1) A economia colonial brasileira era baseada na produção de cana-de-açúcar e mineração, utilizando intensivamente mão-de-obra escrava.
2) O comércio de escravos africanos foi essencial para o sistema econômico, com estimativas de 3 a 13,5 milhões de escravos trazidos.
3) A descoberta de ouro e diamantes impulsionou a economia e povoamento do interior do Brasil no século 18.
3. • A economia colonial brasileira é integrada ao
processo mundial de expansão do capitalismo
mercantil. Baseada no monopólio colonial –
Portugal tem a exclusividade do comércio com
a colônia –, é altamente especializada e
dirigida para o mercado externo.
4. • As técnicas agrícolas utilizadas são
rudimentares e provocam rápido
esgotamento da terra. A produção está
centrada na grande propriedade monocultora,
o latifúndio, e na utilização de numerosa mão-
de-obra escrava – primeiro dos indígenas e
depois dos negros.
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7. A Escravidão:
• O trabalho escravo do indígena é usado em
diferentes regiões do Brasil até meados do
século XVIII. A caça ao índio é um negócio
local e os ganhos obtidos com sua venda
permanecem nas mãos dos colonos, sem
lucros para Portugal.
8. • Por isso, a escravização do nativo brasileiro é
gradativamente desestimulada pela
metrópole e substituída pela escravidão
negra. O tráfico negreiro é um dos mais
vantajosos negócios do comércio colonial e
seus lucros são mandados direto pra Portugal.
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10. ESCRAVIDÃO NEGRA :
• A primeira leva de escravos negros que chega ao
Brasil vem da Guiné, na expedição de Martim
Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o
comércio negreiro se intensifica. A Coroa
portuguesa autoriza cada senhor de engenho a
comprar até 120 escravos por ano.
• Os Sudaneses são levados para a Bahia e bantus
espalham-se pelo Maranhão, Pará, Pernambuco,
Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.
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13. TRÁFICO DE ESCRAVOS :
• O tráfico negreiro é oficializado em 1568 pelo
governador-geral Salvador Correa de Sá. Em
1590, só em Pernambuco registra-se a entrada
de 10 mil escravos. Não há consenso entre os
historiadores sobre o número de escravos
trazidos para o Brasil. Alguns, como Roberto
Simonsen e Sérgio Buarque de Holanda, estimam
esse número entre 3 milhões e 3,6 milhões. Caio
Prado Júnior supõe cerca de 6 milhões e Pandiá
Calógeras chega aos 13,5 milhões.
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15. Cana-de-açúcar
• O cultivo da cana-de-açúcar é introduzido no Brasil por
Martim Afonso de Souza, na capitania de São Vicente.
Seu apogeu ocorre entre 1570 e 1650, principalmente
em Pernambuco. Fatores favoráveis explicam o
sucesso do empreendimento: experiência anterior dos
portugueses nos engenhos das ilhas do Atlântico, solo
apropriado, principalmente no Nordeste, abundância
de mão-de-obra escrava e expansão do mercado
consumidor na Europa. A agroindústria açucareira
exige grandes fazendas e engenhos e enormes
investimentos em equipamentos e escravos.
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18. • Os engenhos de açúcar são unidades de
produção completas e, em geral, auto-
suficientes. Além da casa grande, moradia da
família proprietária, e da senzala, dos escravos,
alguns têm capela e escola, onde os filhos do
senhor aprendem as primeiras letras. Junto aos
canaviais, uma parcela de terras é reservada para
o gado e roças de subsistência. A "casa do
engenho" possui toda a maquinaria e instalações
fundamentais para a obtenção do açúcar.
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22. ECONOMIA AÇUCAREIRA :
• Estimativa do final do século XVII indica a
existência de 528 engenhos na colônia. Eles
garantem a exportação anual de 37 mil caixas,
cada uma com 35 arrobas de açúcar. Dessa
produção, Portugal consome apenas 3 mil
caixas anuais e exporta o resto para a Europa.
23. • O monopólio português sobre o açúcar
assegura lucros consideráveis aos senhores de
engenho e à Coroa. Esse monopólio acaba
quando os holandeses começam a produzir
açúcar nas Antilhas, na segunda metade do
século XVII. A concorrência e os limites da
capacidade de consumo na Europa provocam
uma rápida queda de preços no mercado.
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25. A Mineração:
• Na passagem do século XVII para o XVIII, são
descobertas ricas jazidas de ouro no centro-sul do
Brasil. A Coroa portuguesa volta toda sua atenção para
as terras brasileiras. A região das minas espalha-se
pelos territórios dos atuais Estados de Minas Gerais,
Goiás e Mato Grosso e torna-se pólo de atração de
migrantes: portugueses em busca de fortuna,
aventureiros de todas as regiões do Brasil e escravos
trazidos do Nordeste. Criam-se novas vilas: Sabará,
Mariana, Vila Rica de Ouro Preto, Caeté, São João del
Rey, Arraial do Tejuco (atual Diamantina) e Cuiabá.
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30. O QUINTO :
• A Coroa portuguesa autoriza a livre
exportação de ouro mediante o pagamento
de um quinto (20%) do total explorado. Para
administrar e fiscalizar a atividade
mineradora, cria a Intendência das Minas,
vinculada diretamente à metrópole. Toda
descoberta deve ser comunicada.
31. • Para garantir o pagamento do quinto, são
criadas a partir de 1720 as casas de fundição,
que transformam o minério em barras
marcadas com o selo real e já descontado o
Quinto. Em 1765 é instituída a derrama: o
confisco dos bens dos moradores para cobrir
o valor estipulado para o quinto quando há
déficit de produção.
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34. ECONOMIA MINERADORA :
• O chamado "ciclo do ouro" traz uma grande
diversificação social para a colônia. A
exploração das jazidas não exige o emprego
de grandes capitais, permite a participação de
pequenos empreendedores e estimula novas
relações de trabalho, inclusive com a mão-de-
obra escrava.
35. • Os escravos trabalham por tarefa e, muitas
vezes, podem ficar com uma parte do ouro
descoberto. Com isso, têm a chance de
comprar sua liberdade. O período de
mineração dura pouco: entre 1735 e 1754, a
exportação anual gira em torno de 14.500 kg.
No final do século, o volume enviado a
Portugal cai para 4.300 kg por ano, em média.
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37. A Exploração de DIAMANTES :
• Por volta de 1729, Bernardo da Fonseca Lobo
des-cobriu as primeiras jazidas diamantíferas
no arraial do Tijuco ou Serro Frio, hoje
Diamantina. Teve início, as-sim, a exploração
dos diamantes, que, como a do ouro, também
era considerada um monopólio régio.
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42. • Em 1733, foi criado o Distrito Diamantino, única área
demarcada em que se podia explorar legalmente as
jazidas. A exploração era livre, mediante o pagamento
do quinto e da capitação sobre o trabalhador escravo.
Em 1739, a livre extração cedeu lugar ao sistema de
contrato, que deu origem aos ricos contratadores,
como João Fernandes, estreitamente ligado à figura de
Xica da Silva. Diante das irregularidades e do desvio
dos impos-tos, além do alto valor que alcançavam as
pedras na Europa, em 1771, foi decretada a régia
extração, que contava com o trabalho de escravos
alugados pela coroa.
43. • Posteriormente, com nova liberação da
exploração, foi criado o Livro de Capa Verde,
contendo o registro dos exploradores, e o
Regimento dos Diamantes, procurando
disciplinar a extração. Contudo, o monopólio
estatal sobre os diamantes vigorou até 1832.
44. • A mineração foi responsável por impor-tantes
consequências que se refletiram sobre a vida
econômica, social, política e administrati-va
da colônia. De saída, provocou uma grande
migração portuguesa para a região das Gerais.
Segundo alguns autores, no século XVIII,
aproximadamente 800.000 portugueses
vieram para o Brasil, ou seja, 40% da
população da metrópole.
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46. • O a região mineradora, compreendendo o
eixo Minas-Rio de Janeiro, passou a ser o novo
centro econômico, social e político da colônia;
em 1763, um decreto do marquês de Pombal
transferiu a capital de Salvador para o Rio de
Janeiro.
47. • Com a mineração, se desenvolveu o mercado
interno, melhorando a economia da colônia e
várias regiões brasileiras se organizaram para
abastecer a região do ouro. A vida urbana e o
próprio caráter da exploração do ouro geraram
uma sociedade mais aberta, convivendo lado a
lado o trabalho livre e o trabalho escravo,
embora este fosse predominante. Como
consequência, a concentração de renda foi
menor, enriquecendo, principalmente, os setores
ligados ao abastecimento.
48. • Finalmente, a "corrida do ouro" promoveu a
penetração e o povoamento do interior do
Brasil, anulando em definitivo a velha
demarcação de Tordesilhas.
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51. • Os paulistas, que conheciam bem o sertão,
iriam desempenhar um papel importante
nessa nova fase da história colonial. Já em
1674, destacou-se a bandeira de Fernão Dias
Pais, que, apesar de não ter descoberto
metais preciosos, serviu para indicar o
caminho para o interior de Minas. Poucos
anos depois, a bandeira de Bartolomeu Bueno
da Silva – o Anhanguera – abriria caminho
para o Brasil central (Goiás e Mato Grosso).
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53. • Os principais exploradores do sertão, foram os
paulistas. Com um irrisório apoio oficial,
Fernão Dias Pais partiu em 1674 para o sertão,
onde permaneceu por seis anos, chegando ao
Jequitinhonha. Porém, não descobriu nada de
valor. Em 1681 encontrou turmalinas
acreditando serem esmeraldas.
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56. • Contudo, durante os anos em que
permaneceu no sertão, desbravou grande
parte do interior das Gerais e abriu caminho
para futuras descobertas de importância.