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Futsal e as Ciências do Esporte: uma análise dos
estudos sobre a modalidade
Respostas fisiológicas, diferenças entre categorias e perfil antropométrico são base de
investigação; literaturas científicas nacional e internacional não apresentam aspectos da
hidratação
Luis Felipe T. Polito


Podemos dizer que o futsal é uma modalidade que desperta interesse pelos cientistas do
esporte. Uma breve revisão de literatura em bancos de dados científicos (especialmente
de artigos publicados a partir de 2000) nos permitiu encontrar uma quantidade de estudos
relativamente baixa acerca da modalidade em diferentes áreas, como a pedagogia, a
biomecânica, a antropometria, a fisiologia e o treinamento desportivo. Deste modo, o
objetivo do presente artigo é expor aos leitores o que há de mais recente no que concerne
o futsal em termos de Ciências do Esporte.

As respostas fisiológicas dos praticantes de futsal foram desenvolvidas por Arins & Silva
(2007), que identificaram a intensidade do trabalho durante os treinamentos coletivos da
modalidade. Os resultados mostraram que o goleiro permaneceu com a frequência
cardíaca entre 60% e 70% da máxima, enquanto que os alas e os fixos tiveram
desempenho mais intenso (81% a 100%), e o pivô oscilou entre faixas intermediárias
(71% a 90%). O gasto calórico foi semelhante entre os alas e o fixo (média de 339,0 kcal),
enquanto que os pivôs e o goleiro apresentaram valores menores que outros jogadores
de linha (média de 255,0 kcal e 106,9 kcal, respectivamente).

Em outro estudo, Dias et al. (2007) analisaram as diferenças entre as categorias do futsal,
encontrando que a massa corporal se estabilizara aos 17 anos (devido ao processo de
maturação biológica), assim como a área muscular do braço e as capacidades físicas
(abdominal de 1 minuto, arremesso de medicine ball, impulsão horizontal e teste de 9/12
minutos). A gordura corporal relativa não apresentou diferença entre as categorias sub-9
e sub-11, reduzindo gradativamente conforme o aumento de categoria a partir da sub-11,
o que ocorre devido às alterações hormonais.

Por sua vez, Ré et al. (2003) compararam o crescimento físico, a composição corporal e a
aptidão física entre diferentes níveis competitivos de atletas federados e não federados
nas categorias pré-mirim (9-10 anos), mirim (11-12 anos), infantil (13-14 anos) e infanto
(15-16 anos). As maiores diferenças foram encontradas nas categorias pré-mirim e
infantil, enquanto que nos testes de aptidão física, as equipes federadas apresentaram
melhores resultados em todas as faixas etárias, com exceção dos meninos de 15 e 16
anos que compunham a categoria “infanto”.

Queiroga, Ferreira & Romanzini (2005) identificaram o perfil antropométrico de jogadoras
de futsal de nível competitivo de acordo com a função tática. Os resultados mostraram
que as goleiras possuíam maior massa corporal quando comparadas às alas e pivôs,
sobretudo por maior acúmulo de gordura corporal, enquanto que as atletas de linha
apresentavam características semelhantes da massa corporal e da massa gorda (o
somatotipo médio para todas as funções foi meso-endomorfo), concluindo que a função
tática desempenhada em linha não foi capaz de promover mudanças morfológicas ou que
o treinamento empregado não respeitou a especificidade de cada posição.

Com atletas masculinos, Levandoski et al. (2009) buscaram estabelecer o perfil dos
atletas de futsal no que diz respeito à composição corporal e à aptidão física, concluindo
que tanto a avaliação antropométrica (66,63 Kg, 1,72m e 14,16% de gordura corporal)
como a avaliação da aptidão física, apresentaram valores na média esperada pelo
referencial nos testes de flexibilidade (24cm), flexão de braço (22,67 repetições) e
resistência abdominal (48,44 repetições), embora os valores não permitiram considerar a
equipe como de alta performance.

Ainda relacionado aos aspectos antropométricos, Avelar et al. (2008) avaliaram o
desempenho motor e o perfil antropométrico de atletas adultos de alto nível competitivo,
pertencentes às equipes finalistas da chave ouro da categoria adulto do campeonato
paranaense. Diferenças significantes foram encontradas entre os jogadores de diferentes
posições de jogo (massa corporal alas < massa corporal goleiros, estatura alas < estatura
pivôs e goleiros, massa magra alas < massa magra goleiros), porém, não foram
observadas diferenças estatísticas nos testes de desempenho motor.

Os autores explicam que a similaridade no desempenho motor se deve ao fato das
posições não serem taticamente bem definidas no futsal, já que os jogadores necessitam
ser versáteis quando comparados com outras modalidades, porém, quando abordamos a
antropometria, podemos dizer que as diferenças existentes se devem às especificidades
das posições, como, por exemplo, a exigência de boa estatura para o sucesso dos
goleiros e de boa massa corporal para os pivôs
Tratando um pouco da demanda metabólica do futsal, Alvarez et al. (2009) analisaram o
comportamento da frequência cardíaca durante jogos de futsal em 10 atletas adultos
(73,8Kg ± 5,7 e 1,75m ± 0,06) durante quatro jogos competitivos da modalidade. Foram
criadas três faixas de intensidade (<65%, 65-85%, >85%). Os resultados mostraram que
os atletas passaram 83% do jogo acima de 85% da intensidade e 16% entre 65 e 85%.
Durante o segundo período de jogo notou-se uma redução significativa do tempo na
intensidade acima de 85% da frequência cardíaca, passando de 83% do primeiro período
para 79% no segundo período. Os autores classificaram o movimento dos jogadores em
“permanecer em pé”, “andar”, “jogging”, “corrida de intensidade média”, “execução de alta
intensidade” e “sprints” (entendido como velocidade máxima de corrida).

A análise mostrou que a distância média percorrida em cada minuto de jogo foi 117,3 m,
dos quais 28,5% em intensidade média; 13,7% em corridas de alta intensidade e 8,9% de
sprints. Deste modo, os autores afirmaram que o futsal é uma modalidade intermitente na
qual seus jogadores passam mais tempo executando tarefas de alta intensidade do que
em outras modalidades intermitentes, como o próprio futebol de campo.

Nos aspectos maturacionais, Villar & Denadai (2001) verificaram o efeito da idade
cronológica e da maturação biológica sobre indicadores dos metabolismos energéticos
(velocidade do limiar anaeróbio, capacidade anaeróbia, potência aeróbia e composição
corporal). Os autores analisaram 54 indivíduos entre 9 e 15 anos do sexo masculino
praticantes de futebol, divididos em três grupos de acordo com a idade cronológica (9,50
a 11,49 anos; 11,50 a 13,49 anos; 13,50 a 15,49 anos) e de acordo com a maturação
biológica (grupo 1 – pré púbere, grupo 2 e 3 – púbere, grupo 4 e 5 – pós púbere). De
acordo com os dados, apresentaram que a capacidade anaeróbia e a potência aeróbia
apresentaram aumento em função da idade, principalmente a partir dos 13,50 anos até
15,49 anos. A mesma tendência foi encontrada em função da maturação sexual, sendo
maior nos indivíduos pós-púberes.

Malina et al. (2004) tiveram como objetivo estimar a contribuição do tempo de experiência,
tamanho corporal e estágio maturacional sobre as capacidades funcionais de
adolescentes jogadores de futebol. Os resultados apontam que o tamanho corporal e os
anos de experiência foram responsáveis entre 21 e 50% da variância encontrada nos
testes de capacidade funcional realizados (teste de 30m, yo-yo teste e teste de impulsão
vertical), sendo o estágio de maturação sexual o primeiro a contribuir com a variância do
teste de shuttle run, enquanto que o peso e a estatura foram os primeiros a contribuírem
com a variância no teste de 30m e no teste de impulsão vertical, respectivamente. Desta
maneira, podemos dizer que tanto o estágio de maturação como a antropometria dos
atletas pode interferir de modo direto na capacidade funcional e, portanto, no
desempenho durante os jogos.

Em outro estudo, Malina et al. (2000) avaliaram peso, massa e maturidade esquelética em
135 jovens jogadores de Futebol com idade entre 10,7 e 16,5 anos. Os grupos foram
divididos a cada dois anos de idade, sendo: grupo 1 – idade de 11 e 12 anos (n = 63, 2,6
± 1 anos de treinamento e 4,1 ± 1,7 horas de treinamento/semana); grupo 2 – idade de 13
e 14 anos (n=29, 3,1 ± 1,6 anos de treinamento e 4,5 ± 1,7 horas de
treinamento/semana); grupo 3 – idade de 15 e 16 anos (n=43, 4,7 ± 2,4 anos de
treinamento e 6,1 ± 2,0 horas de treinamento/semana).

Os jogadores foram classificados em maturação tardia, média e precoce com base nas
diferenças entre idade cronológica e idade óssea e os resultados sugerem que a
sistematização do esporte tende a excluir meninos com maturidade tardia, favorecendo
meninos que estão no estágio de maturação precoce.

Em relação ao importante aspecto da hidratação, não foram encontrados estudos nas
literaturas científicas nacional e internacional. Fundamentando nesta problemática, Polito
& Figueira Júnior (2010) realizaram estudo que avalia os aspectos bioquímicos e
fisiológicos dos índices de desidratação de atletas juvenis de futsal, como será exposto
em artigos futuros

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Futsal e as ciências do esporte uma análise dos estudos sobre a modalidade

  • 1. Futsal e as Ciências do Esporte: uma análise dos estudos sobre a modalidade Respostas fisiológicas, diferenças entre categorias e perfil antropométrico são base de investigação; literaturas científicas nacional e internacional não apresentam aspectos da hidratação Luis Felipe T. Polito Podemos dizer que o futsal é uma modalidade que desperta interesse pelos cientistas do esporte. Uma breve revisão de literatura em bancos de dados científicos (especialmente de artigos publicados a partir de 2000) nos permitiu encontrar uma quantidade de estudos relativamente baixa acerca da modalidade em diferentes áreas, como a pedagogia, a biomecânica, a antropometria, a fisiologia e o treinamento desportivo. Deste modo, o objetivo do presente artigo é expor aos leitores o que há de mais recente no que concerne o futsal em termos de Ciências do Esporte. As respostas fisiológicas dos praticantes de futsal foram desenvolvidas por Arins & Silva (2007), que identificaram a intensidade do trabalho durante os treinamentos coletivos da modalidade. Os resultados mostraram que o goleiro permaneceu com a frequência cardíaca entre 60% e 70% da máxima, enquanto que os alas e os fixos tiveram desempenho mais intenso (81% a 100%), e o pivô oscilou entre faixas intermediárias (71% a 90%). O gasto calórico foi semelhante entre os alas e o fixo (média de 339,0 kcal), enquanto que os pivôs e o goleiro apresentaram valores menores que outros jogadores de linha (média de 255,0 kcal e 106,9 kcal, respectivamente). Em outro estudo, Dias et al. (2007) analisaram as diferenças entre as categorias do futsal, encontrando que a massa corporal se estabilizara aos 17 anos (devido ao processo de maturação biológica), assim como a área muscular do braço e as capacidades físicas (abdominal de 1 minuto, arremesso de medicine ball, impulsão horizontal e teste de 9/12 minutos). A gordura corporal relativa não apresentou diferença entre as categorias sub-9 e sub-11, reduzindo gradativamente conforme o aumento de categoria a partir da sub-11, o que ocorre devido às alterações hormonais. Por sua vez, Ré et al. (2003) compararam o crescimento físico, a composição corporal e a aptidão física entre diferentes níveis competitivos de atletas federados e não federados nas categorias pré-mirim (9-10 anos), mirim (11-12 anos), infantil (13-14 anos) e infanto (15-16 anos). As maiores diferenças foram encontradas nas categorias pré-mirim e
  • 2. infantil, enquanto que nos testes de aptidão física, as equipes federadas apresentaram melhores resultados em todas as faixas etárias, com exceção dos meninos de 15 e 16 anos que compunham a categoria “infanto”. Queiroga, Ferreira & Romanzini (2005) identificaram o perfil antropométrico de jogadoras de futsal de nível competitivo de acordo com a função tática. Os resultados mostraram que as goleiras possuíam maior massa corporal quando comparadas às alas e pivôs, sobretudo por maior acúmulo de gordura corporal, enquanto que as atletas de linha apresentavam características semelhantes da massa corporal e da massa gorda (o somatotipo médio para todas as funções foi meso-endomorfo), concluindo que a função tática desempenhada em linha não foi capaz de promover mudanças morfológicas ou que o treinamento empregado não respeitou a especificidade de cada posição. Com atletas masculinos, Levandoski et al. (2009) buscaram estabelecer o perfil dos atletas de futsal no que diz respeito à composição corporal e à aptidão física, concluindo que tanto a avaliação antropométrica (66,63 Kg, 1,72m e 14,16% de gordura corporal) como a avaliação da aptidão física, apresentaram valores na média esperada pelo referencial nos testes de flexibilidade (24cm), flexão de braço (22,67 repetições) e resistência abdominal (48,44 repetições), embora os valores não permitiram considerar a equipe como de alta performance. Ainda relacionado aos aspectos antropométricos, Avelar et al. (2008) avaliaram o desempenho motor e o perfil antropométrico de atletas adultos de alto nível competitivo, pertencentes às equipes finalistas da chave ouro da categoria adulto do campeonato paranaense. Diferenças significantes foram encontradas entre os jogadores de diferentes posições de jogo (massa corporal alas < massa corporal goleiros, estatura alas < estatura pivôs e goleiros, massa magra alas < massa magra goleiros), porém, não foram observadas diferenças estatísticas nos testes de desempenho motor. Os autores explicam que a similaridade no desempenho motor se deve ao fato das posições não serem taticamente bem definidas no futsal, já que os jogadores necessitam ser versáteis quando comparados com outras modalidades, porém, quando abordamos a antropometria, podemos dizer que as diferenças existentes se devem às especificidades das posições, como, por exemplo, a exigência de boa estatura para o sucesso dos goleiros e de boa massa corporal para os pivôs
  • 3. Tratando um pouco da demanda metabólica do futsal, Alvarez et al. (2009) analisaram o comportamento da frequência cardíaca durante jogos de futsal em 10 atletas adultos (73,8Kg ± 5,7 e 1,75m ± 0,06) durante quatro jogos competitivos da modalidade. Foram criadas três faixas de intensidade (<65%, 65-85%, >85%). Os resultados mostraram que os atletas passaram 83% do jogo acima de 85% da intensidade e 16% entre 65 e 85%. Durante o segundo período de jogo notou-se uma redução significativa do tempo na intensidade acima de 85% da frequência cardíaca, passando de 83% do primeiro período para 79% no segundo período. Os autores classificaram o movimento dos jogadores em “permanecer em pé”, “andar”, “jogging”, “corrida de intensidade média”, “execução de alta intensidade” e “sprints” (entendido como velocidade máxima de corrida). A análise mostrou que a distância média percorrida em cada minuto de jogo foi 117,3 m, dos quais 28,5% em intensidade média; 13,7% em corridas de alta intensidade e 8,9% de sprints. Deste modo, os autores afirmaram que o futsal é uma modalidade intermitente na qual seus jogadores passam mais tempo executando tarefas de alta intensidade do que em outras modalidades intermitentes, como o próprio futebol de campo. Nos aspectos maturacionais, Villar & Denadai (2001) verificaram o efeito da idade cronológica e da maturação biológica sobre indicadores dos metabolismos energéticos (velocidade do limiar anaeróbio, capacidade anaeróbia, potência aeróbia e composição corporal). Os autores analisaram 54 indivíduos entre 9 e 15 anos do sexo masculino praticantes de futebol, divididos em três grupos de acordo com a idade cronológica (9,50 a 11,49 anos; 11,50 a 13,49 anos; 13,50 a 15,49 anos) e de acordo com a maturação biológica (grupo 1 – pré púbere, grupo 2 e 3 – púbere, grupo 4 e 5 – pós púbere). De acordo com os dados, apresentaram que a capacidade anaeróbia e a potência aeróbia apresentaram aumento em função da idade, principalmente a partir dos 13,50 anos até 15,49 anos. A mesma tendência foi encontrada em função da maturação sexual, sendo maior nos indivíduos pós-púberes. Malina et al. (2004) tiveram como objetivo estimar a contribuição do tempo de experiência, tamanho corporal e estágio maturacional sobre as capacidades funcionais de adolescentes jogadores de futebol. Os resultados apontam que o tamanho corporal e os anos de experiência foram responsáveis entre 21 e 50% da variância encontrada nos testes de capacidade funcional realizados (teste de 30m, yo-yo teste e teste de impulsão vertical), sendo o estágio de maturação sexual o primeiro a contribuir com a variância do teste de shuttle run, enquanto que o peso e a estatura foram os primeiros a contribuírem
  • 4. com a variância no teste de 30m e no teste de impulsão vertical, respectivamente. Desta maneira, podemos dizer que tanto o estágio de maturação como a antropometria dos atletas pode interferir de modo direto na capacidade funcional e, portanto, no desempenho durante os jogos. Em outro estudo, Malina et al. (2000) avaliaram peso, massa e maturidade esquelética em 135 jovens jogadores de Futebol com idade entre 10,7 e 16,5 anos. Os grupos foram divididos a cada dois anos de idade, sendo: grupo 1 – idade de 11 e 12 anos (n = 63, 2,6 ± 1 anos de treinamento e 4,1 ± 1,7 horas de treinamento/semana); grupo 2 – idade de 13 e 14 anos (n=29, 3,1 ± 1,6 anos de treinamento e 4,5 ± 1,7 horas de treinamento/semana); grupo 3 – idade de 15 e 16 anos (n=43, 4,7 ± 2,4 anos de treinamento e 6,1 ± 2,0 horas de treinamento/semana). Os jogadores foram classificados em maturação tardia, média e precoce com base nas diferenças entre idade cronológica e idade óssea e os resultados sugerem que a sistematização do esporte tende a excluir meninos com maturidade tardia, favorecendo meninos que estão no estágio de maturação precoce. Em relação ao importante aspecto da hidratação, não foram encontrados estudos nas literaturas científicas nacional e internacional. Fundamentando nesta problemática, Polito & Figueira Júnior (2010) realizaram estudo que avalia os aspectos bioquímicos e fisiológicos dos índices de desidratação de atletas juvenis de futsal, como será exposto em artigos futuros