2. O filho de uma grande amiga pediu, de presente
pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer
o quê? Moram em um apartamento em
Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e -
mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque
foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino
conheceu as avestruzes. Tem uma plantação,
digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam
filhotes de avestruzes. E se entregavam em
domicílio.
3. E fiquei a observar a ave. Se é que podemos
chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da
natureza, minha amiga. Na hora de criar a
avestruz, deus devia estar muito cansado e
cometeu alguns erros.
Deve ter criado primeiro o corpo, que se
assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto
pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui
logo avisando a minha amiga. E a altura pode
chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais
exato.
4.
5. Mas eu estava falando da sua criação por deus.
Colocou um pescoço que não tem absolutamente
nada a ver com o corpo. Não devia mais ter
estoque de asas no paraíso, então colocou asas
atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que
saíssem voando em bandos por aí assustando as
demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés.
Colocou apenas dois dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
6. Depois olhou para sua obra e não
sabia se era uma ave ou um camelo.
Tanto é que logo depois, Adão, dando
os nomes a tudo que via pela frente,
olhou para aquele ser meio
abominável e disse:
Struthio camelus australis . Que é o
nome oficial da coisa. Acho que o
struthio deve ser aquele pescoço fino
em forma de salsicha.
7. Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos
proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas
nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até
os setenta anos e se reproduzem plenamente até os
quarenta, entrando depois na menopausa, não têm,
portanto, TPM.
Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao
garoto, filho da minha amiga.
Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele
bando de avestruzes correndo pela sala do
apartamento.
8. Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de
avião, no domingo.
Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram
pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras.
Joguinhos eletrônicos, por exemplo máquina digital de
fotografia, times inteiros de futebol de botão e,
principalmente, chuteiras. E,se descuidar, um mouse
de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto.
Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco
gaivotas e um urubu. Pedi para a minha amiga levar o
garoto num psicólogo.
Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de
avestruz.
11. JUSTIFICATIVA
- Fazer os alunos terem contato com mais um
gênero da narrativa, no caso, a crônica.
12. CONTEÚDO
- Despertar o gosto pela leitura e ter o
conhecimento dos elementos
caracterizadores de uma crônica.
- Escrever um novo desfecho para crônica lida.
- Significado das palavras desconhecidas.
13. OBJETIVO
-Fazer os alunos:
- Conhecer o gênero crônica através da leitura de um
texto proposto “O avestruz”.
- Identificar os elementos caracterizadores de uma
crônica.
- Interpretar o texto e levantar o vocabulário
desconhecido.
- Desenvolver a escrita a partir das atividades de leitura.
14. PROCEDIMENTO
- Inicialmente, o professor deve levantar os conhecimentos
prévios dos alunos sobre o gênero crônica.
- Leitura oral compartilhada.
- Após a leitura, fazer um levantamento do vocabulário
desconhecido.
- Propor questões de interpretação de forma que possibilite
localizar informações explicitas e implícitas.
- Propor aos alunos que façam uma pesquisa sobre os
elementos caracterizadores do gênero crônica .
- Propor que os alunos escrevam um novo desfecho para a
crônica. Essa atividade poderá ser realizada em grupo.
- Compartilhar as atividades realizadas.
- Solicitar aos alunos que tragam uma nova crônica e comente
o assunto da mesma e a coloque no mural.
17. AVALIAÇÃO
- Cada aluno deve selecionar uma crônica e após
a leitura fazer um comentário sobre o assunto
tratado na mesma.
- Os alunos devem compartilhar a crônica
selecionada e os comentários com a turma.
- Os textos selecionados devem ir para um
mural e ou blog da escola.