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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA (UEFS)
Feira de Santana - BA
22 de maio de 2013 – 14:00-15:30
REVISITANDO A POLÊMICA DO LIVRO DIDÁTICO DO MEC:
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, MÍDIA E PRECONCEITO
Maria Marta Pereira Scherre (UnB/Ufes/CNPq)
mscherre@gmail.com ou mscherre@terra.com.br
1
OBJETIVO GERAL
Revisitar reflexões sobre o capítulo 1 “Escrever é
diferente de falar” do livro didático do MEC Por
uma vida melhor, que se encontram expressas
no texto Verdadeiro respeito pela fala do outro:
realidade possível?, a ser publicado pela Revista
LETRA – Revista de Língua e Literatura da
Faculdade de Letras da UFRJ, volume 01 –
Linguagem e Preconceito.
2
SOBRE A POLÊMICA DO LIVRO DIDÁTICO
O capítulo “Escrever é diferente de falar”, de autoria de
Heloísa Ramos, faz parte do livro didático Por uma vida
melhor, da coleção Viver, Aprender (São Paulo: Global
Editora, 2011), aprovado pelo MEC para ser usado pelos
professores na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
De maio a junho de 2011, a comunidade urbana brasileira
vivenciou debates acalorados sobre o capítulo 1 “Escrever
é diferente de falar”, na mídia televisiva, na mídia escrita,
na internet, em conversas acadêmicas e não acadêmicas.
A polêmica foi desencadeada pela TV Globo, no Jornal
Nacional, com foco em exemplos de variação da
concordância nominal e verbal apresentados no capítulo
“Escrever é diferente de falar”.
3
“A concordância entre as palavras” no capítulo
Escrever é diferente de falar (Ramos, 2011:14-15)
Alguns insetos provocam doenças, às vezes, fatais à população
ribeirinha. (norma culta)
Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado.
(norma popular)
Os livros ilustrados mais interessantes estão emprestados
(norma culta)
“Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar „os livro‟?”.
Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação,
você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita
gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever,
tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de
correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de
ser capaz de usar a variedade adequada para cada ocasião.
4
“A concordância entre as palavras” no capítulo
Escrever é diferente de falar (Ramos, 2011:14-15)
Outro tipo de concordância
Norma culta:
O menino pegou o peixe/Os meninos pegaram o peixe
O menino pegou o peixe/Eu peguei o peixe
“Na variedade popular, contudo é comum a concordância funcionar de
outra forma. Há ocorrências como”:
Nós pega o peixe.
Os menino pega o peixe.
“Mais uma vez, é importante que o falante de português domine as
duas variedades e escolha a que julgar adequada à sua situação de
fala.”
5
SOBRE A POLÊMICA DO LIVRO DIDÁTICO
“Cartilha aprovada pelo MEC ensina português
errado pra crianças, para "incluir" os ignorantes.”
SAINDO DA MATRIX.
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/05/cartilha_
do_mec.html. Acesso em 30 de maio de 2012.
“Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado”.
TERRA BRASILIS EDUCACIONAL
http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com.br/2011/05/livro-
usado-pelo-mec-ensina-aluno-falar.html. Acesso em 30 de maio
de 2012.
6
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
O preconceito linguístico “é mais precisamente o
julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e,
consequentemente, humilhante da FALA DO OUTRO
(embora preconceito sobre a própria fala também
exista).” (Scherre, 2008, p.12)
7
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Evidenciar que o preconceito linguístico ocorre
predominantemente em função de diferenças
linguísticas que marcam diferenças de classe social:
(Doa-se lindos filhotes de poodle – Variação linguística, mídia e
preconceito. Parábola: São Paulo, 2008a.)
(Entrevista sobre preconceito linguístico, variação linguística e
ensino. Cadernos de Letras da UFF, 36, 2008b)
8
VARIAÇÃO SEM DIFERENÇA DE CLASSE SOCIAL OU
DE ESCOLARIZAÇÃO
• São exemplos de variação do imperativo os casos
abaixo, extraídos da fala de Brasília, de dados
coletados por Freitas (1994), no contexto de uso do
pronome você, em que a tradição gramatical só
registra formas como faça/venha.
• [1a] “Ah! É? Então faz o que você quiser!”
• [1b] “FaçA aquilo que você achar melhor!”
•
• [2a] “Vem para o seu lugar! Agora, Vitor!”
• [bb] “Maurício, VenhA pra dentro!”
9
Usos da forma imperativa faz/olha/deixa em diversas
localidades brasileiras: sínteses de muitas pesquisas.
SCHERRE, Maria Marta Pereira. Padrões sociolinguísti-
cos do português brasileiro: a importância da pesquisa
variacionista. Tabuleiro de Letras. v.04, p.01 - 32, 2012.
http://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras
10
11
Dados de diálogos da
escrita brasileira
Mudança linguística em
tempo real na variação
do imperativo
de faça/olhe
para faz /olha
Contexto de uso do
pronome você, em que
a tradição gramatical só
registra faça/olhe
Revistas em quadrinhos
A Turma da Mônica
12
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
FAZ/OLHA
FAÇA/OLHE
13
EFEITO DAS DÉCADAS/ANOS NO USO DO IMPERATIVO ASSOCIADO À
FORMA INDICATIVA (FAZ/OLHA) EM DIÁLOGOS DE REVISTAS EM
QUADRINHOS A TURMA DA MÔNICA: DE 1970 A 2010
Fatores:
décadas/anos
Frequência do imperativo na
forma indicativa
Peso relativo
dos fatores
1970/1971 11/153 7% 0,02
1983 15/ 84 18% 0,06
1985 145/260 56% 0,40
1986/1987 135/229 59% 0,38
1988/1999 361/637 57% 0,44
2001 360/507 71% 0,62
2002 579/794 73% 0,61
2004 333/489 68% 0,52
2005 365/478 76% 0,69
2010 119/147 81% 0,76
Total 2423/3778 81%
Diferenças robustas +74 pontos
percentuais
74
14
O IMPERATIVO GRAMATICAL EM HISTÓRIAS EM
QUADRINHOS BAIANAS
(ALVES, 2008, p.141-152)
Fala, Menino
Salvador,
Área urbana da
Bahia
76% de
imperativo
associado ao
subjuntivo
24% de imperativo
associado ao
indicativo
Turma do Xaxado
Jacobina,
Área rural da
Bahia
29% de
imperativo
associado ao
subjuntivo
71% de imperativo
associado ao
indicativo
Usos dos Pronomes Você e Tu no
Português Brasileiro: segunda projeção
VOCÊ (você/cê/ocê)
Mais tu – concordância tu muito baixa (menos de 10%)
Mais tu – concordância tu média (de 40% a 60%)
tu/VOCÊ – concordância tu muito baixa (menos de 10%)
tu/VOCÊ – concordância tu baixa (de 10% a 39%)
VOCÊ/tu – tu sem concordância
VARIAÇÃO COM DIFERENÇA DE ESCOLARIZAÇÃO
OU DE CLASSE SOCIAL
Concordância verbal variável
• Os meninos pegam o peixe.
• Os menino pega o peixe.
Concordância nominal variável
• Os livros ilustrados mais interessantes estão
emprestados
• Os livro ilustrado mais interessante estão
emprestado.
16
Efeitos dos anos
de escolarização
na concordância
verbal em dois
momentos do
tempo na fala do
Rio de Janeiro –
PEUL (Naro e
Scherre, 2013)
17
Efeitos dos anos
de escolarização
na concordância
nominal em
dois momentos
do tempo na
fala do Rio de
Janeiro (Naro e
Scherre, 2013)
18
AMOSTRAS
• 64 pessoas gravadas em 1980 no Rio de Janeiro (Oliveira e
Silva, 1996:67-81)
• 32 pessoas gravadas em 2000 (Paiva & Duarte, 2003:24-25)
• Amostra 1980:
64 horas / 64 pessoas
sexo/gênero: masculino e feminino
educação: 1-4, 5-9, 9-11 anos de escolarização
idade: 7-14, 15-25, 26-49, mais de 49 anos
• Amostra 2000:
32 horas / 32 falantes
a mesma comunidade, a mesma estratificação
19
AMOSTRA CAPIXABA
PORTVIX 2000 – ENTREVISTAS SOCIOLINGUÍSTICAS
(Yacovenco et alii, 2012)
43 entrevistas com 43 pessoas (entre as 46 realizadas),
subdivididas em função do gênero masculino e feminino, dos
anos de escolarização (1 a 8; 9-11; e mais de 11 anos) e da
faixa etária (7-14 anos; 15-25; 26-49; e acima de 49).
20
O FENÔMENO VARIÁVEL ANALISADO:
CONCORDÂNCIA NOMINAL DE NÚMERO
... eu aprendi com meu PRimo ... ele toca uns :: uns oito
anos ele já toca bateria tem a banda dele muito legal
NOva ele não tá tocando muito aqui em vitÓ... aí eu
aprendi com e::le me dava alguns toque de tocar
bateria::a aí eu pegava uma video-aula Vídeo né que tem
um professor dando au::la certinho que ensina uns
negócio legal e PRA::tica né qualquer instrumento cê
aprende mesmo com PRAtica cê :: não tem outra coisa é
com PRÁtica cê você praticar cê não aprende melhor ... aí
eu aprendi né tô tocando bem e:: toco de tudo ... tudo que
[inint]
Falante 35: masculino, universitário, 15-25anos
21
EFEITO DA FAIXA ETÁRIA NA CONCORDÂNCIA NOMINAL DA
AMOSTRA PORTVIX: MUDANÇA LINGUÍSTICA
22
Frequência de
concordância plural
Peso
relativo
FAIXA ETÁRIA
7-14 anos 1481/1538=96% 0,83
15-25 anos 3406/3632=94% 0,59
26-49 anos 2345/2640=89% 0,37
Mais de 49 anos 2448/2926=84% 0,32
Total 9680/10736=90%
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Evidenciar que o preconceito linguístico
ocorre predominantemente em função de
diferenças linguísticas que marcam
diferenças de classe social
2) Polemizar a noção de adequação linguística
como uma via de mão única, que pode ser
humanamente tão perversa como a noção de
erro linguístico com base em diferenças
linguísticas sociais – a voz de muitos pode
ser silenciada nas mais diversas esferas
23
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3) Explicitar que o preconceito linguístico
deveria ser considerado crime, por ser
contra a nossa lei maior, a Constituição de
1988, que reza, no inciso III, do artigo
quinto, do capítulo 1, que “ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante’’
4) Discutir a plausibilidade de desencadear uma
luta por lei específica contra o preconceito
linguístico, à luz de outras leis que punem,
por exemplo, a discriminação de etnia e de
orientação sexual – a possibilidade de defesa
e de elevação da autoestima.
24
As Sankoff (1988: 144) emphasize:
“É no engajamento neste conflito de
ideologias que a linguística pode ter um
papel socialmente emancipatório.”
25
E a questão da identidade?
• As identidades são múltiplas!!!
• No caso da linguagem ou das linguagens ou das variedades
linguísticas, o respeito à diversidade é uma questão de
cidadania, que passa pelo diálogo, pelo verdadeiro diálogo,
não só pela capacidade de falar, mas também pela
capacidade de ouvir.
• Enfim, o diálogo das linguagens! Realidade possível?
Certamente, é uma busca possível: no ensino e pesquisa;
na pesquisa e ensino.
• Temos ainda muita estrada humanística para percorrer.
26
mscherre@gmail.com.br
27
Referências
• ALMEIDA, Virgílio
• http://web.me.com/virgiliopalmeida/profvirgilio/NãoBlog/Entries/2011/5
/20_o_livro_didático_de_l%C3%ADngua_portuguesa.html. Último acesso
em 30 de maio de 2012
•
• ANDRADE, Carolina Queiroz.; MELO, Fernanda G. de; SCHERRE, Maria
Marta Pereira. História e variação lingüística: um estudo em tempo real do
imperativo gramatical em revistas em quadrinhos da Turma da Mônica.
Finos Leitores. Brasília: Jornal de Letras do UniCEUB. Ano 3, número 1,
agosto de 2007. http://www.uniceub.br/periodicos/default.asp
•
• AZEVEDO, Reinaldo. http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/este-e-o-
sacerdote-do-erro-e-ele-o-burgues-do-socialismo-na-lingua-portuguesa-e-
ele-quem-faz-de-lula-uma-teoria-de-resistencia-linguistica/, 18 de maio
de 2011. Acesso em maio de 2011.
28
Referências
• BAGNO, Marcos. A língua, a mídia e a ordem do discurso. Texto recebido em 2011.
Disponível em http://marcosbagno.com.br/site/. Consulta em 31 de maio de 2012.
•
• CONSTITUIÇÃO DE 1988.
• http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm.
Último acesso em 31 de maio de 2012.
•
• EVANGELISTA, Elaine Meireles. Fala, Vitória: o imperativo na cidade de
Vitória/ES e sua posição no cenário nacional. 2010. 172 f. Dissertação (Mestrado em
Estudos Linguísticos). Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2010.
• FARACO, Carlos Alberto. Parecer técnico obre o livro Por uma vida melhor. 2 de
junho de 2011. Curitiba: Universidade Federal do Paraná. Inédito.
•
• FREIRE, José Ribamar Bessa. Rio Babel - a história das línguas na Amazônia. Rio
de Janeiro: Ed UERJ, 2004.
29
Referências
• LIMA, Damaris Pereira Santana O uso do imperativo na fala de Campo Grande -
MS. Dissertação (Mestrado em Lingüística). Universidade de Brasília, Brasília, 2005.
•
• MATTOS, Shirley Eliany Rocha. A primeira pessoa do plural em Goiás. In:
MARÇALO, Maria João; LIMA-HERNANDES, Maria Célia; ESTEVES, Elisa;
FONSECA, Maria do Céu; VILELA, Ana Luísa; SILVA, Ana Alexandra (Eds.) Língua
portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas. Évora: Universidade de Évora:
p. 31-41.
•
• NARO, Anthony J.; SCHERRE, Maria Marta Pereira. Origens do português
brasileiro. São Paulo: Parábola, 2007.
•
• NARO, Anthony J.; SCHERRE, Maria Marta Pereira. Aquisição de formas de
prestígio: o papel do gênero em tempo real. In: MEIRA, Vivian (Org.) Português
brasileiro: estudos funcionalistas e sociolinguísticos. Salvador: EDUNEB, 2009,
p.101-124.
•
30
Referências
• NARO, Anthony J.; SCHERRE, Maria Marta Pereira. Fluxos e contrafluxos –
movimentos sociolinguísticos da comunidade de fala brasileira. In: MOLLICA, Maria
Cecília de Magalhães (Org.). Usos da linguagem e sua relação com a mente humana.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010, p. 71-77.
• Naro, Anthony Julius; Scherre, Maria Marta Pereira (2009). Aquisição de
formas de prestígio: o papel do gênero em tempo real In Meira, Vivian
(Ed.) Português brasileiro: estudos funcionalistas e sociolinguísticos.
Salvador: EDUNEB, 69-91.
• NARO, Anthony J.; GORSKI, Edair; FERNANDES, Eulália. Change without change.
Language Variation and Change. v. 11, n. 2, 1999.
• RAMOS, Heloísa C. Escrever é diferente de falar In: Por uma vida melhor [Coleção
Viver e aprender]. São Paulo: Ação Educativa/Global, 2011, p. 11-27.
• RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas brasileiras. São Paulo: Loyola, 1986.
• RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. As Línguas Gerais sul-americanas’ Papia. 1996, 4(2),
6-18.
31
Referências
• RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. As outras línguas da colonização do Brasil. In:
CARDOSO, Susana A. Marcolino et AL. 500 anos de história linguística do Brasil.
Salvador: Fundo de Cultura da Bahia, 2006, p. 143-161.
•
• RODRIGUES, José Honório. A vitória da língua portuguesa no Brasil colonial.
Humanidades. 1983, v. I, n. 4, p.21-41.
•
• RUBIO, Cássio Florêncio. Padrões de concordância verbal e de alternância
pronominal no português brasileiro e europeu: estudo sociolinguístico comparativo.
2012. 393 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos). Universidade estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto, 2012.
• SAINDO DA MATRIX.
• http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/05/cartilha_do_mec.html,
acesso em 30 de maio de 2012.
32
Referências
• SCHERRE, Maria Marta Pereira. Brazil/Brasilien. In: AMMON, Herausgegeben Von
Ulrich; DITTMAR, Norbert; MATTHEIR, Klaus J.; TRUDGILL, Peter. (Org.).
Sociolinguistics/Soziolinguistik - An international Handbook of the Science of
Language and Society. 2. ed. Berlin - New York, 2006a, v. 3, p. 2125-2131.
•
• SCHERRE, Maria Marta Pereira. Speech Community. In: BROWN, Keith. (Org.).
Encyclopedia of Language & Linguistics (ELL2). 2. ed. Oxford, 2006b, v. 11, p. 716-
722.
•
• SCHERRE, Maria Marta Pereira. Doa-se lindos filhotes de poodle: variação
lingüística, mídia e preconceito. São Paulo: Parábola, 2008a.
•
• SCHERRE, Maria Marta Pereira. Entrevista sobre Preconceito lingüístico, variação e
ensino concedida a Jussara Abraçado. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê:
Preconceito lingüístico e cânone literário, n. 36, p. 11-26, 1. Sem. 2008b.
33
Referências
• SCHERRE, Maria Marta Pereira. A sair em 2013, na Revista LETRA – Revista de
Língua e Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, volume 01 – Linguagem e
Preconceito.
•
• SCHERRE, Maria Marta Pereira; NARO, Anthony J. A concordância de número no
português falado no Brasil: um caso típico de variação inerente. In: HORA. Dermeval
da (Org.) Diversidade lingüística no Brasil. João Pessoa: Idéia, 1997, p. 93-114.
•
• SCHERRE, Maria Marta Pereira; NARO, Anthony J. Mudança sem mudança: a
concordância de número no português brasileiro. Scripta. Belo Horizonte, 2006, v. 9,
n. 18, p. 107-129.
•
34
Referências
• TERRA BRASILIS EDUCACIONAL
• http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com.br/2011/05/livro-usado-pelo-mec-
ensina-aluno-falar.html. Acesso em 30 de maio de 2012.
•
• VEJA – Radar on line http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/judiciario/justica-
nega-recolhimento-de-livro-com-portugues-capenga/ ,22 de setembro de 2011.
Acesso em 30 de maio de 2012.
• Yacovenco, Lilian e Scherre, Maria Marta Pereira. (2012). A Variação
linguística, o gênero do falante e o princípio de marcação linguística e
social In: Carmelino, Ana Cristina, Meireles, Alexsando Rodrigues,
Yacovenco, Lilian Coutinho. Questões linguísticas: diferentes abordagens
teóricas.1a. Vitória : PPGEL/UFES, p. 173-190.
•
35

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Preconceito Linguístico - Marta Scherre

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA (UEFS) Feira de Santana - BA 22 de maio de 2013 – 14:00-15:30 REVISITANDO A POLÊMICA DO LIVRO DIDÁTICO DO MEC: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, MÍDIA E PRECONCEITO Maria Marta Pereira Scherre (UnB/Ufes/CNPq) mscherre@gmail.com ou mscherre@terra.com.br 1
  • 2. OBJETIVO GERAL Revisitar reflexões sobre o capítulo 1 “Escrever é diferente de falar” do livro didático do MEC Por uma vida melhor, que se encontram expressas no texto Verdadeiro respeito pela fala do outro: realidade possível?, a ser publicado pela Revista LETRA – Revista de Língua e Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, volume 01 – Linguagem e Preconceito. 2
  • 3. SOBRE A POLÊMICA DO LIVRO DIDÁTICO O capítulo “Escrever é diferente de falar”, de autoria de Heloísa Ramos, faz parte do livro didático Por uma vida melhor, da coleção Viver, Aprender (São Paulo: Global Editora, 2011), aprovado pelo MEC para ser usado pelos professores na Educação de Jovens e Adultos (EJA). De maio a junho de 2011, a comunidade urbana brasileira vivenciou debates acalorados sobre o capítulo 1 “Escrever é diferente de falar”, na mídia televisiva, na mídia escrita, na internet, em conversas acadêmicas e não acadêmicas. A polêmica foi desencadeada pela TV Globo, no Jornal Nacional, com foco em exemplos de variação da concordância nominal e verbal apresentados no capítulo “Escrever é diferente de falar”. 3
  • 4. “A concordância entre as palavras” no capítulo Escrever é diferente de falar (Ramos, 2011:14-15) Alguns insetos provocam doenças, às vezes, fatais à população ribeirinha. (norma culta) Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado. (norma popular) Os livros ilustrados mais interessantes estão emprestados (norma culta) “Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar „os livro‟?”. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variedade adequada para cada ocasião. 4
  • 5. “A concordância entre as palavras” no capítulo Escrever é diferente de falar (Ramos, 2011:14-15) Outro tipo de concordância Norma culta: O menino pegou o peixe/Os meninos pegaram o peixe O menino pegou o peixe/Eu peguei o peixe “Na variedade popular, contudo é comum a concordância funcionar de outra forma. Há ocorrências como”: Nós pega o peixe. Os menino pega o peixe. “Mais uma vez, é importante que o falante de português domine as duas variedades e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala.” 5
  • 6. SOBRE A POLÊMICA DO LIVRO DIDÁTICO “Cartilha aprovada pelo MEC ensina português errado pra crianças, para "incluir" os ignorantes.” SAINDO DA MATRIX. http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/05/cartilha_ do_mec.html. Acesso em 30 de maio de 2012. “Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado”. TERRA BRASILIS EDUCACIONAL http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com.br/2011/05/livro- usado-pelo-mec-ensina-aluno-falar.html. Acesso em 30 de maio de 2012. 6
  • 7. PRECONCEITO LINGUÍSTICO O preconceito linguístico “é mais precisamente o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da FALA DO OUTRO (embora preconceito sobre a própria fala também exista).” (Scherre, 2008, p.12) 7
  • 8. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1) Evidenciar que o preconceito linguístico ocorre predominantemente em função de diferenças linguísticas que marcam diferenças de classe social: (Doa-se lindos filhotes de poodle – Variação linguística, mídia e preconceito. Parábola: São Paulo, 2008a.) (Entrevista sobre preconceito linguístico, variação linguística e ensino. Cadernos de Letras da UFF, 36, 2008b) 8
  • 9. VARIAÇÃO SEM DIFERENÇA DE CLASSE SOCIAL OU DE ESCOLARIZAÇÃO • São exemplos de variação do imperativo os casos abaixo, extraídos da fala de Brasília, de dados coletados por Freitas (1994), no contexto de uso do pronome você, em que a tradição gramatical só registra formas como faça/venha. • [1a] “Ah! É? Então faz o que você quiser!” • [1b] “FaçA aquilo que você achar melhor!” • • [2a] “Vem para o seu lugar! Agora, Vitor!” • [bb] “Maurício, VenhA pra dentro!” 9
  • 10. Usos da forma imperativa faz/olha/deixa em diversas localidades brasileiras: sínteses de muitas pesquisas. SCHERRE, Maria Marta Pereira. Padrões sociolinguísti- cos do português brasileiro: a importância da pesquisa variacionista. Tabuleiro de Letras. v.04, p.01 - 32, 2012. http://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras 10
  • 11. 11
  • 12. Dados de diálogos da escrita brasileira Mudança linguística em tempo real na variação do imperativo de faça/olhe para faz /olha Contexto de uso do pronome você, em que a tradição gramatical só registra faça/olhe Revistas em quadrinhos A Turma da Mônica 12 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 FAZ/OLHA FAÇA/OLHE
  • 13. 13 EFEITO DAS DÉCADAS/ANOS NO USO DO IMPERATIVO ASSOCIADO À FORMA INDICATIVA (FAZ/OLHA) EM DIÁLOGOS DE REVISTAS EM QUADRINHOS A TURMA DA MÔNICA: DE 1970 A 2010 Fatores: décadas/anos Frequência do imperativo na forma indicativa Peso relativo dos fatores 1970/1971 11/153 7% 0,02 1983 15/ 84 18% 0,06 1985 145/260 56% 0,40 1986/1987 135/229 59% 0,38 1988/1999 361/637 57% 0,44 2001 360/507 71% 0,62 2002 579/794 73% 0,61 2004 333/489 68% 0,52 2005 365/478 76% 0,69 2010 119/147 81% 0,76 Total 2423/3778 81% Diferenças robustas +74 pontos percentuais 74
  • 14. 14 O IMPERATIVO GRAMATICAL EM HISTÓRIAS EM QUADRINHOS BAIANAS (ALVES, 2008, p.141-152) Fala, Menino Salvador, Área urbana da Bahia 76% de imperativo associado ao subjuntivo 24% de imperativo associado ao indicativo Turma do Xaxado Jacobina, Área rural da Bahia 29% de imperativo associado ao subjuntivo 71% de imperativo associado ao indicativo
  • 15. Usos dos Pronomes Você e Tu no Português Brasileiro: segunda projeção VOCÊ (você/cê/ocê) Mais tu – concordância tu muito baixa (menos de 10%) Mais tu – concordância tu média (de 40% a 60%) tu/VOCÊ – concordância tu muito baixa (menos de 10%) tu/VOCÊ – concordância tu baixa (de 10% a 39%) VOCÊ/tu – tu sem concordância
  • 16. VARIAÇÃO COM DIFERENÇA DE ESCOLARIZAÇÃO OU DE CLASSE SOCIAL Concordância verbal variável • Os meninos pegam o peixe. • Os menino pega o peixe. Concordância nominal variável • Os livros ilustrados mais interessantes estão emprestados • Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado. 16
  • 17. Efeitos dos anos de escolarização na concordância verbal em dois momentos do tempo na fala do Rio de Janeiro – PEUL (Naro e Scherre, 2013) 17
  • 18. Efeitos dos anos de escolarização na concordância nominal em dois momentos do tempo na fala do Rio de Janeiro (Naro e Scherre, 2013) 18
  • 19. AMOSTRAS • 64 pessoas gravadas em 1980 no Rio de Janeiro (Oliveira e Silva, 1996:67-81) • 32 pessoas gravadas em 2000 (Paiva & Duarte, 2003:24-25) • Amostra 1980: 64 horas / 64 pessoas sexo/gênero: masculino e feminino educação: 1-4, 5-9, 9-11 anos de escolarização idade: 7-14, 15-25, 26-49, mais de 49 anos • Amostra 2000: 32 horas / 32 falantes a mesma comunidade, a mesma estratificação 19
  • 20. AMOSTRA CAPIXABA PORTVIX 2000 – ENTREVISTAS SOCIOLINGUÍSTICAS (Yacovenco et alii, 2012) 43 entrevistas com 43 pessoas (entre as 46 realizadas), subdivididas em função do gênero masculino e feminino, dos anos de escolarização (1 a 8; 9-11; e mais de 11 anos) e da faixa etária (7-14 anos; 15-25; 26-49; e acima de 49). 20
  • 21. O FENÔMENO VARIÁVEL ANALISADO: CONCORDÂNCIA NOMINAL DE NÚMERO ... eu aprendi com meu PRimo ... ele toca uns :: uns oito anos ele já toca bateria tem a banda dele muito legal NOva ele não tá tocando muito aqui em vitÓ... aí eu aprendi com e::le me dava alguns toque de tocar bateria::a aí eu pegava uma video-aula Vídeo né que tem um professor dando au::la certinho que ensina uns negócio legal e PRA::tica né qualquer instrumento cê aprende mesmo com PRAtica cê :: não tem outra coisa é com PRÁtica cê você praticar cê não aprende melhor ... aí eu aprendi né tô tocando bem e:: toco de tudo ... tudo que [inint] Falante 35: masculino, universitário, 15-25anos 21
  • 22. EFEITO DA FAIXA ETÁRIA NA CONCORDÂNCIA NOMINAL DA AMOSTRA PORTVIX: MUDANÇA LINGUÍSTICA 22 Frequência de concordância plural Peso relativo FAIXA ETÁRIA 7-14 anos 1481/1538=96% 0,83 15-25 anos 3406/3632=94% 0,59 26-49 anos 2345/2640=89% 0,37 Mais de 49 anos 2448/2926=84% 0,32 Total 9680/10736=90%
  • 23. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1) Evidenciar que o preconceito linguístico ocorre predominantemente em função de diferenças linguísticas que marcam diferenças de classe social 2) Polemizar a noção de adequação linguística como uma via de mão única, que pode ser humanamente tão perversa como a noção de erro linguístico com base em diferenças linguísticas sociais – a voz de muitos pode ser silenciada nas mais diversas esferas 23
  • 24. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3) Explicitar que o preconceito linguístico deveria ser considerado crime, por ser contra a nossa lei maior, a Constituição de 1988, que reza, no inciso III, do artigo quinto, do capítulo 1, que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante’’ 4) Discutir a plausibilidade de desencadear uma luta por lei específica contra o preconceito linguístico, à luz de outras leis que punem, por exemplo, a discriminação de etnia e de orientação sexual – a possibilidade de defesa e de elevação da autoestima. 24
  • 25. As Sankoff (1988: 144) emphasize: “É no engajamento neste conflito de ideologias que a linguística pode ter um papel socialmente emancipatório.” 25
  • 26. E a questão da identidade? • As identidades são múltiplas!!! • No caso da linguagem ou das linguagens ou das variedades linguísticas, o respeito à diversidade é uma questão de cidadania, que passa pelo diálogo, pelo verdadeiro diálogo, não só pela capacidade de falar, mas também pela capacidade de ouvir. • Enfim, o diálogo das linguagens! Realidade possível? Certamente, é uma busca possível: no ensino e pesquisa; na pesquisa e ensino. • Temos ainda muita estrada humanística para percorrer. 26
  • 28. Referências • ALMEIDA, Virgílio • http://web.me.com/virgiliopalmeida/profvirgilio/NãoBlog/Entries/2011/5 /20_o_livro_didático_de_l%C3%ADngua_portuguesa.html. Último acesso em 30 de maio de 2012 • • ANDRADE, Carolina Queiroz.; MELO, Fernanda G. de; SCHERRE, Maria Marta Pereira. História e variação lingüística: um estudo em tempo real do imperativo gramatical em revistas em quadrinhos da Turma da Mônica. Finos Leitores. Brasília: Jornal de Letras do UniCEUB. Ano 3, número 1, agosto de 2007. http://www.uniceub.br/periodicos/default.asp • • AZEVEDO, Reinaldo. http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/este-e-o- sacerdote-do-erro-e-ele-o-burgues-do-socialismo-na-lingua-portuguesa-e- ele-quem-faz-de-lula-uma-teoria-de-resistencia-linguistica/, 18 de maio de 2011. Acesso em maio de 2011. 28
  • 29. Referências • BAGNO, Marcos. A língua, a mídia e a ordem do discurso. Texto recebido em 2011. Disponível em http://marcosbagno.com.br/site/. Consulta em 31 de maio de 2012. • • CONSTITUIÇÃO DE 1988. • http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Último acesso em 31 de maio de 2012. • • EVANGELISTA, Elaine Meireles. Fala, Vitória: o imperativo na cidade de Vitória/ES e sua posição no cenário nacional. 2010. 172 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos). Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2010. • FARACO, Carlos Alberto. Parecer técnico obre o livro Por uma vida melhor. 2 de junho de 2011. Curitiba: Universidade Federal do Paraná. Inédito. • • FREIRE, José Ribamar Bessa. Rio Babel - a história das línguas na Amazônia. Rio de Janeiro: Ed UERJ, 2004. 29
  • 30. Referências • LIMA, Damaris Pereira Santana O uso do imperativo na fala de Campo Grande - MS. Dissertação (Mestrado em Lingüística). Universidade de Brasília, Brasília, 2005. • • MATTOS, Shirley Eliany Rocha. A primeira pessoa do plural em Goiás. In: MARÇALO, Maria João; LIMA-HERNANDES, Maria Célia; ESTEVES, Elisa; FONSECA, Maria do Céu; VILELA, Ana Luísa; SILVA, Ana Alexandra (Eds.) Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas. Évora: Universidade de Évora: p. 31-41. • • NARO, Anthony J.; SCHERRE, Maria Marta Pereira. Origens do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2007. • • NARO, Anthony J.; SCHERRE, Maria Marta Pereira. Aquisição de formas de prestígio: o papel do gênero em tempo real. In: MEIRA, Vivian (Org.) Português brasileiro: estudos funcionalistas e sociolinguísticos. Salvador: EDUNEB, 2009, p.101-124. • 30
  • 31. Referências • NARO, Anthony J.; SCHERRE, Maria Marta Pereira. Fluxos e contrafluxos – movimentos sociolinguísticos da comunidade de fala brasileira. In: MOLLICA, Maria Cecília de Magalhães (Org.). Usos da linguagem e sua relação com a mente humana. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010, p. 71-77. • Naro, Anthony Julius; Scherre, Maria Marta Pereira (2009). Aquisição de formas de prestígio: o papel do gênero em tempo real In Meira, Vivian (Ed.) Português brasileiro: estudos funcionalistas e sociolinguísticos. Salvador: EDUNEB, 69-91. • NARO, Anthony J.; GORSKI, Edair; FERNANDES, Eulália. Change without change. Language Variation and Change. v. 11, n. 2, 1999. • RAMOS, Heloísa C. Escrever é diferente de falar In: Por uma vida melhor [Coleção Viver e aprender]. São Paulo: Ação Educativa/Global, 2011, p. 11-27. • RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas brasileiras. São Paulo: Loyola, 1986. • RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. As Línguas Gerais sul-americanas’ Papia. 1996, 4(2), 6-18. 31
  • 32. Referências • RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. As outras línguas da colonização do Brasil. In: CARDOSO, Susana A. Marcolino et AL. 500 anos de história linguística do Brasil. Salvador: Fundo de Cultura da Bahia, 2006, p. 143-161. • • RODRIGUES, José Honório. A vitória da língua portuguesa no Brasil colonial. Humanidades. 1983, v. I, n. 4, p.21-41. • • RUBIO, Cássio Florêncio. Padrões de concordância verbal e de alternância pronominal no português brasileiro e europeu: estudo sociolinguístico comparativo. 2012. 393 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos). Universidade estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto, 2012. • SAINDO DA MATRIX. • http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/05/cartilha_do_mec.html, acesso em 30 de maio de 2012. 32
  • 33. Referências • SCHERRE, Maria Marta Pereira. Brazil/Brasilien. In: AMMON, Herausgegeben Von Ulrich; DITTMAR, Norbert; MATTHEIR, Klaus J.; TRUDGILL, Peter. (Org.). Sociolinguistics/Soziolinguistik - An international Handbook of the Science of Language and Society. 2. ed. Berlin - New York, 2006a, v. 3, p. 2125-2131. • • SCHERRE, Maria Marta Pereira. Speech Community. In: BROWN, Keith. (Org.). Encyclopedia of Language & Linguistics (ELL2). 2. ed. Oxford, 2006b, v. 11, p. 716- 722. • • SCHERRE, Maria Marta Pereira. Doa-se lindos filhotes de poodle: variação lingüística, mídia e preconceito. São Paulo: Parábola, 2008a. • • SCHERRE, Maria Marta Pereira. Entrevista sobre Preconceito lingüístico, variação e ensino concedida a Jussara Abraçado. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Preconceito lingüístico e cânone literário, n. 36, p. 11-26, 1. Sem. 2008b. 33
  • 34. Referências • SCHERRE, Maria Marta Pereira. A sair em 2013, na Revista LETRA – Revista de Língua e Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, volume 01 – Linguagem e Preconceito. • • SCHERRE, Maria Marta Pereira; NARO, Anthony J. A concordância de número no português falado no Brasil: um caso típico de variação inerente. In: HORA. Dermeval da (Org.) Diversidade lingüística no Brasil. João Pessoa: Idéia, 1997, p. 93-114. • • SCHERRE, Maria Marta Pereira; NARO, Anthony J. Mudança sem mudança: a concordância de número no português brasileiro. Scripta. Belo Horizonte, 2006, v. 9, n. 18, p. 107-129. • 34
  • 35. Referências • TERRA BRASILIS EDUCACIONAL • http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com.br/2011/05/livro-usado-pelo-mec- ensina-aluno-falar.html. Acesso em 30 de maio de 2012. • • VEJA – Radar on line http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/judiciario/justica- nega-recolhimento-de-livro-com-portugues-capenga/ ,22 de setembro de 2011. Acesso em 30 de maio de 2012. • Yacovenco, Lilian e Scherre, Maria Marta Pereira. (2012). A Variação linguística, o gênero do falante e o princípio de marcação linguística e social In: Carmelino, Ana Cristina, Meireles, Alexsando Rodrigues, Yacovenco, Lilian Coutinho. Questões linguísticas: diferentes abordagens teóricas.1a. Vitória : PPGEL/UFES, p. 173-190. • 35