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                            Índice


1.Introdução ________________________________________Pág.2

2.Mecanismos de defesa específicos _________________Pág.3

      2.1   Imunidade Humoral ________________________Pág.5
  
      2.2   Imunidade Celular _________________________Pág.9
  
      2.3   Memória Imunitária _________________________Pág.11
  
      2.4   Imunização ________________________________Pág.13
  

3.Desequilibrios e doenças __________________________Pág.15
        3.1 Alergias ______________________________Pág.16
        3.2 Doenças auto – imunes _______________Pág.21
        3.3 Imunodeficiência _____________________Pág.25

4. Conclusão ______________________________________Pág.28

5. Bibliografia _____________________________________Pág.29

6. Anexos _________________________________________Pág.30
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                          1.Introdução
Cada ser humano está sujeito a todo o momento a uma enorme
variedade de micropredadores. O nosso meio é povoado por uma
multidão de micróbios, bactérias, protozoários, fungos e vírus, dos
quais muitos são patogénicos. Contudo, as infecções são relativamente
raras e geralmente de duração limitada. Sabe-se, também, que algumas
doenças se contraem uma única vez na vida (sarampo, varicela,
rubéola,                                                            etc).
Quando o organismo que sofreu a infecção ficou protegido contra o
agente responsável, diz-se que ficou imunizado. Isto acontece porque o
organismo possui um conjunto de defesas constituídas pelos órgãos e
células do sistema imunitário. O seu estudo constitui a imunologia,
ciência      que      se      encontra     em        plena     evolução.
As barreiras de protecção do organismo podem ser rasgadas
acidentalmente (ferida, picadela) ou naturalmente (ao nível do aparelho
respiratório e digestivo). Nestas circunstâncias, o organismo
desencadeia           as         suas          defesas         internas.
Qualquer substância estranha que estimula a produção de anticorpos
denomina-se                                                    antigene.
O sistema imunitário é constituído por células que estão disseminadas
por todo o corpo, principalmente concentradas nos tecidos linfóides. As
células predominantes no sistema imunitário são os linfócitos, que
circulam no sangue e na linfa.
Os mecanismos que o organismo utiliza para desencadear uma resposta
adaptada ao antigene são complexos. Beneficiando dos programas
recentes da biologia celular e molecular, a imunologia vai, pouco a
pouco,      descobrindo     os     segredos      destes     mecanismos.
O sistema imunitário neutraliza e elimina os elementos estranhos
graças a defesas muito elaboradas, cujos mecanismos não são
perfeitamente conhecidos. Não surpreende, assim, que um sistema tão
complexo esteja sujeito a desregulações difíceis de tratar como é o caso
das alergias. Noutros casos, o disfuncionamento corresponde a
respostas insuficientes, a dita imunodeficiência (a SIDA, por exemplo).
Algumas imunodeficiências existem desde o nascimento, outras são
adquiridas ao longo da vida, principalmente quando o próprio sistema
imunitário é alvo dos micróbios.
 Neste trabalho iremos tratar essencialmente dos mecanismos de defesa
específicos, assim como de alguns desequilíbrios e doenças
(imunodeficiências).



                                   2
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       2 Mecanismos de defesa específicos


A imunidade específica refere-se então à protecção que existe num
organismo hospedeiro quando este sofreu previamente exposição a
determinados agentes patogénicos e pode ser mediada por anticorpos
(imunidade humoral) ou mediada por células (imunidade celular).

A resposta imunitária específica subdivide-se em três funções:


      O reconhecimento do agente invasor como corpo estranho;
      A reacção do sistema imunitário que prepara agentes específicos
      que intervêm no processo;
      A acção desses agentes que neutralizam e destroem os corpos
      estranhos.

Esta terceira linha de defesa baseia-se na acção dos linfócitos contra
um determinado agente agressor.
Os linfócitos dividem-se em dois tipos principais, os linfócitos B e os
linfócitos T. Tanto os primeiros como os segundos são produzidos na
medula óssea ou no fígado a partir de células estaminais. As
características que os distinguem são adquiridas num processo de
maturação que ocorrem em locais distintos. Os linfócitos T sofreram a
maturação no timo e têm a seu cargo a imunidade celular. Por outro
lado, os linfócitos B resultam da maturação dos linfócitos que
permanecem na medula óssea e são responsáveis por um conjunto de
processos designados por imunidade humoral.
Durante todos os processos que conduzem à maturação, os linfócitos
adquirem moléculas que lhes permite reconhecer os antigénios –
receptores de antigénios. A partir do momento em que tal acontece
passam a participar na resposta imunitária desencadeada pelos agentes
patogénicos, tornam-se imunocompetentes.



                                   3
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Após a maturação eles passam também a distinguir aquilo que é
próprio do organismo daquilo que não é. Por isso, todos os linfócitos
passam por um processo de selecção onde são eliminados aqueles que
têm receptores de antigénios que fazem parte do organismo do
indivíduo. Caso esta selecção não fosse feita, poderia existir uma
resposta do sistema contra o organismo.




                        1.Formação dos linfócitos B e T 1




                                       4
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                  2.1 Imunidade Humoral

Imunidade assegurada pelos linfócitos B que produzem as imunoglobulinas
portadoras de anticorpos.




                               2. Imunidade Humoral


Quando um antigénio entra num organismo e chega a um órgão linfóide, vai
estimular os linfócitos B que possuem na membrana receptores específicos para
esse antigénio. Como resposta, os linfócitos B dividem-se e formam células que
sofrem diferenciação, originando plasmócitos e células – memória.




                                        5
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Os plasmócitos têm um retículo endoplasmático desenvolvido e produzem
anticorpos específicos para cada antigénio. Os anticorpos são posteriormente
lançados no sangue ou na linfa e vão circular até ao local de infecção.As células
– memória ficam inactivas, mas prontas a responder rapidamente, caso venha a
acontecer um posterior contacto com o mesmo antigénio.


Os anticorpos, ou imunoglobulinas, encontram-se particularmente no sangue.
São glicoproteínas com uma estrutura em Y constituída por quatro cadeias
polipeptídicas (duas leves e duas pesadas). Cada ramo da parte em V
transporta um sítio activo complementar de um epítopo (ou determinante
antigénico) podendo assim cada molécula de anticorpo ligar-se a duas
moléculas de antigénio transportando um epítopo idêntico. A cauda do Y, não
participa directamente na ligação com o antigénio mas permite a fixação a
certas células. Possui uma região constante que não só interage com outros
elementos do sistema imunitário como determina a classe a que pertence a
imunoglobulina e uma região variável na porção terminal das cadeias leves e
pesadas. Esta confere a especificidade que caracteriza os anticorpos.




                              3. Estrutura de um anticorpo




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             3. Tipos de imunoglobulinas




                         7
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Ao ligarem-se aos antigénios, as imunoglobulinas formam o complexo
antigénio-anticorpo que desencadeia diversos processos que resultarão na
destruição dos agentes agressores.

A inactivação dos antigénios pode ser conseguida através de:

    Neutralização – ligação dos antigénios ao anticorpo.
     Nos vírus: resulta da ligação das imunoglobulinas a moléculas
     indispensáveis à infecção das células pelo mesmo.
     Nas bactérias: cobrem a sua superfície até que sejam eliminadas por
     células fagocitárias.

    Aglutinação – Formação de complexos de grandes dimensões que são
     posteriormente fagocitados por macrófagos.

    Precipitação – difere da aglutinação apenas no facto de se realizar com
     moléculas dissolvidas. Quando as imunoglobulinas se ligam formam
     complexos insolúveis que são fagocitados.

    Activação do sistema complemento – após a activação da 1ª proteína do
     complemento pelo complexo é iniciada a activação sequencial das outras
     proteínas. Algumas dessas proteínas conduzem à lise da célula uma vez
     que aumenta a porosidade da sua membrana.

    Estimulação da fagocitose – os macrófagos possuem receptores capazes
     de identificar anticorpos ligados a antigénios e são estimulados a realizar
     a fagocitose.




                                       8
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      2.2 Imunidade Celular




                  9
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                            4. Imunidade Celular




A imunidade celular, para além de ser importante no combate a agentes
infecciosos tem ainda um papel importante em:



     Reconhecimento e eliminação de células cancerosas;
     Rejeição de implantes;
     Transplante de órgãos (antigénios diferentes).




                                   10
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                  2.3Memória Imunitária

A resposta imunitária primária traduz-se pelo aumento da produção de
anticorpos para um determinado antigénio até atingir um valor máximo,
começando de seguida a baixar gradualmente.
O primeiro contacto com o antigénio provoca a proliferação e
diferenciação de células efectoras (Linfócitos T auxiliares, Linfócitos T
citolíticos, Linfócitos T supressores) e de células-memória.
As células – memória são responsáveis pela resposta imunitária
secundária mais rápida, de maior intensidade e de duração mais longa,
dado que o antigénio específico é reconhecido e há maior eficácia na
proliferação de células efectoras para o seu combate e produção de mais
células – memória.
As células efectoras duram apenas alguns dias enquanto as células –
memória podem viver muito tempo, ou até toda a vida, armazenadas no
baço e nos gânglios linfáticos, ficando o organismo hospedeiro imune a
esse agente patogénico.




    Fig.1 – Células – memória           Fig.2 – A resposta secundária é
  reconhecem o agente infeccioso          mais rápida e eficaz do que a
            (antigénio) .                      resposta primária




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                       2.4 Imunização


A imunização é definida como a aquisição de protecção imunológica
contra uma doença infecciosa. Prática que tem como objectivo
aumentar a resistência de um indivíduo contra infecções.

A imunidade pode desenvolver-se naturalmente, ou pode ser induzida.
Esta pode ser induzida através de vacinas (imunidade activa) ou através
da administração directa de anticorpos específicos (imunidade passiva).



Vacinas

Uma vacina é uma substância derivada, ou quimicamente semelhante,
a um agente infeccioso particular, causador de doença. Esta substância
é reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado e suscita
da parte deste uma resposta que o protege de uma doença associada ao
agente. A vacina, portanto, induz o sistema imunitário a reagir como se
tivesse realmente sido infectado pelo agente.
Não são 100% seguras
Actualmente, recorrendo á engenharia genética, é possível produzir
proteínas de alguns microrganismos que, por terem actividade
antigénica, funcionam como vacinas mais seguras.
Alem disso estão a ser desenvolvidos alimentos transgénicos capazes de
produzir moléculas que funcionam como vacinas.


Soros

Os soros promovem uma imunização passageira. Isto porque os
anticorpos contidos nos soros combatem as toxinas antes que elas
activem o sistema imunitário da pessoa; com o tempo, o nível de
anticorpos reduz-se no organismo até desaparecer. O soro não estimula
a produção de anticorpos, e sua acção é preventiva, diferente da vacina
que estimula a produção de anticorpos pois é inoculado no anticorpo
um antigénio atenuado ou morto e sua acção é preventiva e duradoura.




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              5. Sistema imunitário




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             3.Doenças e Desequilíbrios


Cada   indivíduo   é    um   ser   único.    Existe,   no   entanto,    uma
multiplicidade de causas químicas e biológicas que podem violar a
privacidade de cada ser, sendo muitas delas agressivas.

Um dos elementos fundamentais que nos protege contra estas causas
é o sistema imunitário que preserva a integridade do corpo humano
face ao seu ambiente, tendo um papel primordial na defesa contra
agentes   infecciosos   ou   parasitários.    Também        previne    certas
desordens internas, nomeadamente, destruindo células tumorais.

Esses “combates” permanentes têm de ser controlados para que não
se virem contra a própria pessoa. A intensidade das reacções
imunitárias deve ser ajustada, ou seja, deve ser suficientemente
intensa para a eliminar os agentes patogénicos, mas não em
demasia, de modo a não prejudicar o indivíduo. Além disso, deve ser
específica e adaptada a um destes agentes.

O sistema imunitário, contudo, ao desenvolver múltiplas acções
complexas, pode desregular-se ou possuir alguma deficiência. Estas
situações tornam o indivíduo muito vulnerável a infecções ou
conduzem a reacções violentas contra elementos do ambiente
normalmente tolerados.




                                   14
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                                 3.1 Alergias


As alergias são um problema cada vez maior no mundo actual, muito
disseminadas entre a população mundial e que, cada vez mais, e de
forma mais violenta, afectam indivíduos mais jovens, principalmente,
nas grandes cidades, onde os índices de respirabilidade do ar se têm
vindo a degradar de ano para ano.

Esta epidemia da civilização moderna deve-se, em parte, à obsessão
pela limpeza. Isto faz com que, desde a infância, o corpo não seja
suficientemente exposto à sujidade (de modo a estimular o sistema
                                                imunitário) e responda de
                                                forma             inapropriada
                                                perante                 qualquer
                                                substância             estranha,
                                                chamada         alergénio.     As
                                                substâncias           alergénicas
                                                são, em regra, substâncias
                                                inofensivas, presentes no
                                                ambiente,          que         se
                                                comportam                    como
                                                antigénios       (componentes
                                                moleculares estranhos que
                                                estimulam uma resposta
                                                imunitária específica) para
                                                algumas pessoas.

                                                Contudo, a maioria das
                                                alergias        tem       origem
         6. Reacções Alérgicas
                                           alimentar.      Na    maioria      dos




                                      15
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casos, os alergénios são produtos usados na nossa dieta diária (ovos,
leite, cereais como o trigo e o centeio, entre outros). Quanto maior for
a quantidade proteica presente num determinado alimento, maior
será a possibilidade deste desencadear uma reacção alérgica. Isto
deve-se ao facto de, quanto maior for a proteína, mais difícil se torna
a sua digestão. Assim, muitas vezes, entram proteínas inteiras na
circulação sanguínea, podendo, desta forma, ser interpretadas pelo
organismo    como     corpos   estranhos,   e   combatidas    como   tal,
libertando-se para o efeito determinadas substâncias como, por
exemplo, a histamina, e desencadeando uma reacção alérgica.

A reacção alérgica acontece em duas fases (Fig.1):

  · Fase de sensibilização

  · Resposta secundária.

Na 1ª exposição a um alergénio o sistema imunitário enfraquece. Nas
posteriores exposições, ocorre uma reacção alérgica que pode ir de
uma erupção cutânea a diversos problemas respiratórios. Existem
diversos tipos de reacções alérgicas e que variam de pessoa para
pessoa.

Podemos, então, definir a alergia como uma resposta exagerada do
sistema imunitário a uma substância estranha ao organismo, ou
seja, uma hipersensibilidade imunitária a um estímulo externo ou
interno específico.

As   reacções     alérgicas    podem    manifestar-se    de    imediato
(hipersensibilidade imediata), havendo um tipo mais frequente
chamado choque anafilático, ou num período mais prolongado, após
o contacto com o alergénio (hipersensibilidade tardia), dividindo-se,
também, em três importantes tipos: citotóxico, imunocomplexos e
celular.

A Hipersensibilidade imediata ocorre quando um dado indivíduo
produz grandes quantidades de imunoglobulina E (IgE) de forma a
proteger-se de grãos de pólen, por exemplo. Os mastócitos (nos



                                   16
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tecidos) e os basófilos (no sangue) ligam-se à IgE, fazendo com que
haja libertação de histamina. Esta provoca sintomas como a
vasodilatação, a inflamação e dificuldades respiratórias. Se uma
reacção alérgica não for tratada com um anti-histamínico pode
mesmo provocar a morte nas situações mais graves, devendo ser
efectuados testes de detecção de sensibilidades.

Tipo I ou Choque anafilático é uma reacção alérgica intensa que
ocorre minutos após a exposição a um alergénio (aproximadamente
um quarto de hora depois). Esta reacção é mediada por determinadas
substâncias como a histamina, em células da mucosa respiratória,
mucosa intestinal e epiderme, e por determinados leucócitos
(mastócitos e basófilos). À medida que a reacção progride, algumas
substâncias com alto poder inflamatório são sintetizadas. Quando
ocorre um choque anafilático, na maioria dos casos, o indivíduo fica
lívido, com a pele fria, sente uma ansiedade extrema, podendo
mesmo desmaiar.

A Hipersensibilidade tardia leva mais de 12 horas a manifestar-se à
exposição ao alergénio. Neste caso, o alergénio é processado por
células apresentadoras de antigénios e é iniciada uma resposta
mediada por células. Esta resposta pode ser tão intensa que a
quantidade de citocina libertada é capaz de activar macrófagos e
lesionar tecidos. (Ex: quando bactérias que causam a tuberculose
colonizam os pulmões.)

Tipo II ou Citotóxico é uma reacção que ocorre, por exemplo, em
algumas doenças auto-imunes como a tiróidite, onde a pessoa forma
anticorpos contra elementos (órgãos e tecidos) de si próprio. São bons
exemplos disso a rinite alérgica, certos tipos de asma brônquica
aguda, ou reacções alérgicas a drogas.

Tipo III ou Imunocomplexos é uma reacção que se caracteriza pela
formação de complexos antigénio - anticorpo (imunocomplexos), os
quais se depositam em tecidos ou entram na circulação sanguínea.
Os imunocomplexos atraem mediadores da inflamação, o que


                                 17
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determina lesões localizadas em certos órgãos ou espalhadas por
todo o corpo.

Tipo IV ou Celular é uma reacção mediada por linfócitos e seus
produtos, as linfocinas, libertadas mediante o contacto com o
antigénio,       cujo   exemplo        típico    é      a     reacção        tuberculínica,
encontrando-se este mecanismo também na rejeição de transplantes
e nas chamadas dermatites de contacto.

As doenças alérgicas mais frequentes desencadeadas por estas
reacções são:

Edema de Quincke. (Fig.7) A principal
complicação relacionada com o edema de
Quincke      é     a    respiratória,     que         surge
bruscamente        e    se     caracteriza      por     um
inchaço considerável (edema) na pele, cara e
mucosas da boca e garganta. O risco de                         7. Edema de quincke

asfixia é elevado devido ao inchaço da glote,
sendo, portanto, o tratamento muitíssimo urgente.



Eczema. Surge quando há uma inflamação na pele que provoca
prurido (comichão). Nem todos os eczemas são de origem alérgica,
mas nesta situação destacam-se três variantes:

 · . Eczema do lactente. (Fig. 3) Manifesta-se
   entre o 3º e o 4º mês de vida, e
   normalmente               cura-se     de          forma
   espontânea. É, muitas vezes, hereditário.

                                                              8. Eczema do lactente

 . Eczema constitucional. É um tipo crónico de eczema que se pode
   formar na infância ou mesmo na idade adulta, estando ligado a
   uma alergia semitardia. Também pode ter origem hereditária.




                                          18
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 · Eczema de contacto. (Fig.4) Tem origem num alergénio fixo à pele
   ou a uma mucosa. De início, encontra-se localizado. Todavia, tem
   tendência a alastrar.

Urticária. É uma erupção cutânea súbita. Apesar de poder ser
confundida com o eczema, o prurido é fácil de discernir (sensação de
dor aguda, semelhante à picada de urtiga, daí o nome).



Asma. Divide-se em dois tipos: asma atópica e não atópica:

 · Asma atópica – Imunologicamente, é uma hipersensibilidade
   semitardia a anticorpos circulantes, manifestando-se após a
   fixação de um determinado alergénio no chamado órgão – alvo, ou
   seja, no tecido que recebe o alergénio (preferencialmente a mucosa
   brônquica).

 · Asma não atópica – Surge em indivíduos de idade mais avançada e
   pode não ter a alergia como causa inicial. Quando intervém a
   alergia o fenómeno imunitário é uma hipersensibilidade tecidular




                                 19
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               3.2 Doenças auto – imunes


As   doenças   auto   –   imunes    resultam   de   uma   reacção   de
hipersensibilidade do sistema imunitário contra antigénios próprios.

Cada indivíduo possui antigénios no seu organismo. Os linfócitos que
se formam no indivíduo têm, normalmente, tolerância para com estes
antigénios. Quando os linfócitos que se formam não possuem essa
tolerância para com o próprio (self) são eliminados ou ficam inactivos.

O timo, órgão linfóide principal e local onde são formados os
linfócitos T, serve de crivo, só deixando passar os linfócitos com
pouca ou sem afinidade para a self. O mesmo acontece na medula
óssea vermelha onde são formados os linfócitos B.

Diversas causas podem, contudo, romper com esta tolerância,
ficando o organismo a produzir anticorpos e linfócitos sensibilizados
contra alguns dos seus próprios tecidos, provocando a lesão e
alteração das funções dessas células.

Existem vários tipos de doenças auto – imunes, cujos sintomas se
relacionam com o tipo de tecido que é atacado e destruído pelo
sistema imunitário do próprio organismo.




                                   20
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São exemplos de doenças auto – imunes:



     Esclerose múltipla. Surge quando os
     linfócitos T destroem a bainha de mielina
     dos neurónios. (Fig.9) Assim, o axónio
     fica      descoberto,         perturbando        a
     propagação do impulso saltatório, que                9. Perturbações no impulso nervoso

     nas pessoas saudáveis se dá entre os
     Nódulos      de   Ranvier,        causando   grandes          alterações         na
     transmissão do impulso nervoso. Os sintomas incluem vários
     transtornos neurológicos


     Artrite    reumatóide.        (Fig.10)   É      uma
     doença     que    provoca     a    destruição    da
     cartilagem        articular       pelo    sistema
     imunitário, o que causa deformações das

     articulações. Os pés e as mãos são as                 10. Artrite reumatóide

     zonas mais afectadas.



     Lúpus. As pessoas que apresentam esta doença desenvolvem
     anticorpos que reagem contra as suas próprias células
     normais, podendo, consequentemente, afectar a pele, as
     articulações, rins e outros órgãos.



     Diabetes insulinodependentes. (Fig.11) As
     pessoas que são afectadas com esta doença
     manifestam anticorpos que destroem as
     células das ilhotas de Langerhans,                   na

                                                               11. Ilhotas de Langerhans 1


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superfície   do      pâncreas,   responsáveis    pela     produção   de
insulina.



Psoriase.    (Fig.     12)   É    uma   doença
incurável, crónica e hiperproliferativa da
pele, de etiologia desconhecida. Manifesta-
se com a inflamação nas células da pele,


chamadas queratonócitos, provocando o            12. Psoríase

aumento exagerado da sua produção, que
se acumula na superfície formando placas avermelhadas de
escamação esbranquiçadas ou prateadas. O sistema de defesa
local, formado pelo linfócitos T, é activado como se a região
cutânea tivesse sido agredida. Em consequência, libertam
substâncias mediadoras da inflamação, chamadas citocinas
que aceleram o ritmo de proliferação das células da pele.



Tiróidite de Hashimoto é a forma mais comum das tiróidites,
onde os anticorpos do indivíduo lutam contra as células da
tiróide. Em muitos casos, a tiróidite de Hashimoto resulta em
hipotireoidismo, podendo, na sua fase mais avançada, causar
hipertireoidismo. Fisiologicamente, os anticorpos causam uma
destruição gradual dos folículos da tiróide. A doença pode ser
detectada clinicamente por análises sanguíneas, procurando a
presença desses anticorpos no sangue.



Miastenia Gravis é uma doença crónica que causa fraqueza e
fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários. A
fraqueza é causada por um defeito na transmissão dos
impulsos dos nervos para os músculos. Esta transmissão é
normalmente feita por uma substância, a acetilcolina, na



                                 22
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junção   neuromuscular,    provocando        uma          contracção   do
músculo. Na Miastenia Gravis, o número de receptores da
acetilcolina ou sítios nos quais a substância pode ser recebida
encontram-se reduzidos, uma vez que há um ataque dos
receptores da acetilcolina, por anticorpos, produzidos pelo
sistema imunitário do próprio indivíduo.



Vasculite é uma inflamação do vaso sanguíneo que provoca,
geralmente, danos no revestimento dos vasos: estreitamento ou
obstrução, limitando ou interrompendo o fluxo sanguíneo. Os
tecidos abastecidos pelos vasos afectados ficam igualmente
danificados ou destruídos por isquemia (falta de abastecimento
sanguíneo e, consequentemente, de oxigénio).


Síndrome de Sjögren ou síndrome de Goujerot-Sjögren é uma
desordem auto--imune em que as células imunitárias atacam e
destroem os ductos das glândulas lacrimais e salivares.



Vitiligo ou leucoderma (Fig.13) é a
perda da pigmentação da pele, devido
ao   ataque    auto-imune        sistema
imunitário     do    indivíduo      aos
melanócitos. O vitiligo, geralmente,

começa na fase adulta com manchas          13. Vitiligo

de pele despigmentada aparecendo
nas extremidades. As manchas podem crescer ou permanecer
com tamanho constante. Ocasionalmente, pequenas áreas
podem    repigmentar    quando      forem        recolonizadas         por
melanócitos.




                           23
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                    3.3 Imunodeficiência


As doenças devidas à imunodeficiência apresentam uma falha nas
defesas do organismo que têm como objectivo combater as infecções e
os tumores.

O resultado desta imunodeficiência é o aparecimento recorrente ou a
persistência de infecções, causadas por organismos que, em
circunstâncias normais, não as causariam, fraca resposta em relação
ao tratamento habitualmente eficaz, recuperação incompleta da
doença e uma susceptibilidade invulgar a certas formas de cancro.


Imunodeficiência congénita, hereditária ou inata
O sistema imunitário está dividido, de um modo geral, em dois tipos
de defesas: as defesas não específicas e as defesas específicas.

As defesas não específicas, geralmente, impedem a entrada de
agentes patogénicos ou destroem-nos quando eles, por qualquer
motivo, penetram no organismo do indivíduo.

As defesas específicas são constituídas, essencialmente, por dois
tipos de imunidade: a imunidade humoral – produção de anticorpos
ou imunoglobulinas pelos linfócitos – e a imunidade celular – baseia-
se na actividade dos linfócitos T.

Quando existe uma deficiência num destes tipos de imunidade, o
indivíduo é imunodeficiente.

Se a deficiência figura no sistema de imunidade humoral – falta de
linfócitos B – o indivíduo está mais susceptível a infecções extra
celulares. Caso a deficiência se encontre no sistema de imunidade
celular – falta de linfócitos T – há uma maior sensibilidade a agentes
infecciosos intracelulares, vírus e cancros.

A imunodeficiência mais grave caracteriza-se pela ausência de
linfócitos B e T.


                                     24
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Os indivíduos com esta deficiência ficam extremamente vulneráveis e
apenas sobrevivem em ambientes completamente estéreis.

O transplante de medula óssea ou terapia génica são eficazes no
tratamento destas deficiências.


Imunodeficiência adquirida
A imunodeficiência adquirida pode resultar de processos de doença
ou de supressão ou diminuição da actividade do sistema imunitário
por acção de certos medicamentos.

A imunodeficiência adquirida pode resultar de uma má nutrição
grave, em especial a proteica, de muitos tipos de cancro e da infecção
pelo VIH (vírus da imunodeficiência humana), que pode levar à SIDA
(síndrome da imunodeficiência adquirida).

A   supressão    deliberada      do   sistema     imunitário   por   meio   de
imunosupressores e corticosóides é efectuada como parte do
tratamento de doenças auto – imunes e após transplantes, para
minimizar o risco de rejeição de órgãos.


Imunodeficiência adquirida - SIDA (Fig.14)
A SIDA é causada pelo vírus da Imunodeficiência humana, VIH.

O material genético do VIH é composto
por uma cadeia simples de RNA viral,
que     pode   infectar    várias     células,
sobretudo os linfócitos T.

No interior da célula hospedeira, o RNA
                                                 14. HIV
viral   é   transcrito    para   DNA     pela
transcriptase reversa e esse DNA é integrado no genoma.

Quando activo, o DNA viral dirige a produção da célula hospedeira
que causa a destruição da célula hospedeira e infecta novas células.

A diminuição progressiva do número de linfócitos T deixa o
organismo muito susceptível a doenças “oportunistas” e a cancros.


                                       25
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Um indivíduo infectado pelo HIV reage à sua presença produzindo
anticorpos – é seropositivo.

Os vírus que se encontram no interior de células infectadas escapam
à acção dos anticorpos.

Um indivíduo seropositivo, mesmo sem sintomas clínicos, pode
transmitir o HIV.

Não há cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão pode
ser retardada por drogas inibidoras da transcriptase reversa, entre
outras.


Imunodeficiência nas pessoas de idade
Em consequência da idade, ocorre também um certo grau de
imunodeficiência.

Por exemplo, o timo, que desempenha um papel importante         na
produção dos linfócitos T, atinge o seu maior volume na puberdade.
Seguidamente, vai diminuindo de tamanho, provocando um declínio
no número e actividade dos linfócitos T. Há também um declínio do
número dos linfócitos B.




                                26
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                          4.Conclusão


Podemos assim concluir que:

A resposta imunitária específica baseia-se na actuação dos linfócitos
que actuam de forma directa ou desencadeiam outros mecanismos do
sistema imunitário que respondem contra agentes patogénicos
específicos.

Os linfócitos B são responsáveis pela imunidade humoral. Ao
diferenciarem-se em plasmócitos, são capazes de produzir anticorpos,
também chamados imunoglobulinas.

Os linfócitos T são responsáveis pela imunidade mediada por células.
Alguns destes linfócitos actuam directametne contra os agentes
patogénicos, enquanto outros estimulam outras células do sistema
imunitário a responder (nomeadamente, os linfócitos B).

Quer os linfócitos B, quer os linfócitos T, após o contacto com o
antigénio, originam células-memória. Se o organismo voltar a estar em
contacto com o antigénio, as células-memória desencadeiam uma
resposta imunitária secundária muito mais rápida e eficaz do que
aquela que é produzida no primeiro contacto.

O sistema imunitário realiza uma acção de vigilância que permite
eliminar células cancerosas e que, em caso de transfusões sanguíneas,
enxertos de tecidos ou transplante de órgãos, pode conduzir à sua
rejeição.

A imunização pode ser feita de forma artificial por vacinação (imunidade
activa) ou através da administração de anticorpos (imunidade passiva).

O sistema imunitário está sujeito a disfunções destacando-se: a
hipersensibilidade traduzida por alergias, o desenvolvimento de doenças
auto-imunes e as imunodeficiências (inatas ou adquiridas).




                                  27
Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º

                        5. Bibliografia

 Manuais consultados:
 MATIAS, Osório; MARTINS, Pedro (2008) Biologia 12. Areal Editores.


 Artigos em páginas Web:



http://www.slideshare.net/designare/sistema-imunitrio - 10/12/2009

http://spozs.blogspot.com/2006_02_01_archive.html - 10/12/2009

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imunit%C3%A1rio – 10/12/2009

http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologi
a/12doencasdesiqsistimun.htm - 11/12/2009

http://biologia12.wordpress.com/ - 11/12/2009

http://pwp.netcabo.pt/sistema.imune/sistema_imunitario.htm            -
13/12/2009

http://www.malhatlantica.pt/esmmbiologia/documentos/defesaesp.ht
m -16/12/2009




                                 28
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                                   6.Anexos


Vacinas

Em 1796, o médico inglês Edward Jenner (nascido em Berkeley,
Gloucestershire) foi o primeiro a
inocular com sucesso, uma criança com o vírus da varíola, a fim de produzir
imunidade contra a doença.
Jenner verificara que os indivíduos que lidavam com gado e contraíam o vírus
da varíola bovina nunca
contraíam varíola.
Na altura, era grande a mortalidade devido a esta doença e a descoberta de que
a inoculação com o vírus
da varíola bovina fornecia imunidade foi um passo importante da Medicina. O
método utilizado consistiu
na aplicação de um agente infeccioso na superfície de uma pele previamente
raspada. Ainda hoje é usado
na vacina da varíola.
Edward Jenner publicou, em 1798, as suas descobertas sobre a criança que,
inoculada com o vírus da
varíola bovina, nunca contraiu a doença. Sugeriu o termo “vacinação”, a partir
da palavra latina para o
vírus da varíola bovina, vaccinia.
Em 1788, durante uma epidemia de varíola que varreu Gloucestershire
efectuaram-se inoculações com a
vacina viva, obtida de um indivíduo com uma forma ligeira da doença. Este
método havia sido trazido da
Turquia para Inglaterra, em 1721, pelas mãos de Lady Mary Wortley Montagu e
trouxe fama ao
fisiologista holandês Jan Ingenhousz, mas, em contrapartida, podia ser fatal. Foi
durante esta epidemia
que Jenner fez as suas primeiras observações.
Hoje...
São denominados por vacinas os preparados de agentes patogénicos
modificados (vírus ou bactérias) que
são introduzidos no corpo (humano ou animal) por via oral ou injectada,
visando induzir a reacção
específica de anticorpo que produz a imunidade contra uma determinada
doença.
As reacções adversas poderão incluir situações como irritação no local de
injecção, febre, artralgias
(nevralgias articulares), reacções alérgicas, astenia, sensação de mal estar,
vómitos, situações febris,



                                      29
Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
entre outras. A posologia a administrar aos adultos é geralmente diversa da das
crianças.
As vacinas contra o tétano, a gripe ou meningococos são exemplos de vacinas
simples. Existem também
vacinas combinadas, como, por exemplo, a vacina contra a difteria, o tétano e a
tosse convulsa e vacina
contra o sarampo, parotidite e rubéola.
Tal como salienta o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento
(INFARMED), “A vacinação
constitui um método eficaz de combate à doença infecciosa. Directamente,
porque previne a infecção na
pessoa vacinada; indirectamente, porque reduz a disseminação do agente
infeccioso.”




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Entrevisa a Sara Costa que tem a doença auto-imune da diabetes
insulino-dependete


 Sara Costa: “Como descobri muito nova, sempre me habituei a viver
 com a doença...”
 Entrevista a Sara Próspero dos Santos Lory Costa, que possui uma
 doença auto-imune, Diabetes Insulinodependente.

 Artem e Carla: Com que idade descobriste que possuías a doença?

 Sara Costa: Com seis anos. Comecei a emagrecer significativamente,
 consumir muita água e frequentar mais vezes do que o normal a casa
 de banho. A persistência destes sintomas, levou os meus pais a
 consultar um médico.

 Artem e Carla: Como lidaste com a situação depois de saberes que
 tinhas a doença?

 Sara Costa: Como descobri muito nova, sempre me habituei a viver
 com esta doença, por isso não tive nenhum choque psicológico que,
 por   vezes,    têm   as   pessoas   mais   velhas   quando   tomam   o
 conhecimento da doença que possuem.

 Artem e Carla: Quantas vezes é necessário injectar insulina e
 verificar as quantidades de açúcar no sangue?

 Sara Costa: As verificações e as injecções são feitas sempre que como
 (ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar) ou nos casos de
 hipoglicémia.

 Artem e Carla: Que cuidados é que tomas em relação à tua
 alimentação?

 Sara Costa: Tal como as outras pessoas que querem possuir uma
 alimentação saudável. Tento não comer muito o fast - food, não
 exagerar nas gorduras saturadas, nem nos doces, etc. Para além
 disso, tenho de controlar as quantidades de hidratos de carbono, ou




                                      33
Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º
seja, as porções ingeridas, para depois compensar de modo
adequado.

Artem e Carla: De quanto em quanto tempo é que frequentas a
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP)?

Sara Costa: Normalmente, tenho consultas de 3 em 3 meses, mas
agora, com a bomba, como ainda estou numa fase de experiência e
adaptação, passo por lá todas as semanas, por vezes mais do que
uma vez.

Artem e Carla: Acabaste de mencionar que colocaste uma bomba.
Essa é a bomba de insulina que colocaste há pouco tempo. Podes
explicar-nos um pouco como funciona?

Sara Costa: Sim, é essa mesma. Esta bomba funciona apenas com
um tipo da insulina, a Humalog, que está sempre a correr para o
organismo – esta é chamada insulina lenta ou basal. À refeição ou
quando me apercebo de que a insulina não é suficiente posso injectar
“bolus de insulina” para a baixar a glicemia - esta já é a insulina
rápida, uma vez que tem um efeito imediato.

Artem e Carla: Depois da colocação, usufruíste de maior comodidade
em relação ao controlo das injecções?

Sara Costa: Sim, sem dúvida. Agora já não tenho que andar sempre
com as canetas de insulina atrás (já não tenho que estar sempre
preocupada com isso), nem há aquele incomodo de ter que me
injectar em locais públicos – agora basta carregar nos botões e a
bomba administra a insulina.




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Sistema imunitário e mecanismos de defesa específicos

  • 1. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º Índice 1.Introdução ________________________________________Pág.2 2.Mecanismos de defesa específicos _________________Pág.3 2.1 Imunidade Humoral ________________________Pág.5  2.2 Imunidade Celular _________________________Pág.9  2.3 Memória Imunitária _________________________Pág.11  2.4 Imunização ________________________________Pág.13  3.Desequilibrios e doenças __________________________Pág.15  3.1 Alergias ______________________________Pág.16  3.2 Doenças auto – imunes _______________Pág.21  3.3 Imunodeficiência _____________________Pág.25 4. Conclusão ______________________________________Pág.28 5. Bibliografia _____________________________________Pág.29 6. Anexos _________________________________________Pág.30
  • 2. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 1.Introdução Cada ser humano está sujeito a todo o momento a uma enorme variedade de micropredadores. O nosso meio é povoado por uma multidão de micróbios, bactérias, protozoários, fungos e vírus, dos quais muitos são patogénicos. Contudo, as infecções são relativamente raras e geralmente de duração limitada. Sabe-se, também, que algumas doenças se contraem uma única vez na vida (sarampo, varicela, rubéola, etc). Quando o organismo que sofreu a infecção ficou protegido contra o agente responsável, diz-se que ficou imunizado. Isto acontece porque o organismo possui um conjunto de defesas constituídas pelos órgãos e células do sistema imunitário. O seu estudo constitui a imunologia, ciência que se encontra em plena evolução. As barreiras de protecção do organismo podem ser rasgadas acidentalmente (ferida, picadela) ou naturalmente (ao nível do aparelho respiratório e digestivo). Nestas circunstâncias, o organismo desencadeia as suas defesas internas. Qualquer substância estranha que estimula a produção de anticorpos denomina-se antigene. O sistema imunitário é constituído por células que estão disseminadas por todo o corpo, principalmente concentradas nos tecidos linfóides. As células predominantes no sistema imunitário são os linfócitos, que circulam no sangue e na linfa. Os mecanismos que o organismo utiliza para desencadear uma resposta adaptada ao antigene são complexos. Beneficiando dos programas recentes da biologia celular e molecular, a imunologia vai, pouco a pouco, descobrindo os segredos destes mecanismos. O sistema imunitário neutraliza e elimina os elementos estranhos graças a defesas muito elaboradas, cujos mecanismos não são perfeitamente conhecidos. Não surpreende, assim, que um sistema tão complexo esteja sujeito a desregulações difíceis de tratar como é o caso das alergias. Noutros casos, o disfuncionamento corresponde a respostas insuficientes, a dita imunodeficiência (a SIDA, por exemplo). Algumas imunodeficiências existem desde o nascimento, outras são adquiridas ao longo da vida, principalmente quando o próprio sistema imunitário é alvo dos micróbios. Neste trabalho iremos tratar essencialmente dos mecanismos de defesa específicos, assim como de alguns desequilíbrios e doenças (imunodeficiências). 2
  • 3. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 2 Mecanismos de defesa específicos A imunidade específica refere-se então à protecção que existe num organismo hospedeiro quando este sofreu previamente exposição a determinados agentes patogénicos e pode ser mediada por anticorpos (imunidade humoral) ou mediada por células (imunidade celular). A resposta imunitária específica subdivide-se em três funções: O reconhecimento do agente invasor como corpo estranho; A reacção do sistema imunitário que prepara agentes específicos que intervêm no processo; A acção desses agentes que neutralizam e destroem os corpos estranhos. Esta terceira linha de defesa baseia-se na acção dos linfócitos contra um determinado agente agressor. Os linfócitos dividem-se em dois tipos principais, os linfócitos B e os linfócitos T. Tanto os primeiros como os segundos são produzidos na medula óssea ou no fígado a partir de células estaminais. As características que os distinguem são adquiridas num processo de maturação que ocorrem em locais distintos. Os linfócitos T sofreram a maturação no timo e têm a seu cargo a imunidade celular. Por outro lado, os linfócitos B resultam da maturação dos linfócitos que permanecem na medula óssea e são responsáveis por um conjunto de processos designados por imunidade humoral. Durante todos os processos que conduzem à maturação, os linfócitos adquirem moléculas que lhes permite reconhecer os antigénios – receptores de antigénios. A partir do momento em que tal acontece passam a participar na resposta imunitária desencadeada pelos agentes patogénicos, tornam-se imunocompetentes. 3
  • 4. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º Após a maturação eles passam também a distinguir aquilo que é próprio do organismo daquilo que não é. Por isso, todos os linfócitos passam por um processo de selecção onde são eliminados aqueles que têm receptores de antigénios que fazem parte do organismo do indivíduo. Caso esta selecção não fosse feita, poderia existir uma resposta do sistema contra o organismo. 1.Formação dos linfócitos B e T 1 4
  • 5. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 2.1 Imunidade Humoral Imunidade assegurada pelos linfócitos B que produzem as imunoglobulinas portadoras de anticorpos. 2. Imunidade Humoral Quando um antigénio entra num organismo e chega a um órgão linfóide, vai estimular os linfócitos B que possuem na membrana receptores específicos para esse antigénio. Como resposta, os linfócitos B dividem-se e formam células que sofrem diferenciação, originando plasmócitos e células – memória. 5
  • 6. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º Os plasmócitos têm um retículo endoplasmático desenvolvido e produzem anticorpos específicos para cada antigénio. Os anticorpos são posteriormente lançados no sangue ou na linfa e vão circular até ao local de infecção.As células – memória ficam inactivas, mas prontas a responder rapidamente, caso venha a acontecer um posterior contacto com o mesmo antigénio. Os anticorpos, ou imunoglobulinas, encontram-se particularmente no sangue. São glicoproteínas com uma estrutura em Y constituída por quatro cadeias polipeptídicas (duas leves e duas pesadas). Cada ramo da parte em V transporta um sítio activo complementar de um epítopo (ou determinante antigénico) podendo assim cada molécula de anticorpo ligar-se a duas moléculas de antigénio transportando um epítopo idêntico. A cauda do Y, não participa directamente na ligação com o antigénio mas permite a fixação a certas células. Possui uma região constante que não só interage com outros elementos do sistema imunitário como determina a classe a que pertence a imunoglobulina e uma região variável na porção terminal das cadeias leves e pesadas. Esta confere a especificidade que caracteriza os anticorpos. 3. Estrutura de um anticorpo 6
  • 7. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 3. Tipos de imunoglobulinas 7
  • 8. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º Ao ligarem-se aos antigénios, as imunoglobulinas formam o complexo antigénio-anticorpo que desencadeia diversos processos que resultarão na destruição dos agentes agressores. A inactivação dos antigénios pode ser conseguida através de:  Neutralização – ligação dos antigénios ao anticorpo. Nos vírus: resulta da ligação das imunoglobulinas a moléculas indispensáveis à infecção das células pelo mesmo. Nas bactérias: cobrem a sua superfície até que sejam eliminadas por células fagocitárias.  Aglutinação – Formação de complexos de grandes dimensões que são posteriormente fagocitados por macrófagos.  Precipitação – difere da aglutinação apenas no facto de se realizar com moléculas dissolvidas. Quando as imunoglobulinas se ligam formam complexos insolúveis que são fagocitados.  Activação do sistema complemento – após a activação da 1ª proteína do complemento pelo complexo é iniciada a activação sequencial das outras proteínas. Algumas dessas proteínas conduzem à lise da célula uma vez que aumenta a porosidade da sua membrana.  Estimulação da fagocitose – os macrófagos possuem receptores capazes de identificar anticorpos ligados a antigénios e são estimulados a realizar a fagocitose. 8
  • 9. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 2.2 Imunidade Celular 9
  • 10. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 4. Imunidade Celular A imunidade celular, para além de ser importante no combate a agentes infecciosos tem ainda um papel importante em: Reconhecimento e eliminação de células cancerosas; Rejeição de implantes; Transplante de órgãos (antigénios diferentes). 10
  • 11. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 2.3Memória Imunitária A resposta imunitária primária traduz-se pelo aumento da produção de anticorpos para um determinado antigénio até atingir um valor máximo, começando de seguida a baixar gradualmente. O primeiro contacto com o antigénio provoca a proliferação e diferenciação de células efectoras (Linfócitos T auxiliares, Linfócitos T citolíticos, Linfócitos T supressores) e de células-memória. As células – memória são responsáveis pela resposta imunitária secundária mais rápida, de maior intensidade e de duração mais longa, dado que o antigénio específico é reconhecido e há maior eficácia na proliferação de células efectoras para o seu combate e produção de mais células – memória. As células efectoras duram apenas alguns dias enquanto as células – memória podem viver muito tempo, ou até toda a vida, armazenadas no baço e nos gânglios linfáticos, ficando o organismo hospedeiro imune a esse agente patogénico. Fig.1 – Células – memória Fig.2 – A resposta secundária é reconhecem o agente infeccioso mais rápida e eficaz do que a (antigénio) . resposta primária 11
  • 12. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 2.4 Imunização A imunização é definida como a aquisição de protecção imunológica contra uma doença infecciosa. Prática que tem como objectivo aumentar a resistência de um indivíduo contra infecções. A imunidade pode desenvolver-se naturalmente, ou pode ser induzida. Esta pode ser induzida através de vacinas (imunidade activa) ou através da administração directa de anticorpos específicos (imunidade passiva). Vacinas Uma vacina é uma substância derivada, ou quimicamente semelhante, a um agente infeccioso particular, causador de doença. Esta substância é reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado e suscita da parte deste uma resposta que o protege de uma doença associada ao agente. A vacina, portanto, induz o sistema imunitário a reagir como se tivesse realmente sido infectado pelo agente. Não são 100% seguras Actualmente, recorrendo á engenharia genética, é possível produzir proteínas de alguns microrganismos que, por terem actividade antigénica, funcionam como vacinas mais seguras. Alem disso estão a ser desenvolvidos alimentos transgénicos capazes de produzir moléculas que funcionam como vacinas. Soros Os soros promovem uma imunização passageira. Isto porque os anticorpos contidos nos soros combatem as toxinas antes que elas activem o sistema imunitário da pessoa; com o tempo, o nível de anticorpos reduz-se no organismo até desaparecer. O soro não estimula a produção de anticorpos, e sua acção é preventiva, diferente da vacina que estimula a produção de anticorpos pois é inoculado no anticorpo um antigénio atenuado ou morto e sua acção é preventiva e duradoura. 12
  • 13. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 5. Sistema imunitário 13
  • 14. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 3.Doenças e Desequilíbrios Cada indivíduo é um ser único. Existe, no entanto, uma multiplicidade de causas químicas e biológicas que podem violar a privacidade de cada ser, sendo muitas delas agressivas. Um dos elementos fundamentais que nos protege contra estas causas é o sistema imunitário que preserva a integridade do corpo humano face ao seu ambiente, tendo um papel primordial na defesa contra agentes infecciosos ou parasitários. Também previne certas desordens internas, nomeadamente, destruindo células tumorais. Esses “combates” permanentes têm de ser controlados para que não se virem contra a própria pessoa. A intensidade das reacções imunitárias deve ser ajustada, ou seja, deve ser suficientemente intensa para a eliminar os agentes patogénicos, mas não em demasia, de modo a não prejudicar o indivíduo. Além disso, deve ser específica e adaptada a um destes agentes. O sistema imunitário, contudo, ao desenvolver múltiplas acções complexas, pode desregular-se ou possuir alguma deficiência. Estas situações tornam o indivíduo muito vulnerável a infecções ou conduzem a reacções violentas contra elementos do ambiente normalmente tolerados. 14
  • 15. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 3.1 Alergias As alergias são um problema cada vez maior no mundo actual, muito disseminadas entre a população mundial e que, cada vez mais, e de forma mais violenta, afectam indivíduos mais jovens, principalmente, nas grandes cidades, onde os índices de respirabilidade do ar se têm vindo a degradar de ano para ano. Esta epidemia da civilização moderna deve-se, em parte, à obsessão pela limpeza. Isto faz com que, desde a infância, o corpo não seja suficientemente exposto à sujidade (de modo a estimular o sistema imunitário) e responda de forma inapropriada perante qualquer substância estranha, chamada alergénio. As substâncias alergénicas são, em regra, substâncias inofensivas, presentes no ambiente, que se comportam como antigénios (componentes moleculares estranhos que estimulam uma resposta imunitária específica) para algumas pessoas. Contudo, a maioria das alergias tem origem 6. Reacções Alérgicas alimentar. Na maioria dos 15
  • 16. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º casos, os alergénios são produtos usados na nossa dieta diária (ovos, leite, cereais como o trigo e o centeio, entre outros). Quanto maior for a quantidade proteica presente num determinado alimento, maior será a possibilidade deste desencadear uma reacção alérgica. Isto deve-se ao facto de, quanto maior for a proteína, mais difícil se torna a sua digestão. Assim, muitas vezes, entram proteínas inteiras na circulação sanguínea, podendo, desta forma, ser interpretadas pelo organismo como corpos estranhos, e combatidas como tal, libertando-se para o efeito determinadas substâncias como, por exemplo, a histamina, e desencadeando uma reacção alérgica. A reacção alérgica acontece em duas fases (Fig.1): · Fase de sensibilização · Resposta secundária. Na 1ª exposição a um alergénio o sistema imunitário enfraquece. Nas posteriores exposições, ocorre uma reacção alérgica que pode ir de uma erupção cutânea a diversos problemas respiratórios. Existem diversos tipos de reacções alérgicas e que variam de pessoa para pessoa. Podemos, então, definir a alergia como uma resposta exagerada do sistema imunitário a uma substância estranha ao organismo, ou seja, uma hipersensibilidade imunitária a um estímulo externo ou interno específico. As reacções alérgicas podem manifestar-se de imediato (hipersensibilidade imediata), havendo um tipo mais frequente chamado choque anafilático, ou num período mais prolongado, após o contacto com o alergénio (hipersensibilidade tardia), dividindo-se, também, em três importantes tipos: citotóxico, imunocomplexos e celular. A Hipersensibilidade imediata ocorre quando um dado indivíduo produz grandes quantidades de imunoglobulina E (IgE) de forma a proteger-se de grãos de pólen, por exemplo. Os mastócitos (nos 16
  • 17. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º tecidos) e os basófilos (no sangue) ligam-se à IgE, fazendo com que haja libertação de histamina. Esta provoca sintomas como a vasodilatação, a inflamação e dificuldades respiratórias. Se uma reacção alérgica não for tratada com um anti-histamínico pode mesmo provocar a morte nas situações mais graves, devendo ser efectuados testes de detecção de sensibilidades. Tipo I ou Choque anafilático é uma reacção alérgica intensa que ocorre minutos após a exposição a um alergénio (aproximadamente um quarto de hora depois). Esta reacção é mediada por determinadas substâncias como a histamina, em células da mucosa respiratória, mucosa intestinal e epiderme, e por determinados leucócitos (mastócitos e basófilos). À medida que a reacção progride, algumas substâncias com alto poder inflamatório são sintetizadas. Quando ocorre um choque anafilático, na maioria dos casos, o indivíduo fica lívido, com a pele fria, sente uma ansiedade extrema, podendo mesmo desmaiar. A Hipersensibilidade tardia leva mais de 12 horas a manifestar-se à exposição ao alergénio. Neste caso, o alergénio é processado por células apresentadoras de antigénios e é iniciada uma resposta mediada por células. Esta resposta pode ser tão intensa que a quantidade de citocina libertada é capaz de activar macrófagos e lesionar tecidos. (Ex: quando bactérias que causam a tuberculose colonizam os pulmões.) Tipo II ou Citotóxico é uma reacção que ocorre, por exemplo, em algumas doenças auto-imunes como a tiróidite, onde a pessoa forma anticorpos contra elementos (órgãos e tecidos) de si próprio. São bons exemplos disso a rinite alérgica, certos tipos de asma brônquica aguda, ou reacções alérgicas a drogas. Tipo III ou Imunocomplexos é uma reacção que se caracteriza pela formação de complexos antigénio - anticorpo (imunocomplexos), os quais se depositam em tecidos ou entram na circulação sanguínea. Os imunocomplexos atraem mediadores da inflamação, o que 17
  • 18. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º determina lesões localizadas em certos órgãos ou espalhadas por todo o corpo. Tipo IV ou Celular é uma reacção mediada por linfócitos e seus produtos, as linfocinas, libertadas mediante o contacto com o antigénio, cujo exemplo típico é a reacção tuberculínica, encontrando-se este mecanismo também na rejeição de transplantes e nas chamadas dermatites de contacto. As doenças alérgicas mais frequentes desencadeadas por estas reacções são: Edema de Quincke. (Fig.7) A principal complicação relacionada com o edema de Quincke é a respiratória, que surge bruscamente e se caracteriza por um inchaço considerável (edema) na pele, cara e mucosas da boca e garganta. O risco de 7. Edema de quincke asfixia é elevado devido ao inchaço da glote, sendo, portanto, o tratamento muitíssimo urgente. Eczema. Surge quando há uma inflamação na pele que provoca prurido (comichão). Nem todos os eczemas são de origem alérgica, mas nesta situação destacam-se três variantes: · . Eczema do lactente. (Fig. 3) Manifesta-se entre o 3º e o 4º mês de vida, e normalmente cura-se de forma espontânea. É, muitas vezes, hereditário. 8. Eczema do lactente . Eczema constitucional. É um tipo crónico de eczema que se pode formar na infância ou mesmo na idade adulta, estando ligado a uma alergia semitardia. Também pode ter origem hereditária. 18
  • 19. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º · Eczema de contacto. (Fig.4) Tem origem num alergénio fixo à pele ou a uma mucosa. De início, encontra-se localizado. Todavia, tem tendência a alastrar. Urticária. É uma erupção cutânea súbita. Apesar de poder ser confundida com o eczema, o prurido é fácil de discernir (sensação de dor aguda, semelhante à picada de urtiga, daí o nome). Asma. Divide-se em dois tipos: asma atópica e não atópica: · Asma atópica – Imunologicamente, é uma hipersensibilidade semitardia a anticorpos circulantes, manifestando-se após a fixação de um determinado alergénio no chamado órgão – alvo, ou seja, no tecido que recebe o alergénio (preferencialmente a mucosa brônquica). · Asma não atópica – Surge em indivíduos de idade mais avançada e pode não ter a alergia como causa inicial. Quando intervém a alergia o fenómeno imunitário é uma hipersensibilidade tecidular 19
  • 20. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 3.2 Doenças auto – imunes As doenças auto – imunes resultam de uma reacção de hipersensibilidade do sistema imunitário contra antigénios próprios. Cada indivíduo possui antigénios no seu organismo. Os linfócitos que se formam no indivíduo têm, normalmente, tolerância para com estes antigénios. Quando os linfócitos que se formam não possuem essa tolerância para com o próprio (self) são eliminados ou ficam inactivos. O timo, órgão linfóide principal e local onde são formados os linfócitos T, serve de crivo, só deixando passar os linfócitos com pouca ou sem afinidade para a self. O mesmo acontece na medula óssea vermelha onde são formados os linfócitos B. Diversas causas podem, contudo, romper com esta tolerância, ficando o organismo a produzir anticorpos e linfócitos sensibilizados contra alguns dos seus próprios tecidos, provocando a lesão e alteração das funções dessas células. Existem vários tipos de doenças auto – imunes, cujos sintomas se relacionam com o tipo de tecido que é atacado e destruído pelo sistema imunitário do próprio organismo. 20
  • 21. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º São exemplos de doenças auto – imunes: Esclerose múltipla. Surge quando os linfócitos T destroem a bainha de mielina dos neurónios. (Fig.9) Assim, o axónio fica descoberto, perturbando a propagação do impulso saltatório, que 9. Perturbações no impulso nervoso nas pessoas saudáveis se dá entre os Nódulos de Ranvier, causando grandes alterações na transmissão do impulso nervoso. Os sintomas incluem vários transtornos neurológicos Artrite reumatóide. (Fig.10) É uma doença que provoca a destruição da cartilagem articular pelo sistema imunitário, o que causa deformações das articulações. Os pés e as mãos são as 10. Artrite reumatóide zonas mais afectadas. Lúpus. As pessoas que apresentam esta doença desenvolvem anticorpos que reagem contra as suas próprias células normais, podendo, consequentemente, afectar a pele, as articulações, rins e outros órgãos. Diabetes insulinodependentes. (Fig.11) As pessoas que são afectadas com esta doença manifestam anticorpos que destroem as células das ilhotas de Langerhans, na 11. Ilhotas de Langerhans 1 21
  • 22. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º superfície do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Psoriase. (Fig. 12) É uma doença incurável, crónica e hiperproliferativa da pele, de etiologia desconhecida. Manifesta- se com a inflamação nas células da pele, chamadas queratonócitos, provocando o 12. Psoríase aumento exagerado da sua produção, que se acumula na superfície formando placas avermelhadas de escamação esbranquiçadas ou prateadas. O sistema de defesa local, formado pelo linfócitos T, é activado como se a região cutânea tivesse sido agredida. Em consequência, libertam substâncias mediadoras da inflamação, chamadas citocinas que aceleram o ritmo de proliferação das células da pele. Tiróidite de Hashimoto é a forma mais comum das tiróidites, onde os anticorpos do indivíduo lutam contra as células da tiróide. Em muitos casos, a tiróidite de Hashimoto resulta em hipotireoidismo, podendo, na sua fase mais avançada, causar hipertireoidismo. Fisiologicamente, os anticorpos causam uma destruição gradual dos folículos da tiróide. A doença pode ser detectada clinicamente por análises sanguíneas, procurando a presença desses anticorpos no sangue. Miastenia Gravis é uma doença crónica que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários. A fraqueza é causada por um defeito na transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos. Esta transmissão é normalmente feita por uma substância, a acetilcolina, na 22
  • 23. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º junção neuromuscular, provocando uma contracção do músculo. Na Miastenia Gravis, o número de receptores da acetilcolina ou sítios nos quais a substância pode ser recebida encontram-se reduzidos, uma vez que há um ataque dos receptores da acetilcolina, por anticorpos, produzidos pelo sistema imunitário do próprio indivíduo. Vasculite é uma inflamação do vaso sanguíneo que provoca, geralmente, danos no revestimento dos vasos: estreitamento ou obstrução, limitando ou interrompendo o fluxo sanguíneo. Os tecidos abastecidos pelos vasos afectados ficam igualmente danificados ou destruídos por isquemia (falta de abastecimento sanguíneo e, consequentemente, de oxigénio). Síndrome de Sjögren ou síndrome de Goujerot-Sjögren é uma desordem auto--imune em que as células imunitárias atacam e destroem os ductos das glândulas lacrimais e salivares. Vitiligo ou leucoderma (Fig.13) é a perda da pigmentação da pele, devido ao ataque auto-imune sistema imunitário do indivíduo aos melanócitos. O vitiligo, geralmente, começa na fase adulta com manchas 13. Vitiligo de pele despigmentada aparecendo nas extremidades. As manchas podem crescer ou permanecer com tamanho constante. Ocasionalmente, pequenas áreas podem repigmentar quando forem recolonizadas por melanócitos. 23
  • 24. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 3.3 Imunodeficiência As doenças devidas à imunodeficiência apresentam uma falha nas defesas do organismo que têm como objectivo combater as infecções e os tumores. O resultado desta imunodeficiência é o aparecimento recorrente ou a persistência de infecções, causadas por organismos que, em circunstâncias normais, não as causariam, fraca resposta em relação ao tratamento habitualmente eficaz, recuperação incompleta da doença e uma susceptibilidade invulgar a certas formas de cancro. Imunodeficiência congénita, hereditária ou inata O sistema imunitário está dividido, de um modo geral, em dois tipos de defesas: as defesas não específicas e as defesas específicas. As defesas não específicas, geralmente, impedem a entrada de agentes patogénicos ou destroem-nos quando eles, por qualquer motivo, penetram no organismo do indivíduo. As defesas específicas são constituídas, essencialmente, por dois tipos de imunidade: a imunidade humoral – produção de anticorpos ou imunoglobulinas pelos linfócitos – e a imunidade celular – baseia- se na actividade dos linfócitos T. Quando existe uma deficiência num destes tipos de imunidade, o indivíduo é imunodeficiente. Se a deficiência figura no sistema de imunidade humoral – falta de linfócitos B – o indivíduo está mais susceptível a infecções extra celulares. Caso a deficiência se encontre no sistema de imunidade celular – falta de linfócitos T – há uma maior sensibilidade a agentes infecciosos intracelulares, vírus e cancros. A imunodeficiência mais grave caracteriza-se pela ausência de linfócitos B e T. 24
  • 25. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º Os indivíduos com esta deficiência ficam extremamente vulneráveis e apenas sobrevivem em ambientes completamente estéreis. O transplante de medula óssea ou terapia génica são eficazes no tratamento destas deficiências. Imunodeficiência adquirida A imunodeficiência adquirida pode resultar de processos de doença ou de supressão ou diminuição da actividade do sistema imunitário por acção de certos medicamentos. A imunodeficiência adquirida pode resultar de uma má nutrição grave, em especial a proteica, de muitos tipos de cancro e da infecção pelo VIH (vírus da imunodeficiência humana), que pode levar à SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida). A supressão deliberada do sistema imunitário por meio de imunosupressores e corticosóides é efectuada como parte do tratamento de doenças auto – imunes e após transplantes, para minimizar o risco de rejeição de órgãos. Imunodeficiência adquirida - SIDA (Fig.14) A SIDA é causada pelo vírus da Imunodeficiência humana, VIH. O material genético do VIH é composto por uma cadeia simples de RNA viral, que pode infectar várias células, sobretudo os linfócitos T. No interior da célula hospedeira, o RNA 14. HIV viral é transcrito para DNA pela transcriptase reversa e esse DNA é integrado no genoma. Quando activo, o DNA viral dirige a produção da célula hospedeira que causa a destruição da célula hospedeira e infecta novas células. A diminuição progressiva do número de linfócitos T deixa o organismo muito susceptível a doenças “oportunistas” e a cancros. 25
  • 26. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º Um indivíduo infectado pelo HIV reage à sua presença produzindo anticorpos – é seropositivo. Os vírus que se encontram no interior de células infectadas escapam à acção dos anticorpos. Um indivíduo seropositivo, mesmo sem sintomas clínicos, pode transmitir o HIV. Não há cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão pode ser retardada por drogas inibidoras da transcriptase reversa, entre outras. Imunodeficiência nas pessoas de idade Em consequência da idade, ocorre também um certo grau de imunodeficiência. Por exemplo, o timo, que desempenha um papel importante na produção dos linfócitos T, atinge o seu maior volume na puberdade. Seguidamente, vai diminuindo de tamanho, provocando um declínio no número e actividade dos linfócitos T. Há também um declínio do número dos linfócitos B. 26
  • 27. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 4.Conclusão Podemos assim concluir que: A resposta imunitária específica baseia-se na actuação dos linfócitos que actuam de forma directa ou desencadeiam outros mecanismos do sistema imunitário que respondem contra agentes patogénicos específicos. Os linfócitos B são responsáveis pela imunidade humoral. Ao diferenciarem-se em plasmócitos, são capazes de produzir anticorpos, também chamados imunoglobulinas. Os linfócitos T são responsáveis pela imunidade mediada por células. Alguns destes linfócitos actuam directametne contra os agentes patogénicos, enquanto outros estimulam outras células do sistema imunitário a responder (nomeadamente, os linfócitos B). Quer os linfócitos B, quer os linfócitos T, após o contacto com o antigénio, originam células-memória. Se o organismo voltar a estar em contacto com o antigénio, as células-memória desencadeiam uma resposta imunitária secundária muito mais rápida e eficaz do que aquela que é produzida no primeiro contacto. O sistema imunitário realiza uma acção de vigilância que permite eliminar células cancerosas e que, em caso de transfusões sanguíneas, enxertos de tecidos ou transplante de órgãos, pode conduzir à sua rejeição. A imunização pode ser feita de forma artificial por vacinação (imunidade activa) ou através da administração de anticorpos (imunidade passiva). O sistema imunitário está sujeito a disfunções destacando-se: a hipersensibilidade traduzida por alergias, o desenvolvimento de doenças auto-imunes e as imunodeficiências (inatas ou adquiridas). 27
  • 28. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 5. Bibliografia Manuais consultados: MATIAS, Osório; MARTINS, Pedro (2008) Biologia 12. Areal Editores. Artigos em páginas Web: http://www.slideshare.net/designare/sistema-imunitrio - 10/12/2009 http://spozs.blogspot.com/2006_02_01_archive.html - 10/12/2009 http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imunit%C3%A1rio – 10/12/2009 http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologi a/12doencasdesiqsistimun.htm - 11/12/2009 http://biologia12.wordpress.com/ - 11/12/2009 http://pwp.netcabo.pt/sistema.imune/sistema_imunitario.htm - 13/12/2009 http://www.malhatlantica.pt/esmmbiologia/documentos/defesaesp.ht m -16/12/2009 28
  • 29. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 6.Anexos Vacinas Em 1796, o médico inglês Edward Jenner (nascido em Berkeley, Gloucestershire) foi o primeiro a inocular com sucesso, uma criança com o vírus da varíola, a fim de produzir imunidade contra a doença. Jenner verificara que os indivíduos que lidavam com gado e contraíam o vírus da varíola bovina nunca contraíam varíola. Na altura, era grande a mortalidade devido a esta doença e a descoberta de que a inoculação com o vírus da varíola bovina fornecia imunidade foi um passo importante da Medicina. O método utilizado consistiu na aplicação de um agente infeccioso na superfície de uma pele previamente raspada. Ainda hoje é usado na vacina da varíola. Edward Jenner publicou, em 1798, as suas descobertas sobre a criança que, inoculada com o vírus da varíola bovina, nunca contraiu a doença. Sugeriu o termo “vacinação”, a partir da palavra latina para o vírus da varíola bovina, vaccinia. Em 1788, durante uma epidemia de varíola que varreu Gloucestershire efectuaram-se inoculações com a vacina viva, obtida de um indivíduo com uma forma ligeira da doença. Este método havia sido trazido da Turquia para Inglaterra, em 1721, pelas mãos de Lady Mary Wortley Montagu e trouxe fama ao fisiologista holandês Jan Ingenhousz, mas, em contrapartida, podia ser fatal. Foi durante esta epidemia que Jenner fez as suas primeiras observações. Hoje... São denominados por vacinas os preparados de agentes patogénicos modificados (vírus ou bactérias) que são introduzidos no corpo (humano ou animal) por via oral ou injectada, visando induzir a reacção específica de anticorpo que produz a imunidade contra uma determinada doença. As reacções adversas poderão incluir situações como irritação no local de injecção, febre, artralgias (nevralgias articulares), reacções alérgicas, astenia, sensação de mal estar, vómitos, situações febris, 29
  • 30. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º entre outras. A posologia a administrar aos adultos é geralmente diversa da das crianças. As vacinas contra o tétano, a gripe ou meningococos são exemplos de vacinas simples. Existem também vacinas combinadas, como, por exemplo, a vacina contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa e vacina contra o sarampo, parotidite e rubéola. Tal como salienta o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (INFARMED), “A vacinação constitui um método eficaz de combate à doença infecciosa. Directamente, porque previne a infecção na pessoa vacinada; indirectamente, porque reduz a disseminação do agente infeccioso.” 30
  • 31. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 31
  • 32. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º 32
  • 33. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º Entrevisa a Sara Costa que tem a doença auto-imune da diabetes insulino-dependete Sara Costa: “Como descobri muito nova, sempre me habituei a viver com a doença...” Entrevista a Sara Próspero dos Santos Lory Costa, que possui uma doença auto-imune, Diabetes Insulinodependente. Artem e Carla: Com que idade descobriste que possuías a doença? Sara Costa: Com seis anos. Comecei a emagrecer significativamente, consumir muita água e frequentar mais vezes do que o normal a casa de banho. A persistência destes sintomas, levou os meus pais a consultar um médico. Artem e Carla: Como lidaste com a situação depois de saberes que tinhas a doença? Sara Costa: Como descobri muito nova, sempre me habituei a viver com esta doença, por isso não tive nenhum choque psicológico que, por vezes, têm as pessoas mais velhas quando tomam o conhecimento da doença que possuem. Artem e Carla: Quantas vezes é necessário injectar insulina e verificar as quantidades de açúcar no sangue? Sara Costa: As verificações e as injecções são feitas sempre que como (ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar) ou nos casos de hipoglicémia. Artem e Carla: Que cuidados é que tomas em relação à tua alimentação? Sara Costa: Tal como as outras pessoas que querem possuir uma alimentação saudável. Tento não comer muito o fast - food, não exagerar nas gorduras saturadas, nem nos doces, etc. Para além disso, tenho de controlar as quantidades de hidratos de carbono, ou 33
  • 34. Escola Secundária de Marco de Canaveses 12º seja, as porções ingeridas, para depois compensar de modo adequado. Artem e Carla: De quanto em quanto tempo é que frequentas a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP)? Sara Costa: Normalmente, tenho consultas de 3 em 3 meses, mas agora, com a bomba, como ainda estou numa fase de experiência e adaptação, passo por lá todas as semanas, por vezes mais do que uma vez. Artem e Carla: Acabaste de mencionar que colocaste uma bomba. Essa é a bomba de insulina que colocaste há pouco tempo. Podes explicar-nos um pouco como funciona? Sara Costa: Sim, é essa mesma. Esta bomba funciona apenas com um tipo da insulina, a Humalog, que está sempre a correr para o organismo – esta é chamada insulina lenta ou basal. À refeição ou quando me apercebo de que a insulina não é suficiente posso injectar “bolus de insulina” para a baixar a glicemia - esta já é a insulina rápida, uma vez que tem um efeito imediato. Artem e Carla: Depois da colocação, usufruíste de maior comodidade em relação ao controlo das injecções? Sara Costa: Sim, sem dúvida. Agora já não tenho que andar sempre com as canetas de insulina atrás (já não tenho que estar sempre preocupada com isso), nem há aquele incomodo de ter que me injectar em locais públicos – agora basta carregar nos botões e a bomba administra a insulina. 34