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Resistência e participação: o conceito
de subcultura e o estudo de fãs no
atual contexto convergente


          Stefanie C. da Silveira
             PPGCOM /UFRGS

    Objetivo: expor a formação do conceito de
    subcultura e a necessidade de uma
    compreensão diferenciada da ideia de
    resistência e rebeldia ligada à construção do
    termo.
• No contexto convergente atual, os fãs utilizam
  sua apropriação criativa na produção de
  conteúdo baseado nos produtos que admiram.
  É preciso diferenciar esta forma de ação
  daquela de cunho político e ideológico e que
  influenciou os primeiros estudos sobre o
  conceito em debate.
As abordagens das subculturas
• Conceito ligado aos estudos
  culturais. Surge na década de
  1940 quando a juventude era
  vista como o novo segmento de
  mercado no pós-guerra.
• Na perspectiva moderna, o poder
  é do grupo dominante e exercido
  contra um subordinado, ao qual
  resta o comportamento
  resistente.
• A noção de subordinado está
  ligada a ideia de um sujeito
  racional, internamente coeso e
  claramente definido frente à
  oposição.
As abordagens das subculturas

• A abordagem pós-moderna
  explora o sujeito a partir de sua
  subjetividade fragmentada,
  fluida e composta por diversas
  motivações.
• Desde os anos 80, relaciona-se a
  noção de resistência com ações
  mais prosaicas e sutis, menos
  heróicas.
• A partir dos estudos de Certeau
  (1994), observam-se as
  estratégias e táticas cotidianas
  de resistência dos sujeitos.
As abordagens das subculturas

• Os estudos do Centre of
  Contemporary Cultural Studies
  (CCCS) da Universidade de
  Birmingham propõem que se
  olhe de forma positiva à questão
  criativa das subculturas.
• A “função latente das
  subculturas era expressar e
  solucionar, ainda que de uma
  maneira ‘mágica’, contradições
  sociais ocultas e irresolvidas na
  cultura do país” (FREIRE FILHO,
  2007)
As abordagens das subculturas

• As realizações das subculturas
  funcionavam como agentes de
  transformação social, ainda que
  não revolucionárias.
• De acordo com Freire Filho
  (2007), a abordagem britânica
  enxergava na resistência das
  subculturas uma forma de busca
  pela existência coletiva.
• A formação das subculturas dá-
  se pela articulação coletiva de
  sentidos que gera o
  reconhecimento com a
  alteridade.
As abordagens das subculturas

• Os estudos do CCCS datam do
  surgimento do movimento punk,
  ou seja, estão inseridos num
  contexto de transição.
• Os estudos britânicos foram
  criticados e acusados de optar
  por pronunciamentos teóricos
  generalizantes.
• Para alguns autores, as teorias
  do CCCS eram dotadas de
  elitismo cultural baseado na
  divisão radical entre a rebeldia
  subcultural e o consumo passivo.
As abordagens das subculturas

• Desta forma, nascia uma nova
  vertente de estudos na área: os
  pós-subculturalistas (FREIRE
  FILHO, 2007).
• Eles propunham a adoção de
  metodologias qualitativas
  focadas no cotidiano dos
  sujeitos, pois acreditavam que a
  resistência, quando ocorresse,
  apareceria não como rebeldia,
  mas numa abordagem mais pós-
  moderna, ligada à busca pelo
  prazer.
As abordagens das subculturas

• Para os críticos do CCCS, o
  relevante estava no caráter
  disperso e transitório dos grupos.
• A ênfase devia ser dada na
  busca pelo pertencimento e
  reconhecimento diante dos
  semelhantes que compartilham
  as mesmas afinidades.
• Ou seja, a pós-subcultura
  demonstraria a suposta
  superação da subcultura ligada
  às características de resistência.
As abordagens das subculturas

• Thornton (1996) propõe a noção de subcultura
  ligada ao conceito de capital subcultural.
• Para ela, os sujeitos desenvolvem seus
  comportamentos em busca de status dentro do
  grupo.
• Mais do que caracterizar diferenças culturais como
  ‘resistências’ à hierarquia ou às remotas
  dominações culturais de alguma classe dominante,
  as subculturas investigam as micro-estruturas de
  poder entalhadas nos desacordos culturais e
  debates que acontecem entre grupos associados
  mais intimamente (THORNTON, 1996, p. 163) .
As abordagens das subculturas

• O conceito identificaria as
  culturas de gosto. Assim, a
  formação dos grupos ocorre
  mais pela identificação
  estética do que por rebeldia.
• As aglomerações já não são
  formadas por ativismos
  políticos característicos da
  modernidade, as formas de
  agregação social na
  contemporaneidade dão-se
  pelo hedonismo, pelo culto ao
  corpo e pela preponderância
  da imagem (MAFFESOLI,
  2004).
As abordagens das subculturas

• Freire Filho (2007) critica a
  abordagem de Thornton e diz
  que ela caiu no reducionismo.
• Para ele, os pós-
  subculturalistas enxergam
  nas novas subculturas apenas
  “outra forma de jogo
  despolitizado dentro da
  redoma de prazer pós-
  moderna”.
• Os autores não levam em
  conta as relações intra-
  subculturais, de classe e
  sociais.
As abordagens das subculturas

    Freire Filho (2007) destaca o
    fato de que as subculturas
    perdem o caráter
    oposicionista quando atuam
    unicamente na esfera do lazer
    e do consumo.

    Um dos fatores que faz
    também com que os grupos
    não conseguam sustentar a
    postura rebelde por muito
    tempo é o processo de
    redefinição dos estilos e
    valores das subculturas
    realizado por parte do
    mercado.
As abordagens das subculturas

  As ações que podem ser
consideradas de bricolagem têm
um caráter mais ligado à
homenagem do produto cultural
de adoração do que de
subversão deste (FREIRE FILHO,
2007). Isto é, um fã ao fazer uma
produção de um filme ou de uma
narrativa sobre um objeto de
gosto pessoal, por mais que
possa estar infringindo leis de
copyright, realiza este tipo de
ação a partir de uma apropriação
criativa e muitas vezes
despretensiosa, indo em busca
apenas do lazer.
As abordagens das subculturas

  Revisão do conceito de
subcultura no que diz respeito
ao estudo de fãs no contexto
convergente. É preciso que se
atualize o caráter de
resistência para uma nova
concepção que abarque as
formas atuais de participação
e produção de conteúdo por
parte dos sujeitos. Sem cair
no elitismo do CCCS e sem
deixar de lado aspectos
relevantes etnográficos.
As abordagens das subculturas

  Esta atualização não é sinônimo de descaracterização do
termo, mas sim de esclarecimento do que quer dizer resistir
na atualidade. Por exemplo, a produção de legendas de
séries de televisão por parte dos fãs e a distribuição deste
material pela internet pode ser considerado um aspecto de
rebeldia, uma vez que esta ação é desencorajada e alvo de
protestos por parte da indústria midiática.


  Este tipo de ação, no entanto, não pode ser confundido ou
igualado aos protestos de rua, pichações, manifestações e
passeatas realizadas pelo movimento punk na década de
1980. É este o aspecto diferencial que precisa ser exposto e
atualizado no que diz respeito à discussão acerca do
conceito de subcultura na contemporaneidade.
Obrigada!




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    ssilveira@ssilveira.com

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Apresentação ABCiber 2009

  • 1. Resistência e participação: o conceito de subcultura e o estudo de fãs no atual contexto convergente Stefanie C. da Silveira PPGCOM /UFRGS
  • 2. Objetivo: expor a formação do conceito de subcultura e a necessidade de uma compreensão diferenciada da ideia de resistência e rebeldia ligada à construção do termo. • No contexto convergente atual, os fãs utilizam sua apropriação criativa na produção de conteúdo baseado nos produtos que admiram. É preciso diferenciar esta forma de ação daquela de cunho político e ideológico e que influenciou os primeiros estudos sobre o conceito em debate.
  • 3. As abordagens das subculturas • Conceito ligado aos estudos culturais. Surge na década de 1940 quando a juventude era vista como o novo segmento de mercado no pós-guerra. • Na perspectiva moderna, o poder é do grupo dominante e exercido contra um subordinado, ao qual resta o comportamento resistente. • A noção de subordinado está ligada a ideia de um sujeito racional, internamente coeso e claramente definido frente à oposição.
  • 4. As abordagens das subculturas • A abordagem pós-moderna explora o sujeito a partir de sua subjetividade fragmentada, fluida e composta por diversas motivações. • Desde os anos 80, relaciona-se a noção de resistência com ações mais prosaicas e sutis, menos heróicas. • A partir dos estudos de Certeau (1994), observam-se as estratégias e táticas cotidianas de resistência dos sujeitos.
  • 5. As abordagens das subculturas • Os estudos do Centre of Contemporary Cultural Studies (CCCS) da Universidade de Birmingham propõem que se olhe de forma positiva à questão criativa das subculturas. • A “função latente das subculturas era expressar e solucionar, ainda que de uma maneira ‘mágica’, contradições sociais ocultas e irresolvidas na cultura do país” (FREIRE FILHO, 2007)
  • 6. As abordagens das subculturas • As realizações das subculturas funcionavam como agentes de transformação social, ainda que não revolucionárias. • De acordo com Freire Filho (2007), a abordagem britânica enxergava na resistência das subculturas uma forma de busca pela existência coletiva. • A formação das subculturas dá- se pela articulação coletiva de sentidos que gera o reconhecimento com a alteridade.
  • 7. As abordagens das subculturas • Os estudos do CCCS datam do surgimento do movimento punk, ou seja, estão inseridos num contexto de transição. • Os estudos britânicos foram criticados e acusados de optar por pronunciamentos teóricos generalizantes. • Para alguns autores, as teorias do CCCS eram dotadas de elitismo cultural baseado na divisão radical entre a rebeldia subcultural e o consumo passivo.
  • 8. As abordagens das subculturas • Desta forma, nascia uma nova vertente de estudos na área: os pós-subculturalistas (FREIRE FILHO, 2007). • Eles propunham a adoção de metodologias qualitativas focadas no cotidiano dos sujeitos, pois acreditavam que a resistência, quando ocorresse, apareceria não como rebeldia, mas numa abordagem mais pós- moderna, ligada à busca pelo prazer.
  • 9. As abordagens das subculturas • Para os críticos do CCCS, o relevante estava no caráter disperso e transitório dos grupos. • A ênfase devia ser dada na busca pelo pertencimento e reconhecimento diante dos semelhantes que compartilham as mesmas afinidades. • Ou seja, a pós-subcultura demonstraria a suposta superação da subcultura ligada às características de resistência.
  • 10. As abordagens das subculturas • Thornton (1996) propõe a noção de subcultura ligada ao conceito de capital subcultural. • Para ela, os sujeitos desenvolvem seus comportamentos em busca de status dentro do grupo. • Mais do que caracterizar diferenças culturais como ‘resistências’ à hierarquia ou às remotas dominações culturais de alguma classe dominante, as subculturas investigam as micro-estruturas de poder entalhadas nos desacordos culturais e debates que acontecem entre grupos associados mais intimamente (THORNTON, 1996, p. 163) .
  • 11. As abordagens das subculturas • O conceito identificaria as culturas de gosto. Assim, a formação dos grupos ocorre mais pela identificação estética do que por rebeldia. • As aglomerações já não são formadas por ativismos políticos característicos da modernidade, as formas de agregação social na contemporaneidade dão-se pelo hedonismo, pelo culto ao corpo e pela preponderância da imagem (MAFFESOLI, 2004).
  • 12. As abordagens das subculturas • Freire Filho (2007) critica a abordagem de Thornton e diz que ela caiu no reducionismo. • Para ele, os pós- subculturalistas enxergam nas novas subculturas apenas “outra forma de jogo despolitizado dentro da redoma de prazer pós- moderna”. • Os autores não levam em conta as relações intra- subculturais, de classe e sociais.
  • 13. As abordagens das subculturas  Freire Filho (2007) destaca o fato de que as subculturas perdem o caráter oposicionista quando atuam unicamente na esfera do lazer e do consumo.  Um dos fatores que faz também com que os grupos não conseguam sustentar a postura rebelde por muito tempo é o processo de redefinição dos estilos e valores das subculturas realizado por parte do mercado.
  • 14. As abordagens das subculturas  As ações que podem ser consideradas de bricolagem têm um caráter mais ligado à homenagem do produto cultural de adoração do que de subversão deste (FREIRE FILHO, 2007). Isto é, um fã ao fazer uma produção de um filme ou de uma narrativa sobre um objeto de gosto pessoal, por mais que possa estar infringindo leis de copyright, realiza este tipo de ação a partir de uma apropriação criativa e muitas vezes despretensiosa, indo em busca apenas do lazer.
  • 15. As abordagens das subculturas  Revisão do conceito de subcultura no que diz respeito ao estudo de fãs no contexto convergente. É preciso que se atualize o caráter de resistência para uma nova concepção que abarque as formas atuais de participação e produção de conteúdo por parte dos sujeitos. Sem cair no elitismo do CCCS e sem deixar de lado aspectos relevantes etnográficos.
  • 16. As abordagens das subculturas  Esta atualização não é sinônimo de descaracterização do termo, mas sim de esclarecimento do que quer dizer resistir na atualidade. Por exemplo, a produção de legendas de séries de televisão por parte dos fãs e a distribuição deste material pela internet pode ser considerado um aspecto de rebeldia, uma vez que esta ação é desencorajada e alvo de protestos por parte da indústria midiática.  Este tipo de ação, no entanto, não pode ser confundido ou igualado aos protestos de rua, pichações, manifestações e passeatas realizadas pelo movimento punk na década de 1980. É este o aspecto diferencial que precisa ser exposto e atualizado no que diz respeito à discussão acerca do conceito de subcultura na contemporaneidade.
  • 17. Obrigada!  @ssilveira  ssilveira@ssilveira.com