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FACULDADE DE CIENCIAS BIOMEDICAS DE CACOAL - FACIMED 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM-2 PERIODO-NOTURNO 
NERVOS CRANIANOS E NERVOS PERIFÉRICO 
CACOAL/RO 
2014
ANA CLAUDIA C DOMINGOS 
DAIANA BRAGA DUARTE 
GRACIELY S LUZ. 
HERMANO HENRIQUE 
JESSICA GIMENES 
MARIA NELI DOMINGUES 
NOELI CANDIDO DE OLIVEIRA 
SABRINA DE CASTRO QUEIROZ 
TÂNIA SOARES EVANGELISTA 
VERONICA LOPES DE PAIVA 
NERVOS CRANIANOS E NERVOS PERIFÉRICO 
Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências Biomédicas 
de Cacoal, como parte integrante dos requisitos para a 
avaliação na disciplina de Fisiologia Curso de Graduação 
em Enfermagem sob a orientação do professor Diego. 
Cacoal/RO 
2014
Sumário 
Sumário.............................................................................................................................................5 
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................2 
2. NERVOS EM GERAL...............................................................................................................................2 
3. NERVOS CRANIANOS............................................................................................................................2 
I. Nervo Olfatório .....................................................................................................................................3 
II. Nervo Óptico ........................................................................................................................................4 
III. Nervo Oculomotor ..............................................................................................................................4 
IV. Nervo Troclear ....................................................................................................................................4 
VI. Nervo Abducente ................................................................................................................................4 
V. Nervo Trigêmeo ..................................................................................................................................5 
Vii. Nervo Facial .......................................................................................................................................7 
VIII. Nervo Vestibulococlear ....................................................................................................................8 
IX. Nervo Glossofaríngeo .........................................................................................................................8 
É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos 
radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do 
nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No seu trajeto, através do forame jugular, 
o nervo apresenta dois gânglios, superior e inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do 
crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. 
Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela 
sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e 
corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à 
divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio óptico. Desse 
gânglio, saem fibras nervosas do nervo aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida............8 
X. Nervo Vago ..........................................................................................................................................9 
O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a 
forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo 
forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá 
origem a vários ramos que inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais 
que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios 
sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o gânglio inferior, situado logo 
abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório........9 
XI. Nervo Acessório ..................................................................................................................................9 
XII. Nervo Hipoglosso .............................................................................................................................10
4. DOENÇAS RELACIONADAS AOS NERVOS CRANIANOS:..............................................10 
Nevralgia do trigémio.............................................................................................................................10 
Sintomas.................................................................................................................................................11 
Diagnóstico.............................................................................................................................................11 
Tratamento.............................................................................................................................................12 
Doença de Parkinson......................................................................................................................13 
Causas.....................................................................................................................................................13 
Sintomas e diagnóstico...........................................................................................................................14 
Tratamento.............................................................................................................................................15 
5. NERVOS PERIFERICOS .........................................................................................................17 
CONDUÇÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS.................................................................................................18 
LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS REGENERAÇÃO DE FIBRAS NERVOSAS............................................19 
TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS (RECEPTORES)...........................................................................20 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS RECEPTORES...............................................................................20 
CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS RECEPTORES ....................................................................................22 
TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS....................................................................................................23 
TERMINAÇÕES EFERENTES SOMÁTICAS.................................................................................................24 
TERMINAÇÕES EFERENTES VISCERAIS....................................................................................................24 
5. NERVOS ESPINHAIS...............................................................................................................25 
COMPONENTES FUNCIONAIS DAS FIBRAS DOS NERVOS ESPINHAIS......................................................26 
TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS..........................................................................................................26 
6.DOENÇAS RELACIONADA AOS NERVOS PERIFERICOS:...............................................28 
Síndroma de Guillain-Barré....................................................................................................................28 
Sintomas.................................................................................................................................................28 
Diagnóstico.............................................................................................................................................29 
Tratamento.............................................................................................................................................29 
Conclusão.......................................................................................................................................30 
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................31
2 
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho é sobre os nervos craniano e sistema periférico na qual 
baseado em varias pesquisas em sites e livros tratará a suas estruturas e funções e 
como são conectados através da medula espinal e sua redistribuição para as 
demais regiões do corpo humano além de abordar as respectivas fisiopatologias. 
2. NERVOS EM GERAL 
Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas 
reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o sistema nervoso central aos órgãos 
periféricos. Podem ser espinhais ou cranianos, conforme esta união se faça com a 
medula espinhal ou com o encéfalo 
3. NERVOS CRANIANOS 
Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originam-se dos neurônios situados 
fora do encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos 
sentidos. Os núcleos que dão origem a dez dos doze pares de nervos cranianos 
situam-se em colunas verticais no tronco do encéfalo e correspondem à substância 
cinzenta da medula espinhal. De acordo com o componente funcional, os nervos 
cranianos podem ser classificados em motores, sensitivos e mistos. Os motores (puros)
3 
são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero-posteriores 
do pescoço. São eles: 
III - Nervo Oculomotor 
IV - Nervo Troclear 
VI - Nervo Abducente 
XI - Nervo Acessório 
XII - Nervo Hipoglosso 
Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados 
sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, 
temperatura e tato). Os sensoriais são: 
I - Nervo Olfatório 
II - Nervo Óptico 
VIII - Nervo Vestibulococlear 
Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro: 
V - Trigêmeo 
VII - Nervo Facial 
IX - Nervo Glossofaríngeo 
X - Nervo Vago 
Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica do 
sistema autônomo. São os seguintes: 
III - Nervo Oculomotor 
VII - Nervo Facial 
IX - Nervo Glossofaríngeo 
X - Nervo Vago 
XI - Nervo Acessório 
I. Nervo Olfatório 
As fibras do nervo olfatório distribuem-se por uma área especial da mucosa 
nasal que recebe o nome de mucosa olfatória. Em virtude da existência de grande
4 
quantidade de fascículos individualizados que atravessam separadamente o crivo 
etmoidal, é que se costuma chamar de nervos olfatórios, e não simplesmente de nervo 
olfatório (direito e esquerdo).É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras 
conduzem impulsos olfatórios, sendo classificados como aferentes viscerais especiais. 
II. Nervo Óptico 
É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, 
emergem próximo ao pólo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo 
canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma 
óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no tracto óptico 
até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo, 
cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se como aferentes somáticas 
especiais. 
III. Nervo Oculomotor 
IV. Nervo Troclear 
VI. Nervo Abducente 
São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, 
distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: 
elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, 
oblíquo superior, oblíquo inferior. Todos estes músculos são inervados pelo oculomotor, 
com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados respectivamente, pelos 
nervos abducente e troclear. As fibras que inervam os músculos extrínsecos do olho 
são classificadas como eferentes somáticas.
5 
O nervo oculomotor nasce no sulco medial do pedúnculo cerebral; o nervo 
troclear logo abaixo do colículo inferior; e o nervo abducente no sulco pontino inferior, 
próximo à linha mediana. 
Os três nervos em apreço se aproximam, ainda no interior do crânio, para 
atravessar a fissura orbital superior e atingir a cavidade orbital, indo se distribuir aos 
músculos extrínsecos do olho. 
O nervo oculomotor conduz ainda fibras vegetativas, que vão à musculatura 
intrínseca do olho, a qual movimenta a íris e a lente. 
V. Nervo Trigêmeo 
O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo 
consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é 
formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio 
trigemial, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. 
Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam 
distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar 
e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da 
cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. A raiz 
motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, 
distribuindo-se aos músculos mastigatórios. O problema médico mais frequentemente 
observado em relação ao trigêmeo é a nevralgia, que se manifesta por crises dolorosas 
muito intensas no território de um dos ramos do nervo. 
a. Nervo oftálmico: atravessa a fissura orbital superior (juntamente com o III, IV, 
VI pares cranianos e a veia oftálmica) e ao chegar à órbita fornece três ramos terminais, 
que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.O nervo oftálmico é responsável pela
6 
sensibilidade da cavidade orbital e seu conteúdo, enquanto o nervo óptico é sensorial 
(visão). 
b. Nervo maxilar: é o segundo ramo do nervo trigêmeo. Ele cruza a fossa 
pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para introduzir-se na fissura orbital 
inferior e penetrar na cavidade orbital, momento em que passa a se chamar nervo 
infra--orbital. O nervo infra orbital continua a mesma direção para frente transitando 
pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e forame infra orbital 
e através desse último se exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a 
pálpebra inferior (n. palpebral inferior), nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial 
superior). O nervo infra orbital (ramo terminal do nervo maxilar) fornece como ramos 
colaterais o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, que se 
dirigem para baixo. Nas proximidades dos ápices das raízes dos dentes superiores, os 
três nervos alveolares superiores emitem ramos que se anastomosam 
abundantemente, para constituírem o plexo dental superior. 
c. Nervo mandibular: é o terceiro ramo do nervo trigêmeo. Ele atravessa o crânio 
pelo forame oval e logo abaixo deste se ramifica num verdadeiro ramalhete, sendo que 
os dois ramos principais, são o nervo lingual e alveolar inferior. O nervo lingual dirige-se 
para a língua, concedendo sensibilidade geral aos seus dois terços anteriores. O nervo 
alveolar inferior penetra no forame da mandíbula e percorre o interior do osso pelo 
canal da mandíbula até o dente incisivo central. Aproximadamente na altura do 
segundo pré-molar, o nervo alveolar inferior emite um ramo colateral, que é o nervo 
mental (nervo mentoniano), o qual emerge pelo forame de mesmo nome, para fornecer 
sensibilidade geral às partes moles do mento. Dentro do canal da mandíbula, o nervo 
alveolar inferior se ramifica, porém seus ramos se anastomosam desordenadamente 
para constituir o plexo dental inferior, do qual partem os ramos dentais inferiores que 
vão aos dentes inferiores. A parte motora do nervo mandibular inerva os músculos 
mastigatórios (temporal, masseter e pterigóideo medial e lateral), com nervos que tem o 
mesmo nome dos músculos.
7 
Vii. Nervo Facial 
É também um nervo misto, apresentando uma raiz motora e outra sensorial 
gustatória. Ele emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo 
facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio. Juntamente 
com o nervo vestíbulo-coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato 
acústico interno, no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, 
formando-se assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial. 
A raiz motora é representada pelo nervo facial propriamente dito, enquanto a 
sensorial recebe o nome de nervo intermédio. Ambos têm origem aparente no sulco 
pontino inferior e se dirigem paralelamente ao meato acústico interno onde penetram 
juntamente com o nervo vestibulococlear. No interior do meato acústico interno, os dois 
nervos (facial e intermédio) penetram num canal próprio escavado na parte petrosa do 
osso temporal, que é o canal facial. As fibras motoras atravessam a glândula parótida 
atingindo a face, onde dão dois ramos iniciais: o temporo facial e cérvico facial, os quais 
se ramificam em leque para inervar todos os músculos cutâneos da cabeça e do 
pescoço. Algumas fibras motoras vão ao músculo estilo-hióideo e ao ventre posterior do 
digástrico. As fibras sensoriais (gustatórias) seguem um ramo do nervo facial que é a 
corda do tímpano, que vai se juntar ao nervo lingual (ramo mandibular, terceiro ramo do 
trigêmeo), tomando-se como vetor para distribuir-se nos dois terços anteriores da 
língua. 
O nervo facial apresenta ainda fibras vegetativas (parassimpáticas) que se 
utilizam do nervo intermédio e depois seguem pelo nervo petroso maior ou pela corda 
do tímpano (ambos ramos do nervo facial) para inervar as glândulas lacrimais, nasais e 
salivares (glândula sublingual e submandibular). 
Em síntese, o nervo facial dá inervação motora para todos os músculos cutâneos 
da cabeça e pescoço (músculo estilo-hióideo e ventre posterior do digástrico).
8 
VIII. Nervo Vestibulococlear 
Constituído por dois grupos de fibras perfeitamente individualizadas que formam, 
respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É um nervo exclusivamente sensitivo, 
que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a emergência do 
VII par e o flóculo do cerebelo. Ocupa juntamente com os nervos facial e intermédio, o 
meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal. A parte vestibular é 
formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que 
conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio. A parte coclear é constituída 
de fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem 
impulsos nervosos relacionados com a audição. As fibras do nervo vestíbulo-coclear 
classificam-se como aferentes somáticas especiais. 
IX. Nervo Glossofaríngeo 
É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de 
filamentos radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se 
para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No 
seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior e 
inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo 
tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. Desses, o mais 
importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela 
sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, 
além do seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes 
viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e 
que terminam no gânglio óptico. Desse gânglio, saem fibras nervosas do nervo 
aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida.
9 
X. Nervo Vago 
O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral 
posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o 
nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, 
terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que 
inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que 
promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui 
dois gânglios sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o 
gânglio inferior, situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao 
vago o ramo interno do nervo acessório. 
Fibras aferentes viscerais gerais: conduzem impulsos aferentes originados na 
faringe, laringe, traqueia, esôfago, vísceras do tórax e abdome. 
Fibras eferentes viscerais gerais: são responsáveis pela inervação 
parassimpática das vísceras torácicas e abdominais. 
Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da 
laringe. 
As fibras eferentes do vago se originam em núcleos situados no bulbo, e as 
fibras sensitivas nos gânglios superior e inferior. 
XI. Nervo Acessório 
Formado por uma raiz craniana e uma espinhal. A raiz espinhal é formada por 
filamentos que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos 
cervicais da medula, constituindo um tronco que penetra no crânio pelo forame magno.
10 
A este tronco unem-se filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral 
posterior do bulbo. 
O tronco divide-se em um ramo interno e um externo. O interno une-se ao vago e 
distribui-se com ele, e o externo inerva os músculos trapézio e esternocleidomastóideo. 
As fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são: 
Fibras eferentes viscerais especiais, que inervam os músculos da laringe; 
Fibras eferentes viscerais gerais, que inervam vísceras torácicas. 
XII. Nervo Hipoglosso 
Nervo essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a 
forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Este, 
emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, e dirige-se aos músculos intrínsecos e 
extrínsecos da língua (está relacionado com a motricidade da mesma). Suas fibras são 
consideradas eferentes somáticas. 
4. DOENÇAS RELACIONADAS AOS NERVOS CRANIANOS: 
Nevralgia do trigémio 
Também conhecida como tique doloroso, a nevralgia do trigémio caracteriza-se 
pela disfunção do nervo trigémio (nervo craniano V), que conduz a informação da 
sensibilidade da face até ao cérebro. 
A sua disfunção causa episódios de dor forte e pungente de alguns segundos a 
minutos de duração. A nevralgia do trigémio pode afetar os adultos de qualquer idade, 
mas a perturbação é mais frequente nas pessoas de idade. Não se conhece a sua 
causa.
11 
Sintomas 
A dor pode aparecer espontaneamente, mas muitas vezes é desencadeada 
quando se toca um ponto em particular (ponto desencadeante) ou por atividades como 
lavar os dentes ou mastigar. Imediatamente podem sentir-se em qualquer ponto da 
metade inferior da face guinadas repetidas de dor intensíssima, como se se tratasse de 
relâmpagos. Na maioria das vezes, a dor incide na zona da maçã do rosto próxima do 
nariz ou na área da mandíbula. A crise de dor pode repetir-se até cem vezes por dia, 
chegando por vezes a determinar uma incapacidade total. Sintomas 
A dor pode aparecer espontaneamente, mas muitas vezes é desencadeada 
quando se toca um ponto em particular (ponto desencadeante) ou por atividades como 
lavar os dentes ou mastigar. Imediatamente podem sentir-se em qualquer ponto da 
metade inferior da face guinadas repetidas de dor intensíssima, como se se tratasse de 
relâmpagos. Na maioria das vezes, a dor incide na zona da maçã do rosto próxima do 
nariz ou na área da mandíbula. A crise de dor pode repetir-se até cem vezes por dia, 
chegando por vezes a determinar uma incapacidade total. 
Diagnóstico 
Embora não existam exames específicos para identificar a nevralgia do trigémio, 
o seu diagnóstico é fácil, dadas as características da dor. Os médicos tentam também 
descartar outras causas possíveis de dor facial, como doenças da mandíbula, dos
12 
dentes ou dos seios, ou então uma compressão do nervo trigémio por um tumor ou um 
aneurisma. 
Tratamento 
Os analgésicos clássicos não costumam ser úteis, dado que os episódios de dor 
são breves e recidivantes, mas outros fármacos costumam aliviá-los, especialmente os 
anticonvulsivantes (que estabilizam as membranas dos nervos). Primeiro é habitual 
experimentar-se a carbamazepina, mas pode prescrever-se a fenitoína se aquela não 
der resultado ou produzir reações adversas graves. Em alguns casos podem ser 
eficazes o baclofeno e alguns antidepressivos. São frequentes as remissões 
espontâneas, embora muitas vezes os episódios possam estar separados por longos 
intervalos de tempo sem sintomas. 
Por vezes a nevralgia do trigémio surge como consequência de uma artéria que 
passa por um trajeto anómalo e que comprime o nervo adjacente ao cérebro. Nesses 
casos está indicado o tratamento cirúrgico, que consiste em afastar essa artéria do 
nervo, conseguindo-se assim aliviar a dor pelo menos durante alguns anos. Quando a 
dor não responde aos fármacos ou se uma pessoa não pode ser operada por qualquer 
motivo, pode recorrer-se a um ensaio que consiste na injeção de álcool no nervo para 
bloquear a sua função temporariamente. Se isto aliviar a dor, o nervo pode ser 
seccionado ou mesmo destruído permanentemente com a injeção de um fármaco. 
Estes procedimentos causam muitas vezes queixas na face e deverão considerar-se só 
como último recurso.
13 
Doença de Parkinson 
A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa e lentamente 
progressiva do sistema nervoso que apresenta várias características particulares: 
tremor em repouso, lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular. 
Causas 
Na profundidade do cérebro existe uma área conhecida como os gânglios 
basais. Quando o cérebro inicia uma ação como a de levantar um braço, os neurónios 
nos gânglios basais contribuem para a precisão e a uniformidade dos movimentos e 
coordenam as mudanças de posição. Os gânglios basais processam os sinais e 
transmitem a informação ao tálamo, que seleciona os impulsos processados e os envia 
para o córtex cerebral. Todos estes sinais se transmitem através de neurotransmissores 
químicos sob a forma de impulsos eléctricos pelas vias nervosas. A dopamina é o 
principal neurotransmissor dos gânglios basais. 
Na doença de Parkinson produz-se uma degenerescência nas células dos 
gânglios basais que ocasiona uma perda ou uma interferência na ação da dopamina e 
leva a menos conexões com outras células nervosas e músculos. A causa da 
degenerescência das células nervosas e da perda de dopamina, habitualmente, não é 
conhecida. O fator genético não parece desempenhar um papel importante, embora a 
doença às vezes tenda a afetar famílias. 
Há ocasiões em que se pode conhecer a causa. Em alguns casos a doença de 
Parkinson é uma complicação tardia da encefalite viral, uma infecção semelhante à 
gripe, relativamente pouco frequente mas grave, que causa a inflamação do cérebro. 
Noutros casos, a doença de Parkinson deve-se a processos degenerativos, fármacos 
ou produtos tóxicos que interferem ou inibem a ação da dopamina no cérebro. Por 
exemplo, os antipsicóticos utilizados no tratamento da paranóia grave e da
14 
esquizofrenia interferem com a acção da dopamina sobre as células nervosas. 
Igualmente, uma forma de opiáceo sintetizado ilegalmente e conhecido como N-MPTP 
pode causar uma doença de Parkinson. 
Sintomas e diagnóstico 
A doença de Parkinson inicia-se, frequentemente, de forma insidiosa e avança 
de forma gradual. Em muitas pessoas inicia-se como um tremor da mão quando está 
em repouso. O tremor é máximo em repouso, diminui com o movimento voluntário da 
mão e desaparece durante o sono. O tremor, leve e rítmico, intensifica-se com a tensão 
emocional ou o cansaço. Embora o tremor apareça numa mão, no final pode passar 
para a outra e afetar braços e pernas. Podem ser afetadas também a mandíbula, a 
língua, a fronte e as pálpebras. O tremor não constitui o primeiro sintoma num terço das 
pessoas com a doença de Parkinson; noutras, torna-se menos visível à medida que a 
doença progride e muitos nunca chegam a manifestar tremor. 
A dificuldade para iniciar o movimento é particularmente importante e a rigidez muscular 
dificulta ainda mais a mobilidade. Quando o antebraço é flectido ou estendido por outra 
pessoa, pode perceber-se a rigidez e uma espécie de rangido. A rigidez e a imobilidade 
podem contribuir para produzir dores musculares e sensação de cansaço. A 
combinação de todos estes sintomas causa muitas dificuldades. A deterioração no 
controlo da musculatura das mãos provoca uma dificuldade crescente para as 
atividades diárias, como abotoar os botões da camisa ou atar os atacadores. Para a 
pessoa com doença de Parkinson dar um passo implica um esforço e a marcha, muitas 
vezes, é a passos curtos arrastando os pés e sem o compasso do balanceamento 
habitual dos braços. Ao iniciarem a marcha, algumas pessoas experimentam 
dificuldades para parar ou virar. O passo pode acelerar-se inadvertidamente, o que 
obriga a pessoa a encurtar o percurso para evitar a queda. A postura curva-se e é-lhe 
difícil manter o equilíbrio, o que cria uma tendência para cair para a frente ou para trás.
15 
As feições são menos expressivas devido à imobilidade dos músculos da cara 
responsáveis pela expressão. Às vezes, esta falta de expressão confunde-se com uma 
depressão, embora muitas pessoas com a doença de Parkinson se tornem 
efetivamente depressivas. Com o tempo a cara adquire um olhar perdido, com a boca 
aberta e uma diminuição do pestanejar. É frequente que estas pessoas se babem ou se 
engasguem como consequência da rigidez muscular na cara e na garganta, o que 
dificulta a deglutição. Os doentes que sofrem de Parkinson costumam falar sussurrando 
com voz monótona e podem gaguejar devido à dificuldade que têm para exprimir os 
seus pensamentos. A maioria mantém uma inteligência normal, mas muitos 
desenvolvem demência. 
Tratamento 
Na abordagem terapêutica da doença de Parkinson pode utilizar-se uma ampla 
variedade de medicamentos, incluindo a levodopa, a bromocriptina, o pergolide, a 
selegilina, anticolinérgicos (benzatropina ou tri-hexifenidilo), anti-histamínicos, 
antidepressivos, propranolol e amantadina. Nenhum destes fármacos cura a doença 
nem suprime a sua evolução, mas facilitam o movimento e durante anos estes doentes 
podem levar a cabo uma vida funcionalmente ativa. No cérebro a levo dopa transforma-se 
em dopamina. Este fármaco reduz o tremor e a rigidez muscular e melhora o 
movimento. A administração de levo dopa em pessoas com uma forma ligeira de 
doença de Parkinson pode levá-las a recuperar uma atividade praticamente normal, e 
inclusive algumas, que se viram obrigadas a permanecer na cama, podem voltar a 
movimentar-se por si mesmas. O tratamento preferido para a doença de Parkinson é 
levodopa-carbidopa, mas torna-se difícil encontrar o equilíbrio da melhor dose para um 
doente em particular. A carbidopa possibilita que a levodopa alcance mais eficazmente 
o cérebro e diminui os efeitos adversos da levodopa fora do mesmo. Certos efeitos
16 
secundários (como movimentos involuntários da boca, da cara e dos membros) podem 
limitar a quantidade de levodopa que uma pessoa pode tolerar. O tratamento 
prolongado com levodopa durante vários anos significa, para algumas pessoas, ter de 
suportar movimentos involuntários da língua e dos lábios, gesticulações e sacudidelas 
da cabeça e espasmos nos membros. Alguns especialistas julgam que associar ou 
substituir a bromocriptina por levodopa durante os anos iniciais do tratamento pode 
atrasar o aparecimento dos movimentos involuntários. Com o passar dos anos vão-se 
reduzindo os períodos de alívio que acompanham cada dose de levodopa-carbidopa e 
períodos de dificuldade em iniciar o movimento alternam com outros de hiperatividade 
incontrolável. Em questão de segundos, a pessoa pode passar de um estado de 
mobilidade aceitável a outro de incapacidade grave do movimento. Após cinco anos de 
tratamento com levodopa, mais de 50 % dos doentes experimentam estas flutuações 
abruptas. É possível controlá-las reduzindo a dose de levodopa e administrando-a de 
forma mais frequente. Através do transplante para o cérebro de pessoas com a doença 
de Parkinson de células nervosas provenientes de tecido fetal humano podem 
normalizar-se as alterações químicas da doença, mas não existe informação suficiente 
para recomendar este procedimento. Um procedimento experimental anterior consistia 
em transplantar um fragmento de glândula suprarrenal do próprio afetado para o seu 
cérebro, mas tal procedimento desvalorizou-se porque se revelou um benefício muito 
modesto em comparação com o risco. 
A prática diária do máximo de atividades físicas possíveis e o seguimento de um 
programa regular de exercícios podem contribuir para que os afetados pela doença de 
Parkinson mantenham a mobilidade. A fisioterapia e as ajudas mecânicas (como as 
cadeiras de rodas) podem ser úteis para restabelecer um grau suficiente de autonomia. 
Uma dieta rica em fibras e uma ingestão adequada de alimentos contribuirão para 
combater a obstipação que pode ocorrer devido à inatividade, à desidratação e ao uso 
de alguns fármacos. Neste sentido é útil acrescentar suplementos à dieta e tomar 
laxantes para manter a regularidade da função intestinal. Deve prestar-se uma atenção 
especial à dieta porque a rigidez muscular pode dificultar a deglutição, e às vezes de 
forma grave, o que a longo prazo pode produzir desnutrição.
17 
5. NERVOS PERIFERICOS 
A função dos nervos é conduzir, através de suas fibras, impulsos nervosos do 
sistema nervoso central para a periferia (impulsos eferentes) e da periferia para o 
sistema nervoso central (impulsos aferentes). As libras nervosas que constituem os 
nervos são. em geral, mielínicas com neurilema. Entretanto, o nervo óptico é 
constituído somente por libras mielínicas sem neurilema, c no nervo olfatório as 
fibras são mielínicas com neurilema (fibras de Remak). São três as bainhas 
conjuntivas que entram na constituição de um nervo: epineuro, perineuro e 
endoneuro. O epineuro envolve todo o nervo e emite septos para seu interior. O 
perineuro envolve os feixes de fibras nervosas. Por sua vez, cada fibra nervosa é 
envolvida por uma trama delicada de tecido conjuntivo frouxo, o endoneuro. As 
bainhas conjuntivas conferem grande resistência aos nervos e, de modo geral, são 
mais espessas nos nervos superficiais, pois estes mais do que os profundos estão 
expostos aos traumatismos. Para maiores detalhes sobre a estruturados nervos. Os 
nervos são muito vascularizados, sendo percorridos longitudinalmente por vasos 
que se anastomosam, o que permite a retirada do epineuro em um trecho de até 
15cm sem que ocorra lesão nervosa. Por outro lado, os nervos são quase 
totalmente desprovidos de sensibilidade. Se um nervo é estimulado ao longo de seu 
trajeto, a sensação geralmente dolorosa é sentida não no ponto estimulado, mas no 
território sensitivo que ele inerva. Assim, quando um membro é amputado, os cotos 
nervosos irritados podem originar impulsos nervosos que são interpretados pelo 
cérebro como se fossem originados no membro retirado, resultando a chamada dor 
fantasma, pois o indivíduo sente dor cm um membro que não existe. Durante o seu 
trajeto, os nervos podem se bifurcar ou se anastomosar. Nestes casos, entretanto, 
não há bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um 
reagrupamento de fibras que passam a constituir dois nervos ou que se destacam 
de um nervo para seguir outro. Contudo, próximo à sua terminação as fibras 
nervosas motoras ou sensitivas de um nervo em geral ramificam-se muito. Os 
nervos espinhais originam-se na medula e os cranianos no encéfalo. Costuma-se 
distinguir em um nervo uma origem real e uma origem aparente. A origem real
18 
corresponde ao local onde estão localizados os corpos dos neurônios que 
constituem os nervos, como, por exemplo, a coluna anterior da medula, os núcleos 
dos nervos cranianos ou os gânglios sensitivos, no caso de nervos sensitivos. A 
origem aparente corresponde ao ponto de emergência ou entrada do nervo na 
superfície do sistema nervoso central. No caso dos nervos espinhais, esta origem 
está nos sulcos lateral anterior e lateral posterior da medula. Alguns consideram 
ainda uma origem aparente no esqueleto que, no caso dos nervos espinhais, está 
nos forames intervertebrais e, no caso dos nervos cranianos, em vários orifícios 
existentes na base do crânio. 
CONDUÇÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS 
Nos nervos a condução dos impulsos nervoso sensitivos (ou aferentes) se faz através 
dos prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos. Convém recordar que estes 
neurônios têm seu corpo localizado nos gânglios das raízes dorsais dos nervos 
espinhais e nos gânglios de alguns nervos cranianos. São células pseudo-unipolares, 
com um prolongamento periférico que se liga ao receptor e um prolongamento central 
que se liga a neurônios da medula ou do tronco encefálico. O prolongamento periférico 
é morfologicamente um axônio, mas conduz o impulso nervoso centripetamente, sendo, 
pois, funcionalmente um dendrito. Já o prolongamento central é um axônio no sentido 
morfológico e funcional, uma vez que conduz centrifugamente. Os impulsos nervosos 
sensitivos são conduzidos do prolongamento periférico para o central e admite-se que 
não passam pelo corpo celular. Os impulsos nervosos motores são conduzidos do 
corpo celular para o efetuador. Contudo, pode-se estimular experimentalmente um
19 
nervo isolado que, então, funciona como um fio elétrico nos dois sentidos, dependendo 
apenas da extremidade estimulada. 
LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS REGENERAÇÃO DE FIBRAS NERVOSAS 
Os nervos periféricos são frequentemente traumatizados, resultando esmagamentos ou 
secções que trazem como consequência perda ou diminuição da sensibilidade e da 
motricidade no território inervado. Os fenômenos que ocorrem nestes casos orientam a 
conduta cirúrgica a ser adotada e são de grande importância para o médico. Tanto nos 
esmagamentos como nas secções ocorrem degenerações da parte distai do axônio e 
sua bainha de mielina, estendendo-se o fenômeno em direção proximal até 
estrangulamento de Ranvier mais próximo da lesão (degeneração Walleriana). No 
corpo celular há cromatólise, que atinge o máximo entre sete e 15 dias. O grau de 
cromatólise é inversamente proporcional a distância da lesão ao corpo celular. As 
alterações do corpo celular podem ser muito intensas, levando a uma desintegração do 
neurônio, mas, em geral, ocorre recuperação. 
Nestes casos as extremidades proximais das fibras lesadas crescem e emitem 
numerosos brotamentos que alcançam o nível da lesão e penetram no tecido cicatricial. 
Em casos de secção com afastamento dos dois cotos, as fibras nervosas em 
crescimento, não encontrando o coto distai, crescem desordenadamente no tecido 
cicatricial, constituindo os neuromas formados de tecido conjuntivo, células de Schwann 
e um emaranhado de fibras nervosas "perdidas". Nestes casos, para que haja 
recuperação funcional deve-se fazer a remoção do tecido cicatricial e o ajustamento 
dos cotos nervosos por sutura epineural, de modo a permitir que as fibras nervosas em 
regeneração penetrem no coto distai do nervo. Neste coto, após a lesão, ocorrem 
importantes modificações nas células de Schwann estudadas ao microscópio 
eletrônico.
20 
TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS (RECEPTORES) 
A classificação dos receptores, particularmente a correspondência dos vários 
receptores com as diferentes modalidades de sensibilidade, é assunto bastante 
controvertido. Com finalidade didática, fugiremos um pouco das controvérsias, dando 
ênfase à conceituação atualmente mais aceita. 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS RECEPTORES 
Distinguem-se dois grandes grupos: os receptores especiais e os receptores gerais. 
Os receptores especiais são mais complexos, relacionando-se com um neuroepitélio 
(retina, órgão de Corti etc.), e fazem parte dos chamados órgãos especiais do sentido: 
os órgãos da visão, audição e equilíbrio, gustação e olfação, todos localizados na 
cabeça. Os receptores gerais ocorrem em todo o corpo, havendo maior concentração 
na pele. Em sua maioria, apresentam uma estrutura mais simples que a dos receptores 
especiais, podendo, do ponto de vista morfológico, ser classificados cm dois tipos: livres 
e encapsulados, conforme tenham ou não uma cápsula conjuntiva 
3.1.1 — Receptores Livres 
Os receptores gerais livres são, sem dúvida, os mais frequentes. Ocorrem, por 
exemplo, em toda a pele, emergindo de redes nervosas subepiteliais e ramificando-se 
entre as células da epidêmica. Ao se transformarem em terminações livres, as fibras 
nervosas perdem sua bainha de mielina, mantendo seu envoltório de células de 
Schwann até as proximidades da ponta do axônio. Algumas terminações livres 
relacionadas com o tato enrolam-se na base dos folículos pilosos ou terminam em 
contato com células epiteliais especiais, constituindo os discos de Merkel. Além das 
funções de tato, as terminações livres são também responsáveis pela sensibilidade 
térmica e dolorosa.
21 
2.1.2 — Receptores Encapsulados 
Esses receptores são em geral mais complexos que os livres e, na maioria deles, há 
intensa ramificação da extremidade do axônio no interior de uma cápsula conjuntiva. 
Estão compreendidos aqui os corpúsculos sensitivos da pele descritos na histologia 
clássica, além dos fusos neuromusculares e neurotendíneos. Para uma descrição mais 
detalhada da morfologia dessas terminações, devem ser consultados os textos de 
histologia. A seguir faremos uma rápida caracterização das terminações nervosas 
encapsuladas mais importantes para a neuroanatomia funcional: 
a) corpúsculos de Meissner — ocorrem nas papilas dérmicas, principalmente 
nas da pele espessa das mãos e dos pés. São receptores de tato e pressão; 
b) corpúsculos de Ruffini — ocorrem nas papilas dérmicas tanto da 
pele espessa das mãos e dos pés como na pele pilosa do restante do corpo. Durante 
muito tempo acreditou-se que seriam sensíveis ao calor. 
Sabe-se hoje que são receptores de tato e pressão: 
c) corpúsculos de Water-Paccini — têm distribuição muito ampla, ocorrendo 
principalmente no tecido celular subcutâneo das mãos e dos pés ou mesmo em 
territórios mais profundos, como nos septos intermusculares e no periósteo. Durante 
muito tempo acreditou-se que os corpúsculos de Paccini seriam receptores 
relacionados com a percepção de pressão. 
Sabe-se hoje que são responsáveis pela sensibilidade vibratória, ou seja, a capacidade 
de perceber estímulos mecânicos rápidos e repetitivos; 
d) fusos neuromusculares — são pequenas estruturas em forma de fuso 
situadas nos ventres dos músculos esfriados esqueléticos, dispondo-se paralelamente 
com as fibras destes músculos (fibras extrafusais). Cada fuso é consumido de uma 
cápsula conjuntiva que envolve de duas a dez pequenas fibras estriadas denominadas 
fibras intrafusals.
22 
CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS RECEPTORES 
Durante muito tempo discutiu-se se um mesmo receptor poderia ser ativado por vários 
es- tímulos ou se cada receptor seria ativado por um estímulo específico. Graças 
sobretudo a pesquisas neurofisiológicas envolvendo a tomada de potenciais bioelétricos 
em fibras nervosas isoladas, a especificidade dos receptores é hoje geralmente aceita. 
Aparentemente isso está em contradição com o fato de os receptores livres serem 
responsáveis por vários tipos de sensibilidade (temperatura, dor, tato). Na verdade, um 
determinado receptor livre é responsável apenas por uma dessas formas de 
sensibilidade. Assim, sob a denominação de receptores livres, existem de fato, do ponto 
de vista fisiológico, vários receptores que não foram ainda caracterizados 
morfologicamente, mas que, é muito provável, apresentam diferenças bioquímicas. 
Cabe assinalar que o mecanismo íntimo envolvido na transformação de estímulos 
físicos em atividade bioelétrica nos receptores ainda é pouco conhecido. Usando-se 
como critério os estímulos mais adequados para ativar os vários receptores, estes 
podem ser classificados como: 
a) quimiorreceptores — são receptores sensíveis 
a estímulos químicos, como os da olfaçâo e gustação; os receptores do corpo 
carol ídco são capazes de delect ar variações no teor do oxigênio circulante; 
b) osmârrêceptores — receptores capazes de detectar variação de pressão osmótica; 
c) fotorreceptores — receptores sensíveis à luz, como os cones e bastonetes da retina; 
d) termorreceptores — receptores capazes de detectar frio e calor. São terminações 
nervosas livres; 
e) nocicevtores (do latim nocere = prejudicar) — são receptores ativados em situações 
em que há lesões de tecido, causando Dor. São terminações nervosas livres; 
f) mecanorreceptores — são receptores sensíveis a estímulos mecânicos e constituem 
o grupo mais diversificado. Aqui situam-se os receptores de audição e de 
equilíbrio do ouvido interno, os receptores do seio carotídeo, sensíveis às mudanças 
na pressão arterial (barorreceptores), os fusos neuromusculares e órgãos 
neurotendinosos, sensíveis ao estiramento de músculos e tendões, assim como os
23 
vários receptores cutâneos responsáveis pela sensibilidade de tato, pressão e vibração. 
Outra maneira de classificar os receptores, proposta inicialmente por Sherrington, leva 
em conta a sua localização, o que define a natureza do estímulo que os ativa. Com 
base nesse critério, distinguem-se três categorias de receptores: exteroceptores, 
proprioceptores e interoceptores. 
Os exteroceptores localizam-se na superfície externa do corpo, onde são ativados por 
agentes externos como calor, frio, tato, pressão, luz e som., Os proprioceptores 
localizam-se mais profundamente, situando-se nos músculos, tendões, ligamentos e 
cápsulas articulares. Os impulsos nervosos originados nesses receptores, impulsos 
nervosos proprioceptivos, podem ser conscientes e inconscientes. Esses últimos não 
despertam nenhuma sensação, sendo utilizados pelo sistema nervoso central para 
regular a atividade muscular através do reflexo miotático ou dos vários centros 
envolvidos na atividade motora, em especial o cerebelo. Os impulsos proprioceptivos 
conscientes atingem o córtex cerebral e permitem a um indivíduo, mesmo de olhos 
fechados, ter percepção de seu corpo e de suas partes, bem como da atividade 
muscular e do movimento das articulações. São. pois, responsáveis pelo sentido de 
posição c de movimento. Os interoceptores (ou visceroceptores) localizam- se nas 
vísceras e nos vasos e dão origem às diversas formas de sensações viscerais, 
geralmente pouco localizadas, como a fome, a sede, o prazer sexual ou a dor visceral. 
TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS 
As terminações nervosas motoras ou junções neuroefetuadoras são menos 
variadas que as sensitivas e sobre elas não há tantas controvérsias. Funcionalmente 
elas se assemelham às sinapses entre os neurônios e, na realidade, o termo sinapse 
no sentido mais amplo também se lhes aplica. As terminações nervosas motoras 
podem ser somáticas ou viscerais. As primeiras terminam nos músculos estriados 
esqueléticos, as segundas nas glândulas, músculo liso ou músculo cardíaco, 
pertencendo pois ao sistema nervoso autônomo.
24 
TERMINAÇÕES EFERENTES SOMÁTICAS 
As fibras nervosas eferentes somáticas relacionam- se com as fibras musculares 
estriadas esqueléticas através dc estruturas especializadas denominadas placas 
motoras. Ao aproximar-se da fibra muscular, a fibra nervosa perde sua bainha de 
mielina, conservando, entretanto, o neurilema (Fig. 3.1). Na placa motora, a terminação 
axônica emite finos ramos contendo pequenas dilatações, os botões sinápticos de onde 
é liberado o neurotransmissor. A ultra-estrutura da placa motora ao nível de um desses 
botões é bastante semelhante à da sinapse intcrneuronal. O elemento pré-sináptico, 
formado Fotomicrografia de placas motoras (setas). Impregnação metálica pelo método 
dc cloreti > de ouro dc Ranvier. pela terminação axônica, apresenta-se rico em 
vesículas sinápticas agranulares que se acumulam próximo a barras densas, 
constituindo zonas ativas onde é liberado o neurotransmissor. a acetileolina. O 
elemento pós-sináptico é constituído pelo sarcolema da libra muscular, que mantém 
sua membrana basal e tem sua área consideravelmente aumentada pela presença de 
pregueamento característico (as pregas juncionais). As cristas dessas pregas 
apresentam densidades pós-sinápticas. O neurotransmissor acetileolina liberado na 
fenda sináptica causa despolarização do sarcolema. O que desencadeia a contração da 
libra muscular. O excesso de acetileolina liberado é inativado pela acetileolinesterase 
presente em grande quantidade na placa. 
TERMINAÇÕES EFERENTES VISCERAIS 
Nas terminações nervosas viscerais dos mamíferos o mediador químico pode ser 
a acetileolina ou a noradrenalina. Assim, as libras nervosas eferentes somáticas são 
colinérgicas, enquanto as viscerais podem ser colinérgicas ou adrenérgicas. As
25 
terminações eferentes viscerais apresentam mais dificuldades para estudo c são menos 
conhecidas que as somáticas. Entretanto, pesquisas de microscopia eletrônica e 
histoquímica têm esclarecido muitos aspectos de sua estrutura c função. Especialmente 
valioso foi o desenvolvimento de técnicas histoquímicas para das fibras. 
5. NERVOS ESPINHAIS 
Nervos espinhais são aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são 
responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça. São em 
número de 31 pares, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes. São, 
pois, oito pares de nervos cervicais. 12 toráeicos. cinco lombares, cinco sacrais, um 
coecígeo. Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal e ventral as 
quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior c lateral anterior da medula 
através de filamentos radiculares . 
Na raiz dorsal localiza-se o gânglio espinhal, onde estão os corpos dos 
neurônios sensitivos pseudo-unipolares, cujos prolongamentos central e periférico 
formam a raiz. A raiz ventral é formada por axônios que se originam em neurônios 
situados nas colunas anterior e lateral da medula. Da união da raiz dorsal, sensitiva, 
com a raiz ventral, motora, forma-se o tronco do nervo espinhal, que funcionalmente é 
misto.
26 
COMPONENTES FUNCIONAIS DAS FIBRAS DOS NERVOS ESPINHAIS 
A classificação funcional das fibras que constituem os nervos está intimamente 
relacionada à classificação das terminações nervosas estudada neste capítulo. Fibras 
que se ligam perifericamente a terminações nervosas aferentesconduzem os impulsos 
centripetamente e são aferentes. As que se originam em interoceptoressão viscerais, as 
que se originam em proprioceptores ou exteroceptores. são somáticas.As fibras 
originadas em exteroceptores, ou fibras exteroceptivas, conduzem impulsos originados 
na superfície, relacionados com temperatura, dor, pressão e tato. as fibras 
proprioceptivas podem ser conscientes ou inconscientes. Fibras que se ligam 
perifericamente a terminações nervosas eferentes conduzem os impulsos nervosos 
centrifugamente e são, por coaseguinte, eferentes, podendo ser somáticos ou viscerais. 
As fibras eferentes somáticas dos nervos espinhais terminam em músculos esfriados 
esqueléticos; as viscerais, em músculos liso, cardíaco ou glândula, integrando, como 
será visto mais adiante, o sistema nervoso autônomoDo que foi visto, verifica-se que, 
do ponto de vista funcional, os nervos espinhais são muito heterogêneos. E num 
mesmo nervo em um determinado momento podem existir fibras situadas lado a lado, 
conduzindo impulsos nervosos de direções diferentes para estruturas diferentes, 
nquanto outras fibras podem estar inativas. Isto é possível pelo fato de as fibras 
nervosas que constituem os nervos serem "isoladas" umas das outras e, portanto, de 
funcionamento independente. A situação é comparável a um cabo telefônico com 
centenas de tios independentes, cada um ligando um telefone a de uma parte 
especifica do centro 
TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS 
O tronco do nervo espinhal sai do canal vertebral pelo forame intervertebral e 
logo se divide em um ramo dorsal c um ramo ventral, ambos mistos. Com exceção dos
27 
três primeiros nervos cervicais, os ramos dorsais dos nervos espinhais são menores 
que os ventrais correspondentes. Eles se distribuem aos músculos c à pele da região 
dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos ventrais representam, 
praticamente, a continuação do tronco do nervo espinhal. Eles se distribuem pela 
musculatura, pele, ossos e vasos dos membros, bem como pela região anterolateral do 
pescoço e do tronco. Os ramos ventrais dos nervos espinhais torácicos (nervos 
intercostais) têm trajeto aproximadamente paralelo, seguindo cada um individualmente 
no seu espaço intercostal. Guardam, pois, no adulto, a disposição metamérica 
observada cm todos os nervos no início do desenvolvimento. Entretanto, o mesmo não 
acontece com os ramos ventrais dos outros nervos, os quais se anastomosam, 
entrecruzam e trocam fibras, resultando na formação de plexos. Deste modo, os nervos 
originados dos plexos são plurissegmentares, ou seja, contêm fibras originadas em 
mais dc um segmento medular. Já os nervos intercostais são unissegmentares, isto é, 
suas fibras se originam de um só segmento medular. O estudo da formação dos plexos, 
bem como dc seus ramos colaterais e terminais, é muito importante na prática médica e 
deverá ser feito no estudo da anatomia geral. 
De um modo geral, os nervos alcançam o seu destino pelo caminho mais curto. 
Entretanto, existem exceções explicadas por fatores embriológicos. Uma delas é o 
nervo laríngeo recorrente, que contorna a artéria subclávia, à direita, ou o arco aórtico, 
à esquerda, antes de atingir o seu destino nos músculos da laringe. O trajeto de um 
nervo pode ser superficial ou profundo. Os primeiros são predominantemente 
sensitivos, e os segundos predominantemente motores. Entretanto, mesmo quando 
penetra em um músculo, o nervo não é puramente motor, pois apresenta sempre fibras 
aferentes que veiculam impulsos proprioceptivos originados nos lusos 
neuromusculares. Do mesmo modo. Os nervos cutâneos não são puramente sensitivos, 
pois apresentam libras eferentes viscerais (do sistema autônomo) para as glândulas 
sudoríparas. músculos cretores dos pêlos e vasos superficiais.
28 
6.DOENÇAS RELACIONADA AOS NERVOS PERIFERICOS: 
Síndroma de Guillain-Barré 
A síndroma de Guillain-Barré (polinevrite aguda ascendente) é uma forma de 
polineuropatia aguda rapidamente progressiva caracterizada por debilidade muscular 
que, por vezes, conduz à paralisia. 
A causa deve-se, provavelmente, a uma reação auto-imune (o sistema imune 
ataca a bainha da mielina). Em 80 % dos casos, os sintomas iniciam-se entre 5 dias e 3 
semanas após uma perturbação infecciosa trivial, uma intervenção cirúrgica ou uma 
vacinação. 
Sintomas 
A síndroma de Guillain-Barré costuma iniciar-se com debilidade, formigueiro e 
perda da sensibilidade em ambas as pernas, que depois afeta os braços. A debilidade é 
o sintoma principal. Em 90 % dos afetados pela síndroma de Guillain-Barré a debilidade 
é mais acentuada entre a segunda e a terceira semanas. Em 5 % a 10 % dos casos, tal 
debilidade manifesta-se nos músculos respiratórios, ao ponto de ser, por vezes, 
necessário um respirador artificial. Cerca de 10 % dos doentes necessitam de ser 
alimentados por via endovenosa ou através de uma gastrostomia (colocação, através 
da parede abdominal, de um tubo até ao estômago) devido à debilidade dos músculos 
da cara e da deglutição. 
Nos doentes mais gravemente afetados pode verificar-se uma disfunção do 
sistema nervoso autónomo, com flutuações da pressão arterial e arritmias cardíacas. 
Uma das formas da síndroma de Guillain-Barré produz um grupo de sintomas não
29 
habituais, como paralisia dos movimentos oculares, dificuldade em andar e 
desaparecimento dos reflexos. Considerados de forma global, cerca de 5 % dos 
afetados pela síndroma de Guillain-Barré falecem por causa da doença. 
Diagnóstico 
Os médicos devem diagnosticar a doença baseando-se no padrão dos sintomas, 
dado que não há qualquer exame laboratorial específico da síndroma de Guillain-Barré. 
Com o objetivo de afastar outras possíveis causas de debilidade profunda, são 
efetuados diversos exames, como a análise do líquido cefalorraquidiano da medula 
espinhal (obtido através de uma punção lombar), um eletromiograma, estudos da 
condução nervosa e análises de sangue. 
Tratamento 
A síndroma de Guillain-Barré é uma doença muito grave que requer a 
hospitalização imediata dado que pode agravar-se muito rapidamente. O diagnóstico é 
de grande importância porque, quanto mais cedo se iniciar o tratamento adequado, 
melhor será o prognóstico. Os doentes são controlados muito de perto com o objetivo 
de poder aplicar-se respiração assistida, no caso de ser necessária. Para prevenir as 
úlceras e as lesões provocadas por uma permanência prolongada na cama, as 
enfermeiras tomam precauções utilizando colchões moles e voltando o doente de duas 
em duas horas. A fisioterapia é também importante para prevenir a rigidez muscular e 
preservar a função dos músculos e das articulações. 
Depois de estabelecido o diagnóstico, o tratamento escolhido é a plasmaférese 
(extração de substâncias tóxicas do sangue) ou a infusão de imunoglobinas. Os 
corticosteróides já não se recomendam porque não se demonstrou a sua eficácia e 
porque na realidade podem agravar a evolução da doença. As pessoas com a síndroma 
de Guillain-Barré podem melhorar espontaneamente, mas sem tratamento a 
convalescença pode prolongar-se muito. As pessoas que recebem um tratamento 
precoce podem experimentar uma melhoria muito rápida (em questão de dias ou de
30 
semanas). Caso contrário, a recuperação pode levar meses, embora a maioria recupere 
quase completamente. Cerca de 30 % das pessoas (inclusive uma percentagem 
superior em crianças com esta doença) têm ainda debilidade ao fim de 3 anos. Depois 
de uma melhoria inicial, aproximadamente 10 % dos doentes têm recidivas e 
desenvolvem uma polineuropatia crónica recidivante. As imunoglobulinas e os 
corticosteróides podem ser benéficos para esta forma persistente da síndroma de 
Guillain-Barré, tal como a plasmaférese e os fármacos que deprimem o sistema 
imunitário. 
Conclusão 
Neste trabalho foram analisadas as mais diversas ramificações que os nervos 
cranianos e espinais fazem pelo corpo humano, sua importância dos estímulos que são 
impulsionados através desses nervos que fazem as mais diversificadas reações por 
parte da região que é levada a responder de forma que imediata à estes estímulos 
como forma de sentido, prazer, fome, rir entre outros, como também a extrema 
sensação de calor ou de dor, provocada através desse sistema, estes e os mais 
variados exemplos de situações em que o Sistema Nervoso (craniano e espinal) atua. 
Conclui-se então que a os nervos espinais são interligados aos nervos cranianos e que 
sendo a medula espinal contínua com o encéfalo, formam o sistema nervoso central 
(SNC).
31 
REFERÊNCIAS 
1. MACHADO, Angelo, B. M. 2006. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. Editora 
Atheneu, São Paulo, SP , p.101-112. 
2. Copyright by Aula de Anatomia®.::.Todos os Direitos Reservados 
3. Designed by Jonas Edison Wecker.::.jonas@auladeanatomia.com 
4. http://www.manual merk.com 
5. http://www.gerardocristino.com.br

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Nervos cranianos e periféricos: estrutura, função e doenças

  • 1. FACULDADE DE CIENCIAS BIOMEDICAS DE CACOAL - FACIMED CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM-2 PERIODO-NOTURNO NERVOS CRANIANOS E NERVOS PERIFÉRICO CACOAL/RO 2014
  • 2. ANA CLAUDIA C DOMINGOS DAIANA BRAGA DUARTE GRACIELY S LUZ. HERMANO HENRIQUE JESSICA GIMENES MARIA NELI DOMINGUES NOELI CANDIDO DE OLIVEIRA SABRINA DE CASTRO QUEIROZ TÂNIA SOARES EVANGELISTA VERONICA LOPES DE PAIVA NERVOS CRANIANOS E NERVOS PERIFÉRICO Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal, como parte integrante dos requisitos para a avaliação na disciplina de Fisiologia Curso de Graduação em Enfermagem sob a orientação do professor Diego. Cacoal/RO 2014
  • 3. Sumário Sumário.............................................................................................................................................5 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................2 2. NERVOS EM GERAL...............................................................................................................................2 3. NERVOS CRANIANOS............................................................................................................................2 I. Nervo Olfatório .....................................................................................................................................3 II. Nervo Óptico ........................................................................................................................................4 III. Nervo Oculomotor ..............................................................................................................................4 IV. Nervo Troclear ....................................................................................................................................4 VI. Nervo Abducente ................................................................................................................................4 V. Nervo Trigêmeo ..................................................................................................................................5 Vii. Nervo Facial .......................................................................................................................................7 VIII. Nervo Vestibulococlear ....................................................................................................................8 IX. Nervo Glossofaríngeo .........................................................................................................................8 É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior e inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio óptico. Desse gânglio, saem fibras nervosas do nervo aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida............8 X. Nervo Vago ..........................................................................................................................................9 O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o gânglio inferior, situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório........9 XI. Nervo Acessório ..................................................................................................................................9 XII. Nervo Hipoglosso .............................................................................................................................10
  • 4. 4. DOENÇAS RELACIONADAS AOS NERVOS CRANIANOS:..............................................10 Nevralgia do trigémio.............................................................................................................................10 Sintomas.................................................................................................................................................11 Diagnóstico.............................................................................................................................................11 Tratamento.............................................................................................................................................12 Doença de Parkinson......................................................................................................................13 Causas.....................................................................................................................................................13 Sintomas e diagnóstico...........................................................................................................................14 Tratamento.............................................................................................................................................15 5. NERVOS PERIFERICOS .........................................................................................................17 CONDUÇÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS.................................................................................................18 LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS REGENERAÇÃO DE FIBRAS NERVOSAS............................................19 TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS (RECEPTORES)...........................................................................20 CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS RECEPTORES...............................................................................20 CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS RECEPTORES ....................................................................................22 TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS....................................................................................................23 TERMINAÇÕES EFERENTES SOMÁTICAS.................................................................................................24 TERMINAÇÕES EFERENTES VISCERAIS....................................................................................................24 5. NERVOS ESPINHAIS...............................................................................................................25 COMPONENTES FUNCIONAIS DAS FIBRAS DOS NERVOS ESPINHAIS......................................................26 TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS..........................................................................................................26 6.DOENÇAS RELACIONADA AOS NERVOS PERIFERICOS:...............................................28 Síndroma de Guillain-Barré....................................................................................................................28 Sintomas.................................................................................................................................................28 Diagnóstico.............................................................................................................................................29 Tratamento.............................................................................................................................................29 Conclusão.......................................................................................................................................30 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................31
  • 5. 2 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho é sobre os nervos craniano e sistema periférico na qual baseado em varias pesquisas em sites e livros tratará a suas estruturas e funções e como são conectados através da medula espinal e sua redistribuição para as demais regiões do corpo humano além de abordar as respectivas fisiopatologias. 2. NERVOS EM GERAL Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos. Podem ser espinhais ou cranianos, conforme esta união se faça com a medula espinhal ou com o encéfalo 3. NERVOS CRANIANOS Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originam-se dos neurônios situados fora do encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos. Os núcleos que dão origem a dez dos doze pares de nervos cranianos situam-se em colunas verticais no tronco do encéfalo e correspondem à substância cinzenta da medula espinhal. De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em motores, sensitivos e mistos. Os motores (puros)
  • 6. 3 são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero-posteriores do pescoço. São eles: III - Nervo Oculomotor IV - Nervo Troclear VI - Nervo Abducente XI - Nervo Acessório XII - Nervo Hipoglosso Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). Os sensoriais são: I - Nervo Olfatório II - Nervo Óptico VIII - Nervo Vestibulococlear Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro: V - Trigêmeo VII - Nervo Facial IX - Nervo Glossofaríngeo X - Nervo Vago Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica do sistema autônomo. São os seguintes: III - Nervo Oculomotor VII - Nervo Facial IX - Nervo Glossofaríngeo X - Nervo Vago XI - Nervo Acessório I. Nervo Olfatório As fibras do nervo olfatório distribuem-se por uma área especial da mucosa nasal que recebe o nome de mucosa olfatória. Em virtude da existência de grande
  • 7. 4 quantidade de fascículos individualizados que atravessam separadamente o crivo etmoidal, é que se costuma chamar de nervos olfatórios, e não simplesmente de nervo olfatório (direito e esquerdo).É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo classificados como aferentes viscerais especiais. II. Nervo Óptico É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao pólo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no tracto óptico até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se como aferentes somáticas especiais. III. Nervo Oculomotor IV. Nervo Troclear VI. Nervo Abducente São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior, oblíquo inferior. Todos estes músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras que inervam os músculos extrínsecos do olho são classificadas como eferentes somáticas.
  • 8. 5 O nervo oculomotor nasce no sulco medial do pedúnculo cerebral; o nervo troclear logo abaixo do colículo inferior; e o nervo abducente no sulco pontino inferior, próximo à linha mediana. Os três nervos em apreço se aproximam, ainda no interior do crânio, para atravessar a fissura orbital superior e atingir a cavidade orbital, indo se distribuir aos músculos extrínsecos do olho. O nervo oculomotor conduz ainda fibras vegetativas, que vão à musculatura intrínseca do olho, a qual movimenta a íris e a lente. V. Nervo Trigêmeo O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigemial, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigatórios. O problema médico mais frequentemente observado em relação ao trigêmeo é a nevralgia, que se manifesta por crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo. a. Nervo oftálmico: atravessa a fissura orbital superior (juntamente com o III, IV, VI pares cranianos e a veia oftálmica) e ao chegar à órbita fornece três ramos terminais, que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.O nervo oftálmico é responsável pela
  • 9. 6 sensibilidade da cavidade orbital e seu conteúdo, enquanto o nervo óptico é sensorial (visão). b. Nervo maxilar: é o segundo ramo do nervo trigêmeo. Ele cruza a fossa pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para introduzir-se na fissura orbital inferior e penetrar na cavidade orbital, momento em que passa a se chamar nervo infra--orbital. O nervo infra orbital continua a mesma direção para frente transitando pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e forame infra orbital e através desse último se exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a pálpebra inferior (n. palpebral inferior), nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial superior). O nervo infra orbital (ramo terminal do nervo maxilar) fornece como ramos colaterais o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, que se dirigem para baixo. Nas proximidades dos ápices das raízes dos dentes superiores, os três nervos alveolares superiores emitem ramos que se anastomosam abundantemente, para constituírem o plexo dental superior. c. Nervo mandibular: é o terceiro ramo do nervo trigêmeo. Ele atravessa o crânio pelo forame oval e logo abaixo deste se ramifica num verdadeiro ramalhete, sendo que os dois ramos principais, são o nervo lingual e alveolar inferior. O nervo lingual dirige-se para a língua, concedendo sensibilidade geral aos seus dois terços anteriores. O nervo alveolar inferior penetra no forame da mandíbula e percorre o interior do osso pelo canal da mandíbula até o dente incisivo central. Aproximadamente na altura do segundo pré-molar, o nervo alveolar inferior emite um ramo colateral, que é o nervo mental (nervo mentoniano), o qual emerge pelo forame de mesmo nome, para fornecer sensibilidade geral às partes moles do mento. Dentro do canal da mandíbula, o nervo alveolar inferior se ramifica, porém seus ramos se anastomosam desordenadamente para constituir o plexo dental inferior, do qual partem os ramos dentais inferiores que vão aos dentes inferiores. A parte motora do nervo mandibular inerva os músculos mastigatórios (temporal, masseter e pterigóideo medial e lateral), com nervos que tem o mesmo nome dos músculos.
  • 10. 7 Vii. Nervo Facial É também um nervo misto, apresentando uma raiz motora e outra sensorial gustatória. Ele emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio. Juntamente com o nervo vestíbulo-coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno, no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, formando-se assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial. A raiz motora é representada pelo nervo facial propriamente dito, enquanto a sensorial recebe o nome de nervo intermédio. Ambos têm origem aparente no sulco pontino inferior e se dirigem paralelamente ao meato acústico interno onde penetram juntamente com o nervo vestibulococlear. No interior do meato acústico interno, os dois nervos (facial e intermédio) penetram num canal próprio escavado na parte petrosa do osso temporal, que é o canal facial. As fibras motoras atravessam a glândula parótida atingindo a face, onde dão dois ramos iniciais: o temporo facial e cérvico facial, os quais se ramificam em leque para inervar todos os músculos cutâneos da cabeça e do pescoço. Algumas fibras motoras vão ao músculo estilo-hióideo e ao ventre posterior do digástrico. As fibras sensoriais (gustatórias) seguem um ramo do nervo facial que é a corda do tímpano, que vai se juntar ao nervo lingual (ramo mandibular, terceiro ramo do trigêmeo), tomando-se como vetor para distribuir-se nos dois terços anteriores da língua. O nervo facial apresenta ainda fibras vegetativas (parassimpáticas) que se utilizam do nervo intermédio e depois seguem pelo nervo petroso maior ou pela corda do tímpano (ambos ramos do nervo facial) para inervar as glândulas lacrimais, nasais e salivares (glândula sublingual e submandibular). Em síntese, o nervo facial dá inervação motora para todos os músculos cutâneos da cabeça e pescoço (músculo estilo-hióideo e ventre posterior do digástrico).
  • 11. 8 VIII. Nervo Vestibulococlear Constituído por dois grupos de fibras perfeitamente individualizadas que formam, respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo. Ocupa juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal. A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio. A parte coclear é constituída de fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição. As fibras do nervo vestíbulo-coclear classificam-se como aferentes somáticas especiais. IX. Nervo Glossofaríngeo É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior e inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio óptico. Desse gânglio, saem fibras nervosas do nervo aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida.
  • 12. 9 X. Nervo Vago O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o gânglio inferior, situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório. Fibras aferentes viscerais gerais: conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traqueia, esôfago, vísceras do tórax e abdome. Fibras eferentes viscerais gerais: são responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais. Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe. As fibras eferentes do vago se originam em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas nos gânglios superior e inferior. XI. Nervo Acessório Formado por uma raiz craniana e uma espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula, constituindo um tronco que penetra no crânio pelo forame magno.
  • 13. 10 A este tronco unem-se filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo. O tronco divide-se em um ramo interno e um externo. O interno une-se ao vago e distribui-se com ele, e o externo inerva os músculos trapézio e esternocleidomastóideo. As fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são: Fibras eferentes viscerais especiais, que inervam os músculos da laringe; Fibras eferentes viscerais gerais, que inervam vísceras torácicas. XII. Nervo Hipoglosso Nervo essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Este, emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, e dirige-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (está relacionado com a motricidade da mesma). Suas fibras são consideradas eferentes somáticas. 4. DOENÇAS RELACIONADAS AOS NERVOS CRANIANOS: Nevralgia do trigémio Também conhecida como tique doloroso, a nevralgia do trigémio caracteriza-se pela disfunção do nervo trigémio (nervo craniano V), que conduz a informação da sensibilidade da face até ao cérebro. A sua disfunção causa episódios de dor forte e pungente de alguns segundos a minutos de duração. A nevralgia do trigémio pode afetar os adultos de qualquer idade, mas a perturbação é mais frequente nas pessoas de idade. Não se conhece a sua causa.
  • 14. 11 Sintomas A dor pode aparecer espontaneamente, mas muitas vezes é desencadeada quando se toca um ponto em particular (ponto desencadeante) ou por atividades como lavar os dentes ou mastigar. Imediatamente podem sentir-se em qualquer ponto da metade inferior da face guinadas repetidas de dor intensíssima, como se se tratasse de relâmpagos. Na maioria das vezes, a dor incide na zona da maçã do rosto próxima do nariz ou na área da mandíbula. A crise de dor pode repetir-se até cem vezes por dia, chegando por vezes a determinar uma incapacidade total. Sintomas A dor pode aparecer espontaneamente, mas muitas vezes é desencadeada quando se toca um ponto em particular (ponto desencadeante) ou por atividades como lavar os dentes ou mastigar. Imediatamente podem sentir-se em qualquer ponto da metade inferior da face guinadas repetidas de dor intensíssima, como se se tratasse de relâmpagos. Na maioria das vezes, a dor incide na zona da maçã do rosto próxima do nariz ou na área da mandíbula. A crise de dor pode repetir-se até cem vezes por dia, chegando por vezes a determinar uma incapacidade total. Diagnóstico Embora não existam exames específicos para identificar a nevralgia do trigémio, o seu diagnóstico é fácil, dadas as características da dor. Os médicos tentam também descartar outras causas possíveis de dor facial, como doenças da mandíbula, dos
  • 15. 12 dentes ou dos seios, ou então uma compressão do nervo trigémio por um tumor ou um aneurisma. Tratamento Os analgésicos clássicos não costumam ser úteis, dado que os episódios de dor são breves e recidivantes, mas outros fármacos costumam aliviá-los, especialmente os anticonvulsivantes (que estabilizam as membranas dos nervos). Primeiro é habitual experimentar-se a carbamazepina, mas pode prescrever-se a fenitoína se aquela não der resultado ou produzir reações adversas graves. Em alguns casos podem ser eficazes o baclofeno e alguns antidepressivos. São frequentes as remissões espontâneas, embora muitas vezes os episódios possam estar separados por longos intervalos de tempo sem sintomas. Por vezes a nevralgia do trigémio surge como consequência de uma artéria que passa por um trajeto anómalo e que comprime o nervo adjacente ao cérebro. Nesses casos está indicado o tratamento cirúrgico, que consiste em afastar essa artéria do nervo, conseguindo-se assim aliviar a dor pelo menos durante alguns anos. Quando a dor não responde aos fármacos ou se uma pessoa não pode ser operada por qualquer motivo, pode recorrer-se a um ensaio que consiste na injeção de álcool no nervo para bloquear a sua função temporariamente. Se isto aliviar a dor, o nervo pode ser seccionado ou mesmo destruído permanentemente com a injeção de um fármaco. Estes procedimentos causam muitas vezes queixas na face e deverão considerar-se só como último recurso.
  • 16. 13 Doença de Parkinson A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso que apresenta várias características particulares: tremor em repouso, lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular. Causas Na profundidade do cérebro existe uma área conhecida como os gânglios basais. Quando o cérebro inicia uma ação como a de levantar um braço, os neurónios nos gânglios basais contribuem para a precisão e a uniformidade dos movimentos e coordenam as mudanças de posição. Os gânglios basais processam os sinais e transmitem a informação ao tálamo, que seleciona os impulsos processados e os envia para o córtex cerebral. Todos estes sinais se transmitem através de neurotransmissores químicos sob a forma de impulsos eléctricos pelas vias nervosas. A dopamina é o principal neurotransmissor dos gânglios basais. Na doença de Parkinson produz-se uma degenerescência nas células dos gânglios basais que ocasiona uma perda ou uma interferência na ação da dopamina e leva a menos conexões com outras células nervosas e músculos. A causa da degenerescência das células nervosas e da perda de dopamina, habitualmente, não é conhecida. O fator genético não parece desempenhar um papel importante, embora a doença às vezes tenda a afetar famílias. Há ocasiões em que se pode conhecer a causa. Em alguns casos a doença de Parkinson é uma complicação tardia da encefalite viral, uma infecção semelhante à gripe, relativamente pouco frequente mas grave, que causa a inflamação do cérebro. Noutros casos, a doença de Parkinson deve-se a processos degenerativos, fármacos ou produtos tóxicos que interferem ou inibem a ação da dopamina no cérebro. Por exemplo, os antipsicóticos utilizados no tratamento da paranóia grave e da
  • 17. 14 esquizofrenia interferem com a acção da dopamina sobre as células nervosas. Igualmente, uma forma de opiáceo sintetizado ilegalmente e conhecido como N-MPTP pode causar uma doença de Parkinson. Sintomas e diagnóstico A doença de Parkinson inicia-se, frequentemente, de forma insidiosa e avança de forma gradual. Em muitas pessoas inicia-se como um tremor da mão quando está em repouso. O tremor é máximo em repouso, diminui com o movimento voluntário da mão e desaparece durante o sono. O tremor, leve e rítmico, intensifica-se com a tensão emocional ou o cansaço. Embora o tremor apareça numa mão, no final pode passar para a outra e afetar braços e pernas. Podem ser afetadas também a mandíbula, a língua, a fronte e as pálpebras. O tremor não constitui o primeiro sintoma num terço das pessoas com a doença de Parkinson; noutras, torna-se menos visível à medida que a doença progride e muitos nunca chegam a manifestar tremor. A dificuldade para iniciar o movimento é particularmente importante e a rigidez muscular dificulta ainda mais a mobilidade. Quando o antebraço é flectido ou estendido por outra pessoa, pode perceber-se a rigidez e uma espécie de rangido. A rigidez e a imobilidade podem contribuir para produzir dores musculares e sensação de cansaço. A combinação de todos estes sintomas causa muitas dificuldades. A deterioração no controlo da musculatura das mãos provoca uma dificuldade crescente para as atividades diárias, como abotoar os botões da camisa ou atar os atacadores. Para a pessoa com doença de Parkinson dar um passo implica um esforço e a marcha, muitas vezes, é a passos curtos arrastando os pés e sem o compasso do balanceamento habitual dos braços. Ao iniciarem a marcha, algumas pessoas experimentam dificuldades para parar ou virar. O passo pode acelerar-se inadvertidamente, o que obriga a pessoa a encurtar o percurso para evitar a queda. A postura curva-se e é-lhe difícil manter o equilíbrio, o que cria uma tendência para cair para a frente ou para trás.
  • 18. 15 As feições são menos expressivas devido à imobilidade dos músculos da cara responsáveis pela expressão. Às vezes, esta falta de expressão confunde-se com uma depressão, embora muitas pessoas com a doença de Parkinson se tornem efetivamente depressivas. Com o tempo a cara adquire um olhar perdido, com a boca aberta e uma diminuição do pestanejar. É frequente que estas pessoas se babem ou se engasguem como consequência da rigidez muscular na cara e na garganta, o que dificulta a deglutição. Os doentes que sofrem de Parkinson costumam falar sussurrando com voz monótona e podem gaguejar devido à dificuldade que têm para exprimir os seus pensamentos. A maioria mantém uma inteligência normal, mas muitos desenvolvem demência. Tratamento Na abordagem terapêutica da doença de Parkinson pode utilizar-se uma ampla variedade de medicamentos, incluindo a levodopa, a bromocriptina, o pergolide, a selegilina, anticolinérgicos (benzatropina ou tri-hexifenidilo), anti-histamínicos, antidepressivos, propranolol e amantadina. Nenhum destes fármacos cura a doença nem suprime a sua evolução, mas facilitam o movimento e durante anos estes doentes podem levar a cabo uma vida funcionalmente ativa. No cérebro a levo dopa transforma-se em dopamina. Este fármaco reduz o tremor e a rigidez muscular e melhora o movimento. A administração de levo dopa em pessoas com uma forma ligeira de doença de Parkinson pode levá-las a recuperar uma atividade praticamente normal, e inclusive algumas, que se viram obrigadas a permanecer na cama, podem voltar a movimentar-se por si mesmas. O tratamento preferido para a doença de Parkinson é levodopa-carbidopa, mas torna-se difícil encontrar o equilíbrio da melhor dose para um doente em particular. A carbidopa possibilita que a levodopa alcance mais eficazmente o cérebro e diminui os efeitos adversos da levodopa fora do mesmo. Certos efeitos
  • 19. 16 secundários (como movimentos involuntários da boca, da cara e dos membros) podem limitar a quantidade de levodopa que uma pessoa pode tolerar. O tratamento prolongado com levodopa durante vários anos significa, para algumas pessoas, ter de suportar movimentos involuntários da língua e dos lábios, gesticulações e sacudidelas da cabeça e espasmos nos membros. Alguns especialistas julgam que associar ou substituir a bromocriptina por levodopa durante os anos iniciais do tratamento pode atrasar o aparecimento dos movimentos involuntários. Com o passar dos anos vão-se reduzindo os períodos de alívio que acompanham cada dose de levodopa-carbidopa e períodos de dificuldade em iniciar o movimento alternam com outros de hiperatividade incontrolável. Em questão de segundos, a pessoa pode passar de um estado de mobilidade aceitável a outro de incapacidade grave do movimento. Após cinco anos de tratamento com levodopa, mais de 50 % dos doentes experimentam estas flutuações abruptas. É possível controlá-las reduzindo a dose de levodopa e administrando-a de forma mais frequente. Através do transplante para o cérebro de pessoas com a doença de Parkinson de células nervosas provenientes de tecido fetal humano podem normalizar-se as alterações químicas da doença, mas não existe informação suficiente para recomendar este procedimento. Um procedimento experimental anterior consistia em transplantar um fragmento de glândula suprarrenal do próprio afetado para o seu cérebro, mas tal procedimento desvalorizou-se porque se revelou um benefício muito modesto em comparação com o risco. A prática diária do máximo de atividades físicas possíveis e o seguimento de um programa regular de exercícios podem contribuir para que os afetados pela doença de Parkinson mantenham a mobilidade. A fisioterapia e as ajudas mecânicas (como as cadeiras de rodas) podem ser úteis para restabelecer um grau suficiente de autonomia. Uma dieta rica em fibras e uma ingestão adequada de alimentos contribuirão para combater a obstipação que pode ocorrer devido à inatividade, à desidratação e ao uso de alguns fármacos. Neste sentido é útil acrescentar suplementos à dieta e tomar laxantes para manter a regularidade da função intestinal. Deve prestar-se uma atenção especial à dieta porque a rigidez muscular pode dificultar a deglutição, e às vezes de forma grave, o que a longo prazo pode produzir desnutrição.
  • 20. 17 5. NERVOS PERIFERICOS A função dos nervos é conduzir, através de suas fibras, impulsos nervosos do sistema nervoso central para a periferia (impulsos eferentes) e da periferia para o sistema nervoso central (impulsos aferentes). As libras nervosas que constituem os nervos são. em geral, mielínicas com neurilema. Entretanto, o nervo óptico é constituído somente por libras mielínicas sem neurilema, c no nervo olfatório as fibras são mielínicas com neurilema (fibras de Remak). São três as bainhas conjuntivas que entram na constituição de um nervo: epineuro, perineuro e endoneuro. O epineuro envolve todo o nervo e emite septos para seu interior. O perineuro envolve os feixes de fibras nervosas. Por sua vez, cada fibra nervosa é envolvida por uma trama delicada de tecido conjuntivo frouxo, o endoneuro. As bainhas conjuntivas conferem grande resistência aos nervos e, de modo geral, são mais espessas nos nervos superficiais, pois estes mais do que os profundos estão expostos aos traumatismos. Para maiores detalhes sobre a estruturados nervos. Os nervos são muito vascularizados, sendo percorridos longitudinalmente por vasos que se anastomosam, o que permite a retirada do epineuro em um trecho de até 15cm sem que ocorra lesão nervosa. Por outro lado, os nervos são quase totalmente desprovidos de sensibilidade. Se um nervo é estimulado ao longo de seu trajeto, a sensação geralmente dolorosa é sentida não no ponto estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva. Assim, quando um membro é amputado, os cotos nervosos irritados podem originar impulsos nervosos que são interpretados pelo cérebro como se fossem originados no membro retirado, resultando a chamada dor fantasma, pois o indivíduo sente dor cm um membro que não existe. Durante o seu trajeto, os nervos podem se bifurcar ou se anastomosar. Nestes casos, entretanto, não há bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um reagrupamento de fibras que passam a constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para seguir outro. Contudo, próximo à sua terminação as fibras nervosas motoras ou sensitivas de um nervo em geral ramificam-se muito. Os nervos espinhais originam-se na medula e os cranianos no encéfalo. Costuma-se distinguir em um nervo uma origem real e uma origem aparente. A origem real
  • 21. 18 corresponde ao local onde estão localizados os corpos dos neurônios que constituem os nervos, como, por exemplo, a coluna anterior da medula, os núcleos dos nervos cranianos ou os gânglios sensitivos, no caso de nervos sensitivos. A origem aparente corresponde ao ponto de emergência ou entrada do nervo na superfície do sistema nervoso central. No caso dos nervos espinhais, esta origem está nos sulcos lateral anterior e lateral posterior da medula. Alguns consideram ainda uma origem aparente no esqueleto que, no caso dos nervos espinhais, está nos forames intervertebrais e, no caso dos nervos cranianos, em vários orifícios existentes na base do crânio. CONDUÇÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS Nos nervos a condução dos impulsos nervoso sensitivos (ou aferentes) se faz através dos prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos. Convém recordar que estes neurônios têm seu corpo localizado nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinhais e nos gânglios de alguns nervos cranianos. São células pseudo-unipolares, com um prolongamento periférico que se liga ao receptor e um prolongamento central que se liga a neurônios da medula ou do tronco encefálico. O prolongamento periférico é morfologicamente um axônio, mas conduz o impulso nervoso centripetamente, sendo, pois, funcionalmente um dendrito. Já o prolongamento central é um axônio no sentido morfológico e funcional, uma vez que conduz centrifugamente. Os impulsos nervosos sensitivos são conduzidos do prolongamento periférico para o central e admite-se que não passam pelo corpo celular. Os impulsos nervosos motores são conduzidos do corpo celular para o efetuador. Contudo, pode-se estimular experimentalmente um
  • 22. 19 nervo isolado que, então, funciona como um fio elétrico nos dois sentidos, dependendo apenas da extremidade estimulada. LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS REGENERAÇÃO DE FIBRAS NERVOSAS Os nervos periféricos são frequentemente traumatizados, resultando esmagamentos ou secções que trazem como consequência perda ou diminuição da sensibilidade e da motricidade no território inervado. Os fenômenos que ocorrem nestes casos orientam a conduta cirúrgica a ser adotada e são de grande importância para o médico. Tanto nos esmagamentos como nas secções ocorrem degenerações da parte distai do axônio e sua bainha de mielina, estendendo-se o fenômeno em direção proximal até estrangulamento de Ranvier mais próximo da lesão (degeneração Walleriana). No corpo celular há cromatólise, que atinge o máximo entre sete e 15 dias. O grau de cromatólise é inversamente proporcional a distância da lesão ao corpo celular. As alterações do corpo celular podem ser muito intensas, levando a uma desintegração do neurônio, mas, em geral, ocorre recuperação. Nestes casos as extremidades proximais das fibras lesadas crescem e emitem numerosos brotamentos que alcançam o nível da lesão e penetram no tecido cicatricial. Em casos de secção com afastamento dos dois cotos, as fibras nervosas em crescimento, não encontrando o coto distai, crescem desordenadamente no tecido cicatricial, constituindo os neuromas formados de tecido conjuntivo, células de Schwann e um emaranhado de fibras nervosas "perdidas". Nestes casos, para que haja recuperação funcional deve-se fazer a remoção do tecido cicatricial e o ajustamento dos cotos nervosos por sutura epineural, de modo a permitir que as fibras nervosas em regeneração penetrem no coto distai do nervo. Neste coto, após a lesão, ocorrem importantes modificações nas células de Schwann estudadas ao microscópio eletrônico.
  • 23. 20 TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS (RECEPTORES) A classificação dos receptores, particularmente a correspondência dos vários receptores com as diferentes modalidades de sensibilidade, é assunto bastante controvertido. Com finalidade didática, fugiremos um pouco das controvérsias, dando ênfase à conceituação atualmente mais aceita. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS RECEPTORES Distinguem-se dois grandes grupos: os receptores especiais e os receptores gerais. Os receptores especiais são mais complexos, relacionando-se com um neuroepitélio (retina, órgão de Corti etc.), e fazem parte dos chamados órgãos especiais do sentido: os órgãos da visão, audição e equilíbrio, gustação e olfação, todos localizados na cabeça. Os receptores gerais ocorrem em todo o corpo, havendo maior concentração na pele. Em sua maioria, apresentam uma estrutura mais simples que a dos receptores especiais, podendo, do ponto de vista morfológico, ser classificados cm dois tipos: livres e encapsulados, conforme tenham ou não uma cápsula conjuntiva 3.1.1 — Receptores Livres Os receptores gerais livres são, sem dúvida, os mais frequentes. Ocorrem, por exemplo, em toda a pele, emergindo de redes nervosas subepiteliais e ramificando-se entre as células da epidêmica. Ao se transformarem em terminações livres, as fibras nervosas perdem sua bainha de mielina, mantendo seu envoltório de células de Schwann até as proximidades da ponta do axônio. Algumas terminações livres relacionadas com o tato enrolam-se na base dos folículos pilosos ou terminam em contato com células epiteliais especiais, constituindo os discos de Merkel. Além das funções de tato, as terminações livres são também responsáveis pela sensibilidade térmica e dolorosa.
  • 24. 21 2.1.2 — Receptores Encapsulados Esses receptores são em geral mais complexos que os livres e, na maioria deles, há intensa ramificação da extremidade do axônio no interior de uma cápsula conjuntiva. Estão compreendidos aqui os corpúsculos sensitivos da pele descritos na histologia clássica, além dos fusos neuromusculares e neurotendíneos. Para uma descrição mais detalhada da morfologia dessas terminações, devem ser consultados os textos de histologia. A seguir faremos uma rápida caracterização das terminações nervosas encapsuladas mais importantes para a neuroanatomia funcional: a) corpúsculos de Meissner — ocorrem nas papilas dérmicas, principalmente nas da pele espessa das mãos e dos pés. São receptores de tato e pressão; b) corpúsculos de Ruffini — ocorrem nas papilas dérmicas tanto da pele espessa das mãos e dos pés como na pele pilosa do restante do corpo. Durante muito tempo acreditou-se que seriam sensíveis ao calor. Sabe-se hoje que são receptores de tato e pressão: c) corpúsculos de Water-Paccini — têm distribuição muito ampla, ocorrendo principalmente no tecido celular subcutâneo das mãos e dos pés ou mesmo em territórios mais profundos, como nos septos intermusculares e no periósteo. Durante muito tempo acreditou-se que os corpúsculos de Paccini seriam receptores relacionados com a percepção de pressão. Sabe-se hoje que são responsáveis pela sensibilidade vibratória, ou seja, a capacidade de perceber estímulos mecânicos rápidos e repetitivos; d) fusos neuromusculares — são pequenas estruturas em forma de fuso situadas nos ventres dos músculos esfriados esqueléticos, dispondo-se paralelamente com as fibras destes músculos (fibras extrafusais). Cada fuso é consumido de uma cápsula conjuntiva que envolve de duas a dez pequenas fibras estriadas denominadas fibras intrafusals.
  • 25. 22 CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS RECEPTORES Durante muito tempo discutiu-se se um mesmo receptor poderia ser ativado por vários es- tímulos ou se cada receptor seria ativado por um estímulo específico. Graças sobretudo a pesquisas neurofisiológicas envolvendo a tomada de potenciais bioelétricos em fibras nervosas isoladas, a especificidade dos receptores é hoje geralmente aceita. Aparentemente isso está em contradição com o fato de os receptores livres serem responsáveis por vários tipos de sensibilidade (temperatura, dor, tato). Na verdade, um determinado receptor livre é responsável apenas por uma dessas formas de sensibilidade. Assim, sob a denominação de receptores livres, existem de fato, do ponto de vista fisiológico, vários receptores que não foram ainda caracterizados morfologicamente, mas que, é muito provável, apresentam diferenças bioquímicas. Cabe assinalar que o mecanismo íntimo envolvido na transformação de estímulos físicos em atividade bioelétrica nos receptores ainda é pouco conhecido. Usando-se como critério os estímulos mais adequados para ativar os vários receptores, estes podem ser classificados como: a) quimiorreceptores — são receptores sensíveis a estímulos químicos, como os da olfaçâo e gustação; os receptores do corpo carol ídco são capazes de delect ar variações no teor do oxigênio circulante; b) osmârrêceptores — receptores capazes de detectar variação de pressão osmótica; c) fotorreceptores — receptores sensíveis à luz, como os cones e bastonetes da retina; d) termorreceptores — receptores capazes de detectar frio e calor. São terminações nervosas livres; e) nocicevtores (do latim nocere = prejudicar) — são receptores ativados em situações em que há lesões de tecido, causando Dor. São terminações nervosas livres; f) mecanorreceptores — são receptores sensíveis a estímulos mecânicos e constituem o grupo mais diversificado. Aqui situam-se os receptores de audição e de equilíbrio do ouvido interno, os receptores do seio carotídeo, sensíveis às mudanças na pressão arterial (barorreceptores), os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, sensíveis ao estiramento de músculos e tendões, assim como os
  • 26. 23 vários receptores cutâneos responsáveis pela sensibilidade de tato, pressão e vibração. Outra maneira de classificar os receptores, proposta inicialmente por Sherrington, leva em conta a sua localização, o que define a natureza do estímulo que os ativa. Com base nesse critério, distinguem-se três categorias de receptores: exteroceptores, proprioceptores e interoceptores. Os exteroceptores localizam-se na superfície externa do corpo, onde são ativados por agentes externos como calor, frio, tato, pressão, luz e som., Os proprioceptores localizam-se mais profundamente, situando-se nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. Os impulsos nervosos originados nesses receptores, impulsos nervosos proprioceptivos, podem ser conscientes e inconscientes. Esses últimos não despertam nenhuma sensação, sendo utilizados pelo sistema nervoso central para regular a atividade muscular através do reflexo miotático ou dos vários centros envolvidos na atividade motora, em especial o cerebelo. Os impulsos proprioceptivos conscientes atingem o córtex cerebral e permitem a um indivíduo, mesmo de olhos fechados, ter percepção de seu corpo e de suas partes, bem como da atividade muscular e do movimento das articulações. São. pois, responsáveis pelo sentido de posição c de movimento. Os interoceptores (ou visceroceptores) localizam- se nas vísceras e nos vasos e dão origem às diversas formas de sensações viscerais, geralmente pouco localizadas, como a fome, a sede, o prazer sexual ou a dor visceral. TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS As terminações nervosas motoras ou junções neuroefetuadoras são menos variadas que as sensitivas e sobre elas não há tantas controvérsias. Funcionalmente elas se assemelham às sinapses entre os neurônios e, na realidade, o termo sinapse no sentido mais amplo também se lhes aplica. As terminações nervosas motoras podem ser somáticas ou viscerais. As primeiras terminam nos músculos estriados esqueléticos, as segundas nas glândulas, músculo liso ou músculo cardíaco, pertencendo pois ao sistema nervoso autônomo.
  • 27. 24 TERMINAÇÕES EFERENTES SOMÁTICAS As fibras nervosas eferentes somáticas relacionam- se com as fibras musculares estriadas esqueléticas através dc estruturas especializadas denominadas placas motoras. Ao aproximar-se da fibra muscular, a fibra nervosa perde sua bainha de mielina, conservando, entretanto, o neurilema (Fig. 3.1). Na placa motora, a terminação axônica emite finos ramos contendo pequenas dilatações, os botões sinápticos de onde é liberado o neurotransmissor. A ultra-estrutura da placa motora ao nível de um desses botões é bastante semelhante à da sinapse intcrneuronal. O elemento pré-sináptico, formado Fotomicrografia de placas motoras (setas). Impregnação metálica pelo método dc cloreti > de ouro dc Ranvier. pela terminação axônica, apresenta-se rico em vesículas sinápticas agranulares que se acumulam próximo a barras densas, constituindo zonas ativas onde é liberado o neurotransmissor. a acetileolina. O elemento pós-sináptico é constituído pelo sarcolema da libra muscular, que mantém sua membrana basal e tem sua área consideravelmente aumentada pela presença de pregueamento característico (as pregas juncionais). As cristas dessas pregas apresentam densidades pós-sinápticas. O neurotransmissor acetileolina liberado na fenda sináptica causa despolarização do sarcolema. O que desencadeia a contração da libra muscular. O excesso de acetileolina liberado é inativado pela acetileolinesterase presente em grande quantidade na placa. TERMINAÇÕES EFERENTES VISCERAIS Nas terminações nervosas viscerais dos mamíferos o mediador químico pode ser a acetileolina ou a noradrenalina. Assim, as libras nervosas eferentes somáticas são colinérgicas, enquanto as viscerais podem ser colinérgicas ou adrenérgicas. As
  • 28. 25 terminações eferentes viscerais apresentam mais dificuldades para estudo c são menos conhecidas que as somáticas. Entretanto, pesquisas de microscopia eletrônica e histoquímica têm esclarecido muitos aspectos de sua estrutura c função. Especialmente valioso foi o desenvolvimento de técnicas histoquímicas para das fibras. 5. NERVOS ESPINHAIS Nervos espinhais são aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça. São em número de 31 pares, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes. São, pois, oito pares de nervos cervicais. 12 toráeicos. cinco lombares, cinco sacrais, um coecígeo. Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal e ventral as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior c lateral anterior da medula através de filamentos radiculares . Na raiz dorsal localiza-se o gânglio espinhal, onde estão os corpos dos neurônios sensitivos pseudo-unipolares, cujos prolongamentos central e periférico formam a raiz. A raiz ventral é formada por axônios que se originam em neurônios situados nas colunas anterior e lateral da medula. Da união da raiz dorsal, sensitiva, com a raiz ventral, motora, forma-se o tronco do nervo espinhal, que funcionalmente é misto.
  • 29. 26 COMPONENTES FUNCIONAIS DAS FIBRAS DOS NERVOS ESPINHAIS A classificação funcional das fibras que constituem os nervos está intimamente relacionada à classificação das terminações nervosas estudada neste capítulo. Fibras que se ligam perifericamente a terminações nervosas aferentesconduzem os impulsos centripetamente e são aferentes. As que se originam em interoceptoressão viscerais, as que se originam em proprioceptores ou exteroceptores. são somáticas.As fibras originadas em exteroceptores, ou fibras exteroceptivas, conduzem impulsos originados na superfície, relacionados com temperatura, dor, pressão e tato. as fibras proprioceptivas podem ser conscientes ou inconscientes. Fibras que se ligam perifericamente a terminações nervosas eferentes conduzem os impulsos nervosos centrifugamente e são, por coaseguinte, eferentes, podendo ser somáticos ou viscerais. As fibras eferentes somáticas dos nervos espinhais terminam em músculos esfriados esqueléticos; as viscerais, em músculos liso, cardíaco ou glândula, integrando, como será visto mais adiante, o sistema nervoso autônomoDo que foi visto, verifica-se que, do ponto de vista funcional, os nervos espinhais são muito heterogêneos. E num mesmo nervo em um determinado momento podem existir fibras situadas lado a lado, conduzindo impulsos nervosos de direções diferentes para estruturas diferentes, nquanto outras fibras podem estar inativas. Isto é possível pelo fato de as fibras nervosas que constituem os nervos serem "isoladas" umas das outras e, portanto, de funcionamento independente. A situação é comparável a um cabo telefônico com centenas de tios independentes, cada um ligando um telefone a de uma parte especifica do centro TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS O tronco do nervo espinhal sai do canal vertebral pelo forame intervertebral e logo se divide em um ramo dorsal c um ramo ventral, ambos mistos. Com exceção dos
  • 30. 27 três primeiros nervos cervicais, os ramos dorsais dos nervos espinhais são menores que os ventrais correspondentes. Eles se distribuem aos músculos c à pele da região dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos ventrais representam, praticamente, a continuação do tronco do nervo espinhal. Eles se distribuem pela musculatura, pele, ossos e vasos dos membros, bem como pela região anterolateral do pescoço e do tronco. Os ramos ventrais dos nervos espinhais torácicos (nervos intercostais) têm trajeto aproximadamente paralelo, seguindo cada um individualmente no seu espaço intercostal. Guardam, pois, no adulto, a disposição metamérica observada cm todos os nervos no início do desenvolvimento. Entretanto, o mesmo não acontece com os ramos ventrais dos outros nervos, os quais se anastomosam, entrecruzam e trocam fibras, resultando na formação de plexos. Deste modo, os nervos originados dos plexos são plurissegmentares, ou seja, contêm fibras originadas em mais dc um segmento medular. Já os nervos intercostais são unissegmentares, isto é, suas fibras se originam de um só segmento medular. O estudo da formação dos plexos, bem como dc seus ramos colaterais e terminais, é muito importante na prática médica e deverá ser feito no estudo da anatomia geral. De um modo geral, os nervos alcançam o seu destino pelo caminho mais curto. Entretanto, existem exceções explicadas por fatores embriológicos. Uma delas é o nervo laríngeo recorrente, que contorna a artéria subclávia, à direita, ou o arco aórtico, à esquerda, antes de atingir o seu destino nos músculos da laringe. O trajeto de um nervo pode ser superficial ou profundo. Os primeiros são predominantemente sensitivos, e os segundos predominantemente motores. Entretanto, mesmo quando penetra em um músculo, o nervo não é puramente motor, pois apresenta sempre fibras aferentes que veiculam impulsos proprioceptivos originados nos lusos neuromusculares. Do mesmo modo. Os nervos cutâneos não são puramente sensitivos, pois apresentam libras eferentes viscerais (do sistema autônomo) para as glândulas sudoríparas. músculos cretores dos pêlos e vasos superficiais.
  • 31. 28 6.DOENÇAS RELACIONADA AOS NERVOS PERIFERICOS: Síndroma de Guillain-Barré A síndroma de Guillain-Barré (polinevrite aguda ascendente) é uma forma de polineuropatia aguda rapidamente progressiva caracterizada por debilidade muscular que, por vezes, conduz à paralisia. A causa deve-se, provavelmente, a uma reação auto-imune (o sistema imune ataca a bainha da mielina). Em 80 % dos casos, os sintomas iniciam-se entre 5 dias e 3 semanas após uma perturbação infecciosa trivial, uma intervenção cirúrgica ou uma vacinação. Sintomas A síndroma de Guillain-Barré costuma iniciar-se com debilidade, formigueiro e perda da sensibilidade em ambas as pernas, que depois afeta os braços. A debilidade é o sintoma principal. Em 90 % dos afetados pela síndroma de Guillain-Barré a debilidade é mais acentuada entre a segunda e a terceira semanas. Em 5 % a 10 % dos casos, tal debilidade manifesta-se nos músculos respiratórios, ao ponto de ser, por vezes, necessário um respirador artificial. Cerca de 10 % dos doentes necessitam de ser alimentados por via endovenosa ou através de uma gastrostomia (colocação, através da parede abdominal, de um tubo até ao estômago) devido à debilidade dos músculos da cara e da deglutição. Nos doentes mais gravemente afetados pode verificar-se uma disfunção do sistema nervoso autónomo, com flutuações da pressão arterial e arritmias cardíacas. Uma das formas da síndroma de Guillain-Barré produz um grupo de sintomas não
  • 32. 29 habituais, como paralisia dos movimentos oculares, dificuldade em andar e desaparecimento dos reflexos. Considerados de forma global, cerca de 5 % dos afetados pela síndroma de Guillain-Barré falecem por causa da doença. Diagnóstico Os médicos devem diagnosticar a doença baseando-se no padrão dos sintomas, dado que não há qualquer exame laboratorial específico da síndroma de Guillain-Barré. Com o objetivo de afastar outras possíveis causas de debilidade profunda, são efetuados diversos exames, como a análise do líquido cefalorraquidiano da medula espinhal (obtido através de uma punção lombar), um eletromiograma, estudos da condução nervosa e análises de sangue. Tratamento A síndroma de Guillain-Barré é uma doença muito grave que requer a hospitalização imediata dado que pode agravar-se muito rapidamente. O diagnóstico é de grande importância porque, quanto mais cedo se iniciar o tratamento adequado, melhor será o prognóstico. Os doentes são controlados muito de perto com o objetivo de poder aplicar-se respiração assistida, no caso de ser necessária. Para prevenir as úlceras e as lesões provocadas por uma permanência prolongada na cama, as enfermeiras tomam precauções utilizando colchões moles e voltando o doente de duas em duas horas. A fisioterapia é também importante para prevenir a rigidez muscular e preservar a função dos músculos e das articulações. Depois de estabelecido o diagnóstico, o tratamento escolhido é a plasmaférese (extração de substâncias tóxicas do sangue) ou a infusão de imunoglobinas. Os corticosteróides já não se recomendam porque não se demonstrou a sua eficácia e porque na realidade podem agravar a evolução da doença. As pessoas com a síndroma de Guillain-Barré podem melhorar espontaneamente, mas sem tratamento a convalescença pode prolongar-se muito. As pessoas que recebem um tratamento precoce podem experimentar uma melhoria muito rápida (em questão de dias ou de
  • 33. 30 semanas). Caso contrário, a recuperação pode levar meses, embora a maioria recupere quase completamente. Cerca de 30 % das pessoas (inclusive uma percentagem superior em crianças com esta doença) têm ainda debilidade ao fim de 3 anos. Depois de uma melhoria inicial, aproximadamente 10 % dos doentes têm recidivas e desenvolvem uma polineuropatia crónica recidivante. As imunoglobulinas e os corticosteróides podem ser benéficos para esta forma persistente da síndroma de Guillain-Barré, tal como a plasmaférese e os fármacos que deprimem o sistema imunitário. Conclusão Neste trabalho foram analisadas as mais diversas ramificações que os nervos cranianos e espinais fazem pelo corpo humano, sua importância dos estímulos que são impulsionados através desses nervos que fazem as mais diversificadas reações por parte da região que é levada a responder de forma que imediata à estes estímulos como forma de sentido, prazer, fome, rir entre outros, como também a extrema sensação de calor ou de dor, provocada através desse sistema, estes e os mais variados exemplos de situações em que o Sistema Nervoso (craniano e espinal) atua. Conclui-se então que a os nervos espinais são interligados aos nervos cranianos e que sendo a medula espinal contínua com o encéfalo, formam o sistema nervoso central (SNC).
  • 34. 31 REFERÊNCIAS 1. MACHADO, Angelo, B. M. 2006. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. Editora Atheneu, São Paulo, SP , p.101-112. 2. Copyright by Aula de Anatomia®.::.Todos os Direitos Reservados 3. Designed by Jonas Edison Wecker.::.jonas@auladeanatomia.com 4. http://www.manual merk.com 5. http://www.gerardocristino.com.br