O documento discute a estrutura formal e informal da escola. A estrutura formal se caracteriza pela relação entre educadores e educandos e pela imposição de normas e valores sociais. A estrutura informal surge das interações espontâneas entre os membros da escola. O texto também aborda os diferentes tipos de controle social exercido pela escola, como o controle exterior organizado e o controle interior que leva à internalização de valores.
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXTAS E DA TERRA – DCET
CAMPUS II – ALAGOINHAS
ESTRUTURA FORMAL E INFORMAL DA ESCOLA
A estrutura formal da escola se caracteriza na coexistência de dois grupos distintos
embora interdependentes, que são os educadores e os educandos. Os educadores em
geral são o “grupo maduro” que se integram aos valores sociais em vigor. Eles
transmitem aos educandos, que são os “grupos imaturos”, tais valores, direcionando a
aprendizagem e impondo normas legais para que com isso tenham o poder de liderá-los.
Embora haja essa divisão na estrutura formal da escola, esta, por ser um grupo primário,
não comporta um alto grau de formalização, nem de posição de papéis tão definidos,
advindo essa formalização do contexto administrativo que é uma meta conjunta da
sociedade.
A sociedade criou, mantém e impõe leis e regulamentos administrativos que vão
conferir o caráter formal da escola.
Já a estrutura informal da escola se caracteriza inicialmente por não ser permeada de
normas políticas. Surgem da socialização espontânea dos indivíduos que formam o
grupo, seja ele educador ou educando. Essa estrutura informal é advinda do sistema
total de relações pessoais e interpessoais do grupo. As pessoas numa escola interagem
entre si e a priori é esta relação informal que vai embasar outras quaisquer. Mesmo
assim há uma certa hierarquia implícita, da estrutura formal na estrutura informal da
escola, refletindo nesta, ainda que indiretamente. Como por exemplo: na relação entre
adultos numa escola, o diretor mesmo numa relação informal “pode” ser percebido
como um superior, ou numa relação entre alunos, mesmo eles estando agrupados com
outros colegas por particulares interesses (qualidades pessoais, afinidades, padrões
culturais, suas formas de pensar e perceber o mundo, etc) chegará um momento que ele
vai ser agrupado em classes e aceitar essa formalização; mas esta classe pode passar a
ser um local estruturalmente informal de acordo com o grau de interação e os valores
trazidos pelos membros que formam este grupo.
CONTROLE SOCIAL NA ESCOLA
A escola reúne indivíduos com objetivos comuns num processo de interação contínua
por ser um grupo social. Ela oferece a estes indivíduos um conjunto de normas e valores
primados pela sociedade. Sociedade esta, que almeja a socialização desses indivíduos
através da transmissão cultural. Esta transmissão feita pela escola e a partir dela vai
ordenar a própria vida escolar além de socializar os indivíduos. Existem diversas
maneiras de controles sociais exercidos pela escola. São eles: a) o controle social
exterior organizado, que vai impor sanções de acordo como regulamento escolar
(obedecendo hierarquias); este controle não é questionado por crianças menores e estas
se submetem à autoridade, pois leva a uma ordem moral; já com o adolescente existe
geralmente uma busca do porquê obedecer às normas impostas, podendo gerar
conflitos; b) o controle exterior difuso vem a acontecer em grupos consolidados
espontaneamente e que neste, há sistemas normativos próprios e sanções que tendem a
ser tão poderosas quanto o controle social exterior organizado. Estes grupos geralmente
2. possuem membros infanto-juvenis que tendem a se organizar “contra o poder” e suas
sanções. Este tipo de controle social e suas sanções (entre eles) podem causar traumas
nos seus membros (no caso da rejeição) agindo este tipo de controle social de maneira
diferente sobre crianças menores, maiores e adolescentes.
Os controles exteriores agem ajustando o comportamento exterioras normas sociais mas
a vontade do individuo não é violada. Já os controles interiores agem sobre a vontade do
individuo reorganizando suas atitudes em relação aos valores sociais e aos portadores
simbólicos deles. Esses controles chegam aos indivíduos ou através dos meios de
comunicação em massa ou através da educação que, quando efizcamente processada
incute na criança e no jovem atitudes positivas em relação aos valores sociais,
religiosos, morais, estéticos e intelectuais. Mas, eles precisam internalizar esses valores.
As atitudes em relação a esses valores precisam ser sólidas para ampliar o mundo
mental da criança e do jovem fazendo com estes tenham autonomia, independência e
criticidade. Dentre os controles sociais interiores estão a ética, que se intensifica na
infância e tem na família a principal fonte que vai fazer desta criança um ser autônomo
e com personalidade pois, a ética fundamenta o caráter do indivíduo.
Temos também outros valores que geram atitudes mais especificas que se formam
também dentro da escola como: lealdade, respeito, companheirismo, etc., que neste
contexto torna-se importante os símbolos de valores que a escola procura e consegue
criar.
Há ainda outras formas de controle social na escola baseada na ordenação de
comportamento e conformação de vontade. Como por exemplo na ordenação de
comportamento numa escola temos o modo formal de comportamento do adulto que vai
gerar autoridade sobre o aluno; são definidas situações e também são criadas
disposições físicas de objetos e pessoas que vão determinar o comportamento (exterior e
interior) do aluno e com isso ele é controlado socialmente, levando esses valores e
atitudes para a sociedade onde vive; ou naturalmente ou poderá se revoltar gerando
conflitos interiores que possivelmente vai culminar em desajuste social (caso os
controles exteriores sejam demasiadamente injustos).
Por Cláudia Regina T. Souza
Fontes bibliográficas consultadas:
CARVALHO, Marta M. Chagas de. A Escola e a República. 127ª edição. Editora
Brasiliense, SP.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. 18ª edição. Editora Ática, SP.
1998
PILETTI, Nelson. Sociologia da educação. 178ª edição. Editora Ática, SP. 1998