1. UNIVERSIDADE E EDUCAÇÃO BÁSICA: PARA
ALÉM DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES
Ana Maria de Mattos Guimarães
Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada -
UNISINOS
Capes/Programa Observatório da Educação
CNPq
2. Mostrar a importância do papel da
universidade para além da formação inicial de
professores, a partir de narrativas de
docentes e das diferentes identidades que
nelas se constituem.
3. A constituição da
profissionalidade
do professor de
Língua Portuguesa:
a formação de
futuros docentes
em foco
(Apoio Fapergs)
Por uma formação
continuada
cooperativa para o
desenvolvimento do
processo educativo
de leitura e
produção textual
escrita no ensino
fundamental
(Apoio CAPES-Obeduc)
4. Geração de Dados Entrevistas antes e após
entrada em sala de aula
Interacionismo
Sociodiscursivo
(Bronckart, 2006);
Construção social
do significado
através da interação
(Boutet,1997)
Identificação de
fatores para a
constituição do
docente como ator
do processo de
ensino
5. GÊNEROS TEXTUAIS SEQUÊNCIA
DIDÁTICA na
formação inicial;
PROJETOS
DIDÁTICOS DE
GÊNEROS, na
formação
continuada
6. Ator : as formas
textuais colocam o
actante como a
fonte de um
processo em que
lhe são atribuídas
capacidades,
motivações e
intenções
Agente: ao actante
não são atribuídas
capacidades,
responsabilidades,
intenções e
motivações
7. É capaz de pilotar um projeto de
ensino
Assume a postura de quem avalia o
contexto de ensino em que está
inserido, negocia para gerenciar
reações, interesses e motivações dos
seus alunos e mantém ou reconfigura
o seu planejamento de acordo com a
necessidade da sala de aula.
8. Discursos produzidos pelos falantes
apresentam traços observáveis
vinculados a uma rede de valores
semânticos que podem revelar o que os
entrevistados pensam sobre determinado
assunto ou como é sua relação com o
objeto da pergunta feita
9. eu explícito com
verbo + agentivo
Pleno
sujeito nulo com
verbo + agentivo
Alto
eu explícito com
verbo –agentivo
Médio
a gente = nós Médio
Tu genérico
Baixo
a gente genérico
10. Construções sociais
PERTENCIMENTO
Cada um de nós vive uma variedade de
identidades potencialmente contraditórias
(Weeks,J,1990, p. 88)
Identidades na formação : aluno-professor
11. é na verdade assim ãh tendo: em vista agora
todas as entrevistas que a gente fez com
professores, todas as situações que a gente >já
passô de observação de aula< ou de aplicação
de projeto eu acho que o ser professor tu nunca
tá totalmente preparado.
que nem eu já peguei professores com trinta
anos de experiência que eles olham pra gente
e- de- e dizem assim bom >vocês que estão
chegando agora o que vocês podem falá pra
gente?< entã:o na verdade tu sai daqui com
uma carga de conhecimento teórico (.) e um
poco de experiência mas tu vai te prepará na: no
atuá (Aluna-professora: 7º. Sem. Letras)
12. é eu comece:i na
(.) mas eu não tive essa
experiência de chegá
numa sala de aula e
ensiná português (1seg)
mas ãh ensiná
português é torná os
alunos aptos a usArem a
língua (.) de forma
adequada nas
situaçõesque eles vivem
verdade assim os
conteúdos <não fui
eu> que escolhi né a
escola propôs que eu
trabalhasse aquilo. eu
comecei ãh
trabalhando com
acentuaçã:o na nova
[ortografia]
Na representação No estágio
13. AMANDA: (...) daí a professora titular da turma veio falá
comigo =que era pra mim fazê:: não um artigo de opinião
mas uma dissertação (.) [e que era]
RAFAELA: [uma dissertação?]
AMANDA: ãh ãh. (01 seg.) e eu tinha trabalhando artigo de
opiniã@o com eles e que era pra mim fazê a introduçã:o,
<dois (.) ãh parágrafos> de argumento, >argumento positivo,
argumento negativo e conclusão<. e daí toda proposta, toda
discussão, tudo que eu tinha feito era a mesma coisa que bom
não precisava tê feito. >porque eu fiz< toda discussão pra
eles deba[terem]
RAFAELA: [hum hum] te entendo
AMANDA: e daí ela vem com uma: dissertação (.) número de
parágrafos, número de linhas, [estrutura]
RAFAELA: [e tu seguiu] essa ideia dela? =
AMANDA: = não.
14. RAFAELA: e como tu te sentiu?
AMANDA: (02 seg.) era minha aula, era o
que eu tinha planejado (.) eu tinha me
proposto a fazê aquilo (.) como é que: (.)
dez minutos antes ela vem e pede muda
PERTENCIMENTO (Weeks,1990)
15. Aproximar reflexões produzidas/em
produção em nível acadêmico ao fazer
profissional de docentes de Língua Portuguesa
para, num processo cooperativo,
alavancar o desempenho dos alunos no
que diz respeito à leitura e escrita como
práticas sociais, vistas como pilares de
uma educação preocupada com os desafios do
futuro que os espera.
17. ◦ Estabelecimento de uma cultura de
interação entre os saberes teóricos da
academia e os saberes experienciais dos
professores, regida pelo diálogo, pela
mediação e pela exploração de novas
possibilidades de ação.
REFLEXÃO + PRÁTICA
19. Sem resposta ativa do professor e,
posteriormente, do aluno, não se pode
dizer que houve desenvolvimento.
Estímulo à autonomia.
Estímulo à autoria.
ARTICULAÇÃOENTREREFLEXÃOEPRÁTICA
21. Alargamento da noção de sequência didática:
Leitura (incluindo a do não-verbal e a do
multissemiótico) e escrita colocadas lado a lado
Leitura como diálogo entre os sentidos atribuídos
ao texto por seu autor e aqueles dados pelo seu
leitor, por sua vez, transformado em autor
Sentido co-construído
Focar, no máximo, em dois gêneros, numa relação
clara com as práticas sociais da comunidade a qual
se destina
Circulação dos textos produzidos/preocupação
com a interlocução projetada.
22. O momento histórico – o que nos leva a
escolher temas
A constituição sócio-histórica de uma
determinada escola e de seus aprendizes – o
que nos leva às práticas sociais
A escolha de um gênero que contemple
tema/prática social
A necessidade de trabalhar com gêneros de
diferentes domínios
23. Ultrapassar o
conhecimento
cotidiano de
gênero:
Gênero = tipo
Gênero
“argumentar”
Partir do
conhecimento
cotidiano para a
desenvolvimento do
conceito de gênero
que queremos
atingir
Gênero artigo de
opiniãox debate x
carta de reclamação
24. Não se trata de ensinar um gênero pelo
gênero, pelo conhecimento e/ou identificação
de suas características composicionais
Trata-se de ensinar a usar o gênero,
apropriar-se dele para agir com eficiência em
outras práticas sociais
Cuidar a transposição de gêneros e práticas
sociais para a esfera da escola, para não
“escolarizá-las” em demasia
25. Construções sociais
Cada um de nós vive uma variedade de
identidades potencialmente contraditórias
(Weeks,J,1990, p. 88)
Identidades na formação continuada: professor
tradicional X professor inovador/ ATOR
26. (PROF) porque (.) eu penso a↓ssim (.)nem- nesse
contexto nessa realidade (.) daqui da es↓cola (.) tu ficá
ensinando, muita gra↓mática (.) é complicado (.)
po:rque:: (.) eles têm que abstrair demais e::: (.) não
chega- não sei se chega a ter uma utilidade muito
grande pra eles então eu penso que: que a
interpretação de te:xto ↓né (.) e a questão de eles: (.)
conseguirem produzir ↓textos (.) de diferentes (.)
gêneros uhum é importante (.) ma::s ao mesmo
tempo eu fico. (.) me culpa:ndo porque será que eu
não deveria dar um pouco mais de gramática porque
eles vão chegar lá no ensino mé:dio, (.) e eles não vão
sabe o que °é:° um adjetivo, um substantivo, (.)
(Professora D.).
27. (ALE) i:: (.) como tu acha que teus alunos vão usá o
que aprendem na escola?
(PROF) (.) nos contextos ↑fora da es↓cola (.)
conseguem (.) apli↑cá (.) algun:s (.) ↓sim, algun:s (.)
↓não, porque alguns o contexto fora da escola é
mu:ito (.) cruel né (.) mui↓to oe- sei lá será que pro
traficante pro qual ele trabalha vai consegui usá o
traficante vai exigi que ele saiba escrevê produzi um
te:xto uhum xx
(ALE) muito distante da realidade né
(PROF) é
(Professora D.).
28. ↑a eu acho que tá sendo bem- bem produtiva
assim eu tô- entrei esse ano (.) nesse projeto
não foi só assim por a:i vou participá do projeto
mas pra tentá mudá realmente
mhm
pra tentá aplicá assim eu tô tentando assim
>às vezes< eu- eu lembro uma coisa >ops mas a
gente falô lá que não é legal eu vou começá
a não fazê porque nem sempre tu se dá conta
de que as coisas que tu faz não são legais<
mhm
muitas vez- se tu se desse conta > que não era
legal tu não fa↑ria né<
(.)
sim
e com o projeto tu consegue se dá conta a::i eu
faço i:sso eu posso mudá eu tenho que mudá nem
sempre a mudança vem na ho:ra né
mhm
29. [eu] tenho motivação de ↑ai
>eu vou fazê, eu vou mostrá pros colegas<
a: se eu tivé uma dificuldade eu vou
conversá eu vou perguntá:, eu tenho
com quem compartilhá: (.) tem pessoas
que entende do que eu- do que eu tô
querendo dizê:
e: ...
aqui eu acho que assim o projeto
não
↑foi só meu o projeto foi do ↑grupo
>eu acho que ↑todos os projetos<
têm
um pouquinho de cada um né:
PERTENCIMENTO(Weeks,1990)
30. Mudança passa também pelo trabalho
cooperativo entre academia e escola
teoria alimenta prática e vice-versa.
IMPORTÂNCIA DE O TRABALHO DA
UNIVERSIDADE IR ALÉM DA FORMAÇÃO INICIAL
31. Desenvolvimento
profissional dos
professores: instrumento
essencial para o
desenvolvimento social do
Brasil
www.generosdetexto.com.br