2. • Narrador-protagonista
Visão parcial da
realidade em que está
inserido
Acusações contra a obra do Rubem Justificativas falsas e
Fonseca: falta de profundidade irracionais para os
psicológica seus atos brutais
• Quanto mais desigual uma sociedade é, mais repressão e
códigos linguísticos restritivos ela terá;
Cada personagem se
Clivagem expressa de acordo
com a sua classe social
3. • Assassinos são quase sempre perversos e frios, ricos ou
pobres;
4. Feliz Ano Novo
• Narrador-protagonista com visão parcial;
• O narrador possui formação escolar;
• Ressentimento social contra os ricos;
“Filha da puta. As bebidas, as comidas, as jóias, o dinheiro,
tudo aquilo para eles era migalha. Tinham muito mais no
banco. Para eles nós não passávamos de três moscas no
açucareiro.”
• Sem investigação interior dos personagens;
• Amoralismo dos bandidos;
“Tinha um anel que não saía. Com nojo, molhei de saliva o
dedo da velha, mas mesmo assim o anel não saía. Fiquei puto
e dei uma dentada, arrancando o dedo dela. Enfiei tudo
dentro de uma fronha.”
5. • Não existe remorso ou culpa;
“Voltei para o quarto, empurrei a gordinha para o chão,
arrumei a colcha de cetim da cama com cuidado, ela
ficou lisinha, brilhando. Tirei as calças e caguei em cima
da colcha.Foi um alívio, muito legal. Depois limpei o cu
na colcha, botei as calças e desci.”
• Urgência em atender os prazeres imediatos;
“O fumo acabou. A cachaça também. Começou a chover.
Lá se foi a tua farofa, disse Pereba.
Que casa? Você tem alguma em vista?
Não, mas tá cheio de casa de rico por aí. A gente
puxa um carro e sai procurando.”
• Sociedade patriarcal X Sociedade do consumo;
Em declínio Em ascensão
6. Corações Solitários
• Narrador-protagonista
Homens com pseudônimos
• Essência X Aparência
femininos
Narrador homenageia
escritores consagrados
Cartas são inventadas
Feito para mulher da classe
C, mas lido por homens da
classe B
Pedro Redgrave,
homossexual, na verdade é
o editor Peçanha
• Homossexualismo reprimido de Peçanha
“E soltou um suspiro que cortaria o coração de qualquer
outro que não fosse um ex-repórter de polícia.”
7. • Pretensões Literárias do narrador – Dr. Nathanael Lessa
Miss Corações Solitários, Ivan Lessa, cronista
de Nathanael West atual da BBC Brazil e
do extinto Pasquim
Paródia
Fotonovela Clarice Simone
Clarice Lispector Simone de Beauvoir, feminista e
esposa de J. P. Sartre
Plágio de Sófocles
e Tchékhov
8. Passeio Noturno I e II
• Narrador-protagonista É rico
“(...) mas ao ver os pára-choques
salientes do meu carro, o reforço especial
duplo de aço cromado, senti o coração
bater apressado de euforia.”
• Outros contos X Passeio Noturno
Ressentimento Social Conflitos interiores
“Você não pára de trabalhar, aposto que os
teus sócios não trabalham nem a metade e
ganham a mesma coisa, (...)”
9. • Final do conto – “Vou dormir, boa noite para todos,
respondi, amanhã vou ter um dia terrível na companhia.”
• Sua sociopatia é motivada pela atitude de indiferença da
esposa e dos filhos
“Meu filho me pediu dinheiro quando estávamos no
cafezinho, minha filha me pediu dinheiro na hora do licor.
Minha mulher nada pediu, nós tínhamos conta bancária
conjunta.”
• Metáfora da opressão das classes superiores pelas
inferiores
10. Abril, no Rio, em 1970
• Narrador protagonista Ambiciona um dia ser da
seleção brasileira de futebol
Apego a superstição Braguinha: cuspe “limpe,
cristalino, transparente”
É incapaz de se adaptar aos
novos tempos (ascensão social)
Outros contos Abril, no Rio, em 1970
Resultado da opressão Refúgio na
ou sociopatia = violência interioridade
11. • Solidão do indivíduo nas grande cidades
Opressão pelo isolamento Ligações sentimentais
efêmeras
Sem família
• O valor do futebol Sonho financeiros,
popularidade, mulheres
bonitas
ascensão decepção
Jovens de camadas
inferiores
12. Botando pra Quebrar
• Narrador-protagonista Ex-presidiário que não
consegue emprego
• Concisão na descrição de
personagens e cenários
O protagonista nada faz Sua mulher lhe abandona e
troca por outro
“(...) e me deu vontade de Medo de ser preso
quebrar a cara daquela filha da novamente
puta, mas ela tava certa e eu
disse, você tá certa, e ela
perguntou se eu não ia bater “Comecei a procurar
nela e eu disse que não (...)” emprego, já topando o
que desse e viesse,
menos complicação com
os homens, mas não tava
fácil.”
13. • A violência no final é justificada pelo ressentimento social
e pelo acúmulo de desgraças do personagem:
“Foi entrando gente, aquilo era uma mina, o mundo estava
cheio de otários que engoliam qualquer porcaria desde que
o preço fosse caro. Mas aquele caras para ter toda aquela
grana tinham que estar passando alguém para trás, vai ver
era aqui o otário fodido, às suas ordens, obrigado.”
Única forma de resolver Desespero do
o conflito: violência personagem
Violência “justificada” “Aí eu me lembrei do dono da
pela ordem do patrão casa, eu ia pra rua mesmo, puta
merda, eu estava cansado de ser
sacaneado (...)”
14. Nau Catrineta
Sua tia o acorda
• Narrador-protagonista declamando “Nau
Catrineta”
(aniversário de 20 anos)
Relato frio da iniciação
para ser o chefe da Lenda dos marinheiros
família “quase antropofágicos”
(violência privada)
• Família de costumes estranhos e aristocráticos
• Metáfora da opressão Família com pretensões
aristocráticas (se
alimenta com carne de
uma mulher jovem)
Classes dominantes
oprimindo as inferiores
15. Dia dos Namorados Por ter sido feito pelo Mandrake
Relato do que acontece
• Conto em 1ª e 3ª Pessoa com J.J. Santos e Viveca
Narração de Mandrake
• Estrutura narrativa policial + realidade brasileira
Detetive resolvendo a Extorsão, travestimento,
questão imoralidade, etc.
• Mandrake X Sherlock Homes
Método da porrada (ações Método da dedução
violentas, herança da
narrativa policial de
Raymond Chandler)
16. • Mandrake Resolve a extorsão e outros
problemas da lei, mas não
tem culpa em ficar com o
dinheiro e o carro de J.J
Santos
Apesar de ser bruto e
ignorante, tem noções de
moralidade e da realidade
Por isso tem repulsa aos “Ela tinha todos os dentes.
ricos e fica com o dinheiro do Abriu a boca e vi duas
banqueiro fileiras, em cima e embaixo.
Coisas de rico.”
17. 74 degraus Inclusive no pensamento
Multiplicidade de pontos de
• Foco narrativo múltiplo vista
• Estrutura em in media res
• Dividido em 74 parágrafos Virginia Woolf, Júlio
Cortázar, etc.
74 Degraus • Temática Sexual se faz
presente para possibilidade de
relação amorosa entre Tereza
e Elisa
Ideia de Ascensão do conto
Noite na
Violência Prazer perverso das
Taverna,
mulheres, que culmina
Álvares de
nos assassinatos
Duplo Homicídio Azevedo
18. Intestino Grosso
• Narração em 1ª pessoa por um repórter;
• Estrutura: entrevista realizada com um escritor.
• “Profissão de Fé” de Rubem Fonseca
A importância da pornografia: “Uma sábia
organização social deveria impedir que fossem
reprimidos esses comunicativos caminhos de alívio
vicário e de redução de tensão. As alternativas
para a pornografia são a doença mental, a
violência, a bomba.”
“Ambas as palavras, puta e pariu, derivam do
palavrão-chave, que é foder. É evidente que, no
caso, as palavras estão tendo um efeito catártico,
de alívio de tensões e pressões. (...) Nesses casos
o uso de palavras proibidas é uma forma de
contestação anti-repressiva.”
19. Histórias pornográficas X Contos de fadas
“É uma história indecente, desonesta, vergonhosa, obscena, despudorada,
suja e sórdida. No entanto está impressa em todas ou quase todas as
principais línguas do universo e é tradicionalmente transmitida de pais para
filhos como uma história edificante. Essas crianças, ladras, assassinas, com
seus pais criminosos, não deviam poder entrar dentro da casa da gente,
nem mesmo escondidas dentro de um livro. Essa é uma verdadeira história
de sacanagem, no significado popular de sujeita que a palavra tem.”
Reação do público diante da pornografia e do palavrão
“Os seus livros são bem vendidos. Há tanta gente assim
interessada nesses marginais da sociedade? Uma amiga minha,
outro dia, dizia não se interessar por histórias de pessoas que não
têm sapatos.”
“É um romance que tem flores, beleza, nobreza e dinheiro.
Reconheça que isto é algo que todos almejamos obter.”
20. “Há pessoas que aceitam a pornografia em toda parte, até,
ou principalmente, na sua vida particular, menos na arte,
acreditando, como Horácio, que a arte deve ser dulce et
utile. Ao atribuir à arte uma função moralizante, ou, no
mínimo, entretenedora, essa gente acaba justificando o
poder coativo da censura, exercido sob alegações de
segurança ou bem-estar público.”
Trecho referente à censura
da ditadura militar
Crítica à superficialidade da crítica literária da época
“Os caras que editavam os livros, os suplementos literários, os
jornais de letras. Eles queriam os negrinhos do pastoreio, os
guaranis, os sertões da vida. Eu morava num edifício de
apartamento via anúncio coloridos em gás néon e ouvia barulho
de motores de automóveis.”