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      UNIVERSIDADE ESTADUAL
           DE LONDRINA


       DANILO FERNANDES CALDI
        DIENE GARCIA GIMENES




RELATÓRIO FINAL DA DISCIPLINA ESTÁGIO
SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA ESCOLAR




               LONDRINA
                 2010
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              DANILO FERNANDES CALDI
               DIENE GARCIA GIMENES




RELATÓRIO DA DISCIPLINA ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA

                          ESCOLAR




                                       Trabalho      apresentado     a
                                       disciplina 5 EST 203 – Estágio
                                       Supervisionado em Psicologia
                                       Escolar, do curso de Psicologia
                                       da Universidade Estadual de
                                       Londrina.

                                       Supervisor: Mary Neide Damico
                                       Figueiró




                         Londrina
                          2010
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                                                   SUMÁRIO




INTRODUÇÃO.................................................................................................PÁGINA 5

OBJETIVOS......................................................................................................PÁGINA 7

EDUCAÇÃO SEXUAL NO DIA A ADIA......................................................PÁGINA 8

FORMAÇÃO DE EDUCADORES SEXUAIS................................................PÁGINA 13

ENCONTROS DO GEES – METODOLOGIA..............................................PÁGINA 16

RESULTADOS...............................................................................................PÁGINA 27

DISCUSSÃO...................................................................................................PÁGINA 53

CONCLUSÃO.................................................................................................PÁGINA 55

CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................PÁGINA 56

REFERÊNCIAS..............................................................................................PÁGINA 57
4

                                        RESUMO


O presente trabalho refere-se a uma breve apresentação do estágio de psicologia escolar,
desenvolvido no Grupo de Estudos em Educação Sexual (GEES), sob coordenação da Profª
Mary Neide Damico Figueiró. O GEES já conta com uma história própria dentro da
Universidade Estadual de Londrina (UEL), ligado ao departamento de Psicologia Social e
Institucional (PSI). Esta experiência que relatamos consta da 12ª edição da realização do
GEES. Este se estrutura na figura da coordenadora e oito estagiários do quinto ano de
psicologia que, em duplas, se dividiram para ministrar quatro turmas de formação em
educadores sexuais. Os encontros aconteceram de maio a novembro, sendo que no período
dos dois meses antecedentes (março e abril) os estagiários realizaram estudos direcionados,
buscando se aprofundar na temática da Educação Sexual. Entre planos de aulas e relatórios
semanais dos encontros, haviam estudos paralelos e supervisões onde cada grupo pode ser
acompanhado pela coordenadora. Este aspecto é importante, pois vem auxiliar num sentido
de haver um acompanhamento dos grupos de modo mais singular. Nas supervisões, alguns
casos que surgiam de dúvidas ou experiências dos integrantes das turmas do GEES
puderam ser debatidos, contribuindo para o enriquecimento de todo o processo. O trabalho
desenvolvido transcorre numa abordagem emancipatória da Educação Sexual,
compreendendo que esta perspectiva integra sentidos que buscam uma visão crítica do
homem, compreendido enquanto ser sócio-histórico e ainda procura favorecer aspectos
políticos que envolvem as temáticas acerca da sexualidade. Como citado anteriormente, o
GEES é um grupo de estudos em Educação Sexual, seu diferencial corresponde em
trabalhar a formação dos educadores, tendo em vista que este campo faz com que os
envolvidos revisitem sua própria história. Sendo assim, a experiência constituiu-se numa
constantemente redescoberta e releitura dos conceitos e pré-conceitos próprios de cada
participante e de cada estagiário.

Palavras-chave: Educação Sexual. Formação de educadores. GEES.
5

INTRODUÇÃO


          O presente trabalho traz a temática da Educação Sexual. Mas de que se trata,
afinal? Para falarmos de Educação Sexual temos de esclarecer alguns conceitos e pensar a
própria perspectiva do que intencionamos quando dizemos Educação Sexual. Ao adotarmos
este conceito, nos apoiamos em Werebe (1998), quando designa que se trata da prática
educativa intencional em matéria de sexualidade. Há alguns autores que optam pela
expressão “Orientação Sexual”, o que a nosso ver pode promover um equívoco de
linguagem,     enquanto     ‘orientação’    pode    estar    designando     uma    referência    à
homossexualidade, heterossexualidade ou bissexualidade.
          Em dissertação de mestrado, Figueiró (1996) operou uma pesquisa de
levantamento das produções científicas sobre o tema da Educação Sexual no Brasil e
defende que,


                          Seja padronizado o uso do termo educação sexual, por considerá-lo mais
                          adequado, uma vez que, entre outros motivos, diferentemente dos outros
                          termos, implica que o educando seja considerado sujeito ativo no processo
                          de aprendizagem e não mero receptor de conhecimentos, informações
                          e/ou orientações”, (FIGUEIRÓ, 1996, p.59).


          Este trabalho fará um percurso na perspectiva de remontar a discussão sobre
Educação Sexual, apoiando-se em diversos autores, tais como Mary Neide Damico
Figueiró, também coordenadora do projeto que será relatado, Guacira Lopes Louro, Maria
José Garcia Werebe, apenas citando alguns nomes que embasam a prática deste trabalho.
          Num estudo que resgate as bases de estudo em Educação Sexual, a educação
formal e a informal ganham tonalidade, desde que esta distinção é de grande relevância no
trabalho com profissionais ligados à área educacional, tal qual se configura o contexto da
prática constituinte deste estudo. A distinção entre Educação Sexual formal e informal está
no próprio fundamento que argumenta a necessidade de se trabalhar a educação sexual para
que esta não fique apenas em nível informal e não intencional. É preciso pensar a Educação
Sexual.
          Com a aprovação da sexualidade como tema transversal no currículo escolar,
desde 1995 aproximadamente, pelo MEC, legitima-se uma demanda social de forma ainda
6

mais evidente e formalizada. Ao discutirmos Educação Sexual temos de pensar a questão
dos educadores. Deste ponto serão articulados estudos teóricos e práticos. Sob orientação
de Mary Neide Damico Figueiró, oito discentes do curso de Psicologia da Universidade
Estadual de Londrina ministraram Grupo de Estudos em Educação Sexual (GEES). Este
grupo teve por finalidade a formação de educadores sexuais. Portanto este tema, “formação
de educadores”, não pode ser deixado de lado.
        A partir experiência de ministrar uma turma do GEES, os autores puderam se
defrontar com questões quanto à formação dos educadores, para atuação na área da
sexualidade. Mesmo em se tratando de profissionais de áreas distintas (ed. infantil,
biologia, serviço social, etc), todos tinham em comum o fato de se defrontarem com a
Educação Sexual como uma demanda cotidiana, o que os fizeram buscar um complemento
em sua formação no espaço do GEES.
        Através de diversos relatos e vivências, as experiências do GEES podem ser
ilustrativas do cuidado com a formação destes educadores, no sentido da preocupação ética
para com o educando. O espaço do GEES traz embutido em si todas estas questões e
propicia o re-pensar a Educação Sexual própria, desde que nos havemos com valores
pessoais que são convocados no exercício profissional também. Uma perspectiva de
formação que permite espaço e tempo para a reflexão constitui-se enquanto estrutura do
GEES, não corroborando com uma formação técnica, desde que, em matéria de Educação
Sexual, a história pessoal é revisitada. Tomando esta experiência, os autores buscam trazer
à tona alguns pontos importantes de se atentar no tocante à formação do educador sexual.
7

OBJETIVOS


        Dentre os objetivos a que o GEES se propõe, por meio de um processo de reflexão
e construção do conhecimento de modo interativo, estão propiciar o conhecimento da
fundamentação teórica-científica acerca da temática da Educação Sexual. O curso, tendo
sua estrutura apoiada num curso extensivo, durando de maio à novembro de 2010, em
encontros de uma vez por semana, permite uma temporalidade que propicie espaço para a
reflexão e assimilação dos conteúdos por parte dos integrantes do grupo.
        A sensibilização dos educadores sexuais pressupõe que cada participante revisite
sua história pessoal de educação sexual, formal e informal, mexendo com tabus e valores
construídos durante todo o percurso de vida destes. Baseados nestas considerações, a
coordenadora do programa Mary Neide, e os estagiários ministrantes, julgam que a
estrutura em que o curso se dá é coerente com uma perspectiva de trabalho que prioriza a
reflexão e o desenvolvimento contínuo, não intensivo, pontual e especificamente técnico.
        Importante ressaltar, no entanto, que não são negligenciadas as necessidades de
pensar a práticas a partir de acontecimentos cotidianos que, muitas vezes, são trazidas pelos
participantes dos grupos do GEES. São comuns os relatos de situações que transcorreram
no local de trabalho dos integrantes ou mesmo situações de vivência particular, fora do
local de atuação profissional. O espaço do GEES também prevê abarcar, dentro das
possibilidades, a demanda de discutir sobre estratégias de ensino. Este aspecto será melhor
elucidado no tópico sobre os encontros, onde serão relatadas as estratégias dos encontros,
dinâmicas e instrumentos utilizados. Partiu-se sempre da reflexão sobre o uso possível das
técnicas utilizadas nos encontros, levando as mesmas a serem pensadas enquanto
possibilidade de uso no cotidiano profissional dos participantes do GEES.
        A conscientização da necessidade de participação ativa na luta contra homofobia e
a favor da diversidade sexual também constitui um dos objetivos deste grupo de estudos.
De modo geral, todos os objetivos, se afinam com as diretrizes da abordagem
Emancipatória da Educação Sexual, que visa promover a autonomia do indivíduo de modo
que este possa exercer sua sexualidade de modo crítico e o mais livre e felizmente possível.
O GEES então se volta para a preocupação com a formação dos educadores que virão a
trabalhar com esta temática.
8

EDUCAÇÃO SEXUAL NO DIA-A-DIA


        O título deste capítulo remete ao texto de Mary Neide Damico Figueiró (1999), de
mesmo título, que direciona-se à temática da educação sexual cotidiana. Este título leva-nos
a pensar que a temática da Educação Sexual não se restringe a uma área ou a um momento
específicos onde deveria ser tratada. Antes, nos traz à tona sua característica tão importante
que é sua existência cotidiana, no dia-a-dia, nas relações de modo geral.
        A Educação Sexual pode ser compreendida em duas categorias básicas, que se
referem a modelos didáticos de organização: a Educação Sexual formal e a Educação
Sexual informal. Neste livro é enfatizada a questão da Educação Sexual informal.
        A Educação Sexual, ao contrário do que muitas vezes se imagina, não é uma
preocupação contemporânea, não sendo exclusiva dos pensadores deste século. Um dos
nomes de maior expressividade é o de Havelock Ellis (1859-1939), expoente como um dos
pioneiros a pensar a sexualidade remetendo-se a uma abordagem científica.
        O período colonial também trouxe suas intervenções pedagógicas, que se
constituíam enquanto modelo de Educação Sexual, com a educação dos jesuítas nos
internatos do século XIX. A educação se caracterizada por ser repressora com os assuntos
da sexualidade dos jovens jesuítas, mesmo que de modo velado.
        Façamos então a distinção entre Educação Sexual formal e informal. Juntamente
com Werebe (1998), traçamos o entendimento de que a Educação Sexual informal é um
processo não intencional, que ocorre independente da disposição dos educadores em
engendrá-la enquanto que a formal é seu correlativo simétrico, isto é, a o processo
pedagógico deliberado, intencionalmente dirigido a fins de educação de temas e concepções
acerca da sexualidade do educando. Portanto, são estas concepções de formal e informal
que tomamos para tratar da temática da sexualidade em sua dimensão de processo
educacional.
        A obra a que nos referimos no início, “Educação Sexual no dia-a-dia”, traz
histórias ocorridas no interior de cotidianos e dias comuns. Diversas histórias são relatadas,
de situações em que o tema da sexualidade emerge de modo um tanto quanto corriqueiro e
mesmo imprevisto. As mesmas são analisadas e discutidas pela autora, que procura apontar
elementos positivos e/ou negativos na postura e na forma do adulto lidar com a situação. A
9

autora traz vários exemplos de implicações válidas ou prejudiciais para a Educação Sexual
das crianças e adolescentes.
        Desde a década de 1920, segundo estudos como o de Susan Besse, historiadora,
apontam para a existência de reivindicações de programas de Educação Sexual, por parte de
alguns setores inovadores da sociedade, tal como movimento feminista. No entanto, as
motivações iniciais se vinculavam mais a um programa com objetivos sanitaristas do que
uma reestruturação de papéis sociais (FIGUEIRÓ, 2001).
        Experiências anteriores à década de 60 foram registradas, como nos traz Figueiró
(2001), e situa que a partir desta década, com o Concílio Vaticano II (1962-1965), houve
um aumento no número de experiências.
        Um fator de relevância precisa ser tratado: a questão dos objetivos da Educação
Sexual. Tendo traçado a distinção entre a Educação formal e informal, não podemos deixar
de observar que, para além desta categorização, há outra, que diz respeito mais ao cunho
ideológico do ‘por quê?’ de se fazer Educação Sexual, de se trabalhar com um tema tão
controverso e que se torna, muitas vezes, polêmico nas discussões sociais – tal como
podemos citar a questão do projeto de lei que versa sobre a legalização do aborto e a união
civil e adoção por casais homossexuais, que nas eleições presidenciais brasileiras de 2010
tiveram destaque na cena da disputa eleitoral – basta conferir jornais da época.
        Podemos destacar basicamente quatro abordagens diferentes que versam em
Educação Sexual: a) Médica, b) Religiosa, c) Pedagógica e d) Emancipatória. Estas quatro
abordagens relacionam-se à ideologia que carregam nas entrelinhas, isto é, aos objetivos
específicos que prevêem enquanto fim para a Educação Sexual, o que esta deve propiciar
ao indivíduo e também à como deve ser realizada esta educação (FIGUEIRÓ, 2007).
        Sobre isto, é importante ressaltar que qualquer pessoa é, informalmente falando,
um educador sexual, considere este fato conscientemente ou não; isto inclui: padres,
pastores, pais, professores, conhecidos e outras pessoas que venham a ser significativas na
formação do educando, do ser humano.
        A Abordagem Médica, primeira citada, prende-se mais intimamente a uma díade
saúde-doença, e pensa a educação sexual pelo viés de sua patologização, mas tem foco a
saúde sexual. Considera que todo médico é também um Educador sexual e valoriza a
transmissão de informação no contexto da relação terapêutica.
10

        A Abordagem Religiosa vincula-se a pensar a sexualidade da pessoa na
perspectiva de sua espiritualidade. Embora trabalhos possam ser realizados de forma
deliberada assemelhando-se a abordagem formal, considera-se predominantemente inserida
numa perspectiva da Educação Sexual informal, na medida em que seus fundamentos se
ancoram numa base espiritualista, ultrapassando os limites científicos, impassíveis de
discussão. Embora haja nesta abordagem algumas subdivisões segundo alas mais
conservadoras ou progressistas (como as da Igreja Católica Apostólica Romana, por
exemplo), de modo geral o quadro de objetivos se mantém, que se sintetizam no objetivo
geral de preservar determinado controle sobre os corpos e vida dos homens.
        O processo de ensino-aprendizagem na Abordagem Pedagógica é central. Nele se
enfatiza o caráter informativo, onde se busca que as discussões e atitudes possam levar o
indivíduo a uma vivência de sua sexualidade com maior liberdade e segurança. Em muitas
experiências de projetos em Educação Sexual, como as citadas por Figueiró (2001), ligam-
se a esta vertente, principalmente quando ocorrem no espaço escolar, onde a demanda por
controle de natalidade, ensino de métodos contraceptivos e prevenção de doenças se fazem
bastante presentes.
        Finalmente, a Abordagem de Educação Sexual Emancipatória. Esta abordagem
reúne elementos das Abordagens Médica e Pedagógica, no entanto, a nosso ver, dá um
passo além, quando trata de expressar objetivos que se relacionam a uma concepção
política do ser humano, pensando-o em sua dimensão sócio-histórica.
        O bem-estar é visado e se compreende a Educação Sexual como um processo
permanente de luta com as próprias resistências. Neste ponto, remetemo-nos a outro texto
de Figueiró, “Educação Sexual: compromisso com a transformação social” (2001). Não se
pode pensar a pessoa desvinculada de sua dimensão sócio-histórica que, invariavelmente,
se insere num plano político de relações que o afetam cotidianamente. Destacamos alguns
dos aspectos de transformação social que tocam a temática da sexualidade; são eles as
questões de gênero, de sistemas de valores e a própria perspectiva do erótico.
        A Abordagem Emancipatória dá atenção a estes aspectos, especialmente em seu
diferencial em relação às outras abordagens apresentadas, no que valoriza as lutas coletivas
visando transformações sociais e a atenção com as repressões ou auto-repressões referentes
a vivencia da sexualidade. Alguns nomes que são correlativos desta abordagem em
11

Educação Sexual podem ser citados, tais como o filósofo francês Michel Foucault, que
contribuiu com seu pensamento questionador das normas sociais; o pai da psicanálise
Sigmund Freud, que contribuiu para derrubar o mito da ‘pureza’ da criança, isto é, da
ausência de sexualidade na mesma e Reich, do círculo de Freud, tendo se afastado deste
para trabalhar com uma linha de psicologia hoje fundada sobre o nome de Psicologia
Corporal. Maria Amélia Azevedo Goldberg (1988) foi a primeira autora brasileira a
vincular Educação Sexual a um compromisso político em seu livro “Educação Sexual: uma
proposta, um desafio”.
         Tão relevante é considerarmos este ponto, que chamamos a atenção para a
formação do educador sexual e ressaltamos, apoiados na citação abaixo, sua singularidade
no tocante à individualidade de cada educador, a se dispor a trabalhar nesta área da temática
da sexualidade.


                         Sempre que um educador trabalha no ensino de alguma questão ligada à
                         sexualidade, podemos encontrar – por trás de sua postura, das estratégias
                         de ensino que utiliza, dos objetivos que estabelece, e, ainda, de sua
                         concepção a respeito do seu papel e do papel do aluno – o
                         comprometimento com uma determinada abordagem, isto é, com uma
                         determinada visão de Educação” (FIGUEIRÓ, 2007, p.65-66).


         A Educação formal e informal sobre a sexualidade, por vezes, tal como aparecem
em algumas histórias do livro “Educação Sexual no dia-a-dia”, podem ser vistas em salas
de aulas, por exemplo. E nestes contextos, questionamos: o que pode fazer o professor?
Está ele preparado para lidar com estas demandas que, embora sempre estiveram presentes
na constituição dos seres humanos, a cada época emergem de modo singular?
         Sobre isto, algumas das próprias histórias fornecem indicação, em situações onde a
professora tem uma oportunidade de, a partir da Educação Sexual informal, decorrente de
uma ocasião inusitada, poder dar continuidade a um trabalho mais longo. A atenção com o
manejo da Educação Sexual dependendo da idade do educando também é relevante. O
educador está preparado para lidar com uma situação relatada por uma professora de ensino
infantil, onde a criança de quatro anos lhe pergunta: “o que é sexo oral?” (sic).
         Sobre levantamentos discorridos até aqui acerca da Educação Sexual, tantas
questões, pretendemos usá-los de ponto de apoio para podermos discorrer e refletir sobre a
12

prática e a teoria no campo da Educação Sexual, formal, mas também informal. Atentando
para a importância do cuidado com a formação dos educadores sexuais.
13

FORMAÇÃO DE EDUCADORES SEXUAIS


         Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997) de 1996, elaborado
a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, preconizam a Educação Sexual como
uma das funções da escola, sendo que, temas de sexualidade devem fazer parte do currículo
das instituições educacionais. Embora os PCN digam que a sexualidade é um                 tema
transversal, ou seja, passível de ser abordado em qualquer disciplina e área do
conhecimento, pouco tem sido feito por órgãos governamentais a fim de capacitar os
educadores para o trabalho com Educação Sexual. (Ribeiro, 2009)
         A bordagem de conteúdos relativos a sexualidade nas escolas exige determinado
treino e/ou formação para os docentes responsáveis por sua realização. De acordo com
Nunes (2005) abordar o tema da sexualidade constitui uma tarefa difícil, em virtude da
“riqueza desta dimensão humana” e a multiplicidade de significações que a mesma recebeu
ao longo do tempo. Para este autor, tal multiplicidade de significações é responsável por
causar no homem “um certo extranhamento do sujeito humano com sua própria
sexualidade”. Para Werebe (1998, p. 195), “sempre que possível, a educação sexual deve
ficar a cargo de educadores que possuem as qualidades necessárias para a realizar este
trabalho e que receberam uma formação especial no campo”. A esse respeito, os PCN se
posicionam da seguinte forma:


                                 […] É necessário então que o educador tenha acesso à
                       formação específica para tratar de sexualidade com crianças e jovens na
                       escola, possibilitando a construção de uma postura profissional e
                       consciente no trato deste tema. O professor deve então entrar em contato
                       com questões teóricas, leituras e duscussões sobre as temáticas
                       específicas de sexualidade e suas diferentes abordagens; preparar-se para
                       intervenção prática junto aos alunos e ter acesso a um espaço grupal de
                       supervisão desta prática, o qual deve ocorrer de forma continua e
                       sistemática, constituindo portanto, um espaço de reflexão sobre valores e
                       preconceitos dos prórpios educadores envolvidos no trabalho de
                       orientação sexual. (BRASIL, 2000, p. 123)


         De acordo com Ribeiro (2009), embora o governo federal invista em projetos no
campos dos estudos de gênero, combate a homofobia e prevenção da AIDS, permanece a
necessidade de maiores investimentos em Educação Sexual por parte dos setores
14

responsáveis pela educação no país. Além disso, o mesmo autor defende a inserção de
disciplinas de sexualidade no currículo dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas, afim de
“tirar o sexo dos banheiros das escolas, levando-o para a sala de aula”.
         Não obstante, embora os conhecimentos científicos sobre a sexualidade sejam
necessários para os educadores que irão se ocupar da educação sexual, tais conhecimentos
não são elementos suficientes para realização do trabalho em questão. Ao mesmo tempo em
que os professores devem receber uma formação científica de qualidade, necessitam de um
espaço para refletir e repensar sua própria sexualidade e a sexualidade dos outros. (Werebe,
1998)
          Os profissionais da educação, assim como qualquer indivíduo na sociedade, estão
sujeitos a receber uma formação repressiva no campo da sexualidade e dessa forma,
desenvolver uma noção errada a respeito deste assunto. Em virtude disso, a formação de
educadores sexuais deve priorizar, alem da formação científica, aquilo que Berbardi
(Bernardi apud Figueiró, 2009) refere-se como “reeducação sexual” no sentido de que ao
educador deve ser dada a oportunidade de repensar as informações incorretas sobre
sexualidade, que recebeu ao longo da vida (e ainda recebe) de diferentes fontes: família,
escola, sociedade etc.
         Werebe (1998, p. 194) explica que “Os professores e/ou animadores responsáveis
pelas intervenções sobre a sexualidade educam mais por suas atitudes, do que pelos
conhecimentos que transmitem.” Na escola, o professor que se esquiva de responder
alguma dúvida de um educando ou lidar com uma situção relacionada com a sexualidade
dos alunos pode estar ensinando que sexo é algo feio, vergonhoso e pecaminoso; assunto do
qual e não se deve falar. Agindo assim, possivelmente o educador estará reproduzindo junto
aos estudantes a educação sexual que recebeu ao longo de sua vida.
         Dessa forma, Werebe (1998, p. 196) conclui que “a formação dos educadores
sexuais deve, pois, compreender uma formação pessoal ao lado da formação científica”.
Figueiró (2006) defende a ideia de que os profissionais da educação estejam envolvidos em
um processo de formação continuada. De acordo com a autora, professores não são apenas
transmissores de conhecimentos mas construtores de saberes acerca do ensino e
aprendizagem, e em sua maioria, estes profissionais reconhecem a importância de
envolvimento em uma “dinâmica de crescimento pessoal, cultural e profissional”.
15

         Ao levarmos em conta as palavras de Nunes (2005, p. 7) ao dizer que “uma
verdadeira educação sexual terá que colocar toda cultura em questão”, percebemos a
necessidade de capacitar educadores para a abordagem da sexualidade nas escolas.
16

OS ENCONTROS DO GEES – METODOLOGIA


         Os grupos de estudos foram formados de modo voluntário, a partir da procura e
manifestação de interesse dos participantes. Inicialmente, no mês de abril e maio é feita a
divulgação do curso que já contava com uma história de onze edições realizadas na
Universidade Estadual de Londrina. Teve início no mês de maio a 12ª edição do GEES,
evento de extensão que dá direito a um certificado de 90h, emitido pela Pró-Reitoria de
Extensão da Universidade Estadual de Londrina.


         Caracterização do Grupo
         A turma do GEES coordenada, da qual findou neste trabalho, caracteriza-se por ser
um grupo feminino. Com exceção de um dos estagiários que era homem, o grupo era
formado por treze participantes, todas mulheres, mais a dupla de estagiários. Os integrantes
do grupo tinham idade entre vinte e um e cinquenta anos. Havia uma predominância de
profissionais que lidavam com a educação infantil, mas também haviam pessoas que
trabalhavam com a educação de adolescentes e uma assistente social. Embora o grupo tenha
iniciado com dezesseis participantes, três destes acabaram por não continuar no grupo até o
final.
         Um dos participantes, o único homem que iniciou o percurso neste grupo do GEES
compareceu apenas no primeiro encontro. Em contato, revelou seu interesse na área, mas
que o mesmo não seria contemplado no presente cronograma. Quando questionado sobre
tais interesses, as respostas não foram satisfatórias, sendo evasivas e pouco claras. Alegou
também a disponibilidade de tempo para o grupo durante todo o ano.
         Da desistência de participação, uma outra pessoa, mulher, tentou acompanhar o
grupo com intuito de concluí-lo. Mas por volta de 10 encontros antes do encerramento, já
não conseguia estar presente nos encontros, devido a uma falta de profissionais em seu
trabalho, o que lhe pedia que estivesse ausente as quintas-férias, quando o GEES se dava,
num período das 8h20 às 11h45, semanalmente.
         Finalmente, a terceira pessoa que desistiu do grupo, também uma mulher, quando
se entrou em contato, alegou a indisponibilidade de horário. Que outro compromisso havia
surgido, não podendo mais comparecer aos encontros,
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        Local dos encontros
        Os encontros aconteciam todas as quintas-feiras, como dito, no período matutino,
na sala de pós-graduação em psicologia escolar. A Universidade Estadual de Londrina,
referenciado no Departamento de Psicologia Social e Institucional, abriga este projeto por
toda sua história, durante suas doze edições. Além dos encontros realizados semanalmente,
também ocorriam com a mesma freqüência as supervisões dos mesmos, todas as segundas-
férias, em período matutino. Para além destes momentos, a dupla de estagiários preparava
os planos de aulas e relatórios semanais para supervisão.


        Estagiários
        Os estagiários do GEES se compunham de oito estudantes de psicologia, cursando
o quinto ano do grau de formação de psicólogo, que foram divididos em quatro duplas, de
modo que pudessem contemplar a coordenação e acompanhamento das quatro turmas do
grupo de estudos formadas nesta 12ª edição.


        Supervisor
        Mary Neide Damico Figueiró é psicóloga, formada pela Universidade Estadual de
Londrina, onde atualmente é docente do Departamento de Psicologia Social e
Institucional,desde 1980. Também é mestre em Psicologia Escolar pela Universidade de
São Paulo, USP, 1994. E doutora pela Universidade Estadual de São Paulo, UNESP-
Marília, 2001. Tendo publicado vários livros sobre Educação Sexual, organizado eventos e
realizado o GEES.


        Partindo dos objetivos estabelecidos para o curso, alguns temas inseridos na área
da Educação Sexual estavam previstos no cronograma do curso, basicamente foram
trabalhados alguns temas, divididos em quatro eixos:


        1) Fundamentos básicos da Educação Sexual:
        - Conceito de sexualidade;
        - Por que e para que ensinar sobre sexualidade;
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        - Interação família-escola;
        - Papel da escola e da família;
        - Papel do professor;
        - Abordagens de Educação Sexual;
        - Estratégias de ensino.


        2) História da sexualidade e da Educação Sexual:
        - Breve histórico da sexualidade no Ocidente e no Brasil;
        - História da Educação Sexual no Brasil.


        3) Conteúdos específicos da sexualidade:
        - Masturbação / Autoerotismo;
        - Sexo pré-conjugal;
        - DSTs / AIDS;
        - Diversidade sexual (homossexualidade e outras orientações sexuais);
        - Relações de gênero;
        - Abuso sexual;
        - Aborto;
        - Iniciação sexual dos adolescentes.


        4) Complementos:
        - Sexualidade da pessoa com deficiência mental e física;
        - Educação Sexual e Projeto Político de Leiturização.


        A partir destes temas os encontros foram sendo preparados, obedecendo a certa
lógica de aprofundamento teórico e crítico, conforme o desenvolvimento do grupo.
        Os encontros foram preparados por uma dupla de estagiários, responsáveis pela
condução de um grupo do GEES. Durante a elaboração dos plano de aulas dos primeiros
encontros uma carga maior de teoria foi necessária, isto devido ao caráter fundamental dos
conceitos e da explicitação das abordagens em Educação Sexual. Todos os primeiros temas
deram sustentação para as discussões que se seguiram e puderam contar com planejamentos
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que privilegiavam mais a reflexão, a discussão e troca de idéias entre o grupo, sempre
levando o conteúdo teórico em sua relevante necessidade, mas priorizando a perspectiva de
privilegiar a autonomia e o desenvolvimento da criticidade do grupo para com os assuntos
trabalhados.
            Os assuntos tratados a partir do terceiro eixo referem-se a assuntos onde os valores
de cada participante progressivamente foram se expondo mais e o percurso e integração do
grupo possibilitou que as opiniões, mesmo divergentes, tivessem espaço e voz no grupo.
Neste momento, percebemos que termos reservados estes temas para um momento mais
tardio foi importante para que o grupo tivesse tempo para se formar como tal,
desenvolvendo certa unicidade a partir do reconhecimento e interação entre os
participantes. Notamos que o respeito para com as opiniões divergentes sempre esteve
presente, e deve-se tal fato a esta estratégia de preparação, onde as opiniões que se
chocavam puderam ser ouvidas e refletidas, devido aos integrantes possuírem um vínculo
entre si.
            Buscando sempre o desenvolvimento da reflexão e que as estratégias utilizadas
pelos estagiários pudessem ser pensadas e adaptadas para o contexto de trabalho de cada
participante, comumente após as atividades e discussões de alguma situação proposta, era
realizado um exercício com os participantes, de pensar como tal atividade poderia ser
levada por eles para seu campo profissional. Tal experiência se mostrou bastante agradável,
contando com elaborações criativas e muito produtivas. Houveram mesmo relatos de
participantes que contavam para o grupo sobre a aplicação de uma dinâmica ou outra
atividade, em sua atuação profissional, que havia sido apresentada no GEES.
            Os encontros contavam com momentos de discussão e atividades dinâmicas, numa
estratégia que utilizavam mídias (som, vídeo, power point) e uma dinâmica expositivo-
dialogada dos momentos em que se exigiam conceitos teóricos mais fundamentados. Os
integrantes também realizavam leituras extra-classe, de modo a complementar os estudos e
a reflexão dos temas trabalhados nos encontros. Segue uma lista dos textos lidos pela turma
do GEES que foi ministrada pelos autores do presente trabalho:


ANAMI, L.F. e FIGUEIRÓ, M.N.D. Interação família-escola na Educação Sexual:
reflexões a partir de um incidente. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual:
múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009.
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ARAÚJO, M.L.M. A construção histórica da sexualidade. In: RIBEIRO, M. O prazer e o
pensar. São Paulo: Editora Gente; Cores – Centro de Orientação e Educação Sexual, 1999.

CAVALEIRO, M.C. Escola e sexualidades: alguns apontamentos para reflexões.
In:________. Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009.

CARVALHO, F.A. Que saberes sobre sexualidade são esses que (não) dizemos na escola?
In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina:
UEL, 2009.

EGYPTO, A.C., EGYPTO. M.M. Masturbação. In: BARROSO, C. e BRUSCHINI, C.
Sexo e Juventude: como discutir a sexualidade em casa e na escola. São Paulo: Cortez,
4ª ed., 1991.

FERREIRA, S.L. Eu amo, tu amas, eles amam: a afetividade-sexualidae de jovens e adultos
com deficiência mental. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos
temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009.

FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.). Homossexualidade e educação sexual: construindo o
respeito à diversidade. Londrina: UEL, 2007.

__________. Educação Sexual: como ensinar no espaço da escola. In: _______. Educação
Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009.

__________. Educação Sexual presente nos relacionamentos cotidianos. In: _______.
Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009.

__________. Sexualidade e afetividade: implicações no processo de formação do
educando. In: _______. Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009.

KEHL, M.R. A gravidez e o vazio. In: Geração Delivery: adolescer no mundo atual. São
Paulo: Sá, 2001.

__________. Repulsa ao sexo. In: Maria Rita Kehl – Artigos e Ensaios.
http://www.mariaritakehl.psc.br/resultado.php?id=307. Acesso em 2 de dezembro de 2010.

MELO, S.M.M. Corporeidade e diversidade: conversando sobre a delicada trama entre o eu
e o outro. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas,
compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009.

RIBEIRO, H.C.F. Direitos humanos, direitos sexuais e as minorias sexuais. In: FIGUEIRÓ,
M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina:
UEL, 2009.
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RIBEIRO, P.R.M. A institucionalização dos saberes acerca da sexualidade humana e da
educação sexual no Brasil. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos
temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009.

SANTOS, L.R. Entendendo a construção social das diferenças de gênero. In: FIGUEIRÓ,
M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina:
UEL, 2009.

            Além dos textos listados também foram vistos os filmes: “Orações para Bob”
(Prayers for Bobby, EUA, 2009), de Russell Mulcary e “Kinsey – vamos falar de sexo”
(Kinsey, EUA, 2004). Destes materiais, alguns pontos eram levantados pelos participantes
para discussões durante o encontro subseqüente.


            Abaixo segue breve relato dos temas desenvolvidos em cada um dos vinte e dois
encontros e de seu desenvolvimento.


            1º encontro: Sexo e Sexualidade
            Neste encontro, buscou-se esclarecer sobre os limites e alcances dos dois termos.
Iniciou-se o encontro com uma dinâmica que visava descontrair e apresentar o grupo, que
se reunia pela primeira vez. Em seguida, uma aula expositivo-dialogada com auxílio do
data-show foi realizada. Este primeiro encontro também contou com a apresentação da
estrutura do GEES, breve relato de sua história e apresentação do cronograma dos temas a
serem trabalhados.


            2º dia: História da Sexualidade
            Um resgate sobre as mudanças na concepção de sexualidade desde a idade antiga
até os dias atuais no ocidente foi realizado. Este encontro buscou transmitir a possibilidade
de visões plurais e diversas acerca do mesmo tema, em diferentes épocas, em diferentes
culturas.


            3º dia: História da Educação Sexual no Brasil e Abordagens em Educação Sexual
            O encontro iniciou seu percurso resgatando os primeiros estudos em Educação
Sexual no Brasil, seus avanços, retrocessos, modificações, e as influencias do contexto
sócio-histórico que possibilitaram tais desenvolvimentos. Também foram apresentadas as
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abordagens em Educação Sexual e trabalhada a dinâmica do abrigo subterrâneo relacionada
com as concepções de sexualidade dos integrantes, o quanto elas, mesmo subjacentes,
influem em nossas ações e decisões cotidianas.


          4º dia: O Papel da Família e da Escola na Educação Sexual
          De quem é o papel de cuidar e promover a Educação Sexual? Neste encontro, a
questão foi levada a discussão, pensando os limites e alcances de cada lado, da família e da
escola. A função de prevenção e diálogo possível entre elas, possibilidades de trabalho, etc.
A Educação Sexual formal e informal também foi abordada.


          5º dia:Interação Família-Escola
          Discutiu-se acerca da consciência da escola enquanto espaço sexualizado. Abriu-se
uma roda de discussão sobre o texto extra-classe indicado, de Paulo Ribeiro, que versava
sobre a institucionalização dos saberes acerca da sexualidade.


          6º encontro: Orientação Sexual e Educação Sexual
          Neste encontro foram trabalhados os conceitos de orientação e educação sexual. A
diferença entre eles e as repercussões que podem ter um ou outro, as influencias que tem. A
análise dos conceitos foi engendrada juntamente com o grupo e um estudo da justificativa
do uso do termo Educação Sexual ao invés de Orientação Sexual.


          7º encontro: Diversidade Sexual
          Este encontro, especialmente, foi trabalhado pela Coordenadora do projeto, Mary
Neide Figueiró, a convite dos estagiários. O tema da diversidade sexual foi foco, sendo
trabalhado. Desenvolveu-se a dinâmica das palavras e das cores, de modo que os
participantes puderam trabalhar os sentimentos em relação do diverso. Seguiu-se aula
expositivo sobre o tema e entrega de livros de organização de Figueiró, sobre a Educação
Sexual.


          8º encontro: Diversidade Sexual
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        Este encontro se configurou enquanto conclusão do anterior, desenvolvendo
aspectos que ficaram abertos, por exemplo. Buscou-se continuar as discussões sobre
diversidade sexual, em especial da homossexualidade, e facilitar o conhecimento dos
desenvolvimentos científicos sobre a homossexualidade.


        9º encontro: Abuso Sexual
        Neste encontro, contamos com o auxílio de uma das participantes, que é assistente
social do CREAS de Londrina, que trabalha com violência sexual. Ela nos apresentou o
trabalho desenvolvido pelo CREAS, bem como algumas questões referidas a mudança da
legislação sobre abuso sexual e estupro. Assistimos ao vídeo Abuso e exploração sexual de
crianças e adolescentes da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção
à Infância e à Adolescência), como conclusão.


        10º encontro: Abuso Sexual
        Ao tema do encontro anterior foi dada continuidade. Neste dia, os aspectos
preventivos foram visados. Propôs-se ao grupo a reflexão conjunta do papel da escola e da
família frente a este tema. Uma cartilha sobre prevenção e cuidados de abuso na internet foi
entregue aos participantes. Alguns sites e ditas de filmes sobre o tema também foram
exibidos.


        11º encontro: Construção sócio-histórica do conceito de gênero
        Como o título do encontro traz, foi abordada a construção da concepção de gênero
por meio dos estudos sócio-históricos. As repercussões e pré-conceitos incutidos e
camuflados na sociedade, a imagem da mulher e do homem, do masculino e do feminino.


        12º encontro: Masturbação
        Masturbação ou auto-erotismo, este foi o tema trabalhado neste encontro. Buscou-
se trazer questões científicas, fisiológicas e sócio-históricas, acerca da prática da
masturbação. Alguns mitos também foram enfocados e desconstruídos e trabalhou-se o pré-
conceito quanto a este tema. O vídeo da música Façamos (Vamos Amar), de Chico Buarque
e Elza Soares foi exibido como finalização do encontro.
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        13º encontro: Masturbação
        Finalização do tema sobre masturbação e fechamento de alguns pontos que
ficaram em aberto. Neste momento, cada participante pode expor seus pré-conceitos e suas
transformações, foi um momento muito profícuo.


        14º encontro: AIDS e DSTs
        O encontro sobre AIDS e DSTs começou breve revisão de conteúdos sobre
diversidade e discussão sobre os materiais temáticos trazidos pelos participantes, referidos
ao tema do encontro. Foi privilegiado aspectos contextuais e o conceito de vulnerabilidade
que envolve a transmissão e contágio destas doenças. Finalmente, a dinâmica do cruzado x
descruzado encerrou o encontro com descontração.


        15º encontro: Sexo pré-conjugal e Iniciação Sexual
        Foi abordada a questão da iniciação sexual dita ‘precoce’, discutindo criticamente
a concepção de precoce e suas repercussões. A sexualidade pré-conjugal também foi
abordada, em relação a várias crenças religiosas como: catolicismo, budismo, espiritismo,
etc; onde, contextualmente, o casamento é tido como um status privilegiado da dimensão da
sexualidade da pessoa.


        16º encontro: Métodos Contraceptivos
        Abordou-se os diversos métodos contraceptivos, seus usos e cuidados, duração,
etc. Aula que contou com conteúdo expositivo-dialogado. Os integrantes do grupo
interagiam e alguns que trabalhavam na área, como uma professora de biologia, auxiliou
com maiores informações sobre alguns dos procedimentos.


        17º encontro: Métodos Contraceptivos
        Neste encontro ocorreu o fechamento de alguns pontos ainda abertos do encontro
anterior, de mesmo tema. Privilegiou-se as experiências pessoais dos participantes, bem
como alguns relatos trazidos pelos estagiários acerca da divulgação de informações e do
conhecimento populacional sobre os métodos contraceptivos.
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         18º encontro: Sexualidade na terceira idade
         Este encontro visou trazer discussões ao redor da sexualidade de pessoas com mais
de sessenta anos, os idosos. Por ocasião de alguns efeitos do tempo sobre o corpo, a
sexualidade como fica? Esta pergunta esteve norteando o encontro. Vídeos de reportagens
do programa “Fantástico” que versavam sobre a terceira idade e sexualidade foram
exibidos. A música valsinha de Chico Buarque de Holanda encerrou o dia.


         19º encontro: Aborto e descriminalização
         O tema do encontro foi trazido pela coordenadora do projeto, Mary Neide,
novamente convidada pela dupla de estagiários. Este encontro se consagrou na perspectiva
de discutir, não meramente as opiniões pessoais, mas de incentivar o questionamento acerca
de onde vêm tais referencias. Foi também enfatizado de que não se trata de ser a favor do
aborto, mas de sua descriminalização, possibilitando a cada indivíduo, cada mulher
especialmente, poder exercitar suas escolhas sobre sua própria sexualidade de modo mais
pleno e livre.


         20º encontro: Sexualidade e pessoas com necessidades especiais
         Este encontro buscou informações que pudessem possibilitar a melhor
compreensão acerca da sexualidade de pessoas com necessidades especiais. A
desconstrução da idéia de sexualidade e a re-construção da mesma foi abordada através de
relatos em vídeos – disponíveis no Youtube. Por fim, foi realizado trabalho com livros de
Educação Sexual para o público juvenil.


         21º encontro: Sexualidade e Projeto de Leituralização
         A temática da sexualidade não pode ser desenvolvida de modo exclusivo, até por
tratar-se de um campo construído do diálogo de diversos saberes. Foi enfocado neste
encontro sua possibilidade de construção e desenvolvimento vinculado a um projeto de
formação de leitores.


         22º encontro: Encerramento
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        Este encontro, último encontro, iniciou-se com uma avaliação sobre o GEES,
instrumento a que os participantes responderam. A partir deste mesmo instrumental, abriu-
se um momento de fala, onde cada participantes e também os estagiários puderam expor
como foi esta travessia em conjunto, e dizer das transformações ocorridas na compreensão
e vivência de cada um sobre a sexualidade. Na segunda parte do encontro realizou-se um
amigo secreto temático “amigo sexy-shop”, onde houve a troca de presentes e uma
confraternização entre o grupo, contanto muitas fotos para registrar o momento.
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RESULTADOS


       Ao longo dos encontros, foram aplicados vários instrumentos a fim de verificar a
opinião dos integrantes do grupo em vários assuntos relativos à sexualidade
(descriminalização do aborto, união civil de pessoas homossexuais, masturbação, sexo pré-
conjugal, dentre outros). Além disso, alguns instrumentos serviram para obter dados
relativos à formação acadêmica dos participantes, bem como local de atuação profissional.
Ao termo do Grupo de Estudos, foi aplicado um instrumento onde os participantes
deveriam avaliar vários aspectos do GEES. A seguir, apresentamos os resultados obtidos
com a aplicação de cada instrumento.


Sexualidade: Levantamento de conhecimentos prévios e de opiniões Parte 1
       Este instrumento foi aplicado em sala de aula no primeiro encontro a fim de se obter
informações a cerca da posição de cada participante em relação a Educação Sexual. Além
disso, serviu para verificar as principais dúvidas que cada participante possuía no campo da
sexualidade.


Você acha que a Educação Sexual é necessária? Por quê?
       Dos 14 participantes que responderam ao questionário, todos se posicionaram
favoráveis a necessidade da realização de trabalhos de Educação Sexual, destacando suas
contribuições. Apresentamos as seguir alguns exemplos de falas dos participantes:
“Acredito que a Educação Sexual é necessária para que haja quebra de tabus e para a
formação sexual como um todo”.
“A educação sexual faz-se necessária, para que tenhamos adolescentes capazes de tomar
suas próprias decisões a respeito de seu corpo, e assim ter uma vida sexual saudável. É uma
necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros
aspectos da vida”.
“Acho necessário sim, todos nós temos uma sexualidade então é preciso compreender como
lidar com isso, e é através da Ed. Sexual que compreenderemos melhor como lidar com este
assunto assim como qualquer outro a ser desenvolvido ao longo da vida”.
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Você acha que a Educação Sexual é função da escola? ( ) Sim ( ) Não -




Esclareça
Exemplos de comentários feitos pelos participantes:


SIM
“Além dos responsáveis, da saúde, da igreja, também da escola que tem contato diário com
crianças e adolescentes pode perceber tudo que é próprio desta fase. A meu ver não deve se
esquivar da função”.
“Acredito que a Educação Sexual deva começar em casa, dentro da família e se estender na
escola”.
“Acredito que todos os adultos são responsáveis pela educação das crianças, desta forma [,]
família e escola são parceiros na divisão e comunhão das dúvidas trazidas pelas crianças”.


NÃO
“Pois, a escola pode sim falar sobre a educação sexual, mas cabe a família orientar seus
filhos sobre a sexualidade [...]”.
“A escola pode sim falar sobre a educação Sexual”.
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“Acredito que este assunto deva ser considerado também pela escola, porém, não considero
que o mesmo seja de responsabilidade apenas da escola, mas também da família. Em
muitos casos deve haver uma integração de ambas as partes para que o assunto seja tratado
com segurança”.


Quando pensa em desenvolver um trabalho de Educação Sexual, o que mais lhe
preocupa?
          As preocupações relatadas pelos participantes, de maneira geral, foram de diferentes
tipos: medo da reação dos pais, dificuldade em abordar temas como homossexualidade,
conhecimento científico insuficiente, dentre outros. Seguem alguns exemplos:
“Saber a real necessidade do ouvinte e ter competência para satisfazê-la”.
“A maneira como falar da reprodução em si (ato sexual)”.
“A reação dos pais em relação ao trabalho desenvolvido, pois muitos ‘acreditam’ que esse
tipo de educação acaba aguçando a curiosidade e a sexualidade dos filhos”.
“O que mais me preocupa é não saber responder além do necessário ou então confundir”.


Relacione as maiores dúvidas que você tem no campo da sexualidade ou da Educação
Sexual:
          Nesta questão, os participantes relataram diferentes tipos de dúvidas existentes na
prática da Educação Sexual. Quase não surgiram dúvidas pessoais relativas à sexualidade.
Todos os participantes apontaram pelo menos um elemento. Seguem alguns exemplos de
dúvidas apresentadas pelos participantes:
“Acredito que a maior dúvida é falar sobre a concepção dos bebês e quais palavras usar...
[...]”.
“Como posso falar com crianças sem constrangimento familiar”.
“Sobre homossexualismo (sic) (como e quando ocorre) como lidar”.
“Quando iniciar a educação sexual na vida da criança. O que e quando abordar a
sexualidade”.


Relacione abaixo as questões que mais lhe incomodam ou preocupam no campo da
sexualidade:
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  Da mesma forma que na questão anterior, os participantes relataram diferentes assuntos
caracterizados como incômodos ou preocupantes. Contudo, três participantes não
apontaram nenhum elemento. Seguem alguns exemplos de temas apresentados pelos
participantes:
“O que mais me preocupa são as figuras ou imagens que poderei trabalhar com os alunos.
Receio estar passando uma mensagem errada”.
“Eu devo falar mesmo quando a criança não pergunta, a fim de prepará-la. Ou só respondo
o que for perguntado?”.
“Trabalhar a sexualidade infantil e também a gravidez na adolescência”.
“Crianças que masturbam em sala de aula. Crianças que relatam com detalhes a vida sexual
dos pais”.


Com relação ao “ficar” entre os jovens você: ( ) aprova      ( ) desaprova




Comente
Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes:


APROVA
“Eu sou da era do ‘ficar’. Eu acho que desde que o ‘ficar’ seja coisa tranqüila e não se
estenda à intimidade, tudo bem”.
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“O ‘ficar’ acontece entre os jovens, ao meu ver com o objetivo de se conhecerem, porém
acredito que deve existir responsabilidade”.


DESAPROVA
“Entendo que ‘ficar’ não quer dizer nada, devemos explorar o amor que está dentro de nós
e passar para a pessoa um sentimento verdadeiro, com troca de experiências”.
“Acho que tudo tem o momento certo e se tudo for liberado, a própria pessoa acaba por
perder a identidade”.


Com relação ao sexo pré-conjugal, você: ( ) aprova      ( ) desaprova




Esclareça
Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes:


APROVA
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“Fazer sexo é muito bom, desde que seja com responsabilidade e bom para as duas partes, o
sexo pode ser em qualquer época da vida”.
“Não sou contra [,] cada pessoa tem que ter sua responsabilidade”.


DESAPROVA
“No meu ponto de vista eu desaprovo. Deus deixou tudo certo o ser humano que age por
conta própria, por isso marido não tem mais respeito pela esposa. E assim formando família
sem estrutura”.
NÃO OPINOU
“Estabelecer o sexo na relação pré-conjugal depende de cada um, de como a pessoa foi
orientada, de que maneira os seres envolvidos planejaram a relação e como essa relação irá
fluir com as necessidades um do outro”.
“Esta questão depende de cada pessoa. Existem uma gama de pós e de contras. Penso que
esta questão é muito pessoal. Interferir esta responsabilidade é ferir o outro”.


Se fosse convocado para opinar a respeito da descriminalização do aborto, em nosso
país, você seria: ( ) contra    ( ) a favor




Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes:


A FAVOR
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“Apesar das religiões e a bíblia considerar pecado o aborto, penso da seguinte forma: se os
pais da criança não se preocuparam, ou por qualquer outro motivo engravidaram, cabe a
eles ter este filho ou não. É melhor interromper está gravidez, do que ter mais uma criança
no mundo que posteriormente terá muito mais problema”.
“Eu acho que o aborto é uma maneira de interromper uma vida que pode de um crime. Uma
situação de estupro é para se pensar…”.


CONTRA
“Se não deseja ter filhos ou prevenisse para não ficar grávida, ou doe a criança assim que
ela nasce, tem muitas mulheres querendo adotar bebes”.
“Pois acho que se você aborta acaba por cometer um crime. Sei que muitas questões podem
gerar conflitos em relação a este assunto, pois quando a pessoa é vítima de uma violência
pode ter uma gravidez complicada. Acredito que a vida é um dom de Deus, só quem pode
tirar a vida é quem nos deu”.
NÃO OPINOU
“Não tenho opinião formada a este respeito, pois acredito que é um assunto muito delicado.
Temos os dois lados do assunto, o aborto para interromper uma gestação de risco, uma má
formação do feto e também temos o aborto para simplesmente interromper uma gravidez
indesejada”.
“A respeito do aborto não sei ao certo de que maneira opinar, só sei que para cada pessoa é
constituída uma história, eu já tive um aborto espontâneo, na época fiquei muito abalada,
mas agora entendo o que aconteceu, estou mais tranquila, eu sei que a outros casos de
aborto, mas volto a dizer não sei direito o que pensar”.


Sexualidade: Levantamento de conhecimentos prévios e de opiniões Parte 2
       Este instrumento foi solicitado aos participantes que respondessem em casa entre o
segundo e o terceiro encontro. Teve como objetivo verificar a opinião de cada participante
no inicio do Grupo de Estudos, acerca dos temas homossexualidade e masturbação.


ASSUNTO: Homossexualidade
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Se você fosse convocado/da para opinar em relação à legalização da união civil entre
pessoas homossexuais, você seria: ( ) contra      ( ) a favor




Esclareça
Seguem      alguns     exemplos     de     comentários      feitos   pelos     participantes:


A FAVOR
“É preciso respeitar a condição de cidadão que lhe é própria, pois estará exercendo o direito
de decidir sobre a sua vida”.
“As pessoas devem se sentir bem no relacionamento conjugal, independente de sua
orientação sexual”.


CONTRA
“Não acredito na união civil, com os valores de um casamento entre duas pessoas do
mesmo sexo”.
“Pois para mim a família homem x mulher é o que realmente prevalece. Mas também
acredito que tem pessoas maravilhosas que são homossexuais (só não a favor da
legalização)”.
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NÃO OPINOU
“Essa é uma questão ainda muito polêmica que envolve valores, porém ainda não tenho
uma opinião formada, mas respeito muito a opinião de cada pessoa”.
“Nunca parei para pensar neste assunto. Mas não é uma situação comum, pois eu acho que
existem valores morais que são muito fortes [;] é necessário quebrar barreiras”.


Se você fosse convocado/a para opinar em relação à adoção de crianças por casais
homossexuais, você seria: ( ) contra     ( ) a favor




Esclareça
Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes:


A FAVOR
“A criança que esta na condição de ser adotada o que ela precisa é amor e ser cuidada, e
pessoas dispostas a isso independente do sexo, são capazes de amar e cuidar”.
“Penso que cuidar, dar amor, educar, prepara um ser para a sociedade, é uma função, ou
seja, é um desafio que não se limita a gênero e muito menos a opção sexual”.


CONTRA
“Penso que esta estrutura de família não contribui para a formação dos filhos,
principalmente em relação à sexualidade. Acredito que o preconceito que as crianças
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poderão sofrer por parte da sociedade trará conflitos para a sua vida, principalmente na
integração com outras crianças”.
“Pois tenho dúvidas, como seria a educação destas crianças”.


NÃO OPINOU
“Não sei dizer se seria contra ou a favor, mas gostaria de fazer um comentário: Não sei se a
falta da presença de um homem a um casal homossexual mulher/mulher não faria falta para
a criação dessa criança ou vice-versa homem/homem”.
“É muito difícil para aceitar essa situação”


Para mim, a homossexualidade é:
“é uma disfunção em relação à formação sexual (neurológica/meio)”.
“é uma opção sexual do indivíduo”.
“Uma opção ao qual o indivíduo se realiza”.
“em alguns casos pode ser algo genético, não sei explicar, mas na maioria dos casos acho
que é opção”.


As dúvidas que tenho a respeito da homossexualidade são:
“Porque ocorre? É uma disfunção? O que seria o termo transexual?”.
“Uma resposta objetiva se a homossexualidade é inata ou adquirida (escolha ou não). O
porquê ser homossexual”.
“Como o indivíduo opta pela esta sexualidade e se o mesmo pode acontecer na genética”.
“Genética, vício ou doença”.


ASSUNTO: Masturbação.
       Em relação a este tema, o grupo de forma geral demonstrou ter um entendimento do
que se constitui a masturbação. Alem disso, os depoimentos demonstram que, de forma
geral a maioria dos participantes recebeu algum tipo de ensinamento ao longo da vida que
relaciona masturbação com algo feio e proibido. Apresentamos a seguir alguns exemplos de
depoimento de participantes a fim de ilustrar o posicionamento geral do grupo.
37

Complete as frases:
Na minha opinião masturbação
“é um prazer do indivíduo”.
“é a descoberta do copo quanto ao prazer. Que envolve o desejo, satisfação e o
conhecimento das partes do corpo em que causa prazer”.
“ainda não tenho uma opinião formada”.
“procurar o orgasmo pela fricção da mão ou por outro modo”.


Quando eu era criança, pensava que tocar meu órgão genital
“era muito errado, pois quando meus pais “só pensavam” que eu poderia colocar a mão no
meu órgão genital eu já era repreendida, ouvindo que aquilo não podia”.
“era bom”.
“seria algo que faria mau a minha saúde e também algo relacionado ao pecado”.
“era uma “coisa” muito “escabrosa”, “coisa” de gente que não “prestava”.


Alguns sentimentos que eu consigo relacionar com a masturbação são
“‘erro’, ‘pecado’, ‘proibido’, ‘falta de controle’, ‘prazer desnecessário’, ‘prazer de maneira
errada’”.
“Desejo, prazer, satisfação, privacidade e descoberta do corpo”.
“Prazer, satisfação, carinho, alegria”.


Quando se sabe que uma criança se masturba é preciso
“Esclarecer sua dúvidas sobre o assunto conversando e explicando”.
“Conversar, deixar que ela fale sobre seus sentimentos”.
“Conversar com a criança em sua linguagem e depois com os pais”.


O perigo da masturbação é
“A compulsividade ou fuga da resolução de conflitos”.
“A pessoa não ter depois prazer com o seu parceiro, somente naquele fato isolado”.
“Poder se machucar, deixar de ter prazer com parceiros…”.
38

Avaliação Intermediária
       O instrumento de avaliação intermediária foi aplicado no sexto encontro, o qual foi
realizado antes das férias acadêmicas de julho. Teve como objetivo verificar a opinião dos
participantes em relação a vários aspectos do GEES. Ao todo, dez participantes
responderam a este instrumento.


1. Você avalia o Grupo de Estudos como:

                     Você avalia este Grupo de Estudos como:

                                         0
                                  1      0




                                                                                 Ótimo
                                                                                 Bom
                                                                                 Regular
                                                                                 Fraco




                                             9




2. O GEES atendeu as suas expectativas?
39



                       O GEES atendeu as suas expectativas?




                                        0
              3


                                                                                Sim
                                                                                Médio
                                                                                Não


                                                                   7




Comentários
“Acredito que no segundo semestre será mais aprofundado os temas. Nos primeiros
encontros estudamos mais a história da Educação Sexual, foi muito importante, porém um
pouco cansativo”.
“Ainda existem muitas dúvidas em relação à educação sexual, sei que depende do meu
desempenho e interesse para saná-las, às vezes, a minha expectativa foi maior do que o
grupo oferece, mas creio que até o fim deste grupo elas vão ser sanadas”.
“Quando eu optei por participar do GEES eu vim em busca de conhecimentos teóricos para
utilizar em minha prática escolar e troca informações com outros colegas de profissão e
com os estagiários. Portanto, minhas expectativas forma atendidas”.
“Sim, mas ainda preciso ler muito sobre esse assunto”.


3. Os assuntos abordados contribuíram para lhe dar base para atuar como educador/a
sexual?
40



              Os assuntos abordados contribuiram para lhe dar base para
                           atuar como educador/a sexual?



                                  1    0




                                                                              Sim
                                                                              Médio
                                                                              Não




                                             9




Comentários
“Acredito que eu precise me fundamentar mais, e durante o curso acredito que isso irá
acontecer”.
“Penso que todos os assuntos abordados até o momento são pertinentes, pois, nos
deparamos a cada dia com questões relacionadas a sexualidade que necessitam ser
fundamentadas, principalmente com um olhar bastante positivo, para que muito pré
conceito em relação ao assunto seja amenizado”.
“Creio que sim, mas ainda há muito o que esclarecer”.
“Os assuntos são coerentes e vão de encontro para ajudar na formação para atuar como
educadora sexual”.


4. Avaliação do desempenho dos/as estagiários/as
41



    Domínio de conteúdo




           0
1          0



                          Ótimo
                          Bom
                          Regular
                          Ruim



                 9
42



    Habilidade didática

          0
          0




                              Ótimo
                              Bom
5                         5
                              Regular
                              Ruim




      Comunicação




          0

2         0



                              Ótimo
                              Bom
                              Regular
                              Ruim


                          8
43



                Incentivo a participação dos alunos



                       1    0




            2
                                                                  Ótimo
                                                                  Bom
                                                                  Regular
                                                                  Ruim


                                          7




    Os recursos audiovisuais utilizados pelos/as estagiários/as
                   podem ser considerados:




                                0
                                0

4
                                                                  Ótimo
                                                                  Bom
                                                                  Regular
                                                                  Ruim
                                                       6
44

Comentários:
“Ambos passam que se prepararam para vir e se preocupam com o objetivo a ser alcançado.
Ambos tem respeitado as diversas opiniões que surgem e isso é ‘legal”.
“Percebo que os estagiários dominam os conteúdos, preparam da melhor forma cada
encontro, estão de parabéns”.
“Estão preparados para atuar na área que irão atuar”.
“Observo a dedicação, o empenho, o comprometimento, entre outros. Entretanto sabemos
que os mesmos estão iniciando um processo em relação ao assunto, sendo assim, em alguns
momentos, precisam buscar recursos não imediatos para fundamentar o trabalho,
principalmente as dúvidas que surgem nos encontros, sabemos que isso é comum, mas
percebo que a expectativa do grupo é de respostas e caminhos que possam sanar as dúvidas
de forma prática”.


6. O que mais lhe despertou interesse
“O assunto relacionado a educação sexual de crianças entre dois a seis anos, enquanto
educadora e mãe”.
“De como trabalhar a educação sexual sem preconceitos, tabus”.
“Algumas discussões foram muito relevantes”.


7. Registre aspectos positivos do GEES
“O curso superou algumas expectativas: superação de dúvidas, curiosidades e referências
bibliográficas”.
“Dar caminhos para a educação sexual infanto-juvenil. Possibilitar que cada um reveja a
sua própria educação sexual de maneira ‘leve’”.
“Aprendizagem, espaço de discussão e troca de informações, espaços para desmistificar a
educação sexual e rever valores interiorizados decorrente das experiências particulares”.


8. Registre aspectos negativos do GEES
“Os encontros poderiam ser um pouco mais dinâmicos”.
“Faltou um trabalho em relação ao conteúdo do curso, algumas dinâmicas práticas”.
45

“Em alguns momentos as discussões saem do foco, porém sei que é inevitável que isso
aconteça, mas os estagiários estão sabendo retornar ao assunto”.


9. Faça comentários que achar necessário
“O grupo, tem me ajudado a rever meus tabus, e minha reação em relação a educação
sexual”.
“Eu já sabia da existência do grupo só que nunca pensei participar que bom que houve
mobilização de colegas de trabalho. ‘Peguei a onda’”.
“O grupo tem sido de grande valia tanto para minha aprendizagem profissional quanto
pessoal”.


10. Faça uma auto-avaliação sobre sua participação no GEES
“Acredito que durante a participação durante as aulas foi boa, pois sempre que possível
apresento vivencias ao grupo, participo das dinâmicas propostas e sempre leio o material
enviado por e-mail”.
“Estou crescendo a cada dia e acredito que no final do curso terei aprendido muito mais de
com educar em educação sexual”.
“Estou caminhando junto com o grupo, achava que era uma mente aberta, mas vejo que
ainda trago em mim uma educação repressiva”.


Avaliação Final
       O instrumento de avaliação final foi aplicado no último encontro (22) a fim de se
verificar a opinião dos participantes em relação a vários aspectos do GEES. Tal instrumento
demonstra que de forma geral, o GEES contribuiu para a formação e aperfeiçoamento dos
profissionais na área de Educação Sexual. Segue abaixo os dados obtidos com a aplicação
dos instrumentos, bem como exemplos de depoimentos de participantes.


1. Você avalia o Grupo de Estudos como:
46



                    Você avalia este grupo de estudos como:
                                        0
                                        0
                                        0




                                                              Ótimo
                                                              Bom
                                                              Regular
                                                              Fraco




                                   10




2. O GEES atendeu as suas expectativas?
47



                        O GEES atendeu suas expectativas?




                                        0
              3


                                                                                  Sim
                                                                                  Médio
                                                                                  Não


                                                                  7




Comentários
“Como eu trabalho com a educação infantil eu esperava que o curso fosse focar a
sexualidade nessa faixa etária, no entanto ele abrangeu a sexualidade em todas as etapas o
que também foi muito bom, pois aprendi além do que esperava”.
“Na verdade o GEES superou as minhas expectativas”.
“Hoje é muito mais fácil falar sobre sexualidade. O assunto tão complexo como é ficou
‘fácil’”.


3. Os assuntos abordados contribuíram para lhe dar base para atuar como educador/a
sexual?
48



            Os assuntos abordados contribuiram para lhe dar base para
                         atuar como educador/a sexual?



                                       0
                              2




                                                                                  Sim
                                                                                  Médio
                                                                                  Não




                                                  8




Comentários:
“Clareou muitos conceitos e preconceitos que tinha sobre a sexualidade. Estou mais aberta
para lidar com o assunto e com vontade de buscar ainda mais novos conhecimentos”.
“Todos os assuntos abordados são relevantes e me levou a uma reflexão maior em relação a
alguns tabus que eu tinha”.
“Todos os temas propostos forma bem trabalhados e discutidos, o que gerou reflexões ricas
que iremos levar em nossa mente e coração”.


4. Avaliação do desempenho dos/as estagiários/as
49



Domínio de conteúdo



          0
          0
          0



                       Ótimo
                       Bom
                       Regular
                       Ruim



    10




 Habilidade didática
          0
          0
          0




                       Ótimo
                       Bom
                       Regular
                       Ruim




     10
50



          Comunicação


                          0
                          0
                          0




                     10




Insentivo a participação dos alunos
                 0
                 0
                 0




                                      Ótimo
                                      Bom
                                      Regular
                                      Ruim




            10
51



             Os recursos audiovisuais utilizados pelos/as estagiários/as
                            podem ser considerados:




                                           0

                     2                     0



                                                                                 Ótimo
                                                                                 Bom
                                                                                 Regular
                                                                                 Ruim


                                                            8




Comentários:
“Os estagiários sempre diversificaram as estratégias, com a intenção de motivar o grupo a
expor suas ideias, levantar hipóteses e construir novos conceitos”.
“Tanto a Diene quanto o Danilo estiveram sempre presentes e dispostos a ajudar o grupo e
a partilhar seus conhecimentos sobre o tema. Pessoas muito esforçadas e dedicadas ao
estudo”.
“Ele tiveram ótimo domínio dos conteúdos apresentados atingindo os objetivos em cada
encontro”.


6. O que mais lhe despertou interesse
“Amei o dia em que falamos sobre deficiência a descoberta da educação sexual para eles”.
“Saber da quantidade de material existente no mercado para atingir todas as faixas
estarias”.
“Que podemos falar com naturalidade. E os temas abordados trouxe muito conhecimento
porque forma atualidades que estamos vivendo”.
52

7. Registre aspectos positivos do GEES
“O trabalho em grupo enriqueceu os participantes com conhecimentos experiência por meio
de debate de cada participante”.
“Aprendemos uns com os outros. Trocamos experiências com as colegas que trabalham a
educação sexual nas escolas”.
“Aqui aprendemos uns com os outros. Aprendemos a respeitar a diversidade. Abre nossas
mentes e corações para as diferenças; fazemos amigos e revemos nossos conceitos”.


8. Registre aspectos negativos do GEES
“As vezes a teoria ficava cansativa e o tempo para troca de experiências foi curto, mas faz
parte”.
“Nenhum, só crescimento pessoal e intelectual”.
“O horário, se fosse no período noturno seria melhor”.


9. Faça comentários que achar necessário
“Aprendi a me colocar no lugar do outro. A ver as coisas por outro ângulo. Não somos
donos da verdade, precisamos respeitar e entender as diferenças”.
“Gostaria de continuidade no grupo de estudos. Seria muito interessante elaborarmos um
artigo e publicarmos”.
“Obrigado professora Mary Neide por este projeto fantástico. Todos os seus alunos ganham
e nós também. Deus ilumine a todos nós, assim somos e seremos mais felizes”.


10. Faça uma auto-avaliação sobre sua participação no GEES
“Eu acho que recebi de cada fala e contribui com aquilo que sou e vivencio. Falei bastante,
descobri que deveria me calar quando quis mais”.
“Poderia ter participado muito mais, tive muitas faltas, no entanto em função de meu
trabalho”.
“Eu fui assídua, ha! Faltei duas vezes por motivos especiais, mas realizei as atividades
propostas, partilhei minhas experiências e fiquei a vontade”.
53

DISCUSSÃO


       O grupo de maneira geral parece entender a importância da Educação Sexual no
contexto escolar. Mesmo as pessoas que não consideraram a Educação Sexual como
obrigação da escola, destacaram a importância da instituição neste campo. Os comentários
dos participantes demonstram que no grupo, desde o início, existia um entendimento sobre
a importância da interação família-escola na Educação Sexual.
       Percebe-se que de forma geral, no início do Grupo do Estudos, a maioria dos
participantes apresentavam ideias erradas e/ou preconceitos a respeitos de temas
relacionados a sexualidade. Sobre o tema masturbação, por exemplo, notamos uma
associação entre esta prática e sentimento de culpa e vergonha. Os comentários dos
participantes demonstram que a maioria teve uma educação sexual onde a prática da
masturbação era vista como algo feio e proibido.
       A maioria dos participantes desaprovou o “ficar” entre os jovens e aprovou o sexo
pré-conjugal. Ao analisarmos um dos comentários tomado como exemplo, percebemos que
mesmo quem aprova o “ficar” impõe restrições a está prática: “[...] Eu acho que desde que
o ‘ficar’ seja coisa tranqüila e não se estenda à intimidade, tudo bem”.
       Em relação à homossexualidade, a maioria dos participantes chegou com
informações que não condizem com os conhecimentos produzidos pela ciência. Percebe-se
nos comentários citados e em outros, o uso frequente do termo “opção sexual” e “escolha
do indivíduo” ao invés de orientação sexual.
       Sobre a adoção de crianças por casais homossexuais, uma ideia bastante difundida,
e que apareceu em vários comentários dos participantes, é em relação à suposta necessidade
de uma figura masculina e outra feminina para o desenvolvimento sexual da criança.
Alguns comentários parecem expressar certo receio de que uma criança adotada por um
casal homossexual venha a se tornar uma pessoa homossexual.
       A maior parte do grupo se posicionou contraria a descriminalização do aborto. Nos
dois exemplos citados, de pessoas que se posicionaram favoráveis à descriminalização do
aborto, um participante parece ser favorável apenas em casos de gravidez decorrente de
estupro. Se levarmos em consideração que no Brasil, o aborto sob tal circunstância já é
54

legalizado, a pessoa do exemplo citado na verdade não estaria se posicionando favorável a
descriminalização do aborto, mas apenas dizendo que concorda com a atual legislação.
       Além disso, dentre as pessoas que se posicionaram contrarias a descriminalização
do aborto percebemos a presença do discurso religioso em seus argumentos ou a
culpabilização da mulher por uma gravidez não planejada.
       Os instrumentos de Avaliação Intermediária e Avaliação Final demonstram que
houve mudanças de opiniões em relação a determinados aspectos dos GEES. Ocorreu um
aumento no número de participantes que consideraram o Grupo de Estudos ótimo. Em
relação ao GEES ter atendido as expectativas dos participantes, não houve mudança de
opinião.
       Houve uma melhora na avaliação que os participantes fizeram dos estagiários ao
término do Grupo de Estudos, sendo que em quase todos os aspectos investigados os
estagiários receberam o conceito “Ótimo”.
       No último encontro, o grupo com um todo fez uma avaliação positiva acerca do
GEES destacando suas contribuições para a prática profissional e vida pessoal dos
participantes. Os participantes comentaram como o grupo foi importante para que revissem
tabus e preconceitos e dessa forma, obterem um crescimento a nível profissional e pessoal.
Nas palavras de uma participante do GEES: “Aqui eu evolui trinta anos em alguns meses”.
       Os resultados obtidos mostram a importância do processo de formação continuada
para a prática profissional dos educadores. Percebe-se a importância de se criar espaços
onde o educador possa refletir e repensar sua própria sexualidade e a sexualidade dos
outros, conforme propõe Werebe (1998).
55

CONCLUSÃO


       A partir dos resultados obtidos, percebemos a importância da realização de
trabalhos como o GEES ao possibilitar espaços de discussão e reflexão de temas relativos à
sexualidade. Tendo em vista as mudanças relatadas pelos participantes em relação à
maneira de enxergar a sexualidade e a Educação Sexual, acreditamos que o GEES ajudou a
todos os participantes a se reeducarem sexualmente conforme propõe Bernardi (apud
Figueiró, 2009).
56

       CONSIDERAÇÕES FINAIS
       È necessários investir em trabalhos como o GEES a fim de se prepara profissionais
para atuar como educadores sexuais. A formação de educadores sexuais deve se levar em
conta não apenas a formação científica dos profissionais dos educadores mas tambem a
formação pessoal. Dessa forma, a Educação Sexual por eles desenvolvidos irá contribuir
não apenas para transmitir informações a respeitos da sexualidade mas, tambem, contribuir
para a transformação social questionando diversas forma de preconceitos e descriminações
existentes na sociedade atual.
57

REFERÊNCIAS


BRASIL – Secretaria de Educação Fundamental (1998). Parâmentros Curriculares
Nacionais: Pluraridade cultural e orientação sexual. , vol. 10. 2ª ed. Rio de janeiro: DP&A.

FIGUEIRÓ, M. N. D. Educação Sexual no Dia a Dia – 1ª coletânea. Londrina: [s.n],
1999.

______. Educação Sexual: Fundamentos Básicos. In:______ (Org.). Homossexualidade e
Educação Sexual: construindo o respeito a diversidade. Londrina: UEL, 2007. p. 26-68.

______. Educação Sexual: compromisso com a transformação social. In:______ Educação
Sexual: retomando uma proposta um desafio. Londrina: Ed. UEL, 2001. p. 91-109.

______.   A      Educação   Sexual   presente  nos    relacionamentos   cotidianos.
In:______(Org.). Educação Sexual: Em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009. p. 63-
104.

______. Formação de Educadores Sexuais: adiar não é mais possível. Campinas:
Mercardo das Letras, 2006; Londrina: Eduel, 2006. 328 p.

NUNES, C.A. Desvendando a sexualidade. Campinas: Papirus, 2005. 7ed. 144p.

RIBEIRO, P.R.M. A Institucionalização dos Saberes Acerca da Sexualidade Humana e da
Educação Sexual no Brasil. In: FIGUEIRÓ, M.D (Org.). Educação Sexual: múltiplos
temas, compromisso comum. Londrina: UEL, 2009. p. 129-140.

WEREBE, M.J.G. Educação Sexual Intencional. In:______. Sexualidade, Política e
Educação. Campinas: Autores Associados, 1998. p. 155-198.

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Gees relat.final

  • 1. 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA DANILO FERNANDES CALDI DIENE GARCIA GIMENES RELATÓRIO FINAL DA DISCIPLINA ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA ESCOLAR LONDRINA 2010
  • 2. 2 DANILO FERNANDES CALDI DIENE GARCIA GIMENES RELATÓRIO DA DISCIPLINA ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA ESCOLAR Trabalho apresentado a disciplina 5 EST 203 – Estágio Supervisionado em Psicologia Escolar, do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Londrina. Supervisor: Mary Neide Damico Figueiró Londrina 2010
  • 3. 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................PÁGINA 5 OBJETIVOS......................................................................................................PÁGINA 7 EDUCAÇÃO SEXUAL NO DIA A ADIA......................................................PÁGINA 8 FORMAÇÃO DE EDUCADORES SEXUAIS................................................PÁGINA 13 ENCONTROS DO GEES – METODOLOGIA..............................................PÁGINA 16 RESULTADOS...............................................................................................PÁGINA 27 DISCUSSÃO...................................................................................................PÁGINA 53 CONCLUSÃO.................................................................................................PÁGINA 55 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................PÁGINA 56 REFERÊNCIAS..............................................................................................PÁGINA 57
  • 4. 4 RESUMO O presente trabalho refere-se a uma breve apresentação do estágio de psicologia escolar, desenvolvido no Grupo de Estudos em Educação Sexual (GEES), sob coordenação da Profª Mary Neide Damico Figueiró. O GEES já conta com uma história própria dentro da Universidade Estadual de Londrina (UEL), ligado ao departamento de Psicologia Social e Institucional (PSI). Esta experiência que relatamos consta da 12ª edição da realização do GEES. Este se estrutura na figura da coordenadora e oito estagiários do quinto ano de psicologia que, em duplas, se dividiram para ministrar quatro turmas de formação em educadores sexuais. Os encontros aconteceram de maio a novembro, sendo que no período dos dois meses antecedentes (março e abril) os estagiários realizaram estudos direcionados, buscando se aprofundar na temática da Educação Sexual. Entre planos de aulas e relatórios semanais dos encontros, haviam estudos paralelos e supervisões onde cada grupo pode ser acompanhado pela coordenadora. Este aspecto é importante, pois vem auxiliar num sentido de haver um acompanhamento dos grupos de modo mais singular. Nas supervisões, alguns casos que surgiam de dúvidas ou experiências dos integrantes das turmas do GEES puderam ser debatidos, contribuindo para o enriquecimento de todo o processo. O trabalho desenvolvido transcorre numa abordagem emancipatória da Educação Sexual, compreendendo que esta perspectiva integra sentidos que buscam uma visão crítica do homem, compreendido enquanto ser sócio-histórico e ainda procura favorecer aspectos políticos que envolvem as temáticas acerca da sexualidade. Como citado anteriormente, o GEES é um grupo de estudos em Educação Sexual, seu diferencial corresponde em trabalhar a formação dos educadores, tendo em vista que este campo faz com que os envolvidos revisitem sua própria história. Sendo assim, a experiência constituiu-se numa constantemente redescoberta e releitura dos conceitos e pré-conceitos próprios de cada participante e de cada estagiário. Palavras-chave: Educação Sexual. Formação de educadores. GEES.
  • 5. 5 INTRODUÇÃO O presente trabalho traz a temática da Educação Sexual. Mas de que se trata, afinal? Para falarmos de Educação Sexual temos de esclarecer alguns conceitos e pensar a própria perspectiva do que intencionamos quando dizemos Educação Sexual. Ao adotarmos este conceito, nos apoiamos em Werebe (1998), quando designa que se trata da prática educativa intencional em matéria de sexualidade. Há alguns autores que optam pela expressão “Orientação Sexual”, o que a nosso ver pode promover um equívoco de linguagem, enquanto ‘orientação’ pode estar designando uma referência à homossexualidade, heterossexualidade ou bissexualidade. Em dissertação de mestrado, Figueiró (1996) operou uma pesquisa de levantamento das produções científicas sobre o tema da Educação Sexual no Brasil e defende que, Seja padronizado o uso do termo educação sexual, por considerá-lo mais adequado, uma vez que, entre outros motivos, diferentemente dos outros termos, implica que o educando seja considerado sujeito ativo no processo de aprendizagem e não mero receptor de conhecimentos, informações e/ou orientações”, (FIGUEIRÓ, 1996, p.59). Este trabalho fará um percurso na perspectiva de remontar a discussão sobre Educação Sexual, apoiando-se em diversos autores, tais como Mary Neide Damico Figueiró, também coordenadora do projeto que será relatado, Guacira Lopes Louro, Maria José Garcia Werebe, apenas citando alguns nomes que embasam a prática deste trabalho. Num estudo que resgate as bases de estudo em Educação Sexual, a educação formal e a informal ganham tonalidade, desde que esta distinção é de grande relevância no trabalho com profissionais ligados à área educacional, tal qual se configura o contexto da prática constituinte deste estudo. A distinção entre Educação Sexual formal e informal está no próprio fundamento que argumenta a necessidade de se trabalhar a educação sexual para que esta não fique apenas em nível informal e não intencional. É preciso pensar a Educação Sexual. Com a aprovação da sexualidade como tema transversal no currículo escolar, desde 1995 aproximadamente, pelo MEC, legitima-se uma demanda social de forma ainda
  • 6. 6 mais evidente e formalizada. Ao discutirmos Educação Sexual temos de pensar a questão dos educadores. Deste ponto serão articulados estudos teóricos e práticos. Sob orientação de Mary Neide Damico Figueiró, oito discentes do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Londrina ministraram Grupo de Estudos em Educação Sexual (GEES). Este grupo teve por finalidade a formação de educadores sexuais. Portanto este tema, “formação de educadores”, não pode ser deixado de lado. A partir experiência de ministrar uma turma do GEES, os autores puderam se defrontar com questões quanto à formação dos educadores, para atuação na área da sexualidade. Mesmo em se tratando de profissionais de áreas distintas (ed. infantil, biologia, serviço social, etc), todos tinham em comum o fato de se defrontarem com a Educação Sexual como uma demanda cotidiana, o que os fizeram buscar um complemento em sua formação no espaço do GEES. Através de diversos relatos e vivências, as experiências do GEES podem ser ilustrativas do cuidado com a formação destes educadores, no sentido da preocupação ética para com o educando. O espaço do GEES traz embutido em si todas estas questões e propicia o re-pensar a Educação Sexual própria, desde que nos havemos com valores pessoais que são convocados no exercício profissional também. Uma perspectiva de formação que permite espaço e tempo para a reflexão constitui-se enquanto estrutura do GEES, não corroborando com uma formação técnica, desde que, em matéria de Educação Sexual, a história pessoal é revisitada. Tomando esta experiência, os autores buscam trazer à tona alguns pontos importantes de se atentar no tocante à formação do educador sexual.
  • 7. 7 OBJETIVOS Dentre os objetivos a que o GEES se propõe, por meio de um processo de reflexão e construção do conhecimento de modo interativo, estão propiciar o conhecimento da fundamentação teórica-científica acerca da temática da Educação Sexual. O curso, tendo sua estrutura apoiada num curso extensivo, durando de maio à novembro de 2010, em encontros de uma vez por semana, permite uma temporalidade que propicie espaço para a reflexão e assimilação dos conteúdos por parte dos integrantes do grupo. A sensibilização dos educadores sexuais pressupõe que cada participante revisite sua história pessoal de educação sexual, formal e informal, mexendo com tabus e valores construídos durante todo o percurso de vida destes. Baseados nestas considerações, a coordenadora do programa Mary Neide, e os estagiários ministrantes, julgam que a estrutura em que o curso se dá é coerente com uma perspectiva de trabalho que prioriza a reflexão e o desenvolvimento contínuo, não intensivo, pontual e especificamente técnico. Importante ressaltar, no entanto, que não são negligenciadas as necessidades de pensar a práticas a partir de acontecimentos cotidianos que, muitas vezes, são trazidas pelos participantes dos grupos do GEES. São comuns os relatos de situações que transcorreram no local de trabalho dos integrantes ou mesmo situações de vivência particular, fora do local de atuação profissional. O espaço do GEES também prevê abarcar, dentro das possibilidades, a demanda de discutir sobre estratégias de ensino. Este aspecto será melhor elucidado no tópico sobre os encontros, onde serão relatadas as estratégias dos encontros, dinâmicas e instrumentos utilizados. Partiu-se sempre da reflexão sobre o uso possível das técnicas utilizadas nos encontros, levando as mesmas a serem pensadas enquanto possibilidade de uso no cotidiano profissional dos participantes do GEES. A conscientização da necessidade de participação ativa na luta contra homofobia e a favor da diversidade sexual também constitui um dos objetivos deste grupo de estudos. De modo geral, todos os objetivos, se afinam com as diretrizes da abordagem Emancipatória da Educação Sexual, que visa promover a autonomia do indivíduo de modo que este possa exercer sua sexualidade de modo crítico e o mais livre e felizmente possível. O GEES então se volta para a preocupação com a formação dos educadores que virão a trabalhar com esta temática.
  • 8. 8 EDUCAÇÃO SEXUAL NO DIA-A-DIA O título deste capítulo remete ao texto de Mary Neide Damico Figueiró (1999), de mesmo título, que direciona-se à temática da educação sexual cotidiana. Este título leva-nos a pensar que a temática da Educação Sexual não se restringe a uma área ou a um momento específicos onde deveria ser tratada. Antes, nos traz à tona sua característica tão importante que é sua existência cotidiana, no dia-a-dia, nas relações de modo geral. A Educação Sexual pode ser compreendida em duas categorias básicas, que se referem a modelos didáticos de organização: a Educação Sexual formal e a Educação Sexual informal. Neste livro é enfatizada a questão da Educação Sexual informal. A Educação Sexual, ao contrário do que muitas vezes se imagina, não é uma preocupação contemporânea, não sendo exclusiva dos pensadores deste século. Um dos nomes de maior expressividade é o de Havelock Ellis (1859-1939), expoente como um dos pioneiros a pensar a sexualidade remetendo-se a uma abordagem científica. O período colonial também trouxe suas intervenções pedagógicas, que se constituíam enquanto modelo de Educação Sexual, com a educação dos jesuítas nos internatos do século XIX. A educação se caracterizada por ser repressora com os assuntos da sexualidade dos jovens jesuítas, mesmo que de modo velado. Façamos então a distinção entre Educação Sexual formal e informal. Juntamente com Werebe (1998), traçamos o entendimento de que a Educação Sexual informal é um processo não intencional, que ocorre independente da disposição dos educadores em engendrá-la enquanto que a formal é seu correlativo simétrico, isto é, a o processo pedagógico deliberado, intencionalmente dirigido a fins de educação de temas e concepções acerca da sexualidade do educando. Portanto, são estas concepções de formal e informal que tomamos para tratar da temática da sexualidade em sua dimensão de processo educacional. A obra a que nos referimos no início, “Educação Sexual no dia-a-dia”, traz histórias ocorridas no interior de cotidianos e dias comuns. Diversas histórias são relatadas, de situações em que o tema da sexualidade emerge de modo um tanto quanto corriqueiro e mesmo imprevisto. As mesmas são analisadas e discutidas pela autora, que procura apontar elementos positivos e/ou negativos na postura e na forma do adulto lidar com a situação. A
  • 9. 9 autora traz vários exemplos de implicações válidas ou prejudiciais para a Educação Sexual das crianças e adolescentes. Desde a década de 1920, segundo estudos como o de Susan Besse, historiadora, apontam para a existência de reivindicações de programas de Educação Sexual, por parte de alguns setores inovadores da sociedade, tal como movimento feminista. No entanto, as motivações iniciais se vinculavam mais a um programa com objetivos sanitaristas do que uma reestruturação de papéis sociais (FIGUEIRÓ, 2001). Experiências anteriores à década de 60 foram registradas, como nos traz Figueiró (2001), e situa que a partir desta década, com o Concílio Vaticano II (1962-1965), houve um aumento no número de experiências. Um fator de relevância precisa ser tratado: a questão dos objetivos da Educação Sexual. Tendo traçado a distinção entre a Educação formal e informal, não podemos deixar de observar que, para além desta categorização, há outra, que diz respeito mais ao cunho ideológico do ‘por quê?’ de se fazer Educação Sexual, de se trabalhar com um tema tão controverso e que se torna, muitas vezes, polêmico nas discussões sociais – tal como podemos citar a questão do projeto de lei que versa sobre a legalização do aborto e a união civil e adoção por casais homossexuais, que nas eleições presidenciais brasileiras de 2010 tiveram destaque na cena da disputa eleitoral – basta conferir jornais da época. Podemos destacar basicamente quatro abordagens diferentes que versam em Educação Sexual: a) Médica, b) Religiosa, c) Pedagógica e d) Emancipatória. Estas quatro abordagens relacionam-se à ideologia que carregam nas entrelinhas, isto é, aos objetivos específicos que prevêem enquanto fim para a Educação Sexual, o que esta deve propiciar ao indivíduo e também à como deve ser realizada esta educação (FIGUEIRÓ, 2007). Sobre isto, é importante ressaltar que qualquer pessoa é, informalmente falando, um educador sexual, considere este fato conscientemente ou não; isto inclui: padres, pastores, pais, professores, conhecidos e outras pessoas que venham a ser significativas na formação do educando, do ser humano. A Abordagem Médica, primeira citada, prende-se mais intimamente a uma díade saúde-doença, e pensa a educação sexual pelo viés de sua patologização, mas tem foco a saúde sexual. Considera que todo médico é também um Educador sexual e valoriza a transmissão de informação no contexto da relação terapêutica.
  • 10. 10 A Abordagem Religiosa vincula-se a pensar a sexualidade da pessoa na perspectiva de sua espiritualidade. Embora trabalhos possam ser realizados de forma deliberada assemelhando-se a abordagem formal, considera-se predominantemente inserida numa perspectiva da Educação Sexual informal, na medida em que seus fundamentos se ancoram numa base espiritualista, ultrapassando os limites científicos, impassíveis de discussão. Embora haja nesta abordagem algumas subdivisões segundo alas mais conservadoras ou progressistas (como as da Igreja Católica Apostólica Romana, por exemplo), de modo geral o quadro de objetivos se mantém, que se sintetizam no objetivo geral de preservar determinado controle sobre os corpos e vida dos homens. O processo de ensino-aprendizagem na Abordagem Pedagógica é central. Nele se enfatiza o caráter informativo, onde se busca que as discussões e atitudes possam levar o indivíduo a uma vivência de sua sexualidade com maior liberdade e segurança. Em muitas experiências de projetos em Educação Sexual, como as citadas por Figueiró (2001), ligam- se a esta vertente, principalmente quando ocorrem no espaço escolar, onde a demanda por controle de natalidade, ensino de métodos contraceptivos e prevenção de doenças se fazem bastante presentes. Finalmente, a Abordagem de Educação Sexual Emancipatória. Esta abordagem reúne elementos das Abordagens Médica e Pedagógica, no entanto, a nosso ver, dá um passo além, quando trata de expressar objetivos que se relacionam a uma concepção política do ser humano, pensando-o em sua dimensão sócio-histórica. O bem-estar é visado e se compreende a Educação Sexual como um processo permanente de luta com as próprias resistências. Neste ponto, remetemo-nos a outro texto de Figueiró, “Educação Sexual: compromisso com a transformação social” (2001). Não se pode pensar a pessoa desvinculada de sua dimensão sócio-histórica que, invariavelmente, se insere num plano político de relações que o afetam cotidianamente. Destacamos alguns dos aspectos de transformação social que tocam a temática da sexualidade; são eles as questões de gênero, de sistemas de valores e a própria perspectiva do erótico. A Abordagem Emancipatória dá atenção a estes aspectos, especialmente em seu diferencial em relação às outras abordagens apresentadas, no que valoriza as lutas coletivas visando transformações sociais e a atenção com as repressões ou auto-repressões referentes a vivencia da sexualidade. Alguns nomes que são correlativos desta abordagem em
  • 11. 11 Educação Sexual podem ser citados, tais como o filósofo francês Michel Foucault, que contribuiu com seu pensamento questionador das normas sociais; o pai da psicanálise Sigmund Freud, que contribuiu para derrubar o mito da ‘pureza’ da criança, isto é, da ausência de sexualidade na mesma e Reich, do círculo de Freud, tendo se afastado deste para trabalhar com uma linha de psicologia hoje fundada sobre o nome de Psicologia Corporal. Maria Amélia Azevedo Goldberg (1988) foi a primeira autora brasileira a vincular Educação Sexual a um compromisso político em seu livro “Educação Sexual: uma proposta, um desafio”. Tão relevante é considerarmos este ponto, que chamamos a atenção para a formação do educador sexual e ressaltamos, apoiados na citação abaixo, sua singularidade no tocante à individualidade de cada educador, a se dispor a trabalhar nesta área da temática da sexualidade. Sempre que um educador trabalha no ensino de alguma questão ligada à sexualidade, podemos encontrar – por trás de sua postura, das estratégias de ensino que utiliza, dos objetivos que estabelece, e, ainda, de sua concepção a respeito do seu papel e do papel do aluno – o comprometimento com uma determinada abordagem, isto é, com uma determinada visão de Educação” (FIGUEIRÓ, 2007, p.65-66). A Educação formal e informal sobre a sexualidade, por vezes, tal como aparecem em algumas histórias do livro “Educação Sexual no dia-a-dia”, podem ser vistas em salas de aulas, por exemplo. E nestes contextos, questionamos: o que pode fazer o professor? Está ele preparado para lidar com estas demandas que, embora sempre estiveram presentes na constituição dos seres humanos, a cada época emergem de modo singular? Sobre isto, algumas das próprias histórias fornecem indicação, em situações onde a professora tem uma oportunidade de, a partir da Educação Sexual informal, decorrente de uma ocasião inusitada, poder dar continuidade a um trabalho mais longo. A atenção com o manejo da Educação Sexual dependendo da idade do educando também é relevante. O educador está preparado para lidar com uma situação relatada por uma professora de ensino infantil, onde a criança de quatro anos lhe pergunta: “o que é sexo oral?” (sic). Sobre levantamentos discorridos até aqui acerca da Educação Sexual, tantas questões, pretendemos usá-los de ponto de apoio para podermos discorrer e refletir sobre a
  • 12. 12 prática e a teoria no campo da Educação Sexual, formal, mas também informal. Atentando para a importância do cuidado com a formação dos educadores sexuais.
  • 13. 13 FORMAÇÃO DE EDUCADORES SEXUAIS Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997) de 1996, elaborado a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, preconizam a Educação Sexual como uma das funções da escola, sendo que, temas de sexualidade devem fazer parte do currículo das instituições educacionais. Embora os PCN digam que a sexualidade é um tema transversal, ou seja, passível de ser abordado em qualquer disciplina e área do conhecimento, pouco tem sido feito por órgãos governamentais a fim de capacitar os educadores para o trabalho com Educação Sexual. (Ribeiro, 2009) A bordagem de conteúdos relativos a sexualidade nas escolas exige determinado treino e/ou formação para os docentes responsáveis por sua realização. De acordo com Nunes (2005) abordar o tema da sexualidade constitui uma tarefa difícil, em virtude da “riqueza desta dimensão humana” e a multiplicidade de significações que a mesma recebeu ao longo do tempo. Para este autor, tal multiplicidade de significações é responsável por causar no homem “um certo extranhamento do sujeito humano com sua própria sexualidade”. Para Werebe (1998, p. 195), “sempre que possível, a educação sexual deve ficar a cargo de educadores que possuem as qualidades necessárias para a realizar este trabalho e que receberam uma formação especial no campo”. A esse respeito, os PCN se posicionam da seguinte forma: […] É necessário então que o educador tenha acesso à formação específica para tratar de sexualidade com crianças e jovens na escola, possibilitando a construção de uma postura profissional e consciente no trato deste tema. O professor deve então entrar em contato com questões teóricas, leituras e duscussões sobre as temáticas específicas de sexualidade e suas diferentes abordagens; preparar-se para intervenção prática junto aos alunos e ter acesso a um espaço grupal de supervisão desta prática, o qual deve ocorrer de forma continua e sistemática, constituindo portanto, um espaço de reflexão sobre valores e preconceitos dos prórpios educadores envolvidos no trabalho de orientação sexual. (BRASIL, 2000, p. 123) De acordo com Ribeiro (2009), embora o governo federal invista em projetos no campos dos estudos de gênero, combate a homofobia e prevenção da AIDS, permanece a necessidade de maiores investimentos em Educação Sexual por parte dos setores
  • 14. 14 responsáveis pela educação no país. Além disso, o mesmo autor defende a inserção de disciplinas de sexualidade no currículo dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas, afim de “tirar o sexo dos banheiros das escolas, levando-o para a sala de aula”. Não obstante, embora os conhecimentos científicos sobre a sexualidade sejam necessários para os educadores que irão se ocupar da educação sexual, tais conhecimentos não são elementos suficientes para realização do trabalho em questão. Ao mesmo tempo em que os professores devem receber uma formação científica de qualidade, necessitam de um espaço para refletir e repensar sua própria sexualidade e a sexualidade dos outros. (Werebe, 1998) Os profissionais da educação, assim como qualquer indivíduo na sociedade, estão sujeitos a receber uma formação repressiva no campo da sexualidade e dessa forma, desenvolver uma noção errada a respeito deste assunto. Em virtude disso, a formação de educadores sexuais deve priorizar, alem da formação científica, aquilo que Berbardi (Bernardi apud Figueiró, 2009) refere-se como “reeducação sexual” no sentido de que ao educador deve ser dada a oportunidade de repensar as informações incorretas sobre sexualidade, que recebeu ao longo da vida (e ainda recebe) de diferentes fontes: família, escola, sociedade etc. Werebe (1998, p. 194) explica que “Os professores e/ou animadores responsáveis pelas intervenções sobre a sexualidade educam mais por suas atitudes, do que pelos conhecimentos que transmitem.” Na escola, o professor que se esquiva de responder alguma dúvida de um educando ou lidar com uma situção relacionada com a sexualidade dos alunos pode estar ensinando que sexo é algo feio, vergonhoso e pecaminoso; assunto do qual e não se deve falar. Agindo assim, possivelmente o educador estará reproduzindo junto aos estudantes a educação sexual que recebeu ao longo de sua vida. Dessa forma, Werebe (1998, p. 196) conclui que “a formação dos educadores sexuais deve, pois, compreender uma formação pessoal ao lado da formação científica”. Figueiró (2006) defende a ideia de que os profissionais da educação estejam envolvidos em um processo de formação continuada. De acordo com a autora, professores não são apenas transmissores de conhecimentos mas construtores de saberes acerca do ensino e aprendizagem, e em sua maioria, estes profissionais reconhecem a importância de envolvimento em uma “dinâmica de crescimento pessoal, cultural e profissional”.
  • 15. 15 Ao levarmos em conta as palavras de Nunes (2005, p. 7) ao dizer que “uma verdadeira educação sexual terá que colocar toda cultura em questão”, percebemos a necessidade de capacitar educadores para a abordagem da sexualidade nas escolas.
  • 16. 16 OS ENCONTROS DO GEES – METODOLOGIA Os grupos de estudos foram formados de modo voluntário, a partir da procura e manifestação de interesse dos participantes. Inicialmente, no mês de abril e maio é feita a divulgação do curso que já contava com uma história de onze edições realizadas na Universidade Estadual de Londrina. Teve início no mês de maio a 12ª edição do GEES, evento de extensão que dá direito a um certificado de 90h, emitido pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Estadual de Londrina. Caracterização do Grupo A turma do GEES coordenada, da qual findou neste trabalho, caracteriza-se por ser um grupo feminino. Com exceção de um dos estagiários que era homem, o grupo era formado por treze participantes, todas mulheres, mais a dupla de estagiários. Os integrantes do grupo tinham idade entre vinte e um e cinquenta anos. Havia uma predominância de profissionais que lidavam com a educação infantil, mas também haviam pessoas que trabalhavam com a educação de adolescentes e uma assistente social. Embora o grupo tenha iniciado com dezesseis participantes, três destes acabaram por não continuar no grupo até o final. Um dos participantes, o único homem que iniciou o percurso neste grupo do GEES compareceu apenas no primeiro encontro. Em contato, revelou seu interesse na área, mas que o mesmo não seria contemplado no presente cronograma. Quando questionado sobre tais interesses, as respostas não foram satisfatórias, sendo evasivas e pouco claras. Alegou também a disponibilidade de tempo para o grupo durante todo o ano. Da desistência de participação, uma outra pessoa, mulher, tentou acompanhar o grupo com intuito de concluí-lo. Mas por volta de 10 encontros antes do encerramento, já não conseguia estar presente nos encontros, devido a uma falta de profissionais em seu trabalho, o que lhe pedia que estivesse ausente as quintas-férias, quando o GEES se dava, num período das 8h20 às 11h45, semanalmente. Finalmente, a terceira pessoa que desistiu do grupo, também uma mulher, quando se entrou em contato, alegou a indisponibilidade de horário. Que outro compromisso havia surgido, não podendo mais comparecer aos encontros,
  • 17. 17 Local dos encontros Os encontros aconteciam todas as quintas-feiras, como dito, no período matutino, na sala de pós-graduação em psicologia escolar. A Universidade Estadual de Londrina, referenciado no Departamento de Psicologia Social e Institucional, abriga este projeto por toda sua história, durante suas doze edições. Além dos encontros realizados semanalmente, também ocorriam com a mesma freqüência as supervisões dos mesmos, todas as segundas- férias, em período matutino. Para além destes momentos, a dupla de estagiários preparava os planos de aulas e relatórios semanais para supervisão. Estagiários Os estagiários do GEES se compunham de oito estudantes de psicologia, cursando o quinto ano do grau de formação de psicólogo, que foram divididos em quatro duplas, de modo que pudessem contemplar a coordenação e acompanhamento das quatro turmas do grupo de estudos formadas nesta 12ª edição. Supervisor Mary Neide Damico Figueiró é psicóloga, formada pela Universidade Estadual de Londrina, onde atualmente é docente do Departamento de Psicologia Social e Institucional,desde 1980. Também é mestre em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, USP, 1994. E doutora pela Universidade Estadual de São Paulo, UNESP- Marília, 2001. Tendo publicado vários livros sobre Educação Sexual, organizado eventos e realizado o GEES. Partindo dos objetivos estabelecidos para o curso, alguns temas inseridos na área da Educação Sexual estavam previstos no cronograma do curso, basicamente foram trabalhados alguns temas, divididos em quatro eixos: 1) Fundamentos básicos da Educação Sexual: - Conceito de sexualidade; - Por que e para que ensinar sobre sexualidade;
  • 18. 18 - Interação família-escola; - Papel da escola e da família; - Papel do professor; - Abordagens de Educação Sexual; - Estratégias de ensino. 2) História da sexualidade e da Educação Sexual: - Breve histórico da sexualidade no Ocidente e no Brasil; - História da Educação Sexual no Brasil. 3) Conteúdos específicos da sexualidade: - Masturbação / Autoerotismo; - Sexo pré-conjugal; - DSTs / AIDS; - Diversidade sexual (homossexualidade e outras orientações sexuais); - Relações de gênero; - Abuso sexual; - Aborto; - Iniciação sexual dos adolescentes. 4) Complementos: - Sexualidade da pessoa com deficiência mental e física; - Educação Sexual e Projeto Político de Leiturização. A partir destes temas os encontros foram sendo preparados, obedecendo a certa lógica de aprofundamento teórico e crítico, conforme o desenvolvimento do grupo. Os encontros foram preparados por uma dupla de estagiários, responsáveis pela condução de um grupo do GEES. Durante a elaboração dos plano de aulas dos primeiros encontros uma carga maior de teoria foi necessária, isto devido ao caráter fundamental dos conceitos e da explicitação das abordagens em Educação Sexual. Todos os primeiros temas deram sustentação para as discussões que se seguiram e puderam contar com planejamentos
  • 19. 19 que privilegiavam mais a reflexão, a discussão e troca de idéias entre o grupo, sempre levando o conteúdo teórico em sua relevante necessidade, mas priorizando a perspectiva de privilegiar a autonomia e o desenvolvimento da criticidade do grupo para com os assuntos trabalhados. Os assuntos tratados a partir do terceiro eixo referem-se a assuntos onde os valores de cada participante progressivamente foram se expondo mais e o percurso e integração do grupo possibilitou que as opiniões, mesmo divergentes, tivessem espaço e voz no grupo. Neste momento, percebemos que termos reservados estes temas para um momento mais tardio foi importante para que o grupo tivesse tempo para se formar como tal, desenvolvendo certa unicidade a partir do reconhecimento e interação entre os participantes. Notamos que o respeito para com as opiniões divergentes sempre esteve presente, e deve-se tal fato a esta estratégia de preparação, onde as opiniões que se chocavam puderam ser ouvidas e refletidas, devido aos integrantes possuírem um vínculo entre si. Buscando sempre o desenvolvimento da reflexão e que as estratégias utilizadas pelos estagiários pudessem ser pensadas e adaptadas para o contexto de trabalho de cada participante, comumente após as atividades e discussões de alguma situação proposta, era realizado um exercício com os participantes, de pensar como tal atividade poderia ser levada por eles para seu campo profissional. Tal experiência se mostrou bastante agradável, contando com elaborações criativas e muito produtivas. Houveram mesmo relatos de participantes que contavam para o grupo sobre a aplicação de uma dinâmica ou outra atividade, em sua atuação profissional, que havia sido apresentada no GEES. Os encontros contavam com momentos de discussão e atividades dinâmicas, numa estratégia que utilizavam mídias (som, vídeo, power point) e uma dinâmica expositivo- dialogada dos momentos em que se exigiam conceitos teóricos mais fundamentados. Os integrantes também realizavam leituras extra-classe, de modo a complementar os estudos e a reflexão dos temas trabalhados nos encontros. Segue uma lista dos textos lidos pela turma do GEES que foi ministrada pelos autores do presente trabalho: ANAMI, L.F. e FIGUEIRÓ, M.N.D. Interação família-escola na Educação Sexual: reflexões a partir de um incidente. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009.
  • 20. 20 ARAÚJO, M.L.M. A construção histórica da sexualidade. In: RIBEIRO, M. O prazer e o pensar. São Paulo: Editora Gente; Cores – Centro de Orientação e Educação Sexual, 1999. CAVALEIRO, M.C. Escola e sexualidades: alguns apontamentos para reflexões. In:________. Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009. CARVALHO, F.A. Que saberes sobre sexualidade são esses que (não) dizemos na escola? In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009. EGYPTO, A.C., EGYPTO. M.M. Masturbação. In: BARROSO, C. e BRUSCHINI, C. Sexo e Juventude: como discutir a sexualidade em casa e na escola. São Paulo: Cortez, 4ª ed., 1991. FERREIRA, S.L. Eu amo, tu amas, eles amam: a afetividade-sexualidae de jovens e adultos com deficiência mental. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009. FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.). Homossexualidade e educação sexual: construindo o respeito à diversidade. Londrina: UEL, 2007. __________. Educação Sexual: como ensinar no espaço da escola. In: _______. Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009. __________. Educação Sexual presente nos relacionamentos cotidianos. In: _______. Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009. __________. Sexualidade e afetividade: implicações no processo de formação do educando. In: _______. Educação Sexual: em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009. KEHL, M.R. A gravidez e o vazio. In: Geração Delivery: adolescer no mundo atual. São Paulo: Sá, 2001. __________. Repulsa ao sexo. In: Maria Rita Kehl – Artigos e Ensaios. http://www.mariaritakehl.psc.br/resultado.php?id=307. Acesso em 2 de dezembro de 2010. MELO, S.M.M. Corporeidade e diversidade: conversando sobre a delicada trama entre o eu e o outro. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009. RIBEIRO, H.C.F. Direitos humanos, direitos sexuais e as minorias sexuais. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009.
  • 21. 21 RIBEIRO, P.R.M. A institucionalização dos saberes acerca da sexualidade humana e da educação sexual no Brasil. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009. SANTOS, L.R. Entendendo a construção social das diferenças de gênero. In: FIGUEIRÓ, M.N.D. (Org.) Educação Sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009. Além dos textos listados também foram vistos os filmes: “Orações para Bob” (Prayers for Bobby, EUA, 2009), de Russell Mulcary e “Kinsey – vamos falar de sexo” (Kinsey, EUA, 2004). Destes materiais, alguns pontos eram levantados pelos participantes para discussões durante o encontro subseqüente. Abaixo segue breve relato dos temas desenvolvidos em cada um dos vinte e dois encontros e de seu desenvolvimento. 1º encontro: Sexo e Sexualidade Neste encontro, buscou-se esclarecer sobre os limites e alcances dos dois termos. Iniciou-se o encontro com uma dinâmica que visava descontrair e apresentar o grupo, que se reunia pela primeira vez. Em seguida, uma aula expositivo-dialogada com auxílio do data-show foi realizada. Este primeiro encontro também contou com a apresentação da estrutura do GEES, breve relato de sua história e apresentação do cronograma dos temas a serem trabalhados. 2º dia: História da Sexualidade Um resgate sobre as mudanças na concepção de sexualidade desde a idade antiga até os dias atuais no ocidente foi realizado. Este encontro buscou transmitir a possibilidade de visões plurais e diversas acerca do mesmo tema, em diferentes épocas, em diferentes culturas. 3º dia: História da Educação Sexual no Brasil e Abordagens em Educação Sexual O encontro iniciou seu percurso resgatando os primeiros estudos em Educação Sexual no Brasil, seus avanços, retrocessos, modificações, e as influencias do contexto sócio-histórico que possibilitaram tais desenvolvimentos. Também foram apresentadas as
  • 22. 22 abordagens em Educação Sexual e trabalhada a dinâmica do abrigo subterrâneo relacionada com as concepções de sexualidade dos integrantes, o quanto elas, mesmo subjacentes, influem em nossas ações e decisões cotidianas. 4º dia: O Papel da Família e da Escola na Educação Sexual De quem é o papel de cuidar e promover a Educação Sexual? Neste encontro, a questão foi levada a discussão, pensando os limites e alcances de cada lado, da família e da escola. A função de prevenção e diálogo possível entre elas, possibilidades de trabalho, etc. A Educação Sexual formal e informal também foi abordada. 5º dia:Interação Família-Escola Discutiu-se acerca da consciência da escola enquanto espaço sexualizado. Abriu-se uma roda de discussão sobre o texto extra-classe indicado, de Paulo Ribeiro, que versava sobre a institucionalização dos saberes acerca da sexualidade. 6º encontro: Orientação Sexual e Educação Sexual Neste encontro foram trabalhados os conceitos de orientação e educação sexual. A diferença entre eles e as repercussões que podem ter um ou outro, as influencias que tem. A análise dos conceitos foi engendrada juntamente com o grupo e um estudo da justificativa do uso do termo Educação Sexual ao invés de Orientação Sexual. 7º encontro: Diversidade Sexual Este encontro, especialmente, foi trabalhado pela Coordenadora do projeto, Mary Neide Figueiró, a convite dos estagiários. O tema da diversidade sexual foi foco, sendo trabalhado. Desenvolveu-se a dinâmica das palavras e das cores, de modo que os participantes puderam trabalhar os sentimentos em relação do diverso. Seguiu-se aula expositivo sobre o tema e entrega de livros de organização de Figueiró, sobre a Educação Sexual. 8º encontro: Diversidade Sexual
  • 23. 23 Este encontro se configurou enquanto conclusão do anterior, desenvolvendo aspectos que ficaram abertos, por exemplo. Buscou-se continuar as discussões sobre diversidade sexual, em especial da homossexualidade, e facilitar o conhecimento dos desenvolvimentos científicos sobre a homossexualidade. 9º encontro: Abuso Sexual Neste encontro, contamos com o auxílio de uma das participantes, que é assistente social do CREAS de Londrina, que trabalha com violência sexual. Ela nos apresentou o trabalho desenvolvido pelo CREAS, bem como algumas questões referidas a mudança da legislação sobre abuso sexual e estupro. Assistimos ao vídeo Abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência), como conclusão. 10º encontro: Abuso Sexual Ao tema do encontro anterior foi dada continuidade. Neste dia, os aspectos preventivos foram visados. Propôs-se ao grupo a reflexão conjunta do papel da escola e da família frente a este tema. Uma cartilha sobre prevenção e cuidados de abuso na internet foi entregue aos participantes. Alguns sites e ditas de filmes sobre o tema também foram exibidos. 11º encontro: Construção sócio-histórica do conceito de gênero Como o título do encontro traz, foi abordada a construção da concepção de gênero por meio dos estudos sócio-históricos. As repercussões e pré-conceitos incutidos e camuflados na sociedade, a imagem da mulher e do homem, do masculino e do feminino. 12º encontro: Masturbação Masturbação ou auto-erotismo, este foi o tema trabalhado neste encontro. Buscou- se trazer questões científicas, fisiológicas e sócio-históricas, acerca da prática da masturbação. Alguns mitos também foram enfocados e desconstruídos e trabalhou-se o pré- conceito quanto a este tema. O vídeo da música Façamos (Vamos Amar), de Chico Buarque e Elza Soares foi exibido como finalização do encontro.
  • 24. 24 13º encontro: Masturbação Finalização do tema sobre masturbação e fechamento de alguns pontos que ficaram em aberto. Neste momento, cada participante pode expor seus pré-conceitos e suas transformações, foi um momento muito profícuo. 14º encontro: AIDS e DSTs O encontro sobre AIDS e DSTs começou breve revisão de conteúdos sobre diversidade e discussão sobre os materiais temáticos trazidos pelos participantes, referidos ao tema do encontro. Foi privilegiado aspectos contextuais e o conceito de vulnerabilidade que envolve a transmissão e contágio destas doenças. Finalmente, a dinâmica do cruzado x descruzado encerrou o encontro com descontração. 15º encontro: Sexo pré-conjugal e Iniciação Sexual Foi abordada a questão da iniciação sexual dita ‘precoce’, discutindo criticamente a concepção de precoce e suas repercussões. A sexualidade pré-conjugal também foi abordada, em relação a várias crenças religiosas como: catolicismo, budismo, espiritismo, etc; onde, contextualmente, o casamento é tido como um status privilegiado da dimensão da sexualidade da pessoa. 16º encontro: Métodos Contraceptivos Abordou-se os diversos métodos contraceptivos, seus usos e cuidados, duração, etc. Aula que contou com conteúdo expositivo-dialogado. Os integrantes do grupo interagiam e alguns que trabalhavam na área, como uma professora de biologia, auxiliou com maiores informações sobre alguns dos procedimentos. 17º encontro: Métodos Contraceptivos Neste encontro ocorreu o fechamento de alguns pontos ainda abertos do encontro anterior, de mesmo tema. Privilegiou-se as experiências pessoais dos participantes, bem como alguns relatos trazidos pelos estagiários acerca da divulgação de informações e do conhecimento populacional sobre os métodos contraceptivos.
  • 25. 25 18º encontro: Sexualidade na terceira idade Este encontro visou trazer discussões ao redor da sexualidade de pessoas com mais de sessenta anos, os idosos. Por ocasião de alguns efeitos do tempo sobre o corpo, a sexualidade como fica? Esta pergunta esteve norteando o encontro. Vídeos de reportagens do programa “Fantástico” que versavam sobre a terceira idade e sexualidade foram exibidos. A música valsinha de Chico Buarque de Holanda encerrou o dia. 19º encontro: Aborto e descriminalização O tema do encontro foi trazido pela coordenadora do projeto, Mary Neide, novamente convidada pela dupla de estagiários. Este encontro se consagrou na perspectiva de discutir, não meramente as opiniões pessoais, mas de incentivar o questionamento acerca de onde vêm tais referencias. Foi também enfatizado de que não se trata de ser a favor do aborto, mas de sua descriminalização, possibilitando a cada indivíduo, cada mulher especialmente, poder exercitar suas escolhas sobre sua própria sexualidade de modo mais pleno e livre. 20º encontro: Sexualidade e pessoas com necessidades especiais Este encontro buscou informações que pudessem possibilitar a melhor compreensão acerca da sexualidade de pessoas com necessidades especiais. A desconstrução da idéia de sexualidade e a re-construção da mesma foi abordada através de relatos em vídeos – disponíveis no Youtube. Por fim, foi realizado trabalho com livros de Educação Sexual para o público juvenil. 21º encontro: Sexualidade e Projeto de Leituralização A temática da sexualidade não pode ser desenvolvida de modo exclusivo, até por tratar-se de um campo construído do diálogo de diversos saberes. Foi enfocado neste encontro sua possibilidade de construção e desenvolvimento vinculado a um projeto de formação de leitores. 22º encontro: Encerramento
  • 26. 26 Este encontro, último encontro, iniciou-se com uma avaliação sobre o GEES, instrumento a que os participantes responderam. A partir deste mesmo instrumental, abriu- se um momento de fala, onde cada participantes e também os estagiários puderam expor como foi esta travessia em conjunto, e dizer das transformações ocorridas na compreensão e vivência de cada um sobre a sexualidade. Na segunda parte do encontro realizou-se um amigo secreto temático “amigo sexy-shop”, onde houve a troca de presentes e uma confraternização entre o grupo, contanto muitas fotos para registrar o momento.
  • 27. 27 RESULTADOS Ao longo dos encontros, foram aplicados vários instrumentos a fim de verificar a opinião dos integrantes do grupo em vários assuntos relativos à sexualidade (descriminalização do aborto, união civil de pessoas homossexuais, masturbação, sexo pré- conjugal, dentre outros). Além disso, alguns instrumentos serviram para obter dados relativos à formação acadêmica dos participantes, bem como local de atuação profissional. Ao termo do Grupo de Estudos, foi aplicado um instrumento onde os participantes deveriam avaliar vários aspectos do GEES. A seguir, apresentamos os resultados obtidos com a aplicação de cada instrumento. Sexualidade: Levantamento de conhecimentos prévios e de opiniões Parte 1 Este instrumento foi aplicado em sala de aula no primeiro encontro a fim de se obter informações a cerca da posição de cada participante em relação a Educação Sexual. Além disso, serviu para verificar as principais dúvidas que cada participante possuía no campo da sexualidade. Você acha que a Educação Sexual é necessária? Por quê? Dos 14 participantes que responderam ao questionário, todos se posicionaram favoráveis a necessidade da realização de trabalhos de Educação Sexual, destacando suas contribuições. Apresentamos as seguir alguns exemplos de falas dos participantes: “Acredito que a Educação Sexual é necessária para que haja quebra de tabus e para a formação sexual como um todo”. “A educação sexual faz-se necessária, para que tenhamos adolescentes capazes de tomar suas próprias decisões a respeito de seu corpo, e assim ter uma vida sexual saudável. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida”. “Acho necessário sim, todos nós temos uma sexualidade então é preciso compreender como lidar com isso, e é através da Ed. Sexual que compreenderemos melhor como lidar com este assunto assim como qualquer outro a ser desenvolvido ao longo da vida”.
  • 28. 28 Você acha que a Educação Sexual é função da escola? ( ) Sim ( ) Não - Esclareça Exemplos de comentários feitos pelos participantes: SIM “Além dos responsáveis, da saúde, da igreja, também da escola que tem contato diário com crianças e adolescentes pode perceber tudo que é próprio desta fase. A meu ver não deve se esquivar da função”. “Acredito que a Educação Sexual deva começar em casa, dentro da família e se estender na escola”. “Acredito que todos os adultos são responsáveis pela educação das crianças, desta forma [,] família e escola são parceiros na divisão e comunhão das dúvidas trazidas pelas crianças”. NÃO “Pois, a escola pode sim falar sobre a educação sexual, mas cabe a família orientar seus filhos sobre a sexualidade [...]”. “A escola pode sim falar sobre a educação Sexual”.
  • 29. 29 “Acredito que este assunto deva ser considerado também pela escola, porém, não considero que o mesmo seja de responsabilidade apenas da escola, mas também da família. Em muitos casos deve haver uma integração de ambas as partes para que o assunto seja tratado com segurança”. Quando pensa em desenvolver um trabalho de Educação Sexual, o que mais lhe preocupa? As preocupações relatadas pelos participantes, de maneira geral, foram de diferentes tipos: medo da reação dos pais, dificuldade em abordar temas como homossexualidade, conhecimento científico insuficiente, dentre outros. Seguem alguns exemplos: “Saber a real necessidade do ouvinte e ter competência para satisfazê-la”. “A maneira como falar da reprodução em si (ato sexual)”. “A reação dos pais em relação ao trabalho desenvolvido, pois muitos ‘acreditam’ que esse tipo de educação acaba aguçando a curiosidade e a sexualidade dos filhos”. “O que mais me preocupa é não saber responder além do necessário ou então confundir”. Relacione as maiores dúvidas que você tem no campo da sexualidade ou da Educação Sexual: Nesta questão, os participantes relataram diferentes tipos de dúvidas existentes na prática da Educação Sexual. Quase não surgiram dúvidas pessoais relativas à sexualidade. Todos os participantes apontaram pelo menos um elemento. Seguem alguns exemplos de dúvidas apresentadas pelos participantes: “Acredito que a maior dúvida é falar sobre a concepção dos bebês e quais palavras usar... [...]”. “Como posso falar com crianças sem constrangimento familiar”. “Sobre homossexualismo (sic) (como e quando ocorre) como lidar”. “Quando iniciar a educação sexual na vida da criança. O que e quando abordar a sexualidade”. Relacione abaixo as questões que mais lhe incomodam ou preocupam no campo da sexualidade:
  • 30. 30 Da mesma forma que na questão anterior, os participantes relataram diferentes assuntos caracterizados como incômodos ou preocupantes. Contudo, três participantes não apontaram nenhum elemento. Seguem alguns exemplos de temas apresentados pelos participantes: “O que mais me preocupa são as figuras ou imagens que poderei trabalhar com os alunos. Receio estar passando uma mensagem errada”. “Eu devo falar mesmo quando a criança não pergunta, a fim de prepará-la. Ou só respondo o que for perguntado?”. “Trabalhar a sexualidade infantil e também a gravidez na adolescência”. “Crianças que masturbam em sala de aula. Crianças que relatam com detalhes a vida sexual dos pais”. Com relação ao “ficar” entre os jovens você: ( ) aprova ( ) desaprova Comente Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes: APROVA “Eu sou da era do ‘ficar’. Eu acho que desde que o ‘ficar’ seja coisa tranqüila e não se estenda à intimidade, tudo bem”.
  • 31. 31 “O ‘ficar’ acontece entre os jovens, ao meu ver com o objetivo de se conhecerem, porém acredito que deve existir responsabilidade”. DESAPROVA “Entendo que ‘ficar’ não quer dizer nada, devemos explorar o amor que está dentro de nós e passar para a pessoa um sentimento verdadeiro, com troca de experiências”. “Acho que tudo tem o momento certo e se tudo for liberado, a própria pessoa acaba por perder a identidade”. Com relação ao sexo pré-conjugal, você: ( ) aprova ( ) desaprova Esclareça Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes: APROVA
  • 32. 32 “Fazer sexo é muito bom, desde que seja com responsabilidade e bom para as duas partes, o sexo pode ser em qualquer época da vida”. “Não sou contra [,] cada pessoa tem que ter sua responsabilidade”. DESAPROVA “No meu ponto de vista eu desaprovo. Deus deixou tudo certo o ser humano que age por conta própria, por isso marido não tem mais respeito pela esposa. E assim formando família sem estrutura”. NÃO OPINOU “Estabelecer o sexo na relação pré-conjugal depende de cada um, de como a pessoa foi orientada, de que maneira os seres envolvidos planejaram a relação e como essa relação irá fluir com as necessidades um do outro”. “Esta questão depende de cada pessoa. Existem uma gama de pós e de contras. Penso que esta questão é muito pessoal. Interferir esta responsabilidade é ferir o outro”. Se fosse convocado para opinar a respeito da descriminalização do aborto, em nosso país, você seria: ( ) contra ( ) a favor Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes: A FAVOR
  • 33. 33 “Apesar das religiões e a bíblia considerar pecado o aborto, penso da seguinte forma: se os pais da criança não se preocuparam, ou por qualquer outro motivo engravidaram, cabe a eles ter este filho ou não. É melhor interromper está gravidez, do que ter mais uma criança no mundo que posteriormente terá muito mais problema”. “Eu acho que o aborto é uma maneira de interromper uma vida que pode de um crime. Uma situação de estupro é para se pensar…”. CONTRA “Se não deseja ter filhos ou prevenisse para não ficar grávida, ou doe a criança assim que ela nasce, tem muitas mulheres querendo adotar bebes”. “Pois acho que se você aborta acaba por cometer um crime. Sei que muitas questões podem gerar conflitos em relação a este assunto, pois quando a pessoa é vítima de uma violência pode ter uma gravidez complicada. Acredito que a vida é um dom de Deus, só quem pode tirar a vida é quem nos deu”. NÃO OPINOU “Não tenho opinião formada a este respeito, pois acredito que é um assunto muito delicado. Temos os dois lados do assunto, o aborto para interromper uma gestação de risco, uma má formação do feto e também temos o aborto para simplesmente interromper uma gravidez indesejada”. “A respeito do aborto não sei ao certo de que maneira opinar, só sei que para cada pessoa é constituída uma história, eu já tive um aborto espontâneo, na época fiquei muito abalada, mas agora entendo o que aconteceu, estou mais tranquila, eu sei que a outros casos de aborto, mas volto a dizer não sei direito o que pensar”. Sexualidade: Levantamento de conhecimentos prévios e de opiniões Parte 2 Este instrumento foi solicitado aos participantes que respondessem em casa entre o segundo e o terceiro encontro. Teve como objetivo verificar a opinião de cada participante no inicio do Grupo de Estudos, acerca dos temas homossexualidade e masturbação. ASSUNTO: Homossexualidade
  • 34. 34 Se você fosse convocado/da para opinar em relação à legalização da união civil entre pessoas homossexuais, você seria: ( ) contra ( ) a favor Esclareça Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes: A FAVOR “É preciso respeitar a condição de cidadão que lhe é própria, pois estará exercendo o direito de decidir sobre a sua vida”. “As pessoas devem se sentir bem no relacionamento conjugal, independente de sua orientação sexual”. CONTRA “Não acredito na união civil, com os valores de um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo”. “Pois para mim a família homem x mulher é o que realmente prevalece. Mas também acredito que tem pessoas maravilhosas que são homossexuais (só não a favor da legalização)”.
  • 35. 35 NÃO OPINOU “Essa é uma questão ainda muito polêmica que envolve valores, porém ainda não tenho uma opinião formada, mas respeito muito a opinião de cada pessoa”. “Nunca parei para pensar neste assunto. Mas não é uma situação comum, pois eu acho que existem valores morais que são muito fortes [;] é necessário quebrar barreiras”. Se você fosse convocado/a para opinar em relação à adoção de crianças por casais homossexuais, você seria: ( ) contra ( ) a favor Esclareça Seguem alguns exemplos de comentários feitos pelos participantes: A FAVOR “A criança que esta na condição de ser adotada o que ela precisa é amor e ser cuidada, e pessoas dispostas a isso independente do sexo, são capazes de amar e cuidar”. “Penso que cuidar, dar amor, educar, prepara um ser para a sociedade, é uma função, ou seja, é um desafio que não se limita a gênero e muito menos a opção sexual”. CONTRA “Penso que esta estrutura de família não contribui para a formação dos filhos, principalmente em relação à sexualidade. Acredito que o preconceito que as crianças
  • 36. 36 poderão sofrer por parte da sociedade trará conflitos para a sua vida, principalmente na integração com outras crianças”. “Pois tenho dúvidas, como seria a educação destas crianças”. NÃO OPINOU “Não sei dizer se seria contra ou a favor, mas gostaria de fazer um comentário: Não sei se a falta da presença de um homem a um casal homossexual mulher/mulher não faria falta para a criação dessa criança ou vice-versa homem/homem”. “É muito difícil para aceitar essa situação” Para mim, a homossexualidade é: “é uma disfunção em relação à formação sexual (neurológica/meio)”. “é uma opção sexual do indivíduo”. “Uma opção ao qual o indivíduo se realiza”. “em alguns casos pode ser algo genético, não sei explicar, mas na maioria dos casos acho que é opção”. As dúvidas que tenho a respeito da homossexualidade são: “Porque ocorre? É uma disfunção? O que seria o termo transexual?”. “Uma resposta objetiva se a homossexualidade é inata ou adquirida (escolha ou não). O porquê ser homossexual”. “Como o indivíduo opta pela esta sexualidade e se o mesmo pode acontecer na genética”. “Genética, vício ou doença”. ASSUNTO: Masturbação. Em relação a este tema, o grupo de forma geral demonstrou ter um entendimento do que se constitui a masturbação. Alem disso, os depoimentos demonstram que, de forma geral a maioria dos participantes recebeu algum tipo de ensinamento ao longo da vida que relaciona masturbação com algo feio e proibido. Apresentamos a seguir alguns exemplos de depoimento de participantes a fim de ilustrar o posicionamento geral do grupo.
  • 37. 37 Complete as frases: Na minha opinião masturbação “é um prazer do indivíduo”. “é a descoberta do copo quanto ao prazer. Que envolve o desejo, satisfação e o conhecimento das partes do corpo em que causa prazer”. “ainda não tenho uma opinião formada”. “procurar o orgasmo pela fricção da mão ou por outro modo”. Quando eu era criança, pensava que tocar meu órgão genital “era muito errado, pois quando meus pais “só pensavam” que eu poderia colocar a mão no meu órgão genital eu já era repreendida, ouvindo que aquilo não podia”. “era bom”. “seria algo que faria mau a minha saúde e também algo relacionado ao pecado”. “era uma “coisa” muito “escabrosa”, “coisa” de gente que não “prestava”. Alguns sentimentos que eu consigo relacionar com a masturbação são “‘erro’, ‘pecado’, ‘proibido’, ‘falta de controle’, ‘prazer desnecessário’, ‘prazer de maneira errada’”. “Desejo, prazer, satisfação, privacidade e descoberta do corpo”. “Prazer, satisfação, carinho, alegria”. Quando se sabe que uma criança se masturba é preciso “Esclarecer sua dúvidas sobre o assunto conversando e explicando”. “Conversar, deixar que ela fale sobre seus sentimentos”. “Conversar com a criança em sua linguagem e depois com os pais”. O perigo da masturbação é “A compulsividade ou fuga da resolução de conflitos”. “A pessoa não ter depois prazer com o seu parceiro, somente naquele fato isolado”. “Poder se machucar, deixar de ter prazer com parceiros…”.
  • 38. 38 Avaliação Intermediária O instrumento de avaliação intermediária foi aplicado no sexto encontro, o qual foi realizado antes das férias acadêmicas de julho. Teve como objetivo verificar a opinião dos participantes em relação a vários aspectos do GEES. Ao todo, dez participantes responderam a este instrumento. 1. Você avalia o Grupo de Estudos como: Você avalia este Grupo de Estudos como: 0 1 0 Ótimo Bom Regular Fraco 9 2. O GEES atendeu as suas expectativas?
  • 39. 39 O GEES atendeu as suas expectativas? 0 3 Sim Médio Não 7 Comentários “Acredito que no segundo semestre será mais aprofundado os temas. Nos primeiros encontros estudamos mais a história da Educação Sexual, foi muito importante, porém um pouco cansativo”. “Ainda existem muitas dúvidas em relação à educação sexual, sei que depende do meu desempenho e interesse para saná-las, às vezes, a minha expectativa foi maior do que o grupo oferece, mas creio que até o fim deste grupo elas vão ser sanadas”. “Quando eu optei por participar do GEES eu vim em busca de conhecimentos teóricos para utilizar em minha prática escolar e troca informações com outros colegas de profissão e com os estagiários. Portanto, minhas expectativas forma atendidas”. “Sim, mas ainda preciso ler muito sobre esse assunto”. 3. Os assuntos abordados contribuíram para lhe dar base para atuar como educador/a sexual?
  • 40. 40 Os assuntos abordados contribuiram para lhe dar base para atuar como educador/a sexual? 1 0 Sim Médio Não 9 Comentários “Acredito que eu precise me fundamentar mais, e durante o curso acredito que isso irá acontecer”. “Penso que todos os assuntos abordados até o momento são pertinentes, pois, nos deparamos a cada dia com questões relacionadas a sexualidade que necessitam ser fundamentadas, principalmente com um olhar bastante positivo, para que muito pré conceito em relação ao assunto seja amenizado”. “Creio que sim, mas ainda há muito o que esclarecer”. “Os assuntos são coerentes e vão de encontro para ajudar na formação para atuar como educadora sexual”. 4. Avaliação do desempenho dos/as estagiários/as
  • 41. 41 Domínio de conteúdo 0 1 0 Ótimo Bom Regular Ruim 9
  • 42. 42 Habilidade didática 0 0 Ótimo Bom 5 5 Regular Ruim Comunicação 0 2 0 Ótimo Bom Regular Ruim 8
  • 43. 43 Incentivo a participação dos alunos 1 0 2 Ótimo Bom Regular Ruim 7 Os recursos audiovisuais utilizados pelos/as estagiários/as podem ser considerados: 0 0 4 Ótimo Bom Regular Ruim 6
  • 44. 44 Comentários: “Ambos passam que se prepararam para vir e se preocupam com o objetivo a ser alcançado. Ambos tem respeitado as diversas opiniões que surgem e isso é ‘legal”. “Percebo que os estagiários dominam os conteúdos, preparam da melhor forma cada encontro, estão de parabéns”. “Estão preparados para atuar na área que irão atuar”. “Observo a dedicação, o empenho, o comprometimento, entre outros. Entretanto sabemos que os mesmos estão iniciando um processo em relação ao assunto, sendo assim, em alguns momentos, precisam buscar recursos não imediatos para fundamentar o trabalho, principalmente as dúvidas que surgem nos encontros, sabemos que isso é comum, mas percebo que a expectativa do grupo é de respostas e caminhos que possam sanar as dúvidas de forma prática”. 6. O que mais lhe despertou interesse “O assunto relacionado a educação sexual de crianças entre dois a seis anos, enquanto educadora e mãe”. “De como trabalhar a educação sexual sem preconceitos, tabus”. “Algumas discussões foram muito relevantes”. 7. Registre aspectos positivos do GEES “O curso superou algumas expectativas: superação de dúvidas, curiosidades e referências bibliográficas”. “Dar caminhos para a educação sexual infanto-juvenil. Possibilitar que cada um reveja a sua própria educação sexual de maneira ‘leve’”. “Aprendizagem, espaço de discussão e troca de informações, espaços para desmistificar a educação sexual e rever valores interiorizados decorrente das experiências particulares”. 8. Registre aspectos negativos do GEES “Os encontros poderiam ser um pouco mais dinâmicos”. “Faltou um trabalho em relação ao conteúdo do curso, algumas dinâmicas práticas”.
  • 45. 45 “Em alguns momentos as discussões saem do foco, porém sei que é inevitável que isso aconteça, mas os estagiários estão sabendo retornar ao assunto”. 9. Faça comentários que achar necessário “O grupo, tem me ajudado a rever meus tabus, e minha reação em relação a educação sexual”. “Eu já sabia da existência do grupo só que nunca pensei participar que bom que houve mobilização de colegas de trabalho. ‘Peguei a onda’”. “O grupo tem sido de grande valia tanto para minha aprendizagem profissional quanto pessoal”. 10. Faça uma auto-avaliação sobre sua participação no GEES “Acredito que durante a participação durante as aulas foi boa, pois sempre que possível apresento vivencias ao grupo, participo das dinâmicas propostas e sempre leio o material enviado por e-mail”. “Estou crescendo a cada dia e acredito que no final do curso terei aprendido muito mais de com educar em educação sexual”. “Estou caminhando junto com o grupo, achava que era uma mente aberta, mas vejo que ainda trago em mim uma educação repressiva”. Avaliação Final O instrumento de avaliação final foi aplicado no último encontro (22) a fim de se verificar a opinião dos participantes em relação a vários aspectos do GEES. Tal instrumento demonstra que de forma geral, o GEES contribuiu para a formação e aperfeiçoamento dos profissionais na área de Educação Sexual. Segue abaixo os dados obtidos com a aplicação dos instrumentos, bem como exemplos de depoimentos de participantes. 1. Você avalia o Grupo de Estudos como:
  • 46. 46 Você avalia este grupo de estudos como: 0 0 0 Ótimo Bom Regular Fraco 10 2. O GEES atendeu as suas expectativas?
  • 47. 47 O GEES atendeu suas expectativas? 0 3 Sim Médio Não 7 Comentários “Como eu trabalho com a educação infantil eu esperava que o curso fosse focar a sexualidade nessa faixa etária, no entanto ele abrangeu a sexualidade em todas as etapas o que também foi muito bom, pois aprendi além do que esperava”. “Na verdade o GEES superou as minhas expectativas”. “Hoje é muito mais fácil falar sobre sexualidade. O assunto tão complexo como é ficou ‘fácil’”. 3. Os assuntos abordados contribuíram para lhe dar base para atuar como educador/a sexual?
  • 48. 48 Os assuntos abordados contribuiram para lhe dar base para atuar como educador/a sexual? 0 2 Sim Médio Não 8 Comentários: “Clareou muitos conceitos e preconceitos que tinha sobre a sexualidade. Estou mais aberta para lidar com o assunto e com vontade de buscar ainda mais novos conhecimentos”. “Todos os assuntos abordados são relevantes e me levou a uma reflexão maior em relação a alguns tabus que eu tinha”. “Todos os temas propostos forma bem trabalhados e discutidos, o que gerou reflexões ricas que iremos levar em nossa mente e coração”. 4. Avaliação do desempenho dos/as estagiários/as
  • 49. 49 Domínio de conteúdo 0 0 0 Ótimo Bom Regular Ruim 10 Habilidade didática 0 0 0 Ótimo Bom Regular Ruim 10
  • 50. 50 Comunicação 0 0 0 10 Insentivo a participação dos alunos 0 0 0 Ótimo Bom Regular Ruim 10
  • 51. 51 Os recursos audiovisuais utilizados pelos/as estagiários/as podem ser considerados: 0 2 0 Ótimo Bom Regular Ruim 8 Comentários: “Os estagiários sempre diversificaram as estratégias, com a intenção de motivar o grupo a expor suas ideias, levantar hipóteses e construir novos conceitos”. “Tanto a Diene quanto o Danilo estiveram sempre presentes e dispostos a ajudar o grupo e a partilhar seus conhecimentos sobre o tema. Pessoas muito esforçadas e dedicadas ao estudo”. “Ele tiveram ótimo domínio dos conteúdos apresentados atingindo os objetivos em cada encontro”. 6. O que mais lhe despertou interesse “Amei o dia em que falamos sobre deficiência a descoberta da educação sexual para eles”. “Saber da quantidade de material existente no mercado para atingir todas as faixas estarias”. “Que podemos falar com naturalidade. E os temas abordados trouxe muito conhecimento porque forma atualidades que estamos vivendo”.
  • 52. 52 7. Registre aspectos positivos do GEES “O trabalho em grupo enriqueceu os participantes com conhecimentos experiência por meio de debate de cada participante”. “Aprendemos uns com os outros. Trocamos experiências com as colegas que trabalham a educação sexual nas escolas”. “Aqui aprendemos uns com os outros. Aprendemos a respeitar a diversidade. Abre nossas mentes e corações para as diferenças; fazemos amigos e revemos nossos conceitos”. 8. Registre aspectos negativos do GEES “As vezes a teoria ficava cansativa e o tempo para troca de experiências foi curto, mas faz parte”. “Nenhum, só crescimento pessoal e intelectual”. “O horário, se fosse no período noturno seria melhor”. 9. Faça comentários que achar necessário “Aprendi a me colocar no lugar do outro. A ver as coisas por outro ângulo. Não somos donos da verdade, precisamos respeitar e entender as diferenças”. “Gostaria de continuidade no grupo de estudos. Seria muito interessante elaborarmos um artigo e publicarmos”. “Obrigado professora Mary Neide por este projeto fantástico. Todos os seus alunos ganham e nós também. Deus ilumine a todos nós, assim somos e seremos mais felizes”. 10. Faça uma auto-avaliação sobre sua participação no GEES “Eu acho que recebi de cada fala e contribui com aquilo que sou e vivencio. Falei bastante, descobri que deveria me calar quando quis mais”. “Poderia ter participado muito mais, tive muitas faltas, no entanto em função de meu trabalho”. “Eu fui assídua, ha! Faltei duas vezes por motivos especiais, mas realizei as atividades propostas, partilhei minhas experiências e fiquei a vontade”.
  • 53. 53 DISCUSSÃO O grupo de maneira geral parece entender a importância da Educação Sexual no contexto escolar. Mesmo as pessoas que não consideraram a Educação Sexual como obrigação da escola, destacaram a importância da instituição neste campo. Os comentários dos participantes demonstram que no grupo, desde o início, existia um entendimento sobre a importância da interação família-escola na Educação Sexual. Percebe-se que de forma geral, no início do Grupo do Estudos, a maioria dos participantes apresentavam ideias erradas e/ou preconceitos a respeitos de temas relacionados a sexualidade. Sobre o tema masturbação, por exemplo, notamos uma associação entre esta prática e sentimento de culpa e vergonha. Os comentários dos participantes demonstram que a maioria teve uma educação sexual onde a prática da masturbação era vista como algo feio e proibido. A maioria dos participantes desaprovou o “ficar” entre os jovens e aprovou o sexo pré-conjugal. Ao analisarmos um dos comentários tomado como exemplo, percebemos que mesmo quem aprova o “ficar” impõe restrições a está prática: “[...] Eu acho que desde que o ‘ficar’ seja coisa tranqüila e não se estenda à intimidade, tudo bem”. Em relação à homossexualidade, a maioria dos participantes chegou com informações que não condizem com os conhecimentos produzidos pela ciência. Percebe-se nos comentários citados e em outros, o uso frequente do termo “opção sexual” e “escolha do indivíduo” ao invés de orientação sexual. Sobre a adoção de crianças por casais homossexuais, uma ideia bastante difundida, e que apareceu em vários comentários dos participantes, é em relação à suposta necessidade de uma figura masculina e outra feminina para o desenvolvimento sexual da criança. Alguns comentários parecem expressar certo receio de que uma criança adotada por um casal homossexual venha a se tornar uma pessoa homossexual. A maior parte do grupo se posicionou contraria a descriminalização do aborto. Nos dois exemplos citados, de pessoas que se posicionaram favoráveis à descriminalização do aborto, um participante parece ser favorável apenas em casos de gravidez decorrente de estupro. Se levarmos em consideração que no Brasil, o aborto sob tal circunstância já é
  • 54. 54 legalizado, a pessoa do exemplo citado na verdade não estaria se posicionando favorável a descriminalização do aborto, mas apenas dizendo que concorda com a atual legislação. Além disso, dentre as pessoas que se posicionaram contrarias a descriminalização do aborto percebemos a presença do discurso religioso em seus argumentos ou a culpabilização da mulher por uma gravidez não planejada. Os instrumentos de Avaliação Intermediária e Avaliação Final demonstram que houve mudanças de opiniões em relação a determinados aspectos dos GEES. Ocorreu um aumento no número de participantes que consideraram o Grupo de Estudos ótimo. Em relação ao GEES ter atendido as expectativas dos participantes, não houve mudança de opinião. Houve uma melhora na avaliação que os participantes fizeram dos estagiários ao término do Grupo de Estudos, sendo que em quase todos os aspectos investigados os estagiários receberam o conceito “Ótimo”. No último encontro, o grupo com um todo fez uma avaliação positiva acerca do GEES destacando suas contribuições para a prática profissional e vida pessoal dos participantes. Os participantes comentaram como o grupo foi importante para que revissem tabus e preconceitos e dessa forma, obterem um crescimento a nível profissional e pessoal. Nas palavras de uma participante do GEES: “Aqui eu evolui trinta anos em alguns meses”. Os resultados obtidos mostram a importância do processo de formação continuada para a prática profissional dos educadores. Percebe-se a importância de se criar espaços onde o educador possa refletir e repensar sua própria sexualidade e a sexualidade dos outros, conforme propõe Werebe (1998).
  • 55. 55 CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos, percebemos a importância da realização de trabalhos como o GEES ao possibilitar espaços de discussão e reflexão de temas relativos à sexualidade. Tendo em vista as mudanças relatadas pelos participantes em relação à maneira de enxergar a sexualidade e a Educação Sexual, acreditamos que o GEES ajudou a todos os participantes a se reeducarem sexualmente conforme propõe Bernardi (apud Figueiró, 2009).
  • 56. 56 CONSIDERAÇÕES FINAIS È necessários investir em trabalhos como o GEES a fim de se prepara profissionais para atuar como educadores sexuais. A formação de educadores sexuais deve se levar em conta não apenas a formação científica dos profissionais dos educadores mas tambem a formação pessoal. Dessa forma, a Educação Sexual por eles desenvolvidos irá contribuir não apenas para transmitir informações a respeitos da sexualidade mas, tambem, contribuir para a transformação social questionando diversas forma de preconceitos e descriminações existentes na sociedade atual.
  • 57. 57 REFERÊNCIAS BRASIL – Secretaria de Educação Fundamental (1998). Parâmentros Curriculares Nacionais: Pluraridade cultural e orientação sexual. , vol. 10. 2ª ed. Rio de janeiro: DP&A. FIGUEIRÓ, M. N. D. Educação Sexual no Dia a Dia – 1ª coletânea. Londrina: [s.n], 1999. ______. Educação Sexual: Fundamentos Básicos. In:______ (Org.). Homossexualidade e Educação Sexual: construindo o respeito a diversidade. Londrina: UEL, 2007. p. 26-68. ______. Educação Sexual: compromisso com a transformação social. In:______ Educação Sexual: retomando uma proposta um desafio. Londrina: Ed. UEL, 2001. p. 91-109. ______. A Educação Sexual presente nos relacionamentos cotidianos. In:______(Org.). Educação Sexual: Em busca de mudanças. Londrina: UEL, 2009. p. 63- 104. ______. Formação de Educadores Sexuais: adiar não é mais possível. Campinas: Mercardo das Letras, 2006; Londrina: Eduel, 2006. 328 p. NUNES, C.A. Desvendando a sexualidade. Campinas: Papirus, 2005. 7ed. 144p. RIBEIRO, P.R.M. A Institucionalização dos Saberes Acerca da Sexualidade Humana e da Educação Sexual no Brasil. In: FIGUEIRÓ, M.D (Org.). Educação Sexual: múltiplos temas, compromisso comum. Londrina: UEL, 2009. p. 129-140. WEREBE, M.J.G. Educação Sexual Intencional. In:______. Sexualidade, Política e Educação. Campinas: Autores Associados, 1998. p. 155-198.