SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  5
Abastecimento de Água, Tratamento e
Reuso de Efluentes
terça-feira, 1º de agosto de 2006


 inCompartilhar0

Recursos naturais
Abastecimento de Água, Tratamento e Reuso de Efluentes
1) Água no Brasil:
O planeta Terra é formado por 70% de água (doce e salgada), que corresponde à 1,35
bilhões de km³. Desse volume, 97,22% é de água salgada (água do mar), 2,15% estão
em geleiras e apenas 0,63% é de água doce (rios, lagos e aqüíferos), este último
correspondendo a toda a água disponível para abastecimento público. Desta pequena
fração, apenas 3% apresentam-se na forma de água superficial, de aproveitamento
mais fácil, e o restante é constituído de água subterrânea. Esses valores ressaltam a
grande importância de se preservar os recursos hídricos na Terra e de se evitar a
contaminação da pequena fração disponível.
A quantidade de água existente no planeta não aumenta nem diminui. A abundância
de água é relativa. É preciso levar em conta os volumes estimados de água
acumulados e o tempo médio que ela permanece nos ambientes.
Além da má distribuição e das perdas deve ser considerada a crescente degradação dos
recursos hídricos, resultado da ação antrópica, tornando parte da água imprópria para
diversos usos.
O Brasil possui a maior reserva de água do planeta, cerca de 8% da água doce
disponível. Mas 68% destas águas estão na região Norte, onde a população é de
apenas 7%. A região Sudeste, que engloba 43% da população do Brasil, possui apenas
6% de toda água do Brasil.
Essa água que abastece os grandes centros urbanos é cada vez mais poluída, por causa
do desmatamento das florestas e da ocupação irregular das margens dos rios. A água
poluída aumenta os custos da produção no abastecimento, exigindo mais produtos
químicos para o tratamento. A contaminação dos mananciais leva a buscar fontes mais
distantes dos centros consumidores para complementar a pequena disponibilidade
hídrica ainda disponível.
Mesmo as regiões onde a densidade demográfica é pequena e há uma grande
disponibilidade hídrica, como o Norte e o Centro-Oeste, existem conflitos envolvendo
água, como a devastação provocada pelos produtores rurais (sojicultores e criadores
de boi/búfalo). Através de um processo de expansão de fronteira agrícola sem
qualquer tipo de controle, a atividade vem colocando em risco os recursos hídricos da
região, ameaçados pelo fim da cobertura vegetal e também pela utilização de
agrotóxicos e fertilizantes.
Lei 24/34 - CÓDIGO DE ÁGUAS: Trata sobre a propriedade privada de corpos
d’água. Considerava a água como bem inesgotável passível de utilização abundante e
farta, permitindo o uso gratuito de qualquer corrente ou nascente.
A Lei 9433 de 8 de janeiro de 1997 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos
(PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. De
acordo com a PNRH, a água é um bem de domínio público, mas um recurso natural
limitado, dotado de valor econômico (“Conceito de usuário pagador”). De acordo com
a Política Nacional de Recursos Hídricos, quando houver escassez, o uso prioritário da
água deverá ser para o abastecimento humano e a dessedentação de animais, o que
induz a repensar as estratégias de abastecimento para os diversos outros fins.
2.1.2) Outorga de direito do uso da água:
A outorga é um instrumento de gerenciamento de recursos hídricos que dá, ao órgão
gestor, condições de gerenciar a quantidade e qualidade desses recursos, e ao usuário a
garantia do direito de uso da água. O poder outorgante (União e Estados) deve avaliar
cada pedido de outorga, verificando se as quantidades existentes são suficientes,
considerando os aspectos qualitativos e quantitativos. Desta forma, a outorga ordena e
regulariza os diversos usos da água em uma bacia hidrográfica.
O instrumento da cobrança pelo uso de recursos hídricos constitui-se num
incentivador ao reuso da água. O usuário que reutiliza suas águas reduz as vazões de
captação e lançamento e conseqüentemente tem sua cobrança reduzida.

O Plano Nacional de Cobrança de Água, aprovado em 2005 e que entra em vigor em
2006, permite a tributação, pelos Estados ou municípios, sobre a captação de água em
rios e aqüíferos e pelo descarte dos efluentes (quando com qualidade inferior à
captada) de indústrias e companhias de saneamento. A partir de 2010 será estendido
também à produtores agrícolas (responsáveis por 65% do consumo da água). A nova
tributação, cuja arrecadação se destina aos Comitês de Bacias Hidrográficas, afetará a
indústria de todos os modos: a companhia de saneamento repassará na tarifa a nova
cobrança sofrida e as indústrias que hoje captam, e não pagam por água de poço ou de
rio, passarão a ser taxadas diretamente.
O reuso indireto de águas ocorre quando os efluentes depois de tratados são
descarregados nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, passando por um
processo de diluição, dispersão e depuração, voltando a ser utilizado. A recarga de
aqüíferos, lançamento de corpos hídricos superficiais e a regularização de cursos
d'água são exemplos dessa modalidade. Também ocorre reuso indireto quando a água
de uma bacia muito degradada passa a ser captada e tratada para uso industrial. O
reuso direto de águas ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são
encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo
descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso
em irrigação, aqüicultura e abastecimento industrial ou aplicações menos nobres,
como lavagem de pisos e equipamentos ou em reposição de torres de resfriamento são
exemplos desse tipo de reuso. A reciclagem de água é o reuso interno da água, antes
de sua descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição. Essas
tendem, assim, como fonte suplementar de abastecimento do uso original.
As águas de qualidade inferior, tais como esgotos, particularmente os de origem
doméstica, águas de drenagem agrícola e águas salobras, devem, sempre que possível,
serem consideradas como fontes alternativas para usos menos restritivos. O uso de
tecnologias apropriadas para o desenvolvimento dessas fontes, se constitui hoje, em
conjunção com a melhoria da eficiência do uso e o controle da demanda, na estratégia
básica para a solução do problema da falta universal de água.
Constata-se, assim, que no manejo dos recursos hídricos é importante
considerar-se os aspectos de qualidade os aspectos de qualidade e
quantidade da água. Os múltiplos usos desse líquido devem ocorrer de forma
equilibrada, considerando as suas disponibilidades e a capacidade dos
mananciais de diluir e depurar resíduos líquidos.
2.3) Usos urbanos:
No setor urbano, o potencial de reuso de efluentes é muito amplo e diversificado.
Entretanto, cuidados especiais devem ser tomados quando ocorre contato direto do
público com gramados de parques, jardins, hotéis, áreas turísticas e campos de
esporte. Os maiores potenciais de reuso não potável são os que empregam esgotos
tratados para:
ii. Irrigação de áreas ajardinadas ao redor de edificações diversas;
iv. Controle de poeira em movimentos de terra, etc.
vi. Descarga sanitária em banheiros públicos e em edifícios comerciais e industriais.
2.4) Usos Industriais:
Os usos industriais, que apresentam potencial de utilização em áreas de concentração
industrial significativa, são basicamente os seguintes:
ii. Caldeiras.
iv. Irrigação de áreas verdes de instalações industriais, lavagens de pisos e de alguns
tipos de peças, principalmente na industria mecânica.
Dentro do critério de estabelecer prioridades para usos que já possuam demanda
imediata e que não exijam níveis elevados de tratamento, é recomendável concentrar a
fase inicial do programa de reuso industrial na reposição de torres de resfriamento.
Embora corresponda em média nacional a apenas 17% da demanda de água não
potável pelas indústrias, o uso de efluentes tratados em sistemas de refrigeração tem a
vantagem de requerer qualidade independente do tipo de indústria, e a de atender a
outros usos menos restritivos, tais como lavagem de pisos e equipamentos, e como
água de processo em indústrias mecânicas e metalúrgicas. Alem disso, a qualidade de
água adequada para refrigeração de sistemas semi-abertos, é compatível com outros
usos urbanos, não potáveis, tais como irrigação de parques e jardins, lavagem de vias
públicas, construção civil, formação de lagos para algumas modalidades de recreação
e para efeitos paisagísticos.
2.5) Tratamento de efluentes pela indústria brasileira:
Para se obter uma água de reuso a partir de um
efluente sanitário ou industrial, são necessários
processos de tratamento específicos para cada
composição de efluente.
Dependendo das características dos efluentes e da
eficiência de remoção dos poluentes básicos, pode-se
classificar os diversos tipos de tratamento em:
1) Preliminar - que emprega principalmente
processos físicos com objetivo de remover sólidos
grosseiros e em suspensão, óleos, graxas e gorduras;
2) Primário - empregado para a remoção ulterior de sólidos em suspensão, assim
como parte da carga orgânica ou inorgânica. Para isto empregam-se decantadores,
filtros, centrifugas, flotadores e reatores;
3) Secundário - empregado para a remoção de sólidos dissolvidos orgânicos. Os
processos mais utilizados nesse tipo de tratamento são:
3.2) Aeróbios, que empregam microrganismos aeróbios com a necessidade de
fornecimento constante de oxigênio dissolvido no líquido. Os processos mais usados
são lagoas de estabilização, fotossintéticas, lagoas aeradas, lodos ativados nas diversas
variantes, biodisco, filtros biológicos e sistemas MBR entre outros;
4) Terciário - utilizado para permitir qualidade adequada ao reuso no efluente final,
com remoção total de matéria orgânica (COT) e nutrientes, poluentes específicos, sais
dissolvidos, turbidez, cor, odor, sabor, colóides, dureza e o quanto mais possa limitar
o potencial de reuso do efluente em questão, empregando-se para tal filtros especiais,
sistemas de adsorção e troca iônica e sistemas de dessalinização (como OR e EDR).
i. Evitar a descarga de esgotos e efluentes em corpos hídricos.
iii. Favorecer a conservação do solo e o aumento da resistência à erosão.
2.7) Recuperação de custos:
Em comum, os projetos de reuso de efluentes como água industrial possuem razões
antes econômicas do que ambientais. Para sobrevivência no mercado industrias
buscam garantia de abastecimento desse insumo, importante para qualquer setor e com
custo em elevação.
A adoção de uma política tarifária adequada é de fundamental importância para a
sustentabilidade de sistemas de reuso. A cobrança, na forma de taxas ou tarifas,
baseada nos volumes de efluentes tratados e/ou reutilizados, é adotada em muitos
países. Uma das modalidades contratuais que aplica esse tipo de conceito é a
denominada B.O.T. (Buid, Operate & Transfer). É uma espécie de ‘leasing’ em que a
Contratada financia a implantação do sistema de tratamento e/ou reuso alem de operar
e manter o sistema por um determinado período de tempo contratado, ao término do
qual o sistema é transferido sem ônus para a Contratante.

Contenu connexe

Tendances

Cartilha Outorga pelo uso da água do Igam
Cartilha Outorga pelo uso da água do IgamCartilha Outorga pelo uso da água do Igam
Cartilha Outorga pelo uso da água do IgamAgência Peixe Vivo
 
Projeto Integrador - Aproveitamento de água de chuva
Projeto Integrador - Aproveitamento de água de chuvaProjeto Integrador - Aproveitamento de água de chuva
Projeto Integrador - Aproveitamento de água de chuvajoeljuniorunivesp
 
(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)
(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)
(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)thaisa Gonçalves
 
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas  aterro sanitárioRecuperação de áreas degradadas  aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitárioMarlos Nogueira
 
Aquíferos Geografia A
Aquíferos Geografia AAquíferos Geografia A
Aquíferos Geografia AAna Barros
 
Captação de água de chuva
Captação de água de chuvaCaptação de água de chuva
Captação de água de chuvaTiago Malta
 
Aula 1 questões - qualidade
Aula 1   questões - qualidadeAula 1   questões - qualidade
Aula 1 questões - qualidadeGiovanna Ortiz
 
Legislação ambiental e a proteção dos recursos hídricos
Legislação ambiental e a proteção dos recursos hídricosLegislação ambiental e a proteção dos recursos hídricos
Legislação ambiental e a proteção dos recursos hídricosnucleosul2svma
 
Dimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitáriosDimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitáriosCarlos Elson Cunha
 
Aproveitando a água da chuva
Aproveitando a água da chuvaAproveitando a água da chuva
Aproveitando a água da chuvavilmaacd
 
Recursos Hidricos no Brasil
Recursos Hidricos no BrasilRecursos Hidricos no Brasil
Recursos Hidricos no BrasilRodrigo Mesquita
 
Agua e as proximas gerações taq
Agua e as proximas gerações taqAgua e as proximas gerações taq
Agua e as proximas gerações taqrobertaoliva
 
Exercícios de compensação de ausências
Exercícios de compensação de ausênciasExercícios de compensação de ausências
Exercícios de compensação de ausênciasGiovanna Ortiz
 
Uso racional da água aula
Uso racional da água aulaUso racional da água aula
Uso racional da água aulaprofgon
 

Tendances (20)

Cartilha Outorga pelo uso da água do Igam
Cartilha Outorga pelo uso da água do IgamCartilha Outorga pelo uso da água do Igam
Cartilha Outorga pelo uso da água do Igam
 
Reuso da agua
Reuso da aguaReuso da agua
Reuso da agua
 
Projeto Integrador - Aproveitamento de água de chuva
Projeto Integrador - Aproveitamento de água de chuvaProjeto Integrador - Aproveitamento de água de chuva
Projeto Integrador - Aproveitamento de água de chuva
 
Geografia A
Geografia AGeografia A
Geografia A
 
(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)
(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)
(Thaisa goncaves da_silva_atividade1)- (1)
 
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas  aterro sanitárioRecuperação de áreas degradadas  aterro sanitário
Recuperação de áreas degradadas aterro sanitário
 
Aquíferos Geografia A
Aquíferos Geografia AAquíferos Geografia A
Aquíferos Geografia A
 
Captação de água de chuva
Captação de água de chuvaCaptação de água de chuva
Captação de água de chuva
 
Aula 1 questões - qualidade
Aula 1   questões - qualidadeAula 1   questões - qualidade
Aula 1 questões - qualidade
 
Reuso da água
Reuso da águaReuso da água
Reuso da água
 
Aula 08 (2)
Aula 08 (2)Aula 08 (2)
Aula 08 (2)
 
Legislação ambiental e a proteção dos recursos hídricos
Legislação ambiental e a proteção dos recursos hídricosLegislação ambiental e a proteção dos recursos hídricos
Legislação ambiental e a proteção dos recursos hídricos
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Dimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitáriosDimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitários
 
Aproveitamento de agua de chuva first flush
Aproveitamento de agua de chuva first flushAproveitamento de agua de chuva first flush
Aproveitamento de agua de chuva first flush
 
Aproveitando a água da chuva
Aproveitando a água da chuvaAproveitando a água da chuva
Aproveitando a água da chuva
 
Recursos Hidricos no Brasil
Recursos Hidricos no BrasilRecursos Hidricos no Brasil
Recursos Hidricos no Brasil
 
Agua e as proximas gerações taq
Agua e as proximas gerações taqAgua e as proximas gerações taq
Agua e as proximas gerações taq
 
Exercícios de compensação de ausências
Exercícios de compensação de ausênciasExercícios de compensação de ausências
Exercícios de compensação de ausências
 
Uso racional da água aula
Uso racional da água aulaUso racional da água aula
Uso racional da água aula
 

En vedette

CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...christianceapcursos
 
Esfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dc
Esfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dcEsfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dc
Esfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dcErick Grande
 
Actividad1 base de datos
Actividad1 base de datosActividad1 base de datos
Actividad1 base de datosKristhian Amaya
 
InvestigacióN (Mod)
InvestigacióN (Mod)InvestigacióN (Mod)
InvestigacióN (Mod)shashix
 
Eg0913209 # Perdas Comerciais
Eg0913209 # Perdas ComerciaisEg0913209 # Perdas Comerciais
Eg0913209 # Perdas ComerciaisInformaGroup
 
Manual buenas practicas ADECEC
Manual buenas practicas ADECECManual buenas practicas ADECEC
Manual buenas practicas ADECECSoyArmenio
 
Presentation outil diagnostic&temoignage
Presentation outil diagnostic&temoignagePresentation outil diagnostic&temoignage
Presentation outil diagnostic&temoignageTudor Events
 
Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Adriano Rosanelli
 
5. informe de actividades
5.  informe de actividades5.  informe de actividades
5. informe de actividadesyusselRL
 
Reto2015 companygameresumen (1)
Reto2015 companygameresumen (1)Reto2015 companygameresumen (1)
Reto2015 companygameresumen (1)innovanetgrup
 
Aprendizaje autónomo y aprendizaje significativo
Aprendizaje autónomo y  aprendizaje significativoAprendizaje autónomo y  aprendizaje significativo
Aprendizaje autónomo y aprendizaje significativocursoemilio
 

En vedette (20)

CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...
 
Erwin. aplicando la evidencia
Erwin. aplicando la evidenciaErwin. aplicando la evidencia
Erwin. aplicando la evidencia
 
El dengue
El dengueEl dengue
El dengue
 
Esfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dc
Esfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dcEsfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dc
Esfuerzo fiscal en los eum cepal 2011 washington dc
 
Presentacionmedicion
PresentacionmedicionPresentacionmedicion
Presentacionmedicion
 
temas
temastemas
temas
 
Actividad1 base de datos
Actividad1 base de datosActividad1 base de datos
Actividad1 base de datos
 
InvestigacióN (Mod)
InvestigacióN (Mod)InvestigacióN (Mod)
InvestigacióN (Mod)
 
Eg0913209 # Perdas Comerciais
Eg0913209 # Perdas ComerciaisEg0913209 # Perdas Comerciais
Eg0913209 # Perdas Comerciais
 
Lesly garza
Lesly garzaLesly garza
Lesly garza
 
Actividad 1 de aprendizaje
Actividad 1 de aprendizajeActividad 1 de aprendizaje
Actividad 1 de aprendizaje
 
Mapas optativa
Mapas optativaMapas optativa
Mapas optativa
 
Manual buenas practicas ADECEC
Manual buenas practicas ADECECManual buenas practicas ADECEC
Manual buenas practicas ADECEC
 
Presentation outil diagnostic&temoignage
Presentation outil diagnostic&temoignagePresentation outil diagnostic&temoignage
Presentation outil diagnostic&temoignage
 
Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809
 
Redes inalambricas
Redes inalambricasRedes inalambricas
Redes inalambricas
 
5. informe de actividades
5.  informe de actividades5.  informe de actividades
5. informe de actividades
 
Avanzado
AvanzadoAvanzado
Avanzado
 
Reto2015 companygameresumen (1)
Reto2015 companygameresumen (1)Reto2015 companygameresumen (1)
Reto2015 companygameresumen (1)
 
Aprendizaje autónomo y aprendizaje significativo
Aprendizaje autónomo y  aprendizaje significativoAprendizaje autónomo y  aprendizaje significativo
Aprendizaje autónomo y aprendizaje significativo
 

Similaire à Abastecimento de água, tratamento e reuso de efluentes

Hidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.ppt
Hidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.pptHidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.ppt
Hidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.pptwesleybatistadossant
 
Politica de recursos hidricos no brasil
Politica de recursos hidricos no brasilPolitica de recursos hidricos no brasil
Politica de recursos hidricos no brasilgbruck53
 
Gestão sustentável dos recursos
Gestão sustentável dos recursosGestão sustentável dos recursos
Gestão sustentável dos recursosinessalgado
 
Aproveitamento de água da chuva: para fins não potáveis
Aproveitamento de água da chuva: para fins não potáveisAproveitamento de água da chuva: para fins não potáveis
Aproveitamento de água da chuva: para fins não potáveispetambiental
 
Dinamica hidrografica
Dinamica hidrograficaDinamica hidrografica
Dinamica hidrograficaDébora Sales
 
Cartilha de saneamento ecologico
Cartilha de saneamento ecologicoCartilha de saneamento ecologico
Cartilha de saneamento ecologicoandregrs
 
Redes de abastecimento de água
Redes de abastecimento de águaRedes de abastecimento de água
Redes de abastecimento de águaMateus Dezotti
 
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.João Boos Boos
 
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2João Boos Boos
 
Projeto de lei - Reúso da água
Projeto de lei - Reúso da águaProjeto de lei - Reúso da água
Projeto de lei - Reúso da águaAline Romani
 
Recursos hídricos patrícia , rute & susana
Recursos hídricos   patrícia , rute & susanaRecursos hídricos   patrícia , rute & susana
Recursos hídricos patrícia , rute & susanaThepatriciamartins12
 
Programa municipal águas final
Programa municipal águas finalPrograma municipal águas final
Programa municipal águas finalvermtutty
 
Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014
Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014
Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014vermtutty
 
Projeto de lei agua e reuso
Projeto de lei  agua e reusoProjeto de lei  agua e reuso
Projeto de lei agua e reusoAline Romani
 
recursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografiarecursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografiaNilton Goulart
 

Similaire à Abastecimento de água, tratamento e reuso de efluentes (20)

Hidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.ppt
Hidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.pptHidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.ppt
Hidrologia Bacias Hidrograficas e cursos dagua.ppt
 
Pop 1
Pop 1Pop 1
Pop 1
 
Politica de recursos hidricos no brasil
Politica de recursos hidricos no brasilPolitica de recursos hidricos no brasil
Politica de recursos hidricos no brasil
 
Gestão sustentável dos recursos
Gestão sustentável dos recursosGestão sustentável dos recursos
Gestão sustentável dos recursos
 
Aproveitamento de água da chuva: para fins não potáveis
Aproveitamento de água da chuva: para fins não potáveisAproveitamento de água da chuva: para fins não potáveis
Aproveitamento de água da chuva: para fins não potáveis
 
Dinamica hidrografica
Dinamica hidrograficaDinamica hidrografica
Dinamica hidrografica
 
Cartilha de saneamento ecologico
Cartilha de saneamento ecologicoCartilha de saneamento ecologico
Cartilha de saneamento ecologico
 
Cartilha manejo bx
Cartilha manejo bxCartilha manejo bx
Cartilha manejo bx
 
Redes de abastecimento de água
Redes de abastecimento de águaRedes de abastecimento de água
Redes de abastecimento de água
 
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
 
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
Trabalho tratamento esgoto final.ppt 2
 
Projeto de lei - Reúso da água
Projeto de lei - Reúso da águaProjeto de lei - Reúso da água
Projeto de lei - Reúso da água
 
Recursos hídricos patrícia , rute & susana
Recursos hídricos   patrícia , rute & susanaRecursos hídricos   patrícia , rute & susana
Recursos hídricos patrícia , rute & susana
 
Programa municipal águas final
Programa municipal águas finalPrograma municipal águas final
Programa municipal águas final
 
Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014
Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014
Substitutivo 001 ao Projeto de Lei nº 7091/2014
 
Projeto de lei agua e reuso
Projeto de lei  agua e reusoProjeto de lei  agua e reuso
Projeto de lei agua e reuso
 
Aula 1-2023-Rev.01.pdf
Aula 1-2023-Rev.01.pdfAula 1-2023-Rev.01.pdf
Aula 1-2023-Rev.01.pdf
 
recursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografiarecursos hídricos, geografia
recursos hídricos, geografia
 
Gestao Recursos Hídricos
Gestao Recursos HídricosGestao Recursos Hídricos
Gestao Recursos Hídricos
 
Apostila de areas degradadas
Apostila de areas degradadasApostila de areas degradadas
Apostila de areas degradadas
 

Plus de gbruck53

Livro biomas do_brasil_2017_final
Livro biomas do_brasil_2017_finalLivro biomas do_brasil_2017_final
Livro biomas do_brasil_2017_finalgbruck53
 
Ta156 03032006-151938 (1)
Ta156 03032006-151938 (1)Ta156 03032006-151938 (1)
Ta156 03032006-151938 (1)gbruck53
 
Sistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimento
Sistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimentoSistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimento
Sistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimentogbruck53
 
Sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
Sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricosSistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
Sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricosgbruck53
 
Introducao gerenciamento
Introducao gerenciamentoIntroducao gerenciamento
Introducao gerenciamentogbruck53
 
Apostila de tratamento_de_agua-
Apostila de tratamento_de_agua-Apostila de tratamento_de_agua-
Apostila de tratamento_de_agua-gbruck53
 
Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1
Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1
Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1gbruck53
 
Aguas de abastecimento
Aguas de abastecimentoAguas de abastecimento
Aguas de abastecimentogbruck53
 
revista águas do brasil, ano i nº 3
revista águas do brasil, ano i   nº 3revista águas do brasil, ano i   nº 3
revista águas do brasil, ano i nº 3gbruck53
 
recursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasil
recursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasilrecursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasil
recursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasilgbruck53
 
Uso da agua no Brasil
Uso da agua no BrasilUso da agua no Brasil
Uso da agua no Brasilgbruck53
 
Futuro climatico-da-amazonia
Futuro climatico-da-amazoniaFuturo climatico-da-amazonia
Futuro climatico-da-amazoniagbruck53
 
Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...
Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...
Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...gbruck53
 

Plus de gbruck53 (16)

Livro biomas do_brasil_2017_final
Livro biomas do_brasil_2017_finalLivro biomas do_brasil_2017_final
Livro biomas do_brasil_2017_final
 
Bv rio pt
Bv rio ptBv rio pt
Bv rio pt
 
Ta156 03032006-151938 (1)
Ta156 03032006-151938 (1)Ta156 03032006-151938 (1)
Ta156 03032006-151938 (1)
 
Sistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimento
Sistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimentoSistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimento
Sistemas e processos_de_tratamento_de_aguas_de_abastecimento
 
Sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
Sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricosSistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
Sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
 
Introducao gerenciamento
Introducao gerenciamentoIntroducao gerenciamento
Introducao gerenciamento
 
Freitas
FreitasFreitas
Freitas
 
Apostila de tratamento_de_agua-
Apostila de tratamento_de_agua-Apostila de tratamento_de_agua-
Apostila de tratamento_de_agua-
 
Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1
Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1
Analise gestao recursos_hidricos_brasil_1
 
Aguas de abastecimento
Aguas de abastecimentoAguas de abastecimento
Aguas de abastecimento
 
revista águas do brasil, ano i nº 3
revista águas do brasil, ano i   nº 3revista águas do brasil, ano i   nº 3
revista águas do brasil, ano i nº 3
 
29132
2913229132
29132
 
recursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasil
recursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasilrecursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasil
recursos hidricos_e_desenvolvimento_sustentavel_no_brasil
 
Uso da agua no Brasil
Uso da agua no BrasilUso da agua no Brasil
Uso da agua no Brasil
 
Futuro climatico-da-amazonia
Futuro climatico-da-amazoniaFuturo climatico-da-amazonia
Futuro climatico-da-amazonia
 
Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...
Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...
Atividades de gestão do conhecimento na elaboração do estudo de impacto ambie...
 

Abastecimento de água, tratamento e reuso de efluentes

  • 1. Abastecimento de Água, Tratamento e Reuso de Efluentes terça-feira, 1º de agosto de 2006    inCompartilhar0  Recursos naturais Abastecimento de Água, Tratamento e Reuso de Efluentes 1) Água no Brasil: O planeta Terra é formado por 70% de água (doce e salgada), que corresponde à 1,35 bilhões de km³. Desse volume, 97,22% é de água salgada (água do mar), 2,15% estão em geleiras e apenas 0,63% é de água doce (rios, lagos e aqüíferos), este último correspondendo a toda a água disponível para abastecimento público. Desta pequena fração, apenas 3% apresentam-se na forma de água superficial, de aproveitamento mais fácil, e o restante é constituído de água subterrânea. Esses valores ressaltam a grande importância de se preservar os recursos hídricos na Terra e de se evitar a contaminação da pequena fração disponível. A quantidade de água existente no planeta não aumenta nem diminui. A abundância de água é relativa. É preciso levar em conta os volumes estimados de água acumulados e o tempo médio que ela permanece nos ambientes. Além da má distribuição e das perdas deve ser considerada a crescente degradação dos recursos hídricos, resultado da ação antrópica, tornando parte da água imprópria para diversos usos. O Brasil possui a maior reserva de água do planeta, cerca de 8% da água doce disponível. Mas 68% destas águas estão na região Norte, onde a população é de apenas 7%. A região Sudeste, que engloba 43% da população do Brasil, possui apenas 6% de toda água do Brasil. Essa água que abastece os grandes centros urbanos é cada vez mais poluída, por causa do desmatamento das florestas e da ocupação irregular das margens dos rios. A água poluída aumenta os custos da produção no abastecimento, exigindo mais produtos químicos para o tratamento. A contaminação dos mananciais leva a buscar fontes mais distantes dos centros consumidores para complementar a pequena disponibilidade hídrica ainda disponível.
  • 2. Mesmo as regiões onde a densidade demográfica é pequena e há uma grande disponibilidade hídrica, como o Norte e o Centro-Oeste, existem conflitos envolvendo água, como a devastação provocada pelos produtores rurais (sojicultores e criadores de boi/búfalo). Através de um processo de expansão de fronteira agrícola sem qualquer tipo de controle, a atividade vem colocando em risco os recursos hídricos da região, ameaçados pelo fim da cobertura vegetal e também pela utilização de agrotóxicos e fertilizantes. Lei 24/34 - CÓDIGO DE ÁGUAS: Trata sobre a propriedade privada de corpos d’água. Considerava a água como bem inesgotável passível de utilização abundante e farta, permitindo o uso gratuito de qualquer corrente ou nascente. A Lei 9433 de 8 de janeiro de 1997 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. De acordo com a PNRH, a água é um bem de domínio público, mas um recurso natural limitado, dotado de valor econômico (“Conceito de usuário pagador”). De acordo com a Política Nacional de Recursos Hídricos, quando houver escassez, o uso prioritário da água deverá ser para o abastecimento humano e a dessedentação de animais, o que induz a repensar as estratégias de abastecimento para os diversos outros fins. 2.1.2) Outorga de direito do uso da água: A outorga é um instrumento de gerenciamento de recursos hídricos que dá, ao órgão gestor, condições de gerenciar a quantidade e qualidade desses recursos, e ao usuário a garantia do direito de uso da água. O poder outorgante (União e Estados) deve avaliar cada pedido de outorga, verificando se as quantidades existentes são suficientes, considerando os aspectos qualitativos e quantitativos. Desta forma, a outorga ordena e regulariza os diversos usos da água em uma bacia hidrográfica. O instrumento da cobrança pelo uso de recursos hídricos constitui-se num incentivador ao reuso da água. O usuário que reutiliza suas águas reduz as vazões de captação e lançamento e conseqüentemente tem sua cobrança reduzida.  O Plano Nacional de Cobrança de Água, aprovado em 2005 e que entra em vigor em 2006, permite a tributação, pelos Estados ou municípios, sobre a captação de água em rios e aqüíferos e pelo descarte dos efluentes (quando com qualidade inferior à captada) de indústrias e companhias de saneamento. A partir de 2010 será estendido também à produtores agrícolas (responsáveis por 65% do consumo da água). A nova tributação, cuja arrecadação se destina aos Comitês de Bacias Hidrográficas, afetará a indústria de todos os modos: a companhia de saneamento repassará na tarifa a nova cobrança sofrida e as indústrias que hoje captam, e não pagam por água de poço ou de rio, passarão a ser taxadas diretamente.
  • 3. O reuso indireto de águas ocorre quando os efluentes depois de tratados são descarregados nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, passando por um processo de diluição, dispersão e depuração, voltando a ser utilizado. A recarga de aqüíferos, lançamento de corpos hídricos superficiais e a regularização de cursos d'água são exemplos dessa modalidade. Também ocorre reuso indireto quando a água de uma bacia muito degradada passa a ser captada e tratada para uso industrial. O reuso direto de águas ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso em irrigação, aqüicultura e abastecimento industrial ou aplicações menos nobres, como lavagem de pisos e equipamentos ou em reposição de torres de resfriamento são exemplos desse tipo de reuso. A reciclagem de água é o reuso interno da água, antes de sua descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição. Essas tendem, assim, como fonte suplementar de abastecimento do uso original. As águas de qualidade inferior, tais como esgotos, particularmente os de origem doméstica, águas de drenagem agrícola e águas salobras, devem, sempre que possível, serem consideradas como fontes alternativas para usos menos restritivos. O uso de tecnologias apropriadas para o desenvolvimento dessas fontes, se constitui hoje, em conjunção com a melhoria da eficiência do uso e o controle da demanda, na estratégia básica para a solução do problema da falta universal de água. Constata-se, assim, que no manejo dos recursos hídricos é importante considerar-se os aspectos de qualidade os aspectos de qualidade e quantidade da água. Os múltiplos usos desse líquido devem ocorrer de forma equilibrada, considerando as suas disponibilidades e a capacidade dos mananciais de diluir e depurar resíduos líquidos. 2.3) Usos urbanos: No setor urbano, o potencial de reuso de efluentes é muito amplo e diversificado. Entretanto, cuidados especiais devem ser tomados quando ocorre contato direto do público com gramados de parques, jardins, hotéis, áreas turísticas e campos de esporte. Os maiores potenciais de reuso não potável são os que empregam esgotos tratados para: ii. Irrigação de áreas ajardinadas ao redor de edificações diversas; iv. Controle de poeira em movimentos de terra, etc. vi. Descarga sanitária em banheiros públicos e em edifícios comerciais e industriais. 2.4) Usos Industriais: Os usos industriais, que apresentam potencial de utilização em áreas de concentração industrial significativa, são basicamente os seguintes: ii. Caldeiras.
  • 4. iv. Irrigação de áreas verdes de instalações industriais, lavagens de pisos e de alguns tipos de peças, principalmente na industria mecânica. Dentro do critério de estabelecer prioridades para usos que já possuam demanda imediata e que não exijam níveis elevados de tratamento, é recomendável concentrar a fase inicial do programa de reuso industrial na reposição de torres de resfriamento. Embora corresponda em média nacional a apenas 17% da demanda de água não potável pelas indústrias, o uso de efluentes tratados em sistemas de refrigeração tem a vantagem de requerer qualidade independente do tipo de indústria, e a de atender a outros usos menos restritivos, tais como lavagem de pisos e equipamentos, e como água de processo em indústrias mecânicas e metalúrgicas. Alem disso, a qualidade de água adequada para refrigeração de sistemas semi-abertos, é compatível com outros usos urbanos, não potáveis, tais como irrigação de parques e jardins, lavagem de vias públicas, construção civil, formação de lagos para algumas modalidades de recreação e para efeitos paisagísticos. 2.5) Tratamento de efluentes pela indústria brasileira: Para se obter uma água de reuso a partir de um efluente sanitário ou industrial, são necessários processos de tratamento específicos para cada composição de efluente. Dependendo das características dos efluentes e da eficiência de remoção dos poluentes básicos, pode-se classificar os diversos tipos de tratamento em: 1) Preliminar - que emprega principalmente processos físicos com objetivo de remover sólidos grosseiros e em suspensão, óleos, graxas e gorduras; 2) Primário - empregado para a remoção ulterior de sólidos em suspensão, assim como parte da carga orgânica ou inorgânica. Para isto empregam-se decantadores, filtros, centrifugas, flotadores e reatores; 3) Secundário - empregado para a remoção de sólidos dissolvidos orgânicos. Os processos mais utilizados nesse tipo de tratamento são: 3.2) Aeróbios, que empregam microrganismos aeróbios com a necessidade de fornecimento constante de oxigênio dissolvido no líquido. Os processos mais usados são lagoas de estabilização, fotossintéticas, lagoas aeradas, lodos ativados nas diversas variantes, biodisco, filtros biológicos e sistemas MBR entre outros; 4) Terciário - utilizado para permitir qualidade adequada ao reuso no efluente final, com remoção total de matéria orgânica (COT) e nutrientes, poluentes específicos, sais
  • 5. dissolvidos, turbidez, cor, odor, sabor, colóides, dureza e o quanto mais possa limitar o potencial de reuso do efluente em questão, empregando-se para tal filtros especiais, sistemas de adsorção e troca iônica e sistemas de dessalinização (como OR e EDR). i. Evitar a descarga de esgotos e efluentes em corpos hídricos. iii. Favorecer a conservação do solo e o aumento da resistência à erosão. 2.7) Recuperação de custos: Em comum, os projetos de reuso de efluentes como água industrial possuem razões antes econômicas do que ambientais. Para sobrevivência no mercado industrias buscam garantia de abastecimento desse insumo, importante para qualquer setor e com custo em elevação. A adoção de uma política tarifária adequada é de fundamental importância para a sustentabilidade de sistemas de reuso. A cobrança, na forma de taxas ou tarifas, baseada nos volumes de efluentes tratados e/ou reutilizados, é adotada em muitos países. Uma das modalidades contratuais que aplica esse tipo de conceito é a denominada B.O.T. (Buid, Operate & Transfer). É uma espécie de ‘leasing’ em que a Contratada financia a implantação do sistema de tratamento e/ou reuso alem de operar e manter o sistema por um determinado período de tempo contratado, ao término do qual o sistema é transferido sem ônus para a Contratante.