A Grécia e Roma antigas apresentavam características semelhantes como impérios territoriais e comerciais, exércitos para conquista de territórios, e sociedades desiguais dominadas por elites agrárias ou comerciais. Ambas influenciaram consideravelmente a cultura ocidental moderna.
Grécia antiga completa com todo o conteudo dos cinco periodos
Antiguida..
1. ANTIGUIDADE CLÁSSICA: GRÉCIA E ROMA
O termo Antiguidade Clássica é utilizado como referência à Grécia e Roma antigas, as quais
apresentam características semelhantes no que se refere a diversos aspectos e foram
importantes povos da Idade Antiga.
Características Gerais
Formaram impérios territoriais e comerciais, chegando a ocupar três continentes
(Europa, norte da África, Ásia Menor e Oriente Médio).
Possuíam exércitos que conquistavam territórios, seja através de legiões terrestres ou
armadas (marinha) de guerra.
Presença de uma elite agrária ou comercial dominando uma vasta população e obtendo
poder político.
Apresentavam um corpo de organização política em forma de assembleias, senado,
tribunato, etc., que decidiam sobre os destinos da política interna e externa, questões
econômicas e de costumes.
Forte religiosidade a qual influenciava consideravelmente na política, principalmente
atravésdo politeísmo.
Apresentavam uma economia diversificada, com destaque para o comércio e
disponibilidade de terras cultiváveis, especialmente nas áreas conquistadas.
Apresentavam sociedades desiguais, sendo que em termos produtivos cabiam no modo
de produção escravista.
Refletiam acercado contato existente entre povos de culturas diferenciados, tanto no
Ocidente quanto no Oriente.
Desconfiança em relação a indivíduos ou povos estrangeiros chegando-se à xenofobia.
Ocorrência de movimentos sociais e políticos envolvendo as elite política tradicionais,
aristocráticas e as elites emergentes.
Ocorrência de movimentos sociais envolvendo os mais pobres, especialmente os
escravos, contra a exploração dos poderosos.
Forneceram a base cultural e política para instituições e práticas presentes no Ocidente
de hoje ao desenvolver conceitos como cidadania, democracia, senado, arte clássica,
filosofia, língua, etc.
Instituição do cristianismo (Império Romano).
2. AS QUESTÕES GEOGRÁFICAS
As questões envolvendo a geografia nos territórios dos outrora Grécia Antiga e o Império
Romano foram fatores consideráveis para a evolução dos povos que os habitava, chegando
muitas vezes a orientar no destino dos mesmos.
Pode-se dizer que tanto a Grécia quanto a Península Itálica apresentam uma parte continental,
mas também são rodeadas por ilhas, em especial a Grécia que possui verdadeiros
arquipélagos ao longo de seus mares (Egeu, Jônico e Mediterrâneo).
Com base nisso, não somente havia uma pluralidade de povos como também de atividades
econômicas, sendo uma delas o comércio marítimo, um condutor que ligava culturas, além de
trazer e levar pessoas e mercadorias.
A Península Itálica apresenta áreas férteis, assim como parte de suas ilhas, enquanto que a
Grécia continental não tinha tantas áreas férteis assim, daí as ilhas darem um suporte
econômico, servindo de base agrícola ou portos comerciais. Além disso, as áreas colonizadas
pelos gregos e as dominadas pelo Império Romano na Antiguidade apresentavam uma
variedade geográfica que lhes imprimia direcionamento e função econômica.
EVOLUÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E EXPANSÃOTERRITORIAL
Grécia e Roma (Império Romano) saíram de pequenos povoados, passando para comunidades
gentílicas (genos e gens, respectivamente), nascendo daí uma aristocracia de terras, até
chegarem a status de cidades-Estado, sendo que as poleis grega não chegaram a se unificar
no período antigo, enquanto que Roma foi conquistando o Lácio, a Península Itálica, as ilhas
do Mediterrâneo Ocidental, até abraçar a Europa Ocidental, os Bálcãs (inclusive a Grécia),
atravessar o Mediterrâneo, conquistar o norte da África, após derrotar Cartago e chegar até
parte do Oriente Médio.
Vale ressaltar que os gregos enfrentaram diásporas por questões econômicas, buscando
melhores condições de vida e maior liberdade culminando com a fundação de colônias,
inclusive no sul da Península Itálica e em ilhas como a Sicília (Magna Grécia).
No processo dessas conquistas e colonizações, foi fato a relação entre os povos e suas
culturas.
Esse contato fez surgir elites ligadas a latifúndios ou ao comércio, que ora brigavam pelo
poder, ora dividiam-no. Também é certo que a população baixa (menos favorecida) ficava à
mercê dos poderosos, mas estabeleciam resistências das mais diversas formas e nos mais
variados grupos socialmente minoritários, desde tentativa de reforma agrária até as lutas dos
menos afortunados.
O estabelecimento dos governos e das autoridades também evoluiu de leis consuetudinárias
até legislações civis, em especial por causa do processo de privatização, do crescimento
urbano e populacional, das diferenças sociais e da necessidade de se estruturar e organizar a
sociedade. As leis orientavam acerca de aspectos diversos, desde a questão da cidadania,
passando pelo direito de família, de propriedade, de elegibilidade, de comércio, etc.
Para dar base aos governos, e estabelecer a dominação, vários organismos e instituições
foram criados como Assembleias e Senados, além de elementos coercitivos e com funções
expansionistas como os exércitos e/ou marinhas poderosos.
RELIGIOSIDADE E CULTURA
Os povos gregos e romanos eram politeístas desde suas respectivas formações. A “vida”
religiosa dos mesmos pode ter se iniciado a partir do momento em que havia certa ociosidade
3. de determinados gruposdominantes, já que com a abundância de mão de obra, aqueles
passaram a cuidar das diversas formas de domínio (político e religioso).
Vê-se na mitologia a maneira de como aqueles povos compreendiam sua relação com o
sobrenatural e procuravam explicação para além da lógica, esta nascendo também no período
em questão.
Os deuses foram criados à imagem e semelhança dos homens, com suas virtudes, defeitos,
características e sentimentos, positivos e negativos. Levados a sério, os seres divinos
participavam ativamente da vida política e social dos indivíduos.
Com os apóstolos e através da população pobre e dos soldados romanos, o cristianismo
acabou com o politeísmo dos povos gregos e do grande Império, não sem antes travar uma
guerra com aqueles que queriam manter o panteão de deuses.
Sem dúvida que entre o mundo presente existem situações, características, instituições e
costumes que remetem à cultura greco-romana. Aspectos da língua, das leis, das formas de
governo, de instituições governamentais, de estilos arquitetônicos, de questões familiares e de
religião estão no dia a dia do mundo contemporâneo.
GRÉCIA
Sobre a Grécia atual:
Localização: Península dos Bálcãs.
Geografia: Existência de uma parte continental e parte insular.
Capital atual: Atenas.
Política: República Parlamentarista.
Religião; Igreja Ortodoxa Grega (grande maioria), cristianismo católico e protestante e
islamismo.
Membro da zona do Euro.
Grécia Antiga
Foi constituída através da contribuição de povos indo-europeus como dórios, jônios, eólios e
aqueus.
Período pré-homérico ou da civilização creto-micênica
Vida girando em torno de palácios em Creta.
4. Por serem dedicados à navegação a ao comércio os cretenses tiveram contato com
povos do Mediterrâneo.
Fusão entre os cretenses e a civilização micênica.
A parte continental sofreu invasões de dórios forçando a dispersão do povo (Primeira
Diáspora Grega) para as ilhas do Mar Egeu e litoral da Ásia Menor.
Período Homérico
Base de informações: Ilíada e Odisseia, de Homero.
Caracterizado pela comunidade gentílica (genos): sociedade rural com pequenas
unidades agrícolas autossuficientes, estando os bens da comunidade sob o controle do
chefe comunitário (pater ou geronte) que exercia diversas funções.
Pobreza do solo e expansão demográfica causaram conflitos e o fim da comunidade
gentílica.
Sociedade dividida entre proprietários, não proprietários e indivíduos dedicados ao
comércio.
União dos genos a fim de centralizar o poder e, assim, poder melhor se defender.
Apropriação de terras mais ricas nas mãos dos mais próximos do pater, passando a ser
os bem nascidos (eupátridas), as restantes dadas aos agricultores (georgoi) e os
excluídos do acesso à terra, os marginalizados, chamados de thetas.
Saída de levas de povos gregos em busca de terras e melhores condições (Segunda
Diáspora Grega), dessa vez se estabelecendo na Península Itália e na Sicília (Magna
Grécia), além de se voltarem para o Mar Negro fundando novas cidades (Bizâncio).
Nascimento das poleis grega (cidades-Estado).
Período em que possivelmente ocorreu a Guerra de Troia.
Período Arcaico
Consolidação da pólis, cujo ponto geográfico central era a acrópole, local mais elevado
da cidade, onde se desenvolvia o núcleo urbano.
Inicialmente governadas por um rei (basileu), depois substituído por um regime
oligárquico (domínio do poder de um pequeno grupo, geralmente pertencentes a uma
mesma família, grupo ou classe) e aristocrático (poder nas mãos dos grupos
privilegiados), sendo estes líderes donos de terras que se reuniam no conselho de
eupátridas.
Surgimento de outras formas de governo, em especial a democracia, quando se ampliou
os direitos de cidadania até os thetas.
Esparta
Localização: Lacônia (Península do Peloponeso).
Geografia: presença de terras férteis.
Origem dórica.
Características: continental, oligárquica, agrícola, escravista e militarizada.
Apresentou um desenvolvimento semelhante às demais cidades-Estado, mas conseguiu
evitar o problema da escassez agrícola e do crescimento da população.
Sociedade: espartanos ou esparciatas: principal grupo, elite militar, descendentes dos
conquistadores dórios, possuindo todos os poderes político, religioso e civil e
submetendo os demais; periecos: viviam na periferia, sendo pequenos proprietários,
dedicando-se ao artesanato ou ao comércio, sem direitos e hilotas: escravos,
proprietários do Estado espartano e doados aos cidadãos de Esparta, descendentes dos
habitantes conquistados pelos dórios, sem direitos, sendo explorados.
Criação de legislação (Licurgo), para estabelecer, dentre outras coisas, os direitos
exclusivos dos espartanos ou esparciatas e marginalizando os demais.
5. Sistema oligárquico de governo composto principalmente pela ápela (assembleia de
guerreiros) e gerúsia(conselho de anciãos, formado por membros das famílias mais
ricas, com funções legislativas).
As terras e a mão de obra pertenciam ao Estado e era disponibilizada para os
espartanos.
Esparta não sofreu as mesmas transformações econômicas e políticas
semelhantes a outras cidades gregas, daí suas instituições serem mantidas
conforme suas origens, evitando, inclusive, o advento da democracia, como em
algumas poleis.
Educação a cargo do Estado para os filhos dos espartanos, sendo direcionada para a
guerra a fim de formar guerreiros (hoplitas).
Prática da krypteia ou kryptia, como forma de treinamento e controle da população de
hilotas.
Mulher possuía uma vida mais livre e ativa do que em outras cidades-Estado,
especialmente Atenas, recebendo educação estatal para desempenhar suas funções,
principalmente gerar filhos sadios para o Estado; com o tempo parece que foram
incluídas no funcionamento da pólis.
Atenas
Localização: Península da Ática.
Geografia: região litorânea, com a presença do porto do Pireu, voltado para o Mar Egeu.
Origem: aqueus, seguidos de eólios e jônios.
Características: litorânea, democrática, prática do comércio marítimo, imperialista e
escravista.
Inicialmente monárquica, o último basileu foi destronado pela aristocracia de terras,
estabelecendo um regime oligárquico com base no arcontado, órgão formado por
indivíduos com mandatos anuais e com funções jurídicas, militares e religiosas;
areópago, conselho de eupátridas (bem nascidos) que fiscalizavam os arcontes; bulé,
após o estabelecimento das reformas de Sólon, ampliando a cidadania, com
quatrocentos membros com funções administrativas e legislativas e eclésia, surgida
também após as reformas de Sólon, sendo uma assembleia popular, aberta a todos os
cidadãos (homem livre, filho de pai e mãe ateniense, acima de 18 anos).
Sociedade: eupátridas, aristocracia antiga da cidade, dono das melhores terras, tendo
direitos civis e políticos; povo, uma camada complexa constituída desde comerciantes,
pequenos lavradores, população pobre, inicialmente sem direitos políticos; metecos,
estrangeiros sem direitos e escravos, principal mão de obra de Atenas.
Principais responsáveis pela expansão pelo Mediterrâneo (Segunda Diáspora Grega),
os ateniense sofreram profundas transformações na estrutura econômica e social graças
ao vasto comércio estabelecido entre a cidade e as regiões colonizadas, além de outras
cidades.
Crescimento do comércio de escravos vindos de outras localidades, tornando-se a base
da mão de obra ateniense.
O amplo comércio gerou concorrência para os pequenos proprietários atenienses,
levando-os ao endividamento e à escravidão por dívida, causando grande tensão social,
ameaçando o regime oligárquico.
Crescimento da categoria de homens enriquecidos pelo comércio, questionando o
domínio político dos eupátridas.
Surgimento de legisladores com propostas para solucionar o problema da crise: Drácon,
que registrou leis baseadas na tradição oral e nos costumes, estas conhecidas apenas
pelos eupátridas, que mantiveram seus privilégios; Sólon, eliminou a escravidão por
dívida, libertando os que havia se tornado escravos, dividiu a sociedade de forma
censitária, possibilitando a ascensão de trabalhadores livres (demiurgos), criou a bulé
cujas leis estavam submetidas à aprovação da eclésia.
6. Continuidade das agitações políticas e sociais, facilitando o surgimento de tiranos, que
na Grécia antiga representavam a vontade do povo.
Reformas de Clístenes (Pai da Democracia), as quais culminaram com a implantação
da democracia, com a sociedade dividida de acordo com o território (tribos) e não pela
riqueza; a bulé passou para quinhentas pessoas (50 por tribo) e a eclésia teve seu poder
ampliado, dedicando-se a discutir e votar as leis. Criação do ostracismo (exílio por dez
anos), para defender a democracia, ato decidido por votação.
Período Clássico
Período do apogeu e da decadência das cidades-Estado.
Período de grandes guerras envolvendo gregos e outros povos, além dos gregos entre
si.
Imperialismo grego e persa na Ásia Menor levando-o às Guerras Médicas ou Greco-
Pérsicas.
Criação da Liga ou Confederação de Delos, sob a liderança de Atenas, sendo uma
união militar das cidades gregas que pagavam impostos para sustentar a frota e
disponibilizavam homens para formação de exércitos, a fim de combaterem os persas.
Foi mantida mesmo após a derrota dos persas.
Grande poderia de Atenas que passou a administrar o tesouro, a embelezar a cidade
com esse dinheiro e aumentar sua frota marítima dando vazão ao imperialismo
ateniense, quando a cidade passou a submeter outras cidades-Estado.
Insatisfação das cidade gregas contra o domínio ateniense, sob o comando de Esparta,
levando à Guerra do Peloponeso, guerra civil entre os gregos, com a derrota de Atenas,
mas levando-os à decadência, inclusive da democracia.
Domínio macedônico, através de Felipe II e, mais tarde, Alexandre Magno.
Período Helenístico
Período no qual os gregos estiveram sob o domínio macedônico.
Espalhamento da cultura grega no oriente, que juntando-se à cultura oriental formou o
helenismo, que influenciou tanto nesta parte quanto na região grega.
Após a morte de Alexandre, o Império Macedônico foi dividido e se enfraqueceu,
facilitando a dominação romana da Grécia.
A cultura grega
Presente até os dias de hoje em várias partes do mundo.
Desenvolvimento do antropocentrismo e do uso da razão.
Religião politeísta antropomórfica (deuses à imagem e semelhança dos homens) com
suas virtudes e defeitos.
Arquitetura e esculturas ricas, buscando a expressão do humanismo, cultivando os
princípios do racionalismo, da simplicidade, do equilíbrio e da ordem. As cidades e obras
eram planejadas.
Estudos de filosofia.
Estudos de medicina.
Nascimento da história.
Já com o realismo surgiu uma arte mais realista, com expressões de dor, violência e
drama sendo Alexandria (Egito), Pérgamo (Ásia Menor) e a ilha de Rodes
(Mediterrâneo) seus centros helenísticos. Surgiram novas escolas filosóficas.
Ainda com o helenismo, surgiu o despotismo, no qual a autoridade do governo é
inquestionável.
7. FONTES
BRAICK, Patrícia Ramos & MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro
milênio. Vereda Digital: São Paulo: Moderna, 2012.
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. 1ª Ed. São Paulo:
Scipione, 2010.
Disponível em:
http://binhobarros16.blogspot.com.br/2011/07/grecia-antiga.html.
Acesso em 26 de março de 2013.