SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  26
Concordânci
a verbal
IFSP 2013
Recomendações
 A regra geral da concordância verbal na
língua portuguesa é que o verbo ajuste-se ao
sujeito em pessoa e número.
 Entretanto, há uma série de casos em que a
aplicação dessa regra geral é dificultada
pela posição dos termos sintáticos na frase.
Há, também algumas exceções à regra, que
ocorrem em casos específicos e limitados. Por
isso, convém observar as recomendações
que seguem.
Sujeito simples
 Adiante, veremos os casos de
concordância verbal relacionados ao
sujeito simples, isto é, ao sujeito que possui
apenas um núcleo.
 Exemplo:
 Pedro arremessou a pedra. (sujeito
simples; núcleo: Pedro)
 Pedro e João arremessaram pedras.
(sujeito composto; núcleos: Pedro e João)
Nomes que só se usam no
plural
 Quando o sujeito da frase é um nome que só
se usa no plural, como nomes de localidade,
é importante verificar a presença do artigo.
 Se não há artigo, o verbo fica no singular,
porque se trata de um plural aparente.
 Se há artigo, o verbo vai para o número em
que está o artigo.
 Assim:
 Minas Gerais produz muito leite. / As Minas
Gerais produzem muito leite.
 Férias faz bem. / As férias fazem bem.
O sujeito da oração é o
pronome relativo que, ou
quem
 Quando o sujeito da oração é o pronome
relativo que, o verbo concorda com o
antecedente do pronome relativo, ou seja,
com a palavra a que o pronome relativo se
refere.
 Exemplos:
 Fui eu que falei. / Foste tu que falaste. / Foi o
menino que falou. / Fomos nós que falamos.
 Eu conheço o homem de barbas brancas e
cabelo liso que vendeu o apartamento.
 No caso de esse antecedente ser a expressão um
dos (ou uma das), o verbo pode ir para o singular
ou o plural. O primeiro caso destaca o sujeito do
grupo, enquanto o segundo destaca seu
pertencimento a esse grupo.
 Exemplos:
 A baronesa era uma das pessoas que mais
desconfiavam de nós.
 Foi um dos poucos de seu tempo que
reconheceu a originalidade e importância da
literatura brasileira.
 Quando o sujeito da oração é o
pronome relativo quem, o verbo
geralmente vai para o singular.
 Exemplos:
 Sou eu quem o diz.
 Não foi ele quem fez isso.
Orações que usam verbos como dar,
bater e soar indicando horas, sem
indicação de quem realiza a ação
 Quando há indicação de horas sem que
apareça quem realiza a ação de dar,
bater ou soar, o sujeito passa a ser o
número de horas indicado, com o qual o
verbo deverá concordar.
 Exemplo:
 Deu uma hora no relógio da torre. /
Deram duas horas no relógio da torre.
Orações que empregam
verbos com índice de
indeterminação do sujeito
 Quando o verbo vier acompanhado do
índice de indeterminação do sujeito -se,
ficará obrigatoriamente no singular.
 Exemplos:
 Precisa-se de digitadores. / Acredita-se em
seres extraterrestre. / Trabalha-se em lugares
poluídos. / Vive-se bem aqui.
 E como saber se o -se está sendo usando
como índice de indeterminação do sujeito?
 Basta observar se está ligado a um verbo
transitivo indireto.
 E o que é um verbo transitivo indireto?
 É um verbo que exige uma preposição para
se associar a seu objeto.
 Exemplo:
 Eu preciso de dinheiro. (Para associar-se a
dinheiro, o verbo precisar exige a preposição
de. Portanto, é verbo transitivo indireto)
 Eu quero dinheiro. (Para associar-se a
dinheiro, o verbo querer não exige
preposição. Portanto, é verbo transitivo
direto)
Orações que empregam
verbos com partícula
apassivadora
 Nas orações em que aparecem verbos com partícula
apassivadora, o sujeito da frase aparece geralmente
posposto (colocado depois do verbo). É preciso estar
atento a isso para aplicar a concordância conforme a
regra geral.
 Exemplos:
 Vende-se uma casa de veraneio. (O sujeito da frase é uma
casa de veraneio.)
 Vendem-se casas de veraneio. (O sujeito da frase é casas
de veraneio.)
 Em caso de dificuldade para identificar se a partícula –se
funciona como apassivadora, observar: a) se o verbo é
transitivo direto; b) se é possível passar a oração para a
voz passiva sem prejuízo de sentido (ex.: casas de veraneio
são vendidas).
Orações que empregam os
verbos haver e fazer como
impessoais
 O verbo haver (no sentido de existir, ou indicando
tempo transcorrido) e o verbo fazer (indicando
tempo transcorrido) são impessoais, isto é, não
possuem sujeito. Devem, portanto, ficar na
terceira pessoa do singular.
 Exemplos:
 Havia vários desejos em seu coração. / Fazia dez
anos que ele não vinha a São Paulo. / Deve haver
vários desejos em seu coração. / Vai fazer dez
anos que ele não vem a São Paulo.
 Os dois últimos exemplos citados mostram que,
quando um verbo auxiliar se junta a um verbo
impessoal, ele também fica no singular.
Orações que envolvem
predicativos do sujeito No caso de orações construídas com sujeito e
predicativo do sujeito (do tipo A é B), a concordância
não se faz obrigatoriamente com o sujeito. Ela pode ser
realizada com o predicativo nos seguintes casos:
 a) quando o sujeito for pronome interrogativo, como
quem ou que;
 b) quando o verbo de ligação indicar tempo, data ou
distância;
 c) quando o predicativo for constituído de pronome
pessoal ou nome de pessoa;
 d) quando o sujeito for pronome demonstrativo isto, isso,
aquilo, o, ou pronome indefinido tudo;
 e) quando forem utilizadas expressões como é muito, é
pouco ou é suficiente.
 Quem são as três testemunhas? (caso a)
 São doze horas. (caso b)
 Os funcionários mais aplicados somos nós. (caso
c)
 As minhas maiores aflições era Juliana. (caso c)
 Isso são ossos duros de roer. (caso d)
 Eram tudo falcatruas de profissional
incompetente. (caso d)
 Cem metros é muito. (caso e)
 Doze reais é pouco. (caso e)
Sujeito coletivo e expressões
partitivas
 Se o sujeito for um coletivo, o verbo
permanece sempre no singular.
 Exemplos:
 O povo queria eleições diretas.
 O exército se mobilizou.
 Se o sujeito for um coletivo do singular
seguido de um complemento no plural, o
verbo pode ir para o singular ou para o
plural.
 A série de notas fiscais está rasurada.
 Um grupo de notas fiscais estão rasuradas.
 Quando se trata de expressão partitiva
(parte de, uma porção de, o grosso de, o
resto de, metade de), o verbo pode ir
para o singular ou o plural.
 Exemplos:
 Estão surgindo uma porção de razões
contra mim.
 A maioria das pessoas não entende o
que você diz.
Oração tem sujeito formado por
expressão que denota quantidade
aproximada
 Quando o sujeito, indicador de quantidade
aproximada, é formado de um número plural
precedido das expressões cerca de, mais de,
menos de e similares, o verbo vai
normalmente para o plural.
 Exemplos:
 Cerca de vinte eram os companheiros de
classe.
 Menos de duzentas pessoas estavam no
comício.
O sujeito da oração é a
expressão “mais de um” ou
“mais de dois”
 Quando o sujeito da oração é formado pelas
expressões mais de um ou mais de dois, o verbo
concorda em número com o numeral dessas
expressões.
 Exemplo:
 Mais de um aluno faltou. / Mais de dois alunos
faltaram.
 Em dois casos, isso não acontece.
 Quando as expressões vierem repetidas, formando
sujeito composto, como em: Mais de um aluno e
mais de um professor fizeram greve.
 Quando o verbo indicar reciprocidade, como em:
Mais de um atleta cumprimentaram-se.
Oração tem como sujeito pronome
interrogativo ou indefinido plural,
seguido de de nós, de vós, dentre nós
ou dentre vós
 Quando o sujeito da oração é formado por expressão desse tipo,
e o pronome interrogativo ou indefinido está no singular, o verbo
permanece no singular, concordando com o pronome em pessoa
e número.
 Exemplo:
 Qual de nós vai ser a Rainha?
 Nenhum de nós chegará aos cem anos.
 Quando o sujeito da oração é formado por expressão desse tipo e
o pronome interrogativo ou indefinido está no plural, o verbo pode
ficar na terceira pessoa do plural ou concordar em pessoa com o
pronome.
 Exemplos:
 Quais de vós virão conosco?
 Quais de vós vireis conosco?
 Quantos de nós chegarão aos cem anos?
 Quantos de nós chegaremos aos cem anos?
Sujeito composto
 O sujeito é composto quando possui mais
de um núcleo.
 Exemplo:
 Luís, Maria e José foram à feira.
 (núcleos: Luís, Maria e José)
 Quando o sujeito é composto, o verbo deve
ir para o plural.
 Entretanto, quando o sujeito composto vem
depois do verbo, a concordância poderá ser
feita com o núcleo mais próximo. A isso
denomina-se concordância atrativa.
 Exemplos:
 O mapa e o dicionário chegaram. (correto)
 *O mapa e o dicionário chegou. (incorreto)
 Chegaram o mapa e o dicionário. (correto)
 Chegou o mapa e o dicionário (correto).
 Apenas em três casos o sujeito composto
anteposto ao verbo admite concordância no
singular: a) quando é composto de dois núcleos
sinônimos ou quase sinônimos; b) quando é
composto de núcleos que são dispostos em
gradação; c) quando é composto por núcleos
que são verbos no infinitivo.
 Exemplos:
 O rancor e o ódio deixou-o transtornado. (caso a)
 Uma indignação, uma raiva profunda, um ódio
sem reservas apossou-se dele. (caso b)
 Trabalhar e estudar fazia dele um homem feliz.
(caso c)
Sujeito composto resumido
por pronome indefinido
 Quando o sujeito composto vier resumido por
palavras como tudo, nada, ninguém etc., a
concordância do verbo deverá ser feita
obrigatoriamente com a palavra resumida.
 Exemplos:
 Alunos, mestre, diretores, ninguém falou.
 A casa, os móveis, a roupa, tudo estava fora
do lugar.
 Alunos, mestres, funcionários, todos foram ao
casamento.
Sujeito composto formado de
pessoas diferentes
 Quando o sujeito composto é formado por pessoas
diferentes, a concordância segue a seguinte regra:
a) se a primeira pessoa está presente, o verbo vai
para a primeira pessoa do plural; b) se a primeira
pessoa não está presente, o verbo pode ir para a
segunda ou terceira pessoa. (Para o Português
Brasileiro, é mais recomendável uso da terceira
pessoa)
 Exemplos:
 Eu, tu e ele resolvemos o exercício. (caso a)
 O professor, tu e eu saímos apressados. (caso a)
 Tu e teu professor chegastes cedo. (caso b)
 Tu e teu professor chegaram cedo. (caso b)
Sujeito com núcleos ligados
pela conjunção ou, ou nem
 Quando os núcleos do sujeito aparecem ligados pela
conjunção ou, ou nem, há duas possibilidades: a) caso a
ideia envolvida seja a de exclusão, o verbo irá para o
singular; b) caso a ideia envolvida não seja a de exclusão,
o verbo irá para o plural.
 Exemplos:
 Roma ou Viena será a sede das próximas Olimpíadas.
(uma alternativa exclui a outra)
 Nem João nem Raul será nomeado presidente. (uma
alternativa exclui a outra)
 Roma ou Viena são excelentes locais para as próximas
Olimpíadas. (uma alternativa não exclui a outra)
 Nem ar nem água corrente possuem suspiro igual. (uma
alternativa não exclui a outra)
Referências
 CUNHA, C. Gramática da Língua Portuguesa.
6ª edição. Rio de Janeiro: FENAME, 1980.
 MEDEIROS, J. B. Português Instrumental: para
cursos de contabilidade, economia e
administração. 5ª edição. São Paulo: Atlas,
2005.
 NICOLA, J. TERRA, E. Português de olho no
mundo do trabalho: volume único. São Paulo:
Scipione, 2004.

Contenu connexe

Tendances (20)

Ortografia – Uso De G
Ortografia – Uso De GOrtografia – Uso De G
Ortografia – Uso De G
 
DÍGRAFOS E ENCONTROS CONSONANTAIS
DÍGRAFOS E ENCONTROS CONSONANTAISDÍGRAFOS E ENCONTROS CONSONANTAIS
DÍGRAFOS E ENCONTROS CONSONANTAIS
 
Colocação pronominal
Colocação pronominal Colocação pronominal
Colocação pronominal
 
7.7 preposições
7.7   preposições7.7   preposições
7.7 preposições
 
Oracoes coordenadas
Oracoes coordenadasOracoes coordenadas
Oracoes coordenadas
 
Concordancia verbal[1]
Concordancia verbal[1]Concordancia verbal[1]
Concordancia verbal[1]
 
Morfologia - Pronome
Morfologia - PronomeMorfologia - Pronome
Morfologia - Pronome
 
A preposição
A preposiçãoA preposição
A preposição
 
Oracao subordinada adverbial
Oracao subordinada adverbialOracao subordinada adverbial
Oracao subordinada adverbial
 
Colocação Pronominal
Colocação PronominalColocação Pronominal
Colocação Pronominal
 
Colocação pronominal
Colocação pronominalColocação pronominal
Colocação pronominal
 
Power point acordo ortográfico
Power point acordo ortográficoPower point acordo ortográfico
Power point acordo ortográfico
 
Flexão do advérbio
Flexão do advérbioFlexão do advérbio
Flexão do advérbio
 
Aula sobre pronomes
Aula sobre pronomesAula sobre pronomes
Aula sobre pronomes
 
Língua Portuguesa - Sujeitos
Língua Portuguesa - SujeitosLíngua Portuguesa - Sujeitos
Língua Portuguesa - Sujeitos
 
Classes de palavras (13.06.2013)
Classes de palavras (13.06.2013)Classes de palavras (13.06.2013)
Classes de palavras (13.06.2013)
 
Pronomes
Pronomes Pronomes
Pronomes
 
Classes Gramaticais - Advérbios
Classes Gramaticais - AdvérbiosClasses Gramaticais - Advérbios
Classes Gramaticais - Advérbios
 
Colocação pronominal
Colocação pronominalColocação pronominal
Colocação pronominal
 
Preposicao[1]
Preposicao[1]Preposicao[1]
Preposicao[1]
 

Similaire à Concordância verbal

8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)
8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)
8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)Marcos Emídio
 
Concordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; Crase
Concordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; CraseConcordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; Crase
Concordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; CraseLidiane Rodrigues
 
Concordância Verbal
Concordância VerbalConcordância Verbal
Concordância VerbalBlog Estudo
 
[02 11 07] ConcordâNcia Verbal RegêNcia Crase
[02 11 07] ConcordâNcia Verbal   RegêNcia   Crase[02 11 07] ConcordâNcia Verbal   RegêNcia   Crase
[02 11 07] ConcordâNcia Verbal RegêNcia CraseFernando Vieira
 
Concordância verbal ii
Concordância verbal iiConcordância verbal ii
Concordância verbal iiNádia França
 
Concordância Verbal e Nominal
Concordância Verbal e NominalConcordância Verbal e Nominal
Concordância Verbal e NominalDaniele Silva
 
02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.ppt
02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.ppt02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.ppt
02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.pptGil Guimarães
 
Concordancia verbal e nominal
Concordancia verbal e nominalConcordancia verbal e nominal
Concordancia verbal e nominalRebeca Kaus
 
Concordância verbal i
Concordância verbal iConcordância verbal i
Concordância verbal iNádia França
 
Concordância verbal simples e composto - ppt
Concordância verbal   simples e composto - pptConcordância verbal   simples e composto - ppt
Concordância verbal simples e composto - pptVilmar Vilaça
 
Concordancia%20verbal[1]
Concordancia%20verbal[1]Concordancia%20verbal[1]
Concordancia%20verbal[1]Sadrak Silva
 

Similaire à Concordância verbal (20)

8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)
8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)
8ª Série - ConcordâNcia Verbal (Material Complementar)
 
Concordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; Crase
Concordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; CraseConcordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; Crase
Concordância Verbal; Regência Verbal e Nominal; Crase
 
Concordância Verbal
Concordância VerbalConcordância Verbal
Concordância Verbal
 
[02 11 07] ConcordâNcia Verbal RegêNcia Crase
[02 11 07] ConcordâNcia Verbal   RegêNcia   Crase[02 11 07] ConcordâNcia Verbal   RegêNcia   Crase
[02 11 07] ConcordâNcia Verbal RegêNcia Crase
 
Verbos
VerbosVerbos
Verbos
 
Concordancia verbal
Concordancia verbalConcordancia verbal
Concordancia verbal
 
Concordância verbal ii
Concordância verbal iiConcordância verbal ii
Concordância verbal ii
 
Concordância Verbal
Concordância VerbalConcordância Verbal
Concordância Verbal
 
Concordância Verbal e Nominal
Concordância Verbal e NominalConcordância Verbal e Nominal
Concordância Verbal e Nominal
 
1 concordância verbal
1   concordância verbal1   concordância verbal
1 concordância verbal
 
02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.ppt
02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.ppt02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.ppt
02-11-07-concordncia-verbal-regncia-crase-1198038839748798-4.ppt
 
Concordancia verbal e nominal
Concordancia verbal e nominalConcordancia verbal e nominal
Concordancia verbal e nominal
 
Concordância
ConcordânciaConcordância
Concordância
 
Concordância
ConcordânciaConcordância
Concordância
 
Concordância verbal i
Concordância verbal iConcordância verbal i
Concordância verbal i
 
Concordância verbal simples e composto - ppt
Concordância verbal   simples e composto - pptConcordância verbal   simples e composto - ppt
Concordância verbal simples e composto - ppt
 
Concordância Verbal
Concordância VerbalConcordância Verbal
Concordância Verbal
 
Concordancia%20verbal[1]
Concordancia%20verbal[1]Concordancia%20verbal[1]
Concordancia%20verbal[1]
 
Concordância verbal
Concordância verbalConcordância verbal
Concordância verbal
 
CONCORDÂNCIA VERBAL
CONCORDÂNCIA VERBALCONCORDÂNCIA VERBAL
CONCORDÂNCIA VERBAL
 

Plus de Don Veneziani

Martins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiroMartins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiroDon Veneziani
 
Goncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca PiramaGoncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca PiramaDon Veneziani
 
Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de GuimaraensAlphonsus de Guimaraens
Alphonsus de GuimaraensDon Veneziani
 
Simbolismo no brasil
Simbolismo no brasilSimbolismo no brasil
Simbolismo no brasilDon Veneziani
 
Simbolismo e Baudelaire
Simbolismo e BaudelaireSimbolismo e Baudelaire
Simbolismo e BaudelaireDon Veneziani
 
A delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de cançõesA delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de cançõesDon Veneziani
 
Articuladores coesivos
Articuladores coesivosArticuladores coesivos
Articuladores coesivosDon Veneziani
 
Principais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemPrincipais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemDon Veneziani
 
Tópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafosTópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafosDon Veneziani
 

Plus de Don Veneziani (20)

Martins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiroMartins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiro
 
Goncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca PiramaGoncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca Pirama
 
Alvares de azevedo
Alvares de azevedoAlvares de azevedo
Alvares de azevedo
 
Visconde de Taunay
Visconde de TaunayVisconde de Taunay
Visconde de Taunay
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Castro Alves
Castro AlvesCastro Alves
Castro Alves
 
Cruz e Sousa
Cruz e SousaCruz e Sousa
Cruz e Sousa
 
Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de GuimaraensAlphonsus de Guimaraens
Alphonsus de Guimaraens
 
Augusto dos Anjos
Augusto dos AnjosAugusto dos Anjos
Augusto dos Anjos
 
Pedro Kilkerry
Pedro KilkerryPedro Kilkerry
Pedro Kilkerry
 
Simbolismo no brasil
Simbolismo no brasilSimbolismo no brasil
Simbolismo no brasil
 
Simbolismo e Baudelaire
Simbolismo e BaudelaireSimbolismo e Baudelaire
Simbolismo e Baudelaire
 
A delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de cançõesA delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de canções
 
Xvi enapol alterado
Xvi enapol   alteradoXvi enapol   alterado
Xvi enapol alterado
 
Articuladores coesivos
Articuladores coesivosArticuladores coesivos
Articuladores coesivos
 
Principais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemPrincipais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagem
 
Tópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafosTópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafos
 
O parágrafo
O parágrafoO parágrafo
O parágrafo
 
Correio eletrônico
Correio eletrônicoCorreio eletrônico
Correio eletrônico
 
Internet explorer
Internet explorerInternet explorer
Internet explorer
 

Concordância verbal

  • 2. Recomendações  A regra geral da concordância verbal na língua portuguesa é que o verbo ajuste-se ao sujeito em pessoa e número.  Entretanto, há uma série de casos em que a aplicação dessa regra geral é dificultada pela posição dos termos sintáticos na frase. Há, também algumas exceções à regra, que ocorrem em casos específicos e limitados. Por isso, convém observar as recomendações que seguem.
  • 3. Sujeito simples  Adiante, veremos os casos de concordância verbal relacionados ao sujeito simples, isto é, ao sujeito que possui apenas um núcleo.  Exemplo:  Pedro arremessou a pedra. (sujeito simples; núcleo: Pedro)  Pedro e João arremessaram pedras. (sujeito composto; núcleos: Pedro e João)
  • 4. Nomes que só se usam no plural  Quando o sujeito da frase é um nome que só se usa no plural, como nomes de localidade, é importante verificar a presença do artigo.  Se não há artigo, o verbo fica no singular, porque se trata de um plural aparente.  Se há artigo, o verbo vai para o número em que está o artigo.  Assim:  Minas Gerais produz muito leite. / As Minas Gerais produzem muito leite.  Férias faz bem. / As férias fazem bem.
  • 5. O sujeito da oração é o pronome relativo que, ou quem  Quando o sujeito da oração é o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome relativo, ou seja, com a palavra a que o pronome relativo se refere.  Exemplos:  Fui eu que falei. / Foste tu que falaste. / Foi o menino que falou. / Fomos nós que falamos.  Eu conheço o homem de barbas brancas e cabelo liso que vendeu o apartamento.
  • 6.  No caso de esse antecedente ser a expressão um dos (ou uma das), o verbo pode ir para o singular ou o plural. O primeiro caso destaca o sujeito do grupo, enquanto o segundo destaca seu pertencimento a esse grupo.  Exemplos:  A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós.  Foi um dos poucos de seu tempo que reconheceu a originalidade e importância da literatura brasileira.
  • 7.  Quando o sujeito da oração é o pronome relativo quem, o verbo geralmente vai para o singular.  Exemplos:  Sou eu quem o diz.  Não foi ele quem fez isso.
  • 8. Orações que usam verbos como dar, bater e soar indicando horas, sem indicação de quem realiza a ação  Quando há indicação de horas sem que apareça quem realiza a ação de dar, bater ou soar, o sujeito passa a ser o número de horas indicado, com o qual o verbo deverá concordar.  Exemplo:  Deu uma hora no relógio da torre. / Deram duas horas no relógio da torre.
  • 9. Orações que empregam verbos com índice de indeterminação do sujeito  Quando o verbo vier acompanhado do índice de indeterminação do sujeito -se, ficará obrigatoriamente no singular.  Exemplos:  Precisa-se de digitadores. / Acredita-se em seres extraterrestre. / Trabalha-se em lugares poluídos. / Vive-se bem aqui.  E como saber se o -se está sendo usando como índice de indeterminação do sujeito?  Basta observar se está ligado a um verbo transitivo indireto.
  • 10.  E o que é um verbo transitivo indireto?  É um verbo que exige uma preposição para se associar a seu objeto.  Exemplo:  Eu preciso de dinheiro. (Para associar-se a dinheiro, o verbo precisar exige a preposição de. Portanto, é verbo transitivo indireto)  Eu quero dinheiro. (Para associar-se a dinheiro, o verbo querer não exige preposição. Portanto, é verbo transitivo direto)
  • 11. Orações que empregam verbos com partícula apassivadora  Nas orações em que aparecem verbos com partícula apassivadora, o sujeito da frase aparece geralmente posposto (colocado depois do verbo). É preciso estar atento a isso para aplicar a concordância conforme a regra geral.  Exemplos:  Vende-se uma casa de veraneio. (O sujeito da frase é uma casa de veraneio.)  Vendem-se casas de veraneio. (O sujeito da frase é casas de veraneio.)  Em caso de dificuldade para identificar se a partícula –se funciona como apassivadora, observar: a) se o verbo é transitivo direto; b) se é possível passar a oração para a voz passiva sem prejuízo de sentido (ex.: casas de veraneio são vendidas).
  • 12. Orações que empregam os verbos haver e fazer como impessoais  O verbo haver (no sentido de existir, ou indicando tempo transcorrido) e o verbo fazer (indicando tempo transcorrido) são impessoais, isto é, não possuem sujeito. Devem, portanto, ficar na terceira pessoa do singular.  Exemplos:  Havia vários desejos em seu coração. / Fazia dez anos que ele não vinha a São Paulo. / Deve haver vários desejos em seu coração. / Vai fazer dez anos que ele não vem a São Paulo.  Os dois últimos exemplos citados mostram que, quando um verbo auxiliar se junta a um verbo impessoal, ele também fica no singular.
  • 13. Orações que envolvem predicativos do sujeito No caso de orações construídas com sujeito e predicativo do sujeito (do tipo A é B), a concordância não se faz obrigatoriamente com o sujeito. Ela pode ser realizada com o predicativo nos seguintes casos:  a) quando o sujeito for pronome interrogativo, como quem ou que;  b) quando o verbo de ligação indicar tempo, data ou distância;  c) quando o predicativo for constituído de pronome pessoal ou nome de pessoa;  d) quando o sujeito for pronome demonstrativo isto, isso, aquilo, o, ou pronome indefinido tudo;  e) quando forem utilizadas expressões como é muito, é pouco ou é suficiente.
  • 14.  Quem são as três testemunhas? (caso a)  São doze horas. (caso b)  Os funcionários mais aplicados somos nós. (caso c)  As minhas maiores aflições era Juliana. (caso c)  Isso são ossos duros de roer. (caso d)  Eram tudo falcatruas de profissional incompetente. (caso d)  Cem metros é muito. (caso e)  Doze reais é pouco. (caso e)
  • 15. Sujeito coletivo e expressões partitivas  Se o sujeito for um coletivo, o verbo permanece sempre no singular.  Exemplos:  O povo queria eleições diretas.  O exército se mobilizou.  Se o sujeito for um coletivo do singular seguido de um complemento no plural, o verbo pode ir para o singular ou para o plural.  A série de notas fiscais está rasurada.  Um grupo de notas fiscais estão rasuradas.
  • 16.  Quando se trata de expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, o resto de, metade de), o verbo pode ir para o singular ou o plural.  Exemplos:  Estão surgindo uma porção de razões contra mim.  A maioria das pessoas não entende o que você diz.
  • 17. Oração tem sujeito formado por expressão que denota quantidade aproximada  Quando o sujeito, indicador de quantidade aproximada, é formado de um número plural precedido das expressões cerca de, mais de, menos de e similares, o verbo vai normalmente para o plural.  Exemplos:  Cerca de vinte eram os companheiros de classe.  Menos de duzentas pessoas estavam no comício.
  • 18. O sujeito da oração é a expressão “mais de um” ou “mais de dois”  Quando o sujeito da oração é formado pelas expressões mais de um ou mais de dois, o verbo concorda em número com o numeral dessas expressões.  Exemplo:  Mais de um aluno faltou. / Mais de dois alunos faltaram.  Em dois casos, isso não acontece.  Quando as expressões vierem repetidas, formando sujeito composto, como em: Mais de um aluno e mais de um professor fizeram greve.  Quando o verbo indicar reciprocidade, como em: Mais de um atleta cumprimentaram-se.
  • 19. Oração tem como sujeito pronome interrogativo ou indefinido plural, seguido de de nós, de vós, dentre nós ou dentre vós  Quando o sujeito da oração é formado por expressão desse tipo, e o pronome interrogativo ou indefinido está no singular, o verbo permanece no singular, concordando com o pronome em pessoa e número.  Exemplo:  Qual de nós vai ser a Rainha?  Nenhum de nós chegará aos cem anos.  Quando o sujeito da oração é formado por expressão desse tipo e o pronome interrogativo ou indefinido está no plural, o verbo pode ficar na terceira pessoa do plural ou concordar em pessoa com o pronome.  Exemplos:  Quais de vós virão conosco?  Quais de vós vireis conosco?  Quantos de nós chegarão aos cem anos?  Quantos de nós chegaremos aos cem anos?
  • 20. Sujeito composto  O sujeito é composto quando possui mais de um núcleo.  Exemplo:  Luís, Maria e José foram à feira.  (núcleos: Luís, Maria e José)
  • 21.  Quando o sujeito é composto, o verbo deve ir para o plural.  Entretanto, quando o sujeito composto vem depois do verbo, a concordância poderá ser feita com o núcleo mais próximo. A isso denomina-se concordância atrativa.  Exemplos:  O mapa e o dicionário chegaram. (correto)  *O mapa e o dicionário chegou. (incorreto)  Chegaram o mapa e o dicionário. (correto)  Chegou o mapa e o dicionário (correto).
  • 22.  Apenas em três casos o sujeito composto anteposto ao verbo admite concordância no singular: a) quando é composto de dois núcleos sinônimos ou quase sinônimos; b) quando é composto de núcleos que são dispostos em gradação; c) quando é composto por núcleos que são verbos no infinitivo.  Exemplos:  O rancor e o ódio deixou-o transtornado. (caso a)  Uma indignação, uma raiva profunda, um ódio sem reservas apossou-se dele. (caso b)  Trabalhar e estudar fazia dele um homem feliz. (caso c)
  • 23. Sujeito composto resumido por pronome indefinido  Quando o sujeito composto vier resumido por palavras como tudo, nada, ninguém etc., a concordância do verbo deverá ser feita obrigatoriamente com a palavra resumida.  Exemplos:  Alunos, mestre, diretores, ninguém falou.  A casa, os móveis, a roupa, tudo estava fora do lugar.  Alunos, mestres, funcionários, todos foram ao casamento.
  • 24. Sujeito composto formado de pessoas diferentes  Quando o sujeito composto é formado por pessoas diferentes, a concordância segue a seguinte regra: a) se a primeira pessoa está presente, o verbo vai para a primeira pessoa do plural; b) se a primeira pessoa não está presente, o verbo pode ir para a segunda ou terceira pessoa. (Para o Português Brasileiro, é mais recomendável uso da terceira pessoa)  Exemplos:  Eu, tu e ele resolvemos o exercício. (caso a)  O professor, tu e eu saímos apressados. (caso a)  Tu e teu professor chegastes cedo. (caso b)  Tu e teu professor chegaram cedo. (caso b)
  • 25. Sujeito com núcleos ligados pela conjunção ou, ou nem  Quando os núcleos do sujeito aparecem ligados pela conjunção ou, ou nem, há duas possibilidades: a) caso a ideia envolvida seja a de exclusão, o verbo irá para o singular; b) caso a ideia envolvida não seja a de exclusão, o verbo irá para o plural.  Exemplos:  Roma ou Viena será a sede das próximas Olimpíadas. (uma alternativa exclui a outra)  Nem João nem Raul será nomeado presidente. (uma alternativa exclui a outra)  Roma ou Viena são excelentes locais para as próximas Olimpíadas. (uma alternativa não exclui a outra)  Nem ar nem água corrente possuem suspiro igual. (uma alternativa não exclui a outra)
  • 26. Referências  CUNHA, C. Gramática da Língua Portuguesa. 6ª edição. Rio de Janeiro: FENAME, 1980.  MEDEIROS, J. B. Português Instrumental: para cursos de contabilidade, economia e administração. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2005.  NICOLA, J. TERRA, E. Português de olho no mundo do trabalho: volume único. São Paulo: Scipione, 2004.