02/01/2010

1. E STA D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 3 D E J A N E I R O D E 2 0 1 0 ● P A R A A N U N C I A R N O S M E G A C L A S S I F I C A D O S L I G U E ( 3 1 ) 3 2 2 8 - 2 0 0 0
2 MEGACLASSIFICADOSVEÍCULOS
AFETO MATERIAL
ROLIMÃ BOB STRONG/REUTERS - 9/3/09 LIU JIN/AFP
Algumas marcas podem despertar
apelo maior em algumas pessoas por
diferentes motivos. Seja o pai ou o
avô, que foram fiéis aos modelos, ra-
zões de apreço estético, confiança na
mecânica, nos equipamentos de segu-
rança e em outros detalhes que cati-
vam os apaixonados por carros. Mas o
essencial é manter a procedência pa-
ra que não se quebre o contrato entre
produtor e comprador.
CAPITALISMO SELVAGEM A Volvo,
fundada em 1927, em Gotemburgo,
na Suécia, está no auge de uma crise
de identidade. Depois de ter sido com-
prada pela Ford, em 1999, os norte-
americanos anunciaram a venda do
grupo para os chineses da Geely no
fim de dezembro. Outra empresa sue-
ca, a Saab, fundada em 1947, foi com-
prada em 1989 por outra norte-ame- menos é essa a promessa inicial do ples revela que a tradição europeia há
ricana, a General Motors que já anun- novo chefe da empresa, Li Shufu, que muito apagada já foi vendida para os
ciou, no mês passado, que não quer reforçou que a marca será indepen- norte-americanos, que, abalados pela
mais a marca e que vai tentar negociá- dente e que a produção, pesquisa e de- última crise, perderam espaço para os
la. Enquanto isso, a fábrica vive um cli- senvolvimento, além da rede de distri- emergentes do Leste, principalmente
ma de morre não morre à espera de buição, permanecerão intactos. É claro Índia e China.
oferta salvadora, que já passou pela que o interesse da Geely é maior. Shu-
China e, por enquanto, está com os fu revelou que pretende usar o conhe- TINO Palmas para os orientais, que sa-
holandeses da Spyker. cimento da Volvo para que os carros bem a hora e atuam com as regras do
da Geely passem a contar com com- jogo, mas aqueles que gostam de be-
ESTILO Quando o assunto é identida- bustíveis alternativos, como propul- los carros, com caprichos de design e
de, os suecos tem história interes- sores elétricos. Também revelou que mimos, que diferenciam todas essas
sante aliada à tradição do país no de- os chineses podem mostrar o cami- marcas, podem lamentar, pois os
sign de produtos. A lista de inven- nho da redução de custos de produ- emergentes entraram nessa para ven-
ções começa com a hélice de barco, ção para os suecos e que um trajeto cer e usam as novas marcas como
passa pela escala Celsius de tempe- pode ser a transferência de unidades porta de entrada para o mundo oci-
ratura, dinamite, fósforos, a chave de produção para China, onde a mão dental e, para isso, precisam de com-
inglesa (na verdade, sueca), o zíper, de obra é mais barata. Tanta gerência petitividade, que foi justamente o
maçarico de soldar, embalagens Te- sobre as décadas de história da Volvo que faltou a essas marcas e que levou
tra Pak e o marca-passos. No ramo custou US$ 1,8 bilhão aos chineses. à bancarrota e consequente venda,
automotivo, a mais notória inven- primeiro para os gigantes de Detroit
ção é o cinto de segurança de três TENDÊNCIA A força dos chineses, que e agora para os emergentes do Leste.
pontos, que completou 50 anos em já compraram a Hummer, ex-GM, no Ou seja, será difícil ver modelos como
2009, invenção de Nihls Bohlin, que ano passado também já foi mostrada esse Saab 92001 ou esse Volvo Duett
trabalhava na Volvo. pelos indianos, principalmente o gru- (fotos abaixo). A tendência é que
po Tata, que comprou os ingleses da continuem os utilitários como o Saab
PODER Aliás, o apelo da segurança da Jaguar e Land Rover, que antes perten- 9-3X e o Volvo XC-60 (fotos abaixo),
Volvo parece que será mantido. Pelo ciam à Ford. Ou seja, uma análise sim- bem mais ao gosto da freguesia.
ARQUIVO EM SAAB/DIVULGAÇÃO VOLVO/DIVULGAÇÃO DANIEL CAMARGOS/EM/D.A PRESS -7/10/08
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