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            A NTES D A TE M PEST A DE




     O rapaz colocou o athame sobre suas mãos espalmadas, posicionadas
à frente do tronco, mantendo a simetria com os cotovelos para os lados.
Cerrou os olhos e passou a expirar e inspirar com mais tranquilidade, co-
locou os pés para dentro, próximos à virilha, e os joelhos apontados para
fora da postura, e se concentrou. Primeiro limpou a mente de qualquer
pensamento possível, depois canalizou a energia que sentia nascer em si,
originando do estômago, queimando de dentro para fora e subindo pelo
peito num nível que o levava ao êxtase. Seus sentidos se desprendiam
das coisas materiais, o efeito tomava novas formas no processo e ia além,
arrebatando essências pessoais, até alcançar o estado mórbido que o fazia
perder por alguns segundos a consciência da própria existência. Então, o
athame reluziu seu ectoplasma vermelho, conectando-o àquele mundo e
este com a lâmina, permitindo-o alcançar a egrégora. A lâmina brilhava,
despejando rajadas escarlates para os quatro cantos da choça onde estava
acomodado. Assim que entrava em simetria energética com a arma, ele
precisava mantê-la por uma hora, oscilando para mais ou menos.
     Verne saiu exausto do cômodo que os lycans tinham levantado para
ele, perto da colina com arbustos e ribeirão. A chuva aumentava, atingindo
com força o lago onde se banhava. Ali, aproveitou para refletir. O processo
de alinhamento ectoplasmático ainda o cansava, mas não como antes. Não
como há muitas semanas atrás, em Paradizo, no seu quarto do Orfanato
Chantal. O treinamento forçado com Elói, ainda que rápido, parecia trazer
resultados mais efetivos naquele momento, ele conseguia notar isso. Uma
leve sensação de alívio e satisfação lhe banhava a alma.
     “Pling-ding.” O rapaz reconheceu o som de imediato.
     – Isis? – perguntou, sem avistar ninguém. – Você está aí?

                                   252
– Oh! – respondeu ele, ou ela. O dedilhar foi interrompido. – Sim,
Verne!
     O bardo andrógino estava sentado numa pedra que interferia no trajeto
do ribeirinho até o lago, segurando a harpa. Seus cabelos loiros e pálidos
estavam encharcados, colados em sua face delicada. Os olhos índigos se
apertavam pelo incômodo da chuva sobre o rosto. A camisa cândida e a
calça violeta, sempre limpas, agora estavam molhadas, com uma projeção
de barro subindo pelas botas brancas.
      – Desculpe-me, não tive a intenção. – cantou Isis. – Estava eu aqui,
refletindo na natureza, vendo Solux desaparecer atrás das nuvens tempes-
tuosas. Mas a chuva me acalma e me inspira.
     – Sem problemas, Isis. – disse Verne, enquanto se cobria com a toalha
que tinha trazido de seu mundo. – Está preparado para o que virá?
     – Sempre. Já cantei outras guerras, outras mortes. Tenho mais sangue
nessas solas do que barro. – Ele, ou ela, se levantou, caminhando até o
outro, desviando das poças na grama fofa e molhada como se fosse um
dançarino. – E, você, está preparado?
     Um trovão soou distante.
     – Acho que não. Mas estou disposto.
     – Isso é um começo. – sorriu tranquilo.
     – Gostaria de ter esse seu espírito calmo, Isis. – Verne vestia uma bata
limpa dentro da choça, assistido pelo andrógino da entrada.
     – Ainda bem que não tem. Você precisará do espírito guerreiro na
hora da batalha. – De repente, a tranquilidade do bardo se esvaiu, dando
lugar a uma expressão tensa, meio triste. – E terá de sujar as mãos... – sua
voz quase sumindo.
     – Isis tem razão. – zuniu Lupita, inesperadamente. Molhada, suja e
cansada, estava ofegante, como se tivesse corrido até ali. – Agora preciso
de você.
     Verne recuperou sua mochila, prendeu o athame na cintura e, junto de
Lupita, que carregava Magma no colo, atravessou o caminho do ribeirinho
até o Coração da Floresta. A tempestade ameaçava no horizonte. Durante
o trajeto, ele viu destacamentos de soldados-lobo se preparando sobre a
relva, tomando suas posições. Em sua maioria, machos, alguns jovens e
poucas fêmeas. A lycan lhe revelou que naquela região estavam presentes
mais de trezentos guerreiros, prontos para o combate. Os demais haviam
se espalhado para outras direções do Arvoredo Lycan. As ocas agora jaziam
vazias, não havia mais o som dos filhotes brincando, da cantoria e alegria
do povo da floresta, nem do porcellus estalando sobre o fogo. Somente o

                                    253
rosnar dos lycantropos e o barulho empapuçado de suas caminhadas na
grama atacada pela chuva incessante.
     – Vai soar meio óbvio, – disse Verne, enquanto seguia a lycan por uma
planície nua e castanha abaixo. – mas você me parece mais tensa do que
todos nós juntos!
     – É a chuva. – Lupita deixou seu olhar se perder por alguns instantes.
– Esse clima nublado, o céu encoberto completamente...
     – O lamaçal vai prejudicá-los? – Ele escorregou num trecho da descida,
arranhando cotovelo e coxa, mas ela o segurou antes que o rapaz estatelasse
onde não devia.
     – Não. Nosso problema não é a água, é Nyx. – Verne não compreen-
deu, então a lycan continuou: – A Senhora da Noite tem influência direta
sobre os lycantropos. Quando transformados, a luz de Nyx triplica a nossa
força. Teríamos vantagem se o céu estivesse limpo. – Ela empurrou uma
grande folha de pinheiropreto que lhes atrapalhava e então seguiu por um
caminho apertado, com pedregulhos fazendo vez de estrada, machucando
seus pés. – Com essa chuva, não teremos influência nenhuma. Justo agora,
que mais precisamos!
     – Mas foi Raul quem deu o Uivo de Guerra em resposta aos gnolls.
Ele poderia ter avaliado o clima, esperado um tempo melhor para guerrear.
     – Era a intenção. – Lupita revelou. – Mas Hoärr é esperto, um grande
estrategista. Enviou dezenas de assassinos para matar nosso líder durante
esses dias que você esteve viajando. Com isso, o canalha sabia que Raul
reagiria logo. E... Bem, foi o que aconteceu.
     Verne praguejou. Realmente os lycans estavam sem sorte. Além da
desvantagem numérica, a chuva. Uma péssima sensação devorava seu
coração de dentro para fora.
     – E o Violador?
     – Está protegido por dois guardas do Líder da Tribo de Sangue. Rufus
e Rico também defendem sua teoria da conspiração de Juan com os gnolls.
Então, concordaram em mantê-lo distante do campo de batalha.
     – Já é algo. – Ele queria respirar aliviado, mas sabia que era tarde
demais para isso e para qualquer outro tipo de boa sensação. – Afinal, para
onde estamos indo, Lupi?
     – O esconderijo.
     O casal chegou até um descampado. O terreno formava um semicírculo
e findava num grande pedaço de montanha que subia até um precipício
repleto de árvores cobrindo o céu. Estavam muito abaixo do Coração, mais
abaixo ainda de toda a floresta. Mas era nos pés daquela montanha que se

                                   254
encontrava a entrada para o esconderijo: um buraco há muito escavado,
com largura para duas pessoas passarem por vez. O jovem Vipero olhou
atentamente para o túnel estofado de mantimentos e notou o quão profun-
do era, num sem fim de escuridão e terra, iluminado apenas por archotes
alocados de modo estratégico.
     Avistaram de través o sacerdote rústico. Zenon Arriola, o Líder da
Tribo Negra, gritava ordens para sua matilha responsável por aquele túnel,
enquanto fêmeas e seus filhotes se abrigavam em segurança no esconderijo.
     – Arriola deixará metade de seus soldados-lobo guarnecendo este lugar.
– disse Lupita. – E como você mesmo se dispôs, protegerá junto deles aqui.
     – Sim, eu o farei! – bradou o rapaz, tentando trazer a coragem de volta
para aquele cenário, enquanto apertava o punho contra o athame. Suaria
se a chuva não levasse seu suor embora. – Estou... preparado – revelou,
sem certeza.
     – Não está. Ninguém nunca está. – disse ela, triste.
     Trovejou, agora mais próximo.
     E de novo.
     Eles ouviram murmúrios familiares, que depois ganharam formas mais
claras. Buscando a origem das vozes, a dupla viu o xamã na presença do
Líder Lycan e outros dois Vrhovni Volkodlak ao seu lado.
     – Ih, o Senhor da Noite tem razão! – zuniu Ochoa para os líderes. Estava
sentado em posição de lótus sobre a terra úmida, vestindo seus andrajos de
sempre, segurando o cajado com tranquilidade. Talvez o único, dentre as
tribos, realmente tranquilo naquela situação. – O Coração da Floresta será
o foco de ataque do Líder Gnorr.
     – É o lugar mais protegido de todo o Arvoredo, xamã. – sussurrou
Paranhos Tercero, serenamente.
     – Matarei o maldito do Hoärr antes dele chegar até o nosso Coração!
– vociferou Raul, nitidamente aflito, quase a fera que viria a se tornar.
     – Ih, prestem atenção! – continuou o xamã, indiferente as reações dos
líderes. – O Arbac Apuhc não deve ser tocado. Deve se manter enterrado
junto do Tratado Verde até o fim desta guerra. Se perdermos, pelo menos
ele estará a salvo.
     – Não perderemos! – disse o Líder Lycan novamente, quase um uivo.
Verne ficou arrepiado.
     – O tesouro já foi enterrado pela matilha do Senhor da Noite, senhor
soberano. – disse Estevan Escobar, o Branco, respeitosamente. – Muito
bem enterrado, muito bem protegido, lhe asseguro.
     Ainda era o meio da tarde em Necrópolis, mas já escurecia no Arvo-
redo Lycan.

                                    255
– Ih, não é só isso! – disse Ochoa. – Vocês, qualquer um de vocês, só
deve usar o Arbac Apuhc em última instância. Esse tesouro é uma entidade
viva e saberá se for utilizado para fins escusos.
     – Não mexeremos nele, Ochoa! – rosnou Raul, já caminhando para
longe.
     – Ih! Em algum momento, talvez, seja necessário usá-lo. – sorriu. A
água da chuva demorava a descer por sua face, se perdendo entre as rugas.
– Mas esse momento ficará claro para o lycan certo, na hora certa.
     Paranhos e Estevan pediram a licença do Soberano das Grans e passa-
ram por ele, na direção do Coração da Floresta, bem acima. No caminho,
estavam Verne e Lupita.
     – Oh! – o Líder da Tribo de Prata se mostrou surpreso. – Não é este o
morto-que-voltou de que tanto nosso povo falou?
     – Sou Verne Vipero, da Terra. – afirmou. Postou-se de forma segura,
cabeça erguida, com um olhar feroz somente para o Líder Lycan. Sabia
que tinha de se impor perante ele.
     – Terrestre. – era o Líder da Tribo das Neves. – Torço para que não
morra novamente nesta guerra. – E o cumprimentou com um aceno res-
peitoso, partindo dali. Paranhos o seguiu.
     Raul permaneceu. Ambos se encaravam com seriedade. Sem perceber,
Lupita deu longos passos para trás, temerosa. Magma regougava baixinho
em seu colo.
     – Menino.
     – Raul Sanchez I.
     Tão logo falou, o rapaz retirou o athame da cintura com velocidade,
ajoelhou e enterrou a ponta da lâmina na terra fofa. Abaixou a cabeça e se
concentrou em silêncio, com os olhos fechados. O Líder Lycan e Lupita
ficaram curiosos, aguardando o próximo ato. Esperaram.
     As gotas da forte chuva começaram a diminuir quando se aproxima-
ram do corpo de Verne, diluindo no ar milímetros antes de tocarem sua
bata. Uma fina energia vermelha começava a envolvê-lo, deixando os dois
lycans com a pele formigando pela proximidade. Lupita quase interveio,
esperando uma má reação. Ele se levantou, abriu os olhos escarlate pelo
ectoplasma ativo e deixou o Líder da Tribo da Garra sentir o calor de seu
poder, agora sob controle. Ou quase.
     Então, o rapaz guardou o athame de volta na corda da cintura e sua
energia cessou, até dissipar-se gradualmente. A lycan respirou com alívio,
e Magma saltou do colo dela, correndo empolgado até os pés de seu dono.
     Raul sorriu. Era a primeira vez que ele via aquilo.

                                   256
– Eu, o morto-que-voltou, humano da Terra, lutarei a sua guerra. Ao
lado do seu povo. Não tente me impedir. – murmurou Verne com seriedade.
     – Você ainda é fraco, ainda é um menino e ainda é um terrestre. –
rosnou o Líder Lycan, ao coçar o farto bigode. – Mas tem coragem, tem
vontade e uma faca brilhante. Isso eu respeito. – Colocou sua enorme mão
sobre o ombro do rapaz e o apertou. – Mas, Verne Vipero, no campo de
batalha, lute como um lycan. Deixe a besta florescer em você, não perdoe
seus inimigos. Eles não o perdoarão.
     Verne assentiu. Postou sua mão sobre a de Raul, também com respeito,
e disse:
     – Sou o seu soldado!
     O Líder Lycan se mostrou satisfeito, retomou a subida até o Coração
junto dos outros líderes e, sem olhar para trás, ordenou:
     – Lupita, lembre-se de, após essa guerra, e independente dos resultados
dela, dar ao menino o título de Lycan-Honorário. Depois de tudo, gostaria
de tê-lo como um membro do povo da floresta. – E sumiu ladeira acima.
     Verne ficou ali, parecendo meio abobado. Mas obteve sua primeira
vitória. Conseguiu o respeito de Raul, o irredutível. A lycan se reaproximou,
com aquele sorriso triste.
     – Que honra, hein? – ela disse.
     Trovejou bem ali, assustando os filhotes de dentro do túnel.
     – Darei o meu melhor, Lupi. Eu prometo.
     Lupita o beijou. Seus lábios estavam quentes, mesmo na chuva fria.
Transmitindo sua paixão para a alma do novo guerreiro. Inevitavelmente,
Verne se sentiu revigorado. Nunca estaria pronto para a guerra, mas estaria
presente nesta, e faria o que achava certo.
     Ela depois o encarou profundamente, seus olhos enterrados no dele,
chorosa.
     – Espero que essa não seja a última vez que fazemos isso.
     As nuvens sufocaram os céus. O dia se tornou noite. A chuva deu lugar
à tempestade.
     E junto da tempestade, a guerra chegou.




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Np2 cap36

  • 1. .36. A NTES D A TE M PEST A DE O rapaz colocou o athame sobre suas mãos espalmadas, posicionadas à frente do tronco, mantendo a simetria com os cotovelos para os lados. Cerrou os olhos e passou a expirar e inspirar com mais tranquilidade, co- locou os pés para dentro, próximos à virilha, e os joelhos apontados para fora da postura, e se concentrou. Primeiro limpou a mente de qualquer pensamento possível, depois canalizou a energia que sentia nascer em si, originando do estômago, queimando de dentro para fora e subindo pelo peito num nível que o levava ao êxtase. Seus sentidos se desprendiam das coisas materiais, o efeito tomava novas formas no processo e ia além, arrebatando essências pessoais, até alcançar o estado mórbido que o fazia perder por alguns segundos a consciência da própria existência. Então, o athame reluziu seu ectoplasma vermelho, conectando-o àquele mundo e este com a lâmina, permitindo-o alcançar a egrégora. A lâmina brilhava, despejando rajadas escarlates para os quatro cantos da choça onde estava acomodado. Assim que entrava em simetria energética com a arma, ele precisava mantê-la por uma hora, oscilando para mais ou menos. Verne saiu exausto do cômodo que os lycans tinham levantado para ele, perto da colina com arbustos e ribeirão. A chuva aumentava, atingindo com força o lago onde se banhava. Ali, aproveitou para refletir. O processo de alinhamento ectoplasmático ainda o cansava, mas não como antes. Não como há muitas semanas atrás, em Paradizo, no seu quarto do Orfanato Chantal. O treinamento forçado com Elói, ainda que rápido, parecia trazer resultados mais efetivos naquele momento, ele conseguia notar isso. Uma leve sensação de alívio e satisfação lhe banhava a alma. “Pling-ding.” O rapaz reconheceu o som de imediato. – Isis? – perguntou, sem avistar ninguém. – Você está aí? 252
  • 2. – Oh! – respondeu ele, ou ela. O dedilhar foi interrompido. – Sim, Verne! O bardo andrógino estava sentado numa pedra que interferia no trajeto do ribeirinho até o lago, segurando a harpa. Seus cabelos loiros e pálidos estavam encharcados, colados em sua face delicada. Os olhos índigos se apertavam pelo incômodo da chuva sobre o rosto. A camisa cândida e a calça violeta, sempre limpas, agora estavam molhadas, com uma projeção de barro subindo pelas botas brancas. – Desculpe-me, não tive a intenção. – cantou Isis. – Estava eu aqui, refletindo na natureza, vendo Solux desaparecer atrás das nuvens tempes- tuosas. Mas a chuva me acalma e me inspira. – Sem problemas, Isis. – disse Verne, enquanto se cobria com a toalha que tinha trazido de seu mundo. – Está preparado para o que virá? – Sempre. Já cantei outras guerras, outras mortes. Tenho mais sangue nessas solas do que barro. – Ele, ou ela, se levantou, caminhando até o outro, desviando das poças na grama fofa e molhada como se fosse um dançarino. – E, você, está preparado? Um trovão soou distante. – Acho que não. Mas estou disposto. – Isso é um começo. – sorriu tranquilo. – Gostaria de ter esse seu espírito calmo, Isis. – Verne vestia uma bata limpa dentro da choça, assistido pelo andrógino da entrada. – Ainda bem que não tem. Você precisará do espírito guerreiro na hora da batalha. – De repente, a tranquilidade do bardo se esvaiu, dando lugar a uma expressão tensa, meio triste. – E terá de sujar as mãos... – sua voz quase sumindo. – Isis tem razão. – zuniu Lupita, inesperadamente. Molhada, suja e cansada, estava ofegante, como se tivesse corrido até ali. – Agora preciso de você. Verne recuperou sua mochila, prendeu o athame na cintura e, junto de Lupita, que carregava Magma no colo, atravessou o caminho do ribeirinho até o Coração da Floresta. A tempestade ameaçava no horizonte. Durante o trajeto, ele viu destacamentos de soldados-lobo se preparando sobre a relva, tomando suas posições. Em sua maioria, machos, alguns jovens e poucas fêmeas. A lycan lhe revelou que naquela região estavam presentes mais de trezentos guerreiros, prontos para o combate. Os demais haviam se espalhado para outras direções do Arvoredo Lycan. As ocas agora jaziam vazias, não havia mais o som dos filhotes brincando, da cantoria e alegria do povo da floresta, nem do porcellus estalando sobre o fogo. Somente o 253
  • 3. rosnar dos lycantropos e o barulho empapuçado de suas caminhadas na grama atacada pela chuva incessante. – Vai soar meio óbvio, – disse Verne, enquanto seguia a lycan por uma planície nua e castanha abaixo. – mas você me parece mais tensa do que todos nós juntos! – É a chuva. – Lupita deixou seu olhar se perder por alguns instantes. – Esse clima nublado, o céu encoberto completamente... – O lamaçal vai prejudicá-los? – Ele escorregou num trecho da descida, arranhando cotovelo e coxa, mas ela o segurou antes que o rapaz estatelasse onde não devia. – Não. Nosso problema não é a água, é Nyx. – Verne não compreen- deu, então a lycan continuou: – A Senhora da Noite tem influência direta sobre os lycantropos. Quando transformados, a luz de Nyx triplica a nossa força. Teríamos vantagem se o céu estivesse limpo. – Ela empurrou uma grande folha de pinheiropreto que lhes atrapalhava e então seguiu por um caminho apertado, com pedregulhos fazendo vez de estrada, machucando seus pés. – Com essa chuva, não teremos influência nenhuma. Justo agora, que mais precisamos! – Mas foi Raul quem deu o Uivo de Guerra em resposta aos gnolls. Ele poderia ter avaliado o clima, esperado um tempo melhor para guerrear. – Era a intenção. – Lupita revelou. – Mas Hoärr é esperto, um grande estrategista. Enviou dezenas de assassinos para matar nosso líder durante esses dias que você esteve viajando. Com isso, o canalha sabia que Raul reagiria logo. E... Bem, foi o que aconteceu. Verne praguejou. Realmente os lycans estavam sem sorte. Além da desvantagem numérica, a chuva. Uma péssima sensação devorava seu coração de dentro para fora. – E o Violador? – Está protegido por dois guardas do Líder da Tribo de Sangue. Rufus e Rico também defendem sua teoria da conspiração de Juan com os gnolls. Então, concordaram em mantê-lo distante do campo de batalha. – Já é algo. – Ele queria respirar aliviado, mas sabia que era tarde demais para isso e para qualquer outro tipo de boa sensação. – Afinal, para onde estamos indo, Lupi? – O esconderijo. O casal chegou até um descampado. O terreno formava um semicírculo e findava num grande pedaço de montanha que subia até um precipício repleto de árvores cobrindo o céu. Estavam muito abaixo do Coração, mais abaixo ainda de toda a floresta. Mas era nos pés daquela montanha que se 254
  • 4. encontrava a entrada para o esconderijo: um buraco há muito escavado, com largura para duas pessoas passarem por vez. O jovem Vipero olhou atentamente para o túnel estofado de mantimentos e notou o quão profun- do era, num sem fim de escuridão e terra, iluminado apenas por archotes alocados de modo estratégico. Avistaram de través o sacerdote rústico. Zenon Arriola, o Líder da Tribo Negra, gritava ordens para sua matilha responsável por aquele túnel, enquanto fêmeas e seus filhotes se abrigavam em segurança no esconderijo. – Arriola deixará metade de seus soldados-lobo guarnecendo este lugar. – disse Lupita. – E como você mesmo se dispôs, protegerá junto deles aqui. – Sim, eu o farei! – bradou o rapaz, tentando trazer a coragem de volta para aquele cenário, enquanto apertava o punho contra o athame. Suaria se a chuva não levasse seu suor embora. – Estou... preparado – revelou, sem certeza. – Não está. Ninguém nunca está. – disse ela, triste. Trovejou, agora mais próximo. E de novo. Eles ouviram murmúrios familiares, que depois ganharam formas mais claras. Buscando a origem das vozes, a dupla viu o xamã na presença do Líder Lycan e outros dois Vrhovni Volkodlak ao seu lado. – Ih, o Senhor da Noite tem razão! – zuniu Ochoa para os líderes. Estava sentado em posição de lótus sobre a terra úmida, vestindo seus andrajos de sempre, segurando o cajado com tranquilidade. Talvez o único, dentre as tribos, realmente tranquilo naquela situação. – O Coração da Floresta será o foco de ataque do Líder Gnorr. – É o lugar mais protegido de todo o Arvoredo, xamã. – sussurrou Paranhos Tercero, serenamente. – Matarei o maldito do Hoärr antes dele chegar até o nosso Coração! – vociferou Raul, nitidamente aflito, quase a fera que viria a se tornar. – Ih, prestem atenção! – continuou o xamã, indiferente as reações dos líderes. – O Arbac Apuhc não deve ser tocado. Deve se manter enterrado junto do Tratado Verde até o fim desta guerra. Se perdermos, pelo menos ele estará a salvo. – Não perderemos! – disse o Líder Lycan novamente, quase um uivo. Verne ficou arrepiado. – O tesouro já foi enterrado pela matilha do Senhor da Noite, senhor soberano. – disse Estevan Escobar, o Branco, respeitosamente. – Muito bem enterrado, muito bem protegido, lhe asseguro. Ainda era o meio da tarde em Necrópolis, mas já escurecia no Arvo- redo Lycan. 255
  • 5. – Ih, não é só isso! – disse Ochoa. – Vocês, qualquer um de vocês, só deve usar o Arbac Apuhc em última instância. Esse tesouro é uma entidade viva e saberá se for utilizado para fins escusos. – Não mexeremos nele, Ochoa! – rosnou Raul, já caminhando para longe. – Ih! Em algum momento, talvez, seja necessário usá-lo. – sorriu. A água da chuva demorava a descer por sua face, se perdendo entre as rugas. – Mas esse momento ficará claro para o lycan certo, na hora certa. Paranhos e Estevan pediram a licença do Soberano das Grans e passa- ram por ele, na direção do Coração da Floresta, bem acima. No caminho, estavam Verne e Lupita. – Oh! – o Líder da Tribo de Prata se mostrou surpreso. – Não é este o morto-que-voltou de que tanto nosso povo falou? – Sou Verne Vipero, da Terra. – afirmou. Postou-se de forma segura, cabeça erguida, com um olhar feroz somente para o Líder Lycan. Sabia que tinha de se impor perante ele. – Terrestre. – era o Líder da Tribo das Neves. – Torço para que não morra novamente nesta guerra. – E o cumprimentou com um aceno res- peitoso, partindo dali. Paranhos o seguiu. Raul permaneceu. Ambos se encaravam com seriedade. Sem perceber, Lupita deu longos passos para trás, temerosa. Magma regougava baixinho em seu colo. – Menino. – Raul Sanchez I. Tão logo falou, o rapaz retirou o athame da cintura com velocidade, ajoelhou e enterrou a ponta da lâmina na terra fofa. Abaixou a cabeça e se concentrou em silêncio, com os olhos fechados. O Líder Lycan e Lupita ficaram curiosos, aguardando o próximo ato. Esperaram. As gotas da forte chuva começaram a diminuir quando se aproxima- ram do corpo de Verne, diluindo no ar milímetros antes de tocarem sua bata. Uma fina energia vermelha começava a envolvê-lo, deixando os dois lycans com a pele formigando pela proximidade. Lupita quase interveio, esperando uma má reação. Ele se levantou, abriu os olhos escarlate pelo ectoplasma ativo e deixou o Líder da Tribo da Garra sentir o calor de seu poder, agora sob controle. Ou quase. Então, o rapaz guardou o athame de volta na corda da cintura e sua energia cessou, até dissipar-se gradualmente. A lycan respirou com alívio, e Magma saltou do colo dela, correndo empolgado até os pés de seu dono. Raul sorriu. Era a primeira vez que ele via aquilo. 256
  • 6. – Eu, o morto-que-voltou, humano da Terra, lutarei a sua guerra. Ao lado do seu povo. Não tente me impedir. – murmurou Verne com seriedade. – Você ainda é fraco, ainda é um menino e ainda é um terrestre. – rosnou o Líder Lycan, ao coçar o farto bigode. – Mas tem coragem, tem vontade e uma faca brilhante. Isso eu respeito. – Colocou sua enorme mão sobre o ombro do rapaz e o apertou. – Mas, Verne Vipero, no campo de batalha, lute como um lycan. Deixe a besta florescer em você, não perdoe seus inimigos. Eles não o perdoarão. Verne assentiu. Postou sua mão sobre a de Raul, também com respeito, e disse: – Sou o seu soldado! O Líder Lycan se mostrou satisfeito, retomou a subida até o Coração junto dos outros líderes e, sem olhar para trás, ordenou: – Lupita, lembre-se de, após essa guerra, e independente dos resultados dela, dar ao menino o título de Lycan-Honorário. Depois de tudo, gostaria de tê-lo como um membro do povo da floresta. – E sumiu ladeira acima. Verne ficou ali, parecendo meio abobado. Mas obteve sua primeira vitória. Conseguiu o respeito de Raul, o irredutível. A lycan se reaproximou, com aquele sorriso triste. – Que honra, hein? – ela disse. Trovejou bem ali, assustando os filhotes de dentro do túnel. – Darei o meu melhor, Lupi. Eu prometo. Lupita o beijou. Seus lábios estavam quentes, mesmo na chuva fria. Transmitindo sua paixão para a alma do novo guerreiro. Inevitavelmente, Verne se sentiu revigorado. Nunca estaria pronto para a guerra, mas estaria presente nesta, e faria o que achava certo. Ela depois o encarou profundamente, seus olhos enterrados no dele, chorosa. – Espero que essa não seja a última vez que fazemos isso. As nuvens sufocaram os céus. O dia se tornou noite. A chuva deu lugar à tempestade. E junto da tempestade, a guerra chegou. 257