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CONFLITOS CONTEMPORÂNEOS
    NO ORIENTE MÉDIO
Origens do Conflito
•   Por volta do século IX, comunidades judaicas foram restabelecidas em Jerusalém e
    Tibérias. No século XI, a população judaica crescia nas cidades de Rafah, Gaza,
    Ashkelon, Jaffa e Caesarea. Durante o século XII, muitos judeus que viviam na Terra
    Prometida foram massacrados pelas Cruzadas, mas nos séculos seguintes, a
    imigração para a Terra de Israel continuou. Mais comunidades religiosas judaicas
    estavam se fixando em Jerusalém e em outras cidades.
•   Um dos pontos fundamentais da fé judaica é que todo o povo será liderado de
    volta à Terra de Israel e que o Templo Sagrado será restabelecido. Muitos judeus
    acreditam que o Messias, que será enviado por Deus, irá liderar o retorno de todo
    o povo judeu à Terra de Israel.
•   Contudo, muitos judeus acreditavam que eles próprios deveriam iniciar seu
    retorno à sua terra histórica. A idéia de estabelecer um estado judeu moderno
    começou a ganhar grande popularidade no século XIX na Europa. Um jornalista
    austríaco chamado Theodor Herzl levou adiante a idéia do sionismo, definido
    como o movimento nacional de libertação do povo judeu. O sionismo afirma que o
    povo judeu tem direito ao seu próprio estado, soberano e independente.
•   No final do século XIX, o aparecimento do anti-semitismo, o preconceito e ódio
    contra judeus, levaram ao surgimento de pogroms (massacres organizados de
    judeus) na Rússia e na Europa Oriental. Esta violência notória contra judeus
    europeus ocasionou imigrações maciças para a Terra de Israel. Em 1914, o número
    de imigrantes vindos da Rússia para a Terra de Israel já alcançava os 100.000.
    Simultaneamente, muitos judeus vindos do Iêmen, Marrocos, Iraque e Turquia
    imigraram para a Terra de Israel. Quando os judeus começaram, em 1882, a
    imigrar para seu antigo território em grande escala, viviam por lá menos de
    250.000 árabes.
REIVINDICAÇOES DO POVO JUDEU
• O povo judeu baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em
  diversos fatores:
• 1. A Terra de Israel foi prometida por Deus aos judeus. Esta é a
  antiga terra dos patriarcas e profetas bíblicos.
• 2. Desde que os judeus foram exilados pelos romanos, a Terra de
  Israel nunca foi estabelecida como um estado.
• 3. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas em 1947. É um
  estado democrático, moderno e soberano.
• 4. Toda a Terra de Israel foi comprada pelos judeus ou conquistada
  por Israel em guerras de defesa, após o país ter sido atacado por
  seus vizinhos árabes.
• 5. Os árabes controlam 99.9% do território no Oriente Médio. Israel
  representa apenas um décimo de 1 % da região.
• 6. A história demonstrou que a segurança do povo judeu apenas
  pode ser garantida através da existência de um estado judeu forte e
  soberano.
• Em 1921, o Secretário Colonial Winston Churchill separou
  quase quatro-quintos da Palestina – aproximadamente 35.000
  milhas quadradas - para criar um emirado árabe, a
  Transjordânia, conhecida hoje como Jordânia. Este país, que é
  uma monarquia árabe, é em sua maioria composto por
  palestinos que hoje representam aproximadamente 70% da
  população.
• Em 1939, os britânicos anunciaram o White Paper (Carta
  Branca), um documento relatando que um estado árabe
  independente e não dividido seria estabelecido na Terra de
  Israel (chamada de Palestina) dentro de 10 anos. O
  nacionalismo árabe cresceu com a promessa de um estado
  forte. Mas, como discutiremos futuramente, os britânicos não
  foram capazes de manter sua promessa aos árabes. Em vez
  disso, em 1947, as Nações Unidas decidiram dividir a Terra de
  Israel em dois estados: um judeu e outro árabe. Em 1948, foi
  estabelecido o estado de Israel. Quando seus vizinhos árabes
  atacaram o novo estado judeu, teve início a primeira guerra
  árabe-israelense. Durante o estabelecimento do estado de
  Israel e durante a primeira guerra entre árabes e israelenses,
  mais da metade dos árabes que viviam na Terra de Israel
  fugiram, dando início ao problema ainda hoje vigente de
  refugiados palestinos, que discutiremos nos próximos artigos.
REIVIDICAÇÕES DO POVO PALESTINO
• O povo palestino baseia suas reivindicações pela Terra de
  Israel em diversos fatores:
• 1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos
  anos.
• 2. O povo palestino tem o direito à independência
  nacional e à soberania sobre a terra onde viveram.
• 3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião
  muçulmana, local de elevação do profeta Maomé aos
  Céus.
• 4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras
  religiões ou nacionalidades não pertencem à região.
• 5. Todos os territórios árabes que foram colonizados
  tornaram-se estados completamente independentes,
  exceto a Palestina.
• 6. Os palestinos tornaram-se refugiados.
•
                      GUERRA dos ocidentais (principalmente
    Com o objetivo de garantir o acesso
                                        DE SUEZ
  franceses e ingleses) ao comércio oriental, antes realizado pelo contorno do
  sul da África. O controle das operações realizadas no canal ficou sob o
  domínio inglês e continuou mesmo após a independência do Egito. No
  entanto, em 1952, um Golpe de Estado realizado pelo revolucionário Gamal
  Abdel Nasser pôs fim ao regime monárquico do rei Faruk. A liderança de
  Nasser no governo egípcio revelou uma política de caráter nacionalista,
  buscando a modernização do Estado por meio da reforma agrária, do
  desenvolvimento da indústria e de uma melhor distribuição de renda. A luta
  contra o Estado de Israel, entretanto, não deixou de ser alimentada.
• Numa atitude de combate ao colonialismo anglo-francês, Abdel Nasser
  nacionalizou o Canal de Suez e proibiu a navegação de navios israelenses no
  local. A medida causou um grande impacto na Inglaterra, França e Israel
  que, então, iniciaram uma guerra contra o Egito. No desenrolar do conflito,
  os egípcios foram derrotados, mas os Estados Unidos e a União Soviética
  interferiram, obrigando os três países a retirarem-se dos territórios
  ocupados. Ao final, o Canal de Suez voltava, definitivamente, para o Egito,
  mas com o direito de navegação estendido a qualquer país.
• A Guerra de Suez revelou uma nova referência para o contexto político da
  região: a cumplicidade de Israel com as potências imperialistas ocidentais.
  Tal constatação acentuou a ruptura entre árabes e judeus, abrindo
  precedentes para novos conflitos.
INTIFADA
• Como Arafat insistia em negociar uma solução para a Questão
  Palestina, houve uma dissidência dentro da Organização para a
  Libertação da Palestina e, em maio de 1983, as forças leais a Arafat
  começaram a enfrentar rebeldes chefiados por Abu Mussa.
• Arafat, por sua vez, firmou novas alianças com o presidente do
  Egito, Hosni Mubarak, e com o Rei Hussein, da Jordânia, e se
  reelegeu presidente da OLP no ano seguinte.Em 1985, Yasser e
  Hussein fizeram uma oferta de paz a Israel, em troca de sua
  retirada dos territórios ocupados. Os judeus, além de rejeitarem a
  proposta, mantiveram o exército naquelas regiões.
• Em 1987 explodiu uma rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi
  o atropelamento e morte de quatro palestinos por um caminhão
  do exército israelense. Adolescentes, munidos de paus e pedras,
  enfrentaram, nas ruas, os soldados israelenses e o levante se
  alastrou. A repressão israelense foi brutal. Os soldados combatiam
  os paus e pedras com bombas de gás, tanques e balas de
  borracha.
GUERRA DO LÍBANO
• O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa
  de poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas
  (muçulmanos que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos
  representantes do Islã, são mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos
  ortodoxos. O poder, no Líbano, era estratificado. Os cargos de chefia eram
  ocupados pelos cristãos maronitas, o primeiro ministro era sunita e os cargos
  inferiores ficavam com os drusos, xiitas e ortodoxos. No entanto, os sucessivos
  conflitos na Palestina fizeram com que um grande número de palestinos se
  refugiasse no Líbano, descontrolando o modelo de poder adotado, já que os
  muçulmanos passaram a constituir a maioria no Líbano. A Síria rompeu sua aliança
  com a OLP e resolveu intervir no conflito ao lado dos cristãos maronitas. Durante a
  ocupação israelense aconteceram os massacres de Sabra e Chatila. Foi com o apoio
  norte-americano que o cristão maronita Amin Gemayel chegou ao poder em 1982.
• Revoltados com a presença das tropas norte-americanas na região, o quartel-
  general da Marinha americana foi atacado em outubro de 1983 e causou a morte
  de 241 fuzileiros. O atentado e a pressão internacional fizeram com que os Estados
  Unidos retirassem suas tropas do Líbano em fevereiro de 1984. As tropas
  israelenses também foram retiradas do Líbano, o que enfraqueceu os cristãos.
• Os drusos se aproveitaram desta situação, dominaram a região do Chuf, a leste de
  Beirute, e expulsaram as comunidades maronitas entre 1984 e 1985. De outro lado,
  o sírio Hafez Assad e seus partidários libaneses detonaram uma onda de atentados
  a bairros cristãos e tentavam assassinar os auxiliares do presidente Amin Gemayel,
  que resistiu e permaneceu no poder até 1988.
• Desde então, o Líbano está tentando reconstruir sua economia e suas cidades. O
  país é tutelado pela Síria.
CONFLITO IRÃ IRAQUE
• Começa em setembro de 1980 com a invasão do Irã e a destruição
  de Khorramshar, onde fica a refinaria de Abadã, por tropas
  iraquianas. O pretexto é o repúdio, pelo governo iraquiano, ao
  Acordo de Argel (1975), que define os limites dos dois países no
  Chatt-el-Arab, canal de acesso do Iraque ao golfo Pérsico.
• O Iraque quer soberania completa sobre o canal e teme que o Irã
  sob Khomeini tente bloquear o transporte do petróleo iraquiano
  ao golfo Pérsico pelo canal. Khomeini havia sido expulso do Iraque
  em 1978, a pedido do xá Reza Pahlevi, e o presidente iraquiano,
  Saddam Hussein, dera apoio aos movimentos contra-
  revolucionários de Baktiar e do general Oveissi.
• O novo regime iraniano apóia o separatismo dos curdos no norte
  do Iraque e convoca os xiitas iraquianos a rebelarem-se contra o
  governo sunita de Saddam. O Irã bloqueia o porto de Basra e
  ocupa a ilha de Majnun, no pântano de Hoelza, onde estão os
  principais poços petrolíferos do Iraque. Este bombardeia navios
  petroleiros no golfo, usa armas químicas proibidas e ataca alvos
  civis. Há pouco avanço nas frentes de luta, mas o conflito deixa 1
  milhão de mortos ao terminar em 1988.
•
                         GUERRA entre o Kuwait e o Iraque de 2 de agosto de
    Conflito militar ocorrido inicialmente
                                           DO GOLFO
  1990 a 27 de fevereiro de 1991, que acaba por envolver outros países. A crise
  começa quando o Iraque, liderado pelo presidente Saddam Hussein (1937-), invade
  o Kuwait. Como pretexto, o líder iraquiano acusa o Kuwait de provocar a baixa no
  preço do petróleo ao vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos
  Países Exportadores de Petróleo (Opep). Hussein exige que o Kuwait perdoe a
  dívida de US$ 10 bilhões contraída pelo Iraque durante a guerra com o Irã (1980) e
  também cobra indenização de US$ 2,4 bilhões, alegando que os kuweitianos
  extraíram petróleo de campos iraquianos na região fronteiriça de Rumaila. Estão
  ainda em jogo antigas questões de limites, como o controle dos portos de Bubiyan
  e Uarba, que dariam ao Iraque novo acesso ao Golfo Pérsico.
• A invasão acontece apesar das tentativas de mediação da Arábia Saudita, do Egito e
  da Liga Árabe. As reações internacionais são imediatas. O Kuwait é grande produtor
  de petróleo e país estratégico para as economias industrializadas na região. Em 6
  de agosto, a ONU impõe um boicote econômico ao Iraque. No dia 28, Hussein
  proclama a anexação do Kuwait como sua 19ª província. Aumenta a pressão norte-
  americana para a ONU autorizar o uso de força. Hussein tenta em vão unir os
  árabes em torno de sua causa ao vincular a retirada de tropas do Kuwait à criação
  de um Estado palestino. A Arábia Saudita torna-se base temporária para as forças
  dos EUA, do Reino Unido, da França, do Egito, da Síria e de países que formam a
  coalizão anti-Hussein. Fracassam as tentativas de solução diplomática, e, em 29 de
  novembro, a ONU autoriza o ataque contra o Iraque, caso seu Exército não se retire
  do Kuwait até 15 de janeiro de 1991. Em 16 de janeiro, as forças coligadas de 28
  países liderados pelos EUA dão início ao bombardeio aéreo de Bagdá, que se rende
  em 27 de fevereiro. Como parte do acordo de cessar-fogo, o Iraque permite a
  inspeção de suas instalações nucleares.
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  • 1. CONFLITOS CONTEMPORÂNEOS NO ORIENTE MÉDIO
  • 2. Origens do Conflito • Por volta do século IX, comunidades judaicas foram restabelecidas em Jerusalém e Tibérias. No século XI, a população judaica crescia nas cidades de Rafah, Gaza, Ashkelon, Jaffa e Caesarea. Durante o século XII, muitos judeus que viviam na Terra Prometida foram massacrados pelas Cruzadas, mas nos séculos seguintes, a imigração para a Terra de Israel continuou. Mais comunidades religiosas judaicas estavam se fixando em Jerusalém e em outras cidades. • Um dos pontos fundamentais da fé judaica é que todo o povo será liderado de volta à Terra de Israel e que o Templo Sagrado será restabelecido. Muitos judeus acreditam que o Messias, que será enviado por Deus, irá liderar o retorno de todo o povo judeu à Terra de Israel. • Contudo, muitos judeus acreditavam que eles próprios deveriam iniciar seu retorno à sua terra histórica. A idéia de estabelecer um estado judeu moderno começou a ganhar grande popularidade no século XIX na Europa. Um jornalista austríaco chamado Theodor Herzl levou adiante a idéia do sionismo, definido como o movimento nacional de libertação do povo judeu. O sionismo afirma que o povo judeu tem direito ao seu próprio estado, soberano e independente. • No final do século XIX, o aparecimento do anti-semitismo, o preconceito e ódio contra judeus, levaram ao surgimento de pogroms (massacres organizados de judeus) na Rússia e na Europa Oriental. Esta violência notória contra judeus europeus ocasionou imigrações maciças para a Terra de Israel. Em 1914, o número de imigrantes vindos da Rússia para a Terra de Israel já alcançava os 100.000. Simultaneamente, muitos judeus vindos do Iêmen, Marrocos, Iraque e Turquia imigraram para a Terra de Israel. Quando os judeus começaram, em 1882, a imigrar para seu antigo território em grande escala, viviam por lá menos de 250.000 árabes.
  • 3. REIVINDICAÇOES DO POVO JUDEU • O povo judeu baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em diversos fatores: • 1. A Terra de Israel foi prometida por Deus aos judeus. Esta é a antiga terra dos patriarcas e profetas bíblicos. • 2. Desde que os judeus foram exilados pelos romanos, a Terra de Israel nunca foi estabelecida como um estado. • 3. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas em 1947. É um estado democrático, moderno e soberano. • 4. Toda a Terra de Israel foi comprada pelos judeus ou conquistada por Israel em guerras de defesa, após o país ter sido atacado por seus vizinhos árabes. • 5. Os árabes controlam 99.9% do território no Oriente Médio. Israel representa apenas um décimo de 1 % da região. • 6. A história demonstrou que a segurança do povo judeu apenas pode ser garantida através da existência de um estado judeu forte e soberano.
  • 4.
  • 5. • Em 1921, o Secretário Colonial Winston Churchill separou quase quatro-quintos da Palestina – aproximadamente 35.000 milhas quadradas - para criar um emirado árabe, a Transjordânia, conhecida hoje como Jordânia. Este país, que é uma monarquia árabe, é em sua maioria composto por palestinos que hoje representam aproximadamente 70% da população. • Em 1939, os britânicos anunciaram o White Paper (Carta Branca), um documento relatando que um estado árabe independente e não dividido seria estabelecido na Terra de Israel (chamada de Palestina) dentro de 10 anos. O nacionalismo árabe cresceu com a promessa de um estado forte. Mas, como discutiremos futuramente, os britânicos não foram capazes de manter sua promessa aos árabes. Em vez disso, em 1947, as Nações Unidas decidiram dividir a Terra de Israel em dois estados: um judeu e outro árabe. Em 1948, foi estabelecido o estado de Israel. Quando seus vizinhos árabes atacaram o novo estado judeu, teve início a primeira guerra árabe-israelense. Durante o estabelecimento do estado de Israel e durante a primeira guerra entre árabes e israelenses, mais da metade dos árabes que viviam na Terra de Israel fugiram, dando início ao problema ainda hoje vigente de refugiados palestinos, que discutiremos nos próximos artigos.
  • 6. REIVIDICAÇÕES DO POVO PALESTINO • O povo palestino baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em diversos fatores: • 1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos anos. • 2. O povo palestino tem o direito à independência nacional e à soberania sobre a terra onde viveram. • 3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião muçulmana, local de elevação do profeta Maomé aos Céus. • 4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras religiões ou nacionalidades não pertencem à região. • 5. Todos os territórios árabes que foram colonizados tornaram-se estados completamente independentes, exceto a Palestina. • 6. Os palestinos tornaram-se refugiados.
  • 7.
  • 8.
  • 9. GUERRA dos ocidentais (principalmente Com o objetivo de garantir o acesso DE SUEZ franceses e ingleses) ao comércio oriental, antes realizado pelo contorno do sul da África. O controle das operações realizadas no canal ficou sob o domínio inglês e continuou mesmo após a independência do Egito. No entanto, em 1952, um Golpe de Estado realizado pelo revolucionário Gamal Abdel Nasser pôs fim ao regime monárquico do rei Faruk. A liderança de Nasser no governo egípcio revelou uma política de caráter nacionalista, buscando a modernização do Estado por meio da reforma agrária, do desenvolvimento da indústria e de uma melhor distribuição de renda. A luta contra o Estado de Israel, entretanto, não deixou de ser alimentada. • Numa atitude de combate ao colonialismo anglo-francês, Abdel Nasser nacionalizou o Canal de Suez e proibiu a navegação de navios israelenses no local. A medida causou um grande impacto na Inglaterra, França e Israel que, então, iniciaram uma guerra contra o Egito. No desenrolar do conflito, os egípcios foram derrotados, mas os Estados Unidos e a União Soviética interferiram, obrigando os três países a retirarem-se dos territórios ocupados. Ao final, o Canal de Suez voltava, definitivamente, para o Egito, mas com o direito de navegação estendido a qualquer país. • A Guerra de Suez revelou uma nova referência para o contexto político da região: a cumplicidade de Israel com as potências imperialistas ocidentais. Tal constatação acentuou a ruptura entre árabes e judeus, abrindo precedentes para novos conflitos.
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  • 11. INTIFADA • Como Arafat insistia em negociar uma solução para a Questão Palestina, houve uma dissidência dentro da Organização para a Libertação da Palestina e, em maio de 1983, as forças leais a Arafat começaram a enfrentar rebeldes chefiados por Abu Mussa. • Arafat, por sua vez, firmou novas alianças com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e com o Rei Hussein, da Jordânia, e se reelegeu presidente da OLP no ano seguinte.Em 1985, Yasser e Hussein fizeram uma oferta de paz a Israel, em troca de sua retirada dos territórios ocupados. Os judeus, além de rejeitarem a proposta, mantiveram o exército naquelas regiões. • Em 1987 explodiu uma rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento e morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense. Adolescentes, munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados israelenses e o levante se alastrou. A repressão israelense foi brutal. Os soldados combatiam os paus e pedras com bombas de gás, tanques e balas de borracha.
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  • 13. GUERRA DO LÍBANO • O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa de poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas (muçulmanos que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos representantes do Islã, são mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos ortodoxos. O poder, no Líbano, era estratificado. Os cargos de chefia eram ocupados pelos cristãos maronitas, o primeiro ministro era sunita e os cargos inferiores ficavam com os drusos, xiitas e ortodoxos. No entanto, os sucessivos conflitos na Palestina fizeram com que um grande número de palestinos se refugiasse no Líbano, descontrolando o modelo de poder adotado, já que os muçulmanos passaram a constituir a maioria no Líbano. A Síria rompeu sua aliança com a OLP e resolveu intervir no conflito ao lado dos cristãos maronitas. Durante a ocupação israelense aconteceram os massacres de Sabra e Chatila. Foi com o apoio norte-americano que o cristão maronita Amin Gemayel chegou ao poder em 1982. • Revoltados com a presença das tropas norte-americanas na região, o quartel- general da Marinha americana foi atacado em outubro de 1983 e causou a morte de 241 fuzileiros. O atentado e a pressão internacional fizeram com que os Estados Unidos retirassem suas tropas do Líbano em fevereiro de 1984. As tropas israelenses também foram retiradas do Líbano, o que enfraqueceu os cristãos. • Os drusos se aproveitaram desta situação, dominaram a região do Chuf, a leste de Beirute, e expulsaram as comunidades maronitas entre 1984 e 1985. De outro lado, o sírio Hafez Assad e seus partidários libaneses detonaram uma onda de atentados a bairros cristãos e tentavam assassinar os auxiliares do presidente Amin Gemayel, que resistiu e permaneceu no poder até 1988. • Desde então, o Líbano está tentando reconstruir sua economia e suas cidades. O país é tutelado pela Síria.
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  • 16. CONFLITO IRÃ IRAQUE • Começa em setembro de 1980 com a invasão do Irã e a destruição de Khorramshar, onde fica a refinaria de Abadã, por tropas iraquianas. O pretexto é o repúdio, pelo governo iraquiano, ao Acordo de Argel (1975), que define os limites dos dois países no Chatt-el-Arab, canal de acesso do Iraque ao golfo Pérsico. • O Iraque quer soberania completa sobre o canal e teme que o Irã sob Khomeini tente bloquear o transporte do petróleo iraquiano ao golfo Pérsico pelo canal. Khomeini havia sido expulso do Iraque em 1978, a pedido do xá Reza Pahlevi, e o presidente iraquiano, Saddam Hussein, dera apoio aos movimentos contra- revolucionários de Baktiar e do general Oveissi. • O novo regime iraniano apóia o separatismo dos curdos no norte do Iraque e convoca os xiitas iraquianos a rebelarem-se contra o governo sunita de Saddam. O Irã bloqueia o porto de Basra e ocupa a ilha de Majnun, no pântano de Hoelza, onde estão os principais poços petrolíferos do Iraque. Este bombardeia navios petroleiros no golfo, usa armas químicas proibidas e ataca alvos civis. Há pouco avanço nas frentes de luta, mas o conflito deixa 1 milhão de mortos ao terminar em 1988.
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  • 18. GUERRA entre o Kuwait e o Iraque de 2 de agosto de Conflito militar ocorrido inicialmente DO GOLFO 1990 a 27 de fevereiro de 1991, que acaba por envolver outros países. A crise começa quando o Iraque, liderado pelo presidente Saddam Hussein (1937-), invade o Kuwait. Como pretexto, o líder iraquiano acusa o Kuwait de provocar a baixa no preço do petróleo ao vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Hussein exige que o Kuwait perdoe a dívida de US$ 10 bilhões contraída pelo Iraque durante a guerra com o Irã (1980) e também cobra indenização de US$ 2,4 bilhões, alegando que os kuweitianos extraíram petróleo de campos iraquianos na região fronteiriça de Rumaila. Estão ainda em jogo antigas questões de limites, como o controle dos portos de Bubiyan e Uarba, que dariam ao Iraque novo acesso ao Golfo Pérsico. • A invasão acontece apesar das tentativas de mediação da Arábia Saudita, do Egito e da Liga Árabe. As reações internacionais são imediatas. O Kuwait é grande produtor de petróleo e país estratégico para as economias industrializadas na região. Em 6 de agosto, a ONU impõe um boicote econômico ao Iraque. No dia 28, Hussein proclama a anexação do Kuwait como sua 19ª província. Aumenta a pressão norte- americana para a ONU autorizar o uso de força. Hussein tenta em vão unir os árabes em torno de sua causa ao vincular a retirada de tropas do Kuwait à criação de um Estado palestino. A Arábia Saudita torna-se base temporária para as forças dos EUA, do Reino Unido, da França, do Egito, da Síria e de países que formam a coalizão anti-Hussein. Fracassam as tentativas de solução diplomática, e, em 29 de novembro, a ONU autoriza o ataque contra o Iraque, caso seu Exército não se retire do Kuwait até 15 de janeiro de 1991. Em 16 de janeiro, as forças coligadas de 28 países liderados pelos EUA dão início ao bombardeio aéreo de Bagdá, que se rende em 27 de fevereiro. Como parte do acordo de cessar-fogo, o Iraque permite a inspeção de suas instalações nucleares.