2. LEI DOS POBRES
PRIMEIRAS INTERVENÇOES DO ESTADO
SEC XVI –Reforma Protestante -Atitudes
repressivas e assistencialista
3. LEI DOS POBRES
PRIMEIRAS INTERVENÇOES DO ESTADO
Sec XVII
Aumento mendicância
Filantropia e caridade
Tida como desestímulo ao trabalho (desvio
moral)
4. LEI DOS POBRES
PRIMEIRAS INTERVENÇOES DO ESTADO
Sec XVII
1601, Rainha Elisabeth I
Lei Elisabetana
5. LEI DOS POBRES-Poor’s Law
PRINCÍPIOS
a) Obrigação socorro aos necessitados
b) Assistência pelo trabalho
c) Taxa cobrada para o socorro aos pobres
d) Responsabilidade das paróquias –período
conhecido como assistência de vizinhos e
paroquial
6. LEI DOS POBRES-Poor’s Law
a) Dirimir a mobilidade dos “mendigos
profissionais”
b) Taxa paga pelos contribuintes
..”tentativa de eliminar os pobres do que na
tentativa de eliminar a pobreza”
(BOBBIO (1986)
7. LEI DOS POBRES-Poor’s Law
a) VÁLIDOS…SOCORRO COM TRABALHO
b) INVÁLIDOS
c) CRIANÇAS
“A mendicância era severamente punida e a
reincidência na vagabundagem era uma
ofensa capital”
8. LEI DOS POBRES-Poor’s Law
Opunha-se aos direitos civis de
” Liberdade e Igualdade”
“A assistência aparece não enquanto direito
social mas para preservar a ORDEM
firmada”
9. SPEENHAMLAND LAW- 1795
ABONOS-suplemento salário
TABELA DO VALOR DO PÃO esboço de
rendimento mínimo proporcional ao preço
do trigo e número de filhos
RENDA MÍNIMA AOS POBRES
1834-foi cortada por incitar à vagabundagem
10. NOVA LEI DOS POBRES-1834
WORHOUSES-Casas de Correção
14 horas de trabalho
Ex.tecelões de algodão e o tear mecânico
Exército de Reserva sustentado pelo Estado
Emprego sazonal
Ambivalência=manutenção da ORDEM
11. S.S. :Surgimento e institucionalização no Brasil
INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÂO INDUSTRIAL
1ª FASE – MECANIZAÇÃO DA INDÚSTRIA E DA
AGRICULTURA
2ª FASE – A APLICAÇÃO DA FORÇA MOTRIZ À
INDÚSTRIA
3ª FASE – O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA
FABRIL
12. S.S. :Surgimento e institucionalização no Brasil
4ª FASE – ACELERAÇÃO TRANSPORTES E
COMUNICAÇÕES
1825 - Navegação a vapor,
1825 - 1ª estrada de ferro –Inglaterra;
1829 - Estrada de ferro - EUA;
1832 - Estrada de ferro - Japão
1835 – Telégrafo Elétrico (Morse)
1840 – Selo Postal
1876 – Telefone (Graham Bell)
13. PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO
1860 – 2ª Revolução Industrial
1856 – Processo de fabricação do aço
1873 – Aperfeiçoamento do dínamo
1886 – Primeiro automóvel de 4 rodas com motor a combustão
interna (Daimler)
14. Questão Social – fatos históricos
1-Primeira metade do séc. XIX
explicitamente por volta de 1830
Ameaça de fratura representada pelos proletariados
das primeiras concentrações industriais
Ameaça à ordem social seja pela violência
revolucionária ou por uma espécie de
contaminação da miséria-pauperismo
15. Questão Social – fatos históricos
Desta forma, a Questão Social é uma
categoria que expressa a contradição
fundamental do modo capitalista de
produção. Contradição, esta, fundada na
produção e apropriação da riqueza gerada
socialmente: os trabalhadores produzem a
riqueza, os capitalista se apropriam dela.
Desta forma, os trabalhadores não usufruem
das riquezas por eles produzidas.
16. Questão Social – fatos históricos
Nessa perspectiva de análise societária, a
Questão Social ressaltará:
Situação em que se encontra a maioria da
população;
As diferenças entre trabalhadores e
capitalistas no acesso às condições básicas
necessárias à sobrevivência;
Reflete as desigualdades
17. Questão Social – fatos históricos
Questão Social é fruto da apropriação
desigual do produto social apresentando
em suas diversas consequências.
É uma categoria “arrancada do real”
(abstrata). Desta forma, vemos suas
expressões, como: fome desemprego,
analfabetismo, violência, carência,
desigualdade etc.
18. Questão Social – fatos históricos
Enfrentamento da questão social apresenta-se
de forma coletiva, através da IDENTIDADE
- relações de etnia; ou
- categorias ocupacionais etc.
Esta forma organizativa dos trabalhadores,
ainda incipiente, tinha como base mais a luta
pela sobrevivência, do que um enfrentamento
das relações entre Estado e empresariado.
19. Questão Social – fatos históricos
Portanto, é no contexto de afirmação do
capitalismo que emerge a chamada Questão
Social, enquanto um processo de formação
e desenvolvimento da classe operária e de
seu ingresso no cenário político da
sociedade, exigindo seu reconhecimento
enquanto classe por parte do Estado. É a
manifestação, no cotidiano da vida social, da
contradição entre o proletário e a burguesia.
20. Questão Social – fatos históricos
É no aprofundamento da questão social
(como expressão de contradições e
antagonismos entre as classes) que
verificamos que as novas formas de
enfrentamento são realizadas pela classe
proletária; passando a exigir outras
intervenções por parte do Estado e da
burguesia – contrapondo a repressão e
caridade.
21. Questão Social – fatos históricos
As novas estratégias de atendimento da
“questão social” precisavam, portanto, levar
em conta a organização societária, em que
se operava uma renovada correlação de
forças: de um lado combativo proletariado,
de outro uma defensiva classe dominante –
ambos circundados por uma pauperizada e
faminta massa de trabalhadores.
22. Questão Social – fatos históricos
“Burguesia, a Igreja e o Estado uniram-se
em um compacto e reacionário bloco político
tentando coibir as manifestações dos
trabalhadores eurocidentais, impedir suas
práticas de classe e abafar sua expressão
política e social” (MARTINELLI, 1996: 66)
23. Questão Social – fatos históricos
No final do séc. XIX, em 1891 o papa Leão
XIII coloca na agenda universal da igreja a
questão social através da encíclica Rerum
Novarum
Seguindo as bases das diretrizes de Leão
XIII o Padre Júlio Leme advoga que a igreja
deve assumir a questão social, visando
recuperar os privilégios e prerrogativas
perdidos.
24. Questão Social – fatos históricos
Diretrizes: Encíclicas Papais – Rerum
Novarum e Quadragésimo Ano
Potencializa a atuação por parte da Igreja
Católica.
Princípios: humildade, solidariedade e
amor ao próximo. Através do exercício da
caridade e filantropia.
25. Questão Social – fatos históricos
Base da Igreja: “aliança” entre patrões e
empregados
Esta aliança tem como pano de fundo a
posição da Igreja Católica frente aos
interesses do Capital, em que esta não deve
contrariar os interesses do Capital;
reforçando e contribuindo na adesão dos
princípios capitalistas nos trabalhadores
26. Questão Social – fatos históricos
O resultado concreto desta parceria é o
surgimento de algumas ações assistenciais
Na Inglaterra, surgem as SOC’s (Sociedade
de Organização da Caridade)
visando a responsabilidade pela racionalização
e normatização da prática da assistência.
28. CAPITALISMO
Para o Serviço Social é comumente
utilizado o significado conferido por Marx :
“...não buscavam a essência do capitalismo
num espírito de empresa, nem no uso da
moeda para financiar uma série de trocas
com o objetivo de ganhos, mas em
determinado sistema de produção”
(MARTINELLI).
•
O que é Capitalismo?
29. Contradição do Capital
Um de seus pré-requisitos históricos era a
concentração da propriedade e dos meios
de produção em mãos de uma classe
(pequena parte da sociedade), e o
aparecimento conseqüente de uma classe
destituída de propriedade, para a qual a
venda de sua força de trabalho era a
única forma de subsistência.
31. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
⇓
Século XVIII e completando-se
em meados do século XIX
Transformação essencial no
modo de produção – a
substituição do homem pela
máquina (surgimento da
ascensão do capitalismo
industrial).
32. Se na manufatura, o trabalho tem o controle
sobre a ferramenta; na maquinofatura, o
trabalho se torna um apêndice da máquina
Degradação da sociedade do trabalho
“Face Humanitária” do Capitalismo não podia
admitir que o pobre, o doente, o
marginalizado fique à mercê de sua sorte ou
da desgraça.
33. O PRÓPRIO MOVIMENTO DO
CAPITAL DESENCADEIA O
MOVIMENTO DO OPERARIADO
⇓
Através da superação da
heterogeneidade
34. Com isso, a caminhada histórica
dos trabalhadores haviam
produzidos importantes resultados:
1. Mudança da condição de classe
para a consciência de classe;
2. Consciência de seu papel
revolucionário;
3. Importância da construção de
alianças (intra e extra-classes);
35. 4.Contestação do domínio e da
exploração do capital;
5. Consciência da força e da pressão que
poderiam fazer frente à burguesia e ao
poder público visando atingir seus
objetivos;
6. Estratégias de resistência e
manifestação frente às condições de
36. QUESTÃO SOCIAL
Desde o momento em que se descobre
que ele é quem produz o capital, ao
produzir mais-valia, o proletário começa
a libertar-se da dominação burguesa.
Esse é o primeiro momento no
processo de realização da sua
hegemonia”.
(IANNI, apud MARTINELLI).
38. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
1-CADA CASO SERÁ OBJETO DE UM
INQUÉRITO E OS RESULTADOS SERÃO
INSTRUÍDOS POR UM RELATÓRIO
ESCRITO
39. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
2-ELE SERA’SUBMETIDO A UMA
COMISSÃO QUE SE PRONUNCIARÁ
SOBRE AS MEDIDAS A SEREM TOMADAS
40. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
3-NÃO SE CONCEDERÃO SEGUROS
TEMPORÁRIOS, MAS UMAA AJUDA
SUFICIENTEMENTE JUDICIOSA,
IMPORTANTE E PROLONGADA PARA
QUE A FAMÍLIA OU O INDIVÍDUO SEJA
RECOLOCADO EM CONDIÇÕES NORMAIS
41. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
4-O ASSISTIDO SERÁ O AGENTE DA
PRÓPRIA MELHORIA, E SE
INTERESSARÃO POR ESSA OBRA OS
PARENTES, SEUS VIZINHOS, SEUS
AMIGOS
42. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
5-SE SOLICITARÁ EM FAVOR DO
ASSISTIDO A COOPERAÇÃO DAS
DIVERSAS INSTITUIÇÕES SUSCEPTÍVEIS
DE INTERVIR
43. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
6-OS AGENTES DAS OBRAS RECEBERÃO
INSTRUÇÕES GERAIS ESCRITAS, ELES
SE FORMARÃO POR LEITURAS E POR
UM ESTÁGIO PRÁTICO
44. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
7- AS INSTITUIÇÕES DE CARIDADE
COMUNICARÃO A LISTA DE SEUS
PROTEGIDOS QUE SERVIRÁ PARA TER
UM FICHÁRIO CENTRAL DOS
ASSISTIDOS, SE GARANTIRÁ CONTRA
OS EXPLORADORES DA FILANTROPIA, E
SE EVITARÁ A RENOVAÇÃO DE
INQUÉRITOS JÁ FEITOS
45. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
Princípios: (p.50 JUAZEIRO)
8-SE CONSTITUIRÁ UMA AGENDA DE
OBRAS, QUE PERMITA ELIMINAR AS
INSTITUIÇÕES PARASITAS, DE
ORIENTAR AS INTERVENCÕES COM
CONHECIMENTO DE CAUSA, DE
DESCOBRIR AS LACUNAS E O DUPLO
EMPREGO DENTRO DA ORGANIZAÇÃO
DA CARIDADE.
46. SOC Sociedade de
Organizacão da Caridade
1877-EUA Charities Organization Society
COS
A 1897-180 COS
“organização da assistência
“”não levavam apenas esmola, mas simpatia,
esperança, coragem, enfim, ideias e
caráter”(JUAZEIRO, p.51)
48. Questão Social – fatos históricos
Surgiam, assim, no cenário histórico, os
primeiros assistentes sociais – como
agentes executores da prática da
assistência social – atividade que
profissionalizou sob a denominação de
Serviço Social.
49. Questão Social – fatos históricos
Portanto, a questão social foi incorporada
pelo Serviço Social (Europa e América
Latina) sob a ótica da harmonia social e
da doutrina social da Igreja.
50. Questão Social – fatos históricos
A Questão Social representa uma
perspectiva de análise da sociedade. Isto
porque não há consenso de pensamento
básico que constitui a questão social. Isto é,
nem todos analisam que existe uma
contradição nas relações entre capital e
trabalho.
51. Questão Social – fatos históricos
Jacques Donzelot, caracteriza a questão
social
– Ao menos na França emergindo nos meados do
séc. XIX diante das lutas, com sua agudização no
antagonismo radical entre o direito à propriedade
e o direito ao trabalho
52. Questão Social – fatos históricos
Para Otávio Ianni a questão social está na base dos
movimentos da sociedade, resulta dos impasses do
regime dominante, refletindo as disparidades
econômicas, políticas e culturais que envolvem as
relações entre o Estado e a Sociedade, sendo,
portanto, resultado de um processo estrutural que
tem determinado, no campo político, a ocorrência de
conflitos e lutas sociais.
53. Questão Social – fatos históricos
Robert Castel
- É a partir da Questão Social que
conseguimos perceber a expressão da
sociedade e sua capacidade de existir, ou
seja, elas expressam a realidade de um
país, bem como repercutem na maneira que
o país lida com a questão.
54. Questão Social – fatos históricos
Luis Eduardo Wanderley
– Centra-se nas extremas desigualdades e injustiças que
reinam na estrutura social dos países latino-americanos,
resultantes do modo de produção e reprodução social, dos
modos de desenvolvimento
– A questão social se funda nos conteúdos assumidos pelas
relações sociais em suas múltiplas dimensões econômicas,
políticas, culturais, religiosas cujo impacto alcançam todas
as dimensões da vida social do cotidiano.
55. Questão Social – fatos históricos
Para Luiz Wanderley o processo de
concentração de riquezas, o aumento da
pobreza espelha bem a continuidade da
questão social de longa duração que não foi
superada pelos processos de emancipação
do séc.XIX e de modernização do séc XX.
56. Questão Social – fatos históricos
– Luiz Wanderley lança propostas para tentar solucionar ou
minimizar os efeitos da questão social:
1. Respeito às normas trabalhistas;
. Ampliação das redes de cooperação e solidariedade
internacional, que reduzam a dependência dos mercados
internacionais e valorizem a diversidade das culturas;
3. O fortalecimento do poder local;
4. A recuperação da importância da família como lugar de
busca de condições materiais de vida , de pertencimento na
sociedade e de construção de identidades.
57. Questão Social – fatos históricos
Para Vera Telles: a Questão Social é uma aporia
das sociedades modernas que põe em foco a
disjunção, sempre renovada, entre a lógica do
mercado e a dinâmica societária, entre a exigência
ética dos direitos e os imperativos de eficácia da
economia, entre a ordem legal que promete
igualdade e a realidade das desigualdades e
exclusões tramada na dinâmica das relações de
poder e dominação.
58. Questão Social – fatos históricos
Vicente de Paula Faleiros: assinala que a
particularidade do serviço social como
especialização do trabalho coletivo está
organicamente vinculado às configurações
permeadas pela ação dos trabalhadores, do capital
e do Estado.
A questão social é a base de fundação sócio-
histórica, o que lhe confere um estatuto e elementos
centrais e constitutivos da relação entre profissão e
realidade social.
59. Questão Social – fatos históricos
Para José Paulo Netto, no Capitalismo:
*As profundas modificações alteram-se a
dinâmica societária;
*Objetivo primário: acréscimo dos lucros
capitalistas pelo controle de mercado –
revertida em favor do grupo monopolista
*Emerge: natureza parasitária da burguesia
*Burocratização da vida social
60. Questão Social – fatos históricos
Para Maria Lúcia Martinelli, questão social
é um amplo espectro de problemas sociais
que decorreram da expansão da
industrialização capitalista. É a expressão
concreta das contradições entre o Capital e
o Trabalho no interior do processo de
industrialização capitalista.
61. Questão Social – fatos históricos
Essa mesma autora enfatiza que a
QUESTÃO SOCIAL de forma contundente
se expressava de duas faces:
a) POLÍTICA – representada pelo avanço do
movimento dos trabalhadores;
b) SOCIAL – representada pela acumulação
da pobreza, pela generalização da miséria
62. Questão Social – fatos históricos
Maria Lúcia Barroco (2006) aponta que a
Questão Social não se refere apenas as
desigualdades, mas às formas históricas de
seu equacionamento, em face do significado
político das lutas proletárias
Contradição do Capitalismo Monopolista
Questão Social torna-se alvo de respostas
sistemáticas por parte do Estado e das
classes dominantes
63. Questão Social – fatos históricos
Maria Carmelita Yasbeck, a questão social
emerge nos conflitos entre as relações
capital e trabalho. Impulsionado pelo
processo de urbanização e industrialização.
-Manifesta-se nas desigualdades através da:
exclusão, subalternidade e pobreza.
-Efeitos: fome, desemprego, baixo acesso de
educação, saúde, violência etc.
64. Questão Social – fatos históricos
Para Marilda Vilela Iamamato o desdobramento da
questão social é também a questão da formação da
classe operária e de sua entrada no cenário político.
Tem a necessidade de seu reconhecimento pelo
Estado, portanto advém a implementação de
políticas que levem em consideração os interesses
da classe operária.
A questão social é a base que fundamenta o serviço
social como especialização do trabalho.
65. Questão Social – fatos históricos
Portanto, a Questão Social representa não só as
desigualdades, mas, também, o processo de
resistência e luta dos trabalhadores, da
população excluída e subalternizada, na luta
pelos seus direitos econômicos, sociais,
políticos e culturais. Nesta perspectiva que
reside as transformações históricas da
concepção de Questão Social.
66. Questão Social – fatos históricos
O que merece ser marcado é que a evolução da
Questão Social apresenta duas faces,
indissociáveis:
Configurada pela condição objetiva da classe
trabalhadora na defesa de seus interesses e na
procura de satisfação de suas necessidades
imediatas de sobrevivência;
Expressa pelas diferentes maneiras de interpretar e
agir sobre a questão social (propostas pelas
diversas frações dominantes).
67. Questão Social
SOCIAL POLÍTICO
Desigualdade/Pobreza Mobilização/Inquietação
MANIFESTAÇÃO:
Exclusão Subalternidade Pobreza
EFEITOS:
fome, desemprego, baixo acesso de educação, saúde, violência,
analfabetismo etc.
68. A ESCOLA DO SERVIÇO SOCIAL DE SÃO PAULO
PERIODO DE 1936 À 1945
Antecedente
Santa Casa de Misericórdia
de São Paulo
(1715)
Visava o atendimento dos
doentes sem recursos, à
velhice desamparada e à
infância abandonada.
O trabalho era desenvolvido
por pessoas sem nenhum
preparo técnico
especializado.
69. CENTRO DE ESTUDOS E AÇÃO
SOCIAL
CEAS – Centro de Estudos e Ação Social (1932)
Sua criação ocorreu após a realização do
CURSO INTENSIVO DE FORMAÇÃO SOCIAL PARA MOÇAS, organizado
pela primeira vez em São Paulo pelas Cônegas Regulares de Santo Agostinho,
de
1º de Abril à 15 de Maio de 1932. A direção do curso coube à
Melle Adèle de Loneux, professora da 1ª Escola de Serviço Social da Bélgica
(1920).
Naquela época, o CEAS iniciava suas atividades sem nenhum apoio
financeiro, dispondo apenas da contribuição mensal de suas sócias;
Sem condições para alugar uma sede, realizou um contrato com a Liga das
Senhoras Católicas;
Sua finalidade básica era o
estudo e a difusão da doutrina social da Igreja e a ação social dentro da
mesma diretriz.
70. OBJETIVOS DO CEAS:
Estatuto O fim especial da sociedade era difundir a doutrina e a formação
sociais pregadas pela Igreja Católica. Dentro dessa finalidade, visavam
principalmente:
Tornar mais eficiente a atuação das trabalhadoras sociais
adotar uma orientação definida em relação aos problemas a resolver,
favorecendo a coordenação de esforços dispersos nas diferentes atividades e
obras de caráter social.
Se propunham fundamentar suas programações em princípios e ensinamentos
cristãos.
Seus membros têm grande preocupação de exercer influência na vida social,
na linha do pensamento da Igreja Católica.
Essa orientação refletia um momento em que a Igreja, como força social,
assumia posição frente aos problemas sociais da época, combatendo o
marxismo e o liberalismo e propondo reformas para diminuir as desigualdades
sociais.
71. O que era “Questão Social”?
No pensamento católico da época
referente à
natureza
causas
efeitos
remédios dos males generalizados da sociedade moderna.
(diz-se males generalizados, porque o mal esporádico não constitui
questão social).
A pobreza, por exemplo, sempre existiu e sempre existirá. O pauperismo,
porém, como hoje se verifica é um mal generalizado afetando toda
sociedade e constituindo, portanto, a questão social.
72. CENTROS OPERÁRIOS
Criados pelo CEAS em 1932
havia uma preocupação com a questão operária.
Nos Centros Operários, os membros do CEAS, “por meio de
aulas de tricô, trabalhos manuais, conferências, conselhos
sobre higiene, etc., procuravam interessar e atrair as operárias
e entrar assim em contato com as classes trabalhadoras,
propondo estudar o ambiente e as necessidades da época.
Constituíam organismos transitórios que cederiam lugar à associação
de classe que nossas elites operárias iriam formar e dirigir logo que
para isso estivessem aptas.
73. ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
Albertina Ferreira Ramos
Maria Kiehl
duas sócias do CEAS, após o curso de Melle. Adèle de Loneux, partem para a
Europa a fim de realizar o
Curso de Serviço Social na Escola de Bruxelas.
Retornam ao Brasil em 1935, com o diploma de assistentes sociais e
começam os trabalhos para a fundação da Escola de Serviço Social de São
Paulo, com a ajuda de
Odília Cintra Ferreira
que já possuía formação social obtida em cursos realizados na Europa, na
Escola Normal Social e na Escola Superior de Estudos Sociais do Instituto
Católico de Paris.
74. Maria Kiehl
“
Pareceu-nos entretanto insuficiente o nosso preparo para garantir a boa organização de
uma Escola de Serviço Social, pois se as escolas dessa natureza têm por principal
finalidade sanar os inconvenientes da improvisação de dirigentes de obras sociais,
é claro que a primeira condição da eficiência das escolas de Serviço Social
é não serem elas próprias uma improvisação”
75. Maria Kiehl
“Conscientes da responsabilidade que íamos assumir
– formar assistentes sociais – isto é,
pessoas capazes de auxiliar os indivíduos a encontrar na sociedade o bem que lhes é
destinado, quando eles não podem procurá-lo sozinhos,
e por outro lado, a suprir na sociedade as falhas que o impedem de realizar seu papel
providencial com relação àqueles,
logo vimos que tínhamos de fazer o nosso trabalho com todo vagar,
estudando os problemas do meio em todos os aspectos e adaptando com cuidado os
métodos e processos estrangeiros
às necessidades, tradições e ao temperamento do povo brasileiro”.
76. ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
DE SÃO PAULO
Em 15 de fevereiro de 1936, inaugura-se a
Escola de Serviço Social de São Paulo, que,
conforme consta do Relatório do Centro de
Estudos e Ação Social em 1936, tem com
finalidade oferecer às organizações de
assistência social em geral “um elemento
imprescindível: a assistente social
tecnicamente preparada”.
.
77. PROCESSO SELETIVO
Ter 18 anos completos e menos de 40 anos
Apresentar referência de 03 pessoas idôneas
Comprovar ter realizado estudos secundários
Apresentar atestado de saúde
Submeter-se à prova eliminatória de admissão
78. FORMAÇÃO TÉCNICA E ÉTICA
Dentre os principais objetivos:
Proporcionar às moças uma sólida formação, tanto moral como
técnica, procurando preencher dois fins: preparar algumas
para
exercer a carreira profissional de assistentes sociais
desempenhar na sociedade o seu verdadeiro papel, com uma
sólida formação moral e social;
79. ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
DE SÃO PAULO
Isso se daria através do conhecimento de
questões e problemas sociais do momento,
preparando-se para atuar nos vários campos
de ação social, nas
obras de assistência
nos serviços de proteção à infância
nas organizações operárias e familiares.;
80. ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
DE SÃO PAULO
sólida formação ética e nelas desenvolver as
qualidades naturais que requer a carreira
social, tais como o
amor ao próximo
ideal de fazer o bem
capacidade de dedicação
desinteresse pessoal
critério e o senso prático na ação
81. VOCAÇÃO x REMUNERAÇÃO
“O ‘ideal’ do Serviço Social não será prejudicado pela profissionalização da
assistente social?” perguntava a União Social Feminina (16/11/1936): “Em
outras palavras, se
O Serviço Social não virá a tornar-se mais um meio de vida do que uma causa
a defender ?
A remuneração aparece como aspecto secundário do trabalho e justifica-se
apenas pelo fato de que sem ela a carreira ficaria impossibilitada a todos que
devem viver de seu trabalho;
Sendo assim
dedicação e desinteresse devem aliar-se ao estudo e domínio de técnicas
sendo esta a razão pela qual as escolas que se destinam a formar assistentes
sociais elaboram seus problemas na perspectiva desta dupla formação;
Devem realmente ser solicitados pela situação penosa de seus irmãos, pelas
injustiças sociais, pela ignorância, pela miséria, e a esta solicitação devem
corresponder as qualidades pessoas de inteligência e vontade indispensáveis
à realização do Serviço Social.
82. Linha do Tempo Serviço Social
1897-Mary Richmond-Conf Nacl Caridade-Toronto
1899-Escola de Filantropia Aplicada NY
1ª Escola européia –Amsterdã/Holanda
Curso para Agentes Sociais em Berlim
1908-1ª Escola Alemã-Berlim
1911-Escola de Orientação Cátólica-Paris
1913-Escola de Orientação Protestante Paris
1925-América Latina - Chile
83. Linha do Tempo Serviço Social
FINAL DA II GUERRA MUNDIAL
EUROPA
EUA
AMÉRICA LATINA
200 escolas
84. A CONCEPÇÃO DE TRABALHO
SOCIAL
“Trabalho complexo e profundo,
pois procura curar e prevenir o mal em suas causas
e não somente remediar suas manifestações aparentes,
o Serviço Social supõe um largo conhecimento do homem e da
sociedade
e tem métodos específicos de ação, o que não pode ser improvisado
nem suprimido pela simples boa vontade”
FOLHETO DE DIVULGAÇÃO DA ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
DE SÃO PAULO, 1937
85. CONCEPÇÃO DE TRABALHO SOCIAL
“Conjunto de esforços feitos para adaptar
o maior número possível de indivíduos à vida social ou,
para adaptar as condições de vida social
às necessidades do indivíduo”
Melle. Adèle de Lenoux
86. ESCOLA NORMAL SOCIAL DE PARIS
Assistente Social
“é uma pessoa metodicamente formada numa escola
de Serviço Social, cuja atividade e dedicação,
prendendo-se a uma determinada engrenagem da
sociedade, visa normalizar o seu andamento e
integrá-la normalmente também no seu
desenvolvimento de toda sociedade”.
87. METODOLOGIA
Trabalho em círculos de estudo desenvolvido
basicamente pelos alunos sob a orientação
do monitor, seguindo o esquema
metodológico utilizado pelos grupos da
AÇÃO CATÓLICA: VER, JULGAR E AGIR
Preocupação comum com a justiça social;
Primeiras turmas quase que totalmente
constituídas por membros da Ação Católica;
88. Serviço Social
“O ensino, fortemente apoiado na Doutrina Social da
Igreja, procura despertar nos alunos interesse
pelas soluções dos problemas sociais mediante um
trabalho que muito irá deles exigir seu ideal,
dedicação e amor ao próximo”
Odila Cintra Ferreira
89. CLASSES MASCULINAS
1938 - classe noturna
masculina
1940 os rapazes formados
fundaram o Instituto de
Serviço Social para rapazes
a Escola de Serviço Social
voltou a limitar a matrícula ao
sexo feminino.
90. A evolução da Escola
1937 – É fundada a
Escola Brasileira de
Serviço Social, no Rio
de Janeiro
91. Serviço Social
1939 – CEAS obtém o
reconhecimento de
Escola de Serviço
Social por parte do
governo do Estado
(Decreto nº 9.970)
Surge a primeira revista
de Serviço Social no
Brasil: Serviço Social
92. SERVIÇO SOCIAL NA INDÚSTRIA
1940 – Pela primeira vez,
praticou-se o Serviço Social na
Indústria, por iniciativa da
Estamparia Santa Rosália de
Sorocaba
A preocupação com o
trabalhador, observada na vida
nacional, reflete-se na profissão.
Tem início uma campanha
visando à implantação do
Serviço Social na indústria
paulista.
93. Circular nas Indústrias de São Paulo
“O assistente social - moça ou rapaz – com curso
técnico especializado, já existente entre nós, será
traço de união entre o empregador e o empregado.
A atuação se fará sentir, entre os operários:
pesquisando as suas qualidades físicas, morais e
profissionais, ao ser admitido na empresa,
regularizando toda a documentação legal, necessária e
à admissão e à inscrição nos Institutos de
Previdência, aconselhando e orientando a execução
das leis trabalhistas
94. Circular nas Indústrias de São Paulo
aconselhando e orientando a sua saúde física e moral,
adaptando e corrigindo os defeitos do local de
trabalho, nocivos ao empregado,
e economicamente prejudiciais ao empregador;
evitando e prevenindo queixas e descontentamento do
empregado, com soluções adequadas, sugeridas ao
empregador;
evitando e prevenindo os conflitos de trabalho,
recursos às Juntas de Conciliação e Julgamento,
prejudiciais à normalidade do serviço;
prevenindo a ocorrência de acidentes de trabalho.
Essas, em resumo, são as atividades do assistente
social dentro da fábrica”.
95. INFLUÊNCIA AMERICANA
1941 – 17 Bolsas de Estudos- intercâmbio EUA
Social Case Work, Group Work
e Comunity Organization
Helena Junqueira e Nadir Kfouri –
Escola de Serviço Social agregada à PUC/SP
96. INFLUÊNCIA AMERICANA
Marco conclusivo a introdução das disciplinas :
Serviço Social de caso
Serviço Social de Grupo
Serviço Social da Comunidade
Em contrapartida à um período pleno de conteúdos
filosóficos, começa a impor-se uma fase de
conteúdo técnico e metodológico
(que não exclui os elementos filosóficos)
97. Legião Brasileira de Assistência LBA
1942
objetivo atender às famílias dos pracinhas
logo depois estendeu seu trabalho à
população pobre, principalmente com
programas na área materno-infantil
Essas ações reproduziam a maneira que o
Estado encarava as políticas sociais,
com seu caráter benevolente e assistencialista
que visavam legitimidade junto à população
pobre.
98. Década de 40
Estado chamado a intervir nas relações sociais
Viabilização do processo de acumulação
capitalista
Atendimento de necessidades sociais da
população
99. Década de 40
Serviço Social –abre-se mercado de trabalho
Ampliação áreas de ação
Execução de políticas sociais públicas
Amplia referenciais técnicos
Sistematiza espaço sócio-ocupacional
101. Profissional Liberal
Relação singular com usuários
Caráter não rotineiro
Código de Ética
Proposta intervenção a partir dos conhecimentos
teórico/metodológicos e técnico-operativos
Regulamentação legal da profissão
102. Profissional Liberal
Ainda com fortes traços
de sua origem
Igreja Católica
Valorização de qualidades
pessoais
Morais
Discurso humanitário
Altruísta
desinteressado
103. SERVIÇO SOCIAL
“O Exercício do Serviço Social é compreendido nessa
perspectiva: reinvenção do cotidiano, da
iniciativa, fruto da crítica social e do
dimensionamento das estratégias político-
profissionais, a exigir uma delicada sintonia entre
o saber técnico e a competência política”
Marilda Vilela Iamamoto
104. Bibliografia
Dissertação de Mestrado Maria Carmelita Yazbek
Cadernos PUC n.º 6 1980
YAZBEK, Maria Carmelita
O siginificado sócio-histórico da profissão
Revista Serviço Social e Sociedade nº 22
Modernos Agentes da Justiça e da Caridade – Notas Sobre a
Origem do Serviço Social no Brasil – Raul de Carvalho