Este documento resume os principais mecanismos de defesa do sistema imunitário, incluindo a imunidade humoral mediada por anticorpos, a imunidade celular mediada por linfócitos T, e a memória imunitária. Também discute alguns desequilíbrios como alergias e doenças autoimunes.
Sistema imunitário e mecanismos de defesa específicos
1. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
Índice
1.Introdução ________________________________________Pág.2
2.Mecanismos de defesa específicos _________________Pág.3
2.1 Imunidade Humoral ________________________Pág.5
2.2 Imunidade Celular _________________________Pág.9
2.3 Memória Imunitária _________________________Pág.11
2.4 Imunização ________________________________Pág.13
3.Desequilibrios e doenças __________________________Pág.15
3.1 Alergias ______________________________Pág.16
3.2 Doenças auto – imunes _______________Pág.21
3.3 Imunodeficiência _____________________Pág.25
4. Conclusão ______________________________________Pág.28
5. Bibliografia _____________________________________Pág.29
6. Anexos _________________________________________Pág.30
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1.Introdução
Cada ser humano está sujeito a todo o momento a uma enorme
variedade de micropredadores. O nosso meio é povoado por uma
multidão de micróbios, bactérias, protozoários, fungos e vírus, dos
quais muitos são patogénicos. Contudo, as infecções são relativamente
raras e geralmente de duração limitada. Sabe-se, também, que algumas
doenças se contraem uma única vez na vida (sarampo, varicela,
rubéola, etc).
Quando o organismo que sofreu a infecção ficou protegido contra o
agente responsável, diz-se que ficou imunizado. Isto acontece porque o
organismo possui um conjunto de defesas constituídas pelos órgãos e
células do sistema imunitário. O seu estudo constitui a imunologia,
ciência que se encontra em plena evolução.
As barreiras de protecção do organismo podem ser rasgadas
acidentalmente (ferida, picadela) ou naturalmente (ao nível do aparelho
respiratório e digestivo). Nestas circunstâncias, o organismo
desencadeia as suas defesas internas.
Qualquer substância estranha que estimula a produção de anticorpos
denomina-se antigene.
O sistema imunitário é constituído por células que estão disseminadas
por todo o corpo, principalmente concentradas nos tecidos linfóides. As
células predominantes no sistema imunitário são os linfócitos, que
circulam no sangue e na linfa.
Os mecanismos que o organismo utiliza para desencadear uma resposta
adaptada ao antigene são complexos. Beneficiando dos programas
recentes da biologia celular e molecular, a imunologia vai, pouco a
pouco, descobrindo os segredos destes mecanismos.
O sistema imunitário neutraliza e elimina os elementos estranhos
graças a defesas muito elaboradas, cujos mecanismos não são
perfeitamente conhecidos. Não surpreende, assim, que um sistema tão
complexo esteja sujeito a desregulações difíceis de tratar como é o caso
das alergias. Noutros casos, o disfuncionamento corresponde a
respostas insuficientes, a dita imunodeficiência (a SIDA, por exemplo).
Algumas imunodeficiências existem desde o nascimento, outras são
adquiridas ao longo da vida, principalmente quando o próprio sistema
imunitário é alvo dos micróbios.
Neste trabalho iremos tratar essencialmente dos mecanismos de defesa
específicos, assim como de alguns desequilíbrios e doenças
(imunodeficiências).
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2 Mecanismos de defesa específicos
A imunidade específica refere-se então à protecção que existe num
organismo hospedeiro quando este sofreu previamente exposição a
determinados agentes patogénicos e pode ser mediada por anticorpos
(imunidade humoral) ou mediada por células (imunidade celular).
A resposta imunitária específica subdivide-se em três funções:
O reconhecimento do agente invasor como corpo estranho;
A reacção do sistema imunitário que prepara agentes específicos
que intervêm no processo;
A acção desses agentes que neutralizam e destroem os corpos
estranhos.
Esta terceira linha de defesa baseia-se na acção dos linfócitos contra
um determinado agente agressor.
Os linfócitos dividem-se em dois tipos principais, os linfócitos B e os
linfócitos T. Tanto os primeiros como os segundos são produzidos na
medula óssea ou no fígado a partir de células estaminais. As
características que os distinguem são adquiridas num processo de
maturação que ocorrem em locais distintos. Os linfócitos T sofreram a
maturação no timo e têm a seu cargo a imunidade celular. Por outro
lado, os linfócitos B resultam da maturação dos linfócitos que
permanecem na medula óssea e são responsáveis por um conjunto de
processos designados por imunidade humoral.
Durante todos os processos que conduzem à maturação, os linfócitos
adquirem moléculas que lhes permite reconhecer os antigénios –
receptores de antigénios. A partir do momento em que tal acontece
passam a participar na resposta imunitária desencadeada pelos agentes
patogénicos, tornam-se imunocompetentes.
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Após a maturação eles passam também a distinguir aquilo que é
próprio do organismo daquilo que não é. Por isso, todos os linfócitos
passam por um processo de selecção onde são eliminados aqueles que
têm receptores de antigénios que fazem parte do organismo do
indivíduo. Caso esta selecção não fosse feita, poderia existir uma
resposta do sistema contra o organismo.
1.Formação dos linfócitos B e T 1
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2.1 Imunidade Humoral
Imunidade assegurada pelos linfócitos B que produzem as imunoglobulinas
portadoras de anticorpos.
2. Imunidade Humoral
Quando um antigénio entra num organismo e chega a um órgão linfóide, vai
estimular os linfócitos B que possuem na membrana receptores específicos para
esse antigénio. Como resposta, os linfócitos B dividem-se e formam células que
sofrem diferenciação, originando plasmócitos e células – memória.
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Os plasmócitos têm um retículo endoplasmático desenvolvido e produzem
anticorpos específicos para cada antigénio. Os anticorpos são posteriormente
lançados no sangue ou na linfa e vão circular até ao local de infecção.As células
– memória ficam inactivas, mas prontas a responder rapidamente, caso venha a
acontecer um posterior contacto com o mesmo antigénio.
Os anticorpos, ou imunoglobulinas, encontram-se particularmente no sangue.
São glicoproteínas com uma estrutura em Y constituída por quatro cadeias
polipeptídicas (duas leves e duas pesadas). Cada ramo da parte em V
transporta um sítio activo complementar de um epítopo (ou determinante
antigénico) podendo assim cada molécula de anticorpo ligar-se a duas
moléculas de antigénio transportando um epítopo idêntico. A cauda do Y, não
participa directamente na ligação com o antigénio mas permite a fixação a
certas células. Possui uma região constante que não só interage com outros
elementos do sistema imunitário como determina a classe a que pertence a
imunoglobulina e uma região variável na porção terminal das cadeias leves e
pesadas. Esta confere a especificidade que caracteriza os anticorpos.
3. Estrutura de um anticorpo
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Ao ligarem-se aos antigénios, as imunoglobulinas formam o complexo
antigénio-anticorpo que desencadeia diversos processos que resultarão na
destruição dos agentes agressores.
A inactivação dos antigénios pode ser conseguida através de:
Neutralização – ligação dos antigénios ao anticorpo.
Nos vírus: resulta da ligação das imunoglobulinas a moléculas
indispensáveis à infecção das células pelo mesmo.
Nas bactérias: cobrem a sua superfície até que sejam eliminadas por
células fagocitárias.
Aglutinação – Formação de complexos de grandes dimensões que são
posteriormente fagocitados por macrófagos.
Precipitação – difere da aglutinação apenas no facto de se realizar com
moléculas dissolvidas. Quando as imunoglobulinas se ligam formam
complexos insolúveis que são fagocitados.
Activação do sistema complemento – após a activação da 1ª proteína do
complemento pelo complexo é iniciada a activação sequencial das outras
proteínas. Algumas dessas proteínas conduzem à lise da célula uma vez
que aumenta a porosidade da sua membrana.
Estimulação da fagocitose – os macrófagos possuem receptores capazes
de identificar anticorpos ligados a antigénios e são estimulados a realizar
a fagocitose.
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4. Imunidade Celular
A imunidade celular, para além de ser importante no combate a agentes
infecciosos tem ainda um papel importante em:
Reconhecimento e eliminação de células cancerosas;
Rejeição de implantes;
Transplante de órgãos (antigénios diferentes).
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2.3Memória Imunitária
A resposta imunitária primária traduz-se pelo aumento da produção de
anticorpos para um determinado antigénio até atingir um valor máximo,
começando de seguida a baixar gradualmente.
O primeiro contacto com o antigénio provoca a proliferação e
diferenciação de células efectoras (Linfócitos T auxiliares, Linfócitos T
citolíticos, Linfócitos T supressores) e de células-memória.
As células – memória são responsáveis pela resposta imunitária
secundária mais rápida, de maior intensidade e de duração mais longa,
dado que o antigénio específico é reconhecido e há maior eficácia na
proliferação de células efectoras para o seu combate e produção de mais
células – memória.
As células efectoras duram apenas alguns dias enquanto as células –
memória podem viver muito tempo, ou até toda a vida, armazenadas no
baço e nos gânglios linfáticos, ficando o organismo hospedeiro imune a
esse agente patogénico.
Fig.1 – Células – memória Fig.2 – A resposta secundária é
reconhecem o agente infeccioso mais rápida e eficaz do que a
(antigénio) . resposta primária
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2.4 Imunização
A imunização é definida como a aquisição de protecção imunológica
contra uma doença infecciosa. Prática que tem como objectivo
aumentar a resistência de um indivíduo contra infecções.
A imunidade pode desenvolver-se naturalmente, ou pode ser induzida.
Esta pode ser induzida através de vacinas (imunidade activa) ou através
da administração directa de anticorpos específicos (imunidade passiva).
Vacinas
Uma vacina é uma substância derivada, ou quimicamente semelhante,
a um agente infeccioso particular, causador de doença. Esta substância
é reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado e suscita
da parte deste uma resposta que o protege de uma doença associada ao
agente. A vacina, portanto, induz o sistema imunitário a reagir como se
tivesse realmente sido infectado pelo agente.
Não são 100% seguras
Actualmente, recorrendo á engenharia genética, é possível produzir
proteínas de alguns microrganismos que, por terem actividade
antigénica, funcionam como vacinas mais seguras.
Alem disso estão a ser desenvolvidos alimentos transgénicos capazes de
produzir moléculas que funcionam como vacinas.
Soros
Os soros promovem uma imunização passageira. Isto porque os
anticorpos contidos nos soros combatem as toxinas antes que elas
activem o sistema imunitário da pessoa; com o tempo, o nível de
anticorpos reduz-se no organismo até desaparecer. O soro não estimula
a produção de anticorpos, e sua acção é preventiva, diferente da vacina
que estimula a produção de anticorpos pois é inoculado no anticorpo
um antigénio atenuado ou morto e sua acção é preventiva e duradoura.
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3.Doenças e Desequilíbrios
Cada indivíduo é um ser único. Existe, no entanto, uma
multiplicidade de causas químicas e biológicas que podem violar a
privacidade de cada ser, sendo muitas delas agressivas.
Um dos elementos fundamentais que nos protege contra estas causas
é o sistema imunitário que preserva a integridade do corpo humano
face ao seu ambiente, tendo um papel primordial na defesa contra
agentes infecciosos ou parasitários. Também previne certas
desordens internas, nomeadamente, destruindo células tumorais.
Esses “combates” permanentes têm de ser controlados para que não
se virem contra a própria pessoa. A intensidade das reacções
imunitárias deve ser ajustada, ou seja, deve ser suficientemente
intensa para a eliminar os agentes patogénicos, mas não em
demasia, de modo a não prejudicar o indivíduo. Além disso, deve ser
específica e adaptada a um destes agentes.
O sistema imunitário, contudo, ao desenvolver múltiplas acções
complexas, pode desregular-se ou possuir alguma deficiência. Estas
situações tornam o indivíduo muito vulnerável a infecções ou
conduzem a reacções violentas contra elementos do ambiente
normalmente tolerados.
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3.1 Alergias
As alergias são um problema cada vez maior no mundo actual, muito
disseminadas entre a população mundial e que, cada vez mais, e de
forma mais violenta, afectam indivíduos mais jovens, principalmente,
nas grandes cidades, onde os índices de respirabilidade do ar se têm
vindo a degradar de ano para ano.
Esta epidemia da civilização moderna deve-se, em parte, à obsessão
pela limpeza. Isto faz com que, desde a infância, o corpo não seja
suficientemente exposto à sujidade (de modo a estimular o sistema
imunitário) e responda de
forma inapropriada
perante qualquer
substância estranha,
chamada alergénio. As
substâncias alergénicas
são, em regra, substâncias
inofensivas, presentes no
ambiente, que se
comportam como
antigénios (componentes
moleculares estranhos que
estimulam uma resposta
imunitária específica) para
algumas pessoas.
Contudo, a maioria das
alergias tem origem
6. Reacções Alérgicas
alimentar. Na maioria dos
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16. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
casos, os alergénios são produtos usados na nossa dieta diária (ovos,
leite, cereais como o trigo e o centeio, entre outros). Quanto maior for
a quantidade proteica presente num determinado alimento, maior
será a possibilidade deste desencadear uma reacção alérgica. Isto
deve-se ao facto de, quanto maior for a proteína, mais difícil se torna
a sua digestão. Assim, muitas vezes, entram proteínas inteiras na
circulação sanguínea, podendo, desta forma, ser interpretadas pelo
organismo como corpos estranhos, e combatidas como tal,
libertando-se para o efeito determinadas substâncias como, por
exemplo, a histamina, e desencadeando uma reacção alérgica.
A reacção alérgica acontece em duas fases (Fig.1):
· Fase de sensibilização
· Resposta secundária.
Na 1ª exposição a um alergénio o sistema imunitário enfraquece. Nas
posteriores exposições, ocorre uma reacção alérgica que pode ir de
uma erupção cutânea a diversos problemas respiratórios. Existem
diversos tipos de reacções alérgicas e que variam de pessoa para
pessoa.
Podemos, então, definir a alergia como uma resposta exagerada do
sistema imunitário a uma substância estranha ao organismo, ou
seja, uma hipersensibilidade imunitária a um estímulo externo ou
interno específico.
As reacções alérgicas podem manifestar-se de imediato
(hipersensibilidade imediata), havendo um tipo mais frequente
chamado choque anafilático, ou num período mais prolongado, após
o contacto com o alergénio (hipersensibilidade tardia), dividindo-se,
também, em três importantes tipos: citotóxico, imunocomplexos e
celular.
A Hipersensibilidade imediata ocorre quando um dado indivíduo
produz grandes quantidades de imunoglobulina E (IgE) de forma a
proteger-se de grãos de pólen, por exemplo. Os mastócitos (nos
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tecidos) e os basófilos (no sangue) ligam-se à IgE, fazendo com que
haja libertação de histamina. Esta provoca sintomas como a
vasodilatação, a inflamação e dificuldades respiratórias. Se uma
reacção alérgica não for tratada com um anti-histamínico pode
mesmo provocar a morte nas situações mais graves, devendo ser
efectuados testes de detecção de sensibilidades.
Tipo I ou Choque anafilático é uma reacção alérgica intensa que
ocorre minutos após a exposição a um alergénio (aproximadamente
um quarto de hora depois). Esta reacção é mediada por determinadas
substâncias como a histamina, em células da mucosa respiratória,
mucosa intestinal e epiderme, e por determinados leucócitos
(mastócitos e basófilos). À medida que a reacção progride, algumas
substâncias com alto poder inflamatório são sintetizadas. Quando
ocorre um choque anafilático, na maioria dos casos, o indivíduo fica
lívido, com a pele fria, sente uma ansiedade extrema, podendo
mesmo desmaiar.
A Hipersensibilidade tardia leva mais de 12 horas a manifestar-se à
exposição ao alergénio. Neste caso, o alergénio é processado por
células apresentadoras de antigénios e é iniciada uma resposta
mediada por células. Esta resposta pode ser tão intensa que a
quantidade de citocina libertada é capaz de activar macrófagos e
lesionar tecidos. (Ex: quando bactérias que causam a tuberculose
colonizam os pulmões.)
Tipo II ou Citotóxico é uma reacção que ocorre, por exemplo, em
algumas doenças auto-imunes como a tiróidite, onde a pessoa forma
anticorpos contra elementos (órgãos e tecidos) de si próprio. São bons
exemplos disso a rinite alérgica, certos tipos de asma brônquica
aguda, ou reacções alérgicas a drogas.
Tipo III ou Imunocomplexos é uma reacção que se caracteriza pela
formação de complexos antigénio - anticorpo (imunocomplexos), os
quais se depositam em tecidos ou entram na circulação sanguínea.
Os imunocomplexos atraem mediadores da inflamação, o que
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determina lesões localizadas em certos órgãos ou espalhadas por
todo o corpo.
Tipo IV ou Celular é uma reacção mediada por linfócitos e seus
produtos, as linfocinas, libertadas mediante o contacto com o
antigénio, cujo exemplo típico é a reacção tuberculínica,
encontrando-se este mecanismo também na rejeição de transplantes
e nas chamadas dermatites de contacto.
As doenças alérgicas mais frequentes desencadeadas por estas
reacções são:
Edema de Quincke. (Fig.7) A principal
complicação relacionada com o edema de
Quincke é a respiratória, que surge
bruscamente e se caracteriza por um
inchaço considerável (edema) na pele, cara e
mucosas da boca e garganta. O risco de 7. Edema de quincke
asfixia é elevado devido ao inchaço da glote,
sendo, portanto, o tratamento muitíssimo urgente.
Eczema. Surge quando há uma inflamação na pele que provoca
prurido (comichão). Nem todos os eczemas são de origem alérgica,
mas nesta situação destacam-se três variantes:
· . Eczema do lactente. (Fig. 3) Manifesta-se
entre o 3º e o 4º mês de vida, e
normalmente cura-se de forma
espontânea. É, muitas vezes, hereditário.
8. Eczema do lactente
. Eczema constitucional. É um tipo crónico de eczema que se pode
formar na infância ou mesmo na idade adulta, estando ligado a
uma alergia semitardia. Também pode ter origem hereditária.
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· Eczema de contacto. (Fig.4) Tem origem num alergénio fixo à pele
ou a uma mucosa. De início, encontra-se localizado. Todavia, tem
tendência a alastrar.
Urticária. É uma erupção cutânea súbita. Apesar de poder ser
confundida com o eczema, o prurido é fácil de discernir (sensação de
dor aguda, semelhante à picada de urtiga, daí o nome).
Asma. Divide-se em dois tipos: asma atópica e não atópica:
· Asma atópica – Imunologicamente, é uma hipersensibilidade
semitardia a anticorpos circulantes, manifestando-se após a
fixação de um determinado alergénio no chamado órgão – alvo, ou
seja, no tecido que recebe o alergénio (preferencialmente a mucosa
brônquica).
· Asma não atópica – Surge em indivíduos de idade mais avançada e
pode não ter a alergia como causa inicial. Quando intervém a
alergia o fenómeno imunitário é uma hipersensibilidade tecidular
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20. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
3.2 Doenças auto – imunes
As doenças auto – imunes resultam de uma reacção de
hipersensibilidade do sistema imunitário contra antigénios próprios.
Cada indivíduo possui antigénios no seu organismo. Os linfócitos que
se formam no indivíduo têm, normalmente, tolerância para com estes
antigénios. Quando os linfócitos que se formam não possuem essa
tolerância para com o próprio (self) são eliminados ou ficam inactivos.
O timo, órgão linfóide principal e local onde são formados os
linfócitos T, serve de crivo, só deixando passar os linfócitos com
pouca ou sem afinidade para a self. O mesmo acontece na medula
óssea vermelha onde são formados os linfócitos B.
Diversas causas podem, contudo, romper com esta tolerância,
ficando o organismo a produzir anticorpos e linfócitos sensibilizados
contra alguns dos seus próprios tecidos, provocando a lesão e
alteração das funções dessas células.
Existem vários tipos de doenças auto – imunes, cujos sintomas se
relacionam com o tipo de tecido que é atacado e destruído pelo
sistema imunitário do próprio organismo.
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21. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
São exemplos de doenças auto – imunes:
Esclerose múltipla. Surge quando os
linfócitos T destroem a bainha de mielina
dos neurónios. (Fig.9) Assim, o axónio
fica descoberto, perturbando a
propagação do impulso saltatório, que 9. Perturbações no impulso nervoso
nas pessoas saudáveis se dá entre os
Nódulos de Ranvier, causando grandes alterações na
transmissão do impulso nervoso. Os sintomas incluem vários
transtornos neurológicos
Artrite reumatóide. (Fig.10) É uma
doença que provoca a destruição da
cartilagem articular pelo sistema
imunitário, o que causa deformações das
articulações. Os pés e as mãos são as 10. Artrite reumatóide
zonas mais afectadas.
Lúpus. As pessoas que apresentam esta doença desenvolvem
anticorpos que reagem contra as suas próprias células
normais, podendo, consequentemente, afectar a pele, as
articulações, rins e outros órgãos.
Diabetes insulinodependentes. (Fig.11) As
pessoas que são afectadas com esta doença
manifestam anticorpos que destroem as
células das ilhotas de Langerhans, na
11. Ilhotas de Langerhans 1
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superfície do pâncreas, responsáveis pela produção de
insulina.
Psoriase. (Fig. 12) É uma doença
incurável, crónica e hiperproliferativa da
pele, de etiologia desconhecida. Manifesta-
se com a inflamação nas células da pele,
chamadas queratonócitos, provocando o 12. Psoríase
aumento exagerado da sua produção, que
se acumula na superfície formando placas avermelhadas de
escamação esbranquiçadas ou prateadas. O sistema de defesa
local, formado pelo linfócitos T, é activado como se a região
cutânea tivesse sido agredida. Em consequência, libertam
substâncias mediadoras da inflamação, chamadas citocinas
que aceleram o ritmo de proliferação das células da pele.
Tiróidite de Hashimoto é a forma mais comum das tiróidites,
onde os anticorpos do indivíduo lutam contra as células da
tiróide. Em muitos casos, a tiróidite de Hashimoto resulta em
hipotireoidismo, podendo, na sua fase mais avançada, causar
hipertireoidismo. Fisiologicamente, os anticorpos causam uma
destruição gradual dos folículos da tiróide. A doença pode ser
detectada clinicamente por análises sanguíneas, procurando a
presença desses anticorpos no sangue.
Miastenia Gravis é uma doença crónica que causa fraqueza e
fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários. A
fraqueza é causada por um defeito na transmissão dos
impulsos dos nervos para os músculos. Esta transmissão é
normalmente feita por uma substância, a acetilcolina, na
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23. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
junção neuromuscular, provocando uma contracção do
músculo. Na Miastenia Gravis, o número de receptores da
acetilcolina ou sítios nos quais a substância pode ser recebida
encontram-se reduzidos, uma vez que há um ataque dos
receptores da acetilcolina, por anticorpos, produzidos pelo
sistema imunitário do próprio indivíduo.
Vasculite é uma inflamação do vaso sanguíneo que provoca,
geralmente, danos no revestimento dos vasos: estreitamento ou
obstrução, limitando ou interrompendo o fluxo sanguíneo. Os
tecidos abastecidos pelos vasos afectados ficam igualmente
danificados ou destruídos por isquemia (falta de abastecimento
sanguíneo e, consequentemente, de oxigénio).
Síndrome de Sjögren ou síndrome de Goujerot-Sjögren é uma
desordem auto--imune em que as células imunitárias atacam e
destroem os ductos das glândulas lacrimais e salivares.
Vitiligo ou leucoderma (Fig.13) é a
perda da pigmentação da pele, devido
ao ataque auto-imune sistema
imunitário do indivíduo aos
melanócitos. O vitiligo, geralmente,
começa na fase adulta com manchas 13. Vitiligo
de pele despigmentada aparecendo
nas extremidades. As manchas podem crescer ou permanecer
com tamanho constante. Ocasionalmente, pequenas áreas
podem repigmentar quando forem recolonizadas por
melanócitos.
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24. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
3.3 Imunodeficiência
As doenças devidas à imunodeficiência apresentam uma falha nas
defesas do organismo que têm como objectivo combater as infecções e
os tumores.
O resultado desta imunodeficiência é o aparecimento recorrente ou a
persistência de infecções, causadas por organismos que, em
circunstâncias normais, não as causariam, fraca resposta em relação
ao tratamento habitualmente eficaz, recuperação incompleta da
doença e uma susceptibilidade invulgar a certas formas de cancro.
Imunodeficiência congénita, hereditária ou inata
O sistema imunitário está dividido, de um modo geral, em dois tipos
de defesas: as defesas não específicas e as defesas específicas.
As defesas não específicas, geralmente, impedem a entrada de
agentes patogénicos ou destroem-nos quando eles, por qualquer
motivo, penetram no organismo do indivíduo.
As defesas específicas são constituídas, essencialmente, por dois
tipos de imunidade: a imunidade humoral – produção de anticorpos
ou imunoglobulinas pelos linfócitos – e a imunidade celular – baseia-
se na actividade dos linfócitos T.
Quando existe uma deficiência num destes tipos de imunidade, o
indivíduo é imunodeficiente.
Se a deficiência figura no sistema de imunidade humoral – falta de
linfócitos B – o indivíduo está mais susceptível a infecções extra
celulares. Caso a deficiência se encontre no sistema de imunidade
celular – falta de linfócitos T – há uma maior sensibilidade a agentes
infecciosos intracelulares, vírus e cancros.
A imunodeficiência mais grave caracteriza-se pela ausência de
linfócitos B e T.
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25. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
Os indivíduos com esta deficiência ficam extremamente vulneráveis e
apenas sobrevivem em ambientes completamente estéreis.
O transplante de medula óssea ou terapia génica são eficazes no
tratamento destas deficiências.
Imunodeficiência adquirida
A imunodeficiência adquirida pode resultar de processos de doença
ou de supressão ou diminuição da actividade do sistema imunitário
por acção de certos medicamentos.
A imunodeficiência adquirida pode resultar de uma má nutrição
grave, em especial a proteica, de muitos tipos de cancro e da infecção
pelo VIH (vírus da imunodeficiência humana), que pode levar à SIDA
(síndrome da imunodeficiência adquirida).
A supressão deliberada do sistema imunitário por meio de
imunosupressores e corticosóides é efectuada como parte do
tratamento de doenças auto – imunes e após transplantes, para
minimizar o risco de rejeição de órgãos.
Imunodeficiência adquirida - SIDA (Fig.14)
A SIDA é causada pelo vírus da Imunodeficiência humana, VIH.
O material genético do VIH é composto
por uma cadeia simples de RNA viral,
que pode infectar várias células,
sobretudo os linfócitos T.
No interior da célula hospedeira, o RNA
14. HIV
viral é transcrito para DNA pela
transcriptase reversa e esse DNA é integrado no genoma.
Quando activo, o DNA viral dirige a produção da célula hospedeira
que causa a destruição da célula hospedeira e infecta novas células.
A diminuição progressiva do número de linfócitos T deixa o
organismo muito susceptível a doenças “oportunistas” e a cancros.
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26. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
Um indivíduo infectado pelo HIV reage à sua presença produzindo
anticorpos – é seropositivo.
Os vírus que se encontram no interior de células infectadas escapam
à acção dos anticorpos.
Um indivíduo seropositivo, mesmo sem sintomas clínicos, pode
transmitir o HIV.
Não há cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão pode
ser retardada por drogas inibidoras da transcriptase reversa, entre
outras.
Imunodeficiência nas pessoas de idade
Em consequência da idade, ocorre também um certo grau de
imunodeficiência.
Por exemplo, o timo, que desempenha um papel importante na
produção dos linfócitos T, atinge o seu maior volume na puberdade.
Seguidamente, vai diminuindo de tamanho, provocando um declínio
no número e actividade dos linfócitos T. Há também um declínio do
número dos linfócitos B.
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27. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
4.Conclusão
Podemos assim concluir que:
A resposta imunitária específica baseia-se na actuação dos linfócitos
que actuam de forma directa ou desencadeiam outros mecanismos do
sistema imunitário que respondem contra agentes patogénicos
específicos.
Os linfócitos B são responsáveis pela imunidade humoral. Ao
diferenciarem-se em plasmócitos, são capazes de produzir anticorpos,
também chamados imunoglobulinas.
Os linfócitos T são responsáveis pela imunidade mediada por células.
Alguns destes linfócitos actuam directametne contra os agentes
patogénicos, enquanto outros estimulam outras células do sistema
imunitário a responder (nomeadamente, os linfócitos B).
Quer os linfócitos B, quer os linfócitos T, após o contacto com o
antigénio, originam células-memória. Se o organismo voltar a estar em
contacto com o antigénio, as células-memória desencadeiam uma
resposta imunitária secundária muito mais rápida e eficaz do que
aquela que é produzida no primeiro contacto.
O sistema imunitário realiza uma acção de vigilância que permite
eliminar células cancerosas e que, em caso de transfusões sanguíneas,
enxertos de tecidos ou transplante de órgãos, pode conduzir à sua
rejeição.
A imunização pode ser feita de forma artificial por vacinação (imunidade
activa) ou através da administração de anticorpos (imunidade passiva).
O sistema imunitário está sujeito a disfunções destacando-se: a
hipersensibilidade traduzida por alergias, o desenvolvimento de doenças
auto-imunes e as imunodeficiências (inatas ou adquiridas).
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5. Bibliografia
Manuais consultados:
MATIAS, Osório; MARTINS, Pedro (2008) Biologia 12. Areal Editores.
Artigos em páginas Web:
http://www.slideshare.net/designare/sistema-imunitrio - 10/12/2009
http://spozs.blogspot.com/2006_02_01_archive.html - 10/12/2009
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imunit%C3%A1rio – 10/12/2009
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologi
a/12doencasdesiqsistimun.htm - 11/12/2009
http://biologia12.wordpress.com/ - 11/12/2009
http://pwp.netcabo.pt/sistema.imune/sistema_imunitario.htm -
13/12/2009
http://www.malhatlantica.pt/esmmbiologia/documentos/defesaesp.ht
m -16/12/2009
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29. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
6.Anexos
Vacinas
Em 1796, o médico inglês Edward Jenner (nascido em Berkeley,
Gloucestershire) foi o primeiro a
inocular com sucesso, uma criança com o vírus da varíola, a fim de produzir
imunidade contra a doença.
Jenner verificara que os indivíduos que lidavam com gado e contraíam o vírus
da varíola bovina nunca
contraíam varíola.
Na altura, era grande a mortalidade devido a esta doença e a descoberta de que
a inoculação com o vírus
da varíola bovina fornecia imunidade foi um passo importante da Medicina. O
método utilizado consistiu
na aplicação de um agente infeccioso na superfície de uma pele previamente
raspada. Ainda hoje é usado
na vacina da varíola.
Edward Jenner publicou, em 1798, as suas descobertas sobre a criança que,
inoculada com o vírus da
varíola bovina, nunca contraiu a doença. Sugeriu o termo “vacinação”, a partir
da palavra latina para o
vírus da varíola bovina, vaccinia.
Em 1788, durante uma epidemia de varíola que varreu Gloucestershire
efectuaram-se inoculações com a
vacina viva, obtida de um indivíduo com uma forma ligeira da doença. Este
método havia sido trazido da
Turquia para Inglaterra, em 1721, pelas mãos de Lady Mary Wortley Montagu e
trouxe fama ao
fisiologista holandês Jan Ingenhousz, mas, em contrapartida, podia ser fatal. Foi
durante esta epidemia
que Jenner fez as suas primeiras observações.
Hoje...
São denominados por vacinas os preparados de agentes patogénicos
modificados (vírus ou bactérias) que
são introduzidos no corpo (humano ou animal) por via oral ou injectada,
visando induzir a reacção
específica de anticorpo que produz a imunidade contra uma determinada
doença.
As reacções adversas poderão incluir situações como irritação no local de
injecção, febre, artralgias
(nevralgias articulares), reacções alérgicas, astenia, sensação de mal estar,
vómitos, situações febris,
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30. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
entre outras. A posologia a administrar aos adultos é geralmente diversa da das
crianças.
As vacinas contra o tétano, a gripe ou meningococos são exemplos de vacinas
simples. Existem também
vacinas combinadas, como, por exemplo, a vacina contra a difteria, o tétano e a
tosse convulsa e vacina
contra o sarampo, parotidite e rubéola.
Tal como salienta o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento
(INFARMED), “A vacinação
constitui um método eficaz de combate à doença infecciosa. Directamente,
porque previne a infecção na
pessoa vacinada; indirectamente, porque reduz a disseminação do agente
infeccioso.”
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Entrevisa a Sara Costa que tem a doença auto-imune da diabetes
insulino-dependete
Sara Costa: “Como descobri muito nova, sempre me habituei a viver
com a doença...”
Entrevista a Sara Próspero dos Santos Lory Costa, que possui uma
doença auto-imune, Diabetes Insulinodependente.
Artem e Carla: Com que idade descobriste que possuías a doença?
Sara Costa: Com seis anos. Comecei a emagrecer significativamente,
consumir muita água e frequentar mais vezes do que o normal a casa
de banho. A persistência destes sintomas, levou os meus pais a
consultar um médico.
Artem e Carla: Como lidaste com a situação depois de saberes que
tinhas a doença?
Sara Costa: Como descobri muito nova, sempre me habituei a viver
com esta doença, por isso não tive nenhum choque psicológico que,
por vezes, têm as pessoas mais velhas quando tomam o
conhecimento da doença que possuem.
Artem e Carla: Quantas vezes é necessário injectar insulina e
verificar as quantidades de açúcar no sangue?
Sara Costa: As verificações e as injecções são feitas sempre que como
(ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar) ou nos casos de
hipoglicémia.
Artem e Carla: Que cuidados é que tomas em relação à tua
alimentação?
Sara Costa: Tal como as outras pessoas que querem possuir uma
alimentação saudável. Tento não comer muito o fast - food, não
exagerar nas gorduras saturadas, nem nos doces, etc. Para além
disso, tenho de controlar as quantidades de hidratos de carbono, ou
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34. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
seja, as porções ingeridas, para depois compensar de modo
adequado.
Artem e Carla: De quanto em quanto tempo é que frequentas a
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP)?
Sara Costa: Normalmente, tenho consultas de 3 em 3 meses, mas
agora, com a bomba, como ainda estou numa fase de experiência e
adaptação, passo por lá todas as semanas, por vezes mais do que
uma vez.
Artem e Carla: Acabaste de mencionar que colocaste uma bomba.
Essa é a bomba de insulina que colocaste há pouco tempo. Podes
explicar-nos um pouco como funciona?
Sara Costa: Sim, é essa mesma. Esta bomba funciona apenas com
um tipo da insulina, a Humalog, que está sempre a correr para o
organismo – esta é chamada insulina lenta ou basal. À refeição ou
quando me apercebo de que a insulina não é suficiente posso injectar
“bolus de insulina” para a baixar a glicemia - esta já é a insulina
rápida, uma vez que tem um efeito imediato.
Artem e Carla: Depois da colocação, usufruíste de maior comodidade
em relação ao controlo das injecções?
Sara Costa: Sim, sem dúvida. Agora já não tenho que andar sempre
com as canetas de insulina atrás (já não tenho que estar sempre
preocupada com isso), nem há aquele incomodo de ter que me
injectar em locais públicos – agora basta carregar nos botões e a
bomba administra a insulina.
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