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Com a chegada das colheitas e já sendo habitual a
participação das crianças (investigadores de palmo e meio)
na apanha da fruta, mais uma vez o grupo deslocou-se à
quinta do Sr. Joaquim.
Mas, desta vez a recepção não foi igual aos anos anteriores.
O Sr. Joaquim estava preocupado! Algo de misterioso se
passava na sua horta e com as árvores do pomar. Durante
muitos anos, a quinta fora conhecida por ter a melhor
fruta, saborosa e suculenta da região, mas agora estava
uma desolação.
A fruta apodreceu rapidamente e a água do riacho
que atravessava o pomar e a sua horta tinha um odor
intenso, forte e cor avermelhada. Rapidamente
aperceberam-se que este sistema lótico, ou seja, de
águas em constante movimento, que permite uma
maior oxigenação estava com graves problemas.
Neste meio a fauna e a flora (as algas verdes, os
musgos aquáticos e as larvas) estavam com cor
amarelada, apresentando alguns sinais de
degradação/poluição.
Os
investigadores
de palmo e
meio, tristes mas curiosos decidiram investigar este grande
mistério.
Apesar de não terem grande informação, recorreram ao
Centro Ambiental das Ribeiras de Gaia procurando resposta.
Após uma pesquisa / analise cuidada a toda a informação
cedida pelas responsáveis e aplicando os conhecimentos
adquiridos na disciplina de ecologia, rapidamente
suspeitaram tratar-se de um “crime ambiental”.
Não podiam parar. A natureza e a população corriam
riscos de vida.
Tinham de combinar várias estratégias, reunir diversos
instrumentos para dar início à investigação.
Para não atrair atenções, criaram uma maleta
original/diferente de forma esférica, que se assemelhava
ao globo terrestre. Com a colaboração da professora de
plástica e recorrendo a diferentes materiais e técnicas,
elaboraram a maleta: um balão gigante cheio de ar, com
sobreposição de varias camadas de folhas de papel
reciclado e cola. Após a secagem da esfera pintaram e
decoraram a maleta em 3D com a caracterização dos
cinco continentes feito em esponja.
A maleta estava pronta! Agora só faltava colocar os utensílios necessários para a investigação:
lupas, luvas, sacos para colocar vestígios, canetas, caderno de apontamentos, lanternas, pinças,
agua, gesso em pó e o mapa da localidade.
Primeiro, resolveram explorar a área junto ao pomar do
Sr. Joaquim. Recolhendo algumas peças de fruta e de
forma cuidada, colocaram dentro dos sacos para a
posteriormente fazer a análise. No riacho observaram
vestígios de manchas que poderiam ser tóxicas ou não,
encontraram um recipiente com símbolo de produto
tóxico, espuma na água, peixes mortos bem como parte
da fauna e da flora que foram recolhidos para serem
observados no laboratório.
Durante a recolha destes vestígios, foram observados por
um indivíduo, o Sr. António vizinho do Sr. Joaquim, que
os questionou sobre a presença do grupo neste local. Após
uma longa conversa e apercebendo-se que as crianças só
queriam ajudar a resolver esse mistério, disse que recebeu uma proposta de compra do terreno por
parte da imobiliária “Decifrar”. O Sr. António recusou, porque a imobiliária não estava interessada
em pagar o valor pedido, no entanto ainda possuía o cartão de contacto da agência.
Colocaram-no com todo o cuidado e com a ajuda da pinça
juntaram mais esta pista. Antes de se despedirem,
deixaram o contacto telefónico de um dos membros do
grupo, caso surgisse alguma novidade para o desenrolar do
mistério.
Continuaram a investigação e foram conhecer melhor o
terreno. Qual foi o espanto quando um vulto desapareceu
entre o arvoredo. Tentaram alcança-lo e durante a
perseguição o sujeito deixou cair uma mochila perto do
poço abandonado.
Dentro da mochila
estava um frasco
com um líquido incolor por identificar, uma caixa de fósforos
e algumas pegadas que acabaram por desaparecer com a
proximidade do riacho.
As pegadas foram registadas com a máquina fotográfica e foi
retirado um molde com a ajuda de gesso. Algo de estranho
estava a acontecer…
Abandonaram o local, e tentaram entrar em contacto com a
imobiliária “Decifrar” para o número 71920172,mas não
estava atribuído.
Inspirados pelo nome da imobiliária “Decifrar” começaram a relacionar os números com o
abecedário (7 = G; 1 = A; 9 = I; 20 = U; 17 = R; 2 = B)
GAIURB era a solução para este enigma.
Dirigiram-se à GAIURB, sendo esta uma empresa municipal de Urbanismo que tem como missão
desenvolver no conselho de V. N. de Gaia uma politica urbanística nos domínios do planeamento,
licenciamento, fiscalização. Verificamos que existia uma proposta de construção de uma fábrica
relacionada com a suinicultura nos terrenos junto à ribeira. No entanto esse projecto não fora
aprovado por não se encontrar de acordo com as normas ambientais.
Entretanto, receberam um telefonema do proprietário o Sr.
António, a informar que com o cair da noite e quando se
preparava para ir colocar o lixo doméstico no ecoponto
reparou que no muro da sua casa tinha umas letras escritas e
não percebeu o seu conteúdo.
a - O crime é de dia
b - As luzes estão apagadas
a b
~ b
_____________
.
. . ~ a
Rapidamente, o grupo apesar de exaustos foram tentar decifrar o “código” (operação lógica)
Se o crime se der de dia, as luzes estão apagadas
Ora, as luzes estavam acesas
Logo o crime não se deu de dia.
Anotaram mais essa informação. Mas como já era tarde
o grupo resolveu fazer uma pausa e combinaram
encontrarem-se de manhã bem cedo no laboratório da
Instituto Piaget.
O entusiasmo mantinha-se e as crianças tinham a
certeza que estariam perto de resolver o mistério.
A primeira pista a ser investigada pelo grupo foi a fruta
do pomar do Sr. Joaquim. Não havia margem para
dúvida. O excesso de fertilizantes e agrotoxicos usados
para que a sua plantação crescesse bonita e forte foram
absorvidos pelo solo e encaminhados ate ao nível da
água subterrânea, causando a morte às duas árvores de
fruto e poluição na água do riacho.
A investigação à água foi a mais minuciosa, os valores nitrogénio (N) e fósforo (P) eram elevados o
que causou o crescimento acelerado da vegetação aquática diminuindo o oxigénio necessário para
a sobrevivência dos animais marinhos/ eutrofização
provocado pelos adubos da terra.
A análise à mancha e ao interior do frasco recolhida na
ribeira correspondia a óleos de automóveis, causando
poluição, diminuindo o oxigénio provocando uma
espécie de barreira à penetração da luz na água
podendo provocar a morte da fauna e da flora
(aperceberam-se logo tratar-se de uma crueldade sem
saber a verdadeira razão nem o autor de tamanha
malvadez).
Após a observação do liquido incolor, encontrado dentro da mochila, inflamável com aroma doce e
agradável, recolhido no terreno, chegaram à conclusão que se tratava C6H6 (benzeno),
provavelmente seria usado para provocar um incêndio no pinhal ou para causar tonturas, dores de
cabeça ou mesmo inconsciência a qualquer individuo.
Da observação à pegada, através da fotografia e do molde de gesso concluíram que a diferença de
profundidade se devia a uma deficiência motora do criminoso.
Prosseguindo uma árdua investigação consideram que alguém tinha intenção de provocar um
incêndio no terreno para que este se desvalorizasse. Esta desvalorização poderia interessar aos
potenciais construtores da fábrica naquela área, dado que tinham conhecimento que o projecto
tinha sido chumbado pela GAIURB por não se encontrar de
acordo com as normas ambientais.
Os investigadores de palmo e meio, consideraram que a
poluição da água e do solo não estaria directamente relacionada
com interesses imobiliários. Muito provavelmente o Sr. Joaquim
teria sido o responsável por este descuido ambiental.
De forma a descobrir o potencial incendiário decidiram fazer
um acampamento/vigília em casa do proprietário do terreno.
Quase tinham a certeza que naquela noite o iriam descobrir.
Montaram uma armadilha, camuflando o poço com vegetação
variada, colocando a mochila do suspeito junto a este de forma
a atraí-lo para o local.
A noite já ia longa, quando ouviram uns barulhos estranhos.
Apareceu uma sombra com um movimento oscilante. Assustados e sem saber o que fazer,
apontaram as lanternas e descobriram que era apenas os ramos das arvores a abanar. Ainda
trémulos ouviram um grito e correram em direcção do poço, o plano tinha resultado. Alguém tinha
caído na armadilha.
Rapidamente ligaram à polícia para prender o
meliante.
Entregaram toda a informação que recolheram ao
longo desta aventura e como forma de reconhecimento
da ajuda prestada à comunidade e à Mãe Natureza,
foram nomeados como membros honorários da
Quercus: “ Os Amigos do Planeta”.

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Crime Ambiental

  • 1. Com a chegada das colheitas e já sendo habitual a participação das crianças (investigadores de palmo e meio) na apanha da fruta, mais uma vez o grupo deslocou-se à quinta do Sr. Joaquim. Mas, desta vez a recepção não foi igual aos anos anteriores. O Sr. Joaquim estava preocupado! Algo de misterioso se passava na sua horta e com as árvores do pomar. Durante muitos anos, a quinta fora conhecida por ter a melhor fruta, saborosa e suculenta da região, mas agora estava uma desolação. A fruta apodreceu rapidamente e a água do riacho que atravessava o pomar e a sua horta tinha um odor intenso, forte e cor avermelhada. Rapidamente aperceberam-se que este sistema lótico, ou seja, de águas em constante movimento, que permite uma maior oxigenação estava com graves problemas. Neste meio a fauna e a flora (as algas verdes, os musgos aquáticos e as larvas) estavam com cor amarelada, apresentando alguns sinais de degradação/poluição. Os investigadores de palmo e meio, tristes mas curiosos decidiram investigar este grande mistério. Apesar de não terem grande informação, recorreram ao Centro Ambiental das Ribeiras de Gaia procurando resposta. Após uma pesquisa / analise cuidada a toda a informação cedida pelas responsáveis e aplicando os conhecimentos adquiridos na disciplina de ecologia, rapidamente suspeitaram tratar-se de um “crime ambiental”. Não podiam parar. A natureza e a população corriam riscos de vida. Tinham de combinar várias estratégias, reunir diversos instrumentos para dar início à investigação. Para não atrair atenções, criaram uma maleta original/diferente de forma esférica, que se assemelhava ao globo terrestre. Com a colaboração da professora de plástica e recorrendo a diferentes materiais e técnicas, elaboraram a maleta: um balão gigante cheio de ar, com sobreposição de varias camadas de folhas de papel reciclado e cola. Após a secagem da esfera pintaram e decoraram a maleta em 3D com a caracterização dos
  • 2. cinco continentes feito em esponja. A maleta estava pronta! Agora só faltava colocar os utensílios necessários para a investigação: lupas, luvas, sacos para colocar vestígios, canetas, caderno de apontamentos, lanternas, pinças, agua, gesso em pó e o mapa da localidade. Primeiro, resolveram explorar a área junto ao pomar do Sr. Joaquim. Recolhendo algumas peças de fruta e de forma cuidada, colocaram dentro dos sacos para a posteriormente fazer a análise. No riacho observaram vestígios de manchas que poderiam ser tóxicas ou não, encontraram um recipiente com símbolo de produto tóxico, espuma na água, peixes mortos bem como parte da fauna e da flora que foram recolhidos para serem observados no laboratório. Durante a recolha destes vestígios, foram observados por um indivíduo, o Sr. António vizinho do Sr. Joaquim, que os questionou sobre a presença do grupo neste local. Após uma longa conversa e apercebendo-se que as crianças só queriam ajudar a resolver esse mistério, disse que recebeu uma proposta de compra do terreno por parte da imobiliária “Decifrar”. O Sr. António recusou, porque a imobiliária não estava interessada em pagar o valor pedido, no entanto ainda possuía o cartão de contacto da agência. Colocaram-no com todo o cuidado e com a ajuda da pinça juntaram mais esta pista. Antes de se despedirem, deixaram o contacto telefónico de um dos membros do grupo, caso surgisse alguma novidade para o desenrolar do mistério. Continuaram a investigação e foram conhecer melhor o terreno. Qual foi o espanto quando um vulto desapareceu entre o arvoredo. Tentaram alcança-lo e durante a perseguição o sujeito deixou cair uma mochila perto do poço abandonado. Dentro da mochila estava um frasco com um líquido incolor por identificar, uma caixa de fósforos e algumas pegadas que acabaram por desaparecer com a proximidade do riacho. As pegadas foram registadas com a máquina fotográfica e foi retirado um molde com a ajuda de gesso. Algo de estranho estava a acontecer… Abandonaram o local, e tentaram entrar em contacto com a imobiliária “Decifrar” para o número 71920172,mas não estava atribuído. Inspirados pelo nome da imobiliária “Decifrar” começaram a relacionar os números com o abecedário (7 = G; 1 = A; 9 = I; 20 = U; 17 = R; 2 = B) GAIURB era a solução para este enigma. Dirigiram-se à GAIURB, sendo esta uma empresa municipal de Urbanismo que tem como missão desenvolver no conselho de V. N. de Gaia uma politica urbanística nos domínios do planeamento, licenciamento, fiscalização. Verificamos que existia uma proposta de construção de uma fábrica relacionada com a suinicultura nos terrenos junto à ribeira. No entanto esse projecto não fora aprovado por não se encontrar de acordo com as normas ambientais.
  • 3. Entretanto, receberam um telefonema do proprietário o Sr. António, a informar que com o cair da noite e quando se preparava para ir colocar o lixo doméstico no ecoponto reparou que no muro da sua casa tinha umas letras escritas e não percebeu o seu conteúdo. a - O crime é de dia b - As luzes estão apagadas a b ~ b _____________ . . . ~ a Rapidamente, o grupo apesar de exaustos foram tentar decifrar o “código” (operação lógica) Se o crime se der de dia, as luzes estão apagadas Ora, as luzes estavam acesas Logo o crime não se deu de dia. Anotaram mais essa informação. Mas como já era tarde o grupo resolveu fazer uma pausa e combinaram encontrarem-se de manhã bem cedo no laboratório da Instituto Piaget. O entusiasmo mantinha-se e as crianças tinham a certeza que estariam perto de resolver o mistério. A primeira pista a ser investigada pelo grupo foi a fruta do pomar do Sr. Joaquim. Não havia margem para dúvida. O excesso de fertilizantes e agrotoxicos usados para que a sua plantação crescesse bonita e forte foram absorvidos pelo solo e encaminhados ate ao nível da água subterrânea, causando a morte às duas árvores de fruto e poluição na água do riacho. A investigação à água foi a mais minuciosa, os valores nitrogénio (N) e fósforo (P) eram elevados o que causou o crescimento acelerado da vegetação aquática diminuindo o oxigénio necessário para a sobrevivência dos animais marinhos/ eutrofização provocado pelos adubos da terra. A análise à mancha e ao interior do frasco recolhida na ribeira correspondia a óleos de automóveis, causando poluição, diminuindo o oxigénio provocando uma espécie de barreira à penetração da luz na água podendo provocar a morte da fauna e da flora (aperceberam-se logo tratar-se de uma crueldade sem saber a verdadeira razão nem o autor de tamanha malvadez).
  • 4. Após a observação do liquido incolor, encontrado dentro da mochila, inflamável com aroma doce e agradável, recolhido no terreno, chegaram à conclusão que se tratava C6H6 (benzeno), provavelmente seria usado para provocar um incêndio no pinhal ou para causar tonturas, dores de cabeça ou mesmo inconsciência a qualquer individuo. Da observação à pegada, através da fotografia e do molde de gesso concluíram que a diferença de profundidade se devia a uma deficiência motora do criminoso. Prosseguindo uma árdua investigação consideram que alguém tinha intenção de provocar um incêndio no terreno para que este se desvalorizasse. Esta desvalorização poderia interessar aos potenciais construtores da fábrica naquela área, dado que tinham conhecimento que o projecto tinha sido chumbado pela GAIURB por não se encontrar de acordo com as normas ambientais. Os investigadores de palmo e meio, consideraram que a poluição da água e do solo não estaria directamente relacionada com interesses imobiliários. Muito provavelmente o Sr. Joaquim teria sido o responsável por este descuido ambiental. De forma a descobrir o potencial incendiário decidiram fazer um acampamento/vigília em casa do proprietário do terreno. Quase tinham a certeza que naquela noite o iriam descobrir. Montaram uma armadilha, camuflando o poço com vegetação variada, colocando a mochila do suspeito junto a este de forma a atraí-lo para o local. A noite já ia longa, quando ouviram uns barulhos estranhos. Apareceu uma sombra com um movimento oscilante. Assustados e sem saber o que fazer, apontaram as lanternas e descobriram que era apenas os ramos das arvores a abanar. Ainda trémulos ouviram um grito e correram em direcção do poço, o plano tinha resultado. Alguém tinha caído na armadilha. Rapidamente ligaram à polícia para prender o meliante. Entregaram toda a informação que recolheram ao longo desta aventura e como forma de reconhecimento da ajuda prestada à comunidade e à Mãe Natureza, foram nomeados como membros honorários da Quercus: “ Os Amigos do Planeta”.