Os fenícios eram um povo semita que habitava a região do atual Líbano e se destacou no comércio marítimo no Mediterrâneo entre 1500 a.C. e 100 a.C., dominando rotas comerciais e desenvolvendo embarcações, navegação e um alfabeto fonético que influenciou os alfabetos ocidentais. Sua principal cidade foi Cartago, no norte da África, que monopolizou rotas marítimas por séculos até ser conquistada por Roma após três Guerras P
2. • Os fenícios localizavam-se
na porção norte da
Palestina, onde hoje se
encontra o Líbano. Os
povos originários dessa
civilização são os semitas
que, saindo do litoral norte
do Mar Vermelho, fixaram-
se na Palestina realizando o
cultivo de cereais, videiras
e oliveiras. Além da
agricultura, a pesca e o
artesanato também eram
outras atividades por eles
desenvolvidas.
3. O poder político exercido no interior das cidades fenícias
costumava ser assumido por representantes de sua elite
marítimo-comercial. Tal prática definia o regime político da
fenícia como uma talassocracia, ou seja, um governo
comandado por homens ligados ao mar. Em meados de 1500
a.C. a atividade comercial fenícia intensificou-se
consideravelmente fazendo com que surgisse o interesse pela
dominação de outros povos comerciantes.
4. • A proximidade com o mar e o
início das trocas agrícolas com
os egípcios deu condições
para que o comércio
marítimo se destacasse como
um dos mais fortes setores da
sua economia. Ao longo da
faixa litorânea por eles
ocupada surgiram diversas
cidades-Estado. Em cada uma
dessas cidades um governo
autônomo era responsável
pelas questões políticas e
administrativas.
5. • No ano de 1400 a.C. os fenícios dominaram as rotas
comerciais, anteriormente controladas pelos cretenses,
que ligavam a região da Palestina ao litoral sul do
Mediterrâneo. Na trajetória da civilização fenícia,
diferentes cidades imprimiam sua hegemonia comercial na
região.
6. • Por volta de 100 a.C. – após o auge dos centros urbanos de
Ugarit, Sídon e Biblos – a cidade de Tiro expandiu sua rede
comercial sob as ilhas da Costa Palestina chegando até mesmo a
contar com o apoio dos hebreus. Com a posterior expansão e a
concorrência dos gregos, os comerciantes de Tiro buscaram o
comércio com regiões do Norte da África e da Península Ibérica.
7. • Além de revender produtos
de vários povos e de traficar
escravos, os fenícios tinham
um artesanato próprio de
excelente qualidade. Seus
produtos eram disputados
por vários povos
mediterrâneos. Sua moeda
também era aceita sem
restrições.
8. • Dois produtos tinham um destaque especial: os vidros
coloridos e os magníficos tecidos tingidos de púrpura. Um
molusco marinho, o múrice, fornecia o corante vermelho
vivo que encantava a clientela.
9. • No campo religioso, os
fenícios incorporaram o
predominante politeísmo
das sociedades antigas.
Baal era o deus associado
ao sol e às chuvas. Aliyan,
seu filho, era a divindade
das fontes. Astarte era
uma deusa vinculada à
riqueza e à fecundidade.
Durantes seus rituais,
feitos ao ar livre, os
fenícios costumavam
oferecer o sacrifício de
animais e homens.
10. • No progresso de suas atividades comerciais, os fenícios
tiveram expressivo destaque no desenvolvimento de
embarcações que pudessem lhes colocar em contato com
as diversas civilizações do mar Mediterrâneo. O
deslocamento pelo mar acabou firmando uma ampla rede
de rotas comerciais que garantia a circulação dos vários
produtos que despertavam o interesse da poderosa classe
mercante mantenedora desse tipo de atividade econômica.
11. • Os barcos eram equipados
com velas e proas de
madeira onde, geralmente,
havia a representação da
cabeça de um cavalo. As
mercadorias negociadas
eram todas estocadas no
porão dos navios e
protegidas em grandes vasos
de argila preenchidos com
areia. Dessa maneira, os
fenícios conseguiam
preservar as mercadoria e
minimizar as perdas
materiais ocorridas durante
o transporte.
12. • Em cada ponto comercial espalhado pelo Mar Mediterrâneo
havia grandes habitações que abrigavam os marinheiros,
artesãos e comerciantes envolvidos nessa movimentada
atividade econômica. Quando as condições climáticas impediam
as viagens pelo mar, tais abrigos poderiam servir de pouso
durante meses inteiros a uma determinada tripulação. Foi por
meio dessa impressionante estrutura envolvida é que os
fenícios se destacaram no campo comercial.
13. • Contudo, toda essa estrutura não foi capaz de controlar as
riquezas que passavam de mão em mão. O controle sobre os
estoques, os acordos comerciais, encomendas, preços e outras
negociações teriam de ser devidamente registrados para que
todo esse esforço fosse apropriadamente recompensado. Foi
então que a cultura fenícia estabeleceu o desenvolvimento de
um sistema de símbolos que pudesse facilitar o processo de
comunicação entre as pessoas.
14. • O desenvolvimento mercantil
observado entre os fenícios
influenciou o domínio e a
criação de técnicas e saberes
vinculados ao intenso trânsito
dos fenícios. A astronomia foi
um campo desenvolvido em
função das técnicas de
navegação necessárias à
prática comercial. Além disso,
o alfabeto fonético deu
origem às línguas clássicas
que assentaram as bases do
alfabeto ocidental
contemporâneo.
15. • O sistema de símbolos
fenício consistia em um
alfabeto fonético
composto por vinte e duas
letras. Esse sistema de
comunicação teve grande
importância não só para os
fenícios, mas também
influenciou no longo
processo que deu origem
às letras que integram o
alfabeto ocidental
contemporâneo. A
civilização greco-romana,
considerada berço de
várias línguas atuais, teve
visível influência do
sistema gráfico fenício.
16. • Entre as cidades
fenícias, Cartago, no
Norte da África, teve
um destaque especial
por ter sido um
importante centro
comercial, que
monopolizou as rotas
marítimas durante
séculos.
17. • Cartago era tão forte que foi difícil derrotá-la:
só se rendeu ao domínio do Império Romano
após às derrotas nas três Guerras Púnicas.