SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  11
Sobre este tema, a covardia moral, que abate o ser em circunstâncias da vida,
nós fomos buscar no livro A Vida Escreve, do Espírito Hilário Silva, uma
estória intitulada “Suicida”. (Momentos de Paz Maira da Luz).
Nos conta assim o autor:
Desde o momento em que sorvera a mistura venenosa, Marina sentia-se
morrer, sem morrer. Não queria viver mais. Via-se desprezada. Acariciara o
sonho de esposar Jorge e criar-lhe os filhos.
O pai costumava dizer-lhe: “Cuidado com os rapazes de hoje, nem sempre
têm bom caráter”; ela, porém, achava-o antiquado e exigente. (...)
Desde então, encontravam-se noite a noite. A princípio, comentavam estudos.
(...) Após quatro semanas de convivência, iam juntos ao cinema do bairro.
E tudo se agravou numa noite de chuva. Haviam assistido a um filme
pitoresco. Uma jovem tímida, contrariada pela família, entregara-se ao rapaz,
com quem fugiu, confiante. (...)
Ele interpretara-lhe o silêncio pelo “sim”. Ela não tinha voz para dizer-lhe
“não”. Deixou-se conduzir. Automaticamente. (...)
Transpuseram um pequeno portão. A pequena escada pareceu-lhe um trecho
de espaço, à frente do paraíso. (...)
Jorge enlaçara-a e as horas se perderam da imaginação, como se o tempo
estivesse morto. (...)
A viagem de volta não apresentava o sabor da vinda. Entre os dois, agora, o
silêncio.
O coração materno esperava-a. Parecia adivinhar tudo, pela inquietação que
denunciava.
- Por que afligir-se, mãezinha?
Mentira pela primeira vez, como passaria a mentir sempre.
- A chuva atrasou-nos em excesso e descansamos em casa de Jorge,
afirmara. E não obstante a caratonha do relógio mostrando as três horas.
Desde essa ocasião, aparecera-lhe o outro lado da vida. Conheceu mais de
perto a residência da cancela rosada. Conversou mais demoradamente com a
mulher que velava e conheceu outras clientes do pequeno edifício.
Ao fim de quatro meses, sentira-se diferente. Tinha vertigens. Vomitava. (...)
Processou-se o aborto esperado. Todavia, desde então, tinha sonhos
alucinantes. Via-se perseguida por alguém. Rouquenha voz gritava aos
ouvidos: Mãe, mãe, por que me mataste? Acordava, enxugando o suor álgido,
no lençol. Queria ser mãe. Para isso, porém, precisava casar-se. Jorge, no
entanto, exigia-lhe calma. Mas nos últimos tempos, fizera-se arredio. Ele
sempre a dissipar-lhe os temores com a promessa do matrimônio. Desde o
aborto era outra. Parecia-lhe viver com o filho que não nascera. (...)
Na véspera, buscara Jorge na esperança de mais decisivo socorro médico. E
estarrecera-se. O amigo, que sempre considerara noivo em particular, estava
com outra. (...)
Jorge, sorridente, conduziu-a a pequena distância e explicou-se. Não a amava,
confessou impassível. É melhor terminarmos assim, falou, frio, antes de mais
sérias dificuldades. Ela implorou em lágrimas.
Mundo íntimo desmoronado. A ideia de suicídio envolveu-a de todo.
Arrastou-se de regresso a casa. Adquiriu a substância letal. Escreveu bilhetes.
E, pela manhã, sorvera a poção de uma só vez. Pavorosa dor irrompeu-lhe na
carne, nos nervos, no sangue, nos ossos. (...)
Viu-se carregada. Dois homens colocaram-na em vasta gaveta, a única
interpretação que podia dar ao espaço fechado de pequena ambulância. Não
apenas chorava. Rugia em contorções, mas ninguém lhe percebia agora os
terríveis lamentos.
Viu-se atirada, sem qualquer consideração, de encontro ao que lhe pareceu
laje fria. Suplicava socorro. Agitava-se. Ninguém, no entanto, atendia aos
seus apelos. Queria ajoelhar e pedir a necessária assistência. Arrependera-se.
Desejava retomar o corpo e viver. Pensava no martírio dos pais. (...)
Era demais. Viu-se separada do próprio corpo, como joia que salta
mecanicamente do escrínio. E conheceu a verdade, enfim. O corpo que ela
própria arruinara apresentava máscara triste. Entretanto, ela, Marina, ela
mesma, cambaleava, de pé, com todas as dores e convulsões de momentos
antes. Mãe! Minha mãe! Clamou aterrada, quero viver! Viver! Outra voz,
contudo, bramiu-lhe ameaçadora e sarcástica aos ouvidos:
Mãe, minha mãe, eu também quero viver! Viver!
Lembrou, aturdida, o aborto, os sonhos, a tortura e o suicídio, e esforçou-se
terrivelmente para voltar e erguer de novo o corpo tombado na mesa fria. Mas
era tarde.
REFLEXÃO:
O capítulo mais longo de O Evangelho Segundo o Espiritismo é o que trata
das aflições, isto é, o capítulo V, Bem aventurados os aflitos. Ele é o mais
longo porque apresenta a realidade do homem na Terra, planeta de provas e
expiações, e fala daquilo que todos que aqui estamos, entendemos, vivemos, e
experimentamos as dores e as aflições.
Bem sabemos, que as dores morais são sempre mais intensas que as dores
físicas, uma vez que, para a primeira não existe o remédio imediato, que
ameniza e suaviza.
As dores morais só podem ser combatidas com o crescimento do ser, com o
esclarecimento dos valores imperecíveis do espírito, que ajuda ao homem a
vencer seus medos, suas angústias, suas aflições. Em nosso estágio evolutivo,
devemos passar pelas provas e expiar nossas imperfeições morais, através da
reencarnação, instrumento de consolo e de Bem-aventurança. E como diz
François Nicolas Madeleine em uma mensagem deste mesmo capítulo V, “A
felicidade não é deste mundo”. Visto por este prisma, poder-se-ia dizer que
Deus, o Criador, não está preocupado com a intensidade das dores morais que
sentimos, mas, sim, com a capacidade que tenhamos de desenvolver a
fortaleza espiritual, a resignação, a compreensão daquilo que somos e daquilo
que é esperado de nós.
Deus não nos criou para sofrer, mas para evoluir. A dor é sempre
consequência de nosso desequilíbrio na escalada espiritual. A intensidade das
aflições é proporcional a essa capacidade de entendimento. Aquele que não é
resignado, luta contra si e contra o mundo, e não encontra o caminho do
equilíbrio e, como consequência, sofre, se angustia, se desespera. Diante
desse quadro de sofrimento e de dor, muitos companheiros de jornada
deixam-se abater em estado de angústia e de sofrimento, culminando por
fugirem da realidade através da loucura ou por abandonarem a caminhada,
através do suicídio. É o que Kardec chama de “covardia moral”.
Um dos motivos mais comuns de depressão é o chamado mal de amor não
correspondido, cuja intensidade é tanto maior quanto maior for o apego à
relação pretendida.
Outro grande entrave para a felicidade dos homens são os preconceitos
morais que levam alguns pais, por meros caprichos sociais, a não
compreenderem as dores dos filhos, negando-lhes guarida, quando mais
necessitam de amparo, de afeto, e de compreensão.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo. A página Espiritismo para iniciantes está sendo
revisada e, conta agora, com ilustrações.

Contenu connexe

Tendances

O passe espírita curso básico
O passe espírita curso básicoO passe espírita curso básico
O passe espírita curso básicoasepal
 
Palestra depressão uma visão espírita - palestra resumida2
Palestra depressão  uma visão espírita - palestra resumida2Palestra depressão  uma visão espírita - palestra resumida2
Palestra depressão uma visão espírita - palestra resumida2Marcio Augusto Guariente
 
Vigiai e orai!
Vigiai e orai!Vigiai e orai!
Vigiai e orai!Helio Cruz
 
A família na visão espírita
A família na visão espíritaA família na visão espírita
A família na visão espíritaJerri Almeida
 
Evangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e Paz
Evangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e PazEvangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e Paz
Evangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e PazRicardo Azevedo
 
O espiritismo e a família contemporânea , desafios
O espiritismo e a família contemporânea , desafiosO espiritismo e a família contemporânea , desafios
O espiritismo e a família contemporânea , desafiosIzabel Cristina Fonseca
 
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 02 Aniceto
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 02 AnicetoEstudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 02 Aniceto
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 02 AnicetoJose Luiz Maio
 
Palestra Espírita - Parábola do festim de bodas
Palestra Espírita - Parábola do festim de bodasPalestra Espírita - Parábola do festim de bodas
Palestra Espírita - Parábola do festim de bodasDivulgador do Espiritismo
 
A páscoa na visão espírita
A páscoa na visão espíritaA páscoa na visão espírita
A páscoa na visão espíritaGraça Maciel
 
Orgulho e humildade
Orgulho e humildadeOrgulho e humildade
Orgulho e humildadeFatoze
 
Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia espírito Miramez)
Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia   espírito Miramez)Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia   espírito Miramez)
Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia espírito Miramez)Levi Antonio Amancio
 
2.9.5 influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vida
2.9.5   influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vida2.9.5   influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vida
2.9.5 influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vidaMarta Gomes
 
Não vim trazer a paz, maz a espada
Não vim trazer a paz, maz a espadaNão vim trazer a paz, maz a espada
Não vim trazer a paz, maz a espadaSergio Menezes
 

Tendances (20)

2 maneira-de-orar
2 maneira-de-orar2 maneira-de-orar
2 maneira-de-orar
 
O passe espírita curso básico
O passe espírita curso básicoO passe espírita curso básico
O passe espírita curso básico
 
Palestra depressão uma visão espírita - palestra resumida2
Palestra depressão  uma visão espírita - palestra resumida2Palestra depressão  uma visão espírita - palestra resumida2
Palestra depressão uma visão espírita - palestra resumida2
 
Parábola da Festa de Núpcias
Parábola da Festa de NúpciasParábola da Festa de Núpcias
Parábola da Festa de Núpcias
 
Se alguem te ferir a face direita
Se alguem te ferir a face direitaSe alguem te ferir a face direita
Se alguem te ferir a face direita
 
Vigiai e orai!
Vigiai e orai!Vigiai e orai!
Vigiai e orai!
 
Palestra Espírita - A paciência
Palestra Espírita - A paciênciaPalestra Espírita - A paciência
Palestra Espírita - A paciência
 
A família na visão espírita
A família na visão espíritaA família na visão espírita
A família na visão espírita
 
Evangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e Paz
Evangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e PazEvangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e Paz
Evangelho no Lar - Educação, Compreensão, Proteção e Paz
 
Colônias espirituais
Colônias espirituaisColônias espirituais
Colônias espirituais
 
O espiritismo e a família contemporânea , desafios
O espiritismo e a família contemporânea , desafiosO espiritismo e a família contemporânea , desafios
O espiritismo e a família contemporânea , desafios
 
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 02 Aniceto
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 02 AnicetoEstudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 02 Aniceto
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 02 Aniceto
 
Palestra Espírita - Parábola do festim de bodas
Palestra Espírita - Parábola do festim de bodasPalestra Espírita - Parábola do festim de bodas
Palestra Espírita - Parábola do festim de bodas
 
A páscoa na visão espírita
A páscoa na visão espíritaA páscoa na visão espírita
A páscoa na visão espírita
 
Orgulho e humildade
Orgulho e humildadeOrgulho e humildade
Orgulho e humildade
 
LE 893 ESE_cap13_item11
LE 893 ESE_cap13_item11LE 893 ESE_cap13_item11
LE 893 ESE_cap13_item11
 
Evangelho no lar
Evangelho no larEvangelho no lar
Evangelho no lar
 
Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia espírito Miramez)
Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia   espírito Miramez)Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia   espírito Miramez)
Francisco de Assis (psicografia João Nunes maia espírito Miramez)
 
2.9.5 influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vida
2.9.5   influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vida2.9.5   influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vida
2.9.5 influencia dos espiritos sobre os acontecimentos da vida
 
Não vim trazer a paz, maz a espada
Não vim trazer a paz, maz a espadaNão vim trazer a paz, maz a espada
Não vim trazer a paz, maz a espada
 

Similaire à A covardia moral

Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...Cynthia Castro
 
Cei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidos
Cei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidosCei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidos
Cei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidosCarlos Alberto Freire De Souza
 
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. ediçãoSuicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. ediçãoRicardo Azevedo
 
Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10Leonardo Pereira
 
Suicídio - Dor dos dois lados da vida
Suicídio - Dor dos dois lados da vidaSuicídio - Dor dos dois lados da vida
Suicídio - Dor dos dois lados da vidaRicardo Azevedo
 
Necessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisNecessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisHelio Cruz
 
Necessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisNecessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisHelio Cruz
 
Nuvem negra flipsanck pdf
Nuvem negra flipsanck pdfNuvem negra flipsanck pdf
Nuvem negra flipsanck pdfGabriel171
 
Tambores de angola
Tambores de angolaTambores de angola
Tambores de angolasiaromjo
 
Elizabeth - PERSONALIDADE 2
Elizabeth - PERSONALIDADE 2Elizabeth - PERSONALIDADE 2
Elizabeth - PERSONALIDADE 2Psicologia_2015
 
002 cartas de uma morta maria joao de deus - chico xavier - ano 1935
002 cartas de uma morta   maria joao de deus - chico xavier - ano 1935002 cartas de uma morta   maria joao de deus - chico xavier - ano 1935
002 cartas de uma morta maria joao de deus - chico xavier - ano 1935Everton Ferreira
 
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7Patricia Farias
 
E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1Patricia Farias
 
Entre a Terra e o Céu - cap 1
Entre a Terra e o Céu - cap 1Entre a Terra e o Céu - cap 1
Entre a Terra e o Céu - cap 1Patricia Farias
 
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. ediçãoSuicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. ediçãoRicardo Azevedo
 

Similaire à A covardia moral (20)

Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
 
Cei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidos
Cei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidosCei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidos
Cei 100428-ii-cap.5 e 6-espíritos suicidas e criminosos arrependidos
 
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. ediçãoSuicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 5a. edição
 
Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10
 
Suicídio - Dor dos dois lados da vida
Suicídio - Dor dos dois lados da vidaSuicídio - Dor dos dois lados da vida
Suicídio - Dor dos dois lados da vida
 
Necessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisNecessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituais
 
Cartas de uma morta
Cartas de uma mortaCartas de uma morta
Cartas de uma morta
 
Necessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisNecessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituais
 
Nuvem negra flipsanck pdf
Nuvem negra flipsanck pdfNuvem negra flipsanck pdf
Nuvem negra flipsanck pdf
 
Primeiras 15 páginas:
Primeiras 15 páginas: Primeiras 15 páginas:
Primeiras 15 páginas:
 
Tambores de angola
Tambores de angolaTambores de angola
Tambores de angola
 
Tambores de angola
Tambores de angolaTambores de angola
Tambores de angola
 
Tambores de angola
Tambores de angolaTambores de angola
Tambores de angola
 
Elizabeth - PERSONALIDADE 2
Elizabeth - PERSONALIDADE 2Elizabeth - PERSONALIDADE 2
Elizabeth - PERSONALIDADE 2
 
002 cartas de uma morta maria joao de deus - chico xavier - ano 1935
002 cartas de uma morta   maria joao de deus - chico xavier - ano 1935002 cartas de uma morta   maria joao de deus - chico xavier - ano 1935
002 cartas de uma morta maria joao de deus - chico xavier - ano 1935
 
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
 
E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1
 
Entre a Terra e o Céu - cap 1
Entre a Terra e o Céu - cap 1Entre a Terra e o Céu - cap 1
Entre a Terra e o Céu - cap 1
 
Apostila 07 doc
Apostila 07 docApostila 07 doc
Apostila 07 doc
 
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. ediçãoSuicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. edição
Suicídio - Dor dos dois lados da vida - 4a. edição
 

Plus de Helio Cruz

O pior inimigo
O pior inimigoO pior inimigo
O pior inimigoHelio Cruz
 
Entusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidadeEntusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidadeHelio Cruz
 
A candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueireA candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueireHelio Cruz
 
O credor incompassivo
O credor incompassivoO credor incompassivo
O credor incompassivoHelio Cruz
 
O poder das palavras
O poder das palavrasO poder das palavras
O poder das palavrasHelio Cruz
 
A virtude os superiores e os inferiores
A virtude   os superiores e os inferioresA virtude   os superiores e os inferiores
A virtude os superiores e os inferioresHelio Cruz
 
Universidade de amor
Universidade de amorUniversidade de amor
Universidade de amorHelio Cruz
 
A parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritualA parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritualHelio Cruz
 
O homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritualO homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritualHelio Cruz
 
O dom esquecido
O dom esquecidoO dom esquecido
O dom esquecidoHelio Cruz
 
Dia nacional da caridade
Dia nacional da caridadeDia nacional da caridade
Dia nacional da caridadeHelio Cruz
 
O progresso espiritual
O progresso espiritualO progresso espiritual
O progresso espiritualHelio Cruz
 
Viver para deus
Viver para deusViver para deus
Viver para deusHelio Cruz
 
O Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do EspiritismoO Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do EspiritismoHelio Cruz
 
A quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismoA quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismoHelio Cruz
 
Os nossos julgamentos
Os nossos julgamentosOs nossos julgamentos
Os nossos julgamentosHelio Cruz
 
Sal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundoSal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundoHelio Cruz
 

Plus de Helio Cruz (20)

O pior inimigo
O pior inimigoO pior inimigo
O pior inimigo
 
Entusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidadeEntusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidade
 
A candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueireA candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueire
 
O credor incompassivo
O credor incompassivoO credor incompassivo
O credor incompassivo
 
O poder das palavras
O poder das palavrasO poder das palavras
O poder das palavras
 
Pedir e obter
Pedir e obterPedir e obter
Pedir e obter
 
A virtude os superiores e os inferiores
A virtude   os superiores e os inferioresA virtude   os superiores e os inferiores
A virtude os superiores e os inferiores
 
O peso da luz
O peso da luzO peso da luz
O peso da luz
 
Universidade de amor
Universidade de amorUniversidade de amor
Universidade de amor
 
A parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritualA parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritual
 
O homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritualO homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritual
 
O dom esquecido
O dom esquecidoO dom esquecido
O dom esquecido
 
Dia nacional da caridade
Dia nacional da caridadeDia nacional da caridade
Dia nacional da caridade
 
Marta e maria
Marta e mariaMarta e maria
Marta e maria
 
O progresso espiritual
O progresso espiritualO progresso espiritual
O progresso espiritual
 
Viver para deus
Viver para deusViver para deus
Viver para deus
 
O Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do EspiritismoO Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do Espiritismo
 
A quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismoA quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismo
 
Os nossos julgamentos
Os nossos julgamentosOs nossos julgamentos
Os nossos julgamentos
 
Sal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundoSal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundo
 

Dernier

07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JAhenrygabrielsilvarib
 
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica DominicalLIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica DominicalAmaroJunior21
 
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns EsclarecedoresEvangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns EsclarecedoresAntonino Silva
 
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semanaLIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semanaWillemarSousa1
 
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxGestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxSebastioFerreira34
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pãoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pãoRicardo Azevedo
 
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxLição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxCelso Napoleon
 
10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José OperárioNilson Almeida
 
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...silvana30986
 
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptxhenrygabrielsilvarib
 
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EGÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EMicheleRosa39
 

Dernier (12)

07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
 
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica DominicalLIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
 
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns EsclarecedoresEvangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
 
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.pptFluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
 
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semanaLIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
 
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxGestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pãoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
 
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxLição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
 
10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário
 
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
 
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
 
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EGÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
 

A covardia moral

  • 1.
  • 2. Sobre este tema, a covardia moral, que abate o ser em circunstâncias da vida, nós fomos buscar no livro A Vida Escreve, do Espírito Hilário Silva, uma estória intitulada “Suicida”. (Momentos de Paz Maira da Luz). Nos conta assim o autor: Desde o momento em que sorvera a mistura venenosa, Marina sentia-se morrer, sem morrer. Não queria viver mais. Via-se desprezada. Acariciara o sonho de esposar Jorge e criar-lhe os filhos. O pai costumava dizer-lhe: “Cuidado com os rapazes de hoje, nem sempre têm bom caráter”; ela, porém, achava-o antiquado e exigente. (...) Desde então, encontravam-se noite a noite. A princípio, comentavam estudos. (...) Após quatro semanas de convivência, iam juntos ao cinema do bairro.
  • 3. E tudo se agravou numa noite de chuva. Haviam assistido a um filme pitoresco. Uma jovem tímida, contrariada pela família, entregara-se ao rapaz, com quem fugiu, confiante. (...) Ele interpretara-lhe o silêncio pelo “sim”. Ela não tinha voz para dizer-lhe “não”. Deixou-se conduzir. Automaticamente. (...) Transpuseram um pequeno portão. A pequena escada pareceu-lhe um trecho de espaço, à frente do paraíso. (...) Jorge enlaçara-a e as horas se perderam da imaginação, como se o tempo estivesse morto. (...) A viagem de volta não apresentava o sabor da vinda. Entre os dois, agora, o silêncio.
  • 4. O coração materno esperava-a. Parecia adivinhar tudo, pela inquietação que denunciava. - Por que afligir-se, mãezinha? Mentira pela primeira vez, como passaria a mentir sempre. - A chuva atrasou-nos em excesso e descansamos em casa de Jorge, afirmara. E não obstante a caratonha do relógio mostrando as três horas. Desde essa ocasião, aparecera-lhe o outro lado da vida. Conheceu mais de perto a residência da cancela rosada. Conversou mais demoradamente com a mulher que velava e conheceu outras clientes do pequeno edifício. Ao fim de quatro meses, sentira-se diferente. Tinha vertigens. Vomitava. (...)
  • 5. Processou-se o aborto esperado. Todavia, desde então, tinha sonhos alucinantes. Via-se perseguida por alguém. Rouquenha voz gritava aos ouvidos: Mãe, mãe, por que me mataste? Acordava, enxugando o suor álgido, no lençol. Queria ser mãe. Para isso, porém, precisava casar-se. Jorge, no entanto, exigia-lhe calma. Mas nos últimos tempos, fizera-se arredio. Ele sempre a dissipar-lhe os temores com a promessa do matrimônio. Desde o aborto era outra. Parecia-lhe viver com o filho que não nascera. (...) Na véspera, buscara Jorge na esperança de mais decisivo socorro médico. E estarrecera-se. O amigo, que sempre considerara noivo em particular, estava com outra. (...)
  • 6. Jorge, sorridente, conduziu-a a pequena distância e explicou-se. Não a amava, confessou impassível. É melhor terminarmos assim, falou, frio, antes de mais sérias dificuldades. Ela implorou em lágrimas. Mundo íntimo desmoronado. A ideia de suicídio envolveu-a de todo. Arrastou-se de regresso a casa. Adquiriu a substância letal. Escreveu bilhetes. E, pela manhã, sorvera a poção de uma só vez. Pavorosa dor irrompeu-lhe na carne, nos nervos, no sangue, nos ossos. (...) Viu-se carregada. Dois homens colocaram-na em vasta gaveta, a única interpretação que podia dar ao espaço fechado de pequena ambulância. Não apenas chorava. Rugia em contorções, mas ninguém lhe percebia agora os terríveis lamentos.
  • 7. Viu-se atirada, sem qualquer consideração, de encontro ao que lhe pareceu laje fria. Suplicava socorro. Agitava-se. Ninguém, no entanto, atendia aos seus apelos. Queria ajoelhar e pedir a necessária assistência. Arrependera-se. Desejava retomar o corpo e viver. Pensava no martírio dos pais. (...) Era demais. Viu-se separada do próprio corpo, como joia que salta mecanicamente do escrínio. E conheceu a verdade, enfim. O corpo que ela própria arruinara apresentava máscara triste. Entretanto, ela, Marina, ela mesma, cambaleava, de pé, com todas as dores e convulsões de momentos antes. Mãe! Minha mãe! Clamou aterrada, quero viver! Viver! Outra voz, contudo, bramiu-lhe ameaçadora e sarcástica aos ouvidos: Mãe, minha mãe, eu também quero viver! Viver!
  • 8. Lembrou, aturdida, o aborto, os sonhos, a tortura e o suicídio, e esforçou-se terrivelmente para voltar e erguer de novo o corpo tombado na mesa fria. Mas era tarde. REFLEXÃO: O capítulo mais longo de O Evangelho Segundo o Espiritismo é o que trata das aflições, isto é, o capítulo V, Bem aventurados os aflitos. Ele é o mais longo porque apresenta a realidade do homem na Terra, planeta de provas e expiações, e fala daquilo que todos que aqui estamos, entendemos, vivemos, e experimentamos as dores e as aflições. Bem sabemos, que as dores morais são sempre mais intensas que as dores físicas, uma vez que, para a primeira não existe o remédio imediato, que ameniza e suaviza.
  • 9. As dores morais só podem ser combatidas com o crescimento do ser, com o esclarecimento dos valores imperecíveis do espírito, que ajuda ao homem a vencer seus medos, suas angústias, suas aflições. Em nosso estágio evolutivo, devemos passar pelas provas e expiar nossas imperfeições morais, através da reencarnação, instrumento de consolo e de Bem-aventurança. E como diz François Nicolas Madeleine em uma mensagem deste mesmo capítulo V, “A felicidade não é deste mundo”. Visto por este prisma, poder-se-ia dizer que Deus, o Criador, não está preocupado com a intensidade das dores morais que sentimos, mas, sim, com a capacidade que tenhamos de desenvolver a fortaleza espiritual, a resignação, a compreensão daquilo que somos e daquilo que é esperado de nós.
  • 10. Deus não nos criou para sofrer, mas para evoluir. A dor é sempre consequência de nosso desequilíbrio na escalada espiritual. A intensidade das aflições é proporcional a essa capacidade de entendimento. Aquele que não é resignado, luta contra si e contra o mundo, e não encontra o caminho do equilíbrio e, como consequência, sofre, se angustia, se desespera. Diante desse quadro de sofrimento e de dor, muitos companheiros de jornada deixam-se abater em estado de angústia e de sofrimento, culminando por fugirem da realidade através da loucura ou por abandonarem a caminhada, através do suicídio. É o que Kardec chama de “covardia moral”. Um dos motivos mais comuns de depressão é o chamado mal de amor não correspondido, cuja intensidade é tanto maior quanto maior for o apego à relação pretendida.
  • 11. Outro grande entrave para a felicidade dos homens são os preconceitos morais que levam alguns pais, por meros caprichos sociais, a não compreenderem as dores dos filhos, negando-lhes guarida, quando mais necessitam de amparo, de afeto, e de compreensão. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo. A página Espiritismo para iniciantes está sendo revisada e, conta agora, com ilustrações.