Este documento descreve um projeto desenvolvido pelo Teatrão que envolveu dez jovens de bairros sociais de Coimbra. Ao longo de quase dois anos, os jovens participaram em sessões de teatro, música e dança que lhes permitiu desenvolver novas competências e criar personagens para um espetáculo final. O projeto teve como objetivo promover o desenvolvimento pessoal dos participantes através da arte e da inserção social.
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Projeto teatral forma jovens
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CURSO PREPARATÓRIO DE PORTUGUÊS
PRIMEIRO MOMENTO DE AVALIAÇÃO – 04/02/2023
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I – Compreensão oral
Antes de iniciar, leia as questões. Em seguida, ouça,
atentamente, duas vezes e responda ao que é pedido.
1. Assinale com X três sentidos da palavra patético.
(A) Pessoa trocista
(B) Pessoa ridícula
(C) Pessoa que magoa
(D) Pessoa que emociona
(E) Pessoa que inspira pena
2. Para cada item, selecione a opção que completa a frase, de acordo com o sentido do texto.
2.1 Na sua origem grega, a palavra patético combina os significados de
(A) alguém triste que provoca emoção.
(B) ter de aguentar conjugado com simpatia.
(C) sentimento associado a emoção negativa.
2.2 Na sua ligação ao teatro, o termo patético descrevia uma cena
(A) capaz de provocar sentimentos negativos no público.
(B) que trazia a palco alguém ridículo, que provocava riso.
(C) que mostrava o sofrimento de alguém e fazia sofrer.
2.3 A palavra patético combinou sentidos distintos
(A) no decurso da sua evolução.
(B) desde a sua origem grega.
(C) recentemente, segundo os dicionários.
Para responder aos itens que se seguem, vai ouvir um
programa dedicado à palavra patético.
Link:
https://www.rtp.pt/play/p1756/e380301/palavra-do-dia
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II – Leitura / Educação Literária
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Leia atentamente o texto A
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Jovens de bairros sociais são um
“Bando à parte” no Teatrão
Projeto de quase dois anos chega ao fim com um espetáculo onde cada um dos atores
apresenta a personagem por si criada.
Margarida Alvarinhas
Dez jovens, oriundos de bairros sociais e municipais de Coimbra, aceitaram o desafio proposto
pelo Teatrão. Com isso, mudaram um pouco as suas vidas. Passaram a ter novas rotinas, a sentir a
necessidade de gerir melhor o tempo, porque esse tempo passou a ser também necessário para os
ensaios, para a preparação, para todo o processo que envolveu a produção do espetáculo. Porque ser
artista requer esforço. De hoje a sábado, esses jovens são um “Bando à parte” que se apresenta no
palco da Oficina Municipal de Teatro. São atores, músicos e bailarinos; são personagens que eles
próprios idealizaram e construíram, após um longo processo de aprendizagem que começou há 22
meses.
O projeto “Bando à parte: culturas juvenis, arte e inserção social” é um processo de formação
específica em teatro, música e dança, que implicou um trabalho continuado desde janeiro de 2010
até ontem, último dia dos ensaios. Pelo meio houve todo um longo processo de aprendizagem, que
foi muito além dos ensaios e da criação das personagens. Os jovens, conta Cláudia Pato Carvalho,
coordenadora do projeto, “começaram por vir assistir a espetáculos de formação para perceberem
que há diferentes coisas”. Ou seja, aos participantes foi permitida uma interligação com as atividades
do Teatrão e, inclusivamente, participar nos espetáculos da companhia. Houve também espaço para
intercâmbios, nomeadamente com projetos semelhantes de Itália e Holanda.
Experiência de crescimento
Ao envolver jovens de bairros sociais e municipais de Coimbra, o Teatrão pretendeu o
desenvolvimento do raciocínio e da capacidade de reflexão sobre o mundo. E os jovens sentem que
o conseguiram. “Todos nós crescemos muito. Nota-se a diferença na nossa maneira de pensar, de
agir. Hoje sou uma Maria João muito mais preenchida, porque todo este processo nos foi
enriquecendo”, contou a Maria João, uma jovem oriunda da Urbanização Fonte do Castanheiro, uma
das participantes.
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Maria João, que optou pela área do teatro, fala da personagem, idealizada e trabalhada por si.
“Sou uma exploradora, ando sempre à procura de alguma coisa, à procura de um caminho”,
explica a jovem de 16 anos, visivelmente entusiasmada com o projeto que, admite, lhe tem roubado
muito tempo. E explica também como chegou à personagem final: “começámos com sessões
individuais, a falar sobre o que achávamos que era importante e interessante mostrar às pessoas.
Trabalhei com textos para chegar à “Exploradora”. Houve uma espécie de processo que nos levou
às personagens”.
No final, juntaram-se as personagens e criou-se o espetáculo. Leonor Picareto, por exemplo,
baseou-se na sua vida para criar algo e levar ao público. “Sou cigana e tento mostrar às outras
pessoas a outra faceta dos ciganos, que não os feirantes que não querem outra vida”.
O projeto chega ao fim, com os espetáculos de hoje a sábado, às 21:30, mas é intenção dar-lhe
seguimento, através de novos ciclos, em que se possam integrar outros jovens. Aliás, interessados
em participar não faltaram, garante Cláudia Pato, recordando que a divulgação do projeto começou
em finais de 2009, nos bairros sociais da cidade, onde foram estabelecidos contactos com as
associações locais, no sentido de se perceber quem poderiam ser os potenciais participantes.
“Encontrámos muitas pessoas interessadas”, garante a coordenadora do projeto.
in Diário de Coimbra, 13 de outubro de 2011
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Responda aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que lhe são dadas.
1. Indique se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F).
a. O projeto denomina-se “Bando à parte”.
b. O projeto foi desenvolvido durante um ano.
c. A meta final do projeto é a criação de um espetáculo teatral.
d. Participaram no projeto jovens oriundos de todo o país.
e. Este projeto beneficiou de intercâmbios com projetos análogos em Itália e na Bélgica.
f. Pretende-se dar continuidade ao projeto.
2. Para responder a cada item (2.1. a 2.4.), selecione a única opção que lhe permite obter
uma afirmação adequada ao sentido do texto.
2.1. Este projeto visou desenvolver nos jovens participantes…
a. a capacidade de reflexão.
b. o conhecimento de dramaturgos portugueses.
c. o contacto com a língua italiana.
2.2. O espetáculo teatral levado a público baseia-se…
a. num texto dramático definido.
b. em personagens criadas pelos atores.
c. num facto real, passado na Urbanização Fonte do Castanheiro.
2.3. A personagem representada por Leonor Picareto tem patente uma dimensão…
a. coletiva.
b. interativa.
c. estética.
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2.4. Os organismos cujo papel foi essencial para divulgar o projeto e chegar a potenciais
interessados foram as associações…
a. locais.
b. municipais.
c. nacionais.
3. Selecione a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido
do texto.
a. “isso” (l. 4) refere-se a “aceitaram o desafio proposto pelo Teatrão”.
b. “lhe” (l. 30) refere-se a “jovem de 16 anos”.
c. “onde” (l. 42) refere-se a “da cidade”.
Leia atentamente o texto B. Em caso de necessidade, consulte o vocabulário apresentado no final.
Grupo I
Bichos-da-seda
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A tia Maria do Rosário fazia crescer bichos-da-seda em caixas de sapatos e folhas de
amoreira branca, com uma ternura aplicada e solene que transformava os seus dias em atos de
celebração cuidada e rigorosa.
As caixas eram abertas durante o dia, por ordem de tamanhos e feitios e segundo um
critério de orientação, contrário ao sentido dos ponteiros do relógio. Primeiro, pensámos que
ela não conhecia os marcadores do tempo que enfeitavam a nossa vaidade e ornamentavam as
paredes da casa da avó, tocando ave-marias de quarto em quarto de hora. Depois, descobrimos
que ela, a nossa tia, tinha inscrita por dentro uma ciência de bichos que a levava a conhecer
hábitos, horários, sons, vida e morte. Um livro de caracteres chineses, arrumado ao lado da sua
cama, podia ser responsável por isso. Nunca fizemos perguntas, porque a tia Maria do Rosário
era dada a silêncios furiosos que tornavam verdes os seus olhos habitualmente mansos e
castanhos. […]
Quando os olhos da tia Maria do Rosário se fixavam no castanho, sabíamos (demorou
muito tempo, mas acabámos por saber) que as lagartas tinham fechado um casulo de seda, que
se rompia catorze dias depois para deixar sair borboletas aflitas de pressa, pousando como seda
pelo quarto da nossa tia. Por essas alturas, a tia Maria do Rosário deitava-se ao som do sino da
igreja da missão (seis certas badaladas) e acordava antes do fim da noite, à espera das
borboletas.
Nem todos os casulos davam borboletas e o vice-versa também era verdadeiro. A nossa tia
sabia aproximar e afastar os casulos das fontes de calor e guardava alguns estéreis e intactos
(só muito mais tarde percebemos para que fim se destinavam estes fios de seda perfeitos) e, ao
mesmo tempo, o chão de terra do seu quarto ficava juncado de borboletas e um ar de pólen e
fibras destacava-se das paredes. Os ciclos sucediam-se: breve havia de novo lagartas gordas
do verde das folhas mais tenras das amoreiras brancas do quintal. Os passos da tia tornavam-
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se mais pequenos, leves e rápidos, quando atravessava a casa, antes do sol, para colher os frutos
que comia e as folhas para os seus bichos-da-seda.
A tia Maria do Rosário cheirava sempre a sabão azul, creolina1
e água fria. Durante muito
tempo a julgámos feiticeira, tão lentos eram seus gestos de misturar água e uma substância
retirada, à colher, de misteriosas embalagens trazidas pelo avô, da Drogaria Simões, com
rótulos vermelhos, uma caveira preta e creolina a 5%, gravada a letras douradas. Depois
descobrimos: a nossa tia defendia os seus bichos das doenças, a doença da cal e a doença do
gesso.
35 A tia dividia os dias entre a seda e as palavras, embora ninguém soubesse que ela podia
falar. Fechada no quarto, dizia: seda, seda selvagem, torcedor de sedas, braça2
de seda, ourela3
de seda, sirgaria4
, rotas da seda.
Um dia, a Tia Maria do Rosário não atravessou a casa. Passaram muitos dias. Primeiro
seis, depois outros seis, ainda uns nove e depois mais um dia e uma noite. Os homens da casa
abriram à força a porta do quarto. Um cheiro muito forte a creolina invadiu a casa. Dos braços
do tear pendia um casulo enorme de seda muito fina. Milhões de borboletas rasgavam o ar com
as suas asas de seda.
Ana Paula Tavares, “Bichos-da-Seda”, A Cabeça de Salomé, Caminho, 2011 (com supressões)
1. creolina: líquido antisséptico. 2. braça: medida correspondente a 2,20 m. 3. ourela: cercadura. 4. sirgaria: fábrica de sedas.
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Responda, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.
1. “A tia Maria do Rosário fazia crescer bichos-da-seda em caixas de sapatos e folhas de amoreira branca”
(ll. 1-2).
1.1. Enumere as várias tarefas que constituíam o seu trabalho.
1.2. Explique por que razão os vários trabalhos desenvolvidos pela tia Maria do Rosário são caracterizados
como “atos de celebração” (l. 3).
2. Transcreva do segundo parágrafo do texto a expressão utilizada para referir os relógios.
3. Refira, por palavras suas, a razão que levava o narrador e os seus primos a não fazerem perguntas à tia.
4. Um dia, a Tia Maria do Rosário deixou de atravessar a casa.
4.1. Relacione o desfecho da história com a frase que surge entre parênteses, no quarto parágrafo do texto:
“(só muito mais tarde percebemos para que fim se destinavam estes fios de seda perfeitos)” (ll. 22-23).
• *use o verso da folha para responder
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III – Gramática
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1. Estabeleça a correspondência entre as formas verbais presentes nas frases (coluna A) e a respetiva
classificação (coluna B).
Coluna A Coluna B
1. «Nunca fizemos perguntas»;
2. «Quando os olhos da tia Maria do Rosário
se fixavam no castanho»;
3. «breve havia de novo lagartas gordas».
4. « Passaram muitos dias»;
5. « também era verdadeiro»;
6. «sabia aproximar e afastar os casulos»;
A. infinitivo
B. presente, modo indicativo
C. pretérito imperfeito, modo indicativo
D. pretérito mais que perfeito, modo
indicativo
E. pretérito perfeito, modo indicativo
2. Classifique morfologicamente (classe e subclasse) as palavras destacadas nas frases.
a) « Depois, descobrimos que ela, a nossa tia, tinha inscrita por dentro uma ciência de bichos.»
b) A tia Maria do Rosário cheirava sempre a sabão azul, creolina1
e água fria
3. Para cada uma das frases, complete os quadros referentes à função da linguagem e ao tipo e
formas de frase predominantes.
a) Tipo de frase Declarativo Interrogativo Exclamativo Imperativo
“Mas falam português muito bem!”
“O brasileiro não existe, tão pouco o
açoriano.”
“Como se explica o que é o Natal às
crianças?”
b) Formas de Frase Afirmativa Negativa Marcada Ativa Passiva
“Mas falam português muito bem!”
“O brasileiro não existe, tão pouco o
açoriano.»
“Como se explica o que é o Natal às
crianças?”
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4.Quando se escreve, há que seguir regras bem definidas. Mas muitas vezes, a falta de atenção leva-nos a dar erros
ortográficos. Atente nas frases que se seguem e complete com a palavra adequada.
a) Se eu _____________ muito, ficava maldisposta. Hoje ________ tão mal na nossa sociedade. (comesse / come-se)
b) _____ vários anos que vivo aqui. Gosto porque, sempre que posso, dou uma corrida até _____ praia. (à / há)
c)__________ lá o que diz a professora. Parece que __________ um desastre nos nossos testes. (houve / ouve).
d) Oh Ana, eu __________ o frango a que temperatura? E em que tabuleiro? O de _____ ? (asso / aço)
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IV - Produção Escrita
1. Observe a imagem. Descreva-a e explicite o que pretende transmitir o seu autor.
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https://www.libex.eu/fr/2018/03/13/18-concours-international-pour-la-liberte-de-la-presse/
(consultado em novembro de 2022).
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- Num texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 350 palavras, faça a apreciação crítica
do cartoon
- O seu texto deve obedecer às seguintes orientações:
- • introdução:
identificação do objeto em apreço, assumindo uma posição valorativa sobre o mesmo;
- • desenvolvimento:
descrição da imagem, destacando elementos significativos da sua composição, bem como a relação que
estabelecem entre si, tendo como referência a temática abordada;
- comentário crítico, fundamentando devidamente a apreciação e utilizando um discurso valorativo;
- • conclusão:
- fecho do texto, adequado ao ponto de vista desenvolvido, sintetizando a informação essencial.
Prof. Isabel Moura