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A tecnologia na minha vida


           Ao retornar ao meu passado, encontrei muitos registros durante a minha
 trajetória até aqui, de repente, percebi que o nosso tempo parece ser feito de todos
 os tempos e quando fiz essa viagem deparei-me com momentos que foram
 importantes, como meu pai, que já não tenho, mas que foi peça fundamental na
 minha história.
         Venho de uma família de classe média, e até aos seis anos de idade, morei
numa fazenda paulista, onde convivi com objetos de diferentes idades de invenção
que não anulavam a importância um do outro, como a velha panela de ferro em cima
do fogão a lenha e o liquidificador, como as histórias mal-assombradas do meu avó e
a televisão, os aviões que passavam voando por cima de estradas onde andavam
carros de bois e carroças de burros.
       Cresci vendo o futuro se construir debaixo dos meus olhos, o que me parecia
ficção e sonhos foram se tornando realidade, tudo parecia possível a partir da
curiosidade e invenção humana, eram os avanços tecnológicos.
         Em pouco tempo o homem chegou a Lua, as imagens chegavam cada vez
mais nítidas através dos aparelhos de televisão até ficarem coloridas, o mundo
avançava rumo ao futuro tecnológico. Alguns desses avanços ficaram marcados na
minha vida, como meu primeiro toca-fitas e gravador, que foi meu companheiro
durante as minhas primeiras manifestações sentimentais, na adolescência.
         O tempo passou, e aos dezoito anos, tendo terminado o Magistério, iniciei
minha carreira como professora. Durante os primeiros anos como docente,
praticamente não tive acesso a informática. A primeira vista, o mundo da Informática
parecia território exclusivo de indivíduos privilegiados, de bom nível educacional, no
entanto, pouco tempo depois, ela se fazia presente na Escola onde eu trabalhava. Era
uma escola municipal urbana, que adquiriu alguns computadores, vi-me obrigada a
fazer um curso básico de informática e a partir daí iniciou-se um novo período na
minha vida.
        Consegui comprar um computador de segunda mão, que sempre me deixava
na mão, sempre nos momentos que mais precisava dele, eram trabalhos da faculdade
que precisavam ser entregues no prazo entre outros, no entanto eu sentia-me
fascinada com esse novo mundo que se abria a minha frente. Em pouco tempo
estávamos acessando a Internet, vi ali a possibilidade de melhorar minha atuação
pedagógica, e de abrir novos horizontes a minha frente. Meus alunos passaram a ter o
privilégio de ir a lugares antes inacessíveis dentro de sua possibilidade, e de conhecer
o mundo através das noticias, reportagens e imagens.
       Com a minha vinda para Terra Nova do Norte, especificamente para a Escola
Municipal Ribeirão Bonito, me limitei ao uso do computador para digitações e uso
de Cds e DVDs, pois um laboratório de Informática e a Internet eram apenas sonhos,
que vieram se realizar neste ano.
Hoje, temos um pequeno Laboratório e podemos acessar a Internet, estamos
interligados com o mundo. Nossa pratica pedagógica melhorou e nossos alunos são
beneficiados com uma tecnologia de ponta.
       Podemos dizer que a necessidade faz a qualidade. Os avanços tecnológicos e
as descobertas científicas nos obrigam a ter acesso à informática, para podermos
acompanhar deste mundo que não para de evoluir no campo das inovações.


                                                Marcia Valeria Sanchez Perez
Minhas Lembranças


        A partir das lembranças que tenho de minha infância, uma das coisas que mais
me recordo foi a experiência inesquecível e até cômica com as tecnologias. Nasci e me
criei no sítio, que pertencia a uma pequena cidade do Paraná. Meu pai, gaúcho e
tradicionalista comprou um rádio que mais parecia uma caixa de abelha.
       Devido ao preço e a escassez de pilhas, o rádio só era ligado em momentos
especiais, para ouvir notícias e o jogo do Internacional contra o Grêmio, é claro! Não
podia mexer, era relíquia e ficava no alto da prateleira. Na mais pura e primitiva
ingenuidade, procurava entender como saiam às vozes lá de dentro. Quando estava
ligado era proibido até sussurrar dentro de casa. Tempos passaram, mudei para a cidade.
       Comecei a estudar e foi na escola, com a professora e os colegas que fiquei
sabendo sobre a TV, as novelas, os filmes e jornais. Contava os dias para chegar o
sábado à noite para fazer serão na casa da vizinha e assistir televisão. Preto e branco. É
claro! Que saudades do Super Homem, Chacrinha e suas Chacretes e tantos outros.
Depois disso vieram os aparelhos de som, os discos, as fitas K7 e o telefone.
        Poucos tinham acesso. Que susto o dia em que o telefone tocou perto de mim.
Além do susto não tive coragem e não sabia como atender. Até aqui, eu só via e ouvia
falar nesses aparelhos. A partir da década de 80 e 90, passei a ter um pouco mais de
contato com as tecnologias. Aprendi a manusear os aparelhos eletrodomésticos, utilizar
máquina de escrever, máquina fotográfica e atender telefone.
       Meu contato com as novas tecnologias se deu praticamente a partir de 2000, por
isso sou uma migrante tecnológica e sinto que foi prejudicial para o desenvolvimento
das minhas habilidades e competências em relação ao uso do computador e da Internet.
No entanto, tenho certeza que sou capaz de superar os novos desafios e aprender muito.
        Ficou clara a importância e a necessidade do contato com as tecnologias
(internet) desde cedo pelas crianças. Pois esse contato rompe todos os bloqueios,
fazendo com que as mesmas não tenham medo e receio de criar, ousar, investigar,
aprender e gostar dos desafios propostos pelas mídias.
                                                                         Isaura de Carli
A TECNOLOGIA EM MINHA VIDA

        Eu, Edna Crisitna Fassbinder Ferst, atualmente trabalho na Escola Municipal
Ribeirão Bonito no Projeto Cultivar. Trabalho nesta escola desde 2004. As tecnologias
em minha vida foram surgindo gradativamente por influências de vários fatores.
        Quando meus pais migraram para a 9ª Agrovila no ano de 1984, aqui era puro
mato, apenas com estradas, a água para consumo era tirada de poços com baldes e
cordas, não tinha energia elétrica.
Recordo-me da história do meu nome que minha mãe contava quando ainda criança,
que na naquela época em 1983 tinha na minha casa um rádio da marca Motorola que era
muito cuidado pelo meu pai, que ela escutando um programa na Rádio Nacional da
Amazônia, escutou o nome Edna Cristina e achou lindo.
        Desde criança gostei de coisas novas, era apaixonada pelo rádio que tinha em
minha casa, pela calculadora de meu pai, que ele usava para cubicar madeira. Quando
comecei a estudar que dominava um pouco os números, meu pai me ensinou a manusear
a calculadora, então eu era quem fazia os cálculos das madeiras para o meu pai.
os anos foram se passando, e aqui por ser um lugar um pouco distante da sede do
município, demorou um pouco para chegar as novidades da tecnologia.
        No ano de 1997 apareceu um senhor para dar um curso de datilografia, eu muito
entusiasmada fiz o curso, aprendi a datilografar, mas depois por não ter aonde praticar
perdi a habilidade. Neste mesmo ano puxaram uma rede de energia aqui na comunidade
e instalaram energia na escola, pois tinha aula a noite. Então começaram a surgir as
novidades, televisão com antena parabólica e um computador para a escola o que era
um sonho, mas nós alunos da época só podíamos chegar perto, ficávamos maravilhados,
encantados.
        No ano de 1998 com a ajuda dos moradores da comunidade foi puxado uma rede
de energia para toda a comunidade, onde todos os moradores puderam ter energia
elétrica. A partir daí as tecnologias foram surgindo. Meu pai e minha mãe compraram
geladeira, máquina de lavar, ferro, liquidificador, batedeira, mas a tão sonhada televisão
não chegou, isso por meu pai achar que atrapalharia na educação dos filhos. Quando
estava terminado o ensino médio, pude ter acesso a um computador, pois fui à cidade
fazer um curso básico, aproveitava cada momento que estava na frente. No ano seguinte
em 2001, comecei a trabalhar como professora e então comprei uma televisão, já que
era um sonho de consumo. Nas escolas onde trabalhei até o ano de 2005, tive muito
pouco acesso a computadores, pois o que tinha na escola era mais restrito a secretaria.
Quando ingressei na faculdade, aproveitei para usar o laboratório da universidade, para
relembrar o que já havia aprendido e aprender um pouco mais. Os trabalhos da
faculdade eram sempre digitados em computador emprestado, pois ainda não tinha o
meu.
        Com a chegada do laboratório, pude então usar um pouco mais, até mesmo para
trabalhos pedagógicos. Quando tivemos acesso a internet, parece que viajava por um
mundo que ainda não era meu. Tenho minhas limitações, mas tento usar e aprender
tudo, pois no mundo em que vivemos hoje, sendo transformado por novas tecnologias a
cada momento, temos que correr ao encontro, pois senão morremos no tempo.


                                                       Edna Crisitna Fassbinder Ferst
MINHA HISTÓRIA COM ORGULHO

       Bem, vou escrever parte da minha vida, ela começa bem assim:
        Sou filha de pais simples, minha mãe foi professora de Geografia (hoje
aposentada) meu pai na época comerciante (hoje produtor rural), isso tudo numa
cidadezinha do interior do Paraná chamada Engenheiro Beltrão; onde vive por cerca de
31 anos.
        Tenho boas lembranças da minha infância, adolescência, mas da fase adulta nem
tanto, bom chega de enrolar vamos ao que interessa.
        Apesar de ter nascido em uma família simples, sempre tive acesso a tecnologia
que me era possível no momento, vamos falar do período da infância.
        Com 05 anos de idade frequentei a escola, lá chamada de JARDIM DE
INFÂNCIA, me lembro que nessa escola existia um aparelho de som, onde era ligado
nos momentos de recreação esse som era usado como sinal, ou seja, entrada, recreio e
saída, não existiam o sinal convencional.
        No período do primário em casa já existia uma televisão preto e branco me
recordo com muita saudade do tempo em que passava às 17 horas o Sítio do Pica-Pau
Amarelo na Rede Globo e eu chegava louca para assistir.
        Quando fui para o ginasial meus pais compraram uma outra televisão agora
colorida, nessa mesma época ganhei em meu aniversário um aparelho de som 2 em 1,
tocava LP, e rádio AM e FM.
        Com 14 anos iniciei meu curso de formação do 2º sendo ele o saudoso
MAGISTÉRIO me tornando professora de 1ª a 4ª séries, nesse tempo passei a ter acesso
há aparelho de vídeo na escola, em casa minha mãe adquiriu uma linha telefônica
convencional.
        Terminei o 2º grau em 1.988 e trabalhei em um projeto chamado TEMPO de
CRIANÇA, no ano de 1.990 prestei um concurso municipal para professora e passei, fui
chamada em 09/06/1. 991 onde trabalhei até 05/02/2. 003, sempre trabalhei com 2ª série
e por consequência na escola onde me formei professora e no ano de 1.998/1.999 fiz um
curso de D.M. para trabalhar com sala de recursos e na APAE, nessa época passei a
conhecer o computador, mas nunca fiz curso de informática, o pouco que sei aprendi
por curiosidade. Iniciei a faculdade de Geografia em 1.995 mas precisei trancar por um
certo período , só podendo concluir em 2.001, em seguida iniciei minha pós.
Durante os cursos passei a ter maior acesso a tecnologia e informações, mas o meu
computador, só pude comprar no ano de 2.007, e ainda tem funções nele que eu
desconheço.
        Mas com o curso de INTRODUÇÃO a EDUCAÇÃO DIGITAL, espero poder
não ser mais uma analfabeta funcional na área de informática.
Pois nós precisamos nos aperfeiçoar para melhorar nossa prática profissional, sem
ficarmos surpresos com as transformações que acontecem no mundo contemporâneo e
globalizado.
        Hoje temos acessos há vários aparelhos elétricos- eletrônicos que no passado não
muito distante não tínhamos nem noção sem isso seria possível, como a robótica que
hoje é coisa normal, e nós quando vamos ter acesso a ultima tecnologia em relação a
informática.
        Agora tenho internet em casa, coisa que jamais imaginei conseguir um dia, ela
funciona via rádio, mas pela nossa localidade e tamanho é a mais recente e moderna
tecnologia a nosso dispor.

                                            Jackline - E.M. Ribeirão Bonito
Minha trombada com a tecnologia


         Meu nome é Liomar e pretendo aqui descrever como foi a minha trombada com
a tal tecnologia.
       Nasci na cidade de Galvão, município do interior de Santa Catarina. Pra dizer
bem a verdade um ovinho perdido no meio de montão de morros entre São Lourenço do
Oeste e Xanxerê.
        Pois bem, ao que me lembro eu a tecnologia fomos apresentados ha muito tempo
atrás, ainda vivendo numa comunidade por nome Jupiá-SC, hoje tornada município com
um pouquinho mais de 600 habitantes na cidade. Meu pai possuía um moinho de
descascar arroz e moer milho, que para a época era uma baita tecnologia, pois até então
lá no interior as pessoas descascavam arroz no pilão.
      Algum tempo depois, não me recordo a data, pois era muito novo, meu pai
conseguiu comprar uma televisão em preto e branco, que pra nós na época era o “oh!”.
Lembro até hoje que passava horas na frente daquele caixote monstruoso vendo
desenho e um seriado que nunca me esqueço, “rim tim tim”.
        Em 1984 mudamos para Mato Grosso, a terra das onças para os que ficaram e
até hoje eles pensam assim. Estabelecemos residência na Agrovila Minuana e aí me
afastei da tecnologia televisão porque não tinha energia no local, e a tal energia só viria
ser instalada na vila no final do ano de 1989. Durante esse período todo, a tecnologia
televisão ficou guardada em cima de uma móvel que chamávamos de bidê, esperando a
energia ser instalada para voltar a ativa.
       De 1984 até 1989 nada de tecnologias eletrônicas, as tecnologias que usávamos
eram a enxada, a foice, o matraca para plantar o arroz e o milho e na época da colheita
podia ver em ação a trilhadeira de um vizinho que passava em via sacra trilhado os
grãos dos produtores da vila.
        No ano de 1992 já havendo concluído a 8ª série, fui estudar do colégio dos
padres em Itaúba, onde concluí o segundo grau como se dizia na época. Neste novo
ambiente pude ter mias acesso a tecnologias antes não conhecidas por mim. Tínhamos
no seminário uma sala de datilografia que era a sensação, pois nunca tinha visto uma
máquina que pudesse escrever. Tínhamos muitas outras máquinas que nos facilitavam o
trabalho. Conheci no seminário um tal de vídeo cassete que nos permitia gravar os
filmes que passavam durante a semana para que pudéssemos vê-los no sábado. Outra
tecnologia que me marcou bastante foi o aparelho de som, toda manhã acordávamos às
6:00 ao som de músicas sacras o que me ajudava bastante a preparar o espírito para o
decorrer do dia. Tínhamos também instrumentos musicais como violão, guitarra, contra-
baixo, teclado e uma harmônica, e pude aprender a tocar alguns deles.
       No meio do ano de 1994 instalaram o telefone convencional o que gerou
bastante confusão no inicio, pois todos queriam atendê-lo, quando tocava, o trupé era
grande.
        Já quase no final do ano de 1994, ano em que deixei o seminário, foi comprado
um computador, o que gerou grande alvoroço entre nós. A curiosidade para ver aquele
bichinho funcionando era quase incontrolável. Mas a decepção foi grande, pois nem
todos podiam ver o tal computador em funcionamento por que somente um dos padres o
utilizava para serviços internos e era impossível torná-lo acessível a todos.
Em 1997 já cursando faculdade na Unemat de Sinop, fazia-se necessário que
para continuar os estudos eu arranjasse um emprego. Depois de ter visto o tal
computador no seminário e não ter podido aprender a lidar com ele, meu desejo era
aprender para poder trabalhar com um, foi ai que iniciei na faculdade um curso de
computação básica no laboratório de informática do próprio campus universitário.
        Logo que concluí o curso, por intermédio de amigos, consegui uma chance de
fazer um teste no mais conceituado escritório contábil da cidade. Na entrevista ao ser
perguntado se já havia trabalhado com o tal computador, arrisquei dizer que já havia
domado um bichinho igual ao que eles tinham no escritório, foi ai que me deram uma
semana de prazo para provar que podia domar aquele também. Consegui ficar no
emprego e ali trabalhei por três anos e quatro meses, todos os dias lidando com o
computador. Depois daquele emprego os outros que tive sempre foram trabalhos em que
se fazia necessário utilizar a tecnologia da informática. E hoje aqui na escola é uma
ferramenta muito usada no meu dia-a-dia para poder aprender para conseguir ensinar.


                                                         Dalla Santa, Liomar Roque
Evolução tecnológica


Era uma vez, um objeto intrigante
útil, cobiçado e fascinante
seu nome conhecido popularmente
por máquina de escrever cientificamente

Anos a fio esteve presente
com efeito muito potente
revolucionou especialmente
a rotina da gente

Nos tempos jovens e ciente
participando ativamente
da moda e do diferente
era bom, era quente.

Hoje ultrapassado essa semente
foi substituída drasticamente
por um objeto de memória inteligente
com tanto apetrecho instigaste
nos tornando impotente
Credo em cruz! Extrapolou a minha mente.

Que pena não acompanhar cientificamente
a tecnologia vigente
substituindo a máquina valente
por computador eletronicamente
Meu Deus! Me sinto incompetente.

                                           Zoleide Bianchini
EU E A TECNOLOGIA

            Lembrar da minha infância é lembrar um menino tímido, expansivo com os
amigos e familiares, mas acanhado, arredio com as outras pessoas. Recordo-me que ao
recebermos visitas em nossa casa eu encontrava uma maneira de ir saindo de mansinho
e acabava escondendo-me no quarto, atrás da casa, ou saía pela rua sem saber para onde
ia. Só retornava quando as visitas já tivessem saído. Mas por detrás daquele menino
tímido, havia um menino corajoso, um “alguém” que desejava conhecer as coisas,
descobrir o mundo.

            Filho de uma família pobre, que não poderia nos oferecer muita coisa em
termos de tecnologia, saía sozinho durante a noite, quando ainda tinha entre 06 e 07
anos, para ir à casa de meus tios assistir, em televisão preto e branco, a novela sensação
da época, ”O Bem-Amado”, e filmes, especialmente do Conde Drácula.

           Outro programa favorito era assistir filmes no CTG (Centro de Tradições
Gaúchas). Filmes do Teixeirinha, Mazaroppi e Trapalhões, que eram sucesso de público
no Rio Grande do Sul. Pegava eu pelo braço a minha irmã e meu irmão, mais novos do
que eu, e juntos íamos assistir a esses filmes que eram transmitidos durante a noite.
Porém, isso não era problema para nós, afinal, coragem não nos faltava.

           Desde muito cedo ouvia dizer que, nós crianças, não devíamos nos
intrometer em assunto de adultos. Alheio a tudo o que acontecia ao meu redor, eis
quando recebo de meus pais uma notícia que me deixou muito triste: iríamos embora de
Miraguaí. Estávamos indo morar em Mato Grosso.

            Corria o ano de 81. Com apenas 08 anos de idade e sem ter noção da
distância, só sabia que era muito longe, meu coração de criança ficou dividido: curioso
por viver essa aventura, porém muito triste por deixar os amigos, a escola, os parentes.
Chegou o dia D. A despedida, o embarque, os quatro dias que durou a viagem, a
chegada à nova terra e a triste constatação: ali seria muito difícil viver. Estradas com
enormes atoleiros, um vilarejo (onde iríamos morar) e muita mata. Este era o novo
cenário.

           A única rádio que sintonizava neste lugar era a Rádio Nacional da
Amazônia. Nela havia um programa, por nós crianças e até adultos, muito querido,
inteiramente voltado para o público infantil, com historinhas, músicas infantis: o
Programa da Tia Leninha. Como trabalhávamos na roça era complicado para
escutarmos esse programa. Só havia uma saída: levarmos o rádio para a roça. E assim
fazíamos. Quando chegava a hora do programa ninguém nos segurava.

            Em 1983, fui para o Seminário, em Itaúba. Foi aí que comecei a ter um
maior contato com as tecnologias da época. Inclusive foi no seminário que fiz um curso
de datilografia, feito em máquinas com teclado relativamente pesado. Mas foi de grande
valia. A habilidade na digitação nos dias de hoje se deve àquele curso.

            Em 1988 finalmente conseguimos comprar a nossa primeira televisão, em
preto e branco. Quanta felicidade. Na época, em nossa região, só conseguíamos
sintonizar o SBT(Sistema Brasileiro de Televisão), porém, pouco nos importava. Como
fomos uns dos primeiros da comunidade a comprar uma televisão, muitas pessoas e
famílias iam lá pra casa, diariamente ou nos finais de semana, para assistir a novela,
filmes, jogos de futebol. Enfim, a nossa casa virou um ponto de encontro.

             Olha a ironia do destino. Em 1989 prestei vestibular na FUCMAT
(Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso) para o curso de Filosofia, afinal ainda
era seminarista. Foi-me dado um poema, que ora não me recordo, do qual teria que
extrair o tema central e, a partir daí, produzir a minha redação. Cheguei à conclusão que
o tema central era “a alma do computador”. Porém, que alma era essa. Eu nunca tinha
visto um computador na minha frente, nem sabia o que era isso. Quanto suador. Alguma
coisa teria que escrever. Escrevi. Se me saí bem ou não, nunca saberei. Da “alma” não
sei o destino, se o céu ou o inferno. O importante foi que consegui passar no vestibular.

           Em 1998, pude ter contato com o tão falado computador. Participei de um
curso básico de informática, ministrado pelo Padre Edson Sestari, no qual aprendi as
noções básicas que logo esqueci, pois não tinha praticamente nenhum contato com outro
computador fora do curso.

            Finalmente no ano de 2000, realizei o sonho do computador particular.
Passou a ser uma ferramenta extremamente importante na minha vida de professor, pois
facilitou em muito algumas atividades que eram penosas sem ele. Pude desenvolver
habilidades e dominar uma boa parte dos recursos que o computador nos oferece e
transformar essas habilidades em conhecimento significativo.

            No ano de 2003, participei de um curso de pós-graduação, “Informática na
Educação”, o que ajudou significativamente no meu aprendizado e na possibilidade de
auxiliar outras pessoas.

             Neste ano de 2008 estamos tendo mais esta oportunidade de aprendermos a
usar essa grande ferramenta pedagógica, através do curso que nos está sendo oferecido
pela ProInfo, “Educação Digital – Linux”. Espero poder tirar um bom proveito desse
curso para transformá-lo em conhecimento significativo para os meus alunos no dia-a-
dia da sala de aula.

                                                                     Lairton José Ferst
Amizade por um fio!

        Durante a infância não tive muito contato com a tecnologia, pois morávamos em
uma “cidadezinha cheia de graça”, com seus sete a oito mil moradores, chamada
“Rosário Oeste”, localizada a 120 km de Cuiabá, a capital de MT, Terra de gente
simples, mas de muita sabedoria, cheia de crendices populares, segundo os ribeirinhos
existe uma lenda a respeito do Rio Cuiabá, dizem os mais velhos que no fundo do Rio
habita o “Minhocão” e que ele engole pessoas e vira embarcações, na verdade não
conheço muito a história, mas tem gente que jura ter visto, eu prefiro apenas acreditar,
pois tenho medo só de ouvir falar.
         Embora não houvesse muitas pessoas em Rosário, ainda assim as poucas que
haviam eram acolhedoras, e passavam todas as tardes conversando em frente a suas
casas, a simplicidade era algo que chamava atenção naqueles semblantes, que na
maioria das vezes eram de moradores antigos, que o tempo já havia modificado seus
traços, mas não a alegria de estar com o outro para falar sobre seu dia, ou mesmo uma
palavra a toa, apenas para perpetuar o círculo da amizade. Com o passar do tempo as
coisas foram se modificando, nossa cidadezinha foi ganhando mais graça ainda, porque
seus moradores estavam conhecendo uma nova forma de se comunicar, e quem iria
imaginar que as conversas das tardes dariam lugar ao “Telefone”, isso mesmo, a
tecnologia estava chegando! Assim minha mãe começou a se alegrar com a idéia de ter
um telefone, pois a família dela morava em Cidades e Estados distantes, e esse era um
meio rápido de estar sempre em contato, para saber como estavam, pois antes
utilizávamos apenas as cartas, bem, elas ainda continuariam, eram tão pessoais, cheias
de carinho, cada letra, cada palavra era desenhada, feita com muito amor.
         Depois de algum tempo eu também comecei a sentir aquilo que minha mãe
sentia... Comecei então a sonhar... Em todos os sonhos eu estava conversando, mas não
me lembro com quem era, lembro-me apenas da cor do
aparelho que era “vermelho”, se bem que eu nem gosto tanto de vermelho, mas esse era
o meu sonho de cada noite. Chegou o dia tão esperado, instalaram a linha para o
telefone, e para a minha surpresa o aparelho era “marfim”, também, imagine se tudo
fosse realmente como nos sonhos... o mais engraçado era quando ele tocava, todos
queriam atender, a sorte mesmo era daquele cujo telefonema interessava. Isso ocorreu
durante dias até todos se acostumarem com aquele toque. Embora a tecnologia seja algo
importantíssimo para todas as pessoas, pois com ela conseguimos vários avanços
tecnológicos, nada substitui uma agradável e longa conversa na calçada de casa com os
amigos, e parece que lá o tempo passa mais devagar, como se o que realmente importa
são a simplicidade das coisas, e o grau de importância que damos a elas... Ah os amigos
longe ou perto estão sempre em nossos pensamentos, como diria Mário
Quintana a “amizade é um amor que nunca morre”.
                                                                           Soila Canam
A CURIOSIDADE MATOU O GATO

A curiosidade matou o gato, é exatamente nisso que estou pensando enquanto começo a
digitar esse texto. Estou segurando as lágrimas, pois acabei de perder todos os arquivos
que estava no meu computador enquanto tentava instalar o Linux Educacional.
        No sábado a noite procurei um site para fazer o download do Linux, foi bem
fácil encontrar.
Enquanto esperava o término do download aproveitei para dar uma olhada nas
instruções de instalação, estava super ansiosa para explorar o novo sistema. Quando o
download terminou resolvi ir adiante e criar o disco de boot, pois sabia que não era um
processo complicado, já havia feito isso antes, claro que da primeira vez perdi vários
CDs. O cd ficou pronto e como já estava tarde fui deitar, mas a curiosidade não me
deixou dormir, minutos depois estava novamente na frente do computador. Olhei mais
uma vez o capítulo que tratava do particionamento de disco e reiniciei o computador, o
resto dá pra imaginar, foi o início do fim do gato curioso.
Agora estou tentando me conformar com as perdas enquanto faço a atividade do curso.
Ao menos o novo sistema foi instalado, e o editor de texto é bem parecido com o antigo,
não estou tendo dificuldades para usar, e para minha própria surpresa ainda não senti
saudades do Word. Isso me leva a uma importante constatação, o gato não morreu, ele
continua vivo, apenas mudou. É doloroso mudar, mas aos poucos vamos percebendo o
lado bom das mudanças e no fim nos acostumamos novamente, deve ter sido assim com
as pessoas que utilizavam navios para atravessar o Atlântico quando os aviões
começaram a ser utilizados para o mesmo propósito, como também deve ter sido a
curiosidade que fez muitos experimentarem esse meio de transporte pela primeira vez.
A curiosidade também deve ter tirado Santos Dumont muitas vezes da cama, é
impossível
dormir quando se tem em mente idéias que podem influenciar os caminhos de toda a
humanidade, e é quase certo que ele também teve prejuízos durante as inúmeras
tentativas até que seu projeto tivesse sucesso. Óbvio que não estou me comparando a
Santos Dumont, mas como professora posso influenciar o caminho dos meus alunos
para que se tornem cidadãos responsáveis e capazes, esse é o meu projeto, aprender
utilizar um sistema mais acessível é uma das inúmeras tentativas, perder cds e arquivos
são prejuízos pequenos diante desse projeto.
A curiosidade é natural no ser humano, mas o medo da mudança faz com que vejamos
ela como defeito, como um vício capaz de levar os curiosos a morte. Nos ensinaram a
ver com maus olhos a curiosidade ao longo dos séculos, como uma forma de conter os
explorados e manter o poder, e nós em pleno século XXI continuamos repetindo a
máxima e temendo o novo.
As lágrimas secaram finalmente, a cada palavra digitada percebi que não perdi nada, o
disco do computador foi formatado, mas o que eu aprendi já faz parte de mim, desse
texto e das minhas ações. A curiosidade nunca matou o gato, o que ela matou foi o
comodismo e o medo do novo. O novo gato compreendeu que não é escravo de uma
única tecnologia, mas que são elas que servirão ao seu propósito desse momento em
diante.

                                                                       Jusemara Teles
A tecnologia em minha vida

        Hoje o aspecto mais importante na dinâmica econômica sob o comando
industrial é o crescimento da produtividade relacionado com a incorporação de novas
tecnologias, o fato mais preocupante nesse processo é o próprio desenvolvimento dessas
tecnologias e principalmente suas aplicações.
        Percebe-se que a ótica hegemônica mundial nesse contexto (re) organiza o
mundo semelhante à uma “teia de aranha”, tal quantidade de relações que envolvem a
humanidade em nossos dias em um sistema de inclusão ou marginalização social, sendo
assim, as pessoas gradativamente são afetadas pelo intenso fluxo de informações e
inovações tecnológicas.
        Estamos vivendo hoje a uma verdadeira revolução na área da telecomunicação a
espera de novos instrumentos os quais tornam os espaços e tempos mais curtos, ou seja,
hoje por exemplo, através da tecnologia posso realizar contato com outras famílias em
tempo real, coisas que anos atrás era realizado através de cartas levando dias e até meses
do referido contato.
        Como experiência vivida em meio a essas inovações (tecnológicas) vale ressaltar
o meu primeiro contato com a energia elétrica, em minha casa anteriormente a luz que
iluminava era o da lamparina, objeto feito de lata com pano e óleo diesel, mais tarde
passamos a utilizar liquinho, objeto mais moderno, sendo que sua fonte de energia era o
gás, já em 1982 esse último objeto foi substituído. Através de um projeto realizado pela
CEMAT, ficava visível nos rostos das pessoas dessa comunidade a esperança e a
vontade de participar de uma nova era, um momento em que a tecnologia chamada de
energia elétrica a qual iria suprir muitas necessidades as quais de certa forma assolavam
a nossa família e nossa comunidade.
        No entanto o que se verifica hoje é a presença de novos momentos tecnológicos
e principalmente a nossa adaptação á ela,pois a globalização tecnológica ampliou o
fosso técnico do mundo: Os habilitados tecnicamente tornaram-se mais ainda
habilitados e os menos habilitados buscam através das novas exigências do mercado do
trabalho uma nova interação técnica talvez tardia mas necessária .

                                                                       Edson Wanderlei
Efeitos colaterais do uso do PC

        Tinha convicção. Não. Não seria mais uma obcecada pela máquina e seus feitos
heróicos em uma saleta composta de quatro paredes nuas, uma escrivaninha, uma
cadeira de rodinhas e um assento ao portador do outro lado da mesa. Já cansara de ouvir
estórias bem sucedidas de final de expediente: “Vc viu meu Pc novo?” Nossa que
insulto a gramática! Engoliram as palavras, corromperam a língua materna em troca de
meia dúzia de modernidade. “Meu PC!” Jamais ousaria usar tais palavras.
        Era feliz com suas fabulosas estorietas sobre aquele dia que... Ou sobre quando,
quando... Não importa se não tinha estórias do final de expediente sobre aquele dia que
o técnico de informática passou a tarde espalhando olhares esverdeados na redação, ou
sobre quando o PC travou na hora H e ele teve que ir tomar um cafezinho na cozinha.
Era simples, poderia substituir seus contos por aquele dia que o chefe tropeçou no balde
e vassoura deixados por um minuto no corredor no corredor, enquanto limpava,
disfarçadamente, o vidro da sala de redação que tinha o PC ligado que o tal técnico
examinava. Afinal sabia que ninguém tropeçaria nela mesmo. E quando chegara
atrasada cinco minutos por deixar os pensamentos presos no monitor LCD com tela
plana de catorze polegadas da recepção. Pensou que se aquele PC travasse seriam horas
de olhos azuis na recepção. Mal acreditava que tinha pensado PC.
        O contato que tinha com ele era breve: um espanador bailarino ou uma flanela
embriagada de desejos. Às vezes quando a vassoura, por atrevimento ou curiosidade,
chegava mais perto e tocava alguns fios deitados no chão, o coração saltitava na boca, o
rosto cobria de um torpor, as pernas bambeavam e só voltava a respiração quando ouvia
as palavras mágicas: “Está tudo bem tia!? Se quiser posso sair para a senhora poder
limpar a vontade”. Mas sempre dizia que estava bem, que poderia ficar, pois já estava
acabando. Mesmo assim ficava horas mergulhadas em pensamento, viajava pela tela e
sentia os dedos fazendo um clic- clic no mouse juntos com os olhos verdes. Tinha
curiosidade, queria saber como funcionava tudo, mas ali apenas limpava e suas mãos
não eram delicadas como as da redatora.
Todas as vezes que uma daquelas máquinas parava de funcionar chamavam o técnico.
Olhos verdes, maleta prata, cabelos sem vento e muitas horas na frente da tela. Ficava
sempre ao pé da porta pronta para trazer o café, alcançar a chave, pegar o Cd disso e
daquilo (conhecia os Cds pelos desenhos), ele sempre contava com os seus préstimos.
Todos corriam de um lado para o outro com papeis, telefones, anotações. Ignoravam o
técnico, mas lembravam da máquina e sempre alguém perguntava: “E aí, já está
pronto?” E ele respondia: “Só mais meia hora, to terminando de formatar. Dessa vez
consegui recuperar todos os arquivos”. Um sorriso, um gole de café. Depois ia embora e
o verde dos olhos dele continuava piscando no botão do computador.
        Com o tempo foi perdendo o medo, podia tocá-los: Máquina e homem. Com o
espanador dançava sem pó. Com a flanela exalava perfume. E a vassoura teimosa se
enrolava nos fios. “Alguém chame o técnico, meu PC travou”. E dia após dia via ele
entrando na redação. Maleta na mão, cabelo sem vento, sorriso no rosto, sinal verde (os
olhos). Todos ocupados. Mensagens, telefones, anotações, cafés e sorrisos, muitos
sorrisos. No final do expediente também tinha estórias para contar e falava com as
paredes nuas: “Vou ter o meu próprio PC. É uma questão de tempo. Ele não trava na
hora H.
        A conexão e banda larga, já comprovei outro dia ao tomar café na cozinha. Terei
acesso ilimitado é só dar o enter.”
Um dia enquanto limpava a sala da redação o PC principal travou, disseram que era a
memória que estava cheia. Ficaram apavorados tinham que terminar a edição para o dia
seguinte, mas o PC não respondia a nenhum comando. Então chamaram o técnico de
olhos verdes. Falaram que ele não poderia vir, estava de férias, lua de mel. “Lua de
mel?!” Ouvira bem, mas não vira aliança em suas mãos. Foi um delete seguido de um
insert cruel. A flanela caiu e o espanador voou. Ela avançou em direção ao PC. Os olhos
dele piscavam em verde e vermelho. Tocou a máquina. Feriu a tela plana LCD,
penetrou o disco rígido e devorou cada Mb da memória, engoliu a seco cada CD,
triturou com as mandíbulas ao desenhos do teclado, digeriu o mouse e em instantes o
PC foi sumariamente destruído. Mas ouviu o clic, seus olhos estavam vidrados e desta
vez todos da redação olhavam-na. Como uma capela: “A faxineira”, seguido de um
silencio ensurdecedor. Mal percebeu o barulho da
flanela embriagada e do espanador bailarino tocando o chão. Dirigiu-se em direção ao
PC principal da redação, plugou-o na tomada. Morte súbita do silencio. Mensagens,
telefones, anotações, cafés e risos, muitos risos. Não voltaria mais a sala da redação. O
PC ainda lhe distribuía olhares esverdeados, com sua enorme cara LCD catorze
polegadas.
Desconectou-se da rede. Estava sem endereço de web.
        A noite quando deitou na sólida cama de solteiro do quarto de meio salário,
sentiu bem: memória cheia. Fez um backup, tomou um anti-vírus, reclinou a cabeça no
travesseiro e antes de iniciar a formatação ainda viu o teto refletir a tela LDC de muitas
polegadas, as paredes se recobrirem de preto internalizadas de fios coloridos plugados
consecutivamente, a porta revestida de metal tal qual a entrada USB. Seria um racker
que invadira seu sistema? Ou alguém conseguira descobrir sua senha? “Deletaram os
meus arquivos”. Iniciou a formatação. Mas ouviu bem quando chamaram o técnico
vestido de branco com olhos esverdeados para consertar a máquina.
        No dia seguinte o Classificados do jornal oferecia uma vaga de emprego para
faxineira com segundo grau completo e curso de computação.

                                                 Gisláide Aparecida Ferreira de Sena.
Minha história

        Minha história começa a mais ou menos 28 anos atrás, quando ainda morava na
minha terra natal em Santa Catarina. Meus pais trabalhavam fora para poder nos dar o
mínimo necessário, eu e meus três irmãos ficávamos em casa, eu e meu irmão mais
velho éramos responsáveis pelo serviço de casa, estudávamos um período e no outro
tínhamos muito o que fazer, na época do inverno, recolher lenha, fazer fogo, etc.
        Mas, éramos crianças e gostávamos de assistir TV, esquecendo assim das tarefas
de casa. Até que minha mãe resolveu cadear a televisão, pois senão o serviço não era
realizado. Quanto sofrimento, sem assistir os desenhos favoritos, até que apareceu um
tio nosso “muito esperto” e nos ensinou a colocar uma extensão e ligar a tomada, não
necessitando assim abrir o cadeado, e nossa mãe não descobriria. Engano nosso, o
resultado foi: trabalho não realizado e uma surra bem dada. Quando nos mudamos para
Terra Nova do Norte em 1986, não tinha energia elétrica ( luz), não tinha como assistir
televisão, então, ouvia muito a Rádio Nacional da Amazônia, lembro que meu pai
ficava bravo pois eu gastava uma carga de pilha a cada dois ou três dias, em
compensação fiz muita amizade por correspondência, me correspondia com pessoas do
Brasil inteiro. Passado muitos anos, já cursando Pedagogia, em uma promoção realizada
na Escola em que eu trabalhava, decidiu-se comprar dois computadores para a sala de
professores, mas, tínhamos um porém, não sabíamos mexer com aquela “coisa”. Então
um professor do PAEM ( Programa Alternativo do Ensino Médio), chamado Vitório se
propôs a nos dar umas aulas, teve até cronograma, pois tinha muita gente interessada em
aprender, enquanto outros nem chegavam perto. Aprendemos a ligar e desligar, e usar o
editor de texto. Foi um grande avanço para a época.
        Depois disso, fiz dois cursos de computação, mas, sempre com um pouco de
medo de estragar.Algum tempo depois apareceu o tal do celular, o meu marido tinha
um, mas eu não sabia mexer, certo dia tocou o celular e fui atender, sem perceber
apertei o botão para falar, e ainda perguntei pro meu marido se era no botão verde que
apertava, e a pessoa do outro lado disse; sim é no verde mesmo. Pensa no mico que
passei. Sem contar as vezes que o celular tocava e achava que não era comigo o barulho,
achando que era outra coisa. Agora tudo mudou, todos em casa têm celular, temos
computador com acesso a internet, estamos aprendendo cada vez mais, e procurando
perder omedo do novo.


                                                       Mara Caciane Renz Dalmolin
A tecnologia em nossas vidas


        De acordo com o site Wikipédia, tecnologia é um termo que envolve o
conhecimento técnico e o cientifico e as ferramentas, processos e materiais criados e /
ou utilizados a partir de tal conhecimento. A tecnologia é um meio indispensável na
vida do ser humano, precisamos fazer uso da mesma para conseguirmos acompanhar as
evoluções e transformações que vem ocorrendo no mundo inteiro.
        Eu como professora de Educação Infantil, acredito que a tecnologia e a
informática são fundamentais na vida de qualquer pessoa, já que hoje tudo esta
relacionado com as novas tecnologias, a cada dia surgem novidades e de certa forma
somos impulsionados à acompanhar tais transformações.
        Antigamente, mais ou menos a vinte anos atrás, nem todas as pessoas tinham
televisão, rádio etc..., atualmente são poucas que não possuem tais tecnologias, e um
exemplo de como a tecnologia vem crescendo é o fato de hoje termos inúmeros
modelos televisão, a um certo tempo atrás as televisões eram pequenas e sua imagem
era preto e branco, hoje temos modelos dos mais avançados como: TV de plasma que é
praticamente um cinema dentro de casa.
        A informática também vem se expandindo, ter um computador em casa hoje já é
comum, precisamos fazer uso do mesmo pois as situações que enfrentamos exigem seu
manuseio. Ter um computador conectado a internet se tornou uma necessidade do ser
humano, a informática surge para superar a necessidade do ser humano de registrar e
manipular dados em grandes quantidades com precisão e rapidez.
        Muitos profissionais da área consideram que a palavra informática seja formada
pela junção das palavras informação + automática, pode dizer-se que a informática é a
ciência que estuda o processamento automático da informação por meio do computador.
        Em sala de aula podemos perceber o quanto as crianças se interessam pelo
computador e principalmente pela internet, a maioria delas já sabe o que é um
computador e qual sua utilidade. Eu confesso que até pouco tempo não tinha contato
nenhum com o computador e internet, não sabia nem ligar um computador, mas ficava
observando as pessoas trabalhar e imaginava que não seria tão difícil manusear tal
máquina. Minha curiosidade aumentou quando há três anos iniciei minha faculdade de
Pedagogia em Educação Infantil. A todo o momento ouvia falar em assuntos
relacionados a internet, e assim logo foi necessário usar o computador para digitar
textos, provas, projetos bem como pesquisar na internet. Dessa forma meu interesse só
aumentava, passei a navegar pela internet, criei meu MSN e Orkut.
        Hoje me sinto feliz usando o computador, navegando na internet, e a cada dia
aprendendo coisas novas e interessantes, sei que há muita coisa pra aprender, mas com
dedicação e empenho será possível conquistar. Enfim acredito que a tecnologia e a
informática estão sendo muito importantes para minha vida, pois irão contribuir para
meu crescimento pessoal e profissional.


                                                          Roseli Aparecida Cucolotto
Eu e a Tecnologia

        De uma forma simples Tecnologia é a razão e a capacidade do homem em
resolver problemas na qual ele utiliza-se de meios por ele criado para facilitar a
resolução dos mesmos, ou seja, inventa algo para ajudar a resolver outras coisas. Sendo
assim a tecnologia está presente em tudo, dês do lápis de escrever à impressora jato de
tinta, da bicicleta ao avião, do rádio ao computador e assim vai...
        Quando pequeno, eu e meus irmãos gostávamos muito de ouvir o rádio, aparelho
de comunicação mais usado naquele tempo, era a “Tecnologia da Época”. No rádio se
ouvia novela, jornal, futebol, rodeio, bingo e etc. Lembro-me quando meu pai trocou o
antigo aparelho por um novo, fizemos até uma festa, tempos que ficaram guardados na
lembrança.
        Com a chegada da televisão ficou ainda melhor, com o som vieram as imagens,
dava pra ver o mundo inteiro dentro do televisor. A princípio pensávamos que a antena
seria posta em cima do telhado da nossa casa, mas descobrimos que não era preciso,
apenas em cima do televisor. A TV não era colorida, apenas em preto e branco, mas
quem ligava, o importante era assistir as novelas e ver os jogos que antes se ouvia
apenas pelo rádio.
        Lembro-me quando ganhei meu primeiro Vídeo Game, era um Dynavision,
demorei aprender, tive dificuldades por não saber usar, mas criança aprende rápido,
principalmente quando se trata de jogo, depois que aprendi, passava horas brincando na
frente da televisão, minha mãe algumas vezes chegou até brigar comigo pra não jogar
muito, mas me divertia bastante tudo pra mim era novidade.
        Em casa tinha uma máquina de escrever manual que meu pai usava para
digitar trabalhos, era muito interessante, mas às vezes ele ficava zangado quando errava
o texto, era necessário muita atenção, pois um erro não poderia ser corrigido e se errasse
muitas vezes tinha que começar tudo de novo. Meu pai não deixava ninguém mexer na
máquina de escrever, só ele, mas com o passar do tempo foi nos ensinando a usar aquele
instrumento de trabalho.
        Os tempos foram passando e com a chegada do computador meu pai lançou-me
um desafio.
        Ele disse:
        __vou te dar um computador se você fizer o curso de informática e passar de
ano.
        Aceitei o desafio, passei a fazer o cursinho básico e consegui passar de ano. O
curso teve duração de oito meses. Quando conclui, fui chamado para fazer um estágio
na escola de informática que eu fazia aula, comecei a fazer o estágio que durou seis
meses, junto com o instrutor Marcelo, terminado esse período, passei a pegar turmas
sozinho na sala, não foi fácil, mas com a ajuda de Deus consegui.
        Ganhei meu primeiro computador e fui aprendendo aos poucos e até hoje estou
aprendendo, e acredito que continuarei a aprender cada vez mais, nesse mundo de
tecnologia que não tem fim.

                                                                    Israel Brites Caldas
“Não desistir de voar”


        Quando soube que teria que produzir um texto, sobre a tecnologia e qual
influência ela tem em meu cotidiano, logo pensei.
        De qual aparelho irei falar? Pensando assim, procurei escrever sobre o que estou
vivenciando no momento. Sendo convidada a participar do curso LINUX aceitei
prontamente mesmo estando em tempo reduzido, por outros compromissos, e o curso já
em andamento quando comecei a participar das aulas.
        Assistindo então o filme de Santos Dumont notou-se a sua vontade de voar,
começando sua criação de uma forma bem primitiva, mas com perseverança, deu asas a
sua imaginação.
        Hoje se pode usufruir de aeronaves com todo luxo e requinte, além de viagens
expressas, graças a sua força de perseverança. Incrível!!! Como evoluiu!!!
        No entanto as mudanças ocorrem rapidamente e a evolução tecnológica. Já passa
a fazer parte do nosso cotidiano, e felizmente somos privilegiados com o uso desses
recursos.
        Ainda lembro-me quando fiz curso de datilografia era uma velha máquina de
escrever. Como eram duras as suas teclas!!!
        Sei que não foi fácil a conclusão do curso, pois morava vinte e sete quilômetros
de distância da cidade aonde acontecia o mesmo. Enfim concluído... Que bom!
        Eu sabia datilografia, o que facilitou minha vida de estudante, datilografei
textos, poesias, musicas...
        Mas... Tempos depois tive o primeiro contato com o computador. Que diferença
da máquina de escrever! As teclas eram mais leves, se errasse poderia apagar sem
danificar o texto. Lembrando que o primeiro programa foi o MSDOS (hoje extinto)
executei outros programas entre eles a digitação, que foi de grande relevância nos
trabalhos de faculdade.
        E a internet!!!! Ah, essa é demais!!! Uma fonte inesgotável de pesquisa e
esclarecimento de dúvidas, traz o conhecimento para bem perto de nós.
        A grande maioria pode acessá-la e se conectar com o mundo em questão de
minutos, esse benefício já está acessível para todas as pessoas, inclusive temos a
vantagem de obter programas especificados para crianças, fazendo com que desde cedo
já comecem a informatizar e estar preparados para vivenciar esses avanços que a
tecnologia pode oferecer.
        Como educadora sinto-me mais preparada para ao transmitir esses
conhecimentos e para dar oportunidade aos pequenos de conhecer a máquina, ensinar-
lhes que não se deve fechar os olhos para o mundo e que desistir de voar não é nosso
lema, mas sim, ir em busca da realização dos nossos sonhos!!!!
                                                                  Maria José
INTRODUÇÃO A INCLUSÃO DIGITAL

       Sou professor de uma escola rural do Município de Terra nova do Norte MT,
denominada Escola Municipal Xanxerê, trabalho ha 20 anos no Ensino Fundamental
com crianças de 1ª a 4ª séries.
        A tecnologia evolui com o passar do tempo, e a cada momento desperta
curiosidade, pois cada novidade precisa ser assimilada para ser utilizada pelas pessoas
em todas as partes do mundo, seja qual for a atividade que exerça , existirá sempre algo
que venha para aperfeiçoar, facilitar as atividades humanas. Podemos chamar isso de
progresso em benefício do ser humano das pessoas enfim, mas para que seja um
instrumento de inclusão precisa estar ao alcance também das minorias.
     O século XX foi uma época em que o avanço tecnológico se deu de forma muito
acelerada, muitas vezes pela necessidade e também pela capacidade que o ser humano
desenvolveu em buscar melhorias. Mas às vezes nesta busca nem todos os avanços
podem ser considerados positivos devido aos efeitos colaterais de muitas invenções e
inovações como por exemplo o uso das máquinas agrícolas que substituíram a mão de
obra humana gerando desemprego no campo outro exemplo é o uso dos agrotóxicos
que por um lado possibilita a produção em grande escala de alimentos mas que ao
mesmo tempo gera transtornos de saúde .
      Analisando o passado que tive e atentando para as particularidades da época entre
1973 e 1981 lembro-me que na luta árdua da agricultura, minha família passou por
muitas dificuldades devido a falta de conhecimento sobre a qualidade do solo, mudamos
do Paraná para Mato Grosso em 1973, em busca de melhoria de vida, adquirimos um
sítio em Sinop, Mato Grosso, passamos por muitas dificuldades por causa da falta de
conhecimento das culturas agrícolas que poderiam ser produzidas ali naquele solo,
assim sendo plantou-se café em terras impróprias para este cultivo, conseqüência disso
foi a dívida alta em financiamentos e a conseqüência da falta de produção , em 6 anos o
terreno foi a leilão , por falta de pagamento.
       Hoje meus pais moram em uma chácara pequena criam gado de leite e corte
sempre procuram melhorar a qualidade dos animais para uma melhor produção de leite
e carne.
       Na escola onde trabalho (Escola Municipal Xanxerê) as melhorias demoraram a
acontecer devido às condições da época os recursos tecnológicos que tínhamos era
muito poucos me lembro que nossa escola começou com um mutirão comunitário para
levantar as salas de aula e eram apenas duas salas com uma minúscula cozinha os
materiais pedagógicos eram escassos poucos livros e um mimeógrafo para ampliar
textos ou avaliações.
      Os primeiros computadores chegaram em 1997/98 eram quatro máquinas, onde
pudemos aprender algumas noções de como usar a máquina. Eu aprendi um pouco,
consegui aprender a digitar textos, tabelas, gráficos etc. No Programa Windows 97/98.
Não pudemos aperfeiçoar e aprender muito devido à falta de prática e de tempo.
     Por volta do ano de 1996/97, chegaram o 1º kit de TV, antena parabólica e vídeo
k7, para que a escola fizesse a gravação dos programas da TV Escola e utilizasse como
uma ferramenta pedagógica em sala de aula e para cursos de atualização de professores.
     Muitos professores tiveram e ainda tem muita dificuldade em manusear aparelhos
eletrônicos como: dvd, vídeo k7, controle remoto etc., mas há sempre quem auxilie no
uso destes equipamentos.
Atualmente na escola onde trabalho teve melhorias nesse sentido temos o
laboratório de informática com Internet e agora podemos com esse curso, aperfeiçoar
nosso conhecimento para poder maximizar o uso dessa tecnologia em sala de aula.



                                                      Professor Marcos D.Rohden.
OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS EM NOSSO DIA – A -DIA


             Eu Laercio Roberto Ferst, sou professor a nove anos, na mesma escola em
que cursei da Primeira série até o Ensino Médio.
             Em 1981, minha família juntamente com outras tantas migrou do Rio
Grande do Sul para Terra Nova, mais precisamente para 9ª Agrovila, onde na
oportunidade tinha apenas cinco anos de idade. Essa era uma região nova, ainda
intocada, onde as notícias só chegavam em cartas ou jornais dos grandes centros,
geralmente trazidas em mãos por pessoas que vinham de viagem.
             Perante essa realidade, não é difícil imaginar o quanto era raro a noticia ou o
aparecimento de uma nova tecnologia, senão as já conhecidas e usadas em nosso dia-a-
dia.
             Em 1983 ingressei na escola, primeira série, época em que comecei a
manusear algumas tecnologias (como materiais pedagógicos) que não eram muito
comuns para mim, pois minha irmã não permitia que mexesse nos materiais escolares
dela. Nessa época ganhei meu primeiro calçado, era para ser uma "conga" - calçado de
tecido que se usava na época -, mas como não serviu, e meu pai trocou por um sapato
social. Foi um problema, porque eu não tinha calça comprida, e então tive que usar com
calção e uma meia vermelha que para que eu usasse, meu pai disse que era do
internacional. Alegria que durou pouco, pois logo começaram a me chamar de sapatudo,
e nunca mais usei o calçado.
             Por volta de 1986, compramos o primeiro rádio, da marca "Norton", que
mais parecia uma caixa de abelha de tão grande. Só pude começar a manuseá-lo depois
de uns três anos, pois meus pais diziam que não deveríamos mexer, pois além de ser
movido a pilha, na época muito cara, também poderia estragar.
             Em 1990, com o surgimento do garimpo e conseqüentemente uma melhoria
nas condições financeiras, compramos nossa primeira televisão, em preto e branco que
funcionava a bateria e uma antena rabo de peixe. Era uma maravilha assistir aos jogos
de futebol no final de semana, com a casa cheia de vizinhos, embora quase não
víssemos a bola, de tão mal que pegava. Porém nessa época já estava bem crescidinho e
até já resolvia pequenos problemas que dava com a máquina.
             Assim que comecei o ensino médio, apareceu na escola um Senhor
interessado em dar cursos de datilografia. Alguns dias depois já me sentia "o cara", pois
era um dos melhores alunos do curso. Também pudera, tinha força nos dedos para bater
aqueles botões emperrados das velhas máquinas. Um ano depois fiz um curso básico de
computação, um medo terrível de apertar um botão que estragasse o computador, mas
só aprendi de verdade quando precisei fazer meus trabalhos e outras atividades da
faculdade.
             No ano passado (2007) recebemos do governo federal um laboratório de
informática e recebi o convite para trabalhar como orientador. Nos primeiros dias me
senti um quase analfabeto, pois essas máquinas vieram providas do Sistema
Operacional Linux, até então ignorados por mim, mas foi com grande insistência e
contribuição de vários colegas que consegui aprender um pouco.
             A maior dificuldade que tenho e sinto que meus colegas de trabalho também
têm, é quanto ao uso do computador como uma ferramenta pedagógica, talvez por ser
uma tecnologia nova para nós. Porém faz-se necessário que procuremos romper com
esse medo do novo, pois nossos alunos não tem, e cada vez mais cobrarão de nós.

                                                                   Laercio Roberto Ferst
TECNOLOGIAS...

         A tecnologia na vida do cidadão se tornou indispensável, pois, a cada dia que
 passa, nossas vidas se tornam mais corridas e atarefadas.
         Desde criança, valorizei muito a tecnologia a minha volta mesmo que simples
 fosse.
         Cresci sempre ouvindo a “Rádio Nacional da Amazônia”, mas a chegada
 primeira televisão preto e branco em minha casa, se deu em 1985. Meu pai conseguiu
 comprar um motor estacionário com um gerador de energia pequeno na Oficina
 Mecânica em que trabalhava e, a partir daí tivemos energia elétrica e televisão em casa.
 A família ia do centro da cidade (aqui em Terra Nova) até o bairro industrial próximo
 ao Laticínio para poder assistir o jornal e a então famosa novela da época “Roque
 Santeiro”.
        Mais tarde, quando nos mudamos para a cidade de Matupá, minha mãe dava aula
o dia inteiro, então resolveu comprar uma máquina de lavar roupas para ajudar no
serviço de casa. Nessa época a energia elétrica da cidade acabava a meia noite, então
dava tempo de minha mãe chegar da escola e lavar até tarde da noite. Quando meu pai
conseguiu comprar uma televisão um pouco maior e colorida, estava no auge o
programa “Xou da Xuxa” (1986 – 1987). Eu e meus irmãos ficávamos em casa na parte
da manhã e tínhamos que dar conta do serviço de casa, com tarefas que minha mãe
deixava para cada um fazer. Mas, a tentação de assistir o programa da Xuxa com suas
músicas que adorávamos cantar, os desenhos (Heman, Sherra, Caverna do Dragão, etc.),
era tão grande que quando estava dando a hora da mãe chegar e o serviço não tinha sido
terminado e a televisão quase pegando fogo de tanto assistirmos a manhã inteira, a única
solução que víamos era pegar vários cubinhos de gelo e colocar em cima da televisão
para tentar esfriar para que quando a mãe chegasse, não perceber que a TV esteve ligada
por várias horas. E, o triste fim da TV não muito tempo depois veio. A coitada queimou
de tanto derretermos gelo em cima dela para esfriá-la.
         Quando mudamos para o Estado do Pará, que tristeza... Adeus energia elétrica,
 máquina de lavar roupa, TV, geladeira, ferro elétrico. Voltamos a lavar roupa na velha
 tábua e puxar água com balde da mina de água, passar roupa com o ferro a brasa,
 lamparina e lampião a gás... E o pior era que no outro dia o nariz da gente estava puro
 carvão da lamparina.
         Depois de um certo tempo morando no sítio, meus pais retornaram para o Estado
 de Mato Grosso pois tinham que dar continuidade nos estudos dos filhos, pois, no sítio
 só tinha até a 4 série do Ensino Fundamental.
         Nesse período tive oportunidade de fazer o curso de datilografia que na época
 era muito requisitado e, mais tarde o curso de informática onde ainda se fazia o “MS
 DOS”.
         Hoje, observo como avançou todos os recursos tecnológicos a nossa volta. Os
 alunos têm acesso a inúmeras tecnologias. E nós temos a obrigação de acompanhar tudo
 isso para facilitar o nosso dia-a-dia e melhorar a nossa prática na sala de aula.

                                              Alexandra Magalhães Frighetto
INSTRUMENTOS TECNOLÓGICOS



        A tecnologia está presente em nosso meio, variando de forma e constantemente
aumentando sua capacidade, tornando-se cada vez mais necessária devido ao seu grande
avanço, sendo que há várias máquinas em uma só, como o celular, que se torna um
computador de tantas funções, nele as pessoas conseguem fazer as funções das outras
máquinas, como enviar mensagem entrar na internet, telefonar e até mesmo mandar e
entrar em seu e-mail.
        Primeiro instrumento tecnológico que tive acesso creio eu que foi a televisão, até
então não muito diferente da de hoje. O rádio foi outro instrumento tecnológico que não
mudou muito, pois continua com a mesma função que é a de informar e distrair. Agora
ao me deparar com o computador tremia ansiosa e com medo de estragar, pedia ao meu
professor se realmente existia todas as letras e se eram em ordem alfabética. Eu não tive
acesso ao computador na escola, paguei um curso de informática, para me capacitar.
Hoje quase todos os alunos têm acesso ao computador, devido ao avanço e importância
que isso traz ao meio escolar, pois o aluno ao mexer em um computador se encanta com
o maravilhoso meio tecnológico, conhecendo todas as funções conseguindo conversar
com pessoas dos outros países, criando até mesmo uma nova língua, no caso o internets
a nova linguagem do MSN.
        Todavia a tecnologia é fundamental e indispensável ao meio escolar, pois ao
fazer uma pesquisa o aluno poderá utilizar vários meios tecnológicos, como no jornal da
televisão em notícias na rádio, pelo celular e até mesmo pelo indispensável computador.
Portanto o governo federal está implantando em todas as escolas o laboratório de
informática, envolvendo todos para a inclusão digital, tanto alunos como os
profissionais de educação que estão necessitando de capacitação para melhorar o
método de ensino, e envolver cada vez mais os alunos ao meio tecnológico.
        Perante o vídeo “o sonho nos ares” deixa bem claro que a persistência e a
capacitação deve haver sempre para se conseguir alguma coisa, assim é o estudo, tudo
que se quiser tem que haver a persistência e interesse em aprender.


                                             KÁTIA FABIANE SCHEID BIANCHIM
O CABOCLO

De uns tempos pra cá
vejo uma coisa esquisita
Uns rapazes ajeitados
e umas moças bonitas
Andam falando sozinhos
dão risada fazem “fita”
e que está acontecendo
contando , ninguém acredita.
        2
Depois de muito observar
O que está havendo agora
Resolvi me informar
A quem pudesse explicar
O mundo tranqüilo de outrora
E essa pessoa falou
Que é o tal computador
A grande invenção da história
        3
Estas coisas que o senhor vê
Não são estranhas, pode acreditar
Elas não falam sozinhas
Do outro lado da linha
Tem alguém a lhes escutar
Compram vendem até namoram
Sem precisar se encontrar
Mesmo os grandes negócios
são feitos por celular
        4
Ela explicou que as coisas
Acontecem como magia
Basta dar um “tal de clik”
Nas máquinas de hoje em dia
Você fala lá no Japão
Com seu irmão ou sua tia
Toda esta facilidade
Isso é a tecnologia.
        5
Inda fiquei matutando
Esse moço endoidou
Ele está fazendo um “deus“
Desse tal computador
E depois esse tal de clik
Isso ta meio suspeito, sei não
Eu nem tenho parente no Japão.
        6
Outra coisa muito suspeita
Grande invenção da história
Sujeito esquisito,
Parece que não tem memória
E o rádio, a televisão,
O navio e o avião
Pois ele não sabe então
Que não são coisas de agora?
        7
Ele se esquece dos inventos
Da terra do céu e do mar
De todo tempo e trabalho
Do homem, pra inventar
Imagine se Santos Dumont
Montado no 14 Bis
Esperasse o tal do clik
Pra fazer ele voar?
        8
Foi preciso muito esforço
Pesquisar, trabalhar
Desenvolver a ciência
Sob o sol ou sob o luar
Não ficar buscando atalho
Sentar na frente da máquina
Pra copiar e colar.
        9
Estas coisas eu escutei
E comecei a observar
Principalmente os mais jovens
Não querem saber de pensar
Pra quê, se tà tudo pronto
Não tem mais o que inventar
Se eu tenho tudo à mão
Computador, internet, celular?
        10
Alguns quase nem saem
Pra bater papo, namorar
Fazem isso on line
Não precisa se preocupar
Fazem isso falando sozinho
Na rua por celular.
        11
Estão deixando de lado
As boas coisas da vida
A busca constante do outro
Pra poder se completar
Pois ninguém é uma ilha
Se ficarmos isolados
Os problemas tendo a aumentar.
        12
O contato com o outro
É uma coisa sem igual
Ter amigos, passear na praça
Que era muito natural
Virou coisa do passado
Dizem que a moda agora
É o sexo virtual.
        13
A informática tomou conta
 De todo comércio do lugar
O funcionário olha é pra máquina
Não dá nem pra papiá
Busca numa tal de tela
Tudo que eu fui perguntar
Aquelas máquinas esquisitas
Sabem de tudo informar.
        14
No mercado eu não entendo
Como ela faz pra acertar
Eu entro pra fazer compras
Ela não sai do lugar
Mas quando eu chego perto
Nem precisa perguntar
Essa maquina bisbilhoteira
Já sabe o tanto que eu vou ter que pagar.
        15
No banco ainda é pior
Nem sei se posso explicar
Eles enfiam um trem na máquina
E vai nuns botão apertar
Aí ela cospe dinheiro
Pra pessoa que ta lá
Acho que é o fim do mundo
Não sei nem o que pensar.
        16
Me lembrei quando menino
Uma história que ouvi contar
De uma árvore que dava dinheiro
Comecei imaginar
Plantar umas moedinhas
Pra elas poder aumentar
Eu com uma máquina dessas
Nem ia mais trabalhar.
        17
Comecei pensar na escola
Como está nesse momento
Com tanta informação
Jogada como que pelo vento
Ela deve parar pra pensar
No mal que pode causar
Se não souber aproveitar
Pra produzir conhecimento.
        18
Resolvi então visitar
A escola lá da vila
Pra poder observar
Como é lá, no dia- a- dia
Ver como estão convivendo
Com tanta tecnologia
Pois todo canto que se vai
Usam a máquina como magia.
        19
Vi que até aqui na vila
Já tinha computador
Ligado na internet
Para aluno e professor
Muitos viviam clicando,
Digitando, conectando
Mas alguns, principalmente os mais velhos, tinham verdadeiro pavor.
        20
Assim segue a rotina
Quase todos a conectar
Sempre tinha alguém
Pra elogiar ou criticar
Porém, o importante é entender
Que tudo que se faça na escola
Seja para aprender ou para ensinar.

                                                                 LAURECI
Lembranças

         Quando eu era menino, trabalhava muito, todos os dias de manhã ia à escola e,
ao retornar mal acabava de almoçar, pegava minha bicicleta e ia pra roça ajudar meus
irmãos mais velhos. Nossa família era humilde e não tinha condições de adquirir as
novidades da tecnologia. Éramos sete irmãos em casa e mamãe não podia nem
acompanhar os desejos de nossos estômagos.
         No dia em que a energia elétrica foi instalada na minha rua, brincamos a noite
toda comemorando aquela maravilhosa novidade que clareava nosso bairro, mesmo
sabendo que ao retornar para casa iríamos deitar a luz de lamparinas ou fazer a tarefas
de casa sentindo aquele cheiro horrível de óleo que ficará para sempre no meu
subconsciente e no pulmão.Na escola ouvi alguém falar em calculadora, objeto
revolucionário mais ágil que a professora de Matemática, então com muita tristeza
entendi que para conseguir uma, teria de somar mais e mais trabalho, diminuir as
compras de doces na cantina da escola onde eu poderia comprar só um doce por
semana, multiplicar minha vontade de decorar toda tabuada, pois de tanto eu pedir
minha mãe fez essa promessa e quando ganhasse, teria de dividir com meus irmãos. O
tempo passou, fiquei sabendo de uma coisa chamada telefone que deveria ser chamado
de telerico porque só eles através de alguma coisa denominada ações poderiam comprar.
         Lembrei-me da encantada televisão, porque até então conhecíamos o rádio,
agora poderíamos ver os artistas dentro da nossa casa; melhor, na casa do vizinho que
não assistia nada sozinho, era só ligar o aparelho que nós estávamos todos lá fazendo
companhia até o momento em que ele dava uma desculpa e mandava todos embora.
Quando fazia faculdade fiquei perplexo quando vi um acadêmico usando um telefone
sem fio que poderia ser levado para qualquer lugar. Por muito tempo fiquei apenas
sonhando com o celular, já trabalhava, mas tinha de ajudar comprando apostilas para a
universidade por isso não dava para ter os dois.
         Depois de alguns anos pude conhecer o computador, porém só ficaria no
conhecimento porque adquiri-lo era muito caro e teria de continuar sonhando um dia ter
aquela maravilhosa máquina em casa.Hoje sou adulto e apesar das dificuldades e de não
poder acompanhar as transformações tecnológicas, aprendi os verdadeiros valores
humanos e lutar pelos meus objetivos mesmo que eu demore um pouco mais para
alcançá-los.
Sou professor há cinco anos, hoje tenho celular, computador e outras tecnologias
essenciais de sobrevivência, mas ainda faltam muitos aparelhos para adquirir e aprender
a fazer uso desses que já tenho.
         O curso do Linux Educacional veio trazer a oportunidade de me incluir no
processo educacional na sociedade. Até onde vou? Não sei não, porque enquanto viver
as lembranças nunca vão terminar e isso me faz lembrar que nunca posso desistir de
lutar e tentar acompanhar os avanços tecnológicos.

                                                                    Vanderley da Silva
                                                             Terra Nova do Norte-MT.
FORMAÇÃO OU EDUCAÇÃO?


        Acostumamo-nos com a flexibilidade, e a influencia de mídias em nossas vidas;
a cada dia novas dinâmicas são apresentadas e somos obrigados a fazer parte desse
sistema, se não inserimos estamos fora dessa fluidez então seremos acometidos e
entrelaçados pela ausência de garantias, sejam elas relativas à vida pessoal, ao emprego
ou à organização social. Quanto mais risco, mais variação.
        Quanto mais garantias, mais estabilidade e participação nesse sistema e por fim
mais capacidade de aprendizagem, tanto do emissor de conhecimento quanto do
recebedor. Ao contrário; o poder perdeu a sua centralidade e não somos nós professores
que ensinamos, são os alunos conectados que nos ensinam o sutil mundo da informação,
é claro que nem todos, mas o mundo da
aprendizagem está repleto de alunos informatizados e críticos que negam
conscientemente a existência de uma única verdade ou de um só mundo. Para muitos a
ausência de verdades absolutas significa também o fim dos totalitarismos, embora
alguns apontem formas mais sofisticadas de controle em nossos dias... Seria então a
informática uma forma de controlar os serelepes alunos problemas? Segundo Chomsky,
com a extrema vigilância que reina nos dias atuais as formas de controles se tornaram
sutis e eficazes. A sutileza de um computador poderia atuar lado a lado com o professor.
        Não temos mais um novo discurso universal, pois seria algo dispensável na
pluralidade de centros em que vivemos, cairia na questão financeira onde nem todos
teriam acesso a essas tecnologias enfim, nova dicotomia e nova briga, pois não
necessitamos mais de verdades permanentes.
Tomemos duas áreas fundamentais da vida humana que foram bastante flexibilizadas,
tornando-se completamente fluídas. A educação e a profissão. Ambas deixaram de ser
uma eleição única, para toda a vida. Perderam a característica de obrigação e escravidão
e ganharam em ludicidade e não seriedade.
        O conceito de vocação, relativo à esfera educacional, foi substituído pelas
experimentações, enquanto a auto-realização vinculada à escolha de uma profissão deu
lugar à busca do reconhecimento e muitas vezes do êxito fácil e imediato, que leva a um
desapego aos princípios básicos da educação. Há sem dúvida uma valorização excessiva
do sucesso rápido em detrimento da experiência e do aprofundamento. Discernir,
avaliar, separar, formar profissionais, escolher impõe-se, portanto como exigências
básicas de nossa época, uma tarefa cotidiana e contínua. Surgirá daí novas utopias e
implementações de novas técnicas do conhecimento, como a informática.

                                                                 Valdecir de Carvalho
A Revolução tecnológica esta presente em nossas vidas

        Através de analises realizadas sobre o avanço tecnológico no decorrer do
processo histórico, pode-se constatar que a tecnologia faz parte do cotidiano da maioria
das pessoas, pois com a chegada da globalização que ocorreu maior avanço no setor, foi
com a revolução técnico científica.
        Desde os tempos mais remotos a busca constante por inovações esta presente,
sendo imprescindível no período moderno, desde os primeiros equipamentos que foram
utilizados até os mais sofisticados. Hoje podemos mencionar que a revolução
tecnológica esta acentuada principalmente na área dos computadores com acesso á
internet, o mundo ficou interligado, com os novos programas “softwares” criando a
chamada “Aldeia Global”.
        Tendo em vista que os meios de comunicação estão em constante transformação,
quer dizer, estão se tornando cada vez mais sofisticados, nós como fazedores de toda
essa revolução temos também que estarmos nos aperfeiçoando através de capacitações
que devemos buscar como aperfeiçoamento profissional na área de trabalho.
        Diante dessas perspectivas como profissional da área de educação, procuro
aperfeiçoar o conhecimento em termos de tecnologia, pois temos observado essa
constante instabilidade no “mundo tecnológico”, desde os televisores, rádio, celulares e
a rede da informática com os computadores.
        O computador foi um dos instrumentos tecnológicos que jamais imaginei que
teria acesso, pois tinha resistência quanto a máquina e as possibilidades que poderia
encontrar na mesma, mas tudo isso foi mudando quando fiz meu primeiro curso de
informática ao terminar o Ensino Médio no ano de 2000. O mercado de trabalho exige
como conhecedor da máquina, sendo que ela se torna um instrumento imprescindível.
Hoje, várias resistências foram superadas, como profissional na área da educação, tenho
procurado conhecer o computador como instrumento pedagógico.
        A estrutura pedagógica das Escolas está passando por grandes alterações, com a
implantação dos laboratórios de informática, como exemplo pode-se mencionar a
Escola Municipal Xanxerê, cuja ganhou um laboratório no
        las estão passando por grandes
        _____________________-
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13131313131313131313131313131313131313131313131313131313131ano de 2007
com 10 computadores e acesso a internet. Algo inovador e com grande carga de
conhecimento quanto ao ensino/aprendizagem. Esse “novo método” foi algo
preocupante pela grande maioria dos profissionais na área da educação, pois de
imediato ocorreu resistência ao manusear o equipamento. Atualmente estamos
recebendo capacitação, sendo que é de suma importância para aperfeiçoamento
profissional.
        A persistência como o filme “ Do sonho aos ares” é um dos exemplos que
devemos seguir diante das dificuldades que nos deparamos e em seguida por em prática
esse método para obtermos melhores resultados.

                                                   Jussara Schneider Costa Lisbinski
Minha Biografia

        Meu nome é Lina Cristiane Cavalheiro Trombeta, nasci no dia 13/06/81 na
cidade de Capitão Leonidas Marques estado do Paraná, filha de Nilton Pit Cavalheiro e
de Maura Stela da Silva Cavalheiro. Hoje sou casada, tenho 27 anos de idade, sou ma de
uma linda menina chamada Larissa e estou grávida pela segunda vez. Aos 35 dias após
meu nascimento viemos para MT, Terra Nova do Norte, num vilarejo que recebeu o
nome de 8ºAgrovila Minuano. Após 2 anos e meio,mudamos para um sítio na BR 163.
Com o passar dos tempos comecei a estudar, fiz até a 4º nesta localidade.
        Quando passei para a 5º série voltamos morar na vila novamente, nesta escola
conclui o ensino fundamental e médio, no ano seguinte comecei um curso superior -
Pedagogia, onde me formei. Hoje sou pós graduada e já fazem nove anos que atuo na
área da educação,como professora de pré a 4º série, e temos ao nosso meio os avanços
tecnológicos fluindo a cada momento. Mesmo quando fazia a faculdade, algumas vezes
usava o computador, mas com certo receio, na verdade sentia obrigada a utilizar devido
aos trabalhos, mas quase sempre deixava as colegas fazer esta parte.
        Quando fala-se em tecnologia devemos ter em mente que não refere-se apenas
ao computador, celular, etc. É desde uma simples caneta a um meio de comunicação,
meio de transporte por mais simples que sejam,em fim são tantas as tecnologias que nos
cercam que temos que ir aperfeiçoando cada vez mais. Minha lembrança do tempo de
criança referente ao meio de comunicação, foi de um rádio que meu pai tinha e só
podíamos ligar para escutar a hora, as notícias do meio dia e raramente o programa da
tia Heleninha, não podia deixar ligado o tempo todo para não descarregar as pilhas.
Com isso, demorei a entender que quando desligasse o rádio o programa prosseguia
normalmente, minha imaginação era que quando desligava o rádio o programa ou a
musica que estivesse passando também parava por ali.
         Os tempos foram passando, então quando vi pela primeira vez programas na
televisão achei fantástico porque além de escutar a gente também via as imagens e
minha visão de mundo foi mudando. Hoje vejo e percebo uma série de coisas que as
crianças têm mais facilidade de lidar com essa máquina do que as pessoas adultas.
Na minha faze de criança, eram poucas as pessoas que tinham esse acesso. Diferente de
nossa atualidade, onde desde os mais novos aos mais velhos todos têm acesso à internet,
uns com mais outros com menos facilidade. Quanto a esse avanço eu ainda me sinto um
pouco frustrada não sei se é receio ou mesmo falta de interesse mesmo em lidar com
essa maquina, mas pretendo superá-las e aperfeiçoá-los cada vez mais.


                                                                                  Lina
Infância; medo e curiosidade

         O tempo passa, as coisas mudam se transformam e vão surgindo novos
inventos, uns com pouco sucesso e outros superando todas as expectativas. Assim é a
ciranda das descobertas, dos avanços científicos, enfim, das mudanças que afeta a vida
comum do homem no mundo moderno. Hoje me deparo com as lembranças de minha
infância, como era difícil o acesso as informações, pois tudo era distante e as pessoas
viviam de forma isolada num mundinho tranqüilo a mercê da ignorância e certo
abandono, mas ao mesmo tempo muito felizes e solidários.
         Lembro-me, quando garota com os olhos faiscando e ouvido colado naquela
tamanha caixa que de dentro saia vozes, sons de jeito inexplicável, tudo mais parecia
uma mágica, aqueles botões, pilhas e ao toque dos dedos pessoas falavam, riam,
escutava-se música e tudo aquilo era tão próximo que na inocência de criança,
acreditava no que papai dizia; “que havia pessoas ali dentro daquela caixa”, a qual
muitas vezes tentei conversar para ver se realmente me ouviam, mas era sempre em
vão..É claro, pois afinal, aquele objeto era o mais importante aparelho informativo
chamado Rádio.
        Foi pelo rádio que comecei apreciar a música e seus ritmos. Ah, já ia esquecendo
de dizer que nos ligávamos o rádio somente quando papai não estava em casa, pois esse
direito só cabia a ele. Logo na sua ausência, quanta alegria em poder ouvir músicas em
meio conversas e gritos com as irmãs menores, depois breve silêncio para escutar e
copiar rapidamente a letra da música preferida no papel e cantar. Também tinha os
programas da Tia Leninha, com o quadro “História da minha vida”; e as novelas do
rádio que me encantava e fazia sonhar com um mundo cheio de fantasia.
        Mas este encanto durou até eu perceber que no mundo o homem era um ser
fantástico, capaz de fazer coisas incríveis com sua inteligência brilhante. Assim como o
rádio aconteceu com o telefone, a energia elétrica. Tudo foi ocupando lugar em minha
vida com situações muitas vezes cômica.
        A evolução da lamparina, foi também um episódio marcante de minha vida, pois
com seu uso noturno levantava de manhã com a ponta do nariz todo preto, cabelo
cheirando fumaça e entre brincadeiras os pêlos do braço sapecado no fogo dando cheiro
de pena queimada. Quanta maluquice! Você deve estar achando estranho não è? Pois
acontecia isso e muito mais sobre a luz da lamparina, resultado das tarefas da escola
deixada para fazer a noite, sob pressão da mamãe que incansavelmente sabia que o
incentivo aos estudos era tudo que poderia dar a seus filhos. Enquanto isso a passos
largos, lá fora já estava em processo de aperfeiçoamento, uma das descobertas mais
incríveis e inovadoras que iria ligar o mundo, as pessoas, sem distinção racial ou social,
o “Computador”.
         Hoje, essa máquina misteriosa cada vez mais vem nos surpreendendo, com sua
multiplicidade de uso. A maioria dos jovens e crianças já tem acesso a ela e são
chamados de nativos, pois sabem lidar e controlar de maneira que não deixam qualquer
novidade passar em vão e sobre um click inofensivo vão descobrindo coisas
mirabolantes. Enquanto muitos adultos mal têm a coordenação motora sobre aquele
“ratinho” chamado Mouse. Meus filhos são exemplo claro disso, pois ao me ver
conversando com alguém on-line no MSN ou orkut ficam zombado, falam que durante
o bate-papo eu escrevo muito certinho, com todas as regras gramaticais do Português,
enquanto eles abreviam o mínimo possível, chegando até a inventar loucas palavras,
criando sua própria linguagem virtual.
         É, sou realmente uma migrante no meio da informática, ainda tenho medo de
tocá-la assim como o rádio, pois com a repreensão dos meus pais em limitar o que
poderia mexer sem estragar, criou-se o trauma de infância com a incapacidade e o medo
de ir além. Coisas que só a psicologia explica. Minha intimidade com o computador não
foi muito diferente, pois tive muita resistência em aproximar-me realmente dela e querer
descobrir e aprender seus benefícios.
        Talvez hoje, ainda me considero uma analfabeta digital em relação ao
conhecimento sobre a utilização do computador como ferramenta de trabalho, mas
acredito que conforme as necessidades vão surgindo e para não me sentir um “peixe
fora d’água” tenho procurado me inteirar e aprender sobre essa tecnologia e suas
linguagens para competir com meus filhos a arte da descoberta no mundo conectado.


                                                                       Neila R.Torres,
O Telefone

         Estamos acostumados a ouvir sobre a importância da tecnologia em nossas
vidas. Por meio do aperfeiçoamento tecnológico foi possível ao homem chegar à Lua,
encontrar a cura para inúmeras doenças, trocar informações via e-mail e também a
conquista mais importante para muitos: a possibilidade de cada indivíduo,
independentemente da etnia, cor e religião, possuir seu próprio celular. Alguns
acreditam que chegamos ao ápice da civilização, pois não precisamos mais “catar”
gravetos para fazer sinais de fumaça. Para outros (mais apocalípticos) é o início do fim
da civilização judaico-cristã ocidental.
         O interessante é que estamos de fato no futuro, já que a alguns anos, facilidades
tecnológicas como as atuais (microondas, controle remoto, internet...) eram vistas
somente em seriados como “Jornada nas Estrelas” e em filmes como “De volta para o
futuro”; bom é claro que ainda não conseguimos viajar no tempo, ainda. Mas nossa
história se passa numa cidadezinha do interior do Estado de São Paulo há mais ou
menos 15 (quinze anos). Nessa época ter um telefone em casa era um luxo para poucos.
Acredito que isso seja marcante na minha vida pelo fato de o meu pai trabalhar no Mato
Grosso e para conseguirmos falar com ele, precisávamos ir à casa do meu avô esperar a
ligação que acontecia em média a cada vinte dias.
         Pois bem, voltando ao assunto, lembro- me que no ano da privatização da
telefonia foram disponibilizados para a minha cidade natal, 2000 linhas telefônicas
residenciais e 500 linhas para celulares. Foi a febre daquele verão. As pessoas
interessadas tinham que preencher um cadastro na TELESP e aguardar um sorteio.
Nesse dia meu pai estava em casa e a realização do sorteio se deu no antigo cinema da
cidade (desativado devido à proliferação da modernidade dos vídeo cassetes de “sete
cabeças”) e as pessoas aguardavam ansiosas pelo ) sorteio. Fomos “contemplados” com
a linha de telefonia fixa (R$ 1500,00) e com a de celular (R$ 900,00).
         O dia da instalação do telefone em casa, foi uma festa entre eu e meus irmãos.
Afinal, telefone era status, podíamos falar para nossos amigos que tínhamos telefone.
Estávamos agora (mesmo sem saber na época) entre as famílias, que segundo as
estatísticas do governo, tinham alcançado um nível social maior, passando de classe
média baixa para classe média. Nada se comparou, entretanto, ao dia que o celular
chegou. Meu pai foi receber o aparelho na TELESP e veio para casa como se estivesse
com o pino de centro quebrado, seu “tijorola” analógico deixava seu corpo levemente
inclinado para o lado. Nessa época usava-se esses aparelhos pendurados no cinto. Era o
máximo. Mal esperávamos a hora do celular tocar: Nossa que coisa incrível, fora do
comum! Lembro-me de um amigo que disse que éramos ricos por ter telefone em casa e
um celular.
Naquele ano, outro amigo viajou para o Oriente e na volta contou que em Israel até os
feirantes possuíam celular. “Meu Deus que país rico” era o que mais se ouvia.
          Atualmente os tempos são outros. Inúmeras transformações ocorreram até
agora. Os aparelhos de celular estão cada vez menores, os serviços cada vez melhores e
as facilidades de comunicação atuais, fazem do mundo uma aldeia onde todos podem ter
acesso a qualquer tipo de informação, configurando um mundo sem delimitações ou
divisas, interligado por uma rede invisível, tecida pela globalização.

                                                                  José Adrião




                             Tecnologia em Minha Vida

        Segundo fontes do site www.gobiernoelectronico.org, tecnologia pode ser
definida como conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios (techné) capazes de
modificar/transformar o ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas
realidades construídas artificialmente. De acordo com este pressuposto, e como bem
sabiam os gregos clássicos, a técnica (Techné) não é boa, nem má, nem neutra, mas
política.
        A tecnologia sempre fez parte da minha, vida de forma direta ou indireta, desde
o meu nascimento até esse exato momento, desde de muito cedo tenho fascínio por
tecnologias, seja ela qual for, sou um grande adepto das novas tecnologias, apesar de as
vezes sofrer para compreende-las, acho que o mundo seria vazio , sem graça, se não
houvesse as tecnologias, pois não teríamos evoluído e seriamos todos primatas.
        O filme de Dumont retrata bem a tecnologia, pois além de a construção do avião
ser uma nova tecnologia, era um sonho a ser conquistado e a tecnologia foi e sempre
será um sonho, que estamos sempre tentando acompanhar. Apesar de ouvir muito rádio
na minha infância, confesso que não é a mídia que mais aprecio, pois sou fissurado
pelas imagens e a televisão foi a mídia que mais me cativou, até a chegada do
computador em minha vida é claro, que aconteceu na faculdade, até então este também
não tinha importância nenhuma, mesmo precisando, às vezes o evitava, só então em
2007 é que meu interesse pela informática atingiu o seu ápice, com a proposta de eu ser
um coordenador do laboratório de informática, desse dia para cá a televisão perdeu seu
espaço em minha vida, principalmente depois da compra do meu PC.
        Acredito que a educação deu seus primeiros passos para a mudança, com o
auxílio da informática e principalmente com a ferramenta mais importante que é a
internet, o professor com esses recursos tem a possibilidade de trabalhar com seus
alunos o assunto do dia em sua disciplina, sem contar os trabalhos maravilhosos que
podem ser elaborados pelos alunos com o auxílio dos professores.

                                                                  Josias Barbosa Leite
O MUNDO DAS TECNOLOGIAS

        Para falar em tecnologias não poderia deixar de falar sobre meu trabalho como
educadora já há 18 anos e tenho orgulho de dizer que gosto do que faço. Quando iniciei
meu trabalho na escola o material didático era apenas o livro do professor, onde os
conteúdos eram passados no quadro para que os alunos fixassem a leitura e a escrita.
Isso fazia com que o aluno decorasse os conteúdos, pois não havia nem sequer rádio na
escola.
        Aos poucos foram chegando os livros didáticos para os alunos e assim foram
melhorando e ficando mais fáceis de trabalhar, pois as turmas eram multi-seriadas.
Logo as escolas foram polarizando, foram chegando mais livros, já havia uma máquina
de datilografia que na época só era usada para redigir documentos para a secretaria de
educação, logo surgiu o aparelho de fita cassete depois de muitos pedidos veio a
televisão e o vídeo que foi um dos momentos mais comemorado na escola e finalmente
o sonhado computador com impressora facilitando mais o trabalho de digitação de
documentos na escola, alguns alunos já faziam trabalho escolares fazendo uso do
computador.
         O primeiro contato que tive com a máquina foi com a realização de trabalhos
para faculdade. Hoje o avanço tecnológico da informática veio para facilitar o trabalho
da maioria das pessoas, apesar das dificuldades encontradas no manuseio da máquina,
nos compromissos pessoais e profissionais não tendo tempo disponível para se dedicar e
aperfeiçoar os conhecimentos na área da informática que também está constantemente
mudando suas tecnologias.
        Assim como o avanço da informática vem crescendo o homem voa cada vez
mais longe em busca de sucesso na satisfação sentimental e profissional, pois a
exigência da qualificação profissional do mundo moderno cresce constantemente.


                                                              Maria de Lourdes Dias.
Tecnologicamente falando...

Ah, a tecnologia...
Como viver sem ela?
        Foi ela quem proporcionou a evolução do rádio, da televisão, da Internet... É
através destes meios de comunicação que nós, reles mortais, temos acesso a idéias
ultramodernas e revolucionárias de filósofos fabulosos como uma Tati Quebra Barraco,
um MC Serginho... É por meio deles que esses pensadores poderosos, atuais e de
grandes conhecimentos culturais, científicos, sociais e, principalmente, sexuais nos
trazem créus, cachorras, cerol, tapinhas, eguinhas, cavalinhos e pocotós. Nossa! Isso
tudo me deu uma saudade dos meus tempos de menino lá no interior do Mato Grosso do
Sul. Tempos difíceis aqueles... Naquela época nossa casa não tinha energia elétrica, mas
o sistema de iluminação da residência era dotado de alta tecnologia. O utensílio
utilizado tinha o nome de lamparina. Dentro dela havia um tecido longo que percorria
todo o seu corpo e sua ponta ficava fora dela, numa espécie de bico. Seu mecanismo de
funcionamento era super interessante. O que o acionava era um sistema operacional
chamado “fósforo” que, quando friccionado e encostado no bico da lamparina, liberava
uma substância que atendia pelo nome de “querosene”, que, imediatamente escalava o
tecido por toda a sua extensão e, em contato com o fósforo, como num passe de mágica,
acendia-se. Esse sistema era bem prático, portátil e pequeno. Podíamos levá-lo aonde
quiséssemos.
        Também tínhamos um grande rádio de pilha que nos trazia notícias do mundo,
músicas e novelas (quanta imaginação, quantos cavalos, tiros, correntes, mocinhos e
bandidos). À noite nós o ligávamos e nos sentávamos em cadeiras de corda no terreiro.
Ouvíamos os programas e olhávamos o céu. Observávamos as estrelas e, de repente
alguém dizia “olha o apareio!”. Traduzindo do caipirês: aparelho – traduzindo mais
ainda: jato. Como nossa imaginação voava. Mal sabia eu que aquele “aparelho” fora
inventado por Santo Dumont, um brasileiro lá de Minas, sô. Vixe, bateu uma nostalgia
maior do que a que estou sentindo... Essa atmosfera rural, essa pasmaceira, essa calma...
Lembrei-me de Drummond, daquele poema que retrata bem a minha infância,
Cidadezinha qualquer:

“Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.”
Nós, como Santos Dumont, voávamos e imaginávamos tantas coisas, tantos
mistérios naquelas noites estreladas.
        Mas outra tecnologia entrou igual a um foguete em nossas vidas anos mais tarde;
a televisão.
        Ainda não tínhamos energia, porém nosso vizinho de sítio comprou uma TV
preto e branco, fabulosa, de umas 8 polegadas e, para ela funcionar, usava uma bateria.
Uau! Tecnologia de ponta!
        Nós, para não perdermos mais esta novidade, plugados em alta tecnologia como
éramos (praticamente uns “nativos digitais”), fomos ver de perto a novidade e apreciar a
sua programação.
        Éramos sete neste grupo: este corajoso que vos fala, minha mãe, minhas três
irmãs, meu irmão e sua esposa.
        Só que, para chegar até ela, tínhamos de andar cerca de dois quilômetros
atravessando terras cultiváveis e pastagens. Entremeio nossa casa e a casa da televisão
havia um rancho que diziam ser mal-assombrado. Segundo o povo, aparecia por ali uma
mulher toda de branco. Como passávamos à noite, nossos corações batiam acelerados.
        Na ida, tudo bem. Passamos ilesos. Mas na volta... Conseguimos passar pelo
rancho, ufa! No entanto, uns 500 metros à frente, minha irmã mais velha resolveu olhar
para trás e ao lado do rancho, vinha um vulto nos seguindo. Estando com passadas
normais, minha irmã começou a acelerar

“Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô......”

De repente estávamos todos correndo.
        Meu irmão, que teoricamente deveria proteger o grupo, estava grudado na mão
de sua esposa a uns dois passos a sua frente (se ela o soltasse, nunca mais o veríamos),
porém, contrariando a sua falta de coragem, ele dizia “me solta, me solta que eu volto
lá”.
Palavras ao vento. Se ela realmente o soltasse, era capaz de ele morrer do coração ou
pelo menos pedir o divórcio. A mulher também deve proteger o marido. Minha mãe,
tadinha, fora de forma e com uma certa idade, corria como um atleta olímpico.
        Minha cunhada também corria muito. Perdeu os chinelos e bem mais precioso; o
filho que esperava.Minhas irmãs estavam bem à frente e eu, para não contrariar o grupo,
corria também.
Ao chegarmos à estrada principal, resolvemos parar e encarar o “fantasma” de frente.
Ele foi se aproximando, se aproximando... Suas feições pareciam familiares. Quando
nos preparávamos para o pior, percebemos que, quem se aproximava era outro dos meus
irmãos, coitado, também sem fôlego. Novamente meu irmão casado tomou a palavra e
esbravejou “vo-você n-num t-tem vê-ve-vergonha, n-não!?
        Os outros estavam sem fala, inclusive o propenso fantasma. Minha irmã mais
velha conseguiu chegar até a nossa casa e, inexplicavelmente, conseguiu abrir a tramela,
por fora. Chamou o meu pai e logo logo eles apareceram para nos salvar. Meu pai
empunhava um machado. Nós nunca mais quisemos voltar. Mas, enfim, a energia
elétrica chegou. Outro irmão meu (ora, não encha! Tenho seis irmãos e três irmãs e
posso chamá-los de outro / outra quando quiser – lembrar o nome de todos eles é difícil)
que se casou, construiu uma casa perto da nossa, no mesmo sítio, e comprou, de
segunda-mão, uma televisão colorida. Que empolgação!
Quando eles saiam para trabalhar, deixavam as chaves da casa com a minha mãe
para ela poder assistir às novelas da tarde. Eu, claro, ia junto.
        Aquela TV tinha um pequeno problema: quando a gente ia mudar de canal, às
vezes levava um baita choque. Um dia fui ligá-la e o choque estava lá. Fiquei tão
traumatizado que tenho formigamentos até hoje. Minha mãe, como São Tomé, só
acreditou vendo e meteu a mão no botão. Levou um choque, lógico. Recuou e disse-me
carinhosamente, daquele jeito que só as mães conseguem quando querem enaltecer a
bem dotada inteligência do seu filhinho querido “desliga isso, besta! Vambora! Não
desliguei. Peguei um pano e mudei de canal e conseguimos assistir à novela, um
dramalhão mexicano intitulado “Os ricos também choram”. Jesus, se as novelas deles
que não têm choro no nome já são uma choradeira só, imaginem essa? Passou-se o
tempo e hoje sei que tenho uma relação bem mais tranqüila com a tecnologia. Estou
aqui em um curso de mídias.
        Sei também que sou um “imigrante digital”, não um “nativo digital” como
dissera outrora, mas quero aprender. Não custa sonhar, como Dumont, na construção de
seu 14 Bis. Espero navegar bastante. Afogar, jamais!

                                                                 Sidnei Rocha
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  • 1. A tecnologia na minha vida Ao retornar ao meu passado, encontrei muitos registros durante a minha trajetória até aqui, de repente, percebi que o nosso tempo parece ser feito de todos os tempos e quando fiz essa viagem deparei-me com momentos que foram importantes, como meu pai, que já não tenho, mas que foi peça fundamental na minha história. Venho de uma família de classe média, e até aos seis anos de idade, morei numa fazenda paulista, onde convivi com objetos de diferentes idades de invenção que não anulavam a importância um do outro, como a velha panela de ferro em cima do fogão a lenha e o liquidificador, como as histórias mal-assombradas do meu avó e a televisão, os aviões que passavam voando por cima de estradas onde andavam carros de bois e carroças de burros. Cresci vendo o futuro se construir debaixo dos meus olhos, o que me parecia ficção e sonhos foram se tornando realidade, tudo parecia possível a partir da curiosidade e invenção humana, eram os avanços tecnológicos. Em pouco tempo o homem chegou a Lua, as imagens chegavam cada vez mais nítidas através dos aparelhos de televisão até ficarem coloridas, o mundo avançava rumo ao futuro tecnológico. Alguns desses avanços ficaram marcados na minha vida, como meu primeiro toca-fitas e gravador, que foi meu companheiro durante as minhas primeiras manifestações sentimentais, na adolescência. O tempo passou, e aos dezoito anos, tendo terminado o Magistério, iniciei minha carreira como professora. Durante os primeiros anos como docente, praticamente não tive acesso a informática. A primeira vista, o mundo da Informática parecia território exclusivo de indivíduos privilegiados, de bom nível educacional, no entanto, pouco tempo depois, ela se fazia presente na Escola onde eu trabalhava. Era uma escola municipal urbana, que adquiriu alguns computadores, vi-me obrigada a fazer um curso básico de informática e a partir daí iniciou-se um novo período na minha vida. Consegui comprar um computador de segunda mão, que sempre me deixava na mão, sempre nos momentos que mais precisava dele, eram trabalhos da faculdade que precisavam ser entregues no prazo entre outros, no entanto eu sentia-me fascinada com esse novo mundo que se abria a minha frente. Em pouco tempo estávamos acessando a Internet, vi ali a possibilidade de melhorar minha atuação
  • 2. pedagógica, e de abrir novos horizontes a minha frente. Meus alunos passaram a ter o privilégio de ir a lugares antes inacessíveis dentro de sua possibilidade, e de conhecer o mundo através das noticias, reportagens e imagens. Com a minha vinda para Terra Nova do Norte, especificamente para a Escola Municipal Ribeirão Bonito, me limitei ao uso do computador para digitações e uso de Cds e DVDs, pois um laboratório de Informática e a Internet eram apenas sonhos, que vieram se realizar neste ano. Hoje, temos um pequeno Laboratório e podemos acessar a Internet, estamos interligados com o mundo. Nossa pratica pedagógica melhorou e nossos alunos são beneficiados com uma tecnologia de ponta. Podemos dizer que a necessidade faz a qualidade. Os avanços tecnológicos e as descobertas científicas nos obrigam a ter acesso à informática, para podermos acompanhar deste mundo que não para de evoluir no campo das inovações. Marcia Valeria Sanchez Perez
  • 3. Minhas Lembranças A partir das lembranças que tenho de minha infância, uma das coisas que mais me recordo foi a experiência inesquecível e até cômica com as tecnologias. Nasci e me criei no sítio, que pertencia a uma pequena cidade do Paraná. Meu pai, gaúcho e tradicionalista comprou um rádio que mais parecia uma caixa de abelha. Devido ao preço e a escassez de pilhas, o rádio só era ligado em momentos especiais, para ouvir notícias e o jogo do Internacional contra o Grêmio, é claro! Não podia mexer, era relíquia e ficava no alto da prateleira. Na mais pura e primitiva ingenuidade, procurava entender como saiam às vozes lá de dentro. Quando estava ligado era proibido até sussurrar dentro de casa. Tempos passaram, mudei para a cidade. Comecei a estudar e foi na escola, com a professora e os colegas que fiquei sabendo sobre a TV, as novelas, os filmes e jornais. Contava os dias para chegar o sábado à noite para fazer serão na casa da vizinha e assistir televisão. Preto e branco. É claro! Que saudades do Super Homem, Chacrinha e suas Chacretes e tantos outros. Depois disso vieram os aparelhos de som, os discos, as fitas K7 e o telefone. Poucos tinham acesso. Que susto o dia em que o telefone tocou perto de mim. Além do susto não tive coragem e não sabia como atender. Até aqui, eu só via e ouvia falar nesses aparelhos. A partir da década de 80 e 90, passei a ter um pouco mais de contato com as tecnologias. Aprendi a manusear os aparelhos eletrodomésticos, utilizar máquina de escrever, máquina fotográfica e atender telefone. Meu contato com as novas tecnologias se deu praticamente a partir de 2000, por isso sou uma migrante tecnológica e sinto que foi prejudicial para o desenvolvimento das minhas habilidades e competências em relação ao uso do computador e da Internet. No entanto, tenho certeza que sou capaz de superar os novos desafios e aprender muito. Ficou clara a importância e a necessidade do contato com as tecnologias (internet) desde cedo pelas crianças. Pois esse contato rompe todos os bloqueios, fazendo com que as mesmas não tenham medo e receio de criar, ousar, investigar, aprender e gostar dos desafios propostos pelas mídias. Isaura de Carli
  • 4. A TECNOLOGIA EM MINHA VIDA Eu, Edna Crisitna Fassbinder Ferst, atualmente trabalho na Escola Municipal Ribeirão Bonito no Projeto Cultivar. Trabalho nesta escola desde 2004. As tecnologias em minha vida foram surgindo gradativamente por influências de vários fatores. Quando meus pais migraram para a 9ª Agrovila no ano de 1984, aqui era puro mato, apenas com estradas, a água para consumo era tirada de poços com baldes e cordas, não tinha energia elétrica. Recordo-me da história do meu nome que minha mãe contava quando ainda criança, que na naquela época em 1983 tinha na minha casa um rádio da marca Motorola que era muito cuidado pelo meu pai, que ela escutando um programa na Rádio Nacional da Amazônia, escutou o nome Edna Cristina e achou lindo. Desde criança gostei de coisas novas, era apaixonada pelo rádio que tinha em minha casa, pela calculadora de meu pai, que ele usava para cubicar madeira. Quando comecei a estudar que dominava um pouco os números, meu pai me ensinou a manusear a calculadora, então eu era quem fazia os cálculos das madeiras para o meu pai. os anos foram se passando, e aqui por ser um lugar um pouco distante da sede do município, demorou um pouco para chegar as novidades da tecnologia. No ano de 1997 apareceu um senhor para dar um curso de datilografia, eu muito entusiasmada fiz o curso, aprendi a datilografar, mas depois por não ter aonde praticar perdi a habilidade. Neste mesmo ano puxaram uma rede de energia aqui na comunidade e instalaram energia na escola, pois tinha aula a noite. Então começaram a surgir as novidades, televisão com antena parabólica e um computador para a escola o que era um sonho, mas nós alunos da época só podíamos chegar perto, ficávamos maravilhados, encantados. No ano de 1998 com a ajuda dos moradores da comunidade foi puxado uma rede de energia para toda a comunidade, onde todos os moradores puderam ter energia elétrica. A partir daí as tecnologias foram surgindo. Meu pai e minha mãe compraram geladeira, máquina de lavar, ferro, liquidificador, batedeira, mas a tão sonhada televisão não chegou, isso por meu pai achar que atrapalharia na educação dos filhos. Quando estava terminado o ensino médio, pude ter acesso a um computador, pois fui à cidade fazer um curso básico, aproveitava cada momento que estava na frente. No ano seguinte em 2001, comecei a trabalhar como professora e então comprei uma televisão, já que era um sonho de consumo. Nas escolas onde trabalhei até o ano de 2005, tive muito pouco acesso a computadores, pois o que tinha na escola era mais restrito a secretaria. Quando ingressei na faculdade, aproveitei para usar o laboratório da universidade, para relembrar o que já havia aprendido e aprender um pouco mais. Os trabalhos da faculdade eram sempre digitados em computador emprestado, pois ainda não tinha o meu. Com a chegada do laboratório, pude então usar um pouco mais, até mesmo para trabalhos pedagógicos. Quando tivemos acesso a internet, parece que viajava por um mundo que ainda não era meu. Tenho minhas limitações, mas tento usar e aprender tudo, pois no mundo em que vivemos hoje, sendo transformado por novas tecnologias a cada momento, temos que correr ao encontro, pois senão morremos no tempo. Edna Crisitna Fassbinder Ferst
  • 5. MINHA HISTÓRIA COM ORGULHO Bem, vou escrever parte da minha vida, ela começa bem assim: Sou filha de pais simples, minha mãe foi professora de Geografia (hoje aposentada) meu pai na época comerciante (hoje produtor rural), isso tudo numa cidadezinha do interior do Paraná chamada Engenheiro Beltrão; onde vive por cerca de 31 anos. Tenho boas lembranças da minha infância, adolescência, mas da fase adulta nem tanto, bom chega de enrolar vamos ao que interessa. Apesar de ter nascido em uma família simples, sempre tive acesso a tecnologia que me era possível no momento, vamos falar do período da infância. Com 05 anos de idade frequentei a escola, lá chamada de JARDIM DE INFÂNCIA, me lembro que nessa escola existia um aparelho de som, onde era ligado nos momentos de recreação esse som era usado como sinal, ou seja, entrada, recreio e saída, não existiam o sinal convencional. No período do primário em casa já existia uma televisão preto e branco me recordo com muita saudade do tempo em que passava às 17 horas o Sítio do Pica-Pau Amarelo na Rede Globo e eu chegava louca para assistir. Quando fui para o ginasial meus pais compraram uma outra televisão agora colorida, nessa mesma época ganhei em meu aniversário um aparelho de som 2 em 1, tocava LP, e rádio AM e FM. Com 14 anos iniciei meu curso de formação do 2º sendo ele o saudoso MAGISTÉRIO me tornando professora de 1ª a 4ª séries, nesse tempo passei a ter acesso há aparelho de vídeo na escola, em casa minha mãe adquiriu uma linha telefônica convencional. Terminei o 2º grau em 1.988 e trabalhei em um projeto chamado TEMPO de CRIANÇA, no ano de 1.990 prestei um concurso municipal para professora e passei, fui chamada em 09/06/1. 991 onde trabalhei até 05/02/2. 003, sempre trabalhei com 2ª série e por consequência na escola onde me formei professora e no ano de 1.998/1.999 fiz um curso de D.M. para trabalhar com sala de recursos e na APAE, nessa época passei a conhecer o computador, mas nunca fiz curso de informática, o pouco que sei aprendi por curiosidade. Iniciei a faculdade de Geografia em 1.995 mas precisei trancar por um certo período , só podendo concluir em 2.001, em seguida iniciei minha pós. Durante os cursos passei a ter maior acesso a tecnologia e informações, mas o meu computador, só pude comprar no ano de 2.007, e ainda tem funções nele que eu desconheço. Mas com o curso de INTRODUÇÃO a EDUCAÇÃO DIGITAL, espero poder não ser mais uma analfabeta funcional na área de informática. Pois nós precisamos nos aperfeiçoar para melhorar nossa prática profissional, sem ficarmos surpresos com as transformações que acontecem no mundo contemporâneo e globalizado. Hoje temos acessos há vários aparelhos elétricos- eletrônicos que no passado não muito distante não tínhamos nem noção sem isso seria possível, como a robótica que hoje é coisa normal, e nós quando vamos ter acesso a ultima tecnologia em relação a informática. Agora tenho internet em casa, coisa que jamais imaginei conseguir um dia, ela funciona via rádio, mas pela nossa localidade e tamanho é a mais recente e moderna tecnologia a nosso dispor. Jackline - E.M. Ribeirão Bonito
  • 6. Minha trombada com a tecnologia Meu nome é Liomar e pretendo aqui descrever como foi a minha trombada com a tal tecnologia. Nasci na cidade de Galvão, município do interior de Santa Catarina. Pra dizer bem a verdade um ovinho perdido no meio de montão de morros entre São Lourenço do Oeste e Xanxerê. Pois bem, ao que me lembro eu a tecnologia fomos apresentados ha muito tempo atrás, ainda vivendo numa comunidade por nome Jupiá-SC, hoje tornada município com um pouquinho mais de 600 habitantes na cidade. Meu pai possuía um moinho de descascar arroz e moer milho, que para a época era uma baita tecnologia, pois até então lá no interior as pessoas descascavam arroz no pilão. Algum tempo depois, não me recordo a data, pois era muito novo, meu pai conseguiu comprar uma televisão em preto e branco, que pra nós na época era o “oh!”. Lembro até hoje que passava horas na frente daquele caixote monstruoso vendo desenho e um seriado que nunca me esqueço, “rim tim tim”. Em 1984 mudamos para Mato Grosso, a terra das onças para os que ficaram e até hoje eles pensam assim. Estabelecemos residência na Agrovila Minuana e aí me afastei da tecnologia televisão porque não tinha energia no local, e a tal energia só viria ser instalada na vila no final do ano de 1989. Durante esse período todo, a tecnologia televisão ficou guardada em cima de uma móvel que chamávamos de bidê, esperando a energia ser instalada para voltar a ativa. De 1984 até 1989 nada de tecnologias eletrônicas, as tecnologias que usávamos eram a enxada, a foice, o matraca para plantar o arroz e o milho e na época da colheita podia ver em ação a trilhadeira de um vizinho que passava em via sacra trilhado os grãos dos produtores da vila. No ano de 1992 já havendo concluído a 8ª série, fui estudar do colégio dos padres em Itaúba, onde concluí o segundo grau como se dizia na época. Neste novo ambiente pude ter mias acesso a tecnologias antes não conhecidas por mim. Tínhamos no seminário uma sala de datilografia que era a sensação, pois nunca tinha visto uma máquina que pudesse escrever. Tínhamos muitas outras máquinas que nos facilitavam o trabalho. Conheci no seminário um tal de vídeo cassete que nos permitia gravar os filmes que passavam durante a semana para que pudéssemos vê-los no sábado. Outra tecnologia que me marcou bastante foi o aparelho de som, toda manhã acordávamos às 6:00 ao som de músicas sacras o que me ajudava bastante a preparar o espírito para o decorrer do dia. Tínhamos também instrumentos musicais como violão, guitarra, contra- baixo, teclado e uma harmônica, e pude aprender a tocar alguns deles. No meio do ano de 1994 instalaram o telefone convencional o que gerou bastante confusão no inicio, pois todos queriam atendê-lo, quando tocava, o trupé era grande. Já quase no final do ano de 1994, ano em que deixei o seminário, foi comprado um computador, o que gerou grande alvoroço entre nós. A curiosidade para ver aquele bichinho funcionando era quase incontrolável. Mas a decepção foi grande, pois nem todos podiam ver o tal computador em funcionamento por que somente um dos padres o utilizava para serviços internos e era impossível torná-lo acessível a todos.
  • 7. Em 1997 já cursando faculdade na Unemat de Sinop, fazia-se necessário que para continuar os estudos eu arranjasse um emprego. Depois de ter visto o tal computador no seminário e não ter podido aprender a lidar com ele, meu desejo era aprender para poder trabalhar com um, foi ai que iniciei na faculdade um curso de computação básica no laboratório de informática do próprio campus universitário. Logo que concluí o curso, por intermédio de amigos, consegui uma chance de fazer um teste no mais conceituado escritório contábil da cidade. Na entrevista ao ser perguntado se já havia trabalhado com o tal computador, arrisquei dizer que já havia domado um bichinho igual ao que eles tinham no escritório, foi ai que me deram uma semana de prazo para provar que podia domar aquele também. Consegui ficar no emprego e ali trabalhei por três anos e quatro meses, todos os dias lidando com o computador. Depois daquele emprego os outros que tive sempre foram trabalhos em que se fazia necessário utilizar a tecnologia da informática. E hoje aqui na escola é uma ferramenta muito usada no meu dia-a-dia para poder aprender para conseguir ensinar. Dalla Santa, Liomar Roque
  • 8. Evolução tecnológica Era uma vez, um objeto intrigante útil, cobiçado e fascinante seu nome conhecido popularmente por máquina de escrever cientificamente Anos a fio esteve presente com efeito muito potente revolucionou especialmente a rotina da gente Nos tempos jovens e ciente participando ativamente da moda e do diferente era bom, era quente. Hoje ultrapassado essa semente foi substituída drasticamente por um objeto de memória inteligente com tanto apetrecho instigaste nos tornando impotente Credo em cruz! Extrapolou a minha mente. Que pena não acompanhar cientificamente a tecnologia vigente substituindo a máquina valente por computador eletronicamente Meu Deus! Me sinto incompetente. Zoleide Bianchini
  • 9. EU E A TECNOLOGIA Lembrar da minha infância é lembrar um menino tímido, expansivo com os amigos e familiares, mas acanhado, arredio com as outras pessoas. Recordo-me que ao recebermos visitas em nossa casa eu encontrava uma maneira de ir saindo de mansinho e acabava escondendo-me no quarto, atrás da casa, ou saía pela rua sem saber para onde ia. Só retornava quando as visitas já tivessem saído. Mas por detrás daquele menino tímido, havia um menino corajoso, um “alguém” que desejava conhecer as coisas, descobrir o mundo. Filho de uma família pobre, que não poderia nos oferecer muita coisa em termos de tecnologia, saía sozinho durante a noite, quando ainda tinha entre 06 e 07 anos, para ir à casa de meus tios assistir, em televisão preto e branco, a novela sensação da época, ”O Bem-Amado”, e filmes, especialmente do Conde Drácula. Outro programa favorito era assistir filmes no CTG (Centro de Tradições Gaúchas). Filmes do Teixeirinha, Mazaroppi e Trapalhões, que eram sucesso de público no Rio Grande do Sul. Pegava eu pelo braço a minha irmã e meu irmão, mais novos do que eu, e juntos íamos assistir a esses filmes que eram transmitidos durante a noite. Porém, isso não era problema para nós, afinal, coragem não nos faltava. Desde muito cedo ouvia dizer que, nós crianças, não devíamos nos intrometer em assunto de adultos. Alheio a tudo o que acontecia ao meu redor, eis quando recebo de meus pais uma notícia que me deixou muito triste: iríamos embora de Miraguaí. Estávamos indo morar em Mato Grosso. Corria o ano de 81. Com apenas 08 anos de idade e sem ter noção da distância, só sabia que era muito longe, meu coração de criança ficou dividido: curioso por viver essa aventura, porém muito triste por deixar os amigos, a escola, os parentes. Chegou o dia D. A despedida, o embarque, os quatro dias que durou a viagem, a chegada à nova terra e a triste constatação: ali seria muito difícil viver. Estradas com enormes atoleiros, um vilarejo (onde iríamos morar) e muita mata. Este era o novo cenário. A única rádio que sintonizava neste lugar era a Rádio Nacional da Amazônia. Nela havia um programa, por nós crianças e até adultos, muito querido, inteiramente voltado para o público infantil, com historinhas, músicas infantis: o Programa da Tia Leninha. Como trabalhávamos na roça era complicado para escutarmos esse programa. Só havia uma saída: levarmos o rádio para a roça. E assim fazíamos. Quando chegava a hora do programa ninguém nos segurava. Em 1983, fui para o Seminário, em Itaúba. Foi aí que comecei a ter um maior contato com as tecnologias da época. Inclusive foi no seminário que fiz um curso de datilografia, feito em máquinas com teclado relativamente pesado. Mas foi de grande valia. A habilidade na digitação nos dias de hoje se deve àquele curso. Em 1988 finalmente conseguimos comprar a nossa primeira televisão, em preto e branco. Quanta felicidade. Na época, em nossa região, só conseguíamos sintonizar o SBT(Sistema Brasileiro de Televisão), porém, pouco nos importava. Como fomos uns dos primeiros da comunidade a comprar uma televisão, muitas pessoas e
  • 10. famílias iam lá pra casa, diariamente ou nos finais de semana, para assistir a novela, filmes, jogos de futebol. Enfim, a nossa casa virou um ponto de encontro. Olha a ironia do destino. Em 1989 prestei vestibular na FUCMAT (Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso) para o curso de Filosofia, afinal ainda era seminarista. Foi-me dado um poema, que ora não me recordo, do qual teria que extrair o tema central e, a partir daí, produzir a minha redação. Cheguei à conclusão que o tema central era “a alma do computador”. Porém, que alma era essa. Eu nunca tinha visto um computador na minha frente, nem sabia o que era isso. Quanto suador. Alguma coisa teria que escrever. Escrevi. Se me saí bem ou não, nunca saberei. Da “alma” não sei o destino, se o céu ou o inferno. O importante foi que consegui passar no vestibular. Em 1998, pude ter contato com o tão falado computador. Participei de um curso básico de informática, ministrado pelo Padre Edson Sestari, no qual aprendi as noções básicas que logo esqueci, pois não tinha praticamente nenhum contato com outro computador fora do curso. Finalmente no ano de 2000, realizei o sonho do computador particular. Passou a ser uma ferramenta extremamente importante na minha vida de professor, pois facilitou em muito algumas atividades que eram penosas sem ele. Pude desenvolver habilidades e dominar uma boa parte dos recursos que o computador nos oferece e transformar essas habilidades em conhecimento significativo. No ano de 2003, participei de um curso de pós-graduação, “Informática na Educação”, o que ajudou significativamente no meu aprendizado e na possibilidade de auxiliar outras pessoas. Neste ano de 2008 estamos tendo mais esta oportunidade de aprendermos a usar essa grande ferramenta pedagógica, através do curso que nos está sendo oferecido pela ProInfo, “Educação Digital – Linux”. Espero poder tirar um bom proveito desse curso para transformá-lo em conhecimento significativo para os meus alunos no dia-a- dia da sala de aula. Lairton José Ferst
  • 11. Amizade por um fio! Durante a infância não tive muito contato com a tecnologia, pois morávamos em uma “cidadezinha cheia de graça”, com seus sete a oito mil moradores, chamada “Rosário Oeste”, localizada a 120 km de Cuiabá, a capital de MT, Terra de gente simples, mas de muita sabedoria, cheia de crendices populares, segundo os ribeirinhos existe uma lenda a respeito do Rio Cuiabá, dizem os mais velhos que no fundo do Rio habita o “Minhocão” e que ele engole pessoas e vira embarcações, na verdade não conheço muito a história, mas tem gente que jura ter visto, eu prefiro apenas acreditar, pois tenho medo só de ouvir falar. Embora não houvesse muitas pessoas em Rosário, ainda assim as poucas que haviam eram acolhedoras, e passavam todas as tardes conversando em frente a suas casas, a simplicidade era algo que chamava atenção naqueles semblantes, que na maioria das vezes eram de moradores antigos, que o tempo já havia modificado seus traços, mas não a alegria de estar com o outro para falar sobre seu dia, ou mesmo uma palavra a toa, apenas para perpetuar o círculo da amizade. Com o passar do tempo as coisas foram se modificando, nossa cidadezinha foi ganhando mais graça ainda, porque seus moradores estavam conhecendo uma nova forma de se comunicar, e quem iria imaginar que as conversas das tardes dariam lugar ao “Telefone”, isso mesmo, a tecnologia estava chegando! Assim minha mãe começou a se alegrar com a idéia de ter um telefone, pois a família dela morava em Cidades e Estados distantes, e esse era um meio rápido de estar sempre em contato, para saber como estavam, pois antes utilizávamos apenas as cartas, bem, elas ainda continuariam, eram tão pessoais, cheias de carinho, cada letra, cada palavra era desenhada, feita com muito amor. Depois de algum tempo eu também comecei a sentir aquilo que minha mãe sentia... Comecei então a sonhar... Em todos os sonhos eu estava conversando, mas não me lembro com quem era, lembro-me apenas da cor do aparelho que era “vermelho”, se bem que eu nem gosto tanto de vermelho, mas esse era o meu sonho de cada noite. Chegou o dia tão esperado, instalaram a linha para o telefone, e para a minha surpresa o aparelho era “marfim”, também, imagine se tudo fosse realmente como nos sonhos... o mais engraçado era quando ele tocava, todos queriam atender, a sorte mesmo era daquele cujo telefonema interessava. Isso ocorreu durante dias até todos se acostumarem com aquele toque. Embora a tecnologia seja algo importantíssimo para todas as pessoas, pois com ela conseguimos vários avanços tecnológicos, nada substitui uma agradável e longa conversa na calçada de casa com os amigos, e parece que lá o tempo passa mais devagar, como se o que realmente importa são a simplicidade das coisas, e o grau de importância que damos a elas... Ah os amigos longe ou perto estão sempre em nossos pensamentos, como diria Mário Quintana a “amizade é um amor que nunca morre”. Soila Canam
  • 12. A CURIOSIDADE MATOU O GATO A curiosidade matou o gato, é exatamente nisso que estou pensando enquanto começo a digitar esse texto. Estou segurando as lágrimas, pois acabei de perder todos os arquivos que estava no meu computador enquanto tentava instalar o Linux Educacional. No sábado a noite procurei um site para fazer o download do Linux, foi bem fácil encontrar. Enquanto esperava o término do download aproveitei para dar uma olhada nas instruções de instalação, estava super ansiosa para explorar o novo sistema. Quando o download terminou resolvi ir adiante e criar o disco de boot, pois sabia que não era um processo complicado, já havia feito isso antes, claro que da primeira vez perdi vários CDs. O cd ficou pronto e como já estava tarde fui deitar, mas a curiosidade não me deixou dormir, minutos depois estava novamente na frente do computador. Olhei mais uma vez o capítulo que tratava do particionamento de disco e reiniciei o computador, o resto dá pra imaginar, foi o início do fim do gato curioso. Agora estou tentando me conformar com as perdas enquanto faço a atividade do curso. Ao menos o novo sistema foi instalado, e o editor de texto é bem parecido com o antigo, não estou tendo dificuldades para usar, e para minha própria surpresa ainda não senti saudades do Word. Isso me leva a uma importante constatação, o gato não morreu, ele continua vivo, apenas mudou. É doloroso mudar, mas aos poucos vamos percebendo o lado bom das mudanças e no fim nos acostumamos novamente, deve ter sido assim com as pessoas que utilizavam navios para atravessar o Atlântico quando os aviões começaram a ser utilizados para o mesmo propósito, como também deve ter sido a curiosidade que fez muitos experimentarem esse meio de transporte pela primeira vez. A curiosidade também deve ter tirado Santos Dumont muitas vezes da cama, é impossível dormir quando se tem em mente idéias que podem influenciar os caminhos de toda a humanidade, e é quase certo que ele também teve prejuízos durante as inúmeras tentativas até que seu projeto tivesse sucesso. Óbvio que não estou me comparando a Santos Dumont, mas como professora posso influenciar o caminho dos meus alunos para que se tornem cidadãos responsáveis e capazes, esse é o meu projeto, aprender utilizar um sistema mais acessível é uma das inúmeras tentativas, perder cds e arquivos são prejuízos pequenos diante desse projeto. A curiosidade é natural no ser humano, mas o medo da mudança faz com que vejamos ela como defeito, como um vício capaz de levar os curiosos a morte. Nos ensinaram a ver com maus olhos a curiosidade ao longo dos séculos, como uma forma de conter os explorados e manter o poder, e nós em pleno século XXI continuamos repetindo a máxima e temendo o novo. As lágrimas secaram finalmente, a cada palavra digitada percebi que não perdi nada, o disco do computador foi formatado, mas o que eu aprendi já faz parte de mim, desse texto e das minhas ações. A curiosidade nunca matou o gato, o que ela matou foi o comodismo e o medo do novo. O novo gato compreendeu que não é escravo de uma única tecnologia, mas que são elas que servirão ao seu propósito desse momento em diante. Jusemara Teles
  • 13. A tecnologia em minha vida Hoje o aspecto mais importante na dinâmica econômica sob o comando industrial é o crescimento da produtividade relacionado com a incorporação de novas tecnologias, o fato mais preocupante nesse processo é o próprio desenvolvimento dessas tecnologias e principalmente suas aplicações. Percebe-se que a ótica hegemônica mundial nesse contexto (re) organiza o mundo semelhante à uma “teia de aranha”, tal quantidade de relações que envolvem a humanidade em nossos dias em um sistema de inclusão ou marginalização social, sendo assim, as pessoas gradativamente são afetadas pelo intenso fluxo de informações e inovações tecnológicas. Estamos vivendo hoje a uma verdadeira revolução na área da telecomunicação a espera de novos instrumentos os quais tornam os espaços e tempos mais curtos, ou seja, hoje por exemplo, através da tecnologia posso realizar contato com outras famílias em tempo real, coisas que anos atrás era realizado através de cartas levando dias e até meses do referido contato. Como experiência vivida em meio a essas inovações (tecnológicas) vale ressaltar o meu primeiro contato com a energia elétrica, em minha casa anteriormente a luz que iluminava era o da lamparina, objeto feito de lata com pano e óleo diesel, mais tarde passamos a utilizar liquinho, objeto mais moderno, sendo que sua fonte de energia era o gás, já em 1982 esse último objeto foi substituído. Através de um projeto realizado pela CEMAT, ficava visível nos rostos das pessoas dessa comunidade a esperança e a vontade de participar de uma nova era, um momento em que a tecnologia chamada de energia elétrica a qual iria suprir muitas necessidades as quais de certa forma assolavam a nossa família e nossa comunidade. No entanto o que se verifica hoje é a presença de novos momentos tecnológicos e principalmente a nossa adaptação á ela,pois a globalização tecnológica ampliou o fosso técnico do mundo: Os habilitados tecnicamente tornaram-se mais ainda habilitados e os menos habilitados buscam através das novas exigências do mercado do trabalho uma nova interação técnica talvez tardia mas necessária . Edson Wanderlei
  • 14. Efeitos colaterais do uso do PC Tinha convicção. Não. Não seria mais uma obcecada pela máquina e seus feitos heróicos em uma saleta composta de quatro paredes nuas, uma escrivaninha, uma cadeira de rodinhas e um assento ao portador do outro lado da mesa. Já cansara de ouvir estórias bem sucedidas de final de expediente: “Vc viu meu Pc novo?” Nossa que insulto a gramática! Engoliram as palavras, corromperam a língua materna em troca de meia dúzia de modernidade. “Meu PC!” Jamais ousaria usar tais palavras. Era feliz com suas fabulosas estorietas sobre aquele dia que... Ou sobre quando, quando... Não importa se não tinha estórias do final de expediente sobre aquele dia que o técnico de informática passou a tarde espalhando olhares esverdeados na redação, ou sobre quando o PC travou na hora H e ele teve que ir tomar um cafezinho na cozinha. Era simples, poderia substituir seus contos por aquele dia que o chefe tropeçou no balde e vassoura deixados por um minuto no corredor no corredor, enquanto limpava, disfarçadamente, o vidro da sala de redação que tinha o PC ligado que o tal técnico examinava. Afinal sabia que ninguém tropeçaria nela mesmo. E quando chegara atrasada cinco minutos por deixar os pensamentos presos no monitor LCD com tela plana de catorze polegadas da recepção. Pensou que se aquele PC travasse seriam horas de olhos azuis na recepção. Mal acreditava que tinha pensado PC. O contato que tinha com ele era breve: um espanador bailarino ou uma flanela embriagada de desejos. Às vezes quando a vassoura, por atrevimento ou curiosidade, chegava mais perto e tocava alguns fios deitados no chão, o coração saltitava na boca, o rosto cobria de um torpor, as pernas bambeavam e só voltava a respiração quando ouvia as palavras mágicas: “Está tudo bem tia!? Se quiser posso sair para a senhora poder limpar a vontade”. Mas sempre dizia que estava bem, que poderia ficar, pois já estava acabando. Mesmo assim ficava horas mergulhadas em pensamento, viajava pela tela e sentia os dedos fazendo um clic- clic no mouse juntos com os olhos verdes. Tinha curiosidade, queria saber como funcionava tudo, mas ali apenas limpava e suas mãos não eram delicadas como as da redatora. Todas as vezes que uma daquelas máquinas parava de funcionar chamavam o técnico. Olhos verdes, maleta prata, cabelos sem vento e muitas horas na frente da tela. Ficava sempre ao pé da porta pronta para trazer o café, alcançar a chave, pegar o Cd disso e daquilo (conhecia os Cds pelos desenhos), ele sempre contava com os seus préstimos. Todos corriam de um lado para o outro com papeis, telefones, anotações. Ignoravam o técnico, mas lembravam da máquina e sempre alguém perguntava: “E aí, já está pronto?” E ele respondia: “Só mais meia hora, to terminando de formatar. Dessa vez consegui recuperar todos os arquivos”. Um sorriso, um gole de café. Depois ia embora e o verde dos olhos dele continuava piscando no botão do computador. Com o tempo foi perdendo o medo, podia tocá-los: Máquina e homem. Com o espanador dançava sem pó. Com a flanela exalava perfume. E a vassoura teimosa se enrolava nos fios. “Alguém chame o técnico, meu PC travou”. E dia após dia via ele entrando na redação. Maleta na mão, cabelo sem vento, sorriso no rosto, sinal verde (os olhos). Todos ocupados. Mensagens, telefones, anotações, cafés e sorrisos, muitos sorrisos. No final do expediente também tinha estórias para contar e falava com as paredes nuas: “Vou ter o meu próprio PC. É uma questão de tempo. Ele não trava na hora H. A conexão e banda larga, já comprovei outro dia ao tomar café na cozinha. Terei acesso ilimitado é só dar o enter.” Um dia enquanto limpava a sala da redação o PC principal travou, disseram que era a memória que estava cheia. Ficaram apavorados tinham que terminar a edição para o dia
  • 15. seguinte, mas o PC não respondia a nenhum comando. Então chamaram o técnico de olhos verdes. Falaram que ele não poderia vir, estava de férias, lua de mel. “Lua de mel?!” Ouvira bem, mas não vira aliança em suas mãos. Foi um delete seguido de um insert cruel. A flanela caiu e o espanador voou. Ela avançou em direção ao PC. Os olhos dele piscavam em verde e vermelho. Tocou a máquina. Feriu a tela plana LCD, penetrou o disco rígido e devorou cada Mb da memória, engoliu a seco cada CD, triturou com as mandíbulas ao desenhos do teclado, digeriu o mouse e em instantes o PC foi sumariamente destruído. Mas ouviu o clic, seus olhos estavam vidrados e desta vez todos da redação olhavam-na. Como uma capela: “A faxineira”, seguido de um silencio ensurdecedor. Mal percebeu o barulho da flanela embriagada e do espanador bailarino tocando o chão. Dirigiu-se em direção ao PC principal da redação, plugou-o na tomada. Morte súbita do silencio. Mensagens, telefones, anotações, cafés e risos, muitos risos. Não voltaria mais a sala da redação. O PC ainda lhe distribuía olhares esverdeados, com sua enorme cara LCD catorze polegadas. Desconectou-se da rede. Estava sem endereço de web. A noite quando deitou na sólida cama de solteiro do quarto de meio salário, sentiu bem: memória cheia. Fez um backup, tomou um anti-vírus, reclinou a cabeça no travesseiro e antes de iniciar a formatação ainda viu o teto refletir a tela LDC de muitas polegadas, as paredes se recobrirem de preto internalizadas de fios coloridos plugados consecutivamente, a porta revestida de metal tal qual a entrada USB. Seria um racker que invadira seu sistema? Ou alguém conseguira descobrir sua senha? “Deletaram os meus arquivos”. Iniciou a formatação. Mas ouviu bem quando chamaram o técnico vestido de branco com olhos esverdeados para consertar a máquina. No dia seguinte o Classificados do jornal oferecia uma vaga de emprego para faxineira com segundo grau completo e curso de computação. Gisláide Aparecida Ferreira de Sena.
  • 16. Minha história Minha história começa a mais ou menos 28 anos atrás, quando ainda morava na minha terra natal em Santa Catarina. Meus pais trabalhavam fora para poder nos dar o mínimo necessário, eu e meus três irmãos ficávamos em casa, eu e meu irmão mais velho éramos responsáveis pelo serviço de casa, estudávamos um período e no outro tínhamos muito o que fazer, na época do inverno, recolher lenha, fazer fogo, etc. Mas, éramos crianças e gostávamos de assistir TV, esquecendo assim das tarefas de casa. Até que minha mãe resolveu cadear a televisão, pois senão o serviço não era realizado. Quanto sofrimento, sem assistir os desenhos favoritos, até que apareceu um tio nosso “muito esperto” e nos ensinou a colocar uma extensão e ligar a tomada, não necessitando assim abrir o cadeado, e nossa mãe não descobriria. Engano nosso, o resultado foi: trabalho não realizado e uma surra bem dada. Quando nos mudamos para Terra Nova do Norte em 1986, não tinha energia elétrica ( luz), não tinha como assistir televisão, então, ouvia muito a Rádio Nacional da Amazônia, lembro que meu pai ficava bravo pois eu gastava uma carga de pilha a cada dois ou três dias, em compensação fiz muita amizade por correspondência, me correspondia com pessoas do Brasil inteiro. Passado muitos anos, já cursando Pedagogia, em uma promoção realizada na Escola em que eu trabalhava, decidiu-se comprar dois computadores para a sala de professores, mas, tínhamos um porém, não sabíamos mexer com aquela “coisa”. Então um professor do PAEM ( Programa Alternativo do Ensino Médio), chamado Vitório se propôs a nos dar umas aulas, teve até cronograma, pois tinha muita gente interessada em aprender, enquanto outros nem chegavam perto. Aprendemos a ligar e desligar, e usar o editor de texto. Foi um grande avanço para a época. Depois disso, fiz dois cursos de computação, mas, sempre com um pouco de medo de estragar.Algum tempo depois apareceu o tal do celular, o meu marido tinha um, mas eu não sabia mexer, certo dia tocou o celular e fui atender, sem perceber apertei o botão para falar, e ainda perguntei pro meu marido se era no botão verde que apertava, e a pessoa do outro lado disse; sim é no verde mesmo. Pensa no mico que passei. Sem contar as vezes que o celular tocava e achava que não era comigo o barulho, achando que era outra coisa. Agora tudo mudou, todos em casa têm celular, temos computador com acesso a internet, estamos aprendendo cada vez mais, e procurando perder omedo do novo. Mara Caciane Renz Dalmolin
  • 17. A tecnologia em nossas vidas De acordo com o site Wikipédia, tecnologia é um termo que envolve o conhecimento técnico e o cientifico e as ferramentas, processos e materiais criados e / ou utilizados a partir de tal conhecimento. A tecnologia é um meio indispensável na vida do ser humano, precisamos fazer uso da mesma para conseguirmos acompanhar as evoluções e transformações que vem ocorrendo no mundo inteiro. Eu como professora de Educação Infantil, acredito que a tecnologia e a informática são fundamentais na vida de qualquer pessoa, já que hoje tudo esta relacionado com as novas tecnologias, a cada dia surgem novidades e de certa forma somos impulsionados à acompanhar tais transformações. Antigamente, mais ou menos a vinte anos atrás, nem todas as pessoas tinham televisão, rádio etc..., atualmente são poucas que não possuem tais tecnologias, e um exemplo de como a tecnologia vem crescendo é o fato de hoje termos inúmeros modelos televisão, a um certo tempo atrás as televisões eram pequenas e sua imagem era preto e branco, hoje temos modelos dos mais avançados como: TV de plasma que é praticamente um cinema dentro de casa. A informática também vem se expandindo, ter um computador em casa hoje já é comum, precisamos fazer uso do mesmo pois as situações que enfrentamos exigem seu manuseio. Ter um computador conectado a internet se tornou uma necessidade do ser humano, a informática surge para superar a necessidade do ser humano de registrar e manipular dados em grandes quantidades com precisão e rapidez. Muitos profissionais da área consideram que a palavra informática seja formada pela junção das palavras informação + automática, pode dizer-se que a informática é a ciência que estuda o processamento automático da informação por meio do computador. Em sala de aula podemos perceber o quanto as crianças se interessam pelo computador e principalmente pela internet, a maioria delas já sabe o que é um computador e qual sua utilidade. Eu confesso que até pouco tempo não tinha contato nenhum com o computador e internet, não sabia nem ligar um computador, mas ficava observando as pessoas trabalhar e imaginava que não seria tão difícil manusear tal máquina. Minha curiosidade aumentou quando há três anos iniciei minha faculdade de Pedagogia em Educação Infantil. A todo o momento ouvia falar em assuntos relacionados a internet, e assim logo foi necessário usar o computador para digitar textos, provas, projetos bem como pesquisar na internet. Dessa forma meu interesse só aumentava, passei a navegar pela internet, criei meu MSN e Orkut. Hoje me sinto feliz usando o computador, navegando na internet, e a cada dia aprendendo coisas novas e interessantes, sei que há muita coisa pra aprender, mas com dedicação e empenho será possível conquistar. Enfim acredito que a tecnologia e a informática estão sendo muito importantes para minha vida, pois irão contribuir para meu crescimento pessoal e profissional. Roseli Aparecida Cucolotto
  • 18. Eu e a Tecnologia De uma forma simples Tecnologia é a razão e a capacidade do homem em resolver problemas na qual ele utiliza-se de meios por ele criado para facilitar a resolução dos mesmos, ou seja, inventa algo para ajudar a resolver outras coisas. Sendo assim a tecnologia está presente em tudo, dês do lápis de escrever à impressora jato de tinta, da bicicleta ao avião, do rádio ao computador e assim vai... Quando pequeno, eu e meus irmãos gostávamos muito de ouvir o rádio, aparelho de comunicação mais usado naquele tempo, era a “Tecnologia da Época”. No rádio se ouvia novela, jornal, futebol, rodeio, bingo e etc. Lembro-me quando meu pai trocou o antigo aparelho por um novo, fizemos até uma festa, tempos que ficaram guardados na lembrança. Com a chegada da televisão ficou ainda melhor, com o som vieram as imagens, dava pra ver o mundo inteiro dentro do televisor. A princípio pensávamos que a antena seria posta em cima do telhado da nossa casa, mas descobrimos que não era preciso, apenas em cima do televisor. A TV não era colorida, apenas em preto e branco, mas quem ligava, o importante era assistir as novelas e ver os jogos que antes se ouvia apenas pelo rádio. Lembro-me quando ganhei meu primeiro Vídeo Game, era um Dynavision, demorei aprender, tive dificuldades por não saber usar, mas criança aprende rápido, principalmente quando se trata de jogo, depois que aprendi, passava horas brincando na frente da televisão, minha mãe algumas vezes chegou até brigar comigo pra não jogar muito, mas me divertia bastante tudo pra mim era novidade. Em casa tinha uma máquina de escrever manual que meu pai usava para digitar trabalhos, era muito interessante, mas às vezes ele ficava zangado quando errava o texto, era necessário muita atenção, pois um erro não poderia ser corrigido e se errasse muitas vezes tinha que começar tudo de novo. Meu pai não deixava ninguém mexer na máquina de escrever, só ele, mas com o passar do tempo foi nos ensinando a usar aquele instrumento de trabalho. Os tempos foram passando e com a chegada do computador meu pai lançou-me um desafio. Ele disse: __vou te dar um computador se você fizer o curso de informática e passar de ano. Aceitei o desafio, passei a fazer o cursinho básico e consegui passar de ano. O curso teve duração de oito meses. Quando conclui, fui chamado para fazer um estágio na escola de informática que eu fazia aula, comecei a fazer o estágio que durou seis meses, junto com o instrutor Marcelo, terminado esse período, passei a pegar turmas sozinho na sala, não foi fácil, mas com a ajuda de Deus consegui. Ganhei meu primeiro computador e fui aprendendo aos poucos e até hoje estou aprendendo, e acredito que continuarei a aprender cada vez mais, nesse mundo de tecnologia que não tem fim. Israel Brites Caldas
  • 19. “Não desistir de voar” Quando soube que teria que produzir um texto, sobre a tecnologia e qual influência ela tem em meu cotidiano, logo pensei. De qual aparelho irei falar? Pensando assim, procurei escrever sobre o que estou vivenciando no momento. Sendo convidada a participar do curso LINUX aceitei prontamente mesmo estando em tempo reduzido, por outros compromissos, e o curso já em andamento quando comecei a participar das aulas. Assistindo então o filme de Santos Dumont notou-se a sua vontade de voar, começando sua criação de uma forma bem primitiva, mas com perseverança, deu asas a sua imaginação. Hoje se pode usufruir de aeronaves com todo luxo e requinte, além de viagens expressas, graças a sua força de perseverança. Incrível!!! Como evoluiu!!! No entanto as mudanças ocorrem rapidamente e a evolução tecnológica. Já passa a fazer parte do nosso cotidiano, e felizmente somos privilegiados com o uso desses recursos. Ainda lembro-me quando fiz curso de datilografia era uma velha máquina de escrever. Como eram duras as suas teclas!!! Sei que não foi fácil a conclusão do curso, pois morava vinte e sete quilômetros de distância da cidade aonde acontecia o mesmo. Enfim concluído... Que bom! Eu sabia datilografia, o que facilitou minha vida de estudante, datilografei textos, poesias, musicas... Mas... Tempos depois tive o primeiro contato com o computador. Que diferença da máquina de escrever! As teclas eram mais leves, se errasse poderia apagar sem danificar o texto. Lembrando que o primeiro programa foi o MSDOS (hoje extinto) executei outros programas entre eles a digitação, que foi de grande relevância nos trabalhos de faculdade. E a internet!!!! Ah, essa é demais!!! Uma fonte inesgotável de pesquisa e esclarecimento de dúvidas, traz o conhecimento para bem perto de nós. A grande maioria pode acessá-la e se conectar com o mundo em questão de minutos, esse benefício já está acessível para todas as pessoas, inclusive temos a vantagem de obter programas especificados para crianças, fazendo com que desde cedo já comecem a informatizar e estar preparados para vivenciar esses avanços que a tecnologia pode oferecer. Como educadora sinto-me mais preparada para ao transmitir esses conhecimentos e para dar oportunidade aos pequenos de conhecer a máquina, ensinar- lhes que não se deve fechar os olhos para o mundo e que desistir de voar não é nosso lema, mas sim, ir em busca da realização dos nossos sonhos!!!! Maria José
  • 20. INTRODUÇÃO A INCLUSÃO DIGITAL Sou professor de uma escola rural do Município de Terra nova do Norte MT, denominada Escola Municipal Xanxerê, trabalho ha 20 anos no Ensino Fundamental com crianças de 1ª a 4ª séries. A tecnologia evolui com o passar do tempo, e a cada momento desperta curiosidade, pois cada novidade precisa ser assimilada para ser utilizada pelas pessoas em todas as partes do mundo, seja qual for a atividade que exerça , existirá sempre algo que venha para aperfeiçoar, facilitar as atividades humanas. Podemos chamar isso de progresso em benefício do ser humano das pessoas enfim, mas para que seja um instrumento de inclusão precisa estar ao alcance também das minorias. O século XX foi uma época em que o avanço tecnológico se deu de forma muito acelerada, muitas vezes pela necessidade e também pela capacidade que o ser humano desenvolveu em buscar melhorias. Mas às vezes nesta busca nem todos os avanços podem ser considerados positivos devido aos efeitos colaterais de muitas invenções e inovações como por exemplo o uso das máquinas agrícolas que substituíram a mão de obra humana gerando desemprego no campo outro exemplo é o uso dos agrotóxicos que por um lado possibilita a produção em grande escala de alimentos mas que ao mesmo tempo gera transtornos de saúde . Analisando o passado que tive e atentando para as particularidades da época entre 1973 e 1981 lembro-me que na luta árdua da agricultura, minha família passou por muitas dificuldades devido a falta de conhecimento sobre a qualidade do solo, mudamos do Paraná para Mato Grosso em 1973, em busca de melhoria de vida, adquirimos um sítio em Sinop, Mato Grosso, passamos por muitas dificuldades por causa da falta de conhecimento das culturas agrícolas que poderiam ser produzidas ali naquele solo, assim sendo plantou-se café em terras impróprias para este cultivo, conseqüência disso foi a dívida alta em financiamentos e a conseqüência da falta de produção , em 6 anos o terreno foi a leilão , por falta de pagamento. Hoje meus pais moram em uma chácara pequena criam gado de leite e corte sempre procuram melhorar a qualidade dos animais para uma melhor produção de leite e carne. Na escola onde trabalho (Escola Municipal Xanxerê) as melhorias demoraram a acontecer devido às condições da época os recursos tecnológicos que tínhamos era muito poucos me lembro que nossa escola começou com um mutirão comunitário para levantar as salas de aula e eram apenas duas salas com uma minúscula cozinha os materiais pedagógicos eram escassos poucos livros e um mimeógrafo para ampliar textos ou avaliações. Os primeiros computadores chegaram em 1997/98 eram quatro máquinas, onde pudemos aprender algumas noções de como usar a máquina. Eu aprendi um pouco, consegui aprender a digitar textos, tabelas, gráficos etc. No Programa Windows 97/98. Não pudemos aperfeiçoar e aprender muito devido à falta de prática e de tempo. Por volta do ano de 1996/97, chegaram o 1º kit de TV, antena parabólica e vídeo k7, para que a escola fizesse a gravação dos programas da TV Escola e utilizasse como uma ferramenta pedagógica em sala de aula e para cursos de atualização de professores. Muitos professores tiveram e ainda tem muita dificuldade em manusear aparelhos eletrônicos como: dvd, vídeo k7, controle remoto etc., mas há sempre quem auxilie no uso destes equipamentos.
  • 21. Atualmente na escola onde trabalho teve melhorias nesse sentido temos o laboratório de informática com Internet e agora podemos com esse curso, aperfeiçoar nosso conhecimento para poder maximizar o uso dessa tecnologia em sala de aula. Professor Marcos D.Rohden.
  • 22. OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS EM NOSSO DIA – A -DIA Eu Laercio Roberto Ferst, sou professor a nove anos, na mesma escola em que cursei da Primeira série até o Ensino Médio. Em 1981, minha família juntamente com outras tantas migrou do Rio Grande do Sul para Terra Nova, mais precisamente para 9ª Agrovila, onde na oportunidade tinha apenas cinco anos de idade. Essa era uma região nova, ainda intocada, onde as notícias só chegavam em cartas ou jornais dos grandes centros, geralmente trazidas em mãos por pessoas que vinham de viagem. Perante essa realidade, não é difícil imaginar o quanto era raro a noticia ou o aparecimento de uma nova tecnologia, senão as já conhecidas e usadas em nosso dia-a- dia. Em 1983 ingressei na escola, primeira série, época em que comecei a manusear algumas tecnologias (como materiais pedagógicos) que não eram muito comuns para mim, pois minha irmã não permitia que mexesse nos materiais escolares dela. Nessa época ganhei meu primeiro calçado, era para ser uma "conga" - calçado de tecido que se usava na época -, mas como não serviu, e meu pai trocou por um sapato social. Foi um problema, porque eu não tinha calça comprida, e então tive que usar com calção e uma meia vermelha que para que eu usasse, meu pai disse que era do internacional. Alegria que durou pouco, pois logo começaram a me chamar de sapatudo, e nunca mais usei o calçado. Por volta de 1986, compramos o primeiro rádio, da marca "Norton", que mais parecia uma caixa de abelha de tão grande. Só pude começar a manuseá-lo depois de uns três anos, pois meus pais diziam que não deveríamos mexer, pois além de ser movido a pilha, na época muito cara, também poderia estragar. Em 1990, com o surgimento do garimpo e conseqüentemente uma melhoria nas condições financeiras, compramos nossa primeira televisão, em preto e branco que funcionava a bateria e uma antena rabo de peixe. Era uma maravilha assistir aos jogos de futebol no final de semana, com a casa cheia de vizinhos, embora quase não víssemos a bola, de tão mal que pegava. Porém nessa época já estava bem crescidinho e até já resolvia pequenos problemas que dava com a máquina. Assim que comecei o ensino médio, apareceu na escola um Senhor interessado em dar cursos de datilografia. Alguns dias depois já me sentia "o cara", pois era um dos melhores alunos do curso. Também pudera, tinha força nos dedos para bater aqueles botões emperrados das velhas máquinas. Um ano depois fiz um curso básico de computação, um medo terrível de apertar um botão que estragasse o computador, mas só aprendi de verdade quando precisei fazer meus trabalhos e outras atividades da faculdade. No ano passado (2007) recebemos do governo federal um laboratório de informática e recebi o convite para trabalhar como orientador. Nos primeiros dias me senti um quase analfabeto, pois essas máquinas vieram providas do Sistema Operacional Linux, até então ignorados por mim, mas foi com grande insistência e contribuição de vários colegas que consegui aprender um pouco. A maior dificuldade que tenho e sinto que meus colegas de trabalho também têm, é quanto ao uso do computador como uma ferramenta pedagógica, talvez por ser uma tecnologia nova para nós. Porém faz-se necessário que procuremos romper com esse medo do novo, pois nossos alunos não tem, e cada vez mais cobrarão de nós. Laercio Roberto Ferst
  • 23. TECNOLOGIAS... A tecnologia na vida do cidadão se tornou indispensável, pois, a cada dia que passa, nossas vidas se tornam mais corridas e atarefadas. Desde criança, valorizei muito a tecnologia a minha volta mesmo que simples fosse. Cresci sempre ouvindo a “Rádio Nacional da Amazônia”, mas a chegada primeira televisão preto e branco em minha casa, se deu em 1985. Meu pai conseguiu comprar um motor estacionário com um gerador de energia pequeno na Oficina Mecânica em que trabalhava e, a partir daí tivemos energia elétrica e televisão em casa. A família ia do centro da cidade (aqui em Terra Nova) até o bairro industrial próximo ao Laticínio para poder assistir o jornal e a então famosa novela da época “Roque Santeiro”. Mais tarde, quando nos mudamos para a cidade de Matupá, minha mãe dava aula o dia inteiro, então resolveu comprar uma máquina de lavar roupas para ajudar no serviço de casa. Nessa época a energia elétrica da cidade acabava a meia noite, então dava tempo de minha mãe chegar da escola e lavar até tarde da noite. Quando meu pai conseguiu comprar uma televisão um pouco maior e colorida, estava no auge o programa “Xou da Xuxa” (1986 – 1987). Eu e meus irmãos ficávamos em casa na parte da manhã e tínhamos que dar conta do serviço de casa, com tarefas que minha mãe deixava para cada um fazer. Mas, a tentação de assistir o programa da Xuxa com suas músicas que adorávamos cantar, os desenhos (Heman, Sherra, Caverna do Dragão, etc.), era tão grande que quando estava dando a hora da mãe chegar e o serviço não tinha sido terminado e a televisão quase pegando fogo de tanto assistirmos a manhã inteira, a única solução que víamos era pegar vários cubinhos de gelo e colocar em cima da televisão para tentar esfriar para que quando a mãe chegasse, não perceber que a TV esteve ligada por várias horas. E, o triste fim da TV não muito tempo depois veio. A coitada queimou de tanto derretermos gelo em cima dela para esfriá-la. Quando mudamos para o Estado do Pará, que tristeza... Adeus energia elétrica, máquina de lavar roupa, TV, geladeira, ferro elétrico. Voltamos a lavar roupa na velha tábua e puxar água com balde da mina de água, passar roupa com o ferro a brasa, lamparina e lampião a gás... E o pior era que no outro dia o nariz da gente estava puro carvão da lamparina. Depois de um certo tempo morando no sítio, meus pais retornaram para o Estado de Mato Grosso pois tinham que dar continuidade nos estudos dos filhos, pois, no sítio só tinha até a 4 série do Ensino Fundamental. Nesse período tive oportunidade de fazer o curso de datilografia que na época era muito requisitado e, mais tarde o curso de informática onde ainda se fazia o “MS DOS”. Hoje, observo como avançou todos os recursos tecnológicos a nossa volta. Os alunos têm acesso a inúmeras tecnologias. E nós temos a obrigação de acompanhar tudo isso para facilitar o nosso dia-a-dia e melhorar a nossa prática na sala de aula. Alexandra Magalhães Frighetto
  • 24. INSTRUMENTOS TECNOLÓGICOS A tecnologia está presente em nosso meio, variando de forma e constantemente aumentando sua capacidade, tornando-se cada vez mais necessária devido ao seu grande avanço, sendo que há várias máquinas em uma só, como o celular, que se torna um computador de tantas funções, nele as pessoas conseguem fazer as funções das outras máquinas, como enviar mensagem entrar na internet, telefonar e até mesmo mandar e entrar em seu e-mail. Primeiro instrumento tecnológico que tive acesso creio eu que foi a televisão, até então não muito diferente da de hoje. O rádio foi outro instrumento tecnológico que não mudou muito, pois continua com a mesma função que é a de informar e distrair. Agora ao me deparar com o computador tremia ansiosa e com medo de estragar, pedia ao meu professor se realmente existia todas as letras e se eram em ordem alfabética. Eu não tive acesso ao computador na escola, paguei um curso de informática, para me capacitar. Hoje quase todos os alunos têm acesso ao computador, devido ao avanço e importância que isso traz ao meio escolar, pois o aluno ao mexer em um computador se encanta com o maravilhoso meio tecnológico, conhecendo todas as funções conseguindo conversar com pessoas dos outros países, criando até mesmo uma nova língua, no caso o internets a nova linguagem do MSN. Todavia a tecnologia é fundamental e indispensável ao meio escolar, pois ao fazer uma pesquisa o aluno poderá utilizar vários meios tecnológicos, como no jornal da televisão em notícias na rádio, pelo celular e até mesmo pelo indispensável computador. Portanto o governo federal está implantando em todas as escolas o laboratório de informática, envolvendo todos para a inclusão digital, tanto alunos como os profissionais de educação que estão necessitando de capacitação para melhorar o método de ensino, e envolver cada vez mais os alunos ao meio tecnológico. Perante o vídeo “o sonho nos ares” deixa bem claro que a persistência e a capacitação deve haver sempre para se conseguir alguma coisa, assim é o estudo, tudo que se quiser tem que haver a persistência e interesse em aprender. KÁTIA FABIANE SCHEID BIANCHIM
  • 25. O CABOCLO De uns tempos pra cá vejo uma coisa esquisita Uns rapazes ajeitados e umas moças bonitas Andam falando sozinhos dão risada fazem “fita” e que está acontecendo contando , ninguém acredita. 2 Depois de muito observar O que está havendo agora Resolvi me informar A quem pudesse explicar O mundo tranqüilo de outrora E essa pessoa falou Que é o tal computador A grande invenção da história 3 Estas coisas que o senhor vê Não são estranhas, pode acreditar Elas não falam sozinhas Do outro lado da linha Tem alguém a lhes escutar Compram vendem até namoram Sem precisar se encontrar Mesmo os grandes negócios são feitos por celular 4 Ela explicou que as coisas Acontecem como magia Basta dar um “tal de clik” Nas máquinas de hoje em dia Você fala lá no Japão Com seu irmão ou sua tia Toda esta facilidade Isso é a tecnologia. 5 Inda fiquei matutando Esse moço endoidou Ele está fazendo um “deus“ Desse tal computador E depois esse tal de clik Isso ta meio suspeito, sei não Eu nem tenho parente no Japão. 6 Outra coisa muito suspeita Grande invenção da história Sujeito esquisito,
  • 26. Parece que não tem memória E o rádio, a televisão, O navio e o avião Pois ele não sabe então Que não são coisas de agora? 7 Ele se esquece dos inventos Da terra do céu e do mar De todo tempo e trabalho Do homem, pra inventar Imagine se Santos Dumont Montado no 14 Bis Esperasse o tal do clik Pra fazer ele voar? 8 Foi preciso muito esforço Pesquisar, trabalhar Desenvolver a ciência Sob o sol ou sob o luar Não ficar buscando atalho Sentar na frente da máquina Pra copiar e colar. 9 Estas coisas eu escutei E comecei a observar Principalmente os mais jovens Não querem saber de pensar Pra quê, se tà tudo pronto Não tem mais o que inventar Se eu tenho tudo à mão Computador, internet, celular? 10 Alguns quase nem saem Pra bater papo, namorar Fazem isso on line Não precisa se preocupar Fazem isso falando sozinho Na rua por celular. 11 Estão deixando de lado As boas coisas da vida A busca constante do outro Pra poder se completar Pois ninguém é uma ilha Se ficarmos isolados Os problemas tendo a aumentar. 12 O contato com o outro É uma coisa sem igual Ter amigos, passear na praça
  • 27. Que era muito natural Virou coisa do passado Dizem que a moda agora É o sexo virtual. 13 A informática tomou conta De todo comércio do lugar O funcionário olha é pra máquina Não dá nem pra papiá Busca numa tal de tela Tudo que eu fui perguntar Aquelas máquinas esquisitas Sabem de tudo informar. 14 No mercado eu não entendo Como ela faz pra acertar Eu entro pra fazer compras Ela não sai do lugar Mas quando eu chego perto Nem precisa perguntar Essa maquina bisbilhoteira Já sabe o tanto que eu vou ter que pagar. 15 No banco ainda é pior Nem sei se posso explicar Eles enfiam um trem na máquina E vai nuns botão apertar Aí ela cospe dinheiro Pra pessoa que ta lá Acho que é o fim do mundo Não sei nem o que pensar. 16 Me lembrei quando menino Uma história que ouvi contar De uma árvore que dava dinheiro Comecei imaginar Plantar umas moedinhas Pra elas poder aumentar Eu com uma máquina dessas Nem ia mais trabalhar. 17 Comecei pensar na escola Como está nesse momento Com tanta informação Jogada como que pelo vento Ela deve parar pra pensar No mal que pode causar Se não souber aproveitar Pra produzir conhecimento. 18
  • 28. Resolvi então visitar A escola lá da vila Pra poder observar Como é lá, no dia- a- dia Ver como estão convivendo Com tanta tecnologia Pois todo canto que se vai Usam a máquina como magia. 19 Vi que até aqui na vila Já tinha computador Ligado na internet Para aluno e professor Muitos viviam clicando, Digitando, conectando Mas alguns, principalmente os mais velhos, tinham verdadeiro pavor. 20 Assim segue a rotina Quase todos a conectar Sempre tinha alguém Pra elogiar ou criticar Porém, o importante é entender Que tudo que se faça na escola Seja para aprender ou para ensinar. LAURECI
  • 29. Lembranças Quando eu era menino, trabalhava muito, todos os dias de manhã ia à escola e, ao retornar mal acabava de almoçar, pegava minha bicicleta e ia pra roça ajudar meus irmãos mais velhos. Nossa família era humilde e não tinha condições de adquirir as novidades da tecnologia. Éramos sete irmãos em casa e mamãe não podia nem acompanhar os desejos de nossos estômagos. No dia em que a energia elétrica foi instalada na minha rua, brincamos a noite toda comemorando aquela maravilhosa novidade que clareava nosso bairro, mesmo sabendo que ao retornar para casa iríamos deitar a luz de lamparinas ou fazer a tarefas de casa sentindo aquele cheiro horrível de óleo que ficará para sempre no meu subconsciente e no pulmão.Na escola ouvi alguém falar em calculadora, objeto revolucionário mais ágil que a professora de Matemática, então com muita tristeza entendi que para conseguir uma, teria de somar mais e mais trabalho, diminuir as compras de doces na cantina da escola onde eu poderia comprar só um doce por semana, multiplicar minha vontade de decorar toda tabuada, pois de tanto eu pedir minha mãe fez essa promessa e quando ganhasse, teria de dividir com meus irmãos. O tempo passou, fiquei sabendo de uma coisa chamada telefone que deveria ser chamado de telerico porque só eles através de alguma coisa denominada ações poderiam comprar. Lembrei-me da encantada televisão, porque até então conhecíamos o rádio, agora poderíamos ver os artistas dentro da nossa casa; melhor, na casa do vizinho que não assistia nada sozinho, era só ligar o aparelho que nós estávamos todos lá fazendo companhia até o momento em que ele dava uma desculpa e mandava todos embora. Quando fazia faculdade fiquei perplexo quando vi um acadêmico usando um telefone sem fio que poderia ser levado para qualquer lugar. Por muito tempo fiquei apenas sonhando com o celular, já trabalhava, mas tinha de ajudar comprando apostilas para a universidade por isso não dava para ter os dois. Depois de alguns anos pude conhecer o computador, porém só ficaria no conhecimento porque adquiri-lo era muito caro e teria de continuar sonhando um dia ter aquela maravilhosa máquina em casa.Hoje sou adulto e apesar das dificuldades e de não poder acompanhar as transformações tecnológicas, aprendi os verdadeiros valores humanos e lutar pelos meus objetivos mesmo que eu demore um pouco mais para alcançá-los. Sou professor há cinco anos, hoje tenho celular, computador e outras tecnologias essenciais de sobrevivência, mas ainda faltam muitos aparelhos para adquirir e aprender a fazer uso desses que já tenho. O curso do Linux Educacional veio trazer a oportunidade de me incluir no processo educacional na sociedade. Até onde vou? Não sei não, porque enquanto viver as lembranças nunca vão terminar e isso me faz lembrar que nunca posso desistir de lutar e tentar acompanhar os avanços tecnológicos. Vanderley da Silva Terra Nova do Norte-MT.
  • 30. FORMAÇÃO OU EDUCAÇÃO? Acostumamo-nos com a flexibilidade, e a influencia de mídias em nossas vidas; a cada dia novas dinâmicas são apresentadas e somos obrigados a fazer parte desse sistema, se não inserimos estamos fora dessa fluidez então seremos acometidos e entrelaçados pela ausência de garantias, sejam elas relativas à vida pessoal, ao emprego ou à organização social. Quanto mais risco, mais variação. Quanto mais garantias, mais estabilidade e participação nesse sistema e por fim mais capacidade de aprendizagem, tanto do emissor de conhecimento quanto do recebedor. Ao contrário; o poder perdeu a sua centralidade e não somos nós professores que ensinamos, são os alunos conectados que nos ensinam o sutil mundo da informação, é claro que nem todos, mas o mundo da aprendizagem está repleto de alunos informatizados e críticos que negam conscientemente a existência de uma única verdade ou de um só mundo. Para muitos a ausência de verdades absolutas significa também o fim dos totalitarismos, embora alguns apontem formas mais sofisticadas de controle em nossos dias... Seria então a informática uma forma de controlar os serelepes alunos problemas? Segundo Chomsky, com a extrema vigilância que reina nos dias atuais as formas de controles se tornaram sutis e eficazes. A sutileza de um computador poderia atuar lado a lado com o professor. Não temos mais um novo discurso universal, pois seria algo dispensável na pluralidade de centros em que vivemos, cairia na questão financeira onde nem todos teriam acesso a essas tecnologias enfim, nova dicotomia e nova briga, pois não necessitamos mais de verdades permanentes. Tomemos duas áreas fundamentais da vida humana que foram bastante flexibilizadas, tornando-se completamente fluídas. A educação e a profissão. Ambas deixaram de ser uma eleição única, para toda a vida. Perderam a característica de obrigação e escravidão e ganharam em ludicidade e não seriedade. O conceito de vocação, relativo à esfera educacional, foi substituído pelas experimentações, enquanto a auto-realização vinculada à escolha de uma profissão deu lugar à busca do reconhecimento e muitas vezes do êxito fácil e imediato, que leva a um desapego aos princípios básicos da educação. Há sem dúvida uma valorização excessiva do sucesso rápido em detrimento da experiência e do aprofundamento. Discernir, avaliar, separar, formar profissionais, escolher impõe-se, portanto como exigências básicas de nossa época, uma tarefa cotidiana e contínua. Surgirá daí novas utopias e implementações de novas técnicas do conhecimento, como a informática. Valdecir de Carvalho
  • 31. A Revolução tecnológica esta presente em nossas vidas Através de analises realizadas sobre o avanço tecnológico no decorrer do processo histórico, pode-se constatar que a tecnologia faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, pois com a chegada da globalização que ocorreu maior avanço no setor, foi com a revolução técnico científica. Desde os tempos mais remotos a busca constante por inovações esta presente, sendo imprescindível no período moderno, desde os primeiros equipamentos que foram utilizados até os mais sofisticados. Hoje podemos mencionar que a revolução tecnológica esta acentuada principalmente na área dos computadores com acesso á internet, o mundo ficou interligado, com os novos programas “softwares” criando a chamada “Aldeia Global”. Tendo em vista que os meios de comunicação estão em constante transformação, quer dizer, estão se tornando cada vez mais sofisticados, nós como fazedores de toda essa revolução temos também que estarmos nos aperfeiçoando através de capacitações que devemos buscar como aperfeiçoamento profissional na área de trabalho. Diante dessas perspectivas como profissional da área de educação, procuro aperfeiçoar o conhecimento em termos de tecnologia, pois temos observado essa constante instabilidade no “mundo tecnológico”, desde os televisores, rádio, celulares e a rede da informática com os computadores. O computador foi um dos instrumentos tecnológicos que jamais imaginei que teria acesso, pois tinha resistência quanto a máquina e as possibilidades que poderia encontrar na mesma, mas tudo isso foi mudando quando fiz meu primeiro curso de informática ao terminar o Ensino Médio no ano de 2000. O mercado de trabalho exige como conhecedor da máquina, sendo que ela se torna um instrumento imprescindível. Hoje, várias resistências foram superadas, como profissional na área da educação, tenho procurado conhecer o computador como instrumento pedagógico. A estrutura pedagógica das Escolas está passando por grandes alterações, com a implantação dos laboratórios de informática, como exemplo pode-se mencionar a Escola Municipal Xanxerê, cuja ganhou um laboratório no las estão passando por grandes _____________________- _________3 1313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313131313 13131313131313131313131313131313131313131313131313131313131ano de 2007 com 10 computadores e acesso a internet. Algo inovador e com grande carga de conhecimento quanto ao ensino/aprendizagem. Esse “novo método” foi algo preocupante pela grande maioria dos profissionais na área da educação, pois de imediato ocorreu resistência ao manusear o equipamento. Atualmente estamos recebendo capacitação, sendo que é de suma importância para aperfeiçoamento profissional. A persistência como o filme “ Do sonho aos ares” é um dos exemplos que devemos seguir diante das dificuldades que nos deparamos e em seguida por em prática esse método para obtermos melhores resultados. Jussara Schneider Costa Lisbinski
  • 32. Minha Biografia Meu nome é Lina Cristiane Cavalheiro Trombeta, nasci no dia 13/06/81 na cidade de Capitão Leonidas Marques estado do Paraná, filha de Nilton Pit Cavalheiro e de Maura Stela da Silva Cavalheiro. Hoje sou casada, tenho 27 anos de idade, sou ma de uma linda menina chamada Larissa e estou grávida pela segunda vez. Aos 35 dias após meu nascimento viemos para MT, Terra Nova do Norte, num vilarejo que recebeu o nome de 8ºAgrovila Minuano. Após 2 anos e meio,mudamos para um sítio na BR 163. Com o passar dos tempos comecei a estudar, fiz até a 4º nesta localidade. Quando passei para a 5º série voltamos morar na vila novamente, nesta escola conclui o ensino fundamental e médio, no ano seguinte comecei um curso superior - Pedagogia, onde me formei. Hoje sou pós graduada e já fazem nove anos que atuo na área da educação,como professora de pré a 4º série, e temos ao nosso meio os avanços tecnológicos fluindo a cada momento. Mesmo quando fazia a faculdade, algumas vezes usava o computador, mas com certo receio, na verdade sentia obrigada a utilizar devido aos trabalhos, mas quase sempre deixava as colegas fazer esta parte. Quando fala-se em tecnologia devemos ter em mente que não refere-se apenas ao computador, celular, etc. É desde uma simples caneta a um meio de comunicação, meio de transporte por mais simples que sejam,em fim são tantas as tecnologias que nos cercam que temos que ir aperfeiçoando cada vez mais. Minha lembrança do tempo de criança referente ao meio de comunicação, foi de um rádio que meu pai tinha e só podíamos ligar para escutar a hora, as notícias do meio dia e raramente o programa da tia Heleninha, não podia deixar ligado o tempo todo para não descarregar as pilhas. Com isso, demorei a entender que quando desligasse o rádio o programa prosseguia normalmente, minha imaginação era que quando desligava o rádio o programa ou a musica que estivesse passando também parava por ali. Os tempos foram passando, então quando vi pela primeira vez programas na televisão achei fantástico porque além de escutar a gente também via as imagens e minha visão de mundo foi mudando. Hoje vejo e percebo uma série de coisas que as crianças têm mais facilidade de lidar com essa máquina do que as pessoas adultas. Na minha faze de criança, eram poucas as pessoas que tinham esse acesso. Diferente de nossa atualidade, onde desde os mais novos aos mais velhos todos têm acesso à internet, uns com mais outros com menos facilidade. Quanto a esse avanço eu ainda me sinto um pouco frustrada não sei se é receio ou mesmo falta de interesse mesmo em lidar com essa maquina, mas pretendo superá-las e aperfeiçoá-los cada vez mais. Lina
  • 33. Infância; medo e curiosidade O tempo passa, as coisas mudam se transformam e vão surgindo novos inventos, uns com pouco sucesso e outros superando todas as expectativas. Assim é a ciranda das descobertas, dos avanços científicos, enfim, das mudanças que afeta a vida comum do homem no mundo moderno. Hoje me deparo com as lembranças de minha infância, como era difícil o acesso as informações, pois tudo era distante e as pessoas viviam de forma isolada num mundinho tranqüilo a mercê da ignorância e certo abandono, mas ao mesmo tempo muito felizes e solidários. Lembro-me, quando garota com os olhos faiscando e ouvido colado naquela tamanha caixa que de dentro saia vozes, sons de jeito inexplicável, tudo mais parecia uma mágica, aqueles botões, pilhas e ao toque dos dedos pessoas falavam, riam, escutava-se música e tudo aquilo era tão próximo que na inocência de criança, acreditava no que papai dizia; “que havia pessoas ali dentro daquela caixa”, a qual muitas vezes tentei conversar para ver se realmente me ouviam, mas era sempre em vão..É claro, pois afinal, aquele objeto era o mais importante aparelho informativo chamado Rádio. Foi pelo rádio que comecei apreciar a música e seus ritmos. Ah, já ia esquecendo de dizer que nos ligávamos o rádio somente quando papai não estava em casa, pois esse direito só cabia a ele. Logo na sua ausência, quanta alegria em poder ouvir músicas em meio conversas e gritos com as irmãs menores, depois breve silêncio para escutar e copiar rapidamente a letra da música preferida no papel e cantar. Também tinha os programas da Tia Leninha, com o quadro “História da minha vida”; e as novelas do rádio que me encantava e fazia sonhar com um mundo cheio de fantasia. Mas este encanto durou até eu perceber que no mundo o homem era um ser fantástico, capaz de fazer coisas incríveis com sua inteligência brilhante. Assim como o rádio aconteceu com o telefone, a energia elétrica. Tudo foi ocupando lugar em minha vida com situações muitas vezes cômica. A evolução da lamparina, foi também um episódio marcante de minha vida, pois com seu uso noturno levantava de manhã com a ponta do nariz todo preto, cabelo cheirando fumaça e entre brincadeiras os pêlos do braço sapecado no fogo dando cheiro de pena queimada. Quanta maluquice! Você deve estar achando estranho não è? Pois acontecia isso e muito mais sobre a luz da lamparina, resultado das tarefas da escola deixada para fazer a noite, sob pressão da mamãe que incansavelmente sabia que o incentivo aos estudos era tudo que poderia dar a seus filhos. Enquanto isso a passos largos, lá fora já estava em processo de aperfeiçoamento, uma das descobertas mais incríveis e inovadoras que iria ligar o mundo, as pessoas, sem distinção racial ou social, o “Computador”. Hoje, essa máquina misteriosa cada vez mais vem nos surpreendendo, com sua multiplicidade de uso. A maioria dos jovens e crianças já tem acesso a ela e são chamados de nativos, pois sabem lidar e controlar de maneira que não deixam qualquer novidade passar em vão e sobre um click inofensivo vão descobrindo coisas mirabolantes. Enquanto muitos adultos mal têm a coordenação motora sobre aquele
  • 34. “ratinho” chamado Mouse. Meus filhos são exemplo claro disso, pois ao me ver conversando com alguém on-line no MSN ou orkut ficam zombado, falam que durante o bate-papo eu escrevo muito certinho, com todas as regras gramaticais do Português, enquanto eles abreviam o mínimo possível, chegando até a inventar loucas palavras, criando sua própria linguagem virtual. É, sou realmente uma migrante no meio da informática, ainda tenho medo de tocá-la assim como o rádio, pois com a repreensão dos meus pais em limitar o que poderia mexer sem estragar, criou-se o trauma de infância com a incapacidade e o medo de ir além. Coisas que só a psicologia explica. Minha intimidade com o computador não foi muito diferente, pois tive muita resistência em aproximar-me realmente dela e querer descobrir e aprender seus benefícios. Talvez hoje, ainda me considero uma analfabeta digital em relação ao conhecimento sobre a utilização do computador como ferramenta de trabalho, mas acredito que conforme as necessidades vão surgindo e para não me sentir um “peixe fora d’água” tenho procurado me inteirar e aprender sobre essa tecnologia e suas linguagens para competir com meus filhos a arte da descoberta no mundo conectado. Neila R.Torres,
  • 35. O Telefone Estamos acostumados a ouvir sobre a importância da tecnologia em nossas vidas. Por meio do aperfeiçoamento tecnológico foi possível ao homem chegar à Lua, encontrar a cura para inúmeras doenças, trocar informações via e-mail e também a conquista mais importante para muitos: a possibilidade de cada indivíduo, independentemente da etnia, cor e religião, possuir seu próprio celular. Alguns acreditam que chegamos ao ápice da civilização, pois não precisamos mais “catar” gravetos para fazer sinais de fumaça. Para outros (mais apocalípticos) é o início do fim da civilização judaico-cristã ocidental. O interessante é que estamos de fato no futuro, já que a alguns anos, facilidades tecnológicas como as atuais (microondas, controle remoto, internet...) eram vistas somente em seriados como “Jornada nas Estrelas” e em filmes como “De volta para o futuro”; bom é claro que ainda não conseguimos viajar no tempo, ainda. Mas nossa história se passa numa cidadezinha do interior do Estado de São Paulo há mais ou menos 15 (quinze anos). Nessa época ter um telefone em casa era um luxo para poucos. Acredito que isso seja marcante na minha vida pelo fato de o meu pai trabalhar no Mato Grosso e para conseguirmos falar com ele, precisávamos ir à casa do meu avô esperar a ligação que acontecia em média a cada vinte dias. Pois bem, voltando ao assunto, lembro- me que no ano da privatização da telefonia foram disponibilizados para a minha cidade natal, 2000 linhas telefônicas residenciais e 500 linhas para celulares. Foi a febre daquele verão. As pessoas interessadas tinham que preencher um cadastro na TELESP e aguardar um sorteio. Nesse dia meu pai estava em casa e a realização do sorteio se deu no antigo cinema da cidade (desativado devido à proliferação da modernidade dos vídeo cassetes de “sete cabeças”) e as pessoas aguardavam ansiosas pelo ) sorteio. Fomos “contemplados” com a linha de telefonia fixa (R$ 1500,00) e com a de celular (R$ 900,00). O dia da instalação do telefone em casa, foi uma festa entre eu e meus irmãos. Afinal, telefone era status, podíamos falar para nossos amigos que tínhamos telefone. Estávamos agora (mesmo sem saber na época) entre as famílias, que segundo as estatísticas do governo, tinham alcançado um nível social maior, passando de classe média baixa para classe média. Nada se comparou, entretanto, ao dia que o celular chegou. Meu pai foi receber o aparelho na TELESP e veio para casa como se estivesse com o pino de centro quebrado, seu “tijorola” analógico deixava seu corpo levemente inclinado para o lado. Nessa época usava-se esses aparelhos pendurados no cinto. Era o máximo. Mal esperávamos a hora do celular tocar: Nossa que coisa incrível, fora do comum! Lembro-me de um amigo que disse que éramos ricos por ter telefone em casa e um celular. Naquele ano, outro amigo viajou para o Oriente e na volta contou que em Israel até os feirantes possuíam celular. “Meu Deus que país rico” era o que mais se ouvia. Atualmente os tempos são outros. Inúmeras transformações ocorreram até agora. Os aparelhos de celular estão cada vez menores, os serviços cada vez melhores e as facilidades de comunicação atuais, fazem do mundo uma aldeia onde todos podem ter
  • 36. acesso a qualquer tipo de informação, configurando um mundo sem delimitações ou divisas, interligado por uma rede invisível, tecida pela globalização. José Adrião Tecnologia em Minha Vida Segundo fontes do site www.gobiernoelectronico.org, tecnologia pode ser definida como conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios (techné) capazes de modificar/transformar o ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas realidades construídas artificialmente. De acordo com este pressuposto, e como bem sabiam os gregos clássicos, a técnica (Techné) não é boa, nem má, nem neutra, mas política. A tecnologia sempre fez parte da minha, vida de forma direta ou indireta, desde o meu nascimento até esse exato momento, desde de muito cedo tenho fascínio por tecnologias, seja ela qual for, sou um grande adepto das novas tecnologias, apesar de as vezes sofrer para compreende-las, acho que o mundo seria vazio , sem graça, se não houvesse as tecnologias, pois não teríamos evoluído e seriamos todos primatas. O filme de Dumont retrata bem a tecnologia, pois além de a construção do avião ser uma nova tecnologia, era um sonho a ser conquistado e a tecnologia foi e sempre será um sonho, que estamos sempre tentando acompanhar. Apesar de ouvir muito rádio na minha infância, confesso que não é a mídia que mais aprecio, pois sou fissurado pelas imagens e a televisão foi a mídia que mais me cativou, até a chegada do computador em minha vida é claro, que aconteceu na faculdade, até então este também não tinha importância nenhuma, mesmo precisando, às vezes o evitava, só então em 2007 é que meu interesse pela informática atingiu o seu ápice, com a proposta de eu ser um coordenador do laboratório de informática, desse dia para cá a televisão perdeu seu espaço em minha vida, principalmente depois da compra do meu PC. Acredito que a educação deu seus primeiros passos para a mudança, com o auxílio da informática e principalmente com a ferramenta mais importante que é a internet, o professor com esses recursos tem a possibilidade de trabalhar com seus alunos o assunto do dia em sua disciplina, sem contar os trabalhos maravilhosos que podem ser elaborados pelos alunos com o auxílio dos professores. Josias Barbosa Leite
  • 37. O MUNDO DAS TECNOLOGIAS Para falar em tecnologias não poderia deixar de falar sobre meu trabalho como educadora já há 18 anos e tenho orgulho de dizer que gosto do que faço. Quando iniciei meu trabalho na escola o material didático era apenas o livro do professor, onde os conteúdos eram passados no quadro para que os alunos fixassem a leitura e a escrita. Isso fazia com que o aluno decorasse os conteúdos, pois não havia nem sequer rádio na escola. Aos poucos foram chegando os livros didáticos para os alunos e assim foram melhorando e ficando mais fáceis de trabalhar, pois as turmas eram multi-seriadas. Logo as escolas foram polarizando, foram chegando mais livros, já havia uma máquina de datilografia que na época só era usada para redigir documentos para a secretaria de educação, logo surgiu o aparelho de fita cassete depois de muitos pedidos veio a televisão e o vídeo que foi um dos momentos mais comemorado na escola e finalmente o sonhado computador com impressora facilitando mais o trabalho de digitação de documentos na escola, alguns alunos já faziam trabalho escolares fazendo uso do computador. O primeiro contato que tive com a máquina foi com a realização de trabalhos para faculdade. Hoje o avanço tecnológico da informática veio para facilitar o trabalho da maioria das pessoas, apesar das dificuldades encontradas no manuseio da máquina, nos compromissos pessoais e profissionais não tendo tempo disponível para se dedicar e aperfeiçoar os conhecimentos na área da informática que também está constantemente mudando suas tecnologias. Assim como o avanço da informática vem crescendo o homem voa cada vez mais longe em busca de sucesso na satisfação sentimental e profissional, pois a exigência da qualificação profissional do mundo moderno cresce constantemente. Maria de Lourdes Dias.
  • 38. Tecnologicamente falando... Ah, a tecnologia... Como viver sem ela? Foi ela quem proporcionou a evolução do rádio, da televisão, da Internet... É através destes meios de comunicação que nós, reles mortais, temos acesso a idéias ultramodernas e revolucionárias de filósofos fabulosos como uma Tati Quebra Barraco, um MC Serginho... É por meio deles que esses pensadores poderosos, atuais e de grandes conhecimentos culturais, científicos, sociais e, principalmente, sexuais nos trazem créus, cachorras, cerol, tapinhas, eguinhas, cavalinhos e pocotós. Nossa! Isso tudo me deu uma saudade dos meus tempos de menino lá no interior do Mato Grosso do Sul. Tempos difíceis aqueles... Naquela época nossa casa não tinha energia elétrica, mas o sistema de iluminação da residência era dotado de alta tecnologia. O utensílio utilizado tinha o nome de lamparina. Dentro dela havia um tecido longo que percorria todo o seu corpo e sua ponta ficava fora dela, numa espécie de bico. Seu mecanismo de funcionamento era super interessante. O que o acionava era um sistema operacional chamado “fósforo” que, quando friccionado e encostado no bico da lamparina, liberava uma substância que atendia pelo nome de “querosene”, que, imediatamente escalava o tecido por toda a sua extensão e, em contato com o fósforo, como num passe de mágica, acendia-se. Esse sistema era bem prático, portátil e pequeno. Podíamos levá-lo aonde quiséssemos. Também tínhamos um grande rádio de pilha que nos trazia notícias do mundo, músicas e novelas (quanta imaginação, quantos cavalos, tiros, correntes, mocinhos e bandidos). À noite nós o ligávamos e nos sentávamos em cadeiras de corda no terreiro. Ouvíamos os programas e olhávamos o céu. Observávamos as estrelas e, de repente alguém dizia “olha o apareio!”. Traduzindo do caipirês: aparelho – traduzindo mais ainda: jato. Como nossa imaginação voava. Mal sabia eu que aquele “aparelho” fora inventado por Santo Dumont, um brasileiro lá de Minas, sô. Vixe, bateu uma nostalgia maior do que a que estou sentindo... Essa atmosfera rural, essa pasmaceira, essa calma... Lembrei-me de Drummond, daquele poema que retrata bem a minha infância, Cidadezinha qualquer: “Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.”
  • 39. Nós, como Santos Dumont, voávamos e imaginávamos tantas coisas, tantos mistérios naquelas noites estreladas. Mas outra tecnologia entrou igual a um foguete em nossas vidas anos mais tarde; a televisão. Ainda não tínhamos energia, porém nosso vizinho de sítio comprou uma TV preto e branco, fabulosa, de umas 8 polegadas e, para ela funcionar, usava uma bateria. Uau! Tecnologia de ponta! Nós, para não perdermos mais esta novidade, plugados em alta tecnologia como éramos (praticamente uns “nativos digitais”), fomos ver de perto a novidade e apreciar a sua programação. Éramos sete neste grupo: este corajoso que vos fala, minha mãe, minhas três irmãs, meu irmão e sua esposa. Só que, para chegar até ela, tínhamos de andar cerca de dois quilômetros atravessando terras cultiváveis e pastagens. Entremeio nossa casa e a casa da televisão havia um rancho que diziam ser mal-assombrado. Segundo o povo, aparecia por ali uma mulher toda de branco. Como passávamos à noite, nossos corações batiam acelerados. Na ida, tudo bem. Passamos ilesos. Mas na volta... Conseguimos passar pelo rancho, ufa! No entanto, uns 500 metros à frente, minha irmã mais velha resolveu olhar para trás e ao lado do rancho, vinha um vulto nos seguindo. Estando com passadas normais, minha irmã começou a acelerar “Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força Oô... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho Da ingazeira Debruçada No riacho
  • 40. Que vontade De cantar! Oô......” De repente estávamos todos correndo. Meu irmão, que teoricamente deveria proteger o grupo, estava grudado na mão de sua esposa a uns dois passos a sua frente (se ela o soltasse, nunca mais o veríamos), porém, contrariando a sua falta de coragem, ele dizia “me solta, me solta que eu volto lá”. Palavras ao vento. Se ela realmente o soltasse, era capaz de ele morrer do coração ou pelo menos pedir o divórcio. A mulher também deve proteger o marido. Minha mãe, tadinha, fora de forma e com uma certa idade, corria como um atleta olímpico. Minha cunhada também corria muito. Perdeu os chinelos e bem mais precioso; o filho que esperava.Minhas irmãs estavam bem à frente e eu, para não contrariar o grupo, corria também. Ao chegarmos à estrada principal, resolvemos parar e encarar o “fantasma” de frente. Ele foi se aproximando, se aproximando... Suas feições pareciam familiares. Quando nos preparávamos para o pior, percebemos que, quem se aproximava era outro dos meus irmãos, coitado, também sem fôlego. Novamente meu irmão casado tomou a palavra e esbravejou “vo-você n-num t-tem vê-ve-vergonha, n-não!? Os outros estavam sem fala, inclusive o propenso fantasma. Minha irmã mais velha conseguiu chegar até a nossa casa e, inexplicavelmente, conseguiu abrir a tramela, por fora. Chamou o meu pai e logo logo eles apareceram para nos salvar. Meu pai empunhava um machado. Nós nunca mais quisemos voltar. Mas, enfim, a energia elétrica chegou. Outro irmão meu (ora, não encha! Tenho seis irmãos e três irmãs e posso chamá-los de outro / outra quando quiser – lembrar o nome de todos eles é difícil) que se casou, construiu uma casa perto da nossa, no mesmo sítio, e comprou, de segunda-mão, uma televisão colorida. Que empolgação! Quando eles saiam para trabalhar, deixavam as chaves da casa com a minha mãe para ela poder assistir às novelas da tarde. Eu, claro, ia junto. Aquela TV tinha um pequeno problema: quando a gente ia mudar de canal, às vezes levava um baita choque. Um dia fui ligá-la e o choque estava lá. Fiquei tão traumatizado que tenho formigamentos até hoje. Minha mãe, como São Tomé, só acreditou vendo e meteu a mão no botão. Levou um choque, lógico. Recuou e disse-me carinhosamente, daquele jeito que só as mães conseguem quando querem enaltecer a bem dotada inteligência do seu filhinho querido “desliga isso, besta! Vambora! Não desliguei. Peguei um pano e mudei de canal e conseguimos assistir à novela, um dramalhão mexicano intitulado “Os ricos também choram”. Jesus, se as novelas deles que não têm choro no nome já são uma choradeira só, imaginem essa? Passou-se o tempo e hoje sei que tenho uma relação bem mais tranqüila com a tecnologia. Estou aqui em um curso de mídias. Sei também que sou um “imigrante digital”, não um “nativo digital” como dissera outrora, mas quero aprender. Não custa sonhar, como Dumont, na construção de seu 14 Bis. Espero navegar bastante. Afogar, jamais! Sidnei Rocha