O documento resume as principais alterações ortográficas da Língua Portuguesa que passaram a vigorar em 1o de janeiro de 2016, incluindo a incorporação das letras K, W e Y no alfabeto português e a remoção do trema e acentos circunflexos em certas palavras.
2. O alfabeto da Língua Portuguesa passa a conter
26 letras, a ele incorporando-se K, W e Y.
Usadas em casos especiais, como siglas,
símbolos, unidades de medidas internacionais
e palavras originárias de outras línguas.
EXEMPLOS: Km – quilômetro; Washington;
Shakespeare; Show.
3. Não se usa mais o trema em palavras da
Língua Portuguesa. O acento só permanece em
nomes próprios e seus derivados de origem
estrangeira – ex: Bündchen; Müller.
Esqueça os dois pontos em cima do u. Agora
podemos escrever linguiça, pinguim,
frequência e cinquenta.
4. Devemos acentuar as vogais “I” e “U” dos hiatos quando
formarem sílabas sozinhas ou com “S”: ju-í-zo; sa-í-da; e-go-
ís-ta.
Diante de consoantes fortes (nh; m; r; l), que tornam a sílaba
naturalmente tônica, não há necessidade de acento nas
vogais “I” e “U” dos hiatos: ba-i-nha; fei-u-ra; ru-im; ca-ir.
Não se acentuam as vogais “I” e “U” das palavras
paroxítonas, quando precedidas de ditongo: baiuca; boiuno.
Não se deve mais acentuar o “U” tônico dos grupos
GUE/GUI, QUE/QUI. EX: Averigue; arguem; enxague.
5. Permanece o acento diferencial nas palavras pôde (passado)
e pode (presente); pôr (verbo) e por (preposição).
Nas formas verbais também é mantido o acento, para
determinar se a terceira pessoa do verbo está no singular ou
plural: ele tem – eles têm; ele vem – eles vêm.
A regra também se aplica aos verbos derivados de ter e vir:
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter...
Não é necessário o uso do acento diferencial para distinguir:
para (verbo) de para (preposição).
Deixam de existir os acentos circunflexos nos hiatos, nos
seguintes casos: oo – voo, perdoo; ee – leem, preveem.
6. Não se acentuam graficamente os ditongos
abertos (“ei”, “oi”) de palavras paroxítonas -
acentuação na penúltima sílaba.
EXEMPLOS: heroico; assembleia; ideia;
europeia; paranoico; joia.
Só serão acentuados quando estiverem na
última sílaba (palavras oxítonas) e com o som
aberto: céu; herói; chapéu; dói.
7. REGRA GERAL:
Usa-se hífen diante de sufixos que começam com a letra “H”: pré-história;
super-homem.
Usa-se hífen diante de prefixos e sufixos que, respectivamente, terminam
e começam com letras iguais: arqui-inimigo; anti-inflamatório.
Não se usa hífen diante de prefixos e sufixos que, respectivamente,
terminam e começam com letras diferentes: neoliberalismo; extraoficial.
Usa-se hífen diante de sufixos que iniciam com “R” ou “S” quando o
prefixo terminar em consoante: sub-reino; ab-rogar. Entretanto, no caso
de o prefixo terminar com vogal, dobra-se o “R” ou o “S”: minissaia;
ultrassonografia.
8. PARTICULARIDADES:
Em qualquer tipo de locução o hífen deixará de ser
empregado: fim de semana; sala de jantar; cão de guarda;
dia a dia.
Usa-se o hífen:
Em nomes próprios de lugares iniciados pelos adjetivos grã,
grão, ou por forma verbal, ou cujos elementos estejam
ligados por artigos: Grã-Bretanha; Grão-Pará; Passa-Quatro;
Baía de Todos-os-Santos.
Em palavras que designam espécies botânicas e zoológicas:
couve-flor; erva-doce; bem-te-vi; formiga-branca.
9. Em compostos com os advérbios “bem” e “mal”, quando a
segunda palavra começar com qualquer vogal ou com a letra “h”:
bem-humorado; mal-estar.
Em compostos com os elementos “além”, “aquém”, “recém” e
“sem”: além-fronteiras; aquém-mar; recém-casado; sem-vergonha.
Para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se
combinam: ponte Rio-Niterói; Liberdade-Igualdade-Fraternidade.
Nas formações com prefixos como ante-, anti-, circum-, co-, contra-,
entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-,
supra-, ultra-, etc; e com falsos prefixos de origem latina, como aero-
, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-,
micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-,
tele-, etc, só se emprega o hífen:
10. Em formações cujo segundo elemento começa por “H”: anti-higiênico;
pan-helenismo.
Em formações cujo prefixo do primeiro elemento termine com a mesma
vogal que começa o segundo: infra-axilar; auto-observação; semi-interno.
Em formações com os prefixos circum- e pan- quando o segundo elemento
comece por vogal, “m”, “n” ou “h”: circum-escolar; pan-africano.
Em formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando o segundo
elemento comece com “r”: hiper-requintado; inter-resistente
Em formações com os prefixos ex- e vice-: ex-presidente; vice-reitor.
11. Em formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
pós-graduação; pré-natal; pró-europeu.
Usa-se, ainda, o hífen nos casos de ênclise e
mesóclise: deixa-o; amá-lo-ei.
E após o advérbio “eis”, seguido de formas
pronominais: eis-me; ei-lo.