1. PREPARAÇÃO ORGÂNICA OU TREINAMENTO CARDIOPULMONAR
Componente da preparação física que visa provocar alterações
no sistema cardiocirculatório e respiratório (sistema de transporte de O2
e mecanismo de equilíbrio ácido-base).
FINALIDADES:
Profilática = prevenir hipocinesias
Terapêutica = reabilitação cardíaca
RESISTÊNCIA AERÓBICA
Estabilização = controle de diabetes
Estética = programas de emagrecimento
Treinamento = preparação de atletas RESISTÊNCIA AERÓBICA E
ANAERÓBICA
2. CLASSIFICAÇÃO DA VIA ENERGÉTICA CONFORME
A DURAÇÃO DA ATIVIDADE
ATP FORÇA EXPLOSIVA
(Até 4 seg) (Levantamentos de peso, saltos, saques,
etc)
ATP – CP VELOCIDADE - FORÇA DINÂMICA
(Até 10 seg) (Sprints, arrancadas, provas de ginástica
artísitca, etc)
ATP – CP + ÁCIDO LÁTICO RESISTÊNCIA ANAERÓBICA
(até 1:30”) (Corridas de 200 a 400 m, 100m livre, etc)
SISTEMAS NÃO OXIDATIVOS RESISTÊNCIA AERÓBICA
+ (Corridas acima de 800 m)
IMEDIATOS E DE CURTA
DURAÇÃO
+
SISTEMA OXIDATIVO
(> 3 min)
3. NÍVEL CALÓRICO (KCAL) EM VALORES ABSOLUTOS E PERCENTUAIS
DE TRABALHO ANAERÓBICO E AERÓBICO EM NÍVEL MÁXIMO E
DURAÇÕES VARIADAS
10 seg 1 min 2 min 4 min 10 min 30 min 60 min 120 min
Anaeróbio 25 40 45 45 35 30 20 15
85 65-70 50 30 10-15 5 2 1
Aeróbio 5 20 45 100 250 700 1.300 2.400
15 30-35 50 70 89-90 95 98 99
Total Cal. 30 60 90 145 285 730 1.320 2.415
Astrand, 1987.
4.
5. EFEITOS DO TREINAMENTO CARDIOPULMONAR
A) Aumento do volume de ejeção
B) Aumento do nº de glóbulos vermelhos e da taxa de O2
transportado no sangue.
C) Aumento da capilarização resultando em melhor difusão
D) Redução da massa corporal
E) Melhoria na capacidade de absorção de O2
F) Redução da FCR e no exercício submáximo
G) Redução do tempo de recuperação após o exercício
H) Melhor pré-disposição para para o treinamento anaeróbio
I) Aumento da capacidade para suportar maiores volumes de
treinamento
6. 1. ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS
1.1 – Aeróbicas
↑ Conteúdo de Mioglobina (80%)
↑ Tamanho (40%) e número (120%) das mitocôndrias
↑ Atividade das enzimas do sistema aeróbio (Ciclo de Krebs e Sistema
de Transporte de Elétrons)
↑ Mobilização e oxidação de lipídios
1.2 – Anaeróbicas
↑ concentração de ATP (25%), CP (60%), creatina (35%) e glicogênio (32%);
↑ da atividade enzimática
ATPase (30%) = Desintegração do ATP
Mioquinase (20%) = Ressíntese do ATP
Creatinoquinase (36%) = Ressíntese da
Fosfofrutoquinase (50-80%) = reações iniciais da glicólise
7. 2. ALTERAÇÕES SISTÊMICAS
2.1 – Aumento da capacidade funcional do coração
a) Aumento do DÉBITO CARDÍACO (volume de sangue ejetado/min.)
Repouso = 5 - 6 litros/min
Exercício - Treinado = 30 - 40 l/min
Não-treinado = 20 - 25 l/min
DC = VS x FC
* QUANTO MAIS ALTO FOR O DC MÁXIMO, MAIOR SERÁ O VO2MÁX
8. b) Aumento do VOLUME SISTÓLICO ou de EJEÇÃO
- Volume de sangue ejetado por sístole.
Repouso: Homens Não - treinados = 70 - 90 ml/sístole
Homens treinados = 100-120 ml/sístole
Mulheres Não- treinadas = 50 -70 ml/sístole
Mulheres Treinadas = 70 - 90 ml/sístole
C) FREQÜÊNCIA CARDÍACA
Repouso = 40 - 90 bpm
* Uma freqüência cardíaca mais baixa, associada a um volume sistólico
relativamente grande indica um sistema circulatório mais eficiente.
9. d) AUMENTO DO RETORNO VENOSO
- O coração só consegue bombear o sangue que recebe. O
débito cardíaco depende do sangue que retorna ao coração direito.
e) AUMENTO DA DIFERENÇA ARTERIOVENOSA (A-VO2-dif)
- É a diferença no conteúdo de O2 entre o sangue arterial e
venoso. Representa a quantidade de O2 extraído ou consumido pelos
tecidos.
Dentro dos valores normais de pH, PO2 e PCO2:
- Sangue arterial = 200 ml de O2/l
- Sangue venoso = 150 ml de O2/l
A-VO2dif = 50 ml para cada litro de sangue
10. f) TRANSPORTE DE O2 PELO APARELHO CIRCULATÓRIO
⇒ Melhor eficácia do transporte de O2:
Trabalhos entre 120-150 bpm (steady state)
⇒ Aumento da capacidade funcional do coração:
Trabalhos entre 170-180 bpm (intervalado)
11. 3) OUTRAS ALTERAÇÕES
3.1 – Composição corporal = redução do % de gordura e aumento da massa
magra.
3.2 – Redução do colesterol e triglicerídeos
3.3 – Tecido conjuntivo = aumento da força dos ligamentos e tendões;
hipertrofia óssea.
3.4 – Aclimatação ao calor = Melhora a capacidade de dissipação do calor
3.5 – Capacidade de tamponamento = Aumento da capacidade dos tampões
bicarbonato (64%), proteínas do plasma (6%) e hemoglobina (29%) de
manterem o pH do meio orgânico
3.6 – Sistema Neurovegetativo = Grandes volumes provocam uma
parassimpaticotomia resultando em bradicardia, bradipnéia e linfocitose.
3.7 – Sistema Endócrino = Hipertrofia do córtex adrenal (aumento da
produção de corticóides)
3.8 – Aumento do volume sanguíneo (25%), diminuição da viscosidade