1. A G R U PA M E N T O D E E S C O L A S A U R É L I A D E S O U S A –
A N O L E T I V O 2 0 1 5 / 2 0 1 6
11ºano
O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica
Ciência e construção – validade e verificabilidade das hipóteses
2. O CRITÉRIO DA VERIFICABILIDADE
Responde ao problema da demarcação, da seguinte forma:
O critério para distinguir o que é científico do que não o é prende-
se com a verificação empírica;
VERIFICABILIDADE
Tomando o lugar de teoria científica
quando é possível verificar
empiricamente, ou seja, através da
experiência, aquilo que ela propõe.
Se for possível
determina-la
pela
observação
empírica.
3. PRINCIPAIS CRÍTICAS AO INDUTIVISMO
Críticas ao indutivismo
A observação não é o
ponto de partida do
método científico e,
ainda que o cientista
recorra à observação,
ela não é totalmente
neutra e insenta.
O raciocínio indutivo
não confere o rigor
lógico necessário às
teorias cientificas
A observação dos
fenómenos é
limitativa.
A indução constitui, em termos
lógicos, uma operação que
obriga a um salto do
conhecido(de proposições
particulares) para o
desconhecido (para
proposições gerais).
4. O MÉTODO CIENTÍFICO:
O FALSIFICACIONISMO E A CRÍTICA DE KARL POPPER AO
MÉTODO INDUTIVO
Métodos de abordagem
Indutivo Hipotético Dedutivo
Através de
observações
particulares,
chega-se à
afirmação de um
pincípio geral
As teorias são
testadas
através de
hipóteses
alternativas e
falsificáveis
Francis Bacon – Séc. XVII Karl Popper – Séc. XX
5. DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE CIENTÍFICA -
O CRITÉRIO DA FALSIFICABILIDADE
• Para Karl Popper, o critério que permite distinguir o conhecimento científico
(ciência) de outras formas de conhecimento (pseudociência – Ex: teoria do
inconsciente de Freud ou o marxismo) é o critério de falsificabilidade.
• O problema da demarcação entre ciências e pseudociências é resolvido através
deste critério.
• Para Popper, o trabalho dos cientistas não se deve centrar na verificação e
confirmação das consequências da hipótese. Em vez disso, o cientista deve
trabalhar no sentido de falsificar/refutar a hipótese.
• O trabalho do cientista deve servir para testar a resistência da hipótese à
falsificação. A teoria será tanto mais válida quanto mais resistir à sua
falsificação.
6. GRAUS DE FALSIFICABILIDADE
• Quanto mais informação uma teoria ou proposição tiver (conteúdo
empírico), maior será o seu grau de falsificabilidade.
• Conteúdo empírico de uma teoria ou proposição é a informação que ela
dá sobre o mundo que observamos.
Exemplos:
1. Amanhã vai ou não vai chover. (X)
2. Amanhã vai chover.
3. Amanhã vai chover de manhã.
4. Amanhã vai chover entre as dez e as onze horas da manhã.
7. A TER EM CONTA SOBRE O CRITÉRIO DA
FALSIFICABILIDADE:
FALSIFICABLIDADE
Propriedade do que é
falsificável. Uma teoria ou
proposição é falsificável quando
pode ser submetida a testes
empíricos que
a possam refutar. E uma teoria
está falsificada quando é
realmente refutada por dados
empíricos quando se mostra que
é falsa.
FALSIFICAÇÃO
Não se pode confundir a noção
de falsificado com a
de falsificável. Se uma teoria foi
falsificada, então é falsa. Todas
as boas teorias científicas são
falsificáveis, mas não são, claro
está, todas falsas.
8. Critério da falsificabilidade
Uma teoria que não é
falsificável nada diz de
significativo sobre os
factos
Permite a Popper responder ao problema da demarcação
As teorias científicas são diferentes
das não cientificas (ou das
pesudocientificas), na medida em
que são falsificáveis
Mais possibilidades de a ciência
progredir
• Não pode ser
falsificado
• Pode ser
falsificado
Constitui um
enunciado
de caráter
científico
Não constitui
um enunciado
de caráter
científico
9. «Como exemplo de uma teoria não científica podemos tomar a astrologia. É claro
que se trata de uma teoria não falsificável. As previsões astrológicas são
suficientemente vagas para nunca admitirem um teste de falsificabilidade (“este
ano tenha atenção à sua saúde” ou “em março morrerá uma figura mundialmente
conhecida”, em vez de “a 15 de abril vai partir uma perna” ou “o papa vai morrer
entre 10 e 17 de março”). No caso (altamente improvável) de alguma vez algum
astrólogo emitir uma previsão falsificável não verificada, ouve-se um coro de
explicações ad hoc [...]. As mais comuns são observações como “a astrologia
funciona nalguns casos”. Em que casos não funciona? Ninguém sabe. Em que
casos funciona? Ninguém sabe. O que os distingue [...]? Ninguém sabe. Assim, a
astrologia está legitimada, quer acerte quer falhe as previsões. Ou seja, não é
falsificável. Portanto, não é científica. É uma pseudociência.»
Jorge Buescu, O Mistério do Bilhete de Identidade e Outras Histórias, Lisboa, Gradiva, 2004,
9.ª edição, p. 13.
Caso prático de uma teoria não científica:
10. ETAPAS DO MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO:
Acerca do presente exemplo Popper diria:
Acredito que todos os gansos são brancos, mas numa visita à Nova Zelândia,
vejo um ganso negro. A minha observação de que existe um ganso negro
falsifica, torna falsa a minha teoria original de que “todos os gansos são
brancos”.
Problema
Hipótese
(conjetura)
Testes (refutação)
Dedução das
consequências
Exemplo:
Se observo mil gansos e se todos eles são brancos, concluo que todos
os gansos são brancos.
11. CRITÉRIO VERIFICACIONISTA CRITÉRIO
FALSIFICACIONISTA
• Para o verificacionismo, a
experiência científica deverá
servir para verificar e
confirmar a hipótese. A
tónica é colocada na
verificação e confirmação.
• Segundo o critério
verificacionista, basta um
número de casos
particulares para validar a
hipótese. Um conjunto de
casos particulares leva à
generalização. A hipótese
“transforma-se” em lei
científica.
• Para o falsificacionismo, a
experiência científica deverá
servir para falsificar/tornar
falsas as hipóteses.
• Um enunciado será científico
se for passível de ser
empiricamente falsificável.
• Segundo o critério
falsificacionista, uma teoria
será tanto mais válida
quanto mais resistir à
falsificação.
VS
12. DIZ-NOS KARL POPPER:
“O método da ciência é o método de conjeturas audazes e
engenhosas seguidas de tentativas rigorosas de falseá-
las. Só sobrevivem as teorias mais aptas. Nunca se pode
dizer licitamente que uma teoria é verdadeira, pode-se dizer
com otimismo que é a melhor disponível, que é melhor do
que qualquer das que existiam antes.”
K. Popper, Conhecimento Objetivo (1975)
13. CRÍTICAS A POPPER
1.
• O PROCESSO DE REFUTAÇÃO OU
FALSIFICAÇÃO NÃO É O
PROCEDIMENTO MAIS COMUM ENTRE
OS CIENTISTAS.
2.
• CONSIDERANDO A HISTÓRIA DA
CIÊNCIA, NÃO PARECE QUE ELA POSSA
EVOLUIR POR UM PROCESSO ASSENTE
NAS REFUTAÇÕES.