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A FELICIDADE EXISTE?
LIVRO DOS ESPÍRITOS
PERGUNTAS: 920 A 933
CENTRO ESPÍRITA CAMINHO DE DAMASCO
Expositor: Humberto E. Hasegawa
• 920- O homem pode gozar de completa felicidade na Terra?
-- Não, porque a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Mas depende dele amenizar os
seus males e ser tão feliz quanto possível na Terra.
921 – Concebe-se que o homem será feliz na Terra quando a Humanidade estiver
transformada. Mas, enquanto isso não acontece, poderá conseguir uma felicidade relativa?
-- O homem é quase sempre o artífice da sua própria infelicidade. Praticando a Lei de Deus,
ele pode poupar-se de muitos males e alcançar felicidade tão grande quanto o comporte a
sua existência grosseira.
Nota:
O homem que se acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal
mais do que uma estação temporária; é como uma parada momentânea numa hospedaria
precária. Consola-se facilmente de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que
deve conduzi-lo a uma posição tanto melhor, quanto melhor tenha cuidado dos
preparativos para realizá-la.
 
Somos punidos já nesta vida pelas infrações que cometemos às leis que regem a existência
corporal, por meio dos males decorrentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios
excessos. Se remontarmos pouco a pouco à origem do que chamamos nossas desgraças
terrenas, veremos que, na maioria dos casos, são a consequência de um primeiro
afastamento do caminho reto. Em virtude desse desvio, enveredamos por outro, mau, e,
de consequência em consequência, caímos na desgraça.
922 – A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de
um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, uma medida comum de felicidade para
todos os homens?
-- Para a vida material, é a posse do necessário; para a vida moral, a consciência tranquila e a fé
no futuro.
923 – Aquilo que seria supérfluo para um não representará, para outro, o necessário, e vice-
versa, conforme as posições?
-- Sim, de acordo com as vossas ideias materiais, os vossos preconceitos, a vossa ambição e
todos os vossos caprichos ridículos, para os quais o futuro fará justiça, quando compreenderdes
a verdade. Sem dúvida, aquele que tinha cinquenta mil libras de renda e a vê reduzida a dez mil,
se considera muito infeliz, por não mais poder fazer a mesma figura, conservar o que chama a
sua posição, ter cavalos, lacaios, satisfazer a todas as paixões, etc. Julga que lhe falta o
necessário. Mas, francamente, achas que seja digno de lástima, quando, ao seu lado, há muitas
pessoas que morrem de fome e de frio, sem um abrigo onde repousem a cabeça? O homem
sensato, para ser feliz, olha para baixo e jamais para cima, a não ser par elevar sua alma ao
infinito.
924 – Há males que independem da maneira de agir e que atingem o homem mais justo. Haverá algum meio
de ele se preservar deles?
-- O homem deve resignar-se a sofrê-los sem murmurar, se quer progredir. Entretanto, sempre encontra
consolação na própria consciência, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, desde que faça o que é
preciso para obtê-lo.
925 – Por que Deus favorece, com os dons da fortuna, a acertos homens que não parecem tê-los merecido?
-- É um favor aos olhos dos que apenas veem o presente. Mas, sabei-o bem, a riqueza é, quase sempre, uma
prova mais perigosa do que a miséria.
926 – Criando novas necessidades, a civilização não é fonte de novas aflições?
-- Os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que criais para vós mesmos. Aquele que
sabe limitar seus desejos e olha sem inveja o que esteja acima de si, poupa-se a muitos desenganos nesta
vida. O mais rico é o que tem menos necessidades.
Invejais os gozos dos que vos parecem os felizes do mundo. Sabeis, porventura, o que lhes está reservado?
Se não gozam senão pessoalmente, são egoístas e sofrerão as consequências. Antes, deveis lastimá-los.
Deus permite algumas vezes que o mau prospere, mas a sua felicidade não é de causar inveja, porque a
pagará com lágrimas amargas. Quando o justo é infeliz, trata-se de uma prova que lhe será levada em conta,
se a suportar com coragem. Lembrai-vos destas palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem, porque
serão consolados”.
927 – Certamente o supérfluo não é indispensável à felicidade, porém o mesmo não se dá com
o necessário. Ora, não será real a infelicidade daqueles que estão privados do necessário?
-- Na verdade, o homem só é infeliz quando sofre a falta do necessário à vida e à saúde do
corpo. Essa privação talvez se deva à sua própria culpa, daí por que só tem que se queixar de si
mesmo. Se a culpa for de outrem, a responsabilidade recairá sobre aquele que lhe tiver dado
causa.
928 – Evidentemente, pelas características de nossas aptidões naturais, Deus indica a nossa
vocação neste mundo. Muitos males não provêm do fato de não seguirmos essa vocação?
-- É verdade, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam seus filhos do
caminho que a Natureza lhes traçou, comprometendo-lhes, assim, a felicidade. Serão
responsabilizados por isso.
928-a – Então considerais que o filho de um homem altamente colocado no mundo fabrique
tamancos, por exemplo, desde que tenha aptidão para tanto?
-- Não se precisa cair no absurdo, nem exagerar coisa alguma; a civilização tem suas
necessidades. Por que o filho de um homem altamente colocado, como dizes, haveria de
fabricar tamancos, se pode fazer outra coisa? Poderá sempre tornar-se útil na medida de suas
faculdades, desde que não as aplique em sentido contrário. Assim, por exemplo, em vez de um
mau advogado, talvez pudesse ser um bom mecânico, etc.
Nota:
O afastamento dos homens de sua esfera intelectual é, seguramente, uma das causas mais
frequentes de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada é uma fonte inesgotável de
reveses. Depois, o amor-próprio, aliando-se a tudo isso, impede que o homem que fracassou
procure recursos numa profissão mais humilde, mostrando-lhe o suicídio como remédio
extremo para escapar ao que ele julga ser humilhação. Se uma educação moral o tivesse
colocado acima dos tolos preconceitos do orgulho, jamais teria sido apanhado desprevenido.
 
929 – Há pessoas que, privadas de todos os recursos, mesmo quando reine abundância em seu
redor, só têm a morte como perspectiva. Que partido devem tomar? Deverão deixar-se morrer
de fome?
-- Ninguém jamais deve ter a ideia de deixar-se morrer de fome. O homem acharia sempre meio
de se alimentar, se o orgulho não se colocasse entre a necessidade e o trabalho. Costuma-se
dizer que não há ofício desprezível e que não é o estado do homem que o desonra. Mas isto é
dito para os outros, e não para si.
930 – É evidente que, se não fossem os preconceitos sociais, pelos quais o homem se deixa
dominar, ele sempre acharia um trabalho qualquer que pudesse ajudá-lo a viver, mesmo
deslocado de sua posição. Mas, entre os que não têm preconceito ou os põem de lado, não há
pessoas que estão impossibilitadas de prover às suas necessidades, em consequência de
moléstias ou outras causas independentes de sua vontade?
-- Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome.
Nota:
Com uma organização social criteriosa e previdente, ao homem só pode faltar o necessário
por culpa sua. Porém, muitas vezes suas próprias faltas resultam do meio onde se acha
colocado. Quando o homem praticar a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça
e na solidariedade e ele próprio também será melhor.
 
931 – Por que, na sociedade, as classes sofredoras são mais numerosas do que as felizes?
-- Nenhuma é perfeitamente feliz, pois o que se julga ser a felicidade muitas vezes oculta
pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu
pensamento, direi que as classes a eu chamas sofredoras são mais numerosas porque a Terra é
lugar de expiação. Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o
homem deixará de ser infeliz e ela será para ele o paraíso terrestre.
932 – Por que, neste mundo, a influência dos maus geralmente sobrepuja a dos bons?
-- Por fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Quando
estes o quiserem, haverão de preponderar.
933 – Se o homem é, quase sempre, o artífice de seus sofrimentos materiais, também será de
seus sofrimentos morais?
-- Mais ainda, porque os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade; mas o
orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões,
em suma, são torturas da alma.
A inveja e o ciúme! Felizes os que desconhecem estes dois vermes roedores. Com a inveja e o
ciúme não existe calma, não há repouso possível pra aquele que é acometido por esse mal; os
objetos da sua cobiça, do seu ódio e do seu despeito se erguem diante dele como fantasmas
que nunca lhe dão trégua e o perseguem até no sono. O invejoso e o ciumento vivem num
estado de febre contínua. Será essa uma situação desejável? Não compreendeis que, com suas
paixões, o homem cria para si mesmo suplícios voluntários e a Terra se torna para ele
verdadeiro inferno?
Nota:
Muitas expressões pintam rigorosamente os efeitos de certas paixões. Diz-se:
encher-se de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito, não comer
nem beber de ciúmes etc., e esse quadro é bem real. Às vezes, o ciúme nem mesmo
tem objetivo determinado. Há pessoas ciumentas por natureza; sentem ciúme por
tudo o que se eleva, por tudo o que escapa da vulgaridade, mesmo quando não são
movidas por nenhum interesse direto, mas unicamente por não poderem atingir o
mesmo plano. Tudo o que lhes parece estar acima do horizonte as ofusca; caso
constituíssem maioria na sociedade, fariam o possível para reduzir tudo ao nível em
que se acham. É o ciúme aliado à mediocridade.
 
Na maioria das vezes o homem só é infeliz pela importância que atribui às coisas
deste mundo. A vaidade, a ambição e a cupidez, quando frustradas, fazem-no infeliz.
Se ele se colocar acima do círculo acanhado da vida material, se elevar seus
pensamentos para o infinito, que é seu destino, as vicissitudes da Humanidade lhe
parecerão mesquinhas e pueris, como a tristeza da criança que se aflige pela perda
de um brinquedo, que constituía a sua felicidade suprema.
Aquele que só vê felicidade na satisfação do orgulho e dos
apetites grosseiros é infeliz quando não pode satisfazê-los, ao
passo que aquele que nada pede ao supérfluo é feliz com o
que os outros consideram calamidades.
 
Referimo-nos ao homem civilizado, pois o selvagem, cujas
necessidades são mais limitadas, não tem os mesmos motivos
de cobiça e de angústias, já que diversa é a sua maneira de
ver as coisas. Como civilizado, o homem raciocina sobre a sua
infelicidade e a analisa; por isso é mais afetado por ela. Mas,
também, lhe é possível raciocinar sobre os meios de obter
consolação e de analisá-los. Ele encontra essa consolação no
sentimento cristão, que lhe dá a esperança de um futuro
melhor, e no Espiritismo, que lhe dá a certeza desse futuro.
Obrigado pela sua paciência!
• Que Deus os acompanhe em segurança a seus
lares.

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A FELICIDADE É RELATIVA

  • 1. A FELICIDADE EXISTE? LIVRO DOS ESPÍRITOS PERGUNTAS: 920 A 933 CENTRO ESPÍRITA CAMINHO DE DAMASCO Expositor: Humberto E. Hasegawa
  • 2. • 920- O homem pode gozar de completa felicidade na Terra? -- Não, porque a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Mas depende dele amenizar os seus males e ser tão feliz quanto possível na Terra. 921 – Concebe-se que o homem será feliz na Terra quando a Humanidade estiver transformada. Mas, enquanto isso não acontece, poderá conseguir uma felicidade relativa? -- O homem é quase sempre o artífice da sua própria infelicidade. Praticando a Lei de Deus, ele pode poupar-se de muitos males e alcançar felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira. Nota: O homem que se acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal mais do que uma estação temporária; é como uma parada momentânea numa hospedaria precária. Consola-se facilmente de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que deve conduzi-lo a uma posição tanto melhor, quanto melhor tenha cuidado dos preparativos para realizá-la.   Somos punidos já nesta vida pelas infrações que cometemos às leis que regem a existência corporal, por meio dos males decorrentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios excessos. Se remontarmos pouco a pouco à origem do que chamamos nossas desgraças terrenas, veremos que, na maioria dos casos, são a consequência de um primeiro afastamento do caminho reto. Em virtude desse desvio, enveredamos por outro, mau, e, de consequência em consequência, caímos na desgraça.
  • 3. 922 – A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, uma medida comum de felicidade para todos os homens? -- Para a vida material, é a posse do necessário; para a vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro. 923 – Aquilo que seria supérfluo para um não representará, para outro, o necessário, e vice- versa, conforme as posições? -- Sim, de acordo com as vossas ideias materiais, os vossos preconceitos, a vossa ambição e todos os vossos caprichos ridículos, para os quais o futuro fará justiça, quando compreenderdes a verdade. Sem dúvida, aquele que tinha cinquenta mil libras de renda e a vê reduzida a dez mil, se considera muito infeliz, por não mais poder fazer a mesma figura, conservar o que chama a sua posição, ter cavalos, lacaios, satisfazer a todas as paixões, etc. Julga que lhe falta o necessário. Mas, francamente, achas que seja digno de lástima, quando, ao seu lado, há muitas pessoas que morrem de fome e de frio, sem um abrigo onde repousem a cabeça? O homem sensato, para ser feliz, olha para baixo e jamais para cima, a não ser par elevar sua alma ao infinito.
  • 4. 924 – Há males que independem da maneira de agir e que atingem o homem mais justo. Haverá algum meio de ele se preservar deles? -- O homem deve resignar-se a sofrê-los sem murmurar, se quer progredir. Entretanto, sempre encontra consolação na própria consciência, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, desde que faça o que é preciso para obtê-lo. 925 – Por que Deus favorece, com os dons da fortuna, a acertos homens que não parecem tê-los merecido? -- É um favor aos olhos dos que apenas veem o presente. Mas, sabei-o bem, a riqueza é, quase sempre, uma prova mais perigosa do que a miséria. 926 – Criando novas necessidades, a civilização não é fonte de novas aflições? -- Os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que criais para vós mesmos. Aquele que sabe limitar seus desejos e olha sem inveja o que esteja acima de si, poupa-se a muitos desenganos nesta vida. O mais rico é o que tem menos necessidades. Invejais os gozos dos que vos parecem os felizes do mundo. Sabeis, porventura, o que lhes está reservado? Se não gozam senão pessoalmente, são egoístas e sofrerão as consequências. Antes, deveis lastimá-los. Deus permite algumas vezes que o mau prospere, mas a sua felicidade não é de causar inveja, porque a pagará com lágrimas amargas. Quando o justo é infeliz, trata-se de uma prova que lhe será levada em conta, se a suportar com coragem. Lembrai-vos destas palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados”.
  • 5. 927 – Certamente o supérfluo não é indispensável à felicidade, porém o mesmo não se dá com o necessário. Ora, não será real a infelicidade daqueles que estão privados do necessário? -- Na verdade, o homem só é infeliz quando sofre a falta do necessário à vida e à saúde do corpo. Essa privação talvez se deva à sua própria culpa, daí por que só tem que se queixar de si mesmo. Se a culpa for de outrem, a responsabilidade recairá sobre aquele que lhe tiver dado causa. 928 – Evidentemente, pelas características de nossas aptidões naturais, Deus indica a nossa vocação neste mundo. Muitos males não provêm do fato de não seguirmos essa vocação? -- É verdade, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam seus filhos do caminho que a Natureza lhes traçou, comprometendo-lhes, assim, a felicidade. Serão responsabilizados por isso. 928-a – Então considerais que o filho de um homem altamente colocado no mundo fabrique tamancos, por exemplo, desde que tenha aptidão para tanto? -- Não se precisa cair no absurdo, nem exagerar coisa alguma; a civilização tem suas necessidades. Por que o filho de um homem altamente colocado, como dizes, haveria de fabricar tamancos, se pode fazer outra coisa? Poderá sempre tornar-se útil na medida de suas faculdades, desde que não as aplique em sentido contrário. Assim, por exemplo, em vez de um mau advogado, talvez pudesse ser um bom mecânico, etc.
  • 6. Nota: O afastamento dos homens de sua esfera intelectual é, seguramente, uma das causas mais frequentes de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada é uma fonte inesgotável de reveses. Depois, o amor-próprio, aliando-se a tudo isso, impede que o homem que fracassou procure recursos numa profissão mais humilde, mostrando-lhe o suicídio como remédio extremo para escapar ao que ele julga ser humilhação. Se uma educação moral o tivesse colocado acima dos tolos preconceitos do orgulho, jamais teria sido apanhado desprevenido.   929 – Há pessoas que, privadas de todos os recursos, mesmo quando reine abundância em seu redor, só têm a morte como perspectiva. Que partido devem tomar? Deverão deixar-se morrer de fome? -- Ninguém jamais deve ter a ideia de deixar-se morrer de fome. O homem acharia sempre meio de se alimentar, se o orgulho não se colocasse entre a necessidade e o trabalho. Costuma-se dizer que não há ofício desprezível e que não é o estado do homem que o desonra. Mas isto é dito para os outros, e não para si.
  • 7. 930 – É evidente que, se não fossem os preconceitos sociais, pelos quais o homem se deixa dominar, ele sempre acharia um trabalho qualquer que pudesse ajudá-lo a viver, mesmo deslocado de sua posição. Mas, entre os que não têm preconceito ou os põem de lado, não há pessoas que estão impossibilitadas de prover às suas necessidades, em consequência de moléstias ou outras causas independentes de sua vontade? -- Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome. Nota: Com uma organização social criteriosa e previdente, ao homem só pode faltar o necessário por culpa sua. Porém, muitas vezes suas próprias faltas resultam do meio onde se acha colocado. Quando o homem praticar a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio também será melhor.   931 – Por que, na sociedade, as classes sofredoras são mais numerosas do que as felizes? -- Nenhuma é perfeitamente feliz, pois o que se julga ser a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a eu chamas sofredoras são mais numerosas porque a Terra é lugar de expiação. Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz e ela será para ele o paraíso terrestre.
  • 8. 932 – Por que, neste mundo, a influência dos maus geralmente sobrepuja a dos bons? -- Por fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, haverão de preponderar. 933 – Se o homem é, quase sempre, o artífice de seus sofrimentos materiais, também será de seus sofrimentos morais? -- Mais ainda, porque os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade; mas o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, em suma, são torturas da alma. A inveja e o ciúme! Felizes os que desconhecem estes dois vermes roedores. Com a inveja e o ciúme não existe calma, não há repouso possível pra aquele que é acometido por esse mal; os objetos da sua cobiça, do seu ódio e do seu despeito se erguem diante dele como fantasmas que nunca lhe dão trégua e o perseguem até no sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado de febre contínua. Será essa uma situação desejável? Não compreendeis que, com suas paixões, o homem cria para si mesmo suplícios voluntários e a Terra se torna para ele verdadeiro inferno?
  • 9. Nota: Muitas expressões pintam rigorosamente os efeitos de certas paixões. Diz-se: encher-se de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito, não comer nem beber de ciúmes etc., e esse quadro é bem real. Às vezes, o ciúme nem mesmo tem objetivo determinado. Há pessoas ciumentas por natureza; sentem ciúme por tudo o que se eleva, por tudo o que escapa da vulgaridade, mesmo quando não são movidas por nenhum interesse direto, mas unicamente por não poderem atingir o mesmo plano. Tudo o que lhes parece estar acima do horizonte as ofusca; caso constituíssem maioria na sociedade, fariam o possível para reduzir tudo ao nível em que se acham. É o ciúme aliado à mediocridade.   Na maioria das vezes o homem só é infeliz pela importância que atribui às coisas deste mundo. A vaidade, a ambição e a cupidez, quando frustradas, fazem-no infeliz. Se ele se colocar acima do círculo acanhado da vida material, se elevar seus pensamentos para o infinito, que é seu destino, as vicissitudes da Humanidade lhe parecerão mesquinhas e pueris, como a tristeza da criança que se aflige pela perda de um brinquedo, que constituía a sua felicidade suprema.
  • 10. Aquele que só vê felicidade na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz quando não pode satisfazê-los, ao passo que aquele que nada pede ao supérfluo é feliz com o que os outros consideram calamidades.   Referimo-nos ao homem civilizado, pois o selvagem, cujas necessidades são mais limitadas, não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias, já que diversa é a sua maneira de ver as coisas. Como civilizado, o homem raciocina sobre a sua infelicidade e a analisa; por isso é mais afetado por ela. Mas, também, lhe é possível raciocinar sobre os meios de obter consolação e de analisá-los. Ele encontra essa consolação no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, e no Espiritismo, que lhe dá a certeza desse futuro.
  • 11. Obrigado pela sua paciência! • Que Deus os acompanhe em segurança a seus lares.