1. Segurança Pública
ANÁLISE DE REDES SOCIAIS
Maio - Julho 2016
FACEBOOK & TWITTER

2. Este relatório apresenta perspectivas sobre a percepção social a respeito da segurança
pública no país, com visualizações, estatísticas e análise qualitativa de postagens no Twitter e
no Facebook. Observa-se acentuada insegurança no país, tanto nas principais capitais quanto
em estados menos populosos, com elevado volume de menções sobre roubos e assaltos (e a
relevância do termo “medo” na discussão), além de visão sobretudo negativa sobre a polícia,
com polarização acerca da política de pacificação no estado do Rio de Janeiro.
INTRODUÇÃO

3. 3,213,841 TWEETS COLETADOS DE 20/06 A 20/07
O DEBATE EM RETROSPECTIVA

4. Esta nuvem de palavras apresenta, em visão retrospectiva, os principais temas
e subtemas do debate de segurança pública no Brasil, pelo Twitter, ao longo
dos últimos dois meses. Observa-se o predomínio de duas pautas: a violência
urbana cotidiana, em virtude da ampla divulgação – e repercussão – de
notícias e informações de assaltos e outros crimes, potencializada por
manifestações de medo e insegurança; e o episódio do estupro coletivo de
uma adolescente, em maio, que impulsiona a discussão sobre a violência
contra a mulher. Para além de ambos, também vale ressaltar a emergência de
debate, no país, de acontecimentos violentos em outros países, como nos
Estados Unidos, e a proeminência do Rio de Janeiro como principal cenário.

5. Denúncia de crimes. Na maioria estupros e
racismo (19.6%)
Associação do estupro da garota por 30
homens ao tráfico de drogas.
Argumentação de que a maior parte da
violência é fruto da impunidade (20.9%)Argumentos mais agressivos, defesa da
execução por policiais, cobrança de uma
ação mais truculenta da polícia. (10.1%)
Imprensa divulgando notícias relacionadas
ao tema segurança: operações policiais,
assaltos, tráfico de drogas, estupros.
(10,1%) Perfis de Spam que
circulam mensagens
automaticamente entre si
para gerar volume no debate
(0,77%)
Repercussão do atentado
de Orlando e críticas ao
fanatismo religioso
(6.76%)
Piadas e ironias sobre assuntos de
segurança pública, como roubos e
tráfico de drogas (22.03%)
MAPA DE INTERAÇÕES SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA NO TWITTER
11,219,988 TWEETS - 01/05 A 21/07

6. ANÁLISE - MAPA DE INTERAÇÕES
❖ Os maiores grupos no debate sobre segurança são conservadores e defendem medidas mais rígidas para
combater a violência, associam crimes ao tráfico de drogas e cobram ação mais truculenta da polícia.
❖ Há um grupo antagônico a estes e tem denúncias, na maioria de racismo e estrupro, como principal tema.
❖ O grupo formado por veículos de imprensa tem posição central entre estes dois. As notícias divulgadas
pela imprensa são retuitadas pelos dois lados numa disputa de interpretação.
❖ O debate sobre o atentado na boate de Orlando persistiu e formou um pequeno grupo próximo ao grupo
de denúncia.

7. Análise detalhada de temas específicos de segurança pública, com foco na opinião
social sobre a atuação da polícia e a política de pacificação implementada ao longo
dos últimos oito anos no estado do Rio. Foram coletadas informações de períodos
distintos da última semana de julho, com categorização de sentimento positivo ou
negativo e recorte por estados brasileiros, para a identificação do debate sobre
segurança proporcional à população de cada estado.
POLÍCIA — FACEBOOK
5.9K POSTS | 8.7K COMENTÁRIOS | 71.1K CURTIDAS | 10K COMPARTILHAMENTOS

8. POLÍCIA — FACEBOOK
5.9K POSTS | 8.7K COMENTÁRIOS | 71.1K CURTIDAS | 10K COMPARTILHAMENTOS
Em dois dias (20 e 21 de julho),
foram coletados 101,7 mil interações.
OS POSTS FORAM MAJORITAMENTE NEGATIVOS

9. SENTIMENTO POR ESTADO

10. VOLUME DE MENÇÕES
“POLÍCIA" NO FACEBOOK
TOTAL PER CAPITA
22.9000 0,980

11. MEDO E INSEGURANÇA — FACEBOOK
2.5K POSTS | 5.7K COMENTÁRIOS | 38.5K CURTIDAS | 2.3K COMPARTILHAMENTOS
TOTAL PER CAPITA
12.2000 0,60

12. O tema de segurança pública mostrou-se bastante presente nos jornais amazonenses nos últimos dias.
O lançamento de operação “Capital Segura” para combater os índices de homicídio levaram à detenção de ao menos 100
pessoas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública.
Os jornais também registraram ao menos 3 casos de estupro desde o dia 18 e falam de homicídios na zona leste de
Manaus e em Tabatinga. Chama atenção também a informação de que 42% dos presos aguardando julgamento teriam
denunciado o Tribunal de Justiça do Amazonas por prática de tortura.
E ainda, também do ponto de vista da violência institucional, os jornais lembram a participação de 15 policiais na chacina
de junho de 2015.

13. SENTIMENTO UPP — FACEBOOK
3.4K POSTS | 4.9K COMENTÁRIOS | 38.4K CURTIDAS | 3.3K COMPARTILHAMENTOS
De 21 a 27 de julho, coletamos 50 mil interacoes no FB sobre UPPs.
50%50%

14. Ao longo de uma semana, coletamos interações no Facebook relacionadas às Unidades de
Polícia Pacificadora. É interessante notar o equilíbrio entre as percepções positivas e negativas
dessa política de segurança carioca. Por um lado, o sentimento negativo pode ser indicativo da
deterioração das condições de segurança em vários territórios de UPP e da saturação da
percepção pública diante do retorno de tiroteios constantes. Mas, por outro, ele aponta que
metade da população engajada no tema via Facebook ainda apoia essa política de segurança.
MEDO E INSEGURANÇA — FACEBOOK
2.5K POSTS | 5.7K COMENTÁRIOS | 38.5K CURTIDAS | 2.3K COMPARTILHAMENTOS

15. MEDO E INSEGURANÇA — FACEBOOK
2.5K POSTS | 5.7K COMENTÁRIOS | 38.5K CURTIDAS | 2.3K COMPARTILHAMENTOS
De 20 a 22 de julho, coletamos 50.2 mil interacoes no FB.

16. VOLUME DE MENÇÕES — MEDO E INSEGURANÇA | FACEBOOK
TOTAL Per Capita

17. No Amapá, as redes sociais registraram a maior
sensação de insegurança per capita nas últimas
24 horas. Esta sensação tem respaldo nas
páginas de Facebook - perfis pessoais e
institucionais - que registram muitos casos de
homicídios, roubos e violência física por dia.
Chama a atenção os relatos de mortes por
espancamento e armas brancas.

18. Em Roraima, onde as redes sociais registraram a maior sensação de
insegurança per capita nos últimos dias, alguns agentes de segurança pública
têm orientado as pessoas a não saírem em algumas noites. Aparentemente
algumas cidades têm sofrido com apagões e nessas noites proliferam casos de
roubos e assaltos. Na última semana, os jornais registraram uma série de casos
de roubos. Contudo, é interessante notar que na última semana alguns casos
de homicídio foram resolvidos, e os responsáveis foram presos.

19. As análises apresentadas neste relatório sintetizam distintos polos do debate público sobre a
segurança no Brasil nos últimos meses. Em primeiro lugar, ressalte-se a uniforme apreensão dos
cidadãos com a insegurança cotidiana, dada a dimensão do contexto de violência urbana no debate
– roubos, furtos, assaltos, o medo de sair de casa. Também se observa o questionamento a respeito
da polícia e da gestão policial, com grupos de discussão que enfatizam um uso mais ostensivo da
força policial e maciça oposição aos resultados atuais da política de segurança. Outro ponto
notável é a relevância do debate sobre estupro, impulsionado por notícias recentes e que hoje é
parte central das reflexões sobre segurança no país.
CONCLUSÃO

20. Inovação e
Políticas Públicas