências de publicidade ou si-
milares, e é necessário entender que o for-
mato padrão, considerado como organizado
e que caracteriza a maioria dos escritórios
hoje pode ser mudado. No Vale do Silício os
ambientes de trabalho são desenhados para
promover a inovação e geração de conheci-
mento. (TERRA, 2007).
Estudos indicam que, no Brasil, os gastos
anuais de uma estação de trabalho podem
chegar a R$ 17.400,00 no caso de empresas
que alugam um imóvel, podendo ter varia-
ções de acordo com a cidade e local. A possi-
bilidade de alugar uma sala ou apenas uma
estação de trabalho é um diferencial quan-
do se opta pelo coworking (ECONOMIA - IG,
2016).
Essa economia de recursos faz com que
o investimento seja mais bem direcionado
na inovação de seus produtos e serviços,
13
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
incluindo a contratação de mão-de-obra ge-
rando oportunidades maiores de emprego e
movimentando a economia.
O contrato pode ser feito por hora, diária,
semanal ou mensal, conforme a necessida-
de do empreendedor. Um grande benefício
é não ser necessário investir em uma estru-
tura com local próprio e um contrato de três
anos, além de capital para isso. No modelo
tradicional isso é um risco, enquanto nos
coworkings o contrato é flexível e muitas ve-
zes com serviços pagos conforme a utiliza-
ção, além de abrir mais oportunidades para
a entrada de empresas internacionais (EXA-
ME, 2017).
A jornada de trabalho mais rígida que
ocorre na maioria das organizações não é
algo presente em empresas que se instalam
em coworkings, o que aumenta a produti-
vidade dos profissionais. Já a redução na
privacidade na estação de trabalho, ruídos
sonoros e armários cada vez menores para
o arquivo de documentos e guarda dos ma-
teriais de trabalho são considerados pontos
de atenção deste modelo. (SOARES E SAL-
TORATO, 2015).
Considerando uma sociedade na qual as
relações interpessoais com contato humano
estão cada vez mais incomuns e as virtuais
crescendo de várias maneiras, este resgate
de vínculos pessoais em um espaço coletivo
de trabalho pode ser considerado um fator
positivo de atração para o coworking. (SOA-
RES E SALTORATO, 2015).
Com o objetivo de estabelecerem uma
relação maior de troca e proximidade com
seus clientes, uma grande rede de loja de
móveis no Brasil passou a disponibilizar gra-
tuitamente em suas unidades espaços com
internet de alta velocidade para que as pes-
soas pudessem trabalhar sem necessidade
de agendamento prévio ou qualquer vínculo
com a empresa (METRÓPOLES, 2019).
Conceitualmente está distante de ser um
espaço estruturado como os coworkings e
talvez a estratégia da marca seja de atrair
novos clientes e obviamente aumentar os
lucros, entretanto é um sinal do quanto este
modelo de negócio está em crescimento no
país.
Métodos
A fim de responder a esta pergunta de
pesquisa foi utilizado o método qualitati-
vo, descritivo exploratório tipo estudo de
caso, estes estudos têm como meta o estudo
e análise das questões empíricas em seu ló-
cus natural (GODOY, 1995) ao detalhar seus
fenômenos e ao permitir que seus interlo-
cutores deem voz e significados aos seus de-
poimentos (VIERA, 2006).
Para Gil (1987), as pesquisas têm o objetivo
de captar opiniões de uma determinada po-
pulação que se deseja estudar. A descritiva
registra, organiza e analisa os dados obser-
vados sem interferir.
Este método tem sua utilização reco-
mendada quando seu objetivo seja respon-
der aos processos relacionados a empresas
(YIN, 2005), ademais proporcionam ao pes-
quisador a opção de detalhar mais os conhe-
cimentos das questões pesquisadas em seu
contexto (RAUPP; BEUREN, 2006), ressal-
tando-se que a presenta pesquisa é caracte-
rizada por um estudo de caso múltiplo por
14
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
analisar mais de um indivíduo ou organi-
zação (VENTURA, 2007), especificamente
foram objeto deste estudo dois casos especí-
ficos com relações complexas e importante
necessidade de otimizar sua compreensão
(STAKE, 2000).
Deve-se ater que estudos de caso não
podem ser generalizados, no entanto os
resultados do presente trabalho focam
no que é particular nos casos estudados
(STAKE, 2000), para tanto desenvolve-se
um protocolo de estudo de caso (FREITAS,
JABBOUR, 2011) com o intuito de trazer à
tona uma visão holística dos casos estuda-
dos (ALVES-MAZZOTI, 2006).
O protocolo deste estudo de caso foi
composto dos seguintes itens de acor-
do com o proposto por Freitas e Jabbour
(2011): questão problema de pesquisa; prin-
cipais temas de sustentação teórica; defini-
ção do objeto estudado; definição da uni-
dade de análise; a utilização de múltiplas
fontes de evidência, o período e o local a
ser realizado a coleta de dados e por fim os
modelos de roteiros semiestruturados.
Já a coleta de dados foi efetivada na or-
dem pelas seguintes etapas: realização do
contato formal com a instituição, apresen-
tação dos objetivos de estudo, escolha dos
entrevistados, efetivar as entrevistas e reu-
nir demais informações dos casos em suas
redes sociais e sítios na internet (FREITAS,
JABBOUR, 2011).
Foram efetuadas visitas nos dois espa-
ços de coworking localizados na cidade
de São Paulo, as quais foram essenciais
para compreender os diferentes modelos,
estudados e possibilitar a descrição preci-
sa de sua estrutura física e os propósitos de
cada um.
Ao ser utilizado como direcional, o estudo
de caso também passa a contemplar a coleta
e análise de dados para que a pesquisa seja
maior (YIN, 2005).
Os questionários utilizados foram com-
postos de perguntas abertas e objetivas, com
a finalidade de aprofundar o tema, entender
as características principais dos coworkings
e da população ali instalada, bem como as
relações entre si.
Foram aplicados questionários a diferen-
tes stakeholders, o primeiro direcionado a
funcionários dos coworkings e de funcioná-
rios residentes (Apêndice A) teve como obje-
tivo entender as vantagens e oportunidades
de melhoria neste modelo. Foram obtidos
quatro retornos de colaboradores dos espa-
ços e dois de colaboradores das empresas re-
sidentes e os dados utilizados para compor
esta pesquisa.
O segundo questionário foi direciona-
do ao público em geral identificado como
Apêndice B, foi direcionado ao público em
geral, que teve como foco avaliar o quanto o
conceito coworking é conhecido e percebido
atualmente pelo público geral e resultou em
69 resultados e que também foram conside-
rados na análise do cenário.
E por fim foram pesquisados os proprie-
tários de empresas residentes, ou coworkers,
(identificado como Apêndice C), cuja contri-
buição foi a visão de escolha do local para a
pesquisa de quatro respondentes.
15
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Análises descritivas dos
coworkings
Foramvisitadosdoisespaçosdecoworking
localizadosnacidadedeSãoPaulo,sendoum
naZonaOestefundadoem2017doravantede-
nominadoCnesteestudoeoutronaZonaSul,
fundadoem2016edoravantedenominadoK.
Em ambos a recepção foi excelente e ob-
serva-se o orgulho em trabalharem nas
empresas.
O denominado C encontra-se em uma rua
semsaída,embairronobreresidencialdaca-
pital,próximoagrandesruascomerciaiseao
metrô, facilitando assim o acesso de funcio-
nários e residentes. Trata-se de um local des-
tinado para empreendedores cívico-sociais,
comoobjetivodegerarimpactospositivosna
comunidade,condiçãoobrigatóriaparaocu-
par o espaço. Em frente à entrada observa-se
umapequenapraçadepassagem,bemcuida-
daedecoradacomplantas,paredesgrafitadas
equeatraidezenasdepessoastornando-seàs
vezesumpontodeencontro.
Recentemente, uma parte deste espaço se
tornouochamadocantinhodaleitura,como
compartilhamentodelivrosparatodos.Esta
praça possui uma escadaria que outrora era
consideradainseguraporquemprecisavauti-
lizá-la, apesar de ser extremamente útil pois
dáacessoaumadasruasmaisimportantesdo
comérciodemóveiseinstrumentosmusicais
dacapitalpaulista.Essarevitalizaçãodapra-
ça foi feita pelo próprio coworking em parce-
riacomoutrosempreendimentosdoentorno,
reforçandoseupropósitodegerarimpactona
sociedadeeemviasurbanas.
Na entrada do espaço, observa-se bicicle-
tas para quem precisa ir e voltar ao trabalho.
No hall, a decoração é rústica e contratas-
te com o moderno, com frases de impac-
to que traduzem o propósito do local, tais
como: Participar; Compartilhar; Social e
Engajamento.
Lá existe um espaço de café com produtos
vegetarianos e veganos, um tanto sofistica-
dos, porém atraentes ao paladar. O auditó-
rio, que pode ser reservado para pessoas in-
teressadas em utilizá-lo sem necessidade de
ter qualquer vínculo com o espaço, também
tem a decoração simples, destoando dos tra-
dicionais auditórios de poltronas confortá-
veis e grandes palcos. Como em qualquer ou-
tro, tem tela de projeção e equipamentos de
som que garantem a realização dos eventos.
Tem capacidade para 80 pessoas, podendo
ser dividido em dois menores. Neste mesmo
andar, estão dois banheiros para utilização
do público.
O acesso aos 1º, 2º e 3º andares podem
ser feitos por uma escadaria aberta ou por
elevador, o que denota a preocupação com
a acessibilidade de todos. Nestes pisos es-
tão localizadas as estações de trabalho, no
estilo mesão para quatro ou oito pessoas, o
que facilita o contato visual e o networking
do local, e lockers para os usuários guarda-
rem seus pertences e alguns armários ao re-
dor. Existem cafeteiras e locais específicos
para chás, cafés e biscoitos compartilhados.
Para quem deseja maior privacidade, o es-
paço dispõe de salas fechadas e de metra-
gens variadas para utilização contínua e/ou
fixa, ou ainda para reuniões com clientes e
fornecedores.
16
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Para garantir um espaço maior de convi-
vência e networking, na cobertura existe o
Rooftop e Cozinha Gourmet, um espaço ao
ar livre, cozinha equipada para eventos e
refeições diárias, ideal para conversas e ne-
gócios, com a possibilidade também de ser
reservado por usuários não-residentes no
local.
No total são 67 empresas, das quais cita-
mos alguns setores em que atuam:
•	 Área da saúde, com a conscientiza-
ção da população sobre hipertensão
pulmonar e de influência de políticas
públicas para acesso ao tratamento
em nível nacional;
•	 Educação, com a criação de cursos
de formação e recursos pedagógicos
especiais para redes de ensino, com
uso de tecnologia;
•	 Objetivo de inclusão de crian-
ças autistas carentes em escolas
especializadas;
•	 Educação com o engajamento para
que toda pessoa com deficiência tenha
acesso à educação de qualidade na es-
cola comum;
•	 Atuação ambiental: pesquisas para
negócios ecologicamente corretos, de-
senvolvimento de produtos, projetos
e assessoria nas áreas de bioenergia e
biodiversidade;
•	 Foco em marketing de causa com
a missão de gerar valor para marcas
que querem e podem transformar o
mundo;
•	 Instituto que mapeia o empreen-
dedorismo afro no Brasil e atua como
acelerador e incubador de negócios di-
recionados a negros, um exemplo do
que foi mencionado anteriormente;
•	 Apoio ao empreendedorismo
com poder de transformação so-
cial, incluindo cooperativas em
penitenciárias.
O horário de funcionamento é das 08h às
20h, com atividades abertas à comunidade
em alguns finais de semana. Estes eventos
são diversificados e alinhados aos 17 Objeti-
vos de Desenvolvimento Sustentáveis para o
Mundo (ODS) e abordam a apresentação de
startups para adoção destes novos entrantes
por empresários interessados, palestras so-
bre transformações na sociedade, mobilida-
de urbana, oportunidades de debater sobre
negócios que possam impactar o meio-am-
biente e também sobre educação, ministra-
das pelas próprias empresas residentes, den-
tre outros.
Neste coworking concentram-se empre-
sas do Setor 2.5, denominadas assim aquelas
que não são apenas direcionadas ao lucro
e nem Organizações não governamentais
(ONGs) sem fins lucrativos. Atuam em ne-
gócios sociais para gerar impacto socioam-
biental e resultados financeiros sustentáveis
(Administradores, 2018).
Alguns pontos em comum entre estes ti-
pos de empresas são:
•	 Impacto social, ambiental e viabi-
lidade econômica;
•	 Alinhamento à realidade local;
17
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
•	 Geração de valor para as
comunidades;
•	 Promoção do desenvolvimento das
pessoas;
•	 Manutenção da finalidade
lucrativa
Abordaremos agora o coworking deno-
minado K, localizado na zona sul da capi-
tal paulista e próximo ao metrô e a um cen-
tro empresarial de uma grande instituição
financeira, além de diversos restaurantes
e comércio. A decoração é no estilo mo-
derno e discreta, e similar a empresas de
modelo tradicional. No hall existem sofás
confortáveis e uma das salas utilizadas es-
pecificamente para reuniões, tanto de re-
sidentes quanto de não-residentes, é equi-
pada com televisão e ar-condicionado, e
portas de vidro, sendo este um ponto de
atenção para a privacidade.
A exemplo do espaço C, existe um painel
com o objetivo do local e aqui vale destacar
também algumas expressões que tradu-
zem o propósito: comunidade empreende-
dora; compartilhado; economia colabora-
tiva; experiência; worklovers.
A maior parte das empresas ali são do
segmento de tecnologia da informação, in-
clusive esta é a origem profissional do fun-
dador do espaço e para simbolizar existem
alguns computadores antigos que com-
põem a decoração, juntamente com uma
bicicleta.
O espaço é um sobrado muito bem adap-
tado e seu interior é bem maior do que apa-
renta ser externamente.
Sãotrêsandares,enosegundo,queéopri-
meiro que acessamos e onde fica a recepção,
tambémnoníveldarua,temduassalasgran-
des destinadas a uma empresa de design de
roupasequeavaliatendênciasdemoda,com
aproximadamente14colaboradores.Aofinal
de um grande corredor, está uma pequena
copa e mesa ao ar livre para se fazer um lan-
che ou almoçar. Ao fundo, descendo as esca-
das tem uma área livre, com mesas onde as
pessoas podem trabalhar e se inspirarem, e
inclusive uma churrasqueira que é utilizada
paraeventosdasempresasaliinstaladas.
O espaço tem algumas áreas que estão em
reformaeapreocupaçãoemtrazermaisplan-
tas foi verbalizada em alguns momentos da
visita. Neste andar, que podemos chamar de
subsolo, existem outras salas utilizadas por
escritóriosdeadvocacia,empresasdeTIeBi-
tcoin,alémdeduassalasdeusocompartilha-
doporempresasdiferentesequecomportam
deseisaoitoposições.
Neste mesmo piso existe um amplo espa-
ço vazio com uma rampa de acesso à rua, ca-
racterizandoquejáfoiumagaragem.Estáem
discussão se futuramente será um espaço de
convivência, auditório ou de descompressão
para os funcionários. Está também em estu-
do alugar o espaço para uma startup que tra-
balha especificamente com carros elétricos,
entretanto existem vários fatores que estão
sendo avaliados como o barulho, adaptações
específicas para a empresa e o tempo de vida
deumstartupiniciante.
O acesso aos andares é possível somente
por escadas e existe apenas o fosso do eleva-
dor, sem a instalação de fato o que dificulta
a questão de acessibilidade.
18
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Na parte lateral da garagem, tem um es-
paço com outras salas ocupadas por em-
presas que atuam na criação de softwares,
designers de games, publicidade, recursos
humanos na diversidade étnico-racial além
de sala de reunião maior que a localizada no
piso térreo e mais privativa.
No terceiro andar, tem quatro salas de ta-
manho médio sendo utilizadas por escritó-
rios jurídicos e empresa de TI, e ao fundo
uma grande sala com aproximadamente 20
funcionários em mesões, porém todos per-
tencentes à mesma empresa. Ao fundo deste
andar, existe uma área de tamanho médio
ao ar-livre e que ainda está sendo estudado
como ficará. O ponto de atenção aqui é que
para ter acesso a este espaço, deve-se passar
pela sala na qual a maior empresa está ins-
talada, o que pode prejudicar futuramente
a utilização comum de todos os residentes.
Resultados e discussão
Análise de coworking e comparativo de
questionários de colaboradores e público
em geral:
Avaliando os dois espaços, a maior ca-
racterística que os diferem é o layout: en-
quanto C tem a maior parte das posições
dispostas no estilo mesão, K prioriza a in-
dividualidade e dispõe de salas fechadas
para empresas e a distribuição com até
oito postos de trabalho por sala, de ativi-
dades diferentes.
Não significa que um seja melhor que
o outro, pois o que é levado em conside-
ração são os ramos de empresas atuantes
nos locais. No espaço C, a similaridade
de setores entre as empresas é grande e
o networking é bem fortalecido, além de
necessário. Já em K, as realidades são di-
ferentes pois escritórios de advocacia li-
dam com informações sensíveis de clien-
tes, escritórios de TI tratam muitas vezes
de informações confidenciais de tercei-
ros, agências de publicidade trabalham
com a criação e necessitam de maior con-
centração e privacidade.
Layout é uma questão de perfil e pro-
pósito de cada espaço, e cada empresa
se adequa melhor em um determinado
formato.
O espaço de convivência ainda é mais
fortemente observado em C, porém ainda
em construção/reforma em K.
Um item fortemente observado é a
questão de ruídos, bastante presente em
C enquanto K tem um ambiente bem
mais tranquilo.
Nos dois espaços não existe a possibi-
lidade de trabalhar aos finais de semana,
o que em alguns momentos pode causar
um certo descontentamento principal-
mente para os proprietários das empre-
sas residentes. Em relação ao horário,
ambos encerram as atividades às 20h e
em K, por ser uma localização próxima
a centros comerciais, favoreceria uma
procura por horário estendido até às 22h
para realização de atendimentos de Coa-
ching ou terapias, por exemplo.
Os valores de locação e itens adicio-
nais são bem próximos entre os dois, ape-
sar de apresentarem conceitos diferentes
(Tabela 1).
19
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Tabela 1 - Valores de locação e itens adicionais dos
espaços estudados
Item / Serviço
Custos Coworking
“C”
Custos Coworking “K”
Posições
individuais
1.100,00/mês
290 por 40h/mês
440 por 80h/mês
550 full-time/mês
Posições fixas
8.500,00/mês
(sala privativa para
8 pessoas)
750,00 full-time/mês
6.000/mês (*)
Auditório
Não residentes
De 1.500 e 2.800
Residentes
De 750 e 1.200
Não há
Rooftop
Não residentes
3.600 até 3h
Residentes
750 até 3h
Não há – utilizado
eventualmente o espa-
ço da churrasqueira
Salas de
reunião
Somente para
residentes
De 40 a 80/hora,
conforme o
tamanho
Residentes ou não
De 50 a 65/hora, con-
forme o tamanho
Locker 30/mês Não há
Impressão 0,25 por página
Incluso no valor da
locação
Wi-fi
Incluso no valor da
locação
Incluso no valor da
locação
Fonte: Resultados originais da pesquisa
(*)
Custo negociável conforme a quantidade de pessoas
Pelos resultados dos questionários aplica-
dosaosfuncionáriosdosespaçosedasempre-
sas residentes (Apêndice A), 83,3% avaliam
que a questão de falta de espaço para arma-
zenamento de materiais é um dos fatores de
melhoriaquandocomparadosaumespaçode
trabalhoemumaestruturatradicional,oque
foibastanteperceptívelnasvisitasrealizadas.
Também tivemos 16,7% que consideram
os ruídos do ambiente como principal pro-
blema. Aqui podemos considerar que de fato
o tipo de serviço prestado por cada empresa
tornaesteitemomaisrelevante.
Questão similar a esta foi direcionada
para o público comum (que não tinham
necessariamente qualquer vínculo profis-
sional com os espaços) para captar a per-
cepção sobre problemas que poderiam
existir em um espaço de coworking (Tabe-
la 2). Curiosamente 57,6% tem a percepção
de que a questão de privacidade é o maior
ofensor de um espaço de coworking. Já
16,9% consideram que os espaços menores
de armazenamento podem ser considera-
dos como pontos críticos, seguidos de Se-
gurança da Informação (11,9%) e empata-
dos com 6,8% os itens de Segurança Física
e Outros, explicitados como custos ou falta
de senso das pessoas.
Tabela 2 - Pontos críticos de um
espaço de coworking
Itens Funcionários População comum
sem vínculo
Privacidade 0 57,6%
Espaços de
armazenamento
83,3% 16,9%
Segurança da
informação
0 11,9%
Segurança Física 0 6,8%
Outros 16,7% (Ruídos) 6,8% (bom senso)
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Na percepção de 83,3% dos entrevista-
dos, a maior vantagem para o empresário
é de fato a redução de custos fixos, frente a
16,7% que considera o networking o mais re-
levante (Tabela 3). Também direcionamos
para a população comum uma questão si-
milar a esta e os resultados apontam que o
item de redução de custos também é o mais
percebido.
20
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Tabela 3 - Maior vantagem para o empresário
Itens Funcionários
População comum sem
vínculo
Localização 0 2,4%
Redução de cus-
tos fixos
83,3% 56,1%
Networking 16,7% 34,1%
Espaços para
reuniões
0 4,9%
Outros 0
2,4%
(redução de custos para
maior investimento em
tecnologia e pesquisas)
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Do total de funcionários respondentes,
50% trabalham nos espaços de um a dois
anos, 17% entre seis e 12 meses e 33% a mais
de dois anos. Destes, 66,66% possuem de
seis a dez conhecidos que trabalham em
coworkings, frente a 3,4% quando compa-
rado com os respondentes do questionário
sem vínculo. Aqui, mais de 50% não tem em
seus círculos sociais pessoas ativas nestes
espaços (Tabela 4).
Tabela 4 - Pessoas do círculo social atuantes em
coworkings
Quantidade Funcionários População comum sem
vínculo
Nenhum 0 50,8%
De 1 a 5 17% 39%
De 6 a 10 66% 3,4%
De 11 a 15 0 1,7%
Acima de 15 17% 5,1%
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Dosrespondentesdoquestionárioapresen-
tadocomoAnexoB,87%sabiamoqueeraum
coworking frente a 13% que desconheciam e
nãoseguiramnapesquisa.E50,8%dosqueco-
nheciamescolheriamesteespaçoparainiciar
umnegóciopróprio(Tabela5).
Tabela 5 - Opções de espaço para início de um negó-
cio próprio
Opções População comum sem vínculo
Coworking 50,8%
Sala Comercial 8,2%
Home Office 39,3%
Outros
1,6%
(ponto comercial para abertura de
padaria artesanal com espaço para
cozinha)
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Na sequência, observa-se a demografia da
população comum sem vínculo que respon-
deu ao questionário, Apêndice B (Tabela 6,
Tabela 7, Tabela 8 e Tabela 9).
Tabela 6 - Gênero
Opções População comum sem vínculo
Feminino 74,3%
Masculino 25,7%
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Tabela 7 - Idade
Opções
População comum sem
vínculo
Menor de 18 anos 0%
Entre 18 e 25 anos 12,9%
Entre 26 e 35 anos 28,6%
Entre 36 e 45 anos 25,7%
Entre 46 e 55 anos 27,1%
Acima de 56 anos 5,7%
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Tabela 8 - Grau de instrução
Opções População comum sem
vínculo
Ensino Fundamento
incompleto
0%
Ensino Fundamento
completo
0%
21
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Ensino médio completo 1,4%
Ensino médio incompleto 1,4%
Superior completo 32,9%
Superior incompleto 4,3%
Pós-graduação / Mestrado /
Doutorado Incompleto
15,7%
Pós-graduação / Mestrado /
Doutorado Completo
44,3%
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Tabela 9 - Atualmente
Opções
População comum sem
vínculo
Exerce atividade profissional (formal
ou informal)
85,7%
Está desempregado 10%
Aposentado 1,4%
Aposentado e exerce atividade
profissional
2,9%
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Proprietários de empresas
residentes
Direcionado aos proprietários de empre-
sas, o questionário teve como objetivo en-
tender se o espaço de coworking foi a pri-
meiro endereço comercial e se enxergam as
atividades neste mesmo espaço dentro de
alguns anos, além das vantagens do modelo.
Foram quatro respondentes, com tempo
de empresa entre três e 13 anos, e atuantes
em diferentes setores: moda social, viagem,
educação, saúde, jornalismo construtivo.
Destes, 75% iniciaram suas atividades
em home-office, migrando posteriormen-
te para salas comerciais até chegarem no
coworking. Apenas um iniciou no escritório
de outra empresa da proprietária, e depois
seguiu para o espaço compartilhado.
Como vantagens do coworking, citam os
seguintes itens:
•	 Despreocupação com ques-
tões operacionais, como limpeza e
suprimentos;
•	 Networking: convívio com pessoas
diferentes e de outras áreas, além da
•	 ampliação do aprendizado,
•	 Fazer parte de rede de empreende-
dores e contato com potenciais clien-
tes e
•	 investidores;
•	 Senso de comunidade;
•	 Qualidade do espaço para receber
clientes
	 Com o crescimento da empresa, 50%
pensam em se manterem fixos no espaço
sendo que um deles tem a intenção de alugar
uma sala maior ao invés de posições indivi-
duais, para ter um espaço maior de estoque
e exposição de produtos, porém sem abrir
mão das conexões e atmosfera do coworking
(respondente 4).
Um dos entrevistados entende que o
coworking torna-se mais caro para abrigar
uma equipe maior além do desejo de se ter
um espaço mais alinhado com o propósito
e a cara da empresa. Para outro, a digitali-
zação pode diminuir cada vez mais a neces-
sidade de espaços maiores.
Não ter que se preocupar com itens como
limpeza, impostos, internet, energia e água,
também favorece a produtividade e o inves-
timento em pesquisas e tecnologia, como
ressaltou outro.
22
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Considerações finais
O presente artigo contribui com a com-
preensão de como os coworkings funcio-
nam como novos e inovadores espaços de
trabalho, negócios e integração de pessoas
em geral. Por ser um estudo de caso possui
as limitações inerentes ao método de pes-
quisa, no entanto por ser exploratório e
descritivo traz à tona as possibilidades que
estes espaços provêem o que abre a possi-
bilidade de futuras pesquisas quantitativas
que possam responder com mais precisão
as questões estudadas assim como trazen-
do à luz as constantes mudanças advindas
de modelos de home office assim como das
transformações nos ambientes de trabalho
ocorridas em consequência da Pandemia
de Covid-19.
A economia compartilhada favoreceu a
escolha de organização do espaço de tra-
balho conforme as necessidades e inves-
timentos disponíveis, pois é uma alterna-
tiva para quem busca conexões diferentes
em um único espaço. Para um de nossos
respondentes dos questionários, compar-
tilhar é aprender com o outro e crescer o
próprio conhecimento.
Coworkings favorecem a socialização,
criatividade e interação, fortalecendo
tanto as relações pessoais quanto empre-
sariais, com possibilidades também para
impulsionar parcerias que gerem valor e
resultem em sociedades para novos negó-
cios, além de redução de custos fixos e di-
recionamento de maiores investimentos
em pesquisas e tecnologias.
Referências
ADMINISTRADORES.COM. Setor 2.5: uma
nova forma de empreender e gerar impacto
social. 2014. Disponível em: <https://adminis-
tradores.com.br/noticias/setor-2-5-uma-nova-
-forma-de-empreender-e-gerar-impacto-social>
Acesso em: 05 out. 2019.
ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos
estudos de caso. Cadernos de Pesquisa, v. 36,
n.129, p. 637-651, set./dez., 2006.
CONSUMO COLABORATIVO. O que é eco-
nomia compartilhada. Sem data. Disponível
em: <https://consumocolaborativo.cc/o-que-e-
-economia-compartilhada/> Acesso em: 01 maio
2019.
COWORKING BRASIL. Censo 2018. Dispo-
nível em: <https://coworkingbrasil.org/censo/
2018/> Acesso em: 20 mar. 2019.
CURY, A. Dez leis para ser feliz: ferramen-
tas para se apaixonar pela vida. Sextante: Rio
de Janeiro, 2003.
DESK COWORKING. O coworking e a eco-
nomia colaborativa. O que é economia cola-
borativa? 2019. Disponível em: <https:/
/www.
deskcoworking.com.br/o-coworking-e-a-eco-
nomia colaborativa>. Acesso em: 01 mar. 2019.
EXAME. Novos modelos de negócio e
trabalho reforçam busca por espaços de
coworking. 2017. Disponível em: <https://exa-
me.abril.com.br/pme/novos-modelos-de-traba-
lho-e-negocio-reforcam-busca-por-coworking/>
Acesso em: 12 mar. 2019.
FREITAS, W. R. S.; JABBOUR, C. J. C. Uti-
lizando estudos de casos como estratégia de
23
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
pesquis aqualitativa: boas práticas e sugestões.
Estudo & Debate, Lajeado, v. 18, n. 2, p. 07-22,
2011.
GIL, A. C. 1991. Como elaborar projetos de
pesquisa. 3ed. Atlas, São Paulo, SP, Brasil.
IG ECONOMIA. Coworking pode gerar eco-
nomia de até 38% por estação de trabalho.
Brasil Econômico. 2016. Disponível em: <https:/
/
economia.ig.com.br/2016-09-30/coworking.
html>. Acesso em: 09 out. 2019.
IG ECONOMIA. Conheça as principais van-
tagens de trabalhar no modelo coworking.
2017. Disponível em: <https://ecomomia.ig.
com.br/2017-05-19/coworking.html?utm_sour-
ce= economia&utm_campaign=recomenda-
das&utm_medium=coworking>. Acesso em: 16
jul. 2019.
INCUBADORAS DE EMPRESAS. Agora os
empreendedores podem contar com mais de
um espaço em São Paulo. 14 ago. 2019. Dispo-
nível em: <https://www.gowork.com.br/ blog/
incubadora-de-empresas-sp/) Acesso em: 30 dez.
2019
Incubadora e aceleradora: qual a diferen-
ça entre elas? 27 set. 2019. Disponível em: <ht-
tps://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/
artigos/entenda-a-diferenca-entre-incubado-
ra-e-aceleradora,761913074c0a3410VgnVCM-
1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 30 dez.2019
ISMAIL, S. Organizações Exponenciais:
por que elas são 10 vezes melhores, mais rá-
pidas e mais baratas que a sua (e o que fazer
a respeito). 3ed. São Paulo: HSM, 2015.
KUVIATKOSKI, C. Economia Compartilha-
da; o que é e como ela pode beneficiar o seu
negócio? 2018. Disponível em: <https://www.
ideianoar.com.br/economia-compartilhada/>
Acesso em 10 ago. 2019.
MAXIMIANO, A. C. A. Administração para
empreendedores: fundamentos da criação e
da gestão de novos negócios. São Paulo: Pear-
son Prentice Hall, 2006.
MOREIRA, F. L. C. L. Projeto de Lei pode ser
um risco ao coworking. 2018. Disponível em:
<https:/
/politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
-macedo/projeto-de-lei-pode-ser-um-risco-ao-
-coworking/ > Acesso em: 10 mar. 2019.
O que é uma incubadora de empresas e
como ela pode te ajudar? 22 fev. 2019. Disponí-
vel em: <https:/
/elephantcoworking.com.br/o-
-que-e-uma-incubadora-de-empresas-e-como-
-ela-pode-te-ajudar/> Acesso em: 29 dez. 2019
OLIVEIRA, R. Ambiente das lojas Tok&S-
tock viram coworking com acesso gratuito.
2019. Disponível em: <https:/
/www.metropoles.
com/vida-e-estilo/decoracao/ambientes-das-lo-
jas-tokstok-viram-coworking-com-acesso-gra-
tuito> Acesso em: 30 set. 2019.
Qual a diferença entre aceleradora e in-
cubadora na prática? 17 set. 2019 Disponível
em: <https:/
/www.tegup.com/qual-a-diferenca-
-entre-aceleradora-e-incubadora-na-pratica/>
Acesso em 30 dez. 2019
RAUPP, F. M; BEUREN, I. M. Metodologia
da Pesquisa Aplicável às Ciências. Como ela-
borar trabalhos monográficos em contabili-
dade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2006.
24
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
ROBBINS, S. P. Comportamento organiza-
cional. 2ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
SCWHAB, K. A quarta revolução indus-
trial. 1ed. São Paulo: Edipro, 2019.
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque-
nas Empresas (SEBRAE). Sobrevivência das
empresas. 2016. Disponível em: <https://data-
sebrae.com.br/sobrevivencia-das-empresas/>
Acesso em: 15 mar. 2019.
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-
quenas Empresas (SEBRAE). Sem data. O que
é e como montar um plano de negócio. Dis-
ponível em: <http:/
/www.sebrae.com.br/sites/
PortalSebrae/faq/o-que-e-e-como-montar-um-
-plano-de-negocio,88ed3f7095cbd410VgnVCM
1000003b74010aRCRD?origem=tema&codTe-
ma=9>. Acesso em: 10 mar. 2019.
SOARES, J.M.M.; SALTORATO, P.
Coworking, uma forma de organização de tra-
balho: conceitos e práticas na cidade de São
Paulo. 2015. Disponível em: <https://revistas.
ufpr.br/ atoz/article/view/42337/26968> Acesso
em: 31 mar. 2019.
STAKE. R. E. Case studies. In: DENZIN, N.
K.; LINCOLN, Y. S. (ed.) Handbook of
qualitative research. London: Sage, 2000.
TERRA, J. C. C.; BARROSO, A.C.O. et al. Ino-
vação: quebrando paradigmas para vencer.
São Paulo: Saraiva, 2007.
VIANA, C. Comissão aprova regulamenta-
ção de escritório virtual e coworking. 2018.
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/
camaranoticias/noticias/ECONOMIA/557542-O-
MISSAO-APROVA-REGULAMENTACAO-DE-
-ESCRITORIO-VIRTUAL-E-COWORKING.html>
Acesso em: 12 mar. 2019.
VENTURA, M. M. O estudo de caso como mo-
dalidade de pesquisa. Revista SoCERJ, v. 20, n.
5, p. 383-386, 2007.
VIEIRA, M. M. F. Por uma boa pesquisa (qua-
litativa) em administração. In: VIEIRA, M. M.
F.;ZOUAIN, D. M. (Org.). Pesquisa qualitativa
em administração. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2006. p. 13-28
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e
métodos. Porto Alegre: ARTMED, 2005.
Apêndice
Apêndice A - Questionário para os
funcionários dos espaços e das em-
presas residentes
Eu, Mylena Contessoto, aluna do curso de
pós-graduação MBA em Gestão de Negócios
(USP / ESALQ), sob a orientação do Prof. Ms.
Caio Flávio Stettiner, convido-o (a) a parti-
cipar do presente estudo “Coworking como
impulsionador de novos negócios “, com o
objetivo de entender como este novo mode-
lo de trabalho é percebido pela sociedade e
funcionários.
Sua participação se dará por um breve
questionário, cujo teor não apresenta ris-
cos, pois nenhuma informação confidencial
ou de identificação será solicitada.
As respostas poderão ser encaminhadas
diretamente para meu e-mail mylena.con-
tessoto@gmail.com. Em caso de dúvidas,
entre em contato comigo.
25
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Há quanto tempo você trabalha no espaço
de coworking?
•	 Até 6 meses
•	 Entre 6 e 12 meses
•	 Entre 1 e 2 anos
•	 Acima de 2 anos
Você é funcionário de uma empresa resi-
dente neste local ou atua diretamente nas
atividades inerentes à administração do
espaço?
•	 Funcionário de empresa residente
•	 Funcionário da administração do
espaço
Na sua opinião, qual é a maior vantagem
de um empresário optar por um espaço de
coworking?
•	 Localização
•	 Redução de custos fixos
•	 Networking
•	 Espaços para reuniões
•	 Outros. Especifique.
Existe algo que você sente falta no seu
atual espaço de trabalho no coworking e
que você acredita que encontraria em uma
estrutura empresarial tradicional?
•	 Falta de privacidade
•	 Ruídos
•	 Espaços reduzidos de armazena-
mento de materiais
•	 Segurança da informação
•	 Segurança física
•	 Outros. Especifique.
Em sua rede de contatos, quantos pro-
fissionais trabalham em espaços de
coworking como colaboradores das empre-
sas residentes?
•	 Nenhum
•	 De 1 a 5
•	 De 6 a 10
•	 De 11 a 15
•	 Acima de 15
Apêndice B - Questionário para o
público em geral
Termo de consentimento livre e
esclarecido.
Eu, Mylena Contessoto, aluna do curso de
pós-graduação MBA em Gestão de Negócios
(USP /ESALQ), sob a orientação do Prof. Ms.
Caio Flávio Stettiner, convido-o (a) a parti-
cipar do presente estudo “Coworking como
impulsionador de novos negócios “, com o
objetivo de entender como este novo mode-
lo de trabalho é percebido pela sociedade.
Sua participação se dará por um questio-
nário online rápido, cujo teor não apresenta
riscos, pois nenhuma informação confiden-
cial ou de identificação será solicitada. Em
caso de dúvidas, entre em contato comigo
pelo e-mail mylena.contessoto@gmail.com.
Ao assinalar a opção “Sim”, você atesta sua
anuência com a pesquisa, e declara que com-
preendeu seus objetivos e sua forma de rea-
lização. Se não deseja responde-la, selecione
“Não”, e termine clicando em “Enviar” no
final do questionário.
•	 SIM(Aceitoparticipardapesquisa)
•	 NÃO (Não aceito participar da
pesquisa)
26
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
Gênero
•	 Feminino
•	 Masculino
Idade
•	 Menor de 18 anos
•	 Entre 18 e 25 anos
•	 Entre 26 e 35 anos
•	 Entre 36 e 45 anos
•	 Entre 46 e 55 anos
•	 Acima de 56 anos
Grau de instrução
•	 Ensino fundamental incompleto
•	 Ensino fundamental completo
•	 Ensino médio completo
•	 Ensino médio incompleto
•	 Superior completo
•	 Superior incompleto
•	 Pós-graduação / Mestrado / Dou-
torado completo
•	 Pós-graduação / Mestrado / Dou-
torado incompleto
Atualmente
•	 Exerce atividade profissional (for-
mal ou informal)
•	 Está desempregado
•	 Aposentado
•	 Aposentado e exerce atividade
profissional
Você sabe o que é um espaço de
Coworking?
•	 Sim
•	 Não
•	 Caso tenha respondido
“não”, por favor, não continue a
responder.
Se você iniciasse um negócio próprio
hoje, qual espaço físico de trabalho optaria?
•	 Coworking
•	 Sala comercial
•	 Home Office
•	 Outros.
Se você respondeu “Outros” na questão
anterior, especifique.
Se você respondeu “coworking”, o que
você considera mais atrativo nesta opção?
•	 Localização
•	 Redução de custos fixos
•	 Networking
•	 Espaços para reuniões e eventos.
•	 Outros.
Se você respondeu “Outros” na questão
anterior, especifique.
Existe algo que você acredita que pode
ser considerado um problema em espaços
de coworking?
•	 Privacidade
•	 Espaços menores de armazena-
mento de materiais
•	 Segurança da informação
27
RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun)
•	 Segurança física
•	 Outros.
Se você respondeu “Outros” na questão
anterior, especifique.
Em sua rede de contatos, quantos profissionais
trabalham em espaços de coworking como colabo-
radores das empresas residentes?
•	 Nenhum
•	 De 1 a 5
•	 De 6 a 10
•	 De 11 a 15
•	 Acima de 15
Apêndice C - Questionário para
os proprietários das empresas
residentes
Termo de consentimento livre e
esclarecido.
Eu, Mylena Contessoto, aluna do cur-
so de pós-graduação MBA em Gestão de
Negócios (USP /ESALQ), sob a orientação
do Prof. Ms. Caio Flávio Stettiner, convi-
do-o (a) a participar do presente estudo
“Coworking como impulsionador de no-
vos negócios “, com o objetivo de entender
como este novo modelo de trabalho é per-
cebido pela sociedade.
Sua participação se dará por um ques-
tionário online rápido, cujo teor não apre-
senta riscos, pois nenhuma informação
confidencial ou de identificação será solici-
tada. Em caso de dúvidas, entre em conta-
to comigo pelo e-mail mylena.contessoto@
gmail.com. Ao assinalar a opção “Sim”,
você atesta sua anuência com a pesquisa,
e declara que compreendeu seus objeti-
vos e sua forma de realização. Se não de-
seja responde-la, selecione “Não”, e ter-
mine clicando em “Enviar” no final do
questionário.
•	 Quantos anos tem a sua empresa?
•	 No início de suas atividades como
empresário, antes de decidir pelas
instalações do coworking você já ti-
nha alugado uma sala comercial, ini-
ciou em home-office ou outro tipo de
escritório?
•	 Se respondeu sim, descreva abaixo
qual foi a opção escolhida.
•	 O que você considera mais vanta-
joso em um coworking?
•	 Conforme o crescimento de sua
empresa, você pretende futuramente
alugar uma sala em prédio comercial
e não mais em um coworking?
Se você respondeu sim, qual seria o fator
determinante para esta decisão?
•	 Qual a atividade principal da sua
empresa?

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a O coworking como impulsionador de novos negócios

artigo enanpad
artigo enanpadartigo enanpad
artigo enanpad
leboli
 
A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...
A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...
A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...
Deyse Queiros Santos
 
Colaboracao em massa: crowdsourcing
Colaboracao em massa: crowdsourcingColaboracao em massa: crowdsourcing
Colaboracao em massa: crowdsourcing
Fernando Palma
 
Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...
Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...
Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...
CwaiandtCwaiandt
 

Semelhante a O coworking como impulsionador de novos negócios (20)

artigo enanpad
artigo enanpadartigo enanpad
artigo enanpad
 
A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...
A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...
A gestao depessoasparaoprofissionaldoconhecimento 1º texto sobre gestão de pe...
 
Resumo dos encontros do BIG - Business Insights Group
Resumo dos encontros do BIG - Business Insights Group Resumo dos encontros do BIG - Business Insights Group
Resumo dos encontros do BIG - Business Insights Group
 
Economia Colaborativa
Economia Colaborativa Economia Colaborativa
Economia Colaborativa
 
Areas de gestao
Areas de gestaoAreas de gestao
Areas de gestao
 
TCC Marcelo Fraiha - A Colaboração Social no Mundo dos Negócios e da Inovação...
TCC Marcelo Fraiha - A Colaboração Social no Mundo dos Negócios e da Inovação...TCC Marcelo Fraiha - A Colaboração Social no Mundo dos Negócios e da Inovação...
TCC Marcelo Fraiha - A Colaboração Social no Mundo dos Negócios e da Inovação...
 
Colaboracao em massa: crowdsourcing
Colaboracao em massa: crowdsourcingColaboracao em massa: crowdsourcing
Colaboracao em massa: crowdsourcing
 
Economia Criativa e Cultura de Rede
Economia Criativa e Cultura de Rede Economia Criativa e Cultura de Rede
Economia Criativa e Cultura de Rede
 
Brasscom - Normatização trabalhista na era do conhecimento
Brasscom - Normatização trabalhista na era do conhecimentoBrasscom - Normatização trabalhista na era do conhecimento
Brasscom - Normatização trabalhista na era do conhecimento
 
O uso das redes sociais como ferramenta de comunicação no ambiente jurídico: ...
O uso das redes sociais como ferramenta de comunicação no ambiente jurídico: ...O uso das redes sociais como ferramenta de comunicação no ambiente jurídico: ...
O uso das redes sociais como ferramenta de comunicação no ambiente jurídico: ...
 
Sites de redes sociais no contexto de marketing rodrigo santos - artigo
Sites de redes sociais no contexto de marketing   rodrigo santos - artigoSites de redes sociais no contexto de marketing   rodrigo santos - artigo
Sites de redes sociais no contexto de marketing rodrigo santos - artigo
 
Inovação, Colaboração e Agir Comunicativo
Inovação, Colaboração e Agir ComunicativoInovação, Colaboração e Agir Comunicativo
Inovação, Colaboração e Agir Comunicativo
 
Artigo home office
Artigo home officeArtigo home office
Artigo home office
 
Artigo fabio villela_icc_e_rp
Artigo fabio villela_icc_e_rpArtigo fabio villela_icc_e_rp
Artigo fabio villela_icc_e_rp
 
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da SociologiaCapítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
 
Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...
Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...
Reestruturação Produtiva e Mudanças na Gestão Organizacional: o estudo de uma...
 
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
 
Artigo I - Gestao de Cargos e Remunerações
Artigo I - Gestao de Cargos e RemuneraçõesArtigo I - Gestao de Cargos e Remunerações
Artigo I - Gestao de Cargos e Remunerações
 
Sociedade em Rede
Sociedade em Rede Sociedade em Rede
Sociedade em Rede
 
Artigo CONSAD 2014 - Mídias Sociais Como Recurso Para o Governo Eletrônico: O...
Artigo CONSAD 2014 - Mídias Sociais Como Recurso Para o Governo Eletrônico: O...Artigo CONSAD 2014 - Mídias Sociais Como Recurso Para o Governo Eletrônico: O...
Artigo CONSAD 2014 - Mídias Sociais Como Recurso Para o Governo Eletrônico: O...
 

Mais de Caio Flavio Stettiner

Balanço social e o “full disclosure” no terceiro setor
Balanço social e o “full disclosure” no terceiro setorBalanço social e o “full disclosure” no terceiro setor
Balanço social e o “full disclosure” no terceiro setor
Caio Flavio Stettiner
 
VAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS
VAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRASVAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS
VAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS
Caio Flavio Stettiner
 
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do BrasilO discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
Caio Flavio Stettiner
 
MOBILAB : um estudo sobre inovação e política pública
MOBILAB : um estudo sobre inovação e política públicaMOBILAB : um estudo sobre inovação e política pública
MOBILAB : um estudo sobre inovação e política pública
Caio Flavio Stettiner
 

Mais de Caio Flavio Stettiner (16)

Balanço social e o “full disclosure” no terceiro setor
Balanço social e o “full disclosure” no terceiro setorBalanço social e o “full disclosure” no terceiro setor
Balanço social e o “full disclosure” no terceiro setor
 
EXPECTED COMPETENCES IN STARTUPS: PERCEPTIONS OF ENTREPRENEURS
EXPECTED COMPETENCES IN STARTUPS: PERCEPTIONS OF ENTREPRENEURSEXPECTED COMPETENCES IN STARTUPS: PERCEPTIONS OF ENTREPRENEURS
EXPECTED COMPETENCES IN STARTUPS: PERCEPTIONS OF ENTREPRENEURS
 
AN ANALYSIS OF THE ENTREPRENEURIAL PROFILE OF SELF-EMPLOYED TRUCKERS FROM THE...
AN ANALYSIS OF THE ENTREPRENEURIAL PROFILE OF SELF-EMPLOYED TRUCKERS FROM THE...AN ANALYSIS OF THE ENTREPRENEURIAL PROFILE OF SELF-EMPLOYED TRUCKERS FROM THE...
AN ANALYSIS OF THE ENTREPRENEURIAL PROFILE OF SELF-EMPLOYED TRUCKERS FROM THE...
 
EDUCAÇÃO EMPRENDEDORA PARA JOVENS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL – FOMENT...
EDUCAÇÃO EMPRENDEDORA PARA JOVENS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL – FOMENT...EDUCAÇÃO EMPRENDEDORA PARA JOVENS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL – FOMENT...
EDUCAÇÃO EMPRENDEDORA PARA JOVENS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL – FOMENT...
 
VAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS
VAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRASVAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS
VAREJO OMNICHANNEL: DESAFIOS NA VISÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS
 
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do BrasilO discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
 
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculinoSegmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
 
Pitch Deck: Uma das ferramentas utilizadas para o empreendedorismo
Pitch Deck: Uma das ferramentas utilizadas para o empreendedorismoPitch Deck: Uma das ferramentas utilizadas para o empreendedorismo
Pitch Deck: Uma das ferramentas utilizadas para o empreendedorismo
 
MOBILAB : um estudo sobre inovação e política pública
MOBILAB : um estudo sobre inovação e política públicaMOBILAB : um estudo sobre inovação e política pública
MOBILAB : um estudo sobre inovação e política pública
 
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do BrasilO discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
 
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculinoSegmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
 
Teachers’ Entrepreneurial Profile: Case Study
Teachers’ Entrepreneurial Profile: Case StudyTeachers’ Entrepreneurial Profile: Case Study
Teachers’ Entrepreneurial Profile: Case Study
 
An Analysis of the Entrepreneurial Profile of Self Employed Truckers in the G...
An Analysis of the Entrepreneurial Profile of Self Employed Truckers in the G...An Analysis of the Entrepreneurial Profile of Self Employed Truckers in the G...
An Analysis of the Entrepreneurial Profile of Self Employed Truckers in the G...
 
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculinoSegmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
Segmentação de mercado: o perfil do consumidor gay masculino
 
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do BrasilO discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
O discurso persuasivo por meio dos slogans de candidatos à presidência do Brasil
 
Governança e melhoria na CGV: por que a inserção importa?
Governança e melhoria na CGV: por que a inserção importa? Governança e melhoria na CGV: por que a inserção importa?
Governança e melhoria na CGV: por que a inserção importa?
 

O coworking como impulsionador de novos negócios

  • 1. O coworking como impulsionador de novos negócios Mylena Contessoto MBA Gestão de Negócios - ESALQ-USP Caio Flavio Stettiner UNIFACCAMP - Centro Universitário Campo Limpo Paulista Alexandre Formigoni Centro Paula Souza Pós-graduação Strictu Sensu Roberto Padilha Moia Fatec Sebrae Resumo: Abstract Palavras-chave: Keywords: Os dados do Censo Coworking Brasil 2018 mostraram um crescimento de 48% neste setor entre 2017 e 2018, indicando que a busca por espaços de trabalho com- partilhados e o empreendedorismo ganharam lugar de destaque na economia brasileira. Observou-se que este modelo fomenta o compartilhamento de informa- ções entre proprietários de negócios diferentes, inspira novos empreendedores, reduz despesas fixas e reforça que a economia compartilhada é a grande impulsio- nadora deste formato. As leis que os regulamentam, e que por ora são bastante questionadas, tornam-se necessárias para que as relações entre as partes sejam benéficas e não desgastadas por questões burocráti- cas. Foram destacados dois espaços no país localizados na cidade de São Paulo, sendo um com o propósito de gerar impacto social e outro que atua com empresas de diferentes setores. Para ambos, foi dada ênfase à estrutura física e organização. Pesquisa bibliográfica, qualitativa, de caráter exploratório, e com entrevistas estruturadas com usuários e funcionários, demonstra- ram que essas parcerias são efetivas e promissoras, in- clusive para a geração de empregos diretos e indiretos. The Coworking Brazil 2018 Census data showed a 48% growth in this sector between 2017 and 2018, indica- ting that the search for shared workspaces and en- trepreneurship gained prominence in the Brazilian economy. This model has been found to foster infor- mation sharing among different business owners, ins- pire new entrepreneurs, reduce fixed expenses and reinforce that the shared economy is the major dri- ver of this format. The laws that regulate them, and which for the time being are highly questioned, are necessary for relations between the parties to be be- neficial and not eroded by bureaucratic issues. Two spaces in the country located in the city of São Paulo were highlighted, one with the purpose of generating social impact and the other that works with companies from different sectors. For both, emphasis was placed on physical structure and organization. Qualitative, exploratory bibliographic research and structured in- terviews with users and staff have shown that these partnerships are effective and promising, including for direct and indirect jobs. espaços; compartilhamento; economia; colaborativa spaces; sharing; economy; collaborative
  • 2. 6 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Introdução Empreender é um dos temas mais discuti- dos nos últimos tempos, seja devido à neces- sidadecriadapelacriseeconômicacomoau- mentododesemprego,quantopelodesejode se tentar algo diferente e que gere valor para oempreendedoreparaasociedade. Augusto Cury (2003), médico psiquiatra, psicoterapeuta, pesquisador e escritor, enfa- tizaqueserempreendedoréexecutarsonhos, mesmoquehajariscos. Riscos esses que podem ser minimizados com a elaboração de um plano de negócios bemestruturado,queirádirecionaroempre- endedor a analisar a viabilidade da ideia, fa- zendoagestãoeequilíbriodoinvestimento.É necessárioavaliarcriteriosamentecadaetapa eemespecialoorçamento,considerandoque a causa de encerramento de empresas antes dos quatro anos se deve aos altos custos e en- cargos.(SEBRAE,2016). De acordo com as orientações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em- presas(SEBRAE),umplanodenegóciooferece segurançaediminuiincertezasparaquembus- ca iniciar ou ampliar um negócio, e em linhas geraiscontemplaoitoetapas.(SEBRAE,2018): • Definição do que é o negócio; • Escolha dos produtos ou serviços que serão ofertados; • Público-alvo; • Capital a ser investido; • Faturamento mensal; • Lucro esperado; • Prazo de retorno; • Localização da empresa Referencial teórico O planejamento do espaço de trabalho Em 1998, Paul H O`Neill, presidente da Alcoa, acreditava que a arquitetura influen- ciava o comportamento. Assim, fez questão de ajudar a projetar a nova sede em Pittsbur- gh para assegurar que poderia mostrar que a empresa era aberta, responsiva e flexível. (ROBBINS, 2002). O`Neill queria derrubar as barreiras hierárquicas tradicionais, sem salas sun- tuosas ou privacidade para altos escalões. Pediu salas de reuniões com paredes de vidro, escadas rolantes e maior interação entre as pessoas. Obviamente nem todos gostaram do novo formato de local de tra- balho pois muitos executivos sentiram que perderam seus status, entretanto já se ob- servava várias características de um espa- ço de coworking atual. A Alcoa, assim como 3M, Sun Microsys- tens, Du Pont e Hewlett-Packard foram consideradas algumas das primeiras orga- nizações que redesenharam seus espaços de trabalho para melhorar a colaboração e a comunicação entre os funcionários, e atualmente temos vários exemplos, como Itaú Unibanco e Unilever. (ROBBINS, 2002). Robbins (2002), afirma que na década de 90, o espaço destinado aos funcionários em funções administrativas reduziu de 20 a 50%, e parte disso deve-se a razões econô- micas e à reengenharia. Segundo ele, um espaço custa dinheiro e redução de espaço consequentemente gera redução de custos.
  • 3. 7 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Conforme o trabalho foi sendo redese- nhado, a necessidade de salas individuais diminuiu. Uma das tendências era a substituição de salasfechadasecubículoscomolocaisdetra- balhoparaespaçosabertoseprofissionaisde diferentes hierarquias trabalhando juntos ou bem próximos. O conceito de escritório aberto era chamado de hotelaria, no qual os funcionáriosreservavamumlocalelevavam seus mobiliários básicos para trabalharem, e da mesma forma que em um hotel, faziam seuscheckoutaofinaldodia.Essemovimen- to foi adotado por empresas de consultoria administrativa e financeira, como Andersen Consulting,KPMGPeatMarwickeCiscoSys- temspoisamaiorpartedosfuncionáriosfica- vamuitotempoforadaempresaouemreuni- õesdeequipe.(ROBBINS,2002). A quarta revolução industrial As revoluções ocorrem quando novas tecnologias e formas de perceber o mundo resultam em alterações profundas nas es- truturas sociais e sistemas econômicos. A primeira grande mudança em nosso modo de vida ocorreu com a combinação das for- ças dos animais e dos humanos em bene- fícios da produção, transporte e comuni- cação. Com isso a produção de alimentos aumentou, o crescimento populacional foi estimulado e assentamentos humanos maio- res resultaram na urbanização. (SCHW AB E KLAUS 2019). Desde a segunda metade do século XVIII, Schwab relata que ocorreram outras re- voluções industriais caracterizadas pela transição da força muscular para a energia mecânica, como na primeira revolução in- dustrial que foi provocada pela construção de ferrovias e invenção da máquina a vapor, o que deu início à produção mecânica. A segunda revolução industrial, ocorrida entre o final do século XIX e início do século XX, caracterizou-se pela produção em massa devido à chegada da eletricidade e da linha de montagem. Na terceira revolução, ini- ciada na década de 1960, também chamada de revolução digital ou do computador, foi impulsionada pela computação em main- frames e computadores pessoais, além da Internet. (SCHW AB E KLAUS 2019). Baseada na revolução digital, foi definida como quarta revolução industrial a evolu- ção da Internet, que passa a estar em todo o lugar e de forma acessível para pouco me- nos da metade da população mundial, além da inteligência artificial e aprendizagem automática. A tecnologia de Blockchain registra atu- almente transações financeiras feitas com moedas digitais como Bitcoins, e futura- mente poderá registrar certidões, diplomas ou quaisquer outras transações que possam ser transformadas em códigos (SCHW AB E KLAUS 2019). A inteligência artificial possibilita que carros sejam pilotados sem a necessidade de um ser humano, assistentes pessoais in- cluídos nos próprios celulares que auxiliam em tarefas simples apenas pelo reconheci- mento da voz são uma realidade assim como a impressão 3D. As tecnologias estão mais integra- das possibilitando inovação em serviços
  • 4. 8 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) disruptivos, como Uber e Airbnb, integran- do pessoas que compartilham seus bens par- ticulares e serviços. A sobrevivência de um negócio depende de como responde à competição, sendo que a única maneira é inovar, provocar mudanças e adaptar-se aos ambientes. (TERRA, 2007). Economia colaborativa: o que isso significa e qual a relação com o coworking? Ao longo da história mundial, as comu- nidades iniciaram baseadas em questões ge- ográficas e assim eram chamadas de tribos. Posteriormente,classificadasconformeques- tões ideológicas, por exemplo, religiões e de- pois conforme o regime de governo, como monarquias. Atualmente a internet propor- cionaacriaçãodecomunidadesbaseadasem característicasespecíficas,ouatributos,eque compartilham crenças, recursos, necessida- des, riscos, dentre outros fatores e todos in- dependentes de uma proximidade física, ou seja, não precisam estar no mesmo espaço. (ISMAIL,MALONE,GEEST,2015). As transformações econômicas que acon- tecem velozmente causam mudanças de há- bitos comuns, despertam novas formas de consumo, acarretando inovações tecnoló- gicas e novas abordagens de como iniciar e fazer um negócio prosperar. Conforme publicado no site Deskcoworking (2018), a tendência é que os consumidores passem a dividir o uso dos produtos e serviços que acessam. Trata-se do consumo colaborativo e não exclusivo. Na economia compartilhada (do inglês Sharing Economy), ou colaborativa, as trocas não são necessariamente financeiras, porém os ganhos são vantajosos para todos. Não está relacionada somente a aplicativos e tecnologia, na realidade é o antigo conceito de emprestar coisas e compartilhar custos e o que mudou é que a tecnologia e as redes so- ciais possibilitaram uma abrangência maior com quem compartilhar. (CONSUMO CO- LABORATIVO, 2017). As plataformas tecnológicas tornaram isso uma realidade, possibilitando a reu- nião de pessoas, dados, bens e serviços que podem ser acessados de forma integrada pelo celular, alterando ambientes pessoais e profissionais. Como efeitos relevantes da quarta revolução industrial nos modelos de negócios, é possível destacar as mudanças nas expectativas dos clientes e consequente- mente melhorias nos produtos com base em dados coletados, além da remodelagem dos modelos de operações e a formação de novas parcerias de trabalho e colaboração entre as empresas. (SCHW AB E KLAUS 2019). Também chamada de colaborativa, essa economia desperta uma nova relação entre as pessoas e o consumo: mais do que ven- der ou comprar, as pessoas querem compar- tilhar experiências. (DESK COWORKING, 2018). Dois modelos que exemplificam este con- ceito e simbolizam o poder dessa ruptura são: •Uber, que é o serviço de transporte vol- tado para viagens com custo inferior ao dos táxis e que gera empregos pois o condutor pode utilizar o seu próprio veículo ou ain- da alugar um para tal finalidade. Este é um
  • 5. 9 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) serviço que também colabora com a redução de impactos ambientais, pois mais pessoas deixam seus carros em casa e compartilham caronas (DESK COWORKING, 2018). •Airbnb: refere-se ao aluguel de acomo- dações feito online, em qualquer parte do mundo, gerando economia para quem busca uma hospedagem e lucro para quem dispõe de seu próprio imóvel (DESK COWORKING, 2018). Outros serviços também passaram a exis- tir, como lavagens de roupas, compras em supermercados e passeios com pets. Unem a oferta e a demanda por um custo acessível para todos, permitem que ambas as partes se interajam e forneçam feedbacks entre si e para todos os usuários ativos e potenciais. (SCHW AB E KLAUS, 2019). Dependendo do ramo de atividade, caso os produtos e/ou serviços de um novo em- preendimento possam ser oferecidos por canais remotos não tendo necessidade de um espaço físico para apresentação e ven- da direta ao consumidor, o coworking pode ser considerado uma das melhores opções. Kuviatkoski, Carol e Rachel Botsman, re- ferências nos estudos de colaboração do con- sumo em meios digitais, explicam a econo- mia compartilhada em três tipos de sistemas (IDEIA NO AR, 2018): • Mercados de redistribuição: remane- jar itens não utilizados em um determinado lugar ou pessoas para outros que possam ser úteis, como os sites de venda ou troca como brechós; • Sistemas de acessos a produtos e ser- viços: o usuário paga para ter acesso a um produto ou serviço por um determinado pe- ríodo, por exemplo, o caso de imóveis aluga- dos para curta temporada em plataformas digitais. • Estilo de vida colaborativo: reunião de pessoas com o objetivo de compartilhar bens, serviços, o próprio tempo ou espaços, como os escritórios de coworking. O coworking é uma base importante para a consolidação da economia colabo- rativa, pois favorece o compartilhamento de experiências entre seus membros, seja na construção de novas parcerias de tra- balho ou na troca de conhecimento (DESK COWORKING, 2018). Origem do coworking no mundo e a presença no Brasil Bernie Dekoven, escritor e designer de ga- mes,criouotermocoworkingem1999parase referir a um modelo de trabalho colaborati- vo apoiado pelas tecnologias baseadas na in- formática. Em 2005, Brad Neuberg, um pro- gramadordesistemasdeSãoFrancisco(EUA) teve a ideia de dividir seu apartamento com amigosparaquetodospudessemexercerati- vidadescomerciaisduranteodia,eànoiteera uma república de estudantes. Como o resul- tado foi positivo, Neuberg fundou a Hat Fac- tory que alugava espaços de lofts para pro- fissionais de TI e posteriormente, de outros segmentostambém.Atrocadeideias,experi- ências e networking eram características do localeonovomodelopassouasepropagarno mundo.(Moreira,2017). No Brasil, este conceito chegou em 2008 com o escritório Pto de contato, localizado em São Paulo, SP. (MOREIRA, 2017).
  • 6. 10 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Com o crescimento do empreendedoris- mo no Brasil e no mundo, seja devido à ne- cessidade criada pela crise econômica com o aumento do desemprego, quanto pelo desejo de se tentar algo diferente e que gere valor para o empreendedor e para a sociedade, ob- serva-se que a redução de custos é um fator decisivo para o sucesso de novos negócios. É nesse contexto que os coworkings passam a ter mais força. Para iniciar um negócio, o empreendedor necessita ter certeza sobre as despesas que terá, como salários (se tiver equipe), impos- tos, taxas e aluguéis, pois as receitas e o pra- zo de retorno do investimento serão sempre perspectivas e incertezas. Assumir riscos é o comportamento básico de todo empreen- dedor e a sua sobrevivência depende do pla- nejamento e de seu compromisso. (MAXI- MIANO, 2006). Para apoio ao empreendedorismo, mais recentemente vimos surgir as incubadoras, que são instituições que direcionam as ações iniciais de novos negócios com o serviço de consultoria especializada, além de dispo- nibilizarem estruturas, tecnologias e apoio operacional para que essas novas empresas possam se desenvolver e gerem resultados. (ELEPHANT, 2019). Existem espaços de coworking que con- centram estas instituições, e favorecem um ambiente propício de troca de conhecimen- to e estímulo aos empreendedores. As empresas incubadas passam a usufruir de um ambiente favorável ao crescimento, à inovação e empreendedorismo, além de que outros empreendedores as procuram para apoiar, aprender junto e investir nas ideias e propostas para que possam se desen- volver mais rapidamente. Por ser um am- biente direcionado para hospedar empresas e profissionais variados, os novos negócios não precisam considerar a estrutura física no seu planejamento inicial, e podem focar totalmente na inovação de seus produtos ou serviços. (GOWORK, 2019) Existem propostas diferentes de incuba- ção de novos negócios, de acordo com o es- tágio de crescimento e objetivos de cada um. (SEBRAE, 2019) Nestes ambientes também podemos ter as aceleradoras que trabalham com startups já na fase de crescimento, com grande po- tencial e proposta de negócio interessante, além de usarem capital próprio para auto- financiamento. Uma incubadora procura apoiar empresas conforme diretrizes gover- namentais ou regionais e podem com isso utilizar verbas públicas para investir nas empresas incubadas ou em si mesmas. (TE- GUP, 2019) Caso a empresa deseje um modelo de ne- gócio escalável e inovações mais radicais, aconselha-se a procurar uma aceleradora. Se a proposta for o modelo tradicional, uma incubadora é o recomendado. (SEBRAE, 2019) Para Ismail (2015), o aluguel de maqui- nários e edifícios ou locais de trabalho, ao invés de tê-los como ativos da empresa, são tendências de terceirização cada vez mais constante e reforçam o conceito da econo- mia de compartilhamento. O acesso a ferra- mentas de tecnologia, como arquivamento
  • 7. 11 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) na nuvem para gerenciar grandes quantida- des de informações a baixo custo também exemplifica esta tendência. Faz-se necessário discorrer que além da redução de custos, um indicador importan- te a ser avaliado na questão de sobrevivên- cia das empresas, é analisar quanto tempo são capazes de manterem as suas atividades. Não existe um fator único ao qual se possa atribuir a causa da mortalidade de um ne- gócio, mas sim quatro grandes fatores (SE- BRAE, 2016): • Situação do empresário antes da abertura do negócio, como por exem- plo a pouca ou total inexperiência no ramo; • O planejamento dos negócios feito de forma inadequada sem grandes ne- gociações de prazos com fornecedores ou de crédito com bancos; • Baixo investimento em aperfeiço- amento de produtos e serviços, acom- panhamento deficitário de despesas e receitas; • Falta de investimento na própria capacitação e na de funcionários. Toda possibilidade de redução de custos deve ser avaliada, e de forma especial os en- cargos com locação de espaços. Para Maximiano (2006), no Brasil, a mor- talidade das empresas acontece no período inferior a 3 anos e na maioria são decorren- tes da falta de políticas públicas em prol de empreendedores que antes mesmo de abrirem seus negócios já pagam impostos, somados aos juros altos, carga tributária co- nhecida como uma das mais altas do mundo e diversas obrigações trabalhistas. De acordo com a pesquisa realizada pelo SEBRAE, para as empresas que encerraram as suas atividades, os fatores que poderiam evitar o fechamento do negócio seriam: me- nos impostos e encargos (52%), mais clien- tes (28%), crédito mais facilitado (21%) e um melhor planejamento do negócio (18%). (SE- BRAE, 2016). Regulamentação e benefícios do Coworking A Comissão de Desenvolvimento Eco- nômico, Indústria, Comércio e Serviços aprovou em maio/2018 o projeto de lei que regulamenta o funcionamento de coworkin- gs no Brasil, sendo que para se caracterizar especificamente como coworking, é neces- sária uma sala multiempresarial, onde os clientes desenvolvem atividades econômicas em um mesmo espaço (VIANA, 2018). Em 2015 foram registrados 238 espaços, tendo um aumento de 52% em 2016. Já em 2017, o aumento foi de 114%, sendo este ano considerado como uma explosão do segmen- to. No último censo registrado, em 2018, o aumento foi de 48%, sendo que essa queda da taxa de crescimento já era esperada, pois o mercado precisava se organizar para evo- luir de forma sustentável (COWORKING BRASIL, 2018). Estima-se 1194 espaços espalhados em 169 municípios brasileiros, 88 mil estações de trabalho disponíveis e 7 mil empregos dire- tos. Em 75% dos mapeados no Censo, o espa- ço é multidisciplinar, ou seja, não concentra
  • 8. 12 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) um segmento de mercado específico, contra 12% de indústria criativa, 5% de Tecnologia de Informação (TI] e tecnologia e 8% de ou- tros não especificados (COWORKING BRA- SIL, 2018). Ainda de acordo com o site Coworking Brasil, em alguns destes espaços os adminis- tradores disponibilizam espaços conhecidos como pet friendly (24%) e apenas 52% ofere- cem espaços de bar e/ou cafés. Pouco mais da metade (54%), oferecem eventos abertos à comunidade que podem ser palestras so- bre questões de mobilidade urbana e divul- gação de empresas residentes nos próprios espaços, atraindo desta forma novos resi- dentes para seus espaços e visibilidade dos negócios. Por ser um espaço compartilhado entre diversas empresas, a possibilidade de parce- rias e a divisão de custos que são inerentes a qualquer negócio faz com que o coworking seja uma excelente opção, de forma especial para microempresas e startups. Estes ambientes favorecem a inovação e melhorias de processos e produtos, pois existe uma forte interação com profissionais de segmentos distintos que trocam serviços e ideias entre si (SOARES E SALTORATO, 2015). Com um investimento menor quando comparado ao aluguel de salas comerciais, é viável iniciar um negócio em um ambiente colaborativo, de aprendizado e networking contínuos. Goldbach (Economia - IG, 2017), que utiliza este modelo em seu escritório, relaciona al- guns principais fatores que podem decidir fa- voravelmente para a escolha destes espaços: • Rede de contatos: círculos sociais profissionais, incluindo de outros se- tores, que rendem interações constru- tivas e insights para inovação; • Localização: facilidade no des- locamento e acompanhamento de trabalhos; • Espaços para reuniões: salas equi- padas com alta tecnologia, o que favo- rece o fechamento de contratos; • Corte de gastos: aluguel de imóvel, contas de água, luz, telefonia, inter- net, limpeza e segurança são dividi- dos entre as empresas residentes. Ambientes criativos não precisam ser apenas para agências de publicidade ou si- milares, e é necessário entender que o for- mato padrão, considerado como organizado e que caracteriza a maioria dos escritórios hoje pode ser mudado. No Vale do Silício os ambientes de trabalho são desenhados para promover a inovação e geração de conheci- mento. (TERRA, 2007). Estudos indicam que, no Brasil, os gastos anuais de uma estação de trabalho podem chegar a R$ 17.400,00 no caso de empresas que alugam um imóvel, podendo ter varia- ções de acordo com a cidade e local. A possi- bilidade de alugar uma sala ou apenas uma estação de trabalho é um diferencial quan- do se opta pelo coworking (ECONOMIA - IG, 2016). Essa economia de recursos faz com que o investimento seja mais bem direcionado na inovação de seus produtos e serviços,
  • 9. 13 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) incluindo a contratação de mão-de-obra ge- rando oportunidades maiores de emprego e movimentando a economia. O contrato pode ser feito por hora, diária, semanal ou mensal, conforme a necessida- de do empreendedor. Um grande benefício é não ser necessário investir em uma estru- tura com local próprio e um contrato de três anos, além de capital para isso. No modelo tradicional isso é um risco, enquanto nos coworkings o contrato é flexível e muitas ve- zes com serviços pagos conforme a utiliza- ção, além de abrir mais oportunidades para a entrada de empresas internacionais (EXA- ME, 2017). A jornada de trabalho mais rígida que ocorre na maioria das organizações não é algo presente em empresas que se instalam em coworkings, o que aumenta a produti- vidade dos profissionais. Já a redução na privacidade na estação de trabalho, ruídos sonoros e armários cada vez menores para o arquivo de documentos e guarda dos ma- teriais de trabalho são considerados pontos de atenção deste modelo. (SOARES E SAL- TORATO, 2015). Considerando uma sociedade na qual as relações interpessoais com contato humano estão cada vez mais incomuns e as virtuais crescendo de várias maneiras, este resgate de vínculos pessoais em um espaço coletivo de trabalho pode ser considerado um fator positivo de atração para o coworking. (SOA- RES E SALTORATO, 2015). Com o objetivo de estabelecerem uma relação maior de troca e proximidade com seus clientes, uma grande rede de loja de móveis no Brasil passou a disponibilizar gra- tuitamente em suas unidades espaços com internet de alta velocidade para que as pes- soas pudessem trabalhar sem necessidade de agendamento prévio ou qualquer vínculo com a empresa (METRÓPOLES, 2019). Conceitualmente está distante de ser um espaço estruturado como os coworkings e talvez a estratégia da marca seja de atrair novos clientes e obviamente aumentar os lucros, entretanto é um sinal do quanto este modelo de negócio está em crescimento no país. Métodos A fim de responder a esta pergunta de pesquisa foi utilizado o método qualitati- vo, descritivo exploratório tipo estudo de caso, estes estudos têm como meta o estudo e análise das questões empíricas em seu ló- cus natural (GODOY, 1995) ao detalhar seus fenômenos e ao permitir que seus interlo- cutores deem voz e significados aos seus de- poimentos (VIERA, 2006). Para Gil (1987), as pesquisas têm o objetivo de captar opiniões de uma determinada po- pulação que se deseja estudar. A descritiva registra, organiza e analisa os dados obser- vados sem interferir. Este método tem sua utilização reco- mendada quando seu objetivo seja respon- der aos processos relacionados a empresas (YIN, 2005), ademais proporcionam ao pes- quisador a opção de detalhar mais os conhe- cimentos das questões pesquisadas em seu contexto (RAUPP; BEUREN, 2006), ressal- tando-se que a presenta pesquisa é caracte- rizada por um estudo de caso múltiplo por
  • 10. 14 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) analisar mais de um indivíduo ou organi- zação (VENTURA, 2007), especificamente foram objeto deste estudo dois casos especí- ficos com relações complexas e importante necessidade de otimizar sua compreensão (STAKE, 2000). Deve-se ater que estudos de caso não podem ser generalizados, no entanto os resultados do presente trabalho focam no que é particular nos casos estudados (STAKE, 2000), para tanto desenvolve-se um protocolo de estudo de caso (FREITAS, JABBOUR, 2011) com o intuito de trazer à tona uma visão holística dos casos estuda- dos (ALVES-MAZZOTI, 2006). O protocolo deste estudo de caso foi composto dos seguintes itens de acor- do com o proposto por Freitas e Jabbour (2011): questão problema de pesquisa; prin- cipais temas de sustentação teórica; defini- ção do objeto estudado; definição da uni- dade de análise; a utilização de múltiplas fontes de evidência, o período e o local a ser realizado a coleta de dados e por fim os modelos de roteiros semiestruturados. Já a coleta de dados foi efetivada na or- dem pelas seguintes etapas: realização do contato formal com a instituição, apresen- tação dos objetivos de estudo, escolha dos entrevistados, efetivar as entrevistas e reu- nir demais informações dos casos em suas redes sociais e sítios na internet (FREITAS, JABBOUR, 2011). Foram efetuadas visitas nos dois espa- ços de coworking localizados na cidade de São Paulo, as quais foram essenciais para compreender os diferentes modelos, estudados e possibilitar a descrição preci- sa de sua estrutura física e os propósitos de cada um. Ao ser utilizado como direcional, o estudo de caso também passa a contemplar a coleta e análise de dados para que a pesquisa seja maior (YIN, 2005). Os questionários utilizados foram com- postos de perguntas abertas e objetivas, com a finalidade de aprofundar o tema, entender as características principais dos coworkings e da população ali instalada, bem como as relações entre si. Foram aplicados questionários a diferen- tes stakeholders, o primeiro direcionado a funcionários dos coworkings e de funcioná- rios residentes (Apêndice A) teve como obje- tivo entender as vantagens e oportunidades de melhoria neste modelo. Foram obtidos quatro retornos de colaboradores dos espa- ços e dois de colaboradores das empresas re- sidentes e os dados utilizados para compor esta pesquisa. O segundo questionário foi direciona- do ao público em geral identificado como Apêndice B, foi direcionado ao público em geral, que teve como foco avaliar o quanto o conceito coworking é conhecido e percebido atualmente pelo público geral e resultou em 69 resultados e que também foram conside- rados na análise do cenário. E por fim foram pesquisados os proprie- tários de empresas residentes, ou coworkers, (identificado como Apêndice C), cuja contri- buição foi a visão de escolha do local para a pesquisa de quatro respondentes.
  • 11. 15 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Análises descritivas dos coworkings Foramvisitadosdoisespaçosdecoworking localizadosnacidadedeSãoPaulo,sendoum naZonaOestefundadoem2017doravantede- nominadoCnesteestudoeoutronaZonaSul, fundadoem2016edoravantedenominadoK. Em ambos a recepção foi excelente e ob- serva-se o orgulho em trabalharem nas empresas. O denominado C encontra-se em uma rua semsaída,embairronobreresidencialdaca- pital,próximoagrandesruascomerciaiseao metrô, facilitando assim o acesso de funcio- nários e residentes. Trata-se de um local des- tinado para empreendedores cívico-sociais, comoobjetivodegerarimpactospositivosna comunidade,condiçãoobrigatóriaparaocu- par o espaço. Em frente à entrada observa-se umapequenapraçadepassagem,bemcuida- daedecoradacomplantas,paredesgrafitadas equeatraidezenasdepessoastornando-seàs vezesumpontodeencontro. Recentemente, uma parte deste espaço se tornouochamadocantinhodaleitura,como compartilhamentodelivrosparatodos.Esta praça possui uma escadaria que outrora era consideradainseguraporquemprecisavauti- lizá-la, apesar de ser extremamente útil pois dáacessoaumadasruasmaisimportantesdo comérciodemóveiseinstrumentosmusicais dacapitalpaulista.Essarevitalizaçãodapra- ça foi feita pelo próprio coworking em parce- riacomoutrosempreendimentosdoentorno, reforçandoseupropósitodegerarimpactona sociedadeeemviasurbanas. Na entrada do espaço, observa-se bicicle- tas para quem precisa ir e voltar ao trabalho. No hall, a decoração é rústica e contratas- te com o moderno, com frases de impac- to que traduzem o propósito do local, tais como: Participar; Compartilhar; Social e Engajamento. Lá existe um espaço de café com produtos vegetarianos e veganos, um tanto sofistica- dos, porém atraentes ao paladar. O auditó- rio, que pode ser reservado para pessoas in- teressadas em utilizá-lo sem necessidade de ter qualquer vínculo com o espaço, também tem a decoração simples, destoando dos tra- dicionais auditórios de poltronas confortá- veis e grandes palcos. Como em qualquer ou- tro, tem tela de projeção e equipamentos de som que garantem a realização dos eventos. Tem capacidade para 80 pessoas, podendo ser dividido em dois menores. Neste mesmo andar, estão dois banheiros para utilização do público. O acesso aos 1º, 2º e 3º andares podem ser feitos por uma escadaria aberta ou por elevador, o que denota a preocupação com a acessibilidade de todos. Nestes pisos es- tão localizadas as estações de trabalho, no estilo mesão para quatro ou oito pessoas, o que facilita o contato visual e o networking do local, e lockers para os usuários guarda- rem seus pertences e alguns armários ao re- dor. Existem cafeteiras e locais específicos para chás, cafés e biscoitos compartilhados. Para quem deseja maior privacidade, o es- paço dispõe de salas fechadas e de metra- gens variadas para utilização contínua e/ou fixa, ou ainda para reuniões com clientes e fornecedores.
  • 12. 16 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Para garantir um espaço maior de convi- vência e networking, na cobertura existe o Rooftop e Cozinha Gourmet, um espaço ao ar livre, cozinha equipada para eventos e refeições diárias, ideal para conversas e ne- gócios, com a possibilidade também de ser reservado por usuários não-residentes no local. No total são 67 empresas, das quais cita- mos alguns setores em que atuam: • Área da saúde, com a conscientiza- ção da população sobre hipertensão pulmonar e de influência de políticas públicas para acesso ao tratamento em nível nacional; • Educação, com a criação de cursos de formação e recursos pedagógicos especiais para redes de ensino, com uso de tecnologia; • Objetivo de inclusão de crian- ças autistas carentes em escolas especializadas; • Educação com o engajamento para que toda pessoa com deficiência tenha acesso à educação de qualidade na es- cola comum; • Atuação ambiental: pesquisas para negócios ecologicamente corretos, de- senvolvimento de produtos, projetos e assessoria nas áreas de bioenergia e biodiversidade; • Foco em marketing de causa com a missão de gerar valor para marcas que querem e podem transformar o mundo; • Instituto que mapeia o empreen- dedorismo afro no Brasil e atua como acelerador e incubador de negócios di- recionados a negros, um exemplo do que foi mencionado anteriormente; • Apoio ao empreendedorismo com poder de transformação so- cial, incluindo cooperativas em penitenciárias. O horário de funcionamento é das 08h às 20h, com atividades abertas à comunidade em alguns finais de semana. Estes eventos são diversificados e alinhados aos 17 Objeti- vos de Desenvolvimento Sustentáveis para o Mundo (ODS) e abordam a apresentação de startups para adoção destes novos entrantes por empresários interessados, palestras so- bre transformações na sociedade, mobilida- de urbana, oportunidades de debater sobre negócios que possam impactar o meio-am- biente e também sobre educação, ministra- das pelas próprias empresas residentes, den- tre outros. Neste coworking concentram-se empre- sas do Setor 2.5, denominadas assim aquelas que não são apenas direcionadas ao lucro e nem Organizações não governamentais (ONGs) sem fins lucrativos. Atuam em ne- gócios sociais para gerar impacto socioam- biental e resultados financeiros sustentáveis (Administradores, 2018). Alguns pontos em comum entre estes ti- pos de empresas são: • Impacto social, ambiental e viabi- lidade econômica; • Alinhamento à realidade local;
  • 13. 17 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) • Geração de valor para as comunidades; • Promoção do desenvolvimento das pessoas; • Manutenção da finalidade lucrativa Abordaremos agora o coworking deno- minado K, localizado na zona sul da capi- tal paulista e próximo ao metrô e a um cen- tro empresarial de uma grande instituição financeira, além de diversos restaurantes e comércio. A decoração é no estilo mo- derno e discreta, e similar a empresas de modelo tradicional. No hall existem sofás confortáveis e uma das salas utilizadas es- pecificamente para reuniões, tanto de re- sidentes quanto de não-residentes, é equi- pada com televisão e ar-condicionado, e portas de vidro, sendo este um ponto de atenção para a privacidade. A exemplo do espaço C, existe um painel com o objetivo do local e aqui vale destacar também algumas expressões que tradu- zem o propósito: comunidade empreende- dora; compartilhado; economia colabora- tiva; experiência; worklovers. A maior parte das empresas ali são do segmento de tecnologia da informação, in- clusive esta é a origem profissional do fun- dador do espaço e para simbolizar existem alguns computadores antigos que com- põem a decoração, juntamente com uma bicicleta. O espaço é um sobrado muito bem adap- tado e seu interior é bem maior do que apa- renta ser externamente. Sãotrêsandares,enosegundo,queéopri- meiro que acessamos e onde fica a recepção, tambémnoníveldarua,temduassalasgran- des destinadas a uma empresa de design de roupasequeavaliatendênciasdemoda,com aproximadamente14colaboradores.Aofinal de um grande corredor, está uma pequena copa e mesa ao ar livre para se fazer um lan- che ou almoçar. Ao fundo, descendo as esca- das tem uma área livre, com mesas onde as pessoas podem trabalhar e se inspirarem, e inclusive uma churrasqueira que é utilizada paraeventosdasempresasaliinstaladas. O espaço tem algumas áreas que estão em reformaeapreocupaçãoemtrazermaisplan- tas foi verbalizada em alguns momentos da visita. Neste andar, que podemos chamar de subsolo, existem outras salas utilizadas por escritóriosdeadvocacia,empresasdeTIeBi- tcoin,alémdeduassalasdeusocompartilha- doporempresasdiferentesequecomportam deseisaoitoposições. Neste mesmo piso existe um amplo espa- ço vazio com uma rampa de acesso à rua, ca- racterizandoquejáfoiumagaragem.Estáem discussão se futuramente será um espaço de convivência, auditório ou de descompressão para os funcionários. Está também em estu- do alugar o espaço para uma startup que tra- balha especificamente com carros elétricos, entretanto existem vários fatores que estão sendo avaliados como o barulho, adaptações específicas para a empresa e o tempo de vida deumstartupiniciante. O acesso aos andares é possível somente por escadas e existe apenas o fosso do eleva- dor, sem a instalação de fato o que dificulta a questão de acessibilidade.
  • 14. 18 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Na parte lateral da garagem, tem um es- paço com outras salas ocupadas por em- presas que atuam na criação de softwares, designers de games, publicidade, recursos humanos na diversidade étnico-racial além de sala de reunião maior que a localizada no piso térreo e mais privativa. No terceiro andar, tem quatro salas de ta- manho médio sendo utilizadas por escritó- rios jurídicos e empresa de TI, e ao fundo uma grande sala com aproximadamente 20 funcionários em mesões, porém todos per- tencentes à mesma empresa. Ao fundo deste andar, existe uma área de tamanho médio ao ar-livre e que ainda está sendo estudado como ficará. O ponto de atenção aqui é que para ter acesso a este espaço, deve-se passar pela sala na qual a maior empresa está ins- talada, o que pode prejudicar futuramente a utilização comum de todos os residentes. Resultados e discussão Análise de coworking e comparativo de questionários de colaboradores e público em geral: Avaliando os dois espaços, a maior ca- racterística que os diferem é o layout: en- quanto C tem a maior parte das posições dispostas no estilo mesão, K prioriza a in- dividualidade e dispõe de salas fechadas para empresas e a distribuição com até oito postos de trabalho por sala, de ativi- dades diferentes. Não significa que um seja melhor que o outro, pois o que é levado em conside- ração são os ramos de empresas atuantes nos locais. No espaço C, a similaridade de setores entre as empresas é grande e o networking é bem fortalecido, além de necessário. Já em K, as realidades são di- ferentes pois escritórios de advocacia li- dam com informações sensíveis de clien- tes, escritórios de TI tratam muitas vezes de informações confidenciais de tercei- ros, agências de publicidade trabalham com a criação e necessitam de maior con- centração e privacidade. Layout é uma questão de perfil e pro- pósito de cada espaço, e cada empresa se adequa melhor em um determinado formato. O espaço de convivência ainda é mais fortemente observado em C, porém ainda em construção/reforma em K. Um item fortemente observado é a questão de ruídos, bastante presente em C enquanto K tem um ambiente bem mais tranquilo. Nos dois espaços não existe a possibi- lidade de trabalhar aos finais de semana, o que em alguns momentos pode causar um certo descontentamento principal- mente para os proprietários das empre- sas residentes. Em relação ao horário, ambos encerram as atividades às 20h e em K, por ser uma localização próxima a centros comerciais, favoreceria uma procura por horário estendido até às 22h para realização de atendimentos de Coa- ching ou terapias, por exemplo. Os valores de locação e itens adicio- nais são bem próximos entre os dois, ape- sar de apresentarem conceitos diferentes (Tabela 1).
  • 15. 19 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Tabela 1 - Valores de locação e itens adicionais dos espaços estudados Item / Serviço Custos Coworking “C” Custos Coworking “K” Posições individuais 1.100,00/mês 290 por 40h/mês 440 por 80h/mês 550 full-time/mês Posições fixas 8.500,00/mês (sala privativa para 8 pessoas) 750,00 full-time/mês 6.000/mês (*) Auditório Não residentes De 1.500 e 2.800 Residentes De 750 e 1.200 Não há Rooftop Não residentes 3.600 até 3h Residentes 750 até 3h Não há – utilizado eventualmente o espa- ço da churrasqueira Salas de reunião Somente para residentes De 40 a 80/hora, conforme o tamanho Residentes ou não De 50 a 65/hora, con- forme o tamanho Locker 30/mês Não há Impressão 0,25 por página Incluso no valor da locação Wi-fi Incluso no valor da locação Incluso no valor da locação Fonte: Resultados originais da pesquisa (*) Custo negociável conforme a quantidade de pessoas Pelos resultados dos questionários aplica- dosaosfuncionáriosdosespaçosedasempre- sas residentes (Apêndice A), 83,3% avaliam que a questão de falta de espaço para arma- zenamento de materiais é um dos fatores de melhoriaquandocomparadosaumespaçode trabalhoemumaestruturatradicional,oque foibastanteperceptívelnasvisitasrealizadas. Também tivemos 16,7% que consideram os ruídos do ambiente como principal pro- blema. Aqui podemos considerar que de fato o tipo de serviço prestado por cada empresa tornaesteitemomaisrelevante. Questão similar a esta foi direcionada para o público comum (que não tinham necessariamente qualquer vínculo profis- sional com os espaços) para captar a per- cepção sobre problemas que poderiam existir em um espaço de coworking (Tabe- la 2). Curiosamente 57,6% tem a percepção de que a questão de privacidade é o maior ofensor de um espaço de coworking. Já 16,9% consideram que os espaços menores de armazenamento podem ser considera- dos como pontos críticos, seguidos de Se- gurança da Informação (11,9%) e empata- dos com 6,8% os itens de Segurança Física e Outros, explicitados como custos ou falta de senso das pessoas. Tabela 2 - Pontos críticos de um espaço de coworking Itens Funcionários População comum sem vínculo Privacidade 0 57,6% Espaços de armazenamento 83,3% 16,9% Segurança da informação 0 11,9% Segurança Física 0 6,8% Outros 16,7% (Ruídos) 6,8% (bom senso) Fonte: Resultados originais da pesquisa Na percepção de 83,3% dos entrevista- dos, a maior vantagem para o empresário é de fato a redução de custos fixos, frente a 16,7% que considera o networking o mais re- levante (Tabela 3). Também direcionamos para a população comum uma questão si- milar a esta e os resultados apontam que o item de redução de custos também é o mais percebido.
  • 16. 20 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Tabela 3 - Maior vantagem para o empresário Itens Funcionários População comum sem vínculo Localização 0 2,4% Redução de cus- tos fixos 83,3% 56,1% Networking 16,7% 34,1% Espaços para reuniões 0 4,9% Outros 0 2,4% (redução de custos para maior investimento em tecnologia e pesquisas) Fonte: Resultados originais da pesquisa Do total de funcionários respondentes, 50% trabalham nos espaços de um a dois anos, 17% entre seis e 12 meses e 33% a mais de dois anos. Destes, 66,66% possuem de seis a dez conhecidos que trabalham em coworkings, frente a 3,4% quando compa- rado com os respondentes do questionário sem vínculo. Aqui, mais de 50% não tem em seus círculos sociais pessoas ativas nestes espaços (Tabela 4). Tabela 4 - Pessoas do círculo social atuantes em coworkings Quantidade Funcionários População comum sem vínculo Nenhum 0 50,8% De 1 a 5 17% 39% De 6 a 10 66% 3,4% De 11 a 15 0 1,7% Acima de 15 17% 5,1% Fonte: Resultados originais da pesquisa Dosrespondentesdoquestionárioapresen- tadocomoAnexoB,87%sabiamoqueeraum coworking frente a 13% que desconheciam e nãoseguiramnapesquisa.E50,8%dosqueco- nheciamescolheriamesteespaçoparainiciar umnegóciopróprio(Tabela5). Tabela 5 - Opções de espaço para início de um negó- cio próprio Opções População comum sem vínculo Coworking 50,8% Sala Comercial 8,2% Home Office 39,3% Outros 1,6% (ponto comercial para abertura de padaria artesanal com espaço para cozinha) Fonte: Resultados originais da pesquisa Na sequência, observa-se a demografia da população comum sem vínculo que respon- deu ao questionário, Apêndice B (Tabela 6, Tabela 7, Tabela 8 e Tabela 9). Tabela 6 - Gênero Opções População comum sem vínculo Feminino 74,3% Masculino 25,7% Fonte: Resultados originais da pesquisa Tabela 7 - Idade Opções População comum sem vínculo Menor de 18 anos 0% Entre 18 e 25 anos 12,9% Entre 26 e 35 anos 28,6% Entre 36 e 45 anos 25,7% Entre 46 e 55 anos 27,1% Acima de 56 anos 5,7% Fonte: Resultados originais da pesquisa Tabela 8 - Grau de instrução Opções População comum sem vínculo Ensino Fundamento incompleto 0% Ensino Fundamento completo 0%
  • 17. 21 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Ensino médio completo 1,4% Ensino médio incompleto 1,4% Superior completo 32,9% Superior incompleto 4,3% Pós-graduação / Mestrado / Doutorado Incompleto 15,7% Pós-graduação / Mestrado / Doutorado Completo 44,3% Fonte: Resultados originais da pesquisa Tabela 9 - Atualmente Opções População comum sem vínculo Exerce atividade profissional (formal ou informal) 85,7% Está desempregado 10% Aposentado 1,4% Aposentado e exerce atividade profissional 2,9% Fonte: Resultados originais da pesquisa Proprietários de empresas residentes Direcionado aos proprietários de empre- sas, o questionário teve como objetivo en- tender se o espaço de coworking foi a pri- meiro endereço comercial e se enxergam as atividades neste mesmo espaço dentro de alguns anos, além das vantagens do modelo. Foram quatro respondentes, com tempo de empresa entre três e 13 anos, e atuantes em diferentes setores: moda social, viagem, educação, saúde, jornalismo construtivo. Destes, 75% iniciaram suas atividades em home-office, migrando posteriormen- te para salas comerciais até chegarem no coworking. Apenas um iniciou no escritório de outra empresa da proprietária, e depois seguiu para o espaço compartilhado. Como vantagens do coworking, citam os seguintes itens: • Despreocupação com ques- tões operacionais, como limpeza e suprimentos; • Networking: convívio com pessoas diferentes e de outras áreas, além da • ampliação do aprendizado, • Fazer parte de rede de empreende- dores e contato com potenciais clien- tes e • investidores; • Senso de comunidade; • Qualidade do espaço para receber clientes Com o crescimento da empresa, 50% pensam em se manterem fixos no espaço sendo que um deles tem a intenção de alugar uma sala maior ao invés de posições indivi- duais, para ter um espaço maior de estoque e exposição de produtos, porém sem abrir mão das conexões e atmosfera do coworking (respondente 4). Um dos entrevistados entende que o coworking torna-se mais caro para abrigar uma equipe maior além do desejo de se ter um espaço mais alinhado com o propósito e a cara da empresa. Para outro, a digitali- zação pode diminuir cada vez mais a neces- sidade de espaços maiores. Não ter que se preocupar com itens como limpeza, impostos, internet, energia e água, também favorece a produtividade e o inves- timento em pesquisas e tecnologia, como ressaltou outro.
  • 18. 22 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Considerações finais O presente artigo contribui com a com- preensão de como os coworkings funcio- nam como novos e inovadores espaços de trabalho, negócios e integração de pessoas em geral. Por ser um estudo de caso possui as limitações inerentes ao método de pes- quisa, no entanto por ser exploratório e descritivo traz à tona as possibilidades que estes espaços provêem o que abre a possi- bilidade de futuras pesquisas quantitativas que possam responder com mais precisão as questões estudadas assim como trazen- do à luz as constantes mudanças advindas de modelos de home office assim como das transformações nos ambientes de trabalho ocorridas em consequência da Pandemia de Covid-19. A economia compartilhada favoreceu a escolha de organização do espaço de tra- balho conforme as necessidades e inves- timentos disponíveis, pois é uma alterna- tiva para quem busca conexões diferentes em um único espaço. Para um de nossos respondentes dos questionários, compar- tilhar é aprender com o outro e crescer o próprio conhecimento. Coworkings favorecem a socialização, criatividade e interação, fortalecendo tanto as relações pessoais quanto empre- sariais, com possibilidades também para impulsionar parcerias que gerem valor e resultem em sociedades para novos negó- cios, além de redução de custos fixos e di- recionamento de maiores investimentos em pesquisas e tecnologias. Referências ADMINISTRADORES.COM. Setor 2.5: uma nova forma de empreender e gerar impacto social. 2014. Disponível em: <https://adminis- tradores.com.br/noticias/setor-2-5-uma-nova- -forma-de-empreender-e-gerar-impacto-social> Acesso em: 05 out. 2019. ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n.129, p. 637-651, set./dez., 2006. CONSUMO COLABORATIVO. O que é eco- nomia compartilhada. Sem data. Disponível em: <https://consumocolaborativo.cc/o-que-e- -economia-compartilhada/> Acesso em: 01 maio 2019. COWORKING BRASIL. Censo 2018. Dispo- nível em: <https://coworkingbrasil.org/censo/ 2018/> Acesso em: 20 mar. 2019. CURY, A. Dez leis para ser feliz: ferramen- tas para se apaixonar pela vida. Sextante: Rio de Janeiro, 2003. DESK COWORKING. O coworking e a eco- nomia colaborativa. O que é economia cola- borativa? 2019. Disponível em: <https:/ /www. deskcoworking.com.br/o-coworking-e-a-eco- nomia colaborativa>. Acesso em: 01 mar. 2019. EXAME. Novos modelos de negócio e trabalho reforçam busca por espaços de coworking. 2017. Disponível em: <https://exa- me.abril.com.br/pme/novos-modelos-de-traba- lho-e-negocio-reforcam-busca-por-coworking/> Acesso em: 12 mar. 2019. FREITAS, W. R. S.; JABBOUR, C. J. C. Uti- lizando estudos de casos como estratégia de
  • 19. 23 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) pesquis aqualitativa: boas práticas e sugestões. Estudo & Debate, Lajeado, v. 18, n. 2, p. 07-22, 2011. GIL, A. C. 1991. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ed. Atlas, São Paulo, SP, Brasil. IG ECONOMIA. Coworking pode gerar eco- nomia de até 38% por estação de trabalho. Brasil Econômico. 2016. Disponível em: <https:/ / economia.ig.com.br/2016-09-30/coworking. html>. Acesso em: 09 out. 2019. IG ECONOMIA. Conheça as principais van- tagens de trabalhar no modelo coworking. 2017. Disponível em: <https://ecomomia.ig. com.br/2017-05-19/coworking.html?utm_sour- ce= economia&utm_campaign=recomenda- das&utm_medium=coworking>. Acesso em: 16 jul. 2019. INCUBADORAS DE EMPRESAS. Agora os empreendedores podem contar com mais de um espaço em São Paulo. 14 ago. 2019. Dispo- nível em: <https://www.gowork.com.br/ blog/ incubadora-de-empresas-sp/) Acesso em: 30 dez. 2019 Incubadora e aceleradora: qual a diferen- ça entre elas? 27 set. 2019. Disponível em: <ht- tps://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ artigos/entenda-a-diferenca-entre-incubado- ra-e-aceleradora,761913074c0a3410VgnVCM- 1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 30 dez.2019 ISMAIL, S. Organizações Exponenciais: por que elas são 10 vezes melhores, mais rá- pidas e mais baratas que a sua (e o que fazer a respeito). 3ed. São Paulo: HSM, 2015. KUVIATKOSKI, C. Economia Compartilha- da; o que é e como ela pode beneficiar o seu negócio? 2018. Disponível em: <https://www. ideianoar.com.br/economia-compartilhada/> Acesso em 10 ago. 2019. MAXIMIANO, A. C. A. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pear- son Prentice Hall, 2006. MOREIRA, F. L. C. L. Projeto de Lei pode ser um risco ao coworking. 2018. Disponível em: <https:/ /politica.estadao.com.br/blogs/fausto- -macedo/projeto-de-lei-pode-ser-um-risco-ao- -coworking/ > Acesso em: 10 mar. 2019. O que é uma incubadora de empresas e como ela pode te ajudar? 22 fev. 2019. Disponí- vel em: <https:/ /elephantcoworking.com.br/o- -que-e-uma-incubadora-de-empresas-e-como- -ela-pode-te-ajudar/> Acesso em: 29 dez. 2019 OLIVEIRA, R. Ambiente das lojas Tok&S- tock viram coworking com acesso gratuito. 2019. Disponível em: <https:/ /www.metropoles. com/vida-e-estilo/decoracao/ambientes-das-lo- jas-tokstok-viram-coworking-com-acesso-gra- tuito> Acesso em: 30 set. 2019. Qual a diferença entre aceleradora e in- cubadora na prática? 17 set. 2019 Disponível em: <https:/ /www.tegup.com/qual-a-diferenca- -entre-aceleradora-e-incubadora-na-pratica/> Acesso em 30 dez. 2019 RAUPP, F. M; BEUREN, I. M. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências. Como ela- borar trabalhos monográficos em contabili- dade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2006.
  • 20. 24 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) ROBBINS, S. P. Comportamento organiza- cional. 2ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. SCWHAB, K. A quarta revolução indus- trial. 1ed. São Paulo: Edipro, 2019. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque- nas Empresas (SEBRAE). Sobrevivência das empresas. 2016. Disponível em: <https://data- sebrae.com.br/sobrevivencia-das-empresas/> Acesso em: 15 mar. 2019. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe- quenas Empresas (SEBRAE). Sem data. O que é e como montar um plano de negócio. Dis- ponível em: <http:/ /www.sebrae.com.br/sites/ PortalSebrae/faq/o-que-e-e-como-montar-um- -plano-de-negocio,88ed3f7095cbd410VgnVCM 1000003b74010aRCRD?origem=tema&codTe- ma=9>. Acesso em: 10 mar. 2019. SOARES, J.M.M.; SALTORATO, P. Coworking, uma forma de organização de tra- balho: conceitos e práticas na cidade de São Paulo. 2015. Disponível em: <https://revistas. ufpr.br/ atoz/article/view/42337/26968> Acesso em: 31 mar. 2019. STAKE. R. E. Case studies. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (ed.) Handbook of qualitative research. London: Sage, 2000. TERRA, J. C. C.; BARROSO, A.C.O. et al. Ino- vação: quebrando paradigmas para vencer. São Paulo: Saraiva, 2007. VIANA, C. Comissão aprova regulamenta- ção de escritório virtual e coworking. 2018. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/ camaranoticias/noticias/ECONOMIA/557542-O- MISSAO-APROVA-REGULAMENTACAO-DE- -ESCRITORIO-VIRTUAL-E-COWORKING.html> Acesso em: 12 mar. 2019. VENTURA, M. M. O estudo de caso como mo- dalidade de pesquisa. Revista SoCERJ, v. 20, n. 5, p. 383-386, 2007. VIEIRA, M. M. F. Por uma boa pesquisa (qua- litativa) em administração. In: VIEIRA, M. M. F.;ZOUAIN, D. M. (Org.). Pesquisa qualitativa em administração. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. p. 13-28 YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: ARTMED, 2005. Apêndice Apêndice A - Questionário para os funcionários dos espaços e das em- presas residentes Eu, Mylena Contessoto, aluna do curso de pós-graduação MBA em Gestão de Negócios (USP / ESALQ), sob a orientação do Prof. Ms. Caio Flávio Stettiner, convido-o (a) a parti- cipar do presente estudo “Coworking como impulsionador de novos negócios “, com o objetivo de entender como este novo mode- lo de trabalho é percebido pela sociedade e funcionários. Sua participação se dará por um breve questionário, cujo teor não apresenta ris- cos, pois nenhuma informação confidencial ou de identificação será solicitada. As respostas poderão ser encaminhadas diretamente para meu e-mail mylena.con- tessoto@gmail.com. Em caso de dúvidas, entre em contato comigo.
  • 21. 25 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Há quanto tempo você trabalha no espaço de coworking? • Até 6 meses • Entre 6 e 12 meses • Entre 1 e 2 anos • Acima de 2 anos Você é funcionário de uma empresa resi- dente neste local ou atua diretamente nas atividades inerentes à administração do espaço? • Funcionário de empresa residente • Funcionário da administração do espaço Na sua opinião, qual é a maior vantagem de um empresário optar por um espaço de coworking? • Localização • Redução de custos fixos • Networking • Espaços para reuniões • Outros. Especifique. Existe algo que você sente falta no seu atual espaço de trabalho no coworking e que você acredita que encontraria em uma estrutura empresarial tradicional? • Falta de privacidade • Ruídos • Espaços reduzidos de armazena- mento de materiais • Segurança da informação • Segurança física • Outros. Especifique. Em sua rede de contatos, quantos pro- fissionais trabalham em espaços de coworking como colaboradores das empre- sas residentes? • Nenhum • De 1 a 5 • De 6 a 10 • De 11 a 15 • Acima de 15 Apêndice B - Questionário para o público em geral Termo de consentimento livre e esclarecido. Eu, Mylena Contessoto, aluna do curso de pós-graduação MBA em Gestão de Negócios (USP /ESALQ), sob a orientação do Prof. Ms. Caio Flávio Stettiner, convido-o (a) a parti- cipar do presente estudo “Coworking como impulsionador de novos negócios “, com o objetivo de entender como este novo mode- lo de trabalho é percebido pela sociedade. Sua participação se dará por um questio- nário online rápido, cujo teor não apresenta riscos, pois nenhuma informação confiden- cial ou de identificação será solicitada. Em caso de dúvidas, entre em contato comigo pelo e-mail mylena.contessoto@gmail.com. Ao assinalar a opção “Sim”, você atesta sua anuência com a pesquisa, e declara que com- preendeu seus objetivos e sua forma de rea- lização. Se não deseja responde-la, selecione “Não”, e termine clicando em “Enviar” no final do questionário. • SIM(Aceitoparticipardapesquisa) • NÃO (Não aceito participar da pesquisa)
  • 22. 26 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) Gênero • Feminino • Masculino Idade • Menor de 18 anos • Entre 18 e 25 anos • Entre 26 e 35 anos • Entre 36 e 45 anos • Entre 46 e 55 anos • Acima de 56 anos Grau de instrução • Ensino fundamental incompleto • Ensino fundamental completo • Ensino médio completo • Ensino médio incompleto • Superior completo • Superior incompleto • Pós-graduação / Mestrado / Dou- torado completo • Pós-graduação / Mestrado / Dou- torado incompleto Atualmente • Exerce atividade profissional (for- mal ou informal) • Está desempregado • Aposentado • Aposentado e exerce atividade profissional Você sabe o que é um espaço de Coworking? • Sim • Não • Caso tenha respondido “não”, por favor, não continue a responder. Se você iniciasse um negócio próprio hoje, qual espaço físico de trabalho optaria? • Coworking • Sala comercial • Home Office • Outros. Se você respondeu “Outros” na questão anterior, especifique. Se você respondeu “coworking”, o que você considera mais atrativo nesta opção? • Localização • Redução de custos fixos • Networking • Espaços para reuniões e eventos. • Outros. Se você respondeu “Outros” na questão anterior, especifique. Existe algo que você acredita que pode ser considerado um problema em espaços de coworking? • Privacidade • Espaços menores de armazena- mento de materiais • Segurança da informação
  • 23. 27 RevistadeAdministração-UNIFATEA v.20n.20(2020)(jan-jun) • Segurança física • Outros. Se você respondeu “Outros” na questão anterior, especifique. Em sua rede de contatos, quantos profissionais trabalham em espaços de coworking como colabo- radores das empresas residentes? • Nenhum • De 1 a 5 • De 6 a 10 • De 11 a 15 • Acima de 15 Apêndice C - Questionário para os proprietários das empresas residentes Termo de consentimento livre e esclarecido. Eu, Mylena Contessoto, aluna do cur- so de pós-graduação MBA em Gestão de Negócios (USP /ESALQ), sob a orientação do Prof. Ms. Caio Flávio Stettiner, convi- do-o (a) a participar do presente estudo “Coworking como impulsionador de no- vos negócios “, com o objetivo de entender como este novo modelo de trabalho é per- cebido pela sociedade. Sua participação se dará por um ques- tionário online rápido, cujo teor não apre- senta riscos, pois nenhuma informação confidencial ou de identificação será solici- tada. Em caso de dúvidas, entre em conta- to comigo pelo e-mail mylena.contessoto@ gmail.com. Ao assinalar a opção “Sim”, você atesta sua anuência com a pesquisa, e declara que compreendeu seus objeti- vos e sua forma de realização. Se não de- seja responde-la, selecione “Não”, e ter- mine clicando em “Enviar” no final do questionário. • Quantos anos tem a sua empresa? • No início de suas atividades como empresário, antes de decidir pelas instalações do coworking você já ti- nha alugado uma sala comercial, ini- ciou em home-office ou outro tipo de escritório? • Se respondeu sim, descreva abaixo qual foi a opção escolhida. • O que você considera mais vanta- joso em um coworking? • Conforme o crescimento de sua empresa, você pretende futuramente alugar uma sala em prédio comercial e não mais em um coworking? Se você respondeu sim, qual seria o fator determinante para esta decisão? • Qual a atividade principal da sua empresa?