O documento apresenta um artigo sobre o significado de empreendedorismo para a vida. Inicialmente, o autor discute como o conceito de empreendedorismo evoluiu ao longo da história, indo além de apenas abrir um negócio. Ele argumenta que empreendedorismo também se refere à capacidade de tomar decisões pessoais e colocar em prática objetivos para a própria vida. Por fim, o autor sugere que para ser um empreendedor da própria vida devemos ser protagonistas de nossa história, planejando e arriscando em novas possibilidades
1. Projeção - Escola de Negócios Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
Entrevista com
Thiago Jarjour
Secretário Adjunto do
Trabalho, da Secretaria
de Estado do Trabalho,
Desenvolvimento Social,
Mulheres, Igualdade Racial
e Direitos Humanos do
Distrito Federal
Gestão por aspirações Inovação, conexão e soluções Empreendedorismo para a vida Fofoca no meio de trabalho
REVISTA DIGITAL
2. MANTENEDORA
Prof. Oswaldo Luiz Saenger
Presidente
Profa. Catarina Fontoura Costa
Diretora Executiva
Prof. José Sergio de Jesus
Reitor Uniprojeção
Diretor de Educação - Faculdades
Projeção
Profa. Roberta Carolina L. Gontijo
Pró-Reitora Uniprojeção
Diretora Acadêmica - Faculdades
Projeção
Prof. Henrique V. Ramos e Silva
Diretor de Tecnologia da Informação
Prof. Thales S. Bélem de Souza
Diretor Administrativo e Financeiro
COORDENADOR
Prof. Sandson Barbosa Azevedo
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Sandson Barbosa Azevedo
Profa. Lierk Kalyany Silva de Sousa
Prof. Luis Eduardo G. Fonseca
Profa. Giorgia Barreto Lima Parrião
Profa. Élida Borges R. Gomes
PROJETO GRÁFICO
Galo Canta Comunicação
Coordenadoras
Profa. Giorgia Barreto Lima Parrião
Profa. Élida Borges R. Gomes
Direção de arte
Profa. Giorgia Barreto Lima Parrião
Layout/Diagramação
Matheus Fillipe Silva Nunes
Arte final
Matheus Fillipe Silva Nunes
Revisão de texto
Profa. Élida Borges R. Gomes
Thauanny De Almeida Santos
ESCOLA DE NEGÓCIOS
QNB 15 Área Especial, Setor “C”
Taguatinga Norte, Brasília (DF)
CEP: 72115-150
Fone: (61) 3451 3914
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REVISTA DIGITAL ENEG - PROJEÇÃO
Publicação trimestral, Brasília, ano 1, n.
4 Janeiro - Março 2017
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Permitida a reprodução de qualquer
matéria desde que citada a fonte.
Os colaboradores desta revista gozam
da mais ampla liberdade de opinião
e de crítica, cabendo-lhes responsabili-
dade das ideias e conceitos emitidos em
seus trabalhos.
Lierk Kalyany Silva de Sousa
Assessora da Diretoria da Eneg
O mundo dos negócios é, ao mesmo tempo,
exigente e abrangente. A partir dessa realidade
é necessário que os profissionais e futuros
profissionais estejam antenados com os conceitos
e demandas mais atuais. Nessa edição, a Revista
ENEG abordará assuntos importantes para
quem é da área, como a gestão por aspirações,
especificamente voltada para a geração Z, que
tem um perfil particular. A revista falará também
sobre empreendedorismo no aspecto profissional
e pessoal. Falando sobre questões pessoais,
a revista traz um questionamento: a fofoca
prejudica a produtividade dos trabalhadores? Na
entrevista de capa, o atual Secretário Adjunto de
Trabalho do DF, Thiago Jarjour, analisa o mercado
de trabalho atual, fala das ações governamentais
para fomentar o setor e aborda a importância
do empreendedorismo. A revista apresentará
também um relato de experiência da visita de
um aluno Projeção a um evento significativo: o
Pixel Show. Além disso, vários ex-alunos bem
colocados no mercado deram seus depoimentos.
Editorial
Revista Digital ENEG 4ª edição
3. Sumário
4
Agência Galo Canta é celeiro de talentos
Espaço CEPROJ
7
Empreendedorismo para a vida
Prof. Mauro Reis
9
O que o pixel Show mudou em mim
Relato de Experiência
12
Gestão por aspirações (GPA): preparando o
caminho para a geração Z
Prof. Marcos Eustáquio Soares
14
Inovação, Conexão e Soluções – Pilares da
NRF 2017 e sua influência no varejo
Thiago Angelo Queiroz de Oliveira dos
Santos
16
A fofoca é o mais fundamental dos fatos
humanos
Prof. Onofre Rodrigues Miranda
Brasília, ano 1, nº 4. Janeiro - Março 2017
18
Matéria de Capa
Entrevista com Thiago Jarjour
4. 4
Agência Galo Canta é celeiro de talentos
A Galo me ensinou praticamente tudo que
sei hoje em relação a Redação Publicitária.
Quando abri mão do meu emprego para
entrar na Agência Experimental, confesso
que tive medo de estar fazendo a coisa
errada, mas hoje posso dizer com todas as
letras: sem a Galo eu não estaria onde estou
hoje. E para finalizar, um agradecimento
especial às supervisoras que me ajudaram
e me acolheram na Galo: Beatriz Silveira
e Giorgia Barreto, essas merecem a minha
eterna gratidão.
Após estagiar na Galo Canta minha mente
sobre o mercado publicitário mudou
totalmente.Chegueileigoesemexpectativas,
saí com a cabeça erguida e motivado a ser
o melhor profissional. Hoje estou na Tradde
Comunicação Integrada, agência que me
acolheu e me instiga a crescer todos os
dias. Percebo que o mercado publicitário é
novo e precisa de profissionais como eu para
movimentar Brasília. A todos da Galo, o meu
muito obrigado.
A Agência Galo Canta nasceu com a missão de oferecer uma opção para o cumprimento
do estágio dos alunos do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda do
Centro Universitário Projeção. Na Galo, os alunos vivenciam a experiência real de trabalho
numa agência de publicidade. Cada aluno tem a oportunidade de atuar em funções como
atendimento, direção de arte, produção e redação, desenvolvendo jobs que são utilizados em
todo o grupo Projeção. Ao longo dos anos, a agência cresceu, se desenvolveu e conquistou
prestígio, iniciando nesse semestre o atendimento a clientes externos. Prova desse sucesso
são os ex-galinhos (como são chamados carinhosamente os estagiários) que estão bem
colocados no mercado de trabalho.
Lucas Braga Cardoso
Redator
Tradde Comunicação
Francisco Wendson
Social Media
Tradde Comunicação
ESPAÇO CEPROJ
Por Élida Gomes
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
5. 5
A Galo Canta me ajudou a superar meus
limites e ter uma prévia de como é o
mercado de publicidade atualmente. Hoje,
atuo como atendimento e mídia na Klimt
Publicidade, que é uma agência que está
há 8 anos no mercado e já trabalhou com
grandes clientes do Distrito Federal, como
Objetivo, Claretiano, Brasília Bier, Grupo
Orion, entre outros. Sempre uso, no meu dia
a dia, algo que aprendi na Galo e que me
ajuda a desempenhar minhas funções.
OsdiasquepasseinaGaloforamgratificantes.
Pude aprender coisas novas e transmitir o
que já domino. Mas posso afirmar com toda
a certeza, o que vou carregar comigo e
sentir falta, é a amizade e companheirismo
adquirido de tanta gente batuta.
Logo no 1° semestre de publicidade e
propaganda eu estava louco pra entrar no
mercado de trabalho e atuar na área, e
foi assim que tudo começou. Minha porta
de entrada para o mercado publicitário foi
a Galo Canta Comunicação, que foi super
importante para meu início de carreira.
Me chamo Clark Paiva. Sim, o superman
ou o superpublicitário. Atualmente moro
em Brasília, tenho 22 anos, mas cheio de
experiências para contar.
Clark Paiva
Diretor de Arte
Klimt Publicidade
Sempre uso, no meu dia
a dia, algo que aprendi
na Galo e que me ajuda
a desempenhar minhas
funções.
Herley Alencar
Designer e Motiongrapher
AGU
ESPAÇO CEPROJ
Marcelo SouzaAtendimentoKlimt Publicidade
6. 6 ESPAÇO CEPROJ
A princípio entrei na Galo por precisar de
um estágio para ser aprovado na matéria
de Estágio Supervisionado, pois estava em
desespero e me candidatei para a vaga
de Diretor de Arte. Mesmo tendo curso de
Computação Gráfica, nunca fui interessado
por essa área, mas depois de entrar na
Galo esse interesse veio à tona, e cada vez
mais fui me apaixonando por essa parte da
Publicidade, ainda mais quando uma peça
era aprovada e elogiada por professores e
coordenadores. Agradeço muito a Galo e
as coordenadoras Beatriz e Giorgia, por me
proporcionar essa experiência e me ensinar
tudo que sei hoje.
Um dia a dia corrido, vários Jobs, mas
bastante proveitoso, palavras que definem o
que faço/realizo na Caixa Seguradora, onde
sou estagiário de comunicação. Por conta de
ter passado por empresas de grande porte
e reconhecimento, como por exemplo, o
Correio Braziliense, senti na pele o que é
ser estagiário de primeira viagem, onde não
se sabia muito bem o que fazer, com isso
aprendi a lidar com várias situações, assim
não tenho dificuldade de me relacionar com
outras pessoas. Hoje, na Caixa Seguradora,
sinto que com tudo que aprendi e vivi valeu a
pena e posso colocar em prática. Mas nunca
me esqueço de onde vim ou de onde aprendi
tudo isso. A Galo Canta me ensinou muito e
sou grato por tudo, aconselho e recomendo.
Minha experiência na Galo Canta foi
fundamental para o meu ingresso no mercado.
Durante um tempo foi a única experiência com
publicidade presente em meu currículo, e foi
o bastante para minha contratação no Jornal
de Brasília como analista de marketing. Hoje
trabalho em uma agência de publicidade,
chamada Tradde, e estou abrindo meu próprio
negócio de consultoria de marketing digital, o
Chupeta de Pipoca. A Galo alavancou minha
carreira.Felype Afonso
Coordenador de Marketing Digital
Tradde Comunicação
Jefferson Marques
Diretor de Arte
Caixa Seguradora
Fabrício Wellington
Diretor de Arte
Tradde Comunicação
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
7. 7
É comum lermos ou escu-
tarmos falar sobre empre-
endedorismo em termos
estreitamente associados a
atividade de pensar, planejar,
organizar e abrir uma em-
presa. Mas, este não é o seu
único sentido. Se pensarmos
em termos históricos, perce-
beremos que nem sempre a
ideia principal atrelada a ati-
vidade de empreender foi a
de, como usualmente se fala,
abrir o próprio negócio.
A palavra empreendedoris-
mo vem do francês entre-
preneur que significa “aquele
que está entre” ou “interme-
diário”. Termo este atribuído
aos chamados comerciantes
aventureiros dos séculos XIII
e XIV, muito bem representa-
dos pela figura de Marco Polo
que assinava um contrato e
viajava, assumindo todos os
riscos físicos e emocionais, a
fim de vender as mercado-
rias dos chamados Capitalis-
tas por um retorno de 25%
sobre as vendas realizadas.
No século XVII, portanto,
empreender significava cor-
rer riscos e, posteriormente
no século XIX, passa a estar
associado com a tomada de
decisões em condições de
incerteza. No final do século
XIX e início do século XX é
onde estabelece-se que em-
preendedor é aquele que or-
ganiza e opera uma empresa
a fim de obter lucro pessoal.
A este novo entendimento,
foram associados outros fa-
tores como controle, inova-
ção e reformulação dos pa-
drões de produção.
O sentido de empreendedo-
rismo continuou evoluindo
ao longo dos anos até che-
gar ao entendimento de que
seu real sentido extrapola
a esfera econômica. Mas, o
que isso quer dizer? Signi-
fica dizer que o sentido de
empreendedorismo evoluiu
para o entendimento de que
a reflexão sobre seu conceito
vai muito além da atividade
apenas de pensar, planejar,
organizar e abrir uma em-
presa, pois é preciso refletir
também sobre a capacidade
de tomar decisões pessoais a
respeito de pensar, planejar,
organizar e colocar em práti-
ca objetivos pessoais dentro
em um projeto de vida par-
ticular.
Chegando neste entendimen-
to, podemos então refletir
sobre os objetivos que temos
pensado para nossa vida e de
que maneira temos nos pla-
nejado e organizado para co-
locar isto em prática. Aquele
emprego que tanto quero!
Aquele curso superior que
preciso concluir! A promoção
no trabalho que há tempos
almejo! A aprovação em um
concurso e a tão sonhada es-
tabilidade financeira! Todos
estes são objetivos que para
conseguirmos alcançar, e al-
cançar com sucesso, torna-se
necessário assumirmos uma
postura de empreendedores
da nossa própria vida. É pre-
ciso pensar em como pode-
mos entregar resultados para
nós mesmos e estabelecer o
ideal de que os resultados a
serem entregues sejam, no
mínimo, proporcionais às ex-
pectativas que criamos. Mas
como fazer isto? Creio que
podemos começar com um
primeiro passo!
Se fizermos um apanhado
das características de um
empreendedor ao longo do
que foi mostrado em termos
históricos nos parágrafos
anteriores, perceberemos
que empreendedor é
aquele que possui espirito
aventureiro, que corre
riscos, que consegue exercer
Artigo
Empreendedorismo para a vida
Mauro Reis
Professor ENEG
8. 8
função de controle e que
inova. Portanto, aprendamos
que empreendedorismo
para a vida significa
sermos protagonistas da
nossa própria história nos
planejando e nos aventurando
em possibilidades, assumindo
os riscos inerentes as nossas
escolhas, analisando os erros,
corrigindo e controlando as
falhas do meio do caminho,
inovando, reformulando, ou
até revolucionando nossas
atitudes.
E quanto ao lucro pessoal?
O resultado de toda uma ca-
dencia de esforços diários
trarão como lucro a realiza-
ção e o orgulho de perceber
que nenhum dos esforços re-
alizados foi em vão. Portan-
to, o quanto antes se acorda
para a necessidade da mu-
dança pessoal, menor será a
angústia de sentir-se parado
no tempo, pois, este sem-
pre passará independente de
nossas escolhas.
Eis então a necessidade de
se empreender para a vida,
empreender para um nível
de escolaridade melhor, em-
preender para uma mudança
inovadora de comportamen-
to, empreender para o au-
mento do grau de respon-
sabilização consigo mesmo
e com o outro, empreender
para alcançar um status ja-
mais conseguido antes, em-
preender para dar sentido
a nossa história de maneira
que, daqui a alguns anos, a
história da nossa vida em
particular, seja contada por
nós mesmos sob uma visão
de pódio e não da plateia.
Artigo
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
9. 9
Olá jovens publicitários, venho aqui
apresentar meu ponto de vista e o que
compôs para mim o evento Pixel Show,
que ocorreu em São Paulo em 22 e 23
de outubro. Mas antes permitam que eu
me apresente: meu nome é Herley B.
Alencar, atualmente estou no segundo
semestre do curso de Publicidade e Pro-
paganda no centro universitário Uni-
projeção. Escolhi este curso por já es-
tar atuando na área como freelancer, e
descobri posteriormente que era o que
eu sempre quis fazer. Você deve estar
se perguntando, “tá, e em que hora vou
ler sobre o Pixel Show?”. Calma pessoa,
partamos do princípio, deixe eu lhe con-
tar como fiquei sabendo sobre o evento.
Era o primeiro semestre de 2016, eu ha-
via acabado de come-
çar o curso, quando em
sala a professora Kelly,
que ministrava a maté-
ria de Introdução à Co-
municação e Publicida-
de, nos informou sobre
um grande evento de
criatividade que ocor-
reria em São Paulo no
próximo semestre leti-
vo, que ela iria e estava
motivando mais alunos.
Assumo que em primeiro momento pen-
sei que isso seria um desperdício de di-
nheiro, que viagens assim sempre eram
para alunos com “cash”, com viagens fi-
nanciadas pelos pais, mas após um tem-
po pensei “cara, nunca viajei sozinho
que não fosse para ir à casa de paren-
tes distantes. Nunca fui para um lugar
onde realmente quisesse ir. Não quero
que minha faculdade seja apenas mais
um lugar onde eu conheça pessoas, es-
tude, não faça muita coisa, me forme e
perca o contato com todos os teóricos
amigos que conversava na roda na hora
dos intervalos. Estamos a mais ou me-
nos 7 meses do evento e estou fazendo
os meus freelas, acho que dá”. Após a
aula ter acabado fui falar com a profes-
sora Kelly sobre os detalhes da viagem,
ela me passou um breve briefing sobre
o evento e as suas edições anteriores, e
disse que iria me adicionar no grupo de
Whatsapp, juntando assim os interes-
sados, informações e combinar a estru-
tura da viagem. “Obrigado tecnologia”.
Então chegou a semana que antecedia a
viagem. Todos já de passagens de avião
compradas, ingressos do evento tam-
bém e os últimos integrantes pagando
a hospedagem no hostel. Não, eu não
escrevi errado, é ‘Hostel’ mesmo. Para
quem não sabe o que é, resumindo de
forma bem direta, é uma espécie de al-
bergue, mas muito mais puxada para
um hotel. O hostel é dividido em áreas
comuns e quartos, onde cada quarto só
tem acesso quem o alugou, exatamente
como um hotel.
Dia 21 de outubro, dia da viagem. Como
eu nunca havia viajado de avião, resolvi
comprar a passagem para o mesmo voo
que a professora Kelly havia compra-
do, mas por questões pessoais, ela não
pôde ir. Agora imaginem a cena, eu em
meus 25 anos, nunca tinha viajado de
avião, não conhecendo ninguém, com
uma mãe muito religiosa e que assiste
Balanço Geral... então, fui bem tenso ao
aeroporto. Mas como estou escreven-
do este texto, significa que o avião não
caiu e descobri
que eu não tenho
TANTO medo
de voar.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Herley Alencar - Aluno de Publicidade e Propaganda
O que o PIXEL SHOW
mudou em mim?
[ [
10. 10 RELATO DE EXPERIÊNCIA
Já em São Paulo, eu sabia que iria ao
Hostel de Uber, que devo informar ser
muito diferente do Uber em Brasília,
infinitamente mais completo. Um fato
engraçado que devo mencionar é que
saí do aeroporto, abri o aplicativo e
comecei a digitar as informações, mas
vi que na região que eu estava tinha
apenas taxistas, um se aproximou de
mim e perguntou se eu queria pegar o
taxi dele; quando eu disse que não ele
olhou para meu celular e fechou a cara,
por ver o aplicativo do Uber aberto, então
pensei: “isso vai dar problema”. Vi que
os taxistas trabalham na plataforma de
baixo, e Uber na de cima, então lá fui
eu entrar de novo no aeroporto, subir e
conseguir chamar o Uber sem medo de
ser linchado.
Finalmente cheguei no hostel. Seu nome
é WeHostel, é um dos que tinham vínculo
com o Pixel Show, logo, praticamente
todos os hospedados iriam ao evento.
Assumo que fiquei surpreso, pois o valor
da hospedagem ficou bem barato e o
lugar é muito bonito, com um ar colonial
todo em branco. Entrei e fui muito bem
recebido, me apresentaram o local, meu
quarto e recebi minhas chaves, fato que
mais proporcionou uma perspectiva de
independência, ter o controle de sair e
entrar quando quisesse. “Nice”. Após
isso, pude conhecer os demais alunos do
Projeção que foram para a viagem, que
eu ainda não conhecia: Marcos Duó que
é um dos bacharéis do Clube de Criação,
Bruna Araújo, Aline Hermínio e Diógenes
Aguiar (esse eu já conhecia). Ficamos
conversando no hostel até o último
integrante chegar, Renato Calazans,
que também é bacharel do Clube de
Criação (ele eu também já conhecia). E
então fomos conhecer a noite paulista.
Resumindo, posso afirmar o que dizem:
“São Paulo não dorme”.
22 de outubro, primeiro dia de Pixel
Show. Tomamos o ótimo café da manhã
ofertado pelo WeHostel e fomos ao
evento (de Uber, apenas para citar,
todo o deslocamento que fizemos
durante nossa estadia foi assim, pois
a distância era pouca e estava muito
barato). O local do evento era muito
grande. Ao entramos recebemos um kit
que continha muita coisa, muita mesmo.
Fiquei perdido inicialmente, pois tinha
muita coisa a se fazer, vários estandes,
tanto de venda exclusivamente como de
criatividade; viam-se artistas criando
peças no meio de todo mundo, eventos
promocionais e por aí vai. Sem falar
na área de alimentação, que deixaria
qualquer amante de boa comida com
água na boca e apreciadores de boas
cervejas artesanais indecisos com
tamanha variedade. Fica a sugestão,
viagem de mala. Fui apenas com uma
mochila com algumas roupas, logo a
volta foi sofrida, com a quantidade de
brindes e prováveis coisas que você
irá comprar, isso serve para qualquer
viagem que for fazer. Agradeço ao
Renato Calazans por ter despachado o
que eu não pude levar, na mala dele.
Mala, é sério.
Em uma região um pouco mais afastada,
passando do palco de apresentação de
bandas ao vivo, chegamos ao auditório,
que é gigante, onde ocorriam as várias
Era uma infinidade
de conteúdo que
fazia valer a viagem.
Pude aprender muito
nesses dois dias com
palestrantes brasileiros
e de vários outros
cantos do mundo.
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
11. 11RELATO DE EXPERIÊNCIA
palestras, que iam de área de criação,
publicidade, eventos, quadrinhos,
cinema, etc. Era uma infinidade de
conteúdo que fazia valer a viagem.
Pude aprender muito nesses dois dias
com palestrantes brasileiros e de vários
outros cantos do mundo.
Um ponto que vale ser mencionado e
que me incomodou foi perceber que
o inglês ainda é visto como algo de
outro mundo para várias pessoas.
Nas palestras internacionais o que
mais se via eram pessoas com rádios
de tradução simultânea. Quando um
palestrante fazia uma piada, era nítido
identificar quem sabia inglês e quem não
sabia, uma onda de risos se iniciava e 5
segundos após a tradução ter sido feita
uma segunda onda de risos encerrava
a piada. É um fato interessante a ser
observado: a língua inglesa não é
apenas um diferencial hoje em dia,
é algo necessário, ainda mais para a
nossa área de publicidade.
Foi realmente impressionante a chuva
de informações, até mesmo em palestras
que teoricamente eu não tinha interesse
o palestrante trazia alguma informação
que trouxe cada vez mais significado
para minha vida de publicitário. Hoje
estou mais motivado em minhas
criações e usando da variada bagagem
cultural que absorvi do evento. Essa
viagem para São Paulo não foi somente
para Pixel Show, foi uma experiência
que marcou minha vida de forma muito
positiva. Esta viagem não foi apenas um
evento para mim, foi uma experiência de
vida. Ano que vem estarei lá novamente
e vai que nos vemos por lá também?!
Pixel Show 2017
Vai rolar nos dias 2 e 3 de dezembro
em Sampa.
Inscrições no site:
www.pixelshow.com.br
12. 12
A Gestão de Pessoas é uma
área da Administração que
sofreu o seu último grande
e verdadeiro salto com
o surgimento da Gestão
por Competências (GPC),
aproximadamente no final
do Século XX. No Brasil,
como sabemos, há inclusive
autores muito renomados
que tratam desse assunto,
a exemplo dos professores
doutores Joel Souza Dutra
(USP), Maria Tereza Leme
Fleury (USP) e Roberto
Lima Ruas (UNINOVE). São,
por assim dizer, os nossos
“oráculos” em termos de GPC
e em muitos outros temas da
Administração, dadas as suas
irretocáveis competências
a c a d ê m i c o - c i e n t í f i c a s .
Embora eu também ache a
Gestão por Competências
algo muito poderoso, já
faz algum tempo que eu
a considero incompleta. O
porquê disso eu explanarei
nas linhas abaixo.
Permitam-me trazer-lhes
uma angústia: será que sou
apenas eu que acho que
a GPC é uma concepção
teórico-prática do tipo top-
bottom (de cima para
baixo), onde quem tem
que mostrar e utilizar suas
competências são quase
sempre os colaboradores
e não os gestores ou as
organizações cujos papeis
centrais esses últimos
desempenham? Pois é, quero
propor aqui um deslocamento
um pouco radical do eixo
dessa “conversa”. Para que
servem os paradigmas senão
para serem quebrados,
concordam? Como eu tenho
uma certa ojeriza histórica
a diversas formas de status
quo, sigamos em frente com
as minhas provocações...
E as aspirações dos
colaboradores? Quem é que
“tem que dar bola” para isso
no ambiente organizacional?
Muito me engano ou qualquer
relacionamento (é claro que
o empregatício também o
é) tem que ser uma via de
mão dupla, no qual devemos
deixar sempre claros os
nossos direitos, deveres
e, por que não, os nossos
sonhos, as nossas aspirações
etc. Somos humanos! Aliás,
como bem disse o brilhante
Charles Chaplin, “homens,
não sois máquinas; homens
é que sois!”.
Como é que essa relação
empresa x empregado
pode ser verdadeiramente
saudável se apenas um
dos lados (o mais forte,
obviamente) disser o tempo
todo aquilo que quer, como
quer, para quando quer
e quanto está disposto a
pagar por isso? Isso me
incomoda, e muito, devo
admitir. E a vocês, sejam
subalternos ou gestores?
Nas faculdades, aprendemos
que as organizações, a
grosso modo, são grupos de
pessoas que buscam atingir
certos objetivos, não é
mesmo? Mas a pergunta que
não deve deixar de ser feita
é: “os objetivos de quem?”.
Nos próximos três anos,
aproximadamente, a
Geração Z ingressará
formalmente no mercado de
trabalho. Enquanto muitas
organizações ainda nem
aprenderam a lidar com os
conflitos (em um próximo
artigo abordarei a questão
dos conflitos organizacionais)
existentes entre as
Gerações Baby Boomers, X
e Y, eis que lhes baterão às
portas, ao raiar dos próximos
dias, enxurradas de jovens
que tendem a ser muito mais
“revolucionários” do que
suas gerações antecessoras.
Os autores norte-
americanos Strauss e Howe*
(1991), ao estudarem a
história das gerações dos
Estados Unidos, partindo
do ano-base de 1584,
já anteviram alguns
perfis comportamentais
organizacionais que
deverão existir até o ano
de 2069. A questão-chave
a ser respondida é: será
que as previsões deles se
concretizarão de agora até
lá? Mais uma: e no Brasil,
como será?
Haja o que houver, as
organizações precisam
começar a pensar em
Gestão por aspirações (GPA): preparando o caminho
para a geração Z
Artigo
Marcos Eustáquio Soares
Professor ENEG
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
13. 13
formas eficazes e eficientes
de se “apropriarem” das
competências da Geração
Z, sobretudo as intelectuais.
Vejam bem: não se trata
de simplesmente “comprar”
essa inteligência (mão-de-
obra é um conceito capitalista
ultrapassado, penso eu)
para atingir seus objetivos
e garantir seus lucros. A
preocupação deve ir muito,
mas muito além disso: as
inteligências que estiverem
no mercado, caso não sejam
“apropriadas” por uma certa
organização, poderão compor
a inteligência empresarial das
suas concorrentes. Isso sem
contar que a “inteligência
Z” pode, paradoxalmente,
não dar a mínima para um
monte de coisas que as
gerações anteriores (as
nossas) valorizam, deixando-
as perplexas, atônitas e
submersas naquele famoso
“como assim?”.
Todavia, quando falamos
de aspirações estamos
falando necessariamente de
sonhos, esses maravilhosos
presentes de Deus que
povoam as nossas mentes
e nos movem em direção ao
futuro. Me arrisco a dizer que
a Geração Z será uma das
mais sonhadoras de todos os
tempos e, também, a mais
realizadora. Aguardemo-
la, então! Melhor ainda:
preparemos o caminho para
ela, pois!
Artigo
14. 14
Em tempos de avanços
tecnológicos, verdade seja
dita: a indústria do varejo
não se faz sem pessoas.
A 106ª edição da NRF
(National Retail Federation),
o maior evento de varejo do
mundo, realizado em Nova
York, provou a teoria. O
evento contou com 34.500
participantes, sendo 24%
participantes internacionais
que representaram 95
países. O Brasil mais uma
vez foi um dos destaques,
tendo 1.300 visitantes.
Nas plenárias, o tema
pessoas era recorrente.
Entendam pessoas não só
pelo contexto dos recursos
humanos, mas sob a ótica da
gestão de relacionamento.
É preciso criar laços com o
cliente e conectá-lo de forma
concreta com a marca, a
chamada fidelização.
De acordo com a Lippincott,
empresa de consultoria
americana, 75% das
conexões emocionais
criadas entre empresas e
consumidores são feitas
por meio da experiência.
O fator das gerações não
pode deixar de ser levado
em conta. Dessa forma,
as marcas devem buscar
oferecer a cada uma delas
uma experiência de consumo
verdadeira e compatível com
seu estágio de engajamento.
A internet trouxe ao
consumidor uma importante
ferramenta de conectividade.
Empresas não devem
subestimar o poder dos
dispositivos móveis (mobile)
e os apps (aplicativos) que
temos a disposição. Estar na
web exige um trabalho de
curadoria de conteúdo diário e
a interatividade com o cliente
é necessária nos dias atuais.
Nos debates, especialistas
argumentavam que o mobile
é um comportamento de
consumo.
Engana-se quem acredita que
o varejo físico está fadado
à inexistência. Nos debates
do evento era perceptível
compreender que o varejo
físico sempre existirá, mas
não pode estacionar no
tempo e acreditar que nada
mudou. No contexto digital,
os palestrantes discorreram
que é preciso que o
consumidor esteja envolvido
de tal forma a ser como
se estivesse em uma loja
física. O hibridismo Phygital,
que é a convergência entre
o varejo off line (físico) e
varejo on line (digital), se
vale da experiência positiva
de consumo dos clientes
para com as marcas nesses
dois canais.
A customização ou
personalização de produtos
que permite ao cliente criar
um produto único, com sua
identidade e personalidade,
foi, também, uma das
tendências discutidas na
NRF. Cases como os das
empresas Indochino e Shoes
o prey foram apresentados.
A customização já é uma
verdade no varejo, e se
mostra como uma inovação
no modus operandi de se
fazer negócio.
Foi apresentado também o
programa de capacitação e
treinamento chamado Rise
UP. O programa objetiva
o desenvolvimento de
habilidades para o varejo,
e foi criado pela NRF em
conjunto com as grandes
corporações associadas a
ela.
Isso nos remete a seguinte
questão: Mas de nada
adianta, portanto, uma loja
com alto padrão visual e
tecnologia se os atendentes
não demonstram interesse
em interagir com o cliente.
Como envolver minha equipe
de vendas? Treinamento.
Inovação, Conexão e Soluções – Pilares da NRF 2017
e sua influência no varejo
Artigo
Thiago Angelo Queiroz dos Santos
Consultor SEBRAE
O hibridismo
Phygital, que é a
convergência entre
o varejo off line
(físico) e varejo on
line (digital), se
vale da experiência
positiva de consumo
dos clientes para
com as marcas
nesses dois canais.
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
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Mas qual a novidade em
treinar a equipe? A diferença
é que as corporações
americanas deixaram de
lado a concorrência inerente
do mercado em prol de um
bem maior, o próprio varejo
americano.
Participar de um evento
do porte da NRF para
o varejista brasileiro é
importante para a quebra
de paradigmas, culturas e
vícios nos negócios. É claro
que muito do que se ouve no
Big Show deve ser moldado
ao contexto brasileiro. Para
que a inovação no varejo
aconteça, os palestrantes
ressaltavam que os varejistas
devem buscar alterar sempre
o status quo. É inegável
que o cerne do marketing
e do varejo é originado nos
Estados Unidos. Nos debates
era evidente que, para se
ter sucesso, é necessário
tentativa e erro. Mas,
até mesmo para errar, é
necessário planejamento.
No evento era possível
participar de painéis
com pequenas empresas
denominados de “Small
Business experience”
(experiência dos pequenos
negócios). Os empresários
deram depoimento de como
conseguiram alcançar o
sucesso, aprendendo com
as falhas, porém mantendo
o foco no que o seus
clientes realmente queriam.
Novamente voltamos ao
inicio da discussão, pessoas.
Muitas das tecnologias
apresentadas no pavilhão de
exposição estavam focadas
em análises estatísticas no
PDV (ponto de venda). Essa
confluência de informações
é conhecida por Big Data.
Métricas servem ao varejo de
fonte de engajamento com o
cliente, pois elas permitem
compreender o que gostam,
o que costumam comprar, as
áreas de vendas que mais
frequentam e outros dados
que se queira obter.
A importância do varejo não
Artigo
está somente no principio
básico do marketing, que é o
de atender uma necessidade,
mas um conjunto de
praticas e ações de como os
varejistas podem adquirir
conhecimento sobre seus
clientes. Desejos e vontades
se alteram, e a dinâmica do
varejo jamais deve esquecer
a alma do negócio: as
pessoas. Enxergue o seu
cliente não somente como
mais uma estatística. O
futuro do varejo não é o que,
mas quem.
16. 16
Basta uma rápida folheada
em revistas de consultórios
médicos ou breve acesso
a sites e redes sociais para
constatarmos que há muita
leitura voltada à vida das
celebridades. Em todo o
mundoexistem,alémdamídia
impressa especializada sobre
esse assunto, programas de
televisão que se dedicam a
tratar exclusivamente sobre
a vida delas. Saber sobre
a vida de pessoas públicas
– o que fazem, com quem
se relacionam, os conflitos
familiares, - é um dos tipos
de fofocas voltadas para o
entretenimento e diversão da
população. Não diferente na
vidapessoascomuns,afofoca
seria um conversa informal
entre duas ou mais pessoas
sobre uma terceira pessoa
que não esteja presente
nessa conversa. O fato é
que historicamente a fofoca
é usualmente interpretada
como algo negativo na vida
das pessoas e restrita a
“coisa de mulher”! Mas,
atribuir a fofoca a aspectos
exclusivamente negativos
e relacioná-la a um gênero
específico seria no mínimo
“tapar o sol com a peneira”
e, sobretudo, aumentar o
preconceito que há entre as
pessoas sobre as mulheres.
Essa visão de que somente
as mulheres fofocam pode
estar enraizada a uma
cultura machista em que
homens são provedores do
lar e não são fofoqueiros,
apenas as mulheres que são
“do lar” e “recatadas”. O
Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa, por exemplo,
não vincula essa ideia
distorcida a um determinado
gênero. A concepção de
fofoca neste léxico atribui
a um substantivo feminino
definido por “mexerico,
intriga ou bisbilhotice” e ao
verbo intransitivo fofocar
- “intrigar, mexericar,
bisbilhotar” (p. 639). De
regra, esses entendimentos
negativos acerca da fofoca
também são perpetuados
no ambiente de trabalho
de toda e qualquer tipo
de organização, afinal de
contas a fofoca é uma forma
de comunicação informal e
inerente a todo ser humano.
Esseensaiotemporfinalidade
discutir sobre a concepção
de fofoca e seus aspectos
no ambiente de trabalho e
possíveis implicações para
gestores de organizações.
Embora com entendimentos
p r e d o m i n a n t e m e n t e
negativos, sabe-se que o
termo fofoca é abrangente
e pode denotar diversos
aspectos, tanto relacionados
a fatores negativos (mais
comumente apreendido
no senso comum), quanto
a aspectos positivos. Se
há esse lado pejorativo da
fofoca no senso comum, por
outro lado, entre acadêmicos
da área a definição deste
fenômeno não é consensual
(oh povo que complica – isso
é uma fofoca!). Não obstante
à imprecisão consensual
entre os pesquisadores,
observa-se que no contexto
organizacional a fofoca
compreende a “uma
conversa avaliativa informal
entre duas ou mais pessoas
sobre uma terceira pessoa
que não esteja presente”
(FINE; ROSNOW, 1978; KUO,
et al. 2015). Na verdade
essa confusão conceitual da
fofoca se dá pela natureza
complexa e seu caráter
multidimensional. Explico...
para ilustrar brevemente as
dimensões que envolvem
esse fenômeno no ambiente
de trabalho, ressaltam-se
três componentes da fofoca:
o interlocutor, o receptor e a
pessoa ausente à conversa
a quem se refere a fofoca.
O interlocutor seria a
pessoa que transmite uma
informação a um colega de
trabalho (receptor), sobre
outro colega que não esteja
presente na conversa. Cabe
aqui uma diferenciação entre
a fofoca e o rumor, pois
ambos os termos por vezes
são considerados como
sinônimos, o que causa
mais confusão. Rumores
são especulações que
surgem para minimizar a
ambiguidade de informações
Artigo
A fofoca é o mais fundamental dos fatos
humanos
Professor ENEG
Onofre Rodrigues de Miranda
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017
17. 17
sobre determinado evento
(MILCHELSON, et al. 2010).
Nas grandes organizações,
por exemplo, a troca de
diretores pode gerar rumores
devido à falta concreta de
informações sobre essa
mudança - como será essa
troca de direção ? Quem
será o novo diretor ? De que
forma vai interferir o trabalho
de todos na organização.
Empregando esse exemplo,
a fofoca surgiria a partir de
comentários informais e
avaliativos sobre as razões da
dispensa do diretor (terceira
pessoa ausente na conversa):
“... saiu por ineficiência...”,
“... teve desavenças com
outro diretor...”, “assediou
a colega de trabalho..” -
neste caso, a fofoca seria
utilizada para disseminar
informações sobre possíveis
motivos da saída do diretor!
tá, tudo bem... o exemplo
exposto enfatiza o aspecto
negativo da fofoca. Mas e
o outro lado da fofoca? A
comunicação organizacional,
isto é as informações que
são transmitidas entre
trabalhadores na organização
segue predominantemente
um fluxo formal de
comunicação, geralmente
por ordens expressas em
memorandos, ofícios ou
notas em murais entre
outros meios. O trabalhador
necessita de informações
para compreender a realidade
organizacional e, assim, às
vezes, à fofoca cumpre com
esse papel de transmitir
informações necessárias
e rápidas para minimizar
a lentidão e burocracia do
fluxo formal de informação.
“O novo diretor é um cara
sensato e justo, não existe
motivo para pânico...” essa
seria um aspecto positivo da
fofoca!!
Agora se há distinção entre
homens e mulheres quanto
ao ato de fofocar, verifica-
se que não existe distinção,
ou seja, tanto homens e
mulheres fofocam sobre
outras pessoas e eventos.
A literatura acadêmica
corrobora essa afirmativa,
um estudo que realizei
sobre o significado da
fofoca no ambiente trabalho
indicou que, após análises
estatísticas realizadas,
não há diferenças entre
idade, gênero, formação
acadêmica, e tempo de
serviço na organização no
que diz respeito à fofoca
no ambiente de trabalho.
Isto quer dizer que não há
distinção, todos fofocam.
Neste mesmo estudo, os
resultados apresentaram
que o entendimento que os
trabalhadores de empresas
públicas e privadas têm
sobre esse termo sobre a
fofoca seria a “ociosidade”
e a “inveja”. Os resultados
ainda sugerem que esses
significados partilhados
pelos pesquisados indicam
que o trabalhador tende a
“cuidar da vida do outro”
quanto está momentos
sem atividades laborais e
o incomodo “pelo sucesso
do colega de trabalho”.
Concluindo, há muito mais
para se discutir, estudar tanto
sobre a concepção de fofoca
como dos outros fenômenos
relacionadas à ela. Esse
ensaio discutiu concepções
gerais sobre o termo e
alguns dos seus aspectos no
ambiente de trabalho. Para
pesquisadores fica o desafio
de empreender mais estudos
para confirmar os achados
já encontrados, assim como
clarear a relação com outros
fenômenos organizacionais
e responder a questões tais
como: de forma a fofoca
prejudica a produtividade
de trabalhadores? Ou
como verificar o fluxo da
fofoca em organizações
em detrimento do fluxo
formal de comunicação?
Para os gestores cabe uma
melhor compreensão e
funcionamento do fenômeno
fofoca a fim de minimizar
seus efeitos negativos no
clima e na produtividade dos
trabalhadores.
Artigo
18. 18
Thiago Jarjour é o Secretário Adjunto do Trabalho, da Secretaria de Estado do
Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
do Distrito Federal. Nessa entrevista, ele conta um pouco de sua trajetória e fala
dos desafios e realizações à frente da pasta. Além disso, ele analisa o mercado
de trabalho no cenário atual do Distrito Federal e trata de empreendedorismo.
Você foi Secretário de Estado do Trabalho e do Empre-
endedorismo e atualmente é Secretário Adjunto do Tra-
balho, da Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvol-
vimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos
Humanos do Distrito Federal. Conte-nos um pouco de
sua trajetória e dos principais desafios na Secretaria.
Comecei a trabalhar nas empresas da minha família aos 16 anos.
Meu 1º emprego foi de frentista no posto de gasolina do meu pai
em Taguatinga. Ele mesmo me dizia que se um dia eu quisesse ser
“dono”, precisaria ter o respeito dos meus colaboradores e saber
fazer o mesmo que eles. Me formei em propaganda e marketing
pelo Uniceub e estudei música na Escola de Música de Brasília.
Aceitei o convite do governador Rodrigo Rollemberg para tocar as
pautas de empreendedorismo do governo dentro da Secretaria do
Trabalho, ainda como Subsecretário. Com 8 meses de governo, ele
pediu que eu assumisse a secretaria toda após a saída do secretário
na época. Regulamentamos a atividade de foodtrucks na nossa
cidade, que hoje emprega aproximadamente 2 mil pessoas. Fomos
protagonistas da regulamentação do Uber. Conseguimos trazer para
Brasília o maior evento do mundo em empreendedorismo, inovação
e tecnologia, que é a Campus Party e ocorre em junho de 2017.
Concedemos 10 milhões em crédito para 823 microempreendedores
de nossa cidade em 2016 através do nosso programa de
microcrédito, o Prospera. E ainda formamos 11.605
pessoas em cursos de qualificação profissional de
extrema qualidade, de forma gratuita pelo Qualifica
Mais Brasília. Os desafios são imensos, mas no ano
d e 2016 tivemos uma leve redução no nível
de desemprego do DF, e agora temos
tido relativa estabilidade. Acredito que o
cenário para os próximos meses
tende a ser promissor, estamos
trabalhando com afinco para
que isso aconteça.
GDF e o Empreendedorismo
Entrevista
Entrevista com Thiago Jarjour
19. 19Entrevista
Caro Secretário, como analisa o mercado
de trabalho atual do Distrito Federal?
O mercado de trabalho não só no DF, mas no Bra-
sil e no mundo, está cada vez mais competitivo. O
advento da tecnologia já concorre há algum tem-
po com a mão de obra humana, e isso tende a
aumentar. Temos que olhar para as profissões do
futuro e educar as novas gerações para elas. Re-
comendo também que as pessoas estejam cons-
tantemente se qualificando ou se reciclando para
o mercado de trabalho. Um dos grandes desafios
do setor que emprega no DF é que existem vagas
em aberto, mas é difícil encontrar pessoas qua-
lificadas. Por isso a nossa secretaria vem dando
enorme prioridade para a qualificação profissional
e, como dito, no ano de 2016 qualificamos 11.605
pessoas de forma totalmente gratuita em cursos
de extrema qualidade no programa Qualifica Mais
Brasília.
O que o GDF vem fazendo para melhorar
a relação oferta x demanda de postos de
trabalho?
Estamos inovando os serviços da Secretaria de
Trabalho do DF. Uma das grandes novidades é a
criação da CAE (Central de Atendimento ao Em-
pregador), que funciona quase como um centro
de telemarketing, captando vagas de forma ativa
nas empresas. Antes, na maioria das vezes era o
empregador que oferecia as vagas que eram dis-
ponibilizadas nas agências do trabalhador. Agora
nós vamos atrás dessas vagas e unimos isso ao
cadastro das pessoas que passaram pelos cursos
do Qualifica Mais Brasília. Isso tem gerado um re-
sultado muito positivo na taxa de efetividade de
pessoas que são encaminhadas pela secretaria X
pessoas e que são realmente efetivadas nos pos-
tos de trabalho após a entrevista.
O Sr. vem divulgando ações voltadas ao
Empreendedorismo, em que medida acha
que uma formação Empreendedora pode
resultar em um diferencial no mercado
de trabalho?
A solução do Brasil é apoiar e fomentar
empreendedorismo. O serviço público se exauriu
ao longo dos anos. A máquina pública não é
O país vem enfrentando uma crise
econômica e que reflete em desemprego.
Nesse cenário, qual o conselho você dá
aos futuros profissionais?
Ficarem antenados nas tendências. Cursos de
reciclagem e qualificação profissional nunca são
demais. Costumo dizer que na velocidade que
as coisas estão acontecendo hoje em dia, quem
ficar parado na verdade estará dando marcha ré.
Há 5 anos atrás ninguém imaginava a revolução
que o Uber ia causar no transporte privado de
passageiros. Tampouco a Blockbuster previu o
Netflix e as lojas de artigos esportivos não ima-
ginavam que a Netshoes deixaria de ser uma
startup promissora pra se tornar uma enorme
concorrente. A velocidade das transformações
só aumentará. Você decide se entra na turma
dos que vão correr atrás de acompanhar, ou dos
que vão ficar pra trás.
mais autossustentável no modelo que vem
se replicando há décadas e a tendência é um
enxugamento significativo dessa máquina. Com
o passar dos anos, acredito que Brasília tende
a se fortalecer como cidade empreendedora,
sobretudo nas áreas de inovação e tecnologia.
Estudos da Endeavor já apontam Brasília entre
as 5 capitais mais empreendedoras do país.
Brasília, ano 1, nº 4, Janeiro - Março 2017