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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
APOSTILA – PROJETO INTEGRADOR I
1
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
CONHECIMENTO E CIÊNCIA
Conhecimento é a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece ou deseja
conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer.
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno
qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em
nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras
de livros e artigos diversos.
A construção do conhecimento fundado sobre o uso crítico da razão, vinculado a
princípios éticos e a raízes sociais é tarefa que precisa ser retomada a cada momento, sem
jamais ter fim.
Através dos tempos, vários foram os principais modos de conhecer o mundo e suas
formas de abordagens para se chegar ao conhecimento verdadeiro. Tais abordagens
permanecem coexistindo nos dias de hoje. Veja a síntese no quadro abaixo:
Modos de conhecer
o Mundo
Critérios de
verdade
Objetivação Metodologia Relação sujeito-objeto
1. O Mito
(ou conhecimento
teológico)
A Fé
Dogmatismo –
Doutrinamento
(Proselitismo)
A experiência
pessoal
Relação Suprapessoal,
em que a Revelação do
Sagrado se manifesta
(revela)
sobrenaturalmente ao
profano através do rito
(Dramatização do mito,
ou seja, da liturgia
religiosa).
2. A Filosofia A razão A razão
discursiva.
A dialética
(O discurso)
Relação transpessoal
em que a palavra diz as
coisas. O mundo se
manifesta pelos
fenômenos e é dizível
através do logos.
3. O Senso Comum A cultura ética
e moral
A tradição
cultural
As crenças
silenciosas
(Ideologias)
Relação interpessoal,
em que a ideologia é
estabelecida pelas
ideias dominantes e
pelos poderes
estabelecidos.
2
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
5. A Ciência A
experimentação
Objetividade
-Comprovação
de uma
determinada
tese de modo
objetivo
A observação
Relação “impessoal”,
há isenção do cientista
diante de sua pesquisa,
o chamado “mito da
neutralidade científica”.
Sistematizando o quadro anterior:
TIPOSDECONHECIMENTOS
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e
transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por
diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de
criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias
experiências e passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite
dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões.
Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana,
permitimo-nos também ao pensar e, por consequência, a ordenação e a previsão dos
fenômenos que nos cerca.
Conhecer é passar do desconhecimento ao saber, mesmo que este seja algo
simples ou incompleto; é ter uma ordem onde antes havia o caos, ou seja, é
adquirir saberes a respeito de algum assunto, onde antes havia ignorância.
Quando se fala em “conhecimento”, muitos relacionam com “ciência”. De um modo
geral, o conhecimento científico é considerado como sendo a verdade das coisas. Os
meios de comunicação reforçam essa visão incorreta que temos em relação à ciência e
que se chama cientificismo ou positivismo (é uma visão de mundo baseada na ideia de
que a ciência está acima de tudo. Como consequência disso, a religião, o mito, o senso
comum, a filosofia e outros saberes são desprestigiados ou abandonados. Essa visão de
mundo desenvolveu-se na Europa a partir da segunda revolução industrial, a qual, devido
aos seus avanços tecnológicos, iludiu muitos intelectuais, os quais passaram a acreditar
que através da ciência o século XX traria progresso, prosperidade e felicidade para a
humanidade). Na realidade, há diversos saberes que a humanidade usa; a ciência é
apenas um deles.
Para conhecer, precisamos de três elementos:
a) O sujeito, que é o ser que quer saber ou conhecer;
b) O objeto ou assunto, aquilo que queremos saber;
3
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
c) A imagem mental em forma de opinião, ideia ou conceito que resultam da relação
sujeito-objeto e que passa a habitar a subjetividade daquele que conhece.
Existem diferentes tipos de conhecimentos:
1 - Conhecimento Teológico
Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser
confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.
Exemplo:
Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duendes; acreditar em
reencarnação; acreditar em espíritos, etc..
2 - Conhecimento Filosófico
É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre
fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do
universo, ultrapassando os limites formais da ciência.
Exemplo:
“O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche)
3 - Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar, ou senso-comum)
É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento
adquirido através de ações não planejadas e baseado nas vivências do dia-a-dia.
Exemplo:
A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta,
acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar.
4 - Conhecimento Científico
É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está
nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Podemos então dizer
que o Conhecimento Científico:
 É racional e objetivo.
 Atém-se aos fatos.
 Transcende aos fatos.
 É analítico.
 Requer exatidão e clareza.
 É comunicável.
 É verificável.
4
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
 Depende de investigação metódica.
 Busca e aplica leis.
 É explicativo.
 Pode fazer predições.
 É aberto.
 É útil
Exemplo:
Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos
batráquios.
AEVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO HUMANO
Os egípcios já tinham desenvolvido um saber técnico evoluído, principalmente nas áreas
de matemática, geometria e na medicina, mas os gregos foram provavelmente os primeiros a
buscar o saber que não tivesse, necessariamente, uma relação com atividade de utilização
prática. A preocupação dos precursores da filosofia (filo = amigo + sofia (sóphos) = saber e
quer dizer amigo do saber) era buscar conhecer o porquê e o para quê de tudo o que se
pudesse pensar.
O conhecimento histórico dos seres humanos sempre teve uma forte influência de
crenças e dogmas religiosos. Mas, na Idade Média, a Igreja Católica serviu de marco referencial
para praticamente todas as ideias discutidas na época. A população não participava do saber,
já que os documentos para consulta estavam presos nos mosteiros das ordens religiosas.
Foi no período do Renascimento, aproximadamente entre o séculos XV e XVI (anos
1400 e 1500) que, segundo alguns historiadores, os seres humanos retomaram o prazer de
pensar e produzir o conhecimento através das ideias. Neste período as artes, de uma forma
geral, tomaram um impulso significativo.
No século XVII e XVIII (anos 1600 e 1700) a burguesia assumiu uma característica
própria de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata utilização prática.
Com isso surgiu o Iluminismo, corrente filosófica que propôs "a luz da razão sobre as trevas
dos dogmas religiosos". O pensador René Descartes mostrou ser a razão a essência dos
seres humanos, surgindo a frase "penso, logo existo". No aspecto político o movimento
Iluminista expressou-se pela necessidade do povo escolher seus governantes através de livre
escolha da vontade popular. Lembremo-nos de que foi neste período que ocorreu a Revolução
Francesa em 1789.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
O Método Científico surgiu como uma tentativa de organizar o pensamento para se
chegar ao meio mais adequado de conhecer e controlar a natureza. Já no fim do período do
Renascimento, Francis Bacon pregava o método indutivo como meio de se produzir o
conhecimento. Este método entendia o conhecimento como resultado de experimentações
contínuas e do aprofundamento do conhecimento empírico. Por outro lado, através de seu
Discurso sobre o método, René Descartes defendeu o método dedutivo como aquele que
possibilitaria a aquisição do conhecimento através da elaboração lógica de hipóteses e a busca
de sua confirmação ou negação.
Observação: no método indutivo, parte-se do particular para o geral, isto é, a partir da
observação de casos particulares, elabora-se uma teoria e busca-se determinar, através de
pesquisas, se esta tem caráter geral. No método dedutivo, faz-se o oposto: elabora-se a
hipótese geral e busca-se comprová-la em observações de casos particulares.
A pesquisa eleitoral é um bom exemplo do raciocínio indutivo. Através da amostragem
de eleitores realiza-se a pesquisa que irá ser utilizada para encontrar o percentual de votos de
cada um dos candidatos. É claro que a validade dos resultados depende da representatividade
da amostra e o método estatístico é sua base de sustentação.
Os raciocínios dedutivos caracterizam-se essencialmente por apresentarem conclusões
que devem ser necessariamente verdadeiras, se todas as premissas (isto é, fatos ou princípios
que serves de base à conclusão de um raciocínio) forem também verdadeiras.
Exemplo de raciocínio dedutivo:
Premissa maior (caráter geral): Todo mamífero tem coração.
Premissa menor (caráter particular): Todos os cavalos são mamíferos.
Conclusão: Logo, todos os cavalos têm coração.
As conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não contida
nas premissas consideradas, diferentemente do que ocorre com a dedução. Assim, se por meio
da dedução chega-se a conclusões verdadeiras, já que baseada em premissas igualmente
verdadeiras, por meio da indução chega-se a conclusões que são apenas prováveis.
Comparando o método dedutivo e o indutivo, concluímos que enquanto o pensamento dedutivo
leva a conclusões inquestionáveis, porém já contidas nas hipóteses, o raciocínio indutivo leva a
conclusões prováveis, porém mais gerais do que o conteúdo das hipóteses.
6
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
A Igreja e o pensamento mágico cederam lugar a um processo denominado, por alguns
historiadores, de "laicização da sociedade". Se a Igreja trazia até o fim da Idade Média a
hegemonia dos estudos e da explicação dos fenômenos relacionados à vida, a ciência tomou a
frente deste processo, fazendo da Igreja e do pensamento religioso razão de ser dos estudos
científicos.
No século XIX (anos 1800) a ciência passou a ter uma importância fundamental. Parecia
que tudo só tinha explicação através da ciência, como se o que não fosse científico não
correspondesse a verdade. O século XIX serviu como referência de desenvolvimento do
conhecimento científico em todas as áreas. Na sociologia, Augusto Comte desenvolveu sua
explicação de sociedade, criando o Positivismo, vindo logo após outros pensadores; na
Economia, Karl Marx procurou explicar a relações sociais através das questões econômicas,
resultando no Materialismo-Dialético; Charles Darwin revolucionou a Antropologia, ferindo os
dogmas sacralizados pela religião, com a Teoria da Hereditariedade das Espécies ou Teoria
da Evolução. A ciência passou a assumir uma posição quase que dogmática diante das
explicações dos fenômenos sociais, biológicos, antropológicos, físicos e naturais.
A neutralidade científica
É sabido que, para se fazer uma análise desapaixonada de qualquer tema, é necessário
que o pesquisador mantenha uma certa distância emocional do assunto abordado. Mas será
isso possível? Seria possível um padre, ao analisar a evolução histórica da Igreja, manter-se
afastado de sua própria história de vida? Ou ao contrário, um pesquisador ateu abordar um
tema religioso sem um consequente envolvimento ideológico nos caminhos de sua pesquisa?
Provavelmente a resposta seria não. Mas, ao mesmo tempo, a consciência desta
realidade pode nos preparar para trabalhar esta variável de forma que os resultados da
pesquisa não sofram interferências além das esperadas. É preciso que o pesquisador tenha
consciência da possibilidade de interferência de sua formação moral, religiosa, cultural e de sua
carga de valores para que os resultados da pesquisa não sejam influenciados por eles além do
aceitável.
EXERCÍCIOS
1) Leia as alternativas abaixo, diga se há o conhecimento filosófico, científico,
empírico, científico, explique o porquê:
a) Neste tipo de conhecimento não é necessário que haja um parecer científico para que se
comprove o que é dito; é um saber informal que engloba até opiniões, estereótipos e
preconceitos. É um saber imediato, subjetivo, heterogêneo e acrítico, pois se conforma
7
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
com o que é dito. Exemplo: conhecimento de um pescador, um agricultor, uma cozinheira,
um jogador de futebol, um pedreiro, um índio sobre o segredo das plantas e animais da
selva, o racismo, a homofobia, o geocentrismo, etc.
Resposta:...................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
.
b) Fundamenta-se na fé. Usa a dedução, partindo de uma realidade universal para dar
sentido a realidades particulares. Parte da compreensão e da aceitação da existência de
uma divindade (ou várias), que seria a razão de ser de todas as coisas.
Resposta:.............................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
..
c) É racional e deve ter como objetivo a busca da verdade. Ele é sistemático e procura a
raiz das coisas, usando o rigor lógico. O conhecimento filosófico busca os “porquês” de
tudo o que
existe.Resposta:...................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
..
d) É racional, utilizando-se de experimentos, observações, comprovações e induções. É
sistemático, prevendo ainda a experimentação, validação e comprovação daquilo a que
pretende provar.
Resposta:.............................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
2) Marque a alternativa correta:
A) Por que se faz pesquisa ?
(a) Para desenvolver uma nova tecnologia.
(b) Para se ter um conhecimento maior da área a ser estudada.
(c) Para apresentar um currículo mais extenso e melhor.
(d) Todas as alternativas
B) Quando se diz que “mulher no volante, perigo constante”, temos um exemplo de:
(a) Conhecimento científico
(b) Conhecimento teológico
(c) Conhecimento empírico
(d) Conhecimento filosófico
C) “A História busca como fonte fatos e acontecimentos plausíveis”. Temos um exemplo de
(a) Conhecimento científico
(b) Conhecimento teológico
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
(c) Conhecimento empírico
(d) Conhecimento filosófico
3) É possível dizer que o conhecimento surge do vazio?
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
4) Explique:
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
....
5) Diga se abaixo há o método dedutivo ou o método indutivo:
Método................................... Método...................................
 Leva o pesquisador do conhecido ao
desconhecido com pouca margem de erro;
 É de alcance limitado, pois a conclusão
não pode exceder as premissas.
 Neste método a racionalização ou
combinação de idéias em sentido
interpretativo vale mais do que a
experimentação de caso por caso.
 Parte do geral para se chegar às
particularidades.
 Encontra larga aplicação em ciências
como Física e Matemática
• Parte de questões particulares até
chegar a conclusões generalizadas.
• Tem a finalidade de ampliar o
alcance dos conhecimentos.
• Influenciou no desenvolvimento de
técnicas de coleta de dados e na
elaboração de instrumentos.
• Foi visto como o método por
excelência das ciências naturais.
6) Diga se abaixo há o método dedutivo ou o método indutivo:
a) Todo homem é mortal →Pedro é homem →Pedro é mortal
b) Todo mamífero tem um coração → Todos os cães são mamíferos → Todos os
cães têm um coração.
C) Antônio é mortal →Benedito é mortal →Carlos é mortal →Zózimo é mortal →
Antonio, Benedito, Carlos e Zózimo são homens →os homens são mortais.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
O TRABALHO CIENTÍFICO NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO
A Organização dos Estudos na Vida Universitária:
Exigências, Recomendações e sugestões:
 Postura: Mudar radicalmente explorando o que já foi estudado anteriormente.
 Resultado do processo: Depende fundamentalmente do aluno.
 Desenvolvimento psíquico e intelectual.
 Autonomia com relação à estrutura do ensino e recursos.
 Auto-atividade didática: Crítica e rigorosa.
 Projeto de trabalho: Individualizado.
 Material Didático: Complementação da sala de aula.
 Assimilação de conteúdo: Não deve ser passiva e mecânica como na escola básica, em
que se enfocava a presença física e o cumprimento forçado de tarefas mecânicas.
 Formação universitária: Atividades de laboratório e campo;
 Habilidades profissionais próprias de cada área;
 Embasamento teórico correspondente ao nível superior;
Uso de instrumentos bibliográficos de auxílio (criar uma biblioteca pessoal
 Textos Básicos: Dicionário, texto introdutório, histórico e revistas atuais.
 Referências: Em consultas, devem ser anotadas para consultas posteriores.
 Recursos eletrônicos: Feitos por quem? Quando? Instituição? Fidedignos?
 Retenção de Ideias: Apenas as ideias centrais de uma aula devem ser retidas.
 Tomando nota: Não devemos copiar todo o discurso de alguém. Gravar é uma opção
mais fácil, desde que obtida a devida permissão.
 Horários: Algumas pessoas fixam horários destinados ao estudo em casa.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
SUGESTÃO DE FLUXOGRAMA DA VIDA DE ESTUDOS
RECOMENDAÇÕES PARA A PRÁTICA DA LEITURA
 Os textos agora terão caráter científico e filosófico, o que dificulta ainda mais o
entendimento;
 Exigem Razão Reflexiva;
 Teoria da Comunicação Humana: Emissor transmite uma mensagem que é captada
pelo receptor. Explica-se, desta forma, o cuidado que devemos ter com a escrita de nossos
textos científicos;
 Texto-Linguagem: Meio intermediário pelo qual duas consciências se comunicam.
 Ao escrever um texto, o autor (emissor) codifica sua mensagem que, por sua vez, já
tinha sido pensada, concebida e o leitor (receptor), ao ler um texto, decodifica a mensagem do
autor, para então pensá-la, assimilá-la e personalizá-la, compreendendo-a: assim se completa a
comunicação.
 Sofremos influências situacionais e culturais que colocam em risco a eficácia de nosso
processo de comunicação;
 Unidade de Leitura: Setor do texto que forma uma totalidade de sentido. Pode ser um
capítulo ou qualquer outra subdivisão. Para que a mensagem seja compreendida de forma
exata, é importante ler toda a unidade e tudo aquilo que diz respeito ao tema em questão;
11
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
 O estudo de determinado texto deve ser feito sem intervalo, para que as noções não se
percam ou se confundam;
PASSOS BÁSICOS PARA UMA BOA LEITURA
 Primeira Leitura:
 Realizada rapidamente, sem o objetivo de esgotar a compreensão.
 É responsável pela visão panorâmica.
 Nela devemos tentar pesquisar dados sobre o autor do texto, o que
proporcionará uma melhor elucidação das ideias.
 Busca pelo vocabulário: Para que a próxima leitura seja mais simples, é
importante saber exatamente o que significam termos de valor histórico, doutrinas e referências
a autores que se tornam símbolos.
Exemplo:
“Prestes a ‘vira uma balzaca’, Fernanda Lima supera críticas...”
(Jornal O Dia, Rio de Janeiro, 11.03.2007.Caderno Tudo de Bom, p6.)
Consulta ao Vocabulário: Balzaca = Balzaquiano (relativo ou pertencente ao escritor
francês Honoré de Balzac(1799-1850), ou próprio dele, escritor do romance “A mulher de trinta
anos”.
 Segunda Leitura:
 A Análise Temática do Texto é o objetivo dessa segunda leitura.
 Através do título, busca-se entender a conexão entre ele e o que está sendo dito;
 O que o autor fala sobre o tema? Como ele responde ao que está perguntando?
As respostas são suficientes? Preciso ir além?
 A argumentação do autor é sólida?
 Uma vez respondidas estas perguntas, procede-se à Análise Interpretativa:
Interpretar, em sentido restrito, é tomar uma posição própria a respeito das ideias
enunciadas, é a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo,
é explorar toda a fecundidade das ideias expostas, é cotejá-las (compará-las) com outras.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
PESQUISA – DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO
A pesquisa consiste na execução de um conjunto de ações e de estratégias planejadas
no projeto de pesquisa, integradas e harmonizadas sequencialmente, para a geração de
conhecimento original, de acordo com certas exigências e condições.
Esse processo se inicia com:
a) a caracterização do problema (que fazer? que objetivo alcançar?), delineado em dimensões
técnicas e operacionais viáveis, delimitadas e objetivas;
b) o estabelecimento de um conjunto de afirmações conjeturais (hipóteses), a partir de dados e
observações levantadas pelo pesquisador, para servir como setas indicadoras da definição de
objetivos, isto é, respostas para os seguintes itens:
• para que fazer ? (objetivo geral)
• para quem fazer ? (objetivos específicos);
c) esses objetivos serão atingidos mediante a execução de ações planejadas e desenvolvidas
conforme uma metodologia científica que responde o “como fazer”, de forma consistente com
os cenários da pesquisa, os recursos disponíveis para sua execução e a finalidade ou aplicação
esperada dos resultados.
O que é metodologia?
Metodologia significa, etimologicamente, o estudo dos caminhos, dos instrumentos
usados para se fazer pesquisa científica, com o intuito de fazê-la de forma eficiente.
A metodologia é uma disciplina normativa definida como o estudo sistemático e lógico
dos princípios que dirigem a pesquisa científica, desde suposições básicas até técnicas de
indagação. Não deve ser confundida com a teoria que embasará a pesquisa, pois só se
interessa pela validade dos dados coletados, e não pelo seu conteúdo.
Assim, a metodologia, mais do que uma descrição formal de técnicas e métodos a
serem utilizados na pesquisa científica, indica a opção que o pesquisador fez do quadro teórico
(passo fundamental para o estabelecimento da linha de pesquisa a ser adotada) para
determinada situação prática do problema objeto de pesquisa.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
BREVE HISTÓRICO
No Brasil das décadas de 60, 70 e 80 eram feitas sem metodologia definida.
Atualmente, o quadro de pesquisas realizadas no Brasil apresenta a seguinte
subdivisão: 75% feitas por Universidades; 20% por Empresas; 05% por Institutos isolados.
Tipos de Pesquisa:
a. Pesquisa Quantitativa:
Rápida
Menos humana
Nela, os homens se tornam números.
Exemplo de pesquisa quantitativa: censo demográfico simples.
b. Pesquisa Qualitativa:
Busca a peculiaridade do objeto;
Lenta;
Menor extensão;
Maior profundidade;
Complexa ao extremo;
Exemplo de pesquisa qualitativa: hábitos de consumo de determinada faixa social.
Obs.: existem vários tipos de pesquisa, a saber: experimental, documental, exploratória,
etnográfica... Porém, não nos cabe definir todas devido ao fato de serem tipos complexos e
quase sempre utilizados em estudos específicos.
Técnicas ou Instrumentos de pesquisa.
 Relato Oral:
A testemunha fala sobre um contexto.
Questão complexa da verdade: Mentir é um direito constitucional.
Você não pode criar provas contra você.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
 História de Vida:
Relato do narrador sobre sua história através do tempo.
Muito usada na constituição de biografias.
 Estudo de caso: Estudo sobre um caso contemporâneo específico.
 Questionário:
Perguntas bem estruturadas;
Devem ser exclusivas;
Hierarquizadas;
Seguir ritual de aplicação.
 Entrevista: as entrevistas podem ser realizadas de diversas maneiras. A seguir,
observaremos algumas delas:
a) Informal: Não é dirigida. Surge em uma oportunidade.
Ex.: pesquisa feita em supermercados com consumidores que estejam adquirindo determinado
produto.
b) Focalizada: feita com o auxílio de uma pauta semi-estruturada;
Ex.: Médico e Paciente.
c) Estruturada: Fixa o número de questões a serem feitas.
d) Painel: Fazemos as mesmas perguntas hoje, depois de 15 dias, 30...
Ex.: Políticos na TV.
e) Ritual: Feita sempre da mesma maneira.
Ex.: Feita com estrelas de outros países quando visitam o Brasil: “É a sua 1ª. Vez no Brasil? O
que achou de nossas praias? E as mulheres brasileiras? (observem também a repetição nas
respostas...)
f) Temática: Temos apenas um tema e a partir dele elaboramos o trabalho.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
g) Em Profundidade: a partir da representação de mundo que o entrevistado criou.
Ex.: em consultas psiquiátricas.
h) De Confronto: quando o entrevistador briga com o entrevistado para retirar as informações
necessárias dele. Estando fora do controle, é mais fácil retirarmos informações de alguém.
i) Coletiva: com o uso de mediador.
Ex.: Debates de TV.
Preparação para a realização de uma entrevista:
a. Conhecimento prévio;
b. Bom roteiro;
c. Ordem cronológica ordenada, sem saltos;
d. Validação e fidedignidade;
e. Pré-teste;
f. Respeito ao entrevistado;
g. Capacidade de ouvir sem interromper;
h. Interromper quando for necessário;
i. Saber perguntar sobre a resposta;
j. O registro correto de dados através de anotações, gravações e filmagens deve ser
guardado por pelo menos cinco anos. O arquivamento prolongado só deve ser feito em casos
mais específicos.
k. Com relação à seleção dos sujeitos da pesquisa, é importante levarmos em consideração
uma série de fatores, tais como: sexo, idade, profissão, local de nascimento e de crescimento,
traumas, frustrações, constituição familiar...
Técnica de Observação:
 Tem sua gênese na sociologia e na antropologia.
 A observação humana tem caráter seletivo.
 O que estamos “vendo” é influenciado de forma profunda por nossa história de vida.
 É subjetiva, pois negligenciamos alguns aspectos em detrimento de outros;
 O controle deve ser sistemático para haver fidedignidade;
16
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
 É preciso definir o foco de investigação e sua configuração espaço-temporal;
 É uma experiência direta, o que possibilita o maior contato possível entre o observador e
o fenômeno pesquisado.
 Sofre influência da capacidade de Introspecção do observador.
 Facilita nos casos em que o informante não pode falar. Ex.: Noções matemáticas em
bebês.
 Possibilita colher informações daqueles que são proibidos de expressar o que sentem na
verdade. Neste caso pode ser associada à Pesquisa Feita em Profundidade, na qual ‘entramos’
no mundo que a pessoa criou. Ex.: historinhas infantis que possibilitam a verificação de maus
tratos e abusos.
 O treinamento do observador: “Segundo Patton (1980), para realizar as observações é
preciso preparo material, físico, intelectual e psicológico. O observador, diz ele, precisa
aprender a fazer registros descritivos, saber separar os detalhes relevantes dos triviais,
aprender a fazer anotações organizadas e utilizar métodos rigorosos para validar as suas
observações”.
Referência:
Ludke & André. O professor e a pesquisa. 1986, p.26
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
TEXTO TÉCNICO: O RESUMO
Resumo é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um
texto significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:
a. cada uma das partes essenciais do texto;
b. a progressão em que elas se sucedem;
c. a correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.
Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases do texto
original, construindo uma espécie de "colagem". Essa "colagem" de fragmentos do texto original
NÃO É UM RESUMO! Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes
de um texto. A reprodução de frases do texto, em geral, atesta que ele não foi compreendido.
Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender antes o conteúdo global do
texto. Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura.
É evidente que o grau de dificuldade para resumir um texto depende basicamente de
dois fatores:
a. da complexidade do próprio texto (seu vocabulário, sua estruturação sintático-
semântica, suas relações lógicas, o tipo de assunto tratado etc.);
b. da competência do leitor (seu grau de amadurecimento intelectual, o repertório de
informações que possui, a familiaridade com os temas explorados).
Alguns procedimentos para diminuir as dificuldades de elaboração do resumo:
1. Ler uma vez o texto, ininterruptamente, do começo até o fim: sem a noção do conjunto, é
mais difícil entender o significado preciso de cada uma das partes. Essa primeira leitura deve
ser feita com a preocupação de responder à seguinte pergunta: do que trata o texto?
2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão,
para compreender melhor o significado de palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e
para captar o sentido de frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos
ocultos), bem como as conexões entre elas;
18
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de ideias que
tenham alguma unidade de significação. Em um texto pequeno, normalmente pode-se adotar
como critério de segmentação a divisão em parágrafos. Quando se trata de um texto maior (o
capítulo de um livro, por exemplo) é conveniente adotar um critério de segmentação mais
funcional, o que vai depender de cada texto. Em seguida, com palavras abstratas e mais
abrangentes, tenta-se resumir a ideia ou as ideias centrais de cada fragmento.
4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os segmentos mas
encadeá-los na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer
EXEMPLO:
A Receita Federal brasileira vai iniciar um processo de integração com o fisco dos
demais países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) para combater as fraudes fiscais
que estão ocorrendo nas operações comerciais feitas entre empresas do bloco econômico.
Com a globalização, os chamados "preços de transferência" se transformaram no
principal alvo das administrações tributárias dos países filiados ao Centro Interamericano de
Administradores Tributários (CIAT). Por esse mecanismo, as empresas conseguem fraudar o
fisco realizando operações de compra e venda com preços que não correspondem ao valor real
dos produtos ou serviços negociados. Em todos os casos, é sempre necessário utilizar um
paraíso fiscal - país que apresenta vantagens e isenções tributárias.
No caso de uma exportação, a empresa vende seu produto por um preço muito baixo, o
que caracteriza uma operação não-lucrativa ( portanto, sem incidência de Imposto de Renda). A
venda é intermediada por uma empresa localizada em um paraíso fiscal, que recoloca o preço
em seu patamar real e conclui a venda ao comprador. O lucro realizado por essa empresa
retorna ao exportador sem ônus fiscal.
Na importação, a operação é inversa. O produto é comprado a um preço elevado,
reajustado em um paraíso fiscal antes de chegar ao seu destino. O importador alega prejuízo
na operação e escapa ao fisco.
"A globalização, que agilizou e sofisticou os negócios entre as empresas, criou
modernas doenças fiscais. Temos que combatê-las", disse o Secretário da Receita Federal do
Brasil, Everardo Maciel, à Folha.
Apenas um trabalho conjunto entre os diversos países do Mercosul poderá extinguir ou,
pelo menos, neutralizar as fraudes fiscais internacionais.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
(Folha de S. Paulo - 18.5.97, com adaptações)
Resumo do texto acima:
A globalização da economia, embora tenha agilizado e sofisticado os negócios entre as
empresas, também criou algumas "doenças", como fraudes fiscais que estão ocorrendo nas
operações comerciais entre empresas do Mercosul. Assim, o Brasil e os países do Mercosul
devem trabalhar em conjunto a fim de extinguir, ou ao menos neutralizar, essas fraudes fiscais
internacionais.
(SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o texto. 7 ed. São Paulo. Ática. 1993).
EXERCÍCIO
Proposta de produção textual:
Leia o texto que se segue e, seguindo os passos sugeridos nesta unidade, faça um
resumo de seu conteúdo.
Brasil tem conceito infeliz de que direitos humanos são para bandidos
Extraído de: OAB - Maranhão - 28 de Maio de 2009
Corrupção no serviço público. Violência em áreas rurais e contra povos indígenas.
Grupos de parapoliciais e traficantes que dividem domínio de cidade. Todos esses casos
tiveram exemplos ocorridos de forma sistemática no Brasil em 2008, segundo o Relatório Anual
da Anistia Internacional (organização não governamental que luta por direitos humanos),
divulgado nesta quinta-feira, em Londres (à 1h, horário de Brasília). Para o coordenador da
Anistia Internacional para assuntos brasileiros, o britânico Tim Cahill, "existe um conceito infeliz
no Brasil que é que os direitos humanos só defendem bandidos".
Para Cahill, esse conceito de que só "bandidos" são beneficiados "é popularizado e
utilizado por pessoas que tem interesse em mantê-lo". Com isso, várias ações governamentais
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
no Brasil acabam sendo executadas para satisfazer àqueles que não acreditam nos direitos
humanos.
"Isso ajuda na justificação de adotar políticas de comportamento repressivo, como as
megaoperações no Rio de Janeiro ou a ideia de que os índios ameaçam os interesses
econômicos do Mato Grosso do Sul", diz Cahill. "Se a população percebesse que se todos
tivéssemos os direitos humanos garantidos a economia e a segurança, por exemplo, seriam
melhoradas", completa.(...)
Violência policial
No Rio de Janeiro, as milícias, formadas na maioria das vezes por policiais, e os
traficantes de drogas, que controlam cerca de 170 favelas, disputaram o controle de diversas
partes da cidade. A Anistia lembra que durante as eleições, o Exército precisou ser destacado
para garantir a segurança de candidatos em algumas localidades.
"As milícias são consequência da impunidade. As milícias, hoje, acabam ameaçando a
vida dos moradores e a estrutura democrática do Estado já que estão elegendo até deputados
estaduais", diz Tim Cahill.
Ainda na capital fluminense, o ano foi marcado por diversas incursões de policiais nas
favelas, resultando na morte de várias pessoas. A Anistia diz que o número de homícidios na
cidade diminuiu, mas as pessoas mortas pela polícia em casos registrados como "autos de
resistência" representaram aproximadamente 15% do total de mortes violentas ocorridas entre
janeiro e outubro de 2008. (...)
Corrupção
A Anistia Internacional considera a corrupção no Brasil como uma forma de violação dos
direitos humanos. O relatório anual cita casos como um esquema de desvio de verbas públicas
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para serviços
contratados por Câmaras municipais.
Para Tim Cahill, o assunto pode ser considerado violência contra a população do país.
"A corrupção é um elemento importante. Ela tira recursos do Estado que são requisitados para
o investimento em desenvolvimento social", disse.
Melhoras
Apesar de não exemplificar no relatório, a Anistia destaca que o Brasil conquistou
algumas vitórias no campo dos direitos humanos.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Tim Cahill cita como conquistas o início do debate pela lei da anistia e a CPI das milícias
no Rio de Janeiro. (...)
Disponível no site http://www.jusbrasil.com.br/noticias/
Acesso em 11/08/09
22
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
TEXTO TÉCNICO: A RESENHA
Resenhar significa fazer uma relação das propriedades (características, qualidades) de
um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias
que o envolvem.
O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade (um jogo de
futebol, uma comemoração solene, uma feira de livros, etc.) ou textos e obras culturais (um
romance, uma peça de teatro, um filme).
A resenha nunca poderá ser completa e exaustiva, já que são infinitas as propriedades e
circunstâncias que vão envolver o objeto descrito. O resenhador deve, portanto, saber
selecionar os aspectos mais importantes, filtrando apenas aquilo que for funcional para a
mensagem que deseja passar ao leitor.
Podemos imaginar, por exemplo, duas resenhas distintas sobre um mesmo objeto, ou
seja, o treinamento de atletas para uma Copa do Mundo. A primeira destina-se aos leitores de
uma coluna esportiva de um jornal. A outra, ao departamento médico da equipe. O jornalista, na
sua resenha, vai relatar as melhores jogadas, destacando quem fez, durante o treino, uma boa
apresentação, marcando gols, dando dribles, e assim por diante. Já na resenha destinada ao
médico estes dados serão irrelevantes. Pode-se concluir, portanto, que a importância do que se
vai relatar numa resenha depende da finalidade a que ela se presta ou se destina.
A resenha pode ser puramente descritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreciação
do resenhador, ou crítica, pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo
juízo crítico de quem a elaborou.
A resenha descritiva consta de:
a) uma parte descritiva, em que se dão informações gerais sobre o objeto analisado. Se for
um livro, por exemplo, o nome do autor, seu título completo, nome da editora, lugar e data da
publicação, e assim por diante. No caso de uma partida esportiva, os times que jogaram, onde
e quando aconteceu, etc.
b) uma parte abrangendo seu conteúdo global. No caso do livro, uma indicação sucinta do
assunto geral da obra e do ponto de vista adotado pelo autor (gênero a que o livro pertence, por
exemplo); inclui também um resumo dos pontos essenciais do texto e seu plano geral. Quanto à
partida, aqui se faz um relato sucinto de seus principais momentos, normalmente com ênfase
no resultado final.
23
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
A resenha crítica abrange este mesmo esquema básico. A diferença é que, neste caso,
entram também os comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor do livro,
do valor da obra, ou sobre a atuação dos jogadores ou as decisões do técnico do time, por
exemplo.
A resenha crítica apresenta as seguintes exigências
1. Conhecimento completo da obra, não deve se limitar à leitura do índice, prefácio e de um ou
outro capítulo.
2. Competência na matéria exposta no livro, bem como a respeito do método empregado.
3. Capacidade de juízo crítico para distinguir claramente o essencial do supérfluo
4. Independência de juízo; o que importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com
as nossas opiniões, mas se foram deduzidas corretamente.
5. Correção e urbanidade; respeitando sempre a pessoa do autor e suas intenções.
A descrição do assunto do livro, texto, artigo ou ensaio compreende a apresentação das
ideias principais e das secundárias que sustentam o pensamento do autor. Para facilitar a
descrição do assunto sugere-se a construção dos argumentos por progressão, que consiste no
relacionamento dos diferentes elementos, mas encadeados em sequência lógica, de modo a
haver sempre uma relação evidente entre um elemento e o seu antecedente.
A apreciação crítica deve ser feita em termos de concordância ou discordância, levando
em consideração a validade ou a aplicabilidade do que foi exposto pelo autor.
O que deve constar numa resenha crítica
Devem constar:
• O título
• A referência bibliográfica da obra
• Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
• O resumo, ou síntese do conteúdo
• A avaliação crítica
Vamos ver como isto se dá na prática analisando o texto que se segue, uma resenha de
um livro.
MEMÓRIA – ricas lembranças de um precioso modo de vida
O Diário de uma garota (Record, Maria Julieta Drummond de Andrade) é um texto que
comove de tão bonito. Nele o leitor encontra o registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas
que preencheram os dias de uma adolescente em férias, no verão antigo de 41 para 42.
Acabados os exames, Maria Julieta começa seu diário, anotado em um caderno de capa
dura que ela ganha já usado até a página 49. É a partir daí que o espaço é todo da menina, que
se propõe a registrar nele os principais acontecimentos destas férias para mais tarde recordar
coisas já esquecidas.
O resultado final dá conta plena do recado e ultrapassa em muito a proclamada
modéstia do texto que, ao ser concebido, tinha como destinatária única a mãe da autora, a
quem o caderno deveria ser entregue quando acabado.
E quais foram os afazeres de Maria Julieta naquele longínquo verão? Foram muitos,
pontilhados de muita comilança e de muita leitura: cinema, doce-de-leite, novena, o Tico-Tico,
doce-de-banana, teatrinho, visita, picolés, missa, rosca, cinema de novo, sapatos novos de
camurça branca, o Cruzeiro, bem-casados, romances franceses, comunhão, recorte de
gravuras, Fon-Fon, espiar casamentos, bolinho de legumes, festas de aniversário, Missa do
Galo, carta para a família, dor-de-barriga, desenho de aquarela, mingau, indigestão... Tudo
parecia pouco para encher os dias de uma garota carioca em férias mineiras, das quais
regressa sozinha, de avião.
Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um modo de vida que é
hoje apenas um dolorido retrato na parede. Retrato, entretanto, que, graças à arte de Julieta,
escapa da moldura, ganha movimentos, cheiros, risos e vida.
O livro, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo, o tom autêntico de sua
linguagem, que, se, como prometeu sua autora, evita as pompas, guarda, não obstante, o
sotaque antigo do tempo em que os adolescentes que faziam diários dominavam os pronomes
cujo/a/os/as, conheciam a impessoalidade do verbo haver no sentido de existir e empregavam,
sem pestanejar, o mais-que-perfeito do indicativo quando de direito...
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Outra e não menor riqueza do livro é o acerto de seu projeto gráfico, aos cuidados de
Raquel Braga. Aproveitando para ilustração recortes que Maria Julieta pregava em seu diário e
reproduzindo na capa do livro a capa marmorizada do caderno, com sua lombada e cantoneiras
imitando couro, o resultado é um trabalho em que forma e conteúdo se casam tão bem casados
que este Diário de uma garota acaba constituindo uma grande festa para seus leitores.
Marisa Lajolo. In: Jornal da Tarde, 18 jan., 1986
O texto é uma resenha crítica, pois nele a resenhadora apresenta um breve resumo da
obra, mas também faz uma apreciação do seu valor (exemplo, 1º
período do 1º
parágrafo, 3º
parágrafo). Ao comentar a linguagem do livro (6º
parágrafo) emite um juízo de valor sobre ela,
estabelecendo um paralelo entre os adolescentes da década de 40 e os de hoje do ponto de
vista da capacidade de se expressar por escrito. No último parágrafo comenta o projeto gráfico
da obra e faz uma apreciação a respeito dele.
A parte descritiva é reduzida ao mínimo indispensável. Apenas o título completo da obra,
a editora e no nome da autora são indicados.
Estamos diante de uma resenha muito bem feita, pois se atém apenas aos elementos
pertinentes para a finalidade a que se destina: informar o público leitor sobre a existência e as
qualificações do livro.
Vejamos, agora, outro exemplo de resenha crítica:
Um gramático contra a gramática
(Gilberto Scarton)
Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM,
1995, 112 páginas), do gramático Celso Pedro Luft, traz um conjunto de ideias que subverte a
ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da
gramática em sala de aula.
Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente,
sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de
ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista,
inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura
prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".
O velho pesquisador, apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e
de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor
gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e
linguística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos
gramáticos, dos linguistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do
irrelevante.
Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim
de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o
leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o
ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser humano;
um processos espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse
poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do
artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra,
para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si.
Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto
pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos
ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação
que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os
professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma
obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula.
Comparação entre a resenha descritiva e a resenha crítica:
Os dois textos que se seguem abordam o mesmo assunto, isto é, resenham o mesmo
filme. A diferença é que a primeira é uma resenha descritiva e a segunda, crítica. Vamos tentar
perceber as diferenças entre elas:
a) Resenha descritiva, também chamada sinopse:
O Código da Vinci
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz à tona uma sinistra
conspiração para revelar um segredo que foi protegido por uma sociedade secreta desde os
tempos de Jesus Cristo. A vítima é o respeitado curador do museu, Jacques Saunière, um dos
líderes dessa antiga fraternidade, o Priorado de Sião, que já teve como membros Leonardo da
Vinci, Victor Hugo e Isaac Newton. Momentos antes de morrer, Saunière consegue deixar uma
mensagem cifrada na cena do crime que apenas sua neta, a criptógrafa francesa Sophie
Neveu, e Robert Langdon, um famoso simbologista de Harvard, podem desvendar. Os dois
transformam-se em suspeitos e em detetives enquanto percorrem as ruas de Paris e de
Londres tentando decifrar um intricado quebra-cabeças que pode lhes revelar um segredo
milenar que envolve a Igreja Católica.
Apenas alguns passos à frente das autoridades e de um perigoso assassino, Sophie e
Robert vão à procura de pistas ocultas nas obras de Da Vinci e se debruçam sobre alguns dos
maiores mistérios da cultura ocidental - da natureza do sorriso da Mona Lisa ao significado do
Santo Graal, até conseguirem decifrar o código que lhes revelará um segredo que surpreenderá
a todos.
Com Tom Hanks, Audrey Tautou, Paul Bettany, Ian McKellen e Jean Reno nos papéis
principais, sob direção de Ron Howard.
b) Resenha crítica
Filme tem elenco ruim e roteiro frágil e burocrático
Sérgio Rizzo (Crítico da Folha)
Primeiro, aos que leram "O Código Da Vinci": a adaptação para cinema não se resume
apenas a jogar fora situações do romance, algo natural diante da impossibilidade de condensar
toda a ação em 140 minutos. Há também uma série de variações - algumas pequenas, outras
mais significativas, sobretudo no final.
Pode ser que o roteirista Akiva Goldsman tenha preferido suas soluções às de Dan
Brown, mas é provável que as alterações sirvam ao objetivo primordial de criar novidades para
quem já conhece a trama e tende a encarar o filme com certa desconfiança.
De qualquer forma, com Goldsman nunca se sabe: depois de perpetrar "Batman e
Robin" (1997) e "Perdidos no Espaço" (1998), ele ganhou o Oscar de roteiro adaptado por
"Uma Mente Brilhante" (2001) e assinou também "A Luta pela Esperança" (2005), os dois
últimos em parceria com o diretor Ron Howard, que o trouxe para "Código".
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
O que era "Uma Mente Brilhante"? Um filme de ator (e que ator: Russell Crowe)
delineado em torno de um só personagem (e que personagem: gênio e maluco em doses
cavalares). "O Código Da Vinci" tem arquitetura mais descentralizada: aventura com ações
paralelas, meia dúzia de personagens relevantes para o encadeamento da trama.
Para complicar, o pano de fundo de almanaque, conduzindo à obrigação de combinar
ingredientes de história, religião e arte. Costumou-se dizer que o livro era um roteiro pronto,
mas aí está o filme para demonstrar o contrário: quando segue o romance ao pé da letra, o
resultado é burocrático e insatisfatório; quando procura escapar dele, frágil.
A escolha do elenco tem sua cota de responsabilidade, claro. Tom Hanks e Audrey
Tautou não foram capazes de fazer por seus personagens o que Ian McKellen e Jean Reno
conseguem, ao usar os traços descritos por Dan Brown para compor figuras de identidade
própria. Já Alfred Molina e Paul Bettany, a turma da Opus Dei, beiram o constrangimento.
Agora, aos que não leram e não pretendem ler: "O Código Da Vinci" procura ser didático
para não deixar ninguém com a sensação de que perdeu um pedaço importante da história. Na
medida em que a correria permite, explica-se o essencial. O problema é que, neste caso, o
essencial talvez seja pouco.
Além disso, a pretensão de deixar tudo muito explicadinho soa escolar, no mau sentido
do termo. Em vez de fluir naturalmente, a narrativa tem "legendas", por meio de diálogos que
contam o que não se viu e de inserções ao estilo PowerPoint que resumem abruptamente
informações e linhas de raciocínio.
E, aos quem não leram o romance e não pretendem ver o filme exclusivamente por
questões de fé: no final das contas, o discurso da adaptação para cinema é carola e inofensivo.
Até a Opus Dei, vilanizada como instituição no livro, recebe tratamento mais moderado, quase
gentil.
Eis um filme com comportamento de candidato que acende uma vela para Deus e outra
para o diabo em tempo de eleição: nem tanto à esquerda nem tanto à direita, muito pelo
contrário. "O Código Da Vinci" quer ficar bem com todo mundo, mas é provável que essa
ambição desmedida lhe renda o castigo de gerar descontentamento em todo mundo.
O Código Da Vinci (The Da Vinci Code)
Direção: Ron Howard - Produção: EUA, 2005
Com: Tom Hanks, Audrey Tautou, Paul Bettany, Ian McKellen, Jean Reno
Analisando os textos:
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Como se pode perceber, na resenha descritiva nos limitamos a fazer uma sinopse do
conteúdo do livro ou filme, ou da atividade realizada, sem nenhum tipo de julgamento de valor.
O objetivo é informar o leitor do conteúdo ou das características do objeto resenhado, sem
influir em sua opinião.
Já na resenha crítica temos um texto bem mais complexo, em que vários elementos do
objeto resenhado são analisado, a fim de embasar as opiniões emitidas. Neste caso, o objetivo
é não apenas informar, mas ajudar a formar a opinião do leitor.
EXERCÍCIOS
Proposta de produção textual:
Escolha um objeto cultural (livro, filme ou peça de teatro) e elabore uma resenha crítica
de acordo com as características textuais vistas nesta unidade.
Observação: este exercício pode ser feito individualmente ou em grupo de, no máximo,
três elementos.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
TEXTO TÉCNICO: RELATÓRIO
O relatório é um documento em que são registrados os resultados de uma experiência,
um procedimento ou uma ocorrência. É usado tanto no setor público como no privado. Veja
algumas situações em que pode ser usado: um gerente de banco pode apresentar a seu
superior um relatório com o número de contas correntes abertas e fechadas no mês,
empréstimos concedidos, etc.; um grupo de pesquisadores pode apresentar ao laboratório que
os emprega um relatório com os resultados dos experimentos sobre um novo remédio; e uma
comissão de parlamentares designados para investigar uma denúncia de corrupção pode
apresentar um relatório com suas conclusões.
Normalmente, o relatório apresenta as seguintes partes:
1. Título: objetivo e sintético.
2. De: designa o remetente.
3. Para: refere-se ao destinatário.
4. Assunto: apresenta o objetivo do trabalho.
5. Referências: fontes de consulta.
6. Texto principal: desenvolvimento do relatório.
7. Conclusões: resumo, resultados, constatações, sugestões.
Pode haver também um vocativo, no início, e local e data, no início ou no final. Também
a assinatura e o cargo do remetente podem ser colocados depois do fecho. A linguagem deve
ser clara, objetiva e concisa e, em geral, segue a variedade padrão formal. Para complementar
o texto é possível acrescentar gráfico, tabela, quadro informativo, descrições, relatos de fatos
ou dados numéricos.
Veja estes exemplos.
Texto 1: (relatório de atividade acadêmica)
A visão de Dom Casmurro
De: FULANO/GRUPO 1
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Para: PROFESSOR DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS
Objeto: Leitura do livro Dom Casmurro
Referências:
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo, Klick, 1997.
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/casmurro.
Texto Principal (Resumo do enredo do romance):
O livro foi publicado em 1900 e é um dos romances mais conhecidos de Machado de Assis. O
personagem principal, Bentinho, é destinado à vida sacerdotal em cumprimento a uma antiga
promessa de sua mãe. No entanto, não permanece no seminário, pois não se sente atraído
pelos rituais católicos. Bentinho se apaixona por uma jovem, Capitu, e com ela se casa e tem
um filho - Ezequiel. Esta criança traz problemas futuros ao casal, já que, com a morte do seu
melhor amigo, Escobar, e com a forma estranha de Capitu despedir-se dele somados à
aparência física de Ezequiel com o defunto, Bentinho sente-se cada vez mais enciumado.
Chega ao ponto de planejar o assassinato de Capitu e seu filho (depois se suicidaria), mas não
tem coragem de concretizar o plano. A tragédia dilui-se na separação do casal. Ao final do livro,
Bentinho parece fechar-se cada vez mais em suas dúvidas, passando a ser chamado de
Casmurro por seus amigos e vizinhos. Põe-se, então, a escrever um romance sobre sua vida.
Conclusão: Depreendemos a partir desta leitura que esta obra trabalha com a psicologia do ser
humano, além de revelar uma outra visão da mulher, não aquela vista na sociedade
(semelhante a um anjo), mas à que tem tendências parecidas com as do homem daquela
sociedade novecentista. Há algo ainda a acrescentar: não se pode afirmar, apenas na
experiência de Bentinho, que Capitu realmente o traiu, cabendo ao leitor a sua condenação ou
a sua absolvição.
Texto 2: (relatório de atividade de supervisão)
Timbre da empresa
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
RELATÓRIO
Para: Newton Chaves - Gerente de vendas
De: Lucas Gontijo - Supervisor de vendas
Assunto: Relatório de visitas a pontos-de-venda
Data: 12 de fevereiro de 2003.
Senhor Gerente:
Envio-lhe, anexo, mapa com os pontos-de-venda visitados e avaliação do nosso
atendimento. Embora cada revendedor seja uma realidade única, há alguns aspectos gerais
que passo a destacar a seguir.
1. Atendimento do vendedor. Essa é a principal deficiência da nossa empresa. Falta
qualificação aos nossos vendedores. Alguns compradores queixam-se do tratamento que
recebem do nosso representante. E as visitas não são feitas obedecendo a cronograma
rigoroso.
2. Nossos produtos. Nossos produtos são de boa qualidade e de grande aceitação pelos
clientes que a eles têm acesso. O problema é exatamente o acesso. A exposição da nossa
linha de artigos é deficiente, sobretudo nos médios e grandes supermercados. Ocupamos
poucas frentes nas prateleiras e quase não temos pontas de gôndolas. Alguns itens, como o
Achocolatado Diet, andam quase sumidos.
3. Recomendações:
• treinar e até, em alguns casos, substituir vendedores;
• intensificar as visitas dos supervisores;
• contratar mais degustadoras;
• conscientizar o pessoal de todos os níveis das ótimas chances que temos para crescer
muitos pontos na participação das vendas do setor de alimentos enlatados.
Atenciosamente,
33
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Lucas Gontijo
Supervisor de Vendas
Relatório é um gênero textual em que se expõem os resultados de atividades variadas.
Proposta de elaboração de texto (Relatório)
Reúna-se em grupo, de no máximo cinco integrantes, e produza um relatório de acordo
com as características textuais estudadas.
1ª etapa: leiam o relatório a seguir.
Timbre
RELATÓRIO
Para: Coordenador da 2ª Coordenadoria Regional de Educação
De: Supervisor de Patrimônio
Assunto: Inspeção de cancha de esportes Data: 6 de fevereiro de 2006
Senhor Coordenador:
Estive inspecionando, conforme suas orientações, a cancha de esportes da escola de
Ensino Fundamental São Francisco de Assis, com o objetivo de averiguar a veracidade das
denúncias de pais que apontaram falta de condições físicas do local. Afirmaram os
denunciantes que a cobertura ofereceria perigo às crianças e pessoas que normalmente
circulam nas dependências do citado local. Foram apontados também problemas nos vestiários
e sanitários, como falta de chuveiro e deficiência na ventilação e na iluminação.
Vistoriei o local demoradamente em todas as dependências e constatei o seguinte:
a) Cobertura - A cobertura do imóvel realmente não se encontra em boas condições. Há
várias telhas com rachaduras. A água da chuva (estive no local em dia chuvoso) invade o
ambiente em vários pontos, e inclusive impede a prática de qualquer esporte ou de Educação
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Física em dias de chuva. Todavia, não constatei danos estruturais que possam representar
risco à integridade física dos frequentadores. Recomendo a substituição das telhas danificadas,
sob pena de se deteriorar o madeirame que suporta o telhado e, aí sim, haveria perigo até de
queda da cobertura.
b) Sanitários - Nos banheiros e vestiários constatei falta de alguns chuveiros, lâmpadas
queimadas e vidraças estilhaçadas. É urgente a substituição das lâmpadas queimadas,
reposição dos chuveiros e substituição das vidraças por janelas basculantes, o que resolveria,
inclusive, o problema da ventilação deficiente.
c) Pintura - Também se faz necessária pintura nova em todas as dependências do imóvel,
pois o aspecto atual chega a ser deprimente.
d) Orçamento - O presente relatório segue às mãos de V. Sa. sem o orçamento relativo às
reformas necessárias, como seria recomendável. Assim estou procedendo devido à veemência
das reclamações, possibilitando, dessa forma, que seja dada imediata satisfação aos
denunciantes e à comunidade. O orçamento completo já está sendo elaborado. Encaminhá-lo-
ei assim que estiver concluído.
Atenciosamente,
Jaime Batista
Supervisor de Patrimônio
2ª etapa:
Examine as instalações da Universidade e verifique se há consertos a serem realizados
ou a necessidade de alguma reforma (por exemplo: ampliação da cantina, construção de
quadra de esportes etc.).
A partir do modelo, elabore um relatório registrando o resultado da inspeção. Justifique
com explicações ou até mesmo com argumentos variados as requisições de conserto ou as
sugestões de reforma. Lembre-se de adaptar os dados do cabeçalho. O relatório pode ser
dirigido ao Reitor da Universidade ou a outra autoridade.
Siga, ainda, estas instruções:
• Empregue a variedade padrão da língua e não se esqueça de que o texto deve ser
objetivo e a linguagem clara e concisa.
35
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
• Antes de entregar o trabalho ao professor, releia o relatório e altere o que for necessário;
avalie se foram colocados o título, o remetente, o destinatário, o assunto, as referências; se o
conteúdo do texto está completo e se há conclusão. Verifique se é necessário colocar o
vocativo, o local e a data, e lembre-se da assinatura dos remetentes.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
FICHAMENTO: TÉCNICA DE ESTUDO
1 Definição
O fichamento é uma forma de investigar que se caracteriza pelo ato de fichar (registrar)
todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. É uma parte importante na
organização da pesquisa de documentos, permitindo um fácil acesso aos dados fundamentais
para a conclusão do trabalho. Esse trabalho facilitará a procura do pesquisador, que terá ao seu
alcance as informações coletadas nas bibliotecas públicas ou privadas, na Internet, ou mesmo
em seu acervo particular, evitando que consulte mais de uma vez a respeito de um determinado
tema, por não conseguir guardar em sua memória todas os dados aos quais teve acesso.
Os registros não são feitos necessariamente nas tradicionais folhas pequenas de
cartolina pautada. Podem ser feitos em folhas de papel comum, cadernos ou, mais
modernamente, em bancos de dados computadorizados, entre outros. O importante é que eles
estejam bem organizados e de acesso fácil para que os dados não se percam. Existem quatro
tipos básicos de fichamentos: o fichamento bibliográfico por autor, o fichamento bibliográfico por
assunto, o fichamento de transcrição, e o fichamento de resumo/analítico.
2 Tipologia
2.1 Ficha bibliográfica por autor
Conforme o pesquisador vai tomando contato com o material impresso, deve organizá-
lo. Poderá fazê-lo através do fichamento bibliográfico por autor, onde ficarão anotados o nome
do autor (na chamada), o título da obra, edição, local de publicação, editora, ano da publicação,
número do volume se houver mais de um e número de páginas.
Exemplo:
001
SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p.
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Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos.
Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano; o tema no direito brasileiro;
estudos e projetos; o tema no direito internacional.
Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa; lei espanhola; Recomendação
1.100 do Conselho da Europa, o caso do Bebê M.
Referências bibliográficas.
2.2 Ficha bibliográfica por assunto
Esse tipo de fichamento é mais fácil de trabalhar. As instruções indicadas no item
anterior repetem-se aqui, sendo que desta vez o assunto deve estar encabeçando a ficha (na
chamada).
Exemplo:
001 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p.
Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos.
Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano; o tema no direito brasileiro;
estudos e projetos; o tema no direito internacional.
Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa; lei espanhola; Recomendação
1.100 do Conselho da Europa, o caso do Bebê M.
Referências bibliográficas.
2.3 Ficha de transcrição (ou de citação)
Este tipo de fichamento serve para que o pesquisador selecione as passagens que
achar mais interessantes no decorrer da obra. É necessário que seja reproduzido fielmente o
texto do autor (cópia literal). Após a transcrição, indica-se a referência bibliográfica cabível, ou
então encabeça-se a ficha com a referência bibliográfica completa da obra e após a(s)
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
citação(ões), coloca(m)-se o(s) número(s) da(s) página(s) de origem. Se o trecho for citado
entre aspas duplas e no seu curso houver uma palavra ou expressão aspeada, estas aspas
deverão aparecer sob a forma de aspas simples (’).
Exemplo:
SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p.
Eis posicionamento importante, citado pela autora, sobre o início da vida e sua proteção
jurídica: “A personalidade começa com o nascimento com vida, que se verifica quando o feto se
separa completamente do corpo materno. Neste momento é que pode ser objeto de uma
proteção jurídica independente da que concerne à mãe”. (p. 40-41).
2.4 Ficha resumo/analítica
Uma ficha resumo/analítica consiste numa síntese de um livro, capítulo, trecho ou de
vários livros com a intenção de elaborar um trabalho ordenado de conclusões pessoais ou
mesmo de um grupo. Para fazer uma ficha resumo/analítica é necessário: verificar a indicação
bibliográfica, fazer um esquema, e elaborar o resumo propriamente dito.
A indicação bibliográfica mostra a fonte da leitura; o resumo sintetiza o conteúdo da obra
em redação do próprio fichador e/ou através de transcrições literais, e neste caso, com
indicação parentética da(s) página(s); as citações dizem respeito às transcrições significativas
da obra; a análise crítica do conteúdo lido apresenta as apreciações do fichador, através de
análise e críticas coerentes e cientificamente responsáveis, sustentadas nas ideias do próprio
fichador e/ou em outros textos, os quais serão devidamente referenciados conforme ABNT, no
corpo deste item ou em notas de rodapés da ficha; a ideação coloca em destaque as novas
ideias surgidas frente à leitura reflexiva.
Exemplo:
SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1991. 189 p.
Discutindo os diversos aspectos – biomédicos, psicológicos, bioéticos, religiosos e jurídicos – que
constituem questões fundamentais na abordagem das novas práticas conceptivas, este lançamento da
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Editora Forense Universitária é obra pioneira no Brasil. Como o próprio título sugere, a fertilização
assistida – termo preferível a artificial – ainda é uma questão aberta, suscitando debates e polêmicas nos
vários países em que é praticada. Devido à atualidade do tema e ao significado dos valores éticos e
morais implicados no processo, torna-se cada vez mais necessária a normalização jurídica da matéria, o
que só se verificará a partir de uma ampla discussão entre os especialistas e a difusão de
esclarecimentos e informações à opinião pública, debate para a autora pretende contribuir. O assunto é
tão polêmico que a própria autora salienta: “a adequada abordagem dos aspectos relacionados à
fecundação artificial pressupõe um enfoque interdisciplinar que dê cobertura à multiplicidade das
variáveis e que conduza à convergência para um horizonte amplo a ser abrangido pelo conhecimento
jurídico.” (p. 2)
IDEAÇÃO:
Após a leitura da obra em referência chega-se ao posicionamento de que se faz necessária, no Brasil
como em outras partes do mundo, a criação de leis que venham a dirimir os possíveis conflitos advindos
das novas técnicas de reprodução assistida.
OBSERVAÇÃO:
Em apêndice a obra contém a proteção nacional: Resolução n. 1 do Conselho Nacional de Saúde, de 13
de junho de 1988, sobre as Normas de Pesquisa em Saúde; o tema da Constituinte: Projetos de lei
nacionais. Além disso, traz legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa, lei espanhola,
Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o caso do Bebê M, estudo do direito comparado.
Retirado do site: http://www.silviamota.com.br/direito/artigos/fichamento.htm (acesso em fev/10)
EXERCÍCIO
1) Após a leitura do artigo LOGÍSTICA REVERSA: OPORTUNIDADES PARA
REDUÇÃO DE CUSTOS EM DECORRÊNCIA DA EVOLUÇÃO DO FATOR
ECOLÓGICO ( que se encontra no skydrive), faça um fichamento:
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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA
A Questão Título X Tema
No cotidiano, as pessoas expõem pontos de vista, defendem ideias, questionam
diversos assuntos, seja oralmente, seja por meio da escrita, procurando convencer o
interlocutor ou leitor de seu ponto de vista. Para isso é importante a organização das ideias na
elaboração de um texto coeso e coerente. Também se deve observar a definição do tema, a
articulação adequada entre os parágrafos e a estruturação do texto em partes relacionadas
entre si.
Leia o texto a seguir e veja como distinguir melhor título e tema:
A ética brasileira
A questão do bom gosto, a meu ver, é tanto de ordem estética quanto ética. O drama
no Brasil é que a sociedade funciona reprimindo qualquer comportamento ético. A moral, os
escrúpulos, sofrem contínuos colapsos no íntimo de cada um de nós, nos pequenos
acontecimentos da vida diária. [...] Uma regra de boa educação, de convivialidade, de
simpatia, no Brasil atual, é um ser mal-educado, violento, escandaloso. Esta bela sociedade
em que vivemos parece impelir tudo à brutalidade e à esculhambação.
MARCELO COELHO.
Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 novo 2003. (Fragmento.)
Título: A ética Brasileira
Tema: O comportamento inescrupuloso do brasileiro
Você pôde observar que o título e o tema são diferentes. O título sintetiza a ideia
principal do texto, por isso é mais curto e, normalmente, não possui verbo. Ele é uma "moldura"
do texto e delimita o tema, com uma breve referência ao que vai ser exposto.
Já o tema é o assunto proposto para a discussão; numa atividade de produção de texto,
é o assunto sobre o qual você deverá escrever. Ele geralmente é formado por uma ou mais
orações.
Se em um exercício de redação lhe fosse dado, por exemplo, como título O computador,
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você deveria selecionar o conteúdo do tema para a discussão, que poderia ser um destes: a
utilização do computador nas empresas revoluciona o mercado de trabalho; a substituição do
homem pela máquina vem aumentando a onda de desemprego; o uso do computador cria
maior fonte de recursos para o trabalho humano; o computador começa uma nova era na
educação; a vida familiar muda com a chegada do computador; a tecnologia abre caminhos
para o avanço da medicina. Esses e muitos outros temas poderiam ser explorados, numa
redação com o título O computador.
O título indica o assunto e individualiza o texto.
O tema é a ideia-núcleo do texto que permite discutir mais de uma posição sobre o
mesmo assunto.
A Montagem da Pesquisa: Escolha do Tema
Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o trabalho de
pesquisa:
Fatores internos
 Afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal.
 Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa.
 O limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema pretendido.
Fatores Externos
 A significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores
acadêmicos e sociais.
 O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho.
 Material de consulta e dados necessários ao pesquisador
Levantamento ou Revisão de Literatura
O Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para avaliar a
disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa.
Este levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações
existentes.
Sugestões para o Levantamento de Literatura
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Locais de coletas
Determine com antecedência que bibliotecas, agências governamentais ou particulares,
instituições, indivíduos ou acervos deverão ser procurados.
Registro de documentos
Esteja preparado para copiar os documentos, seja através de xerox, fotografias ou outro
meio qualquer.
Organização
Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua pesquisa. O
levantamento de literatura pode ser determinado em dois níveis:
a - Nível geral do tema a ser tratado.
Relação de todas as obras ou documentos sobre o assunto.
b - Nível específico a ser tratado.
Relação somente das obras ou documentos que contenham dados referentes à
especificidade do tema a ser tratado.
Problema
O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o
tema, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será
confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa.
Hipótese
Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, hipótese é uma afirmação categórica
(uma suposição), que tente responder ao problema levantado no tema escolhido para pesquisa.
O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição)
levantada
Justificativa
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
A justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento
de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado. O tema escolhido pelo
pesquisador e a hipótese levantada são de suma importância, para a sociedade ou para alguns
indivíduos, de ser comprovada.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar justificar a
hipótese levantada, ou seja: tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de
pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade
imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.
Objetivos
A definição dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização
do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim.
Os objetivos podem ser separados em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos.
Metodologia
A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação
desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa.
É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista
etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de
tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de
pesquisa.
Esquema do Trabalho
O Esquema do Trabalho guia o pesquisador na elaboração do texto final.
Este Esquema é um esboço, podendo ser totalmente alterado durante o
desenvolvimento do trabalho.
Depois de concluída a pesquisa, este Esquema irá se tornar o Sumário do trabalho final.
Exemplo:
Título: Ocupações Marginais no Nordeste Paulista
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
1. Introdução
2. Ocupações marginais
2.1 Conceito de ocupação marginal
2.2 Características das ocupações marginais
2.2.1 Características econômicas
2.2.2 Características sócio-culturais
3 Ocupações marginais e mobilidade social
3.1 Desigualdade social
3.2. Mobilidade social
3.2.1 Modelos explicativos da mobilidade social
3.2.2 A metodologia da mobilidade
3.2.2 Mobilidade e distância social
4. Ocupações marginais na área urbana
4.1 Setor artesanal
4.2 Setor de comércio
4.3 Setor de serviços
5. Ocupações marginais na área rural
5.1 Setor da agricultura
5.2 Setor da pecuária
5.3 Setor de mineração
6. Conclusões
(Referência: LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade.
Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1991: 155)
A Internet
A Internet representa uma novidade nos meios de pesquisa. Trata-se de uma rede
mundial de comunicação via computador, onde as informações são trocadas livremente entre
todos.
Sem dúvida, a Internet representa uma revolução no que concerne à troca de
informação. A partir dela, todos podem informar a todos. Mas, se ela pode facilitar a busca e a
coleta de dados, ao mesmo tempo oferece alguns perigos; na verdade, as informações
passadas por essa rede não têm critérios de manutenção de qualidade da informação.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
Explicando melhor: qualquer um pode colocar sua "Homepage" (ou sua Página) na rede.
Vamos supor que um indivíduo coloque sua página na "net" (rede) e o objetivo desta página
seja falar sobre a História do Brasil: ele pode perfeitamente, sem que ninguém o impeça, dizer
que o Brasil foi descoberto "por Diogo da Silva, no ano de 1325". Sendo assim, devemos levar
em conta que toda e qualquer informação colhida na Internet deverá ser confirmada antes de
divulgada.
(Fonte: Prof. Dr Gilberto Teixeira)
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
O PROJETO DE PESQUISA
As partes de um projeto de pesquisa são:
 Título
 Introdução
 Material e Métodos
 Referências Bibliográficas
 Anexos (se necessário)
 Cronograma
 Orçamento (se for o caso)
TÍTULO
O título deve ser cuidadosamente escolhido, mostrando com clareza exatamente a que o
projeto se refere. O leitor deve ser capaz de através do título, reconhecer a área de estudo e o
tema da pesquisa.
INTRODUÇÃO
Nesta parte, deve-se dissertar, descrever e argumentar, utilizando-se de formas
impessoais.
O conteúdo da introdução deve mostrar:
 A motivação para a pesquisa: quais experiências levaram à identificação do problema
que se pretende estudar.
 A problematização: a pergunta que se responde através da pesquisa.
 A justificativa: a importância e relevância do problema e de seu equacionamento.
 Os objetivos: o que se pretende alcançar com o estudo.
 A maior parte desses itens deve conter revisão da bibliografia encontrada através do
levantamento bibliográfico prévio da literatura científica relacionada ao tema. Por isto, a
problematização, a justificativa e os objetivos devem estar baseados no "estado da arte"
da área em estudo.
47
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
 Os objetivos devem fazer parte da introdução. Em geral, divide-se os objetivos em
gerais e específicos. Os objetivos gerais afirmam com clareza e precisão o que se
pretende estudar. Os objetivos específicos afirmam as diversas hipóteses de trabalho
com suas respectivas variáveis.
MATERIAL E MÉTODOS/METODOLOGIA
Trata-se de um exercício de síntese e de focalização na delimitação do procedimento
investigativo. Nesta parte deve-se utilizar verbos no infinitivo ou futuro para descrever como se
pretende chegar aos objetivos almejados.
Esta parte deve conter os seguintes itens:
 Fundamentação teórica dos métodos a serem utilizados.
 Descrição da amostra ou sujeitos da pesquisa e como se pretende escolhê-los, isto é, a
técnica de amostragem que se irá utilizar, justificando a escolha.
 Descrição dos instrumentos ou materiais a serem utilizados na pesquisa. Isto se refere
aos instrumentos, tais como, equipamentos, questionários, roteiros etc., justificando o
seu desenvolvimento e utilização.
 Descrição do procedimento, contendo "passo a passo" de como os sujeitos da pesquisa
irão participar dela e de como e onde utilizará os instrumentos.
REFERÊNCIAS
Trata-se de uma lista dos textos e seus autores, efetivamente citados no texto, tanto na
Introdução quanto no Material e Métodos/ Metodologia. A lista deve ser padronizada, seguindo-
se o modelo da ABNT. (ver módulos sobre organização das referências segundo normas da
ABNT nesta mesma apostila)
FIGURAS, QUADROS, TABELAS E ANEXOS
Transcrição dos instrumentos que serão utilizados, banco de dados ou outros textos
relevantes para a compreensão do problema e do tratamento metodológico.
As figuras, quadros, tabelas e anexos devem seguir uma numeração própria e deve-se
fornecer um título para cada um desses itens. Além disso, devem ter uma explicação ou
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
"chamada" no texto. Os gráficos, fotografias, esquemas etc., são chamados de figuras. As
tabelas sempre contêm dados numéricos, do contrário, são denominados quadros.
Retirado do site:
http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1670
Acesso em fevereiro de 2010
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APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO
Formato
O papel branco formato A-4 (padrão internacional), de dimensão 21x29cm, é o indicado pela
ABNT para trabalhos de teor didático-científico, devendo ser utilizado apenas um lado e tinta
preta.
Fonte
Recomenda-se a utilização de fontes Times New Roman ou Arial nos tamanhos 12 para o texto
e tamanho 11 para as citações longas e notas de rodapé.
Margens
As margens superior e esquerda são de 3cm, e direita e inferior são de 3cm. Os parágrafos são
de 2cm a partir da esquerda.
Espaços
1• O espaço deve ser 1,5 em todo o corpo do texto.
2• Para os títulos e subtítulos podemos escolher essas opções:
- dois espaços duplos antes de cada novo título ou subtítulo;
- espaço duplo no corpo do texto, marcando na opção espaçamento antes e depois: 18 pt.
Paginação
Numeramos apenas a partir dos elementos textuais, com o numeral em algarismo arábico que
deve vir no alto da página, na margem direita. Havendo anexo, as páginas devem ser
numeradas, dando sequência à numeração do texto principal.
Citação
Você pode inserir uma citação de um trecho de texto de autor pesquisado em seu
trabalho de duas maneiras:
a) No caso de citação curta, ele virá inserida no próprio texto, sem divisão, marcada por
aspas e tendo ao final a indicação do autor, da obra e da página de onde foi retirada.
b) No caso de citação longa, ela virá destacada do texto do trabalho, sem aspas, em corpo
de letra menor, como dito no item “fonte” acima, e recuado 4cm em relação ao texto principal.
Ao final, também dever constar a indicação do autor, da obra e da página.
Vamos a um exemplo de como fazer a indicação da obra de onde você retirou uma citação.
Suponhamos que você faça uma citação do livro abaixo:
JAPIASSU, Hilton F.. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
A indicação de citação deste livro é feita desta maneira:
(JAPIASSU, 1975, p. xxx)
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
O nome do autor vem em maiúsculas, como aparecerá nas referências ao fim do
trabalho. Lembrar que todo autor citado no corpo do trabalho tem de constar das referências. A
data identifica a que livro você se refere, principalmente se houver mais de um livro do mesmo
autor nas referências. E a página (indicada pelo p. ) vai localizar, dentro da obra, onde se
encontra o texto que você citou.
Agora, vejamos dois trechos de textos contendo citações incorporadas a ele:
1º. Caso: citação curta (até três linhas), incorporada ao texto, destacada apenas por aspas.
Apesar de longamente aguardado, o instante da criação não vem. A espera não se converte, no
caso de Romão, na surpresa do encontro ou, como diz Bachelard, “quando o acontecimento
claramente esperado sobrevém – novo paradoxo -, ele nos aparece como uma clara novidade”
(BACHELARD, 1988, p. 49).
2º. Caso: citação longa, destacada do texto, sem aspas, em corpo de letra menor e recuada.
Como considerações finais, cumpre ressaltar que um dos aspectos mais importantes a
serem considerados na elaboração de um trabalho acadêmico é a clareza e objetividade do
texto. Assim, não se deve tentar mostrar erudição ao redigir textos com a ordem das frases
invertidas ou com o excessivo emprego de termos arcaicos e pedantes. A leitura do texto deve
fluir agradavelmente, sem ser enfadonha ao leitor. O autor deve ser claro, direto, conciso e
objetivo. É óbvio que essa simplicidade não deve comprometer a qualidade do texto, nem
tampouco justifica o emprego de termos chulos, coloquiais ou mesmo gramaticalmente pobres.
Mas a qualidade fundamental de um bom texto, qualquer que seja ele, é a clareza.
51
Voltando a Bachelard, há um trecho em que diz:
...parece-nos incontestável que uma palavra permanece ligada aos mais
longínquos, aos mais obscuros desejos que animam, em suas
profundezas, o psiquismo humano. O inconsciente murmura
ininterruptamente, e é escutando esse murmurar que logramos
apreender-lhe a verdade (BACHELARD, 1988, p. 55).
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
A linguagem de um texto científico é impessoal e deverá ser elaborada na terceira
pessoa verbal, em seu valor denotativo, literal, evitando-se a duplicidade de sentidos e
linguagens figuradas. Objetividade e clareza são fundamentais ao construir seu texto científico,
usando a ordem direta e escolhendo as palavras que melhor expressem o que deseja.
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Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
O ARTIGO CIENTÍFICO DE CONCLUSÃO DE CURSO
1. Definição de Artigo Científico
O artigo é a apresentação sintética, em forma de texto escrito, em um mínimo de 6 e
máximo de 15 laudas, dos resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma
questão. Seu objetivo fundamental é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar
conhecidos a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviam de base
para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais
dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão.
Os problemas/temas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer
parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas teóricos ou
práticos novos.
2. Como dar início ao trabalho
À semelhança do trabalho monográfico, o passo inicial para a redação do artigo é a
elaboração de um projeto de pesquisa, visando esclarecer/definir o tema a ser trabalhado, o
objeto a ser focalizado na pesquisa, seus objetivos, tanto o geral quanto os específicos, a
metodologia de trabalho, bem como a bibliografia básica a ser consultada. Obviamente, por ter
menor extensão e exigir maior concisão por parte do autor, o projeto para elaboração de um
artigo será necessariamente também mais sucinto do que o de um trabalho monográfico.
3. A estrutura do artigo científico
Por ser um texto de menor extensão, o artigo científico não apresenta mudanças de
página em sua estrutura. Ou seja, ele vai em um continuum, da primeira à última página,
apresentando os seguintes elementos:
1.Título
2. Autor (es)
3. Epígrafe (facultativa)
4. Resumo e Palavras-chave;
5. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
6. Notas (opcional)
7. Referências.
3.1 . O título
Quanto ao título do artigo, deve ser representativo de seu conteúdo, porém de forma
concisa. O título de um trabalho não é seu resumo. Assim, devem ser evitados títulos longos.
Um bom título deve conter apenas as palavras essenciais sem, todavia, prejudicar a clareza e
entendimento da natureza do trabalho.
53
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
3.2 . Identificação do(s) autor(es) do artigo
O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. Caso haja mais de
um autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética. Após o nome do autor, deve vir sua
titulação, bem como instituição à qual se vincula.
3.3 . Epígrafe
Também opcional, constitui-se numa frase ou citação que encabeça uma produção
escrita, uma citação de texto ou trecho de texto de autor de relevância para a área ou tema
trabalhado no texto monográfico.
3.4 . Resumo e Palavras-chave
O resumo é um elemento obrigatório, constituído de uma seqüência de frases
concisas e objetivas e não de uma simples enumeração de tópicos, em torno de 250
palavras, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é,
palavras-chave e/ou descritores, conforme a NBR 6028. No resumo, o espaço entrelinhas
deve ser simples. Do mesmo modo que no trabalho monográfico, costuma ser solicitada uma
versão do resumo em outro idioma, sendo empregados para este em geral o inglês, o
francês ou o espanhol.
As palavras-chave são elementos também obrigatórios e devem ser representativas
do conteúdo do trabalho, em um número mínimo de três e máximo de cinco.
3.5 . Divisão do Conteúdo
3.5.1. INTRODUÇÃO
A introdução é a apresentação sucinta e objetiva do trabalho, que fornece
informações sobre sua natureza, sua importância e sobre como foi elaborado: objetivo,
métodos e procedimentos seguidos.
Na introdução, o tema é apresentado e esclarecido aos leitores, são dadas as
indicações de leitura do trabalho.
Em outras palavras, é a parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação do
assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do
trabalho.
Deve-se mencionar a importância do trabalho, justificando a necessidade de se realizar
tal empreendimento
3.5.2 . DESENVOLVIMENTO
As propostas citadas na introdução devem estar desenvolvidas e comprovadas ao longo
desta parte do trabalho.
54
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
3.5.3. CONCLUSÃO
A conclusão é a parte em que o autor avalia os resultados obtidos, dando um “fecho” às
idéias desenvolvidas ao longo do trabalho.
3.6 . NOTAS
As notas devem vir ao final do trabalho, antes das Referências. São notas explicativas,
que se destinam ao registro de comentários adicionais não cabíveis no texto, ou ainda para
remeter o leitor a outras partes do trabalho ou a outras obras que tratam da mesma temática.
São apresentadas em algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para
todo o capítulo ou parte.
3.7 . REFERÊNCIAS
Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em
parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de materiais. As
publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem obedecer as Normas da
ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de autores
efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo, do mesmo modo do que ocorre no
trabalho monográfico.
4. Normas Para Elaboração e Apresentação do Artigo de Conclusão de Curso
presentemente adotadas pela Suam
• Os trabalhos deverão ser inéditos e conter no mínimo 6 e, no máximo, 15 páginas, em
formato A4, fonte Times New Roman, corpo 12, espaço 1,5, parágrafo 1,5 cm, e
margens de 3,0 cm.
• Na folha inicial, devem constar o título do artigo, o nome completo do autor, sua
matrícula e habilitação que está cursando.
• Na mesma folha, logo abaixo, devem constar o Resumo, de aproximadamente seis
linhas (máximo de 250 palavras), redigido em parágrafo único em espaço simples, e três
a cinco palavras-chave.
• A numeração, com o numeral em algarismo arábico, deve vir no alto da página, na
margem direita. Havendo anexo, as páginas devem ser numeradas, dando seqüência à
numeração do texto principal.
• Caso o artigo contenha imagens, estas deverão estar digitalizadas em formato TIF, BMP
ou JPG, devendo vir em separado, mesmo quando incorporadas ao arquivo texto, com
indicação de posicionamento no texto e legendadas.
55
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
• As citações bibliográficas deverão seguir o sistema: (autor, data, página), remetendo às
referências contidas ao final do trabalho, elaboradas segundo normas da ABNT.
• Não devem ser inseridas notas de pé de página. As notas devem vir ao final do trabalho,
imediatamente antes das referências bibliográficas.
Citações
Uma citação nada mais é do que a corroboração de uma afirmativa feita pelo autor do
texto monográfico através da citação de uma fonte autorizada, ou seja, o texto de um autor de
renome na área trabalhada, o resultado de uma pesquisa e assim por diante.
As citações, em um artigo, seguem as mesmas normas das citações inseridas em
trabalhos monográficos.
Conclusão
Pretendeu-se neste trabalho proporcionar, de forma muito sintética, mas objetiva e
estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escrita de um artigo
científico. Para satisfazer este objetivo, optou-se por uma descrição sequencial dos
componentes típicos de um documento desta natureza. Faz-se notar, todavia, que ninguém se
pode considerar perfeito neste tipo de tarefa, pois a arte de escrever artigos científicos constrói-
se no dia a dia, através da experiência e da cultura.
Como nota final, sugerimos a leitura dos artigos científicos das revistas publicadas pela
Unisuam, ou seja, Semioses, Augustus, Legis Augustus e Corpus et Sciencia. Todas estão
disponível no site da instituição, no link “publicações”, encontrado no item “Pesquisa e
Extensão" da página inicial.
56
Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado
COMO FAZER REFERÊNCIAS: bibliográficas, eletrônicas e demais formas de
documentos
Copyright©2000 de Maria Bernardete Martins Alves e Susana M. de Arruda
Este documento pode ser copiado e disponibilizado eletronicamente, desde que forma e conteúdo sejam
mantidos.
Atualizada em fev 2007, conforme NBR-6023/2002
1 ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS
1.1 Definição:
Referência é conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que
permite a sua identificação individual. (NBR 6023, 2002, p. 2).
Nota: "Constitui uma lista ordenada dos documentos efetivamente citados no texto. Não devem
ser referenciados documentos que não citados no texto. Caso haja conveniência de referenciar
material bibliográfico não citado, deve-se fazer uma lista própria após a lista de referências sob
o título: Bibliografia recomendada." (NBR 10719, 1989, p. 13).
1.2 Ordenação das referências
1.2.1 As referências podem ter uma ordenação alfabética, cronológica e sistemática (por
assunto). Entretanto neste manual, sugerimos a adoção da ordenação alfabética ascendente.
1.2.2 Autor repetido: Quando se referencia várias obras do mesmo autor, substitui-se o nome
do autor das referências subsequentes por um traço equivalente a seis espaços.
1.3. Aspectos gráficos
1.3.1 Espaçamento: as referências devem ser digitadas, usando espaço simples entre as
linhas e espaço duplo para separá-las.
1.3.2 Margem: As referências são alinhadas somente à margem esquerda.
1.3.3 Pontuação:
• Usa-se ponto após o nome do autor/autores, após o título, edição e no final da
referência;
• Os dois pontos são usados antes do subtítulo, antes da editora e depois do termo In:;
• A virgula é usada após o sobrenome dos autores, após a editora, entre o volume e o
número, páginas da revista e após o título da revista;
• O Ponto e vírgula seguido de espaço é usado para separar os autores;
• O hífen é utilizado entre páginas (ex: 10-15) e, entre datas de fascículos sequenciais
(ex: 1998-1999);
• A barra transversal é usada entre números e datas de fascículos não sequenciais (ex:
7/9, 1979/1981);
57
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Apostila do projeto integrador i

  • 1. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado APOSTILA – PROJETO INTEGRADOR I 1
  • 2. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado CONHECIMENTO E CIÊNCIA Conhecimento é a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. A construção do conhecimento fundado sobre o uso crítico da razão, vinculado a princípios éticos e a raízes sociais é tarefa que precisa ser retomada a cada momento, sem jamais ter fim. Através dos tempos, vários foram os principais modos de conhecer o mundo e suas formas de abordagens para se chegar ao conhecimento verdadeiro. Tais abordagens permanecem coexistindo nos dias de hoje. Veja a síntese no quadro abaixo: Modos de conhecer o Mundo Critérios de verdade Objetivação Metodologia Relação sujeito-objeto 1. O Mito (ou conhecimento teológico) A Fé Dogmatismo – Doutrinamento (Proselitismo) A experiência pessoal Relação Suprapessoal, em que a Revelação do Sagrado se manifesta (revela) sobrenaturalmente ao profano através do rito (Dramatização do mito, ou seja, da liturgia religiosa). 2. A Filosofia A razão A razão discursiva. A dialética (O discurso) Relação transpessoal em que a palavra diz as coisas. O mundo se manifesta pelos fenômenos e é dizível através do logos. 3. O Senso Comum A cultura ética e moral A tradição cultural As crenças silenciosas (Ideologias) Relação interpessoal, em que a ideologia é estabelecida pelas ideias dominantes e pelos poderes estabelecidos. 2
  • 3. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado 5. A Ciência A experimentação Objetividade -Comprovação de uma determinada tese de modo objetivo A observação Relação “impessoal”, há isenção do cientista diante de sua pesquisa, o chamado “mito da neutralidade científica”. Sistematizando o quadro anterior: TIPOSDECONHECIMENTOS Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões. Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana, permitimo-nos também ao pensar e, por consequência, a ordenação e a previsão dos fenômenos que nos cerca. Conhecer é passar do desconhecimento ao saber, mesmo que este seja algo simples ou incompleto; é ter uma ordem onde antes havia o caos, ou seja, é adquirir saberes a respeito de algum assunto, onde antes havia ignorância. Quando se fala em “conhecimento”, muitos relacionam com “ciência”. De um modo geral, o conhecimento científico é considerado como sendo a verdade das coisas. Os meios de comunicação reforçam essa visão incorreta que temos em relação à ciência e que se chama cientificismo ou positivismo (é uma visão de mundo baseada na ideia de que a ciência está acima de tudo. Como consequência disso, a religião, o mito, o senso comum, a filosofia e outros saberes são desprestigiados ou abandonados. Essa visão de mundo desenvolveu-se na Europa a partir da segunda revolução industrial, a qual, devido aos seus avanços tecnológicos, iludiu muitos intelectuais, os quais passaram a acreditar que através da ciência o século XX traria progresso, prosperidade e felicidade para a humanidade). Na realidade, há diversos saberes que a humanidade usa; a ciência é apenas um deles. Para conhecer, precisamos de três elementos: a) O sujeito, que é o ser que quer saber ou conhecer; b) O objeto ou assunto, aquilo que queremos saber; 3
  • 4. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado c) A imagem mental em forma de opinião, ideia ou conceito que resultam da relação sujeito-objeto e que passa a habitar a subjetividade daquele que conhece. Existem diferentes tipos de conhecimentos: 1 - Conhecimento Teológico Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Exemplo: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duendes; acreditar em reencarnação; acreditar em espíritos, etc.. 2 - Conhecimento Filosófico É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. Exemplo: “O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche) 3 - Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar, ou senso-comum) É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas e baseado nas vivências do dia-a-dia. Exemplo: A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar. 4 - Conhecimento Científico É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Podemos então dizer que o Conhecimento Científico:  É racional e objetivo.  Atém-se aos fatos.  Transcende aos fatos.  É analítico.  Requer exatidão e clareza.  É comunicável.  É verificável. 4
  • 5. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado  Depende de investigação metódica.  Busca e aplica leis.  É explicativo.  Pode fazer predições.  É aberto.  É útil Exemplo: Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos batráquios. AEVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO HUMANO Os egípcios já tinham desenvolvido um saber técnico evoluído, principalmente nas áreas de matemática, geometria e na medicina, mas os gregos foram provavelmente os primeiros a buscar o saber que não tivesse, necessariamente, uma relação com atividade de utilização prática. A preocupação dos precursores da filosofia (filo = amigo + sofia (sóphos) = saber e quer dizer amigo do saber) era buscar conhecer o porquê e o para quê de tudo o que se pudesse pensar. O conhecimento histórico dos seres humanos sempre teve uma forte influência de crenças e dogmas religiosos. Mas, na Idade Média, a Igreja Católica serviu de marco referencial para praticamente todas as ideias discutidas na época. A população não participava do saber, já que os documentos para consulta estavam presos nos mosteiros das ordens religiosas. Foi no período do Renascimento, aproximadamente entre o séculos XV e XVI (anos 1400 e 1500) que, segundo alguns historiadores, os seres humanos retomaram o prazer de pensar e produzir o conhecimento através das ideias. Neste período as artes, de uma forma geral, tomaram um impulso significativo. No século XVII e XVIII (anos 1600 e 1700) a burguesia assumiu uma característica própria de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata utilização prática. Com isso surgiu o Iluminismo, corrente filosófica que propôs "a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos". O pensador René Descartes mostrou ser a razão a essência dos seres humanos, surgindo a frase "penso, logo existo". No aspecto político o movimento Iluminista expressou-se pela necessidade do povo escolher seus governantes através de livre escolha da vontade popular. Lembremo-nos de que foi neste período que ocorreu a Revolução Francesa em 1789. 5
  • 6. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado O Método Científico surgiu como uma tentativa de organizar o pensamento para se chegar ao meio mais adequado de conhecer e controlar a natureza. Já no fim do período do Renascimento, Francis Bacon pregava o método indutivo como meio de se produzir o conhecimento. Este método entendia o conhecimento como resultado de experimentações contínuas e do aprofundamento do conhecimento empírico. Por outro lado, através de seu Discurso sobre o método, René Descartes defendeu o método dedutivo como aquele que possibilitaria a aquisição do conhecimento através da elaboração lógica de hipóteses e a busca de sua confirmação ou negação. Observação: no método indutivo, parte-se do particular para o geral, isto é, a partir da observação de casos particulares, elabora-se uma teoria e busca-se determinar, através de pesquisas, se esta tem caráter geral. No método dedutivo, faz-se o oposto: elabora-se a hipótese geral e busca-se comprová-la em observações de casos particulares. A pesquisa eleitoral é um bom exemplo do raciocínio indutivo. Através da amostragem de eleitores realiza-se a pesquisa que irá ser utilizada para encontrar o percentual de votos de cada um dos candidatos. É claro que a validade dos resultados depende da representatividade da amostra e o método estatístico é sua base de sustentação. Os raciocínios dedutivos caracterizam-se essencialmente por apresentarem conclusões que devem ser necessariamente verdadeiras, se todas as premissas (isto é, fatos ou princípios que serves de base à conclusão de um raciocínio) forem também verdadeiras. Exemplo de raciocínio dedutivo: Premissa maior (caráter geral): Todo mamífero tem coração. Premissa menor (caráter particular): Todos os cavalos são mamíferos. Conclusão: Logo, todos os cavalos têm coração. As conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não contida nas premissas consideradas, diferentemente do que ocorre com a dedução. Assim, se por meio da dedução chega-se a conclusões verdadeiras, já que baseada em premissas igualmente verdadeiras, por meio da indução chega-se a conclusões que são apenas prováveis. Comparando o método dedutivo e o indutivo, concluímos que enquanto o pensamento dedutivo leva a conclusões inquestionáveis, porém já contidas nas hipóteses, o raciocínio indutivo leva a conclusões prováveis, porém mais gerais do que o conteúdo das hipóteses. 6
  • 7. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado A Igreja e o pensamento mágico cederam lugar a um processo denominado, por alguns historiadores, de "laicização da sociedade". Se a Igreja trazia até o fim da Idade Média a hegemonia dos estudos e da explicação dos fenômenos relacionados à vida, a ciência tomou a frente deste processo, fazendo da Igreja e do pensamento religioso razão de ser dos estudos científicos. No século XIX (anos 1800) a ciência passou a ter uma importância fundamental. Parecia que tudo só tinha explicação através da ciência, como se o que não fosse científico não correspondesse a verdade. O século XIX serviu como referência de desenvolvimento do conhecimento científico em todas as áreas. Na sociologia, Augusto Comte desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o Positivismo, vindo logo após outros pensadores; na Economia, Karl Marx procurou explicar a relações sociais através das questões econômicas, resultando no Materialismo-Dialético; Charles Darwin revolucionou a Antropologia, ferindo os dogmas sacralizados pela religião, com a Teoria da Hereditariedade das Espécies ou Teoria da Evolução. A ciência passou a assumir uma posição quase que dogmática diante das explicações dos fenômenos sociais, biológicos, antropológicos, físicos e naturais. A neutralidade científica É sabido que, para se fazer uma análise desapaixonada de qualquer tema, é necessário que o pesquisador mantenha uma certa distância emocional do assunto abordado. Mas será isso possível? Seria possível um padre, ao analisar a evolução histórica da Igreja, manter-se afastado de sua própria história de vida? Ou ao contrário, um pesquisador ateu abordar um tema religioso sem um consequente envolvimento ideológico nos caminhos de sua pesquisa? Provavelmente a resposta seria não. Mas, ao mesmo tempo, a consciência desta realidade pode nos preparar para trabalhar esta variável de forma que os resultados da pesquisa não sofram interferências além das esperadas. É preciso que o pesquisador tenha consciência da possibilidade de interferência de sua formação moral, religiosa, cultural e de sua carga de valores para que os resultados da pesquisa não sejam influenciados por eles além do aceitável. EXERCÍCIOS 1) Leia as alternativas abaixo, diga se há o conhecimento filosófico, científico, empírico, científico, explique o porquê: a) Neste tipo de conhecimento não é necessário que haja um parecer científico para que se comprove o que é dito; é um saber informal que engloba até opiniões, estereótipos e preconceitos. É um saber imediato, subjetivo, heterogêneo e acrítico, pois se conforma 7
  • 8. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado com o que é dito. Exemplo: conhecimento de um pescador, um agricultor, uma cozinheira, um jogador de futebol, um pedreiro, um índio sobre o segredo das plantas e animais da selva, o racismo, a homofobia, o geocentrismo, etc. Resposta:................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... . b) Fundamenta-se na fé. Usa a dedução, partindo de uma realidade universal para dar sentido a realidades particulares. Parte da compreensão e da aceitação da existência de uma divindade (ou várias), que seria a razão de ser de todas as coisas. Resposta:............................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. .. c) É racional e deve ter como objetivo a busca da verdade. Ele é sistemático e procura a raiz das coisas, usando o rigor lógico. O conhecimento filosófico busca os “porquês” de tudo o que existe.Resposta:................................................................................................................... ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. .. d) É racional, utilizando-se de experimentos, observações, comprovações e induções. É sistemático, prevendo ainda a experimentação, validação e comprovação daquilo a que pretende provar. Resposta:............................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. 2) Marque a alternativa correta: A) Por que se faz pesquisa ? (a) Para desenvolver uma nova tecnologia. (b) Para se ter um conhecimento maior da área a ser estudada. (c) Para apresentar um currículo mais extenso e melhor. (d) Todas as alternativas B) Quando se diz que “mulher no volante, perigo constante”, temos um exemplo de: (a) Conhecimento científico (b) Conhecimento teológico (c) Conhecimento empírico (d) Conhecimento filosófico C) “A História busca como fonte fatos e acontecimentos plausíveis”. Temos um exemplo de (a) Conhecimento científico (b) Conhecimento teológico 8
  • 9. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado (c) Conhecimento empírico (d) Conhecimento filosófico 3) É possível dizer que o conhecimento surge do vazio? ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. 4) Explique: ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. .... 5) Diga se abaixo há o método dedutivo ou o método indutivo: Método................................... Método...................................  Leva o pesquisador do conhecido ao desconhecido com pouca margem de erro;  É de alcance limitado, pois a conclusão não pode exceder as premissas.  Neste método a racionalização ou combinação de idéias em sentido interpretativo vale mais do que a experimentação de caso por caso.  Parte do geral para se chegar às particularidades.  Encontra larga aplicação em ciências como Física e Matemática • Parte de questões particulares até chegar a conclusões generalizadas. • Tem a finalidade de ampliar o alcance dos conhecimentos. • Influenciou no desenvolvimento de técnicas de coleta de dados e na elaboração de instrumentos. • Foi visto como o método por excelência das ciências naturais. 6) Diga se abaixo há o método dedutivo ou o método indutivo: a) Todo homem é mortal →Pedro é homem →Pedro é mortal b) Todo mamífero tem um coração → Todos os cães são mamíferos → Todos os cães têm um coração. C) Antônio é mortal →Benedito é mortal →Carlos é mortal →Zózimo é mortal → Antonio, Benedito, Carlos e Zózimo são homens →os homens são mortais. 9
  • 10. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado O TRABALHO CIENTÍFICO NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO A Organização dos Estudos na Vida Universitária: Exigências, Recomendações e sugestões:  Postura: Mudar radicalmente explorando o que já foi estudado anteriormente.  Resultado do processo: Depende fundamentalmente do aluno.  Desenvolvimento psíquico e intelectual.  Autonomia com relação à estrutura do ensino e recursos.  Auto-atividade didática: Crítica e rigorosa.  Projeto de trabalho: Individualizado.  Material Didático: Complementação da sala de aula.  Assimilação de conteúdo: Não deve ser passiva e mecânica como na escola básica, em que se enfocava a presença física e o cumprimento forçado de tarefas mecânicas.  Formação universitária: Atividades de laboratório e campo;  Habilidades profissionais próprias de cada área;  Embasamento teórico correspondente ao nível superior; Uso de instrumentos bibliográficos de auxílio (criar uma biblioteca pessoal  Textos Básicos: Dicionário, texto introdutório, histórico e revistas atuais.  Referências: Em consultas, devem ser anotadas para consultas posteriores.  Recursos eletrônicos: Feitos por quem? Quando? Instituição? Fidedignos?  Retenção de Ideias: Apenas as ideias centrais de uma aula devem ser retidas.  Tomando nota: Não devemos copiar todo o discurso de alguém. Gravar é uma opção mais fácil, desde que obtida a devida permissão.  Horários: Algumas pessoas fixam horários destinados ao estudo em casa. 10
  • 11. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado SUGESTÃO DE FLUXOGRAMA DA VIDA DE ESTUDOS RECOMENDAÇÕES PARA A PRÁTICA DA LEITURA  Os textos agora terão caráter científico e filosófico, o que dificulta ainda mais o entendimento;  Exigem Razão Reflexiva;  Teoria da Comunicação Humana: Emissor transmite uma mensagem que é captada pelo receptor. Explica-se, desta forma, o cuidado que devemos ter com a escrita de nossos textos científicos;  Texto-Linguagem: Meio intermediário pelo qual duas consciências se comunicam.  Ao escrever um texto, o autor (emissor) codifica sua mensagem que, por sua vez, já tinha sido pensada, concebida e o leitor (receptor), ao ler um texto, decodifica a mensagem do autor, para então pensá-la, assimilá-la e personalizá-la, compreendendo-a: assim se completa a comunicação.  Sofremos influências situacionais e culturais que colocam em risco a eficácia de nosso processo de comunicação;  Unidade de Leitura: Setor do texto que forma uma totalidade de sentido. Pode ser um capítulo ou qualquer outra subdivisão. Para que a mensagem seja compreendida de forma exata, é importante ler toda a unidade e tudo aquilo que diz respeito ao tema em questão; 11
  • 12. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado  O estudo de determinado texto deve ser feito sem intervalo, para que as noções não se percam ou se confundam; PASSOS BÁSICOS PARA UMA BOA LEITURA  Primeira Leitura:  Realizada rapidamente, sem o objetivo de esgotar a compreensão.  É responsável pela visão panorâmica.  Nela devemos tentar pesquisar dados sobre o autor do texto, o que proporcionará uma melhor elucidação das ideias.  Busca pelo vocabulário: Para que a próxima leitura seja mais simples, é importante saber exatamente o que significam termos de valor histórico, doutrinas e referências a autores que se tornam símbolos. Exemplo: “Prestes a ‘vira uma balzaca’, Fernanda Lima supera críticas...” (Jornal O Dia, Rio de Janeiro, 11.03.2007.Caderno Tudo de Bom, p6.) Consulta ao Vocabulário: Balzaca = Balzaquiano (relativo ou pertencente ao escritor francês Honoré de Balzac(1799-1850), ou próprio dele, escritor do romance “A mulher de trinta anos”.  Segunda Leitura:  A Análise Temática do Texto é o objetivo dessa segunda leitura.  Através do título, busca-se entender a conexão entre ele e o que está sendo dito;  O que o autor fala sobre o tema? Como ele responde ao que está perguntando? As respostas são suficientes? Preciso ir além?  A argumentação do autor é sólida?  Uma vez respondidas estas perguntas, procede-se à Análise Interpretativa: Interpretar, em sentido restrito, é tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a fecundidade das ideias expostas, é cotejá-las (compará-las) com outras. 12
  • 13. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado PESQUISA – DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO A pesquisa consiste na execução de um conjunto de ações e de estratégias planejadas no projeto de pesquisa, integradas e harmonizadas sequencialmente, para a geração de conhecimento original, de acordo com certas exigências e condições. Esse processo se inicia com: a) a caracterização do problema (que fazer? que objetivo alcançar?), delineado em dimensões técnicas e operacionais viáveis, delimitadas e objetivas; b) o estabelecimento de um conjunto de afirmações conjeturais (hipóteses), a partir de dados e observações levantadas pelo pesquisador, para servir como setas indicadoras da definição de objetivos, isto é, respostas para os seguintes itens: • para que fazer ? (objetivo geral) • para quem fazer ? (objetivos específicos); c) esses objetivos serão atingidos mediante a execução de ações planejadas e desenvolvidas conforme uma metodologia científica que responde o “como fazer”, de forma consistente com os cenários da pesquisa, os recursos disponíveis para sua execução e a finalidade ou aplicação esperada dos resultados. O que é metodologia? Metodologia significa, etimologicamente, o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer pesquisa científica, com o intuito de fazê-la de forma eficiente. A metodologia é uma disciplina normativa definida como o estudo sistemático e lógico dos princípios que dirigem a pesquisa científica, desde suposições básicas até técnicas de indagação. Não deve ser confundida com a teoria que embasará a pesquisa, pois só se interessa pela validade dos dados coletados, e não pelo seu conteúdo. Assim, a metodologia, mais do que uma descrição formal de técnicas e métodos a serem utilizados na pesquisa científica, indica a opção que o pesquisador fez do quadro teórico (passo fundamental para o estabelecimento da linha de pesquisa a ser adotada) para determinada situação prática do problema objeto de pesquisa. 13
  • 14. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado BREVE HISTÓRICO No Brasil das décadas de 60, 70 e 80 eram feitas sem metodologia definida. Atualmente, o quadro de pesquisas realizadas no Brasil apresenta a seguinte subdivisão: 75% feitas por Universidades; 20% por Empresas; 05% por Institutos isolados. Tipos de Pesquisa: a. Pesquisa Quantitativa: Rápida Menos humana Nela, os homens se tornam números. Exemplo de pesquisa quantitativa: censo demográfico simples. b. Pesquisa Qualitativa: Busca a peculiaridade do objeto; Lenta; Menor extensão; Maior profundidade; Complexa ao extremo; Exemplo de pesquisa qualitativa: hábitos de consumo de determinada faixa social. Obs.: existem vários tipos de pesquisa, a saber: experimental, documental, exploratória, etnográfica... Porém, não nos cabe definir todas devido ao fato de serem tipos complexos e quase sempre utilizados em estudos específicos. Técnicas ou Instrumentos de pesquisa.  Relato Oral: A testemunha fala sobre um contexto. Questão complexa da verdade: Mentir é um direito constitucional. Você não pode criar provas contra você. 14
  • 15. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado  História de Vida: Relato do narrador sobre sua história através do tempo. Muito usada na constituição de biografias.  Estudo de caso: Estudo sobre um caso contemporâneo específico.  Questionário: Perguntas bem estruturadas; Devem ser exclusivas; Hierarquizadas; Seguir ritual de aplicação.  Entrevista: as entrevistas podem ser realizadas de diversas maneiras. A seguir, observaremos algumas delas: a) Informal: Não é dirigida. Surge em uma oportunidade. Ex.: pesquisa feita em supermercados com consumidores que estejam adquirindo determinado produto. b) Focalizada: feita com o auxílio de uma pauta semi-estruturada; Ex.: Médico e Paciente. c) Estruturada: Fixa o número de questões a serem feitas. d) Painel: Fazemos as mesmas perguntas hoje, depois de 15 dias, 30... Ex.: Políticos na TV. e) Ritual: Feita sempre da mesma maneira. Ex.: Feita com estrelas de outros países quando visitam o Brasil: “É a sua 1ª. Vez no Brasil? O que achou de nossas praias? E as mulheres brasileiras? (observem também a repetição nas respostas...) f) Temática: Temos apenas um tema e a partir dele elaboramos o trabalho. 15
  • 16. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado g) Em Profundidade: a partir da representação de mundo que o entrevistado criou. Ex.: em consultas psiquiátricas. h) De Confronto: quando o entrevistador briga com o entrevistado para retirar as informações necessárias dele. Estando fora do controle, é mais fácil retirarmos informações de alguém. i) Coletiva: com o uso de mediador. Ex.: Debates de TV. Preparação para a realização de uma entrevista: a. Conhecimento prévio; b. Bom roteiro; c. Ordem cronológica ordenada, sem saltos; d. Validação e fidedignidade; e. Pré-teste; f. Respeito ao entrevistado; g. Capacidade de ouvir sem interromper; h. Interromper quando for necessário; i. Saber perguntar sobre a resposta; j. O registro correto de dados através de anotações, gravações e filmagens deve ser guardado por pelo menos cinco anos. O arquivamento prolongado só deve ser feito em casos mais específicos. k. Com relação à seleção dos sujeitos da pesquisa, é importante levarmos em consideração uma série de fatores, tais como: sexo, idade, profissão, local de nascimento e de crescimento, traumas, frustrações, constituição familiar... Técnica de Observação:  Tem sua gênese na sociologia e na antropologia.  A observação humana tem caráter seletivo.  O que estamos “vendo” é influenciado de forma profunda por nossa história de vida.  É subjetiva, pois negligenciamos alguns aspectos em detrimento de outros;  O controle deve ser sistemático para haver fidedignidade; 16
  • 17. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado  É preciso definir o foco de investigação e sua configuração espaço-temporal;  É uma experiência direta, o que possibilita o maior contato possível entre o observador e o fenômeno pesquisado.  Sofre influência da capacidade de Introspecção do observador.  Facilita nos casos em que o informante não pode falar. Ex.: Noções matemáticas em bebês.  Possibilita colher informações daqueles que são proibidos de expressar o que sentem na verdade. Neste caso pode ser associada à Pesquisa Feita em Profundidade, na qual ‘entramos’ no mundo que a pessoa criou. Ex.: historinhas infantis que possibilitam a verificação de maus tratos e abusos.  O treinamento do observador: “Segundo Patton (1980), para realizar as observações é preciso preparo material, físico, intelectual e psicológico. O observador, diz ele, precisa aprender a fazer registros descritivos, saber separar os detalhes relevantes dos triviais, aprender a fazer anotações organizadas e utilizar métodos rigorosos para validar as suas observações”. Referência: Ludke & André. O professor e a pesquisa. 1986, p.26 17
  • 18. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado TEXTO TÉCNICO: O RESUMO Resumo é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos: a. cada uma das partes essenciais do texto; b. a progressão em que elas se sucedem; c. a correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes. Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases do texto original, construindo uma espécie de "colagem". Essa "colagem" de fragmentos do texto original NÃO É UM RESUMO! Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes de um texto. A reprodução de frases do texto, em geral, atesta que ele não foi compreendido. Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender antes o conteúdo global do texto. Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura. É evidente que o grau de dificuldade para resumir um texto depende basicamente de dois fatores: a. da complexidade do próprio texto (seu vocabulário, sua estruturação sintático- semântica, suas relações lógicas, o tipo de assunto tratado etc.); b. da competência do leitor (seu grau de amadurecimento intelectual, o repertório de informações que possui, a familiaridade com os temas explorados). Alguns procedimentos para diminuir as dificuldades de elaboração do resumo: 1. Ler uma vez o texto, ininterruptamente, do começo até o fim: sem a noção do conjunto, é mais difícil entender o significado preciso de cada uma das partes. Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação de responder à seguinte pergunta: do que trata o texto? 2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão, para compreender melhor o significado de palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e para captar o sentido de frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos ocultos), bem como as conexões entre elas; 18
  • 19. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado 3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de ideias que tenham alguma unidade de significação. Em um texto pequeno, normalmente pode-se adotar como critério de segmentação a divisão em parágrafos. Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por exemplo) é conveniente adotar um critério de segmentação mais funcional, o que vai depender de cada texto. Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tenta-se resumir a ideia ou as ideias centrais de cada fragmento. 4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os segmentos mas encadeá-los na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer EXEMPLO: A Receita Federal brasileira vai iniciar um processo de integração com o fisco dos demais países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) para combater as fraudes fiscais que estão ocorrendo nas operações comerciais feitas entre empresas do bloco econômico. Com a globalização, os chamados "preços de transferência" se transformaram no principal alvo das administrações tributárias dos países filiados ao Centro Interamericano de Administradores Tributários (CIAT). Por esse mecanismo, as empresas conseguem fraudar o fisco realizando operações de compra e venda com preços que não correspondem ao valor real dos produtos ou serviços negociados. Em todos os casos, é sempre necessário utilizar um paraíso fiscal - país que apresenta vantagens e isenções tributárias. No caso de uma exportação, a empresa vende seu produto por um preço muito baixo, o que caracteriza uma operação não-lucrativa ( portanto, sem incidência de Imposto de Renda). A venda é intermediada por uma empresa localizada em um paraíso fiscal, que recoloca o preço em seu patamar real e conclui a venda ao comprador. O lucro realizado por essa empresa retorna ao exportador sem ônus fiscal. Na importação, a operação é inversa. O produto é comprado a um preço elevado, reajustado em um paraíso fiscal antes de chegar ao seu destino. O importador alega prejuízo na operação e escapa ao fisco. "A globalização, que agilizou e sofisticou os negócios entre as empresas, criou modernas doenças fiscais. Temos que combatê-las", disse o Secretário da Receita Federal do Brasil, Everardo Maciel, à Folha. Apenas um trabalho conjunto entre os diversos países do Mercosul poderá extinguir ou, pelo menos, neutralizar as fraudes fiscais internacionais. 19
  • 20. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado (Folha de S. Paulo - 18.5.97, com adaptações) Resumo do texto acima: A globalização da economia, embora tenha agilizado e sofisticado os negócios entre as empresas, também criou algumas "doenças", como fraudes fiscais que estão ocorrendo nas operações comerciais entre empresas do Mercosul. Assim, o Brasil e os países do Mercosul devem trabalhar em conjunto a fim de extinguir, ou ao menos neutralizar, essas fraudes fiscais internacionais. (SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o texto. 7 ed. São Paulo. Ática. 1993). EXERCÍCIO Proposta de produção textual: Leia o texto que se segue e, seguindo os passos sugeridos nesta unidade, faça um resumo de seu conteúdo. Brasil tem conceito infeliz de que direitos humanos são para bandidos Extraído de: OAB - Maranhão - 28 de Maio de 2009 Corrupção no serviço público. Violência em áreas rurais e contra povos indígenas. Grupos de parapoliciais e traficantes que dividem domínio de cidade. Todos esses casos tiveram exemplos ocorridos de forma sistemática no Brasil em 2008, segundo o Relatório Anual da Anistia Internacional (organização não governamental que luta por direitos humanos), divulgado nesta quinta-feira, em Londres (à 1h, horário de Brasília). Para o coordenador da Anistia Internacional para assuntos brasileiros, o britânico Tim Cahill, "existe um conceito infeliz no Brasil que é que os direitos humanos só defendem bandidos". Para Cahill, esse conceito de que só "bandidos" são beneficiados "é popularizado e utilizado por pessoas que tem interesse em mantê-lo". Com isso, várias ações governamentais 20
  • 21. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado no Brasil acabam sendo executadas para satisfazer àqueles que não acreditam nos direitos humanos. "Isso ajuda na justificação de adotar políticas de comportamento repressivo, como as megaoperações no Rio de Janeiro ou a ideia de que os índios ameaçam os interesses econômicos do Mato Grosso do Sul", diz Cahill. "Se a população percebesse que se todos tivéssemos os direitos humanos garantidos a economia e a segurança, por exemplo, seriam melhoradas", completa.(...) Violência policial No Rio de Janeiro, as milícias, formadas na maioria das vezes por policiais, e os traficantes de drogas, que controlam cerca de 170 favelas, disputaram o controle de diversas partes da cidade. A Anistia lembra que durante as eleições, o Exército precisou ser destacado para garantir a segurança de candidatos em algumas localidades. "As milícias são consequência da impunidade. As milícias, hoje, acabam ameaçando a vida dos moradores e a estrutura democrática do Estado já que estão elegendo até deputados estaduais", diz Tim Cahill. Ainda na capital fluminense, o ano foi marcado por diversas incursões de policiais nas favelas, resultando na morte de várias pessoas. A Anistia diz que o número de homícidios na cidade diminuiu, mas as pessoas mortas pela polícia em casos registrados como "autos de resistência" representaram aproximadamente 15% do total de mortes violentas ocorridas entre janeiro e outubro de 2008. (...) Corrupção A Anistia Internacional considera a corrupção no Brasil como uma forma de violação dos direitos humanos. O relatório anual cita casos como um esquema de desvio de verbas públicas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para serviços contratados por Câmaras municipais. Para Tim Cahill, o assunto pode ser considerado violência contra a população do país. "A corrupção é um elemento importante. Ela tira recursos do Estado que são requisitados para o investimento em desenvolvimento social", disse. Melhoras Apesar de não exemplificar no relatório, a Anistia destaca que o Brasil conquistou algumas vitórias no campo dos direitos humanos. 21
  • 22. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Tim Cahill cita como conquistas o início do debate pela lei da anistia e a CPI das milícias no Rio de Janeiro. (...) Disponível no site http://www.jusbrasil.com.br/noticias/ Acesso em 11/08/09 22
  • 23. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado TEXTO TÉCNICO: A RESENHA Resenhar significa fazer uma relação das propriedades (características, qualidades) de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem. O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade (um jogo de futebol, uma comemoração solene, uma feira de livros, etc.) ou textos e obras culturais (um romance, uma peça de teatro, um filme). A resenha nunca poderá ser completa e exaustiva, já que são infinitas as propriedades e circunstâncias que vão envolver o objeto descrito. O resenhador deve, portanto, saber selecionar os aspectos mais importantes, filtrando apenas aquilo que for funcional para a mensagem que deseja passar ao leitor. Podemos imaginar, por exemplo, duas resenhas distintas sobre um mesmo objeto, ou seja, o treinamento de atletas para uma Copa do Mundo. A primeira destina-se aos leitores de uma coluna esportiva de um jornal. A outra, ao departamento médico da equipe. O jornalista, na sua resenha, vai relatar as melhores jogadas, destacando quem fez, durante o treino, uma boa apresentação, marcando gols, dando dribles, e assim por diante. Já na resenha destinada ao médico estes dados serão irrelevantes. Pode-se concluir, portanto, que a importância do que se vai relatar numa resenha depende da finalidade a que ela se presta ou se destina. A resenha pode ser puramente descritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreciação do resenhador, ou crítica, pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de quem a elaborou. A resenha descritiva consta de: a) uma parte descritiva, em que se dão informações gerais sobre o objeto analisado. Se for um livro, por exemplo, o nome do autor, seu título completo, nome da editora, lugar e data da publicação, e assim por diante. No caso de uma partida esportiva, os times que jogaram, onde e quando aconteceu, etc. b) uma parte abrangendo seu conteúdo global. No caso do livro, uma indicação sucinta do assunto geral da obra e do ponto de vista adotado pelo autor (gênero a que o livro pertence, por exemplo); inclui também um resumo dos pontos essenciais do texto e seu plano geral. Quanto à partida, aqui se faz um relato sucinto de seus principais momentos, normalmente com ênfase no resultado final. 23
  • 24. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado A resenha crítica abrange este mesmo esquema básico. A diferença é que, neste caso, entram também os comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor do livro, do valor da obra, ou sobre a atuação dos jogadores ou as decisões do técnico do time, por exemplo. A resenha crítica apresenta as seguintes exigências 1. Conhecimento completo da obra, não deve se limitar à leitura do índice, prefácio e de um ou outro capítulo. 2. Competência na matéria exposta no livro, bem como a respeito do método empregado. 3. Capacidade de juízo crítico para distinguir claramente o essencial do supérfluo 4. Independência de juízo; o que importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas opiniões, mas se foram deduzidas corretamente. 5. Correção e urbanidade; respeitando sempre a pessoa do autor e suas intenções. A descrição do assunto do livro, texto, artigo ou ensaio compreende a apresentação das ideias principais e das secundárias que sustentam o pensamento do autor. Para facilitar a descrição do assunto sugere-se a construção dos argumentos por progressão, que consiste no relacionamento dos diferentes elementos, mas encadeados em sequência lógica, de modo a haver sempre uma relação evidente entre um elemento e o seu antecedente. A apreciação crítica deve ser feita em termos de concordância ou discordância, levando em consideração a validade ou a aplicabilidade do que foi exposto pelo autor. O que deve constar numa resenha crítica Devem constar: • O título • A referência bibliográfica da obra • Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada 24
  • 25. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado • O resumo, ou síntese do conteúdo • A avaliação crítica Vamos ver como isto se dá na prática analisando o texto que se segue, uma resenha de um livro. MEMÓRIA – ricas lembranças de um precioso modo de vida O Diário de uma garota (Record, Maria Julieta Drummond de Andrade) é um texto que comove de tão bonito. Nele o leitor encontra o registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas que preencheram os dias de uma adolescente em férias, no verão antigo de 41 para 42. Acabados os exames, Maria Julieta começa seu diário, anotado em um caderno de capa dura que ela ganha já usado até a página 49. É a partir daí que o espaço é todo da menina, que se propõe a registrar nele os principais acontecimentos destas férias para mais tarde recordar coisas já esquecidas. O resultado final dá conta plena do recado e ultrapassa em muito a proclamada modéstia do texto que, ao ser concebido, tinha como destinatária única a mãe da autora, a quem o caderno deveria ser entregue quando acabado. E quais foram os afazeres de Maria Julieta naquele longínquo verão? Foram muitos, pontilhados de muita comilança e de muita leitura: cinema, doce-de-leite, novena, o Tico-Tico, doce-de-banana, teatrinho, visita, picolés, missa, rosca, cinema de novo, sapatos novos de camurça branca, o Cruzeiro, bem-casados, romances franceses, comunhão, recorte de gravuras, Fon-Fon, espiar casamentos, bolinho de legumes, festas de aniversário, Missa do Galo, carta para a família, dor-de-barriga, desenho de aquarela, mingau, indigestão... Tudo parecia pouco para encher os dias de uma garota carioca em férias mineiras, das quais regressa sozinha, de avião. Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um modo de vida que é hoje apenas um dolorido retrato na parede. Retrato, entretanto, que, graças à arte de Julieta, escapa da moldura, ganha movimentos, cheiros, risos e vida. O livro, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo, o tom autêntico de sua linguagem, que, se, como prometeu sua autora, evita as pompas, guarda, não obstante, o sotaque antigo do tempo em que os adolescentes que faziam diários dominavam os pronomes cujo/a/os/as, conheciam a impessoalidade do verbo haver no sentido de existir e empregavam, sem pestanejar, o mais-que-perfeito do indicativo quando de direito... 25
  • 26. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Outra e não menor riqueza do livro é o acerto de seu projeto gráfico, aos cuidados de Raquel Braga. Aproveitando para ilustração recortes que Maria Julieta pregava em seu diário e reproduzindo na capa do livro a capa marmorizada do caderno, com sua lombada e cantoneiras imitando couro, o resultado é um trabalho em que forma e conteúdo se casam tão bem casados que este Diário de uma garota acaba constituindo uma grande festa para seus leitores. Marisa Lajolo. In: Jornal da Tarde, 18 jan., 1986 O texto é uma resenha crítica, pois nele a resenhadora apresenta um breve resumo da obra, mas também faz uma apreciação do seu valor (exemplo, 1º período do 1º parágrafo, 3º parágrafo). Ao comentar a linguagem do livro (6º parágrafo) emite um juízo de valor sobre ela, estabelecendo um paralelo entre os adolescentes da década de 40 e os de hoje do ponto de vista da capacidade de se expressar por escrito. No último parágrafo comenta o projeto gráfico da obra e faz uma apreciação a respeito dele. A parte descritiva é reduzida ao mínimo indispensável. Apenas o título completo da obra, a editora e no nome da autora são indicados. Estamos diante de uma resenha muito bem feita, pois se atém apenas aos elementos pertinentes para a finalidade a que se destina: informar o público leitor sobre a existência e as qualificações do livro. Vejamos, agora, outro exemplo de resenha crítica: Um gramático contra a gramática (Gilberto Scarton) Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112 páginas), do gramático Celso Pedro Luft, traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula. Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se 26
  • 27. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português". O velho pesquisador, apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e linguística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos linguistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante. Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser humano; um processos espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si. Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula. Comparação entre a resenha descritiva e a resenha crítica: Os dois textos que se seguem abordam o mesmo assunto, isto é, resenham o mesmo filme. A diferença é que a primeira é uma resenha descritiva e a segunda, crítica. Vamos tentar perceber as diferenças entre elas: a) Resenha descritiva, também chamada sinopse: O Código da Vinci 27
  • 28. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo que foi protegido por uma sociedade secreta desde os tempos de Jesus Cristo. A vítima é o respeitado curador do museu, Jacques Saunière, um dos líderes dessa antiga fraternidade, o Priorado de Sião, que já teve como membros Leonardo da Vinci, Victor Hugo e Isaac Newton. Momentos antes de morrer, Saunière consegue deixar uma mensagem cifrada na cena do crime que apenas sua neta, a criptógrafa francesa Sophie Neveu, e Robert Langdon, um famoso simbologista de Harvard, podem desvendar. Os dois transformam-se em suspeitos e em detetives enquanto percorrem as ruas de Paris e de Londres tentando decifrar um intricado quebra-cabeças que pode lhes revelar um segredo milenar que envolve a Igreja Católica. Apenas alguns passos à frente das autoridades e de um perigoso assassino, Sophie e Robert vão à procura de pistas ocultas nas obras de Da Vinci e se debruçam sobre alguns dos maiores mistérios da cultura ocidental - da natureza do sorriso da Mona Lisa ao significado do Santo Graal, até conseguirem decifrar o código que lhes revelará um segredo que surpreenderá a todos. Com Tom Hanks, Audrey Tautou, Paul Bettany, Ian McKellen e Jean Reno nos papéis principais, sob direção de Ron Howard. b) Resenha crítica Filme tem elenco ruim e roteiro frágil e burocrático Sérgio Rizzo (Crítico da Folha) Primeiro, aos que leram "O Código Da Vinci": a adaptação para cinema não se resume apenas a jogar fora situações do romance, algo natural diante da impossibilidade de condensar toda a ação em 140 minutos. Há também uma série de variações - algumas pequenas, outras mais significativas, sobretudo no final. Pode ser que o roteirista Akiva Goldsman tenha preferido suas soluções às de Dan Brown, mas é provável que as alterações sirvam ao objetivo primordial de criar novidades para quem já conhece a trama e tende a encarar o filme com certa desconfiança. De qualquer forma, com Goldsman nunca se sabe: depois de perpetrar "Batman e Robin" (1997) e "Perdidos no Espaço" (1998), ele ganhou o Oscar de roteiro adaptado por "Uma Mente Brilhante" (2001) e assinou também "A Luta pela Esperança" (2005), os dois últimos em parceria com o diretor Ron Howard, que o trouxe para "Código". 28
  • 29. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado O que era "Uma Mente Brilhante"? Um filme de ator (e que ator: Russell Crowe) delineado em torno de um só personagem (e que personagem: gênio e maluco em doses cavalares). "O Código Da Vinci" tem arquitetura mais descentralizada: aventura com ações paralelas, meia dúzia de personagens relevantes para o encadeamento da trama. Para complicar, o pano de fundo de almanaque, conduzindo à obrigação de combinar ingredientes de história, religião e arte. Costumou-se dizer que o livro era um roteiro pronto, mas aí está o filme para demonstrar o contrário: quando segue o romance ao pé da letra, o resultado é burocrático e insatisfatório; quando procura escapar dele, frágil. A escolha do elenco tem sua cota de responsabilidade, claro. Tom Hanks e Audrey Tautou não foram capazes de fazer por seus personagens o que Ian McKellen e Jean Reno conseguem, ao usar os traços descritos por Dan Brown para compor figuras de identidade própria. Já Alfred Molina e Paul Bettany, a turma da Opus Dei, beiram o constrangimento. Agora, aos que não leram e não pretendem ler: "O Código Da Vinci" procura ser didático para não deixar ninguém com a sensação de que perdeu um pedaço importante da história. Na medida em que a correria permite, explica-se o essencial. O problema é que, neste caso, o essencial talvez seja pouco. Além disso, a pretensão de deixar tudo muito explicadinho soa escolar, no mau sentido do termo. Em vez de fluir naturalmente, a narrativa tem "legendas", por meio de diálogos que contam o que não se viu e de inserções ao estilo PowerPoint que resumem abruptamente informações e linhas de raciocínio. E, aos quem não leram o romance e não pretendem ver o filme exclusivamente por questões de fé: no final das contas, o discurso da adaptação para cinema é carola e inofensivo. Até a Opus Dei, vilanizada como instituição no livro, recebe tratamento mais moderado, quase gentil. Eis um filme com comportamento de candidato que acende uma vela para Deus e outra para o diabo em tempo de eleição: nem tanto à esquerda nem tanto à direita, muito pelo contrário. "O Código Da Vinci" quer ficar bem com todo mundo, mas é provável que essa ambição desmedida lhe renda o castigo de gerar descontentamento em todo mundo. O Código Da Vinci (The Da Vinci Code) Direção: Ron Howard - Produção: EUA, 2005 Com: Tom Hanks, Audrey Tautou, Paul Bettany, Ian McKellen, Jean Reno Analisando os textos: 29
  • 30. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Como se pode perceber, na resenha descritiva nos limitamos a fazer uma sinopse do conteúdo do livro ou filme, ou da atividade realizada, sem nenhum tipo de julgamento de valor. O objetivo é informar o leitor do conteúdo ou das características do objeto resenhado, sem influir em sua opinião. Já na resenha crítica temos um texto bem mais complexo, em que vários elementos do objeto resenhado são analisado, a fim de embasar as opiniões emitidas. Neste caso, o objetivo é não apenas informar, mas ajudar a formar a opinião do leitor. EXERCÍCIOS Proposta de produção textual: Escolha um objeto cultural (livro, filme ou peça de teatro) e elabore uma resenha crítica de acordo com as características textuais vistas nesta unidade. Observação: este exercício pode ser feito individualmente ou em grupo de, no máximo, três elementos. 30
  • 31. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado TEXTO TÉCNICO: RELATÓRIO O relatório é um documento em que são registrados os resultados de uma experiência, um procedimento ou uma ocorrência. É usado tanto no setor público como no privado. Veja algumas situações em que pode ser usado: um gerente de banco pode apresentar a seu superior um relatório com o número de contas correntes abertas e fechadas no mês, empréstimos concedidos, etc.; um grupo de pesquisadores pode apresentar ao laboratório que os emprega um relatório com os resultados dos experimentos sobre um novo remédio; e uma comissão de parlamentares designados para investigar uma denúncia de corrupção pode apresentar um relatório com suas conclusões. Normalmente, o relatório apresenta as seguintes partes: 1. Título: objetivo e sintético. 2. De: designa o remetente. 3. Para: refere-se ao destinatário. 4. Assunto: apresenta o objetivo do trabalho. 5. Referências: fontes de consulta. 6. Texto principal: desenvolvimento do relatório. 7. Conclusões: resumo, resultados, constatações, sugestões. Pode haver também um vocativo, no início, e local e data, no início ou no final. Também a assinatura e o cargo do remetente podem ser colocados depois do fecho. A linguagem deve ser clara, objetiva e concisa e, em geral, segue a variedade padrão formal. Para complementar o texto é possível acrescentar gráfico, tabela, quadro informativo, descrições, relatos de fatos ou dados numéricos. Veja estes exemplos. Texto 1: (relatório de atividade acadêmica) A visão de Dom Casmurro De: FULANO/GRUPO 1 31
  • 32. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Para: PROFESSOR DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS Objeto: Leitura do livro Dom Casmurro Referências: ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo, Klick, 1997. http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/casmurro. Texto Principal (Resumo do enredo do romance): O livro foi publicado em 1900 e é um dos romances mais conhecidos de Machado de Assis. O personagem principal, Bentinho, é destinado à vida sacerdotal em cumprimento a uma antiga promessa de sua mãe. No entanto, não permanece no seminário, pois não se sente atraído pelos rituais católicos. Bentinho se apaixona por uma jovem, Capitu, e com ela se casa e tem um filho - Ezequiel. Esta criança traz problemas futuros ao casal, já que, com a morte do seu melhor amigo, Escobar, e com a forma estranha de Capitu despedir-se dele somados à aparência física de Ezequiel com o defunto, Bentinho sente-se cada vez mais enciumado. Chega ao ponto de planejar o assassinato de Capitu e seu filho (depois se suicidaria), mas não tem coragem de concretizar o plano. A tragédia dilui-se na separação do casal. Ao final do livro, Bentinho parece fechar-se cada vez mais em suas dúvidas, passando a ser chamado de Casmurro por seus amigos e vizinhos. Põe-se, então, a escrever um romance sobre sua vida. Conclusão: Depreendemos a partir desta leitura que esta obra trabalha com a psicologia do ser humano, além de revelar uma outra visão da mulher, não aquela vista na sociedade (semelhante a um anjo), mas à que tem tendências parecidas com as do homem daquela sociedade novecentista. Há algo ainda a acrescentar: não se pode afirmar, apenas na experiência de Bentinho, que Capitu realmente o traiu, cabendo ao leitor a sua condenação ou a sua absolvição. Texto 2: (relatório de atividade de supervisão) Timbre da empresa 32
  • 33. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado RELATÓRIO Para: Newton Chaves - Gerente de vendas De: Lucas Gontijo - Supervisor de vendas Assunto: Relatório de visitas a pontos-de-venda Data: 12 de fevereiro de 2003. Senhor Gerente: Envio-lhe, anexo, mapa com os pontos-de-venda visitados e avaliação do nosso atendimento. Embora cada revendedor seja uma realidade única, há alguns aspectos gerais que passo a destacar a seguir. 1. Atendimento do vendedor. Essa é a principal deficiência da nossa empresa. Falta qualificação aos nossos vendedores. Alguns compradores queixam-se do tratamento que recebem do nosso representante. E as visitas não são feitas obedecendo a cronograma rigoroso. 2. Nossos produtos. Nossos produtos são de boa qualidade e de grande aceitação pelos clientes que a eles têm acesso. O problema é exatamente o acesso. A exposição da nossa linha de artigos é deficiente, sobretudo nos médios e grandes supermercados. Ocupamos poucas frentes nas prateleiras e quase não temos pontas de gôndolas. Alguns itens, como o Achocolatado Diet, andam quase sumidos. 3. Recomendações: • treinar e até, em alguns casos, substituir vendedores; • intensificar as visitas dos supervisores; • contratar mais degustadoras; • conscientizar o pessoal de todos os níveis das ótimas chances que temos para crescer muitos pontos na participação das vendas do setor de alimentos enlatados. Atenciosamente, 33
  • 34. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Lucas Gontijo Supervisor de Vendas Relatório é um gênero textual em que se expõem os resultados de atividades variadas. Proposta de elaboração de texto (Relatório) Reúna-se em grupo, de no máximo cinco integrantes, e produza um relatório de acordo com as características textuais estudadas. 1ª etapa: leiam o relatório a seguir. Timbre RELATÓRIO Para: Coordenador da 2ª Coordenadoria Regional de Educação De: Supervisor de Patrimônio Assunto: Inspeção de cancha de esportes Data: 6 de fevereiro de 2006 Senhor Coordenador: Estive inspecionando, conforme suas orientações, a cancha de esportes da escola de Ensino Fundamental São Francisco de Assis, com o objetivo de averiguar a veracidade das denúncias de pais que apontaram falta de condições físicas do local. Afirmaram os denunciantes que a cobertura ofereceria perigo às crianças e pessoas que normalmente circulam nas dependências do citado local. Foram apontados também problemas nos vestiários e sanitários, como falta de chuveiro e deficiência na ventilação e na iluminação. Vistoriei o local demoradamente em todas as dependências e constatei o seguinte: a) Cobertura - A cobertura do imóvel realmente não se encontra em boas condições. Há várias telhas com rachaduras. A água da chuva (estive no local em dia chuvoso) invade o ambiente em vários pontos, e inclusive impede a prática de qualquer esporte ou de Educação 34
  • 35. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Física em dias de chuva. Todavia, não constatei danos estruturais que possam representar risco à integridade física dos frequentadores. Recomendo a substituição das telhas danificadas, sob pena de se deteriorar o madeirame que suporta o telhado e, aí sim, haveria perigo até de queda da cobertura. b) Sanitários - Nos banheiros e vestiários constatei falta de alguns chuveiros, lâmpadas queimadas e vidraças estilhaçadas. É urgente a substituição das lâmpadas queimadas, reposição dos chuveiros e substituição das vidraças por janelas basculantes, o que resolveria, inclusive, o problema da ventilação deficiente. c) Pintura - Também se faz necessária pintura nova em todas as dependências do imóvel, pois o aspecto atual chega a ser deprimente. d) Orçamento - O presente relatório segue às mãos de V. Sa. sem o orçamento relativo às reformas necessárias, como seria recomendável. Assim estou procedendo devido à veemência das reclamações, possibilitando, dessa forma, que seja dada imediata satisfação aos denunciantes e à comunidade. O orçamento completo já está sendo elaborado. Encaminhá-lo- ei assim que estiver concluído. Atenciosamente, Jaime Batista Supervisor de Patrimônio 2ª etapa: Examine as instalações da Universidade e verifique se há consertos a serem realizados ou a necessidade de alguma reforma (por exemplo: ampliação da cantina, construção de quadra de esportes etc.). A partir do modelo, elabore um relatório registrando o resultado da inspeção. Justifique com explicações ou até mesmo com argumentos variados as requisições de conserto ou as sugestões de reforma. Lembre-se de adaptar os dados do cabeçalho. O relatório pode ser dirigido ao Reitor da Universidade ou a outra autoridade. Siga, ainda, estas instruções: • Empregue a variedade padrão da língua e não se esqueça de que o texto deve ser objetivo e a linguagem clara e concisa. 35
  • 36. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado • Antes de entregar o trabalho ao professor, releia o relatório e altere o que for necessário; avalie se foram colocados o título, o remetente, o destinatário, o assunto, as referências; se o conteúdo do texto está completo e se há conclusão. Verifique se é necessário colocar o vocativo, o local e a data, e lembre-se da assinatura dos remetentes. 36
  • 37. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado FICHAMENTO: TÉCNICA DE ESTUDO 1 Definição O fichamento é uma forma de investigar que se caracteriza pelo ato de fichar (registrar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. É uma parte importante na organização da pesquisa de documentos, permitindo um fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do trabalho. Esse trabalho facilitará a procura do pesquisador, que terá ao seu alcance as informações coletadas nas bibliotecas públicas ou privadas, na Internet, ou mesmo em seu acervo particular, evitando que consulte mais de uma vez a respeito de um determinado tema, por não conseguir guardar em sua memória todas os dados aos quais teve acesso. Os registros não são feitos necessariamente nas tradicionais folhas pequenas de cartolina pautada. Podem ser feitos em folhas de papel comum, cadernos ou, mais modernamente, em bancos de dados computadorizados, entre outros. O importante é que eles estejam bem organizados e de acesso fácil para que os dados não se percam. Existem quatro tipos básicos de fichamentos: o fichamento bibliográfico por autor, o fichamento bibliográfico por assunto, o fichamento de transcrição, e o fichamento de resumo/analítico. 2 Tipologia 2.1 Ficha bibliográfica por autor Conforme o pesquisador vai tomando contato com o material impresso, deve organizá- lo. Poderá fazê-lo através do fichamento bibliográfico por autor, onde ficarão anotados o nome do autor (na chamada), o título da obra, edição, local de publicação, editora, ano da publicação, número do volume se houver mais de um e número de páginas. Exemplo: 001 SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p. 37
  • 38. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos. Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano; o tema no direito brasileiro; estudos e projetos; o tema no direito internacional. Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa; lei espanhola; Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o caso do Bebê M. Referências bibliográficas. 2.2 Ficha bibliográfica por assunto Esse tipo de fichamento é mais fácil de trabalhar. As instruções indicadas no item anterior repetem-se aqui, sendo que desta vez o assunto deve estar encabeçando a ficha (na chamada). Exemplo: 001 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p. Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos. Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano; o tema no direito brasileiro; estudos e projetos; o tema no direito internacional. Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa; lei espanhola; Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o caso do Bebê M. Referências bibliográficas. 2.3 Ficha de transcrição (ou de citação) Este tipo de fichamento serve para que o pesquisador selecione as passagens que achar mais interessantes no decorrer da obra. É necessário que seja reproduzido fielmente o texto do autor (cópia literal). Após a transcrição, indica-se a referência bibliográfica cabível, ou então encabeça-se a ficha com a referência bibliográfica completa da obra e após a(s) 38
  • 39. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado citação(ões), coloca(m)-se o(s) número(s) da(s) página(s) de origem. Se o trecho for citado entre aspas duplas e no seu curso houver uma palavra ou expressão aspeada, estas aspas deverão aparecer sob a forma de aspas simples (’). Exemplo: SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p. Eis posicionamento importante, citado pela autora, sobre o início da vida e sua proteção jurídica: “A personalidade começa com o nascimento com vida, que se verifica quando o feto se separa completamente do corpo materno. Neste momento é que pode ser objeto de uma proteção jurídica independente da que concerne à mãe”. (p. 40-41). 2.4 Ficha resumo/analítica Uma ficha resumo/analítica consiste numa síntese de um livro, capítulo, trecho ou de vários livros com a intenção de elaborar um trabalho ordenado de conclusões pessoais ou mesmo de um grupo. Para fazer uma ficha resumo/analítica é necessário: verificar a indicação bibliográfica, fazer um esquema, e elaborar o resumo propriamente dito. A indicação bibliográfica mostra a fonte da leitura; o resumo sintetiza o conteúdo da obra em redação do próprio fichador e/ou através de transcrições literais, e neste caso, com indicação parentética da(s) página(s); as citações dizem respeito às transcrições significativas da obra; a análise crítica do conteúdo lido apresenta as apreciações do fichador, através de análise e críticas coerentes e cientificamente responsáveis, sustentadas nas ideias do próprio fichador e/ou em outros textos, os quais serão devidamente referenciados conforme ABNT, no corpo deste item ou em notas de rodapés da ficha; a ideação coloca em destaque as novas ideias surgidas frente à leitura reflexiva. Exemplo: SCARPARO, M. S. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p. Discutindo os diversos aspectos – biomédicos, psicológicos, bioéticos, religiosos e jurídicos – que constituem questões fundamentais na abordagem das novas práticas conceptivas, este lançamento da 39
  • 40. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Editora Forense Universitária é obra pioneira no Brasil. Como o próprio título sugere, a fertilização assistida – termo preferível a artificial – ainda é uma questão aberta, suscitando debates e polêmicas nos vários países em que é praticada. Devido à atualidade do tema e ao significado dos valores éticos e morais implicados no processo, torna-se cada vez mais necessária a normalização jurídica da matéria, o que só se verificará a partir de uma ampla discussão entre os especialistas e a difusão de esclarecimentos e informações à opinião pública, debate para a autora pretende contribuir. O assunto é tão polêmico que a própria autora salienta: “a adequada abordagem dos aspectos relacionados à fecundação artificial pressupõe um enfoque interdisciplinar que dê cobertura à multiplicidade das variáveis e que conduza à convergência para um horizonte amplo a ser abrangido pelo conhecimento jurídico.” (p. 2) IDEAÇÃO: Após a leitura da obra em referência chega-se ao posicionamento de que se faz necessária, no Brasil como em outras partes do mundo, a criação de leis que venham a dirimir os possíveis conflitos advindos das novas técnicas de reprodução assistida. OBSERVAÇÃO: Em apêndice a obra contém a proteção nacional: Resolução n. 1 do Conselho Nacional de Saúde, de 13 de junho de 1988, sobre as Normas de Pesquisa em Saúde; o tema da Constituinte: Projetos de lei nacionais. Além disso, traz legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa, lei espanhola, Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o caso do Bebê M, estudo do direito comparado. Retirado do site: http://www.silviamota.com.br/direito/artigos/fichamento.htm (acesso em fev/10) EXERCÍCIO 1) Após a leitura do artigo LOGÍSTICA REVERSA: OPORTUNIDADES PARA REDUÇÃO DE CUSTOS EM DECORRÊNCIA DA EVOLUÇÃO DO FATOR ECOLÓGICO ( que se encontra no skydrive), faça um fichamento: 40
  • 41. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA A Questão Título X Tema No cotidiano, as pessoas expõem pontos de vista, defendem ideias, questionam diversos assuntos, seja oralmente, seja por meio da escrita, procurando convencer o interlocutor ou leitor de seu ponto de vista. Para isso é importante a organização das ideias na elaboração de um texto coeso e coerente. Também se deve observar a definição do tema, a articulação adequada entre os parágrafos e a estruturação do texto em partes relacionadas entre si. Leia o texto a seguir e veja como distinguir melhor título e tema: A ética brasileira A questão do bom gosto, a meu ver, é tanto de ordem estética quanto ética. O drama no Brasil é que a sociedade funciona reprimindo qualquer comportamento ético. A moral, os escrúpulos, sofrem contínuos colapsos no íntimo de cada um de nós, nos pequenos acontecimentos da vida diária. [...] Uma regra de boa educação, de convivialidade, de simpatia, no Brasil atual, é um ser mal-educado, violento, escandaloso. Esta bela sociedade em que vivemos parece impelir tudo à brutalidade e à esculhambação. MARCELO COELHO. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 novo 2003. (Fragmento.) Título: A ética Brasileira Tema: O comportamento inescrupuloso do brasileiro Você pôde observar que o título e o tema são diferentes. O título sintetiza a ideia principal do texto, por isso é mais curto e, normalmente, não possui verbo. Ele é uma "moldura" do texto e delimita o tema, com uma breve referência ao que vai ser exposto. Já o tema é o assunto proposto para a discussão; numa atividade de produção de texto, é o assunto sobre o qual você deverá escrever. Ele geralmente é formado por uma ou mais orações. Se em um exercício de redação lhe fosse dado, por exemplo, como título O computador, 41
  • 42. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado você deveria selecionar o conteúdo do tema para a discussão, que poderia ser um destes: a utilização do computador nas empresas revoluciona o mercado de trabalho; a substituição do homem pela máquina vem aumentando a onda de desemprego; o uso do computador cria maior fonte de recursos para o trabalho humano; o computador começa uma nova era na educação; a vida familiar muda com a chegada do computador; a tecnologia abre caminhos para o avanço da medicina. Esses e muitos outros temas poderiam ser explorados, numa redação com o título O computador. O título indica o assunto e individualiza o texto. O tema é a ideia-núcleo do texto que permite discutir mais de uma posição sobre o mesmo assunto. A Montagem da Pesquisa: Escolha do Tema Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o trabalho de pesquisa: Fatores internos  Afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal.  Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa.  O limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema pretendido. Fatores Externos  A significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais.  O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho.  Material de consulta e dados necessários ao pesquisador Levantamento ou Revisão de Literatura O Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa. Este levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações existentes. Sugestões para o Levantamento de Literatura 42
  • 43. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Locais de coletas Determine com antecedência que bibliotecas, agências governamentais ou particulares, instituições, indivíduos ou acervos deverão ser procurados. Registro de documentos Esteja preparado para copiar os documentos, seja através de xerox, fotografias ou outro meio qualquer. Organização Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua pesquisa. O levantamento de literatura pode ser determinado em dois níveis: a - Nível geral do tema a ser tratado. Relação de todas as obras ou documentos sobre o assunto. b - Nível específico a ser tratado. Relação somente das obras ou documentos que contenham dados referentes à especificidade do tema a ser tratado. Problema O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa. Hipótese Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tente responder ao problema levantado no tema escolhido para pesquisa. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição) levantada Justificativa 43
  • 44. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado A justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada são de suma importância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, de ser comprovada. Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar justificar a hipótese levantada, ou seja: tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento. Objetivos A definição dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Os objetivos podem ser separados em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos. Metodologia A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa. Esquema do Trabalho O Esquema do Trabalho guia o pesquisador na elaboração do texto final. Este Esquema é um esboço, podendo ser totalmente alterado durante o desenvolvimento do trabalho. Depois de concluída a pesquisa, este Esquema irá se tornar o Sumário do trabalho final. Exemplo: Título: Ocupações Marginais no Nordeste Paulista 44
  • 45. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado 1. Introdução 2. Ocupações marginais 2.1 Conceito de ocupação marginal 2.2 Características das ocupações marginais 2.2.1 Características econômicas 2.2.2 Características sócio-culturais 3 Ocupações marginais e mobilidade social 3.1 Desigualdade social 3.2. Mobilidade social 3.2.1 Modelos explicativos da mobilidade social 3.2.2 A metodologia da mobilidade 3.2.2 Mobilidade e distância social 4. Ocupações marginais na área urbana 4.1 Setor artesanal 4.2 Setor de comércio 4.3 Setor de serviços 5. Ocupações marginais na área rural 5.1 Setor da agricultura 5.2 Setor da pecuária 5.3 Setor de mineração 6. Conclusões (Referência: LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1991: 155) A Internet A Internet representa uma novidade nos meios de pesquisa. Trata-se de uma rede mundial de comunicação via computador, onde as informações são trocadas livremente entre todos. Sem dúvida, a Internet representa uma revolução no que concerne à troca de informação. A partir dela, todos podem informar a todos. Mas, se ela pode facilitar a busca e a coleta de dados, ao mesmo tempo oferece alguns perigos; na verdade, as informações passadas por essa rede não têm critérios de manutenção de qualidade da informação. 45
  • 46. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado Explicando melhor: qualquer um pode colocar sua "Homepage" (ou sua Página) na rede. Vamos supor que um indivíduo coloque sua página na "net" (rede) e o objetivo desta página seja falar sobre a História do Brasil: ele pode perfeitamente, sem que ninguém o impeça, dizer que o Brasil foi descoberto "por Diogo da Silva, no ano de 1325". Sendo assim, devemos levar em conta que toda e qualquer informação colhida na Internet deverá ser confirmada antes de divulgada. (Fonte: Prof. Dr Gilberto Teixeira) 46
  • 47. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado O PROJETO DE PESQUISA As partes de um projeto de pesquisa são:  Título  Introdução  Material e Métodos  Referências Bibliográficas  Anexos (se necessário)  Cronograma  Orçamento (se for o caso) TÍTULO O título deve ser cuidadosamente escolhido, mostrando com clareza exatamente a que o projeto se refere. O leitor deve ser capaz de através do título, reconhecer a área de estudo e o tema da pesquisa. INTRODUÇÃO Nesta parte, deve-se dissertar, descrever e argumentar, utilizando-se de formas impessoais. O conteúdo da introdução deve mostrar:  A motivação para a pesquisa: quais experiências levaram à identificação do problema que se pretende estudar.  A problematização: a pergunta que se responde através da pesquisa.  A justificativa: a importância e relevância do problema e de seu equacionamento.  Os objetivos: o que se pretende alcançar com o estudo.  A maior parte desses itens deve conter revisão da bibliografia encontrada através do levantamento bibliográfico prévio da literatura científica relacionada ao tema. Por isto, a problematização, a justificativa e os objetivos devem estar baseados no "estado da arte" da área em estudo. 47
  • 48. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado  Os objetivos devem fazer parte da introdução. Em geral, divide-se os objetivos em gerais e específicos. Os objetivos gerais afirmam com clareza e precisão o que se pretende estudar. Os objetivos específicos afirmam as diversas hipóteses de trabalho com suas respectivas variáveis. MATERIAL E MÉTODOS/METODOLOGIA Trata-se de um exercício de síntese e de focalização na delimitação do procedimento investigativo. Nesta parte deve-se utilizar verbos no infinitivo ou futuro para descrever como se pretende chegar aos objetivos almejados. Esta parte deve conter os seguintes itens:  Fundamentação teórica dos métodos a serem utilizados.  Descrição da amostra ou sujeitos da pesquisa e como se pretende escolhê-los, isto é, a técnica de amostragem que se irá utilizar, justificando a escolha.  Descrição dos instrumentos ou materiais a serem utilizados na pesquisa. Isto se refere aos instrumentos, tais como, equipamentos, questionários, roteiros etc., justificando o seu desenvolvimento e utilização.  Descrição do procedimento, contendo "passo a passo" de como os sujeitos da pesquisa irão participar dela e de como e onde utilizará os instrumentos. REFERÊNCIAS Trata-se de uma lista dos textos e seus autores, efetivamente citados no texto, tanto na Introdução quanto no Material e Métodos/ Metodologia. A lista deve ser padronizada, seguindo- se o modelo da ABNT. (ver módulos sobre organização das referências segundo normas da ABNT nesta mesma apostila) FIGURAS, QUADROS, TABELAS E ANEXOS Transcrição dos instrumentos que serão utilizados, banco de dados ou outros textos relevantes para a compreensão do problema e do tratamento metodológico. As figuras, quadros, tabelas e anexos devem seguir uma numeração própria e deve-se fornecer um título para cada um desses itens. Além disso, devem ter uma explicação ou 48
  • 49. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado "chamada" no texto. Os gráficos, fotografias, esquemas etc., são chamados de figuras. As tabelas sempre contêm dados numéricos, do contrário, são denominados quadros. Retirado do site: http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1670 Acesso em fevereiro de 2010 49
  • 50. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO Formato O papel branco formato A-4 (padrão internacional), de dimensão 21x29cm, é o indicado pela ABNT para trabalhos de teor didático-científico, devendo ser utilizado apenas um lado e tinta preta. Fonte Recomenda-se a utilização de fontes Times New Roman ou Arial nos tamanhos 12 para o texto e tamanho 11 para as citações longas e notas de rodapé. Margens As margens superior e esquerda são de 3cm, e direita e inferior são de 3cm. Os parágrafos são de 2cm a partir da esquerda. Espaços 1• O espaço deve ser 1,5 em todo o corpo do texto. 2• Para os títulos e subtítulos podemos escolher essas opções: - dois espaços duplos antes de cada novo título ou subtítulo; - espaço duplo no corpo do texto, marcando na opção espaçamento antes e depois: 18 pt. Paginação Numeramos apenas a partir dos elementos textuais, com o numeral em algarismo arábico que deve vir no alto da página, na margem direita. Havendo anexo, as páginas devem ser numeradas, dando sequência à numeração do texto principal. Citação Você pode inserir uma citação de um trecho de texto de autor pesquisado em seu trabalho de duas maneiras: a) No caso de citação curta, ele virá inserida no próprio texto, sem divisão, marcada por aspas e tendo ao final a indicação do autor, da obra e da página de onde foi retirada. b) No caso de citação longa, ela virá destacada do texto do trabalho, sem aspas, em corpo de letra menor, como dito no item “fonte” acima, e recuado 4cm em relação ao texto principal. Ao final, também dever constar a indicação do autor, da obra e da página. Vamos a um exemplo de como fazer a indicação da obra de onde você retirou uma citação. Suponhamos que você faça uma citação do livro abaixo: JAPIASSU, Hilton F.. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975. A indicação de citação deste livro é feita desta maneira: (JAPIASSU, 1975, p. xxx) 50
  • 51. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado O nome do autor vem em maiúsculas, como aparecerá nas referências ao fim do trabalho. Lembrar que todo autor citado no corpo do trabalho tem de constar das referências. A data identifica a que livro você se refere, principalmente se houver mais de um livro do mesmo autor nas referências. E a página (indicada pelo p. ) vai localizar, dentro da obra, onde se encontra o texto que você citou. Agora, vejamos dois trechos de textos contendo citações incorporadas a ele: 1º. Caso: citação curta (até três linhas), incorporada ao texto, destacada apenas por aspas. Apesar de longamente aguardado, o instante da criação não vem. A espera não se converte, no caso de Romão, na surpresa do encontro ou, como diz Bachelard, “quando o acontecimento claramente esperado sobrevém – novo paradoxo -, ele nos aparece como uma clara novidade” (BACHELARD, 1988, p. 49). 2º. Caso: citação longa, destacada do texto, sem aspas, em corpo de letra menor e recuada. Como considerações finais, cumpre ressaltar que um dos aspectos mais importantes a serem considerados na elaboração de um trabalho acadêmico é a clareza e objetividade do texto. Assim, não se deve tentar mostrar erudição ao redigir textos com a ordem das frases invertidas ou com o excessivo emprego de termos arcaicos e pedantes. A leitura do texto deve fluir agradavelmente, sem ser enfadonha ao leitor. O autor deve ser claro, direto, conciso e objetivo. É óbvio que essa simplicidade não deve comprometer a qualidade do texto, nem tampouco justifica o emprego de termos chulos, coloquiais ou mesmo gramaticalmente pobres. Mas a qualidade fundamental de um bom texto, qualquer que seja ele, é a clareza. 51 Voltando a Bachelard, há um trecho em que diz: ...parece-nos incontestável que uma palavra permanece ligada aos mais longínquos, aos mais obscuros desejos que animam, em suas profundezas, o psiquismo humano. O inconsciente murmura ininterruptamente, e é escutando esse murmurar que logramos apreender-lhe a verdade (BACHELARD, 1988, p. 55).
  • 52. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado A linguagem de um texto científico é impessoal e deverá ser elaborada na terceira pessoa verbal, em seu valor denotativo, literal, evitando-se a duplicidade de sentidos e linguagens figuradas. Objetividade e clareza são fundamentais ao construir seu texto científico, usando a ordem direta e escolhendo as palavras que melhor expressem o que deseja. 52
  • 53. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado O ARTIGO CIENTÍFICO DE CONCLUSÃO DE CURSO 1. Definição de Artigo Científico O artigo é a apresentação sintética, em forma de texto escrito, em um mínimo de 6 e máximo de 15 laudas, dos resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão. Seu objetivo fundamental é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar conhecidos a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviam de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão. Os problemas/temas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas teóricos ou práticos novos. 2. Como dar início ao trabalho À semelhança do trabalho monográfico, o passo inicial para a redação do artigo é a elaboração de um projeto de pesquisa, visando esclarecer/definir o tema a ser trabalhado, o objeto a ser focalizado na pesquisa, seus objetivos, tanto o geral quanto os específicos, a metodologia de trabalho, bem como a bibliografia básica a ser consultada. Obviamente, por ter menor extensão e exigir maior concisão por parte do autor, o projeto para elaboração de um artigo será necessariamente também mais sucinto do que o de um trabalho monográfico. 3. A estrutura do artigo científico Por ser um texto de menor extensão, o artigo científico não apresenta mudanças de página em sua estrutura. Ou seja, ele vai em um continuum, da primeira à última página, apresentando os seguintes elementos: 1.Título 2. Autor (es) 3. Epígrafe (facultativa) 4. Resumo e Palavras-chave; 5. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão), 6. Notas (opcional) 7. Referências. 3.1 . O título Quanto ao título do artigo, deve ser representativo de seu conteúdo, porém de forma concisa. O título de um trabalho não é seu resumo. Assim, devem ser evitados títulos longos. Um bom título deve conter apenas as palavras essenciais sem, todavia, prejudicar a clareza e entendimento da natureza do trabalho. 53
  • 54. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado 3.2 . Identificação do(s) autor(es) do artigo O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. Caso haja mais de um autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética. Após o nome do autor, deve vir sua titulação, bem como instituição à qual se vincula. 3.3 . Epígrafe Também opcional, constitui-se numa frase ou citação que encabeça uma produção escrita, uma citação de texto ou trecho de texto de autor de relevância para a área ou tema trabalhado no texto monográfico. 3.4 . Resumo e Palavras-chave O resumo é um elemento obrigatório, constituído de uma seqüência de frases concisas e objetivas e não de uma simples enumeração de tópicos, em torno de 250 palavras, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou descritores, conforme a NBR 6028. No resumo, o espaço entrelinhas deve ser simples. Do mesmo modo que no trabalho monográfico, costuma ser solicitada uma versão do resumo em outro idioma, sendo empregados para este em geral o inglês, o francês ou o espanhol. As palavras-chave são elementos também obrigatórios e devem ser representativas do conteúdo do trabalho, em um número mínimo de três e máximo de cinco. 3.5 . Divisão do Conteúdo 3.5.1. INTRODUÇÃO A introdução é a apresentação sucinta e objetiva do trabalho, que fornece informações sobre sua natureza, sua importância e sobre como foi elaborado: objetivo, métodos e procedimentos seguidos. Na introdução, o tema é apresentado e esclarecido aos leitores, são dadas as indicações de leitura do trabalho. Em outras palavras, é a parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho. Deve-se mencionar a importância do trabalho, justificando a necessidade de se realizar tal empreendimento 3.5.2 . DESENVOLVIMENTO As propostas citadas na introdução devem estar desenvolvidas e comprovadas ao longo desta parte do trabalho. 54
  • 55. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado 3.5.3. CONCLUSÃO A conclusão é a parte em que o autor avalia os resultados obtidos, dando um “fecho” às idéias desenvolvidas ao longo do trabalho. 3.6 . NOTAS As notas devem vir ao final do trabalho, antes das Referências. São notas explicativas, que se destinam ao registro de comentários adicionais não cabíveis no texto, ou ainda para remeter o leitor a outras partes do trabalho ou a outras obras que tratam da mesma temática. São apresentadas em algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para todo o capítulo ou parte. 3.7 . REFERÊNCIAS Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de materiais. As publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem obedecer as Normas da ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo, do mesmo modo do que ocorre no trabalho monográfico. 4. Normas Para Elaboração e Apresentação do Artigo de Conclusão de Curso presentemente adotadas pela Suam • Os trabalhos deverão ser inéditos e conter no mínimo 6 e, no máximo, 15 páginas, em formato A4, fonte Times New Roman, corpo 12, espaço 1,5, parágrafo 1,5 cm, e margens de 3,0 cm. • Na folha inicial, devem constar o título do artigo, o nome completo do autor, sua matrícula e habilitação que está cursando. • Na mesma folha, logo abaixo, devem constar o Resumo, de aproximadamente seis linhas (máximo de 250 palavras), redigido em parágrafo único em espaço simples, e três a cinco palavras-chave. • A numeração, com o numeral em algarismo arábico, deve vir no alto da página, na margem direita. Havendo anexo, as páginas devem ser numeradas, dando seqüência à numeração do texto principal. • Caso o artigo contenha imagens, estas deverão estar digitalizadas em formato TIF, BMP ou JPG, devendo vir em separado, mesmo quando incorporadas ao arquivo texto, com indicação de posicionamento no texto e legendadas. 55
  • 56. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado • As citações bibliográficas deverão seguir o sistema: (autor, data, página), remetendo às referências contidas ao final do trabalho, elaboradas segundo normas da ABNT. • Não devem ser inseridas notas de pé de página. As notas devem vir ao final do trabalho, imediatamente antes das referências bibliográficas. Citações Uma citação nada mais é do que a corroboração de uma afirmativa feita pelo autor do texto monográfico através da citação de uma fonte autorizada, ou seja, o texto de um autor de renome na área trabalhada, o resultado de uma pesquisa e assim por diante. As citações, em um artigo, seguem as mesmas normas das citações inseridas em trabalhos monográficos. Conclusão Pretendeu-se neste trabalho proporcionar, de forma muito sintética, mas objetiva e estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escrita de um artigo científico. Para satisfazer este objetivo, optou-se por uma descrição sequencial dos componentes típicos de um documento desta natureza. Faz-se notar, todavia, que ninguém se pode considerar perfeito neste tipo de tarefa, pois a arte de escrever artigos científicos constrói- se no dia a dia, através da experiência e da cultura. Como nota final, sugerimos a leitura dos artigos científicos das revistas publicadas pela Unisuam, ou seja, Semioses, Augustus, Legis Augustus e Corpus et Sciencia. Todas estão disponível no site da instituição, no link “publicações”, encontrado no item “Pesquisa e Extensão" da página inicial. 56
  • 57. Projeto Integrador I – Profa. Alexsandra Machado COMO FAZER REFERÊNCIAS: bibliográficas, eletrônicas e demais formas de documentos Copyright©2000 de Maria Bernardete Martins Alves e Susana M. de Arruda Este documento pode ser copiado e disponibilizado eletronicamente, desde que forma e conteúdo sejam mantidos. Atualizada em fev 2007, conforme NBR-6023/2002 1 ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS 1.1 Definição: Referência é conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite a sua identificação individual. (NBR 6023, 2002, p. 2). Nota: "Constitui uma lista ordenada dos documentos efetivamente citados no texto. Não devem ser referenciados documentos que não citados no texto. Caso haja conveniência de referenciar material bibliográfico não citado, deve-se fazer uma lista própria após a lista de referências sob o título: Bibliografia recomendada." (NBR 10719, 1989, p. 13). 1.2 Ordenação das referências 1.2.1 As referências podem ter uma ordenação alfabética, cronológica e sistemática (por assunto). Entretanto neste manual, sugerimos a adoção da ordenação alfabética ascendente. 1.2.2 Autor repetido: Quando se referencia várias obras do mesmo autor, substitui-se o nome do autor das referências subsequentes por um traço equivalente a seis espaços. 1.3. Aspectos gráficos 1.3.1 Espaçamento: as referências devem ser digitadas, usando espaço simples entre as linhas e espaço duplo para separá-las. 1.3.2 Margem: As referências são alinhadas somente à margem esquerda. 1.3.3 Pontuação: • Usa-se ponto após o nome do autor/autores, após o título, edição e no final da referência; • Os dois pontos são usados antes do subtítulo, antes da editora e depois do termo In:; • A virgula é usada após o sobrenome dos autores, após a editora, entre o volume e o número, páginas da revista e após o título da revista; • O Ponto e vírgula seguido de espaço é usado para separar os autores; • O hífen é utilizado entre páginas (ex: 10-15) e, entre datas de fascículos sequenciais (ex: 1998-1999); • A barra transversal é usada entre números e datas de fascículos não sequenciais (ex: 7/9, 1979/1981); 57