SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  28
Valores Humanos
nas Organizações

               Roberto Pinto
 Página na WEB: www.robertopinto.com.br
       email: roberto.pinto@uece.br




              UECE - CMAAd
                                          1
3 Visões de mundo*
Visão Mecânica
 Visão dominante até meados do Séc. XVIII
    Galileu e Descartes;
    Mecânica de Newton;
    Teologia Cristã.
 Revolução Industrial – reforço e, depois, mudança
 Conseqüências Gerais
      Reducionismo;
      Determinismo;
      Linearidade;
      Monocausalidade.
 Conseqüências para a Teoria Organizacional
    Primeiras Teorias (as teorias “duras”);
    Teoria de Sistemas (organização transforma insumos em
     produtos).                      *adaptado de Sousa Silva, Peláez e Romero
3 VISÕES DE MUNDO*
Visão Econômica
 Visão sempre presente
 Reforço após a Revolução Industrial
    Até a década de 70 do Séc. XX – organizações geram riqueza;
    Final dos anos 70 – Fim da época do industrialismo e início da
     globalização.
 Conseqüências Gerais
      Mundo percebido como mercado;
      Prevalência das relações comerciais sobre as relações sociais;
      A realidade “objetiva” é a realidade econômica;
      Modelos de desenvolvimento centrados na demanda.
 Conseqüências para a Teoria Organizacional
    Organizações são provedoras de bens e serviços;
    Tecnociência – processos, produtos e serviços intensivos em
     conhecimento.
                                     *adaptado de Sousa Silva, Peláez e Romero
3 VISÕES DE MUNDO*
Visão Complexa
 Visão de natureza orgânica e espiritual
    Existente antes da dominação do Capitalismo;
    Resgatada a partir da década de 60 do Séc. XX;
    Ampliada, aprofundada, transformada e diversificada;
    Mundo complexo e dinâmico, com múltiplas dimensões e funções
     interconectadas
     (espacial, temporal, ecológica, social, econômica, política, instituci
     onal, ética e estética);
    Relevância da história (passado, presente e futuro conectados);
    O contexto é resultado de diferentes percepções dos diversos
     grupos de atores sociais.
 Conseqüências Gerais
    Sustentabilidade, complexidade, diversidade, não-
     linearidade, interdependência, multicausalidade.
 Conseqüências para a Teoria Organizacional
    Preponderância de:
     valores, natureza, sociedade, cultura, equidade, participação, inte
                                    *adaptado de Sousa Silva,
     ração, construção, talentos humanos, solidariedade. Peláez e Romero
Comentários
 • As organizações não têm valores per se. Seus valores são
   construídos pela interação dos valores dos que a constituem.
   Como os valores individuais são desenvolvidos na
   sociedade, os valores organizacionais estão sintonizados com
   seu local e época, variando de uma organização para outra
   conforme sua história, seus mitos, seus heróis... em
   suma, conforme sua cultura.
 • Valores são objeto de estudo da Ética.
 • Para Aristóteles, não se estuda Ética “para saber o que é a
   virtude, mas para aprender a tornar-se virtuoso e bom ”
   (Arruda, Whitaker & Ramos, 2001. p.41).
 • O estudo da Ética nas organizações tem sentido prático, porque
   se destina a moldar os comportamentos dos indivíduos e das
   corporações e não apenas a obter conhecimento sobre eles.
Ética - Conceituação 1
 • Ética é a “disciplina filosófica cujo objeto são os juízos de
   apreciação quando se aplicam à distinção do bem e do mal”.
   (Durozoi & Roussel, 1996. p.171)
 • Ética, do grego ethos, significa costume, maneira habitual de
   agir, índole. Moral, do latim mos, moris, que também significa
   costume, hábito.
 • Ética pode ser entendida como a ciência voltada para o estudo
   filosófico da ação e da conduta humana, considerada em
   conformidade ou não com a reta razão.
   (Arruda, Whitaker & Ramos, 2000. p. 41)
 • O comportamento ético não se restringe ao que estabelece a
   lei, mas constitui também um código moral amplo, comum a
   toda sociedade. (Schermerhorn Jr. et al., 1999)
Ética - Conceituação 2
  • Ética é a disciplina ou campo do conhecimento que define e
    avalia o comportamento de pessoas e organizações. Lida com
    o que poderia ser diferente do que é, com a aprovação ou
    reprovação do comportamento observado em relação ao
    comportamento ideal, definido em um código de conduta que
    pode ser implícito ou explícito. (Maximiano, 2002. p 416)
  • As sociedades democráticas tendem a transformar em norma o
    que está sintonizado com os seus valores. Mesmo quando isso
    não ocorre, cada sociedade faz os seus valores pairarem
    acima das normas escritas.
  • Se a norma escrita fosse suficiente, bastariam as leis e outros
    normativos para eliminar da sociedade comportamentos
    condenáveis ou indesejáveis.
Visões de Ética
 • Visão utilitarista - obtenção de benefícios para o maior
   número de pessoas. Na ética empresarial - considerar as
   consequências de uma decisão, considerando o conjunto de
   todos os públicos de interesse (stakeholders);
 • Visão individualista – opção que melhor atenda aos
   interesses particulares, no longo prazo. Na ética empresarial -
   não seria adequada uma decisão que, mesmo atendendo
   interesses imediatos, viesse a implicar perdas futuras;
 • Visão dos direitos morais - tem como moldura os direitos
   fundamentais da pessoa humana. Na ética empresarial - não
   se devem violar direitos como vida, liberdade, privacidade e
   expressão;
 • Visão de justiça - tratamento igualitário. Na ética empresarial -
   não adotar conduta discriminatória de qualquer natureza.
Distinção entre Ética e Moral - 1
 • Os valores são apreendidos no convívio social. Portanto,
   decorrem dos costumes (mores).
 • Se os limites éticos decorrem dos costumes, esses
   limites podem mudar, já que os costumes mudam
   geográfica e temporalmente. O que é lícito em um lugar
   e tempo, pode não o ser em outros.
 • A medida-limite é: “não fazer a outrem o que não se
   gostaria que lhe fizessem”. O julgamento perfeito para
   o limite do que seja adequado ou inadequado é o
   próprio sentimento do que é justo ou injusto para si
   mesmo.
 • Esta é a "regra de ouro”, conhecida desde Confúcio,
   passando por todos os que trataram de Ética e Moral,
   incluindo Jesus Cristo, Kant e os filósofos atuais.

  9
Distinção entre Ética e Moral - 2
  Segundo Fontes (2003, p. 2):
  • Ética - disciplina normativa que tem como objetivo
    estabelecer princípios, regras e valores para regular a ação
    humana, tendo em vista a sua harmonia. A ética
    sepreocupa não como são os homens, mas como eles
    devem ser.
  • Moral - conjunto de valores que uma sociedade foi
    formando e que os indivíduos tendem a sentir como uma
    obrigação que lhes é exterior.

  OBS - Essa distinção está longe de ser consensual. Para
        alguns filósofos, trata-se apenas de dois aspectos de
        uma só coisa. A ética é a teoria, e a moral é a    sua
        realização prática.


  10
Ética dos Indivíduos
 Desenvolvimento moral dos indivíduos, cfe. Piaget (1932):
  • 1a Etapa - Moral de Obrigação heterônoma (entre os 2 e os 6
    anos): a criança vive numa atitude unilateral de respeito
    absoluto em relação aos mais velhos. As normas são
    totalmente exteriores à criança.
  • 2a Etapa - Moral da Solidariedade entre iguais (entre os 7 e
    os 11 anos): Quando o respeito deixa de ser unilateral e passa
    a ser recíproco, baseado na noção de igualdade. As normas
    são rigidamente seguidas.
  • 3a Etapa - Moral de eqüidade-autonomia (a partir dos 12
    anos): surge a atenção pelo outro, a compaixão e o altruísmo.
    A moral passa a ser autônoma e o respeito às normas se dá
    por convicção individual.
Ética Organizacional - 1

  • Ética Organizacional é uma das vertentes aplicadas da Ética e
    trata da qualidade das relações da organização com o seu
    ambiente, considerando que ali estão contidos os seus diversos
    públicos de interesse, os chamados stakeholders.
  • Enfatiza as decisões nas quais muitos fatores envolvidos não
    fazem parte das regras, dependendo exclusivamente da avaliação
    do agente que delibera. (Abex & Oliveira, 2004)
  • Diferentemente das demais “[...] trata de uma área do
    empreendimento humano cujos praticantes, na sua maioria, não
    gozam de um estatuto profissional, e de cujos motivos muitas
    vezes se pensa (e se diz) serem muito pouco nobres.”
    (Salomon, 2003)



  12
Ética Organizacional - 2
 O desenvolvimento moral das organizações cfe. Maximiano (2002):
  • Pré-convencional - este primeiro estágio é caracterizado pela
    busca da satisfação das próprias necessidades e expectativas.
    A expressão típica é “cada um por si”. Este posicionamento
    busca amparo em certo “darwinismo social”, que o justificaria
    pela “seleção natural” das organizações mais aptas.
  • Convencional - o segundo estágio se caracteriza pelo
    cumprimento, por conveniência, da lei e de outras normas de
    comportamento estabelecidas no ambiente
    organizacional, sejam estas explícitas ou implícitas. Esta é a
    ética das convenções.
  • Pós-convencional - o terceiro estágio corresponde ao
    idealismo moral, quando as regras são cumpridas por convicção
    e não por obrigação. É o estágio mais avançado no
    desenvolvimento ético organizacional
Ética Organizacional - 3
   Ética Corporativa, cfe. Melé (2003):
    • A teoria apresenta, principalmente, dois grandes enfoques:
        • Deontologista (de deon, dever), centrado nos deveres a
          cumprir;
        • Teleologista (de teleos, fim), geralmente em forma de
          utilitarismo, que se fixa exclusivamente nas consequências
          da ação.
    • Há um terceiro enfoque: a ética das virtudes, que não se fixa
      em norma concreta, mas no desenvolvimento de virtudes no
      sujeito através da ação, e no papel da virtude da prudência ou
      sabedoria prática para determinar o que fazer em cada
      situação.
Paralelo do Desenvolvimento Moral
  • indivíduos X organizações
                                                    ETAPAS
                                                    MORAL DA                 MORAL DE
                           MORAL DE
                                                 SOLIDARIEDADE               EQUIDADE-
                          OBRIGAÇÃO
                                                  ENTRE IGUAIS              AUTONOMIA
   INDIVÍDUOS            HETERÔNOMA
                                              • O respeito deixa de    • Surge a atenção
   (Piaget, 1932)   • As normas são
                                                ser unilateral e passa   pelo outro, a
                      totalmente exteriores à
                                                a ser baseado na         compaixão e o
                      criança
                                                noção de igualdade       altruísmo

                                                                              PÓS-
                      PRÉ-CONVENCIONAL          CONVENCIONAL            CONVENCIONAL
  ORGANIZAÇÕES • Cada um por si              • Cumprimento da         • Cumprimento da
 (Maximiliano, 2002) • Darwinismo              norma por                norma por
                       organizacional          conveniência             convicção
Ética nas organizações
Conceitos
• Comportamento ético: Construído por cada um de nós pela
  permanente procura da liberdade universal e do bem coletivo.

• A moral diz respeito ao domínio do dever; a ética, ao domínio do ser.

• A ética está mais próxima da sabedoria do que da razão, mais próxima
  da compreensão do que deve ser o bem do que da formulação de
  princípios que devam ser seguidos.

• Uma pessoa sábia (ou virtuosa) é a que conhece o que é o bem e o
  põe espontaneamente em prática.


     Adaptado de Depto de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra
                                                            (página na WEB)
Ética nas organizações
Desenvolvimento Moral:
 • indivíduos X organizações

                                                     ETAPAS
                                                      MORAL DA                   MORAL DE
                           MORAL DE
                                                   SOLIDARIEDADE                 EQUIDADE-
                          OBRIGAÇÃO
                                                    ENTRE IGUAIS                AUTONOMIA
  INDIVÍDUOS             HETERÔNOMA
                                               • O respeito deixa de      • Surge a atenção
  (Piaget, 1932)   • As normas são
                                                 ser unilateral e passa     pelo outro, a
                     totalmente exteriores à
                                                 a ser baseado na           compaixão e o
                     criança
                                                 noção de igualdade         altruísmo

                      PRÉ-CONVENCIONAL             CONVENCIONAL                   PÓS-
 ORGANIZAÇÕES • Cada um por si                                               CONVENCIONAL
                                               • Cumprimento da
(Maximiliano, 2002) • Darwinismo                 norma por                • Cumprimento da
                      organizacional             conveniência               norma por convicção
A razão da espiritualização nas
organizações
Conceitos:
• Espiritualização ≠ Religião
• Religião ≈ Religar (religio em Latim);
• Espiritualização = ato ou efeito de espiritualizar;
• Espírito (em Latim, spiritus ) significa respiração ou sopro;
• Espiritualização, então, é o ato ou efeito de atribuir espírito, isto
  é, sopro da vida;
• Espiritualização organizacional, assim, é animar as
  organizações, dotá-las de vida com sentido.
    • O verbo animar tem origem na palavra ânima que, em
      Latim, significa alma. Animar é, pois, dotar de alma, de vida.
A razão da espiritualização nas
organizações
Entendendo:
• Espiritualização de uma organização decorre do modo como ela se
  vê no seu ambiente, estabelecendo relações harmônicas com seus
  públicos de interesse e tendo um comportamento alinhado com a
  sustentabilidade.
• Trata-se, principalmente, da compreensão e da atitude de como
  transformar recursos em bens e serviços necessários e desejados
  pelo ambiente, reduzindo a produção de resíduos e reparando os
  prejuízos causados pelos resíduos que inevitavelmente produzir.
A razão da espiritualização nas
organizações
Entendendo:
• Uma organização espiritualizada compreende o mundo pela visão
  da complexidade, onde passado, presente e futuro constituem um
  todo e onde as distâncias só existem geograficamente.
• Não se fala de culpa, mas de responsabilidade.
• Todas as pessoas e organizações são cobradas pela desarmonia
  que instalarem no universo. Em contraposição, são recompensadas
  pela harmonização ou re-harmonização que proporcionarem.
• Para organizações, a exemplo do que acontece com as
  pessoas, está em funcionamento a lei de ação e reação.
A razão da espiritualização nas
organizações
Entendendo:
• Quando uma organização se espiritualiza, seu funcionamento
  transcende os aspectos negociais e materiais, porque sua missão
  passa a fazer sentido, interna e externamente.
• Os gestores e colaboradores compreendem qual deve ser o papel
  daquela organização no seu espaço de atuação e passam a focar
  as ações organizacionais na direção indicada pela missão.
• Os stakeholders externos, por sua vez, percebem a organização
  caminhando no sentido do atendimento das suas necessidades e
  expectativas e se dispõem a manter com ela relações duradouras e
  mutuamente compensadoras.
A razão da espiritualização nas
organizações
Entendendo:
•   Uma organização espiritualizada ultrapassou os estágios iniciais
    do desenvolvimento moral e adota – por virtude, por convicção –
    uma atitude responsável em relação aos elementos do seu
    ambiente.
•   Uma organização espiritualizada está eticamente
    desenvolvida, avançada.
Espiritualização e Estratégia
O Processo de Escolha das Estratégias em Organizações Espiritualizadas
Espiritualização e Estratégia
• Uma organização espiritualizada retira da palavra estratégia sua
  conotação militar de procedimento para levar vantagem sobre um inimigo.
• Uma organização espiritualizada não tem inimigos. Ela enxerga seu
  ambiente de ação como um espaço favorável à realização de alianças
  estratégicas, inclusive com seus concorrentes.
• Esse tipo de organização convive melhor em clusters e arranjos
  produtivos, em que a competição convive com a cooperação.
• Nas estratégias das organizações espiritualizadas, está presente a busca
  por relações do tipo ganha-ganha, em que os players envolvidos, embora
  procurem tirar o máximo proveito do “jogo”, não o fazem em detrimento
  dos demais participantes.
• Uma organização espiritualizada não coloca em risco a sobrevivência dos
  parceiros de “jogo” e muito menos compromete a possibilidade de
  encontrá-los em parcerias futuras. A durabilidade das relações, com
  ganhos permanentes, está acima da ganância exagerada e da busca por
  ganhos imediatos.
Espiritualização e Gestão de Pessoas
• Uma organização espiritualizada incorpora e faz transparecer nos
  seus processos operacionais, nas suas filosofias e nas suas
  políticas a atenção, o respeito e a coerência na importância que
  dá aos seus recursos humanos. Essa atitude está expressa a
  partir das suas declarações de missão e de valores.
• Nesse tipo de organização, seu corpo profissional pode contar
  com um ambiente de trabalho com qualidade física – em termos
  de espaço, iluminação, temperatura e ergonomia dos
  equipamentos – e social, onde as pessoas possam conviver e
  trabalhar em um clima organizacional saudável, protegido de
  assédios e favorável à participação e ao desenvolvimento pessoal
  e profissional.
• Em uma organização espiritualizada, transparece o respeito pelas
  individualidades e diversidades. As questões de
  gênero, raça, credo religioso e opção sexual, por exemplo, não
  interferem na importância e nas oportunidades que são dadas aos
  colaboradores.
Espiritualização e Gestão de Pessoas
• Uma organização espiritualizada entende que as organizações são
  criadas para servirem às pessoas. Não foram as pessoas criadas
  para servirem às organizações. Organizações são pessoas
  trabalhando para outras.
• Em uma organização espiritualizada entende que os recursos
  humanos são os únicos que têm vontade e desenvolvem suas
  atividades a partir dos níveis de motivação e comprometimento. As
  pessoas que fazem parte de uma organização são atores que com
  ela transacionam, em um processo de mútua influência.
  Portanto, não são meras peças sobre as quais incide a vontade dos
  gestores.
• Uma organização espiritualizada compreende que cada indivíduo é
  um mundo em si mesmo, diferente dos demais. Mais do que isso:
  cada um é diferente de si mesmo, ao longo do tempo.
• Completam o “pacote” a assistência à saúde dos colaboradores e
  suas famílias e pagamento em dia de salários dignos e compatíveis
  com as atribuições e a contribuição individual e de equipe.
Espiritualização e
Responsabilidade Socioambiental

• Uma organização espiritualizada pauta toda sua atuação pelos
 parâmetros de responsabilidade socio-ambiental;

• Uma organização espiritualizada está em nível avançado de
 desenvolvimento moral e segue suas diretrizes de RSA, por
 convicção.
QUESTÕES?

     Roberto Pinto
     • Página na WEB: www.robertopinto.com.br
     • emails:
        • rpinto@iepro.org.br
        • roberto.pinto@uece.br
     • Telefone no IEPRO – 3402.7667




28

Contenu connexe

Tendances

Ética, comprometimento e comportamento
Ética, comprometimento e comportamentoÉtica, comprometimento e comportamento
Ética, comprometimento e comportamentopsiandreasantos
 
Apostila de etica
Apostila de eticaApostila de etica
Apostila de eticaVivi Velozo
 
ÉTica No Trabalho
ÉTica No TrabalhoÉTica No Trabalho
ÉTica No Trabalhoaroudus
 
Ética: Aula 1
Ética: Aula 1Ética: Aula 1
Ética: Aula 1Ana Lima
 
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional  (1ª e 2ª aula) turma gbaÉtica profissional  (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gbaGis Viana de Brito
 
Aula1 -etica_conceito
Aula1  -etica_conceitoAula1  -etica_conceito
Aula1 -etica_conceitoederneif
 
Webquest ética e moral
Webquest ética e moralWebquest ética e moral
Webquest ética e moralMailon Maciel
 
Aula 1 opt - conceitos e princípios de ética
Aula 1   opt - conceitos e princípios de éticaAula 1   opt - conceitos e princípios de ética
Aula 1 opt - conceitos e princípios de éticaLuciana C. L. Silva
 
Esquema conteúdos norma moral e intenção ética
Esquema conteúdos norma moral e intenção éticaEsquema conteúdos norma moral e intenção ética
Esquema conteúdos norma moral e intenção éticaFilazambuja
 
éTica e moral versão ampliada
éTica e moral  versão ampliadaéTica e moral  versão ampliada
éTica e moral versão ampliadalislieribeiro
 
Fundamentos da ética - legislação e ética da comunicação
Fundamentos da ética - legislação e ética da comunicaçãoFundamentos da ética - legislação e ética da comunicação
Fundamentos da ética - legislação e ética da comunicaçãoLaércio Góes
 
Ética e moral desafios contemporâneos
Ética e moral   desafios contemporâneosÉtica e moral   desafios contemporâneos
Ética e moral desafios contemporâneosDaniela Barroso
 
Teoria Estruturalista
Teoria EstruturalistaTeoria Estruturalista
Teoria Estruturalistaadmetz01
 
Dimensão Ético-Politica
Dimensão Ético-PoliticaDimensão Ético-Politica
Dimensão Ético-PoliticaJorge Barbosa
 

Tendances (20)

Ética, comprometimento e comportamento
Ética, comprometimento e comportamentoÉtica, comprometimento e comportamento
Ética, comprometimento e comportamento
 
Apostila de etica
Apostila de eticaApostila de etica
Apostila de etica
 
éTica
éTicaéTica
éTica
 
ÉTica No Trabalho
ÉTica No TrabalhoÉTica No Trabalho
ÉTica No Trabalho
 
Ética: Aula 1
Ética: Aula 1Ética: Aula 1
Ética: Aula 1
 
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional  (1ª e 2ª aula) turma gbaÉtica profissional  (1ª e 2ª aula) turma gba
Ética profissional (1ª e 2ª aula) turma gba
 
Aula1 -etica_conceito
Aula1  -etica_conceitoAula1  -etica_conceito
Aula1 -etica_conceito
 
Webquest ética e moral
Webquest ética e moralWebquest ética e moral
Webquest ética e moral
 
Etica Pro[1]..
Etica Pro[1]..Etica Pro[1]..
Etica Pro[1]..
 
Ètica x Moral
Ètica x MoralÈtica x Moral
Ètica x Moral
 
Aula 1 opt - conceitos e princípios de ética
Aula 1   opt - conceitos e princípios de éticaAula 1   opt - conceitos e princípios de ética
Aula 1 opt - conceitos e princípios de ética
 
Esquema conteúdos norma moral e intenção ética
Esquema conteúdos norma moral e intenção éticaEsquema conteúdos norma moral e intenção ética
Esquema conteúdos norma moral e intenção ética
 
Etica
EticaEtica
Etica
 
Etica X Moral
Etica X MoralEtica X Moral
Etica X Moral
 
éTica e moral versão ampliada
éTica e moral  versão ampliadaéTica e moral  versão ampliada
éTica e moral versão ampliada
 
Aula 7 article 1035
Aula 7 article 1035Aula 7 article 1035
Aula 7 article 1035
 
Fundamentos da ética - legislação e ética da comunicação
Fundamentos da ética - legislação e ética da comunicaçãoFundamentos da ética - legislação e ética da comunicação
Fundamentos da ética - legislação e ética da comunicação
 
Ética e moral desafios contemporâneos
Ética e moral   desafios contemporâneosÉtica e moral   desafios contemporâneos
Ética e moral desafios contemporâneos
 
Teoria Estruturalista
Teoria EstruturalistaTeoria Estruturalista
Teoria Estruturalista
 
Dimensão Ético-Politica
Dimensão Ético-PoliticaDimensão Ético-Politica
Dimensão Ético-Politica
 

Similaire à Valores Humanos nas Organizações

Teoria da Administração - Ética e RSC.ppt
Teoria da Administração - Ética e RSC.pptTeoria da Administração - Ética e RSC.ppt
Teoria da Administração - Ética e RSC.pptPedroLuis216164
 
etica profissional em Servico Social 2023.pptx
etica profissional em Servico Social 2023.pptxetica profissional em Servico Social 2023.pptx
etica profissional em Servico Social 2023.pptxArmandoPedroJonas
 
etica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptx
etica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptxetica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptx
etica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptxArmandoPedroJonas
 
éTica e educação empresarial e profissional ii
éTica e educação empresarial e profissional iiéTica e educação empresarial e profissional ii
éTica e educação empresarial e profissional iiR Gómez
 
Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8CETUR
 
Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...
Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...
Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...A. Rui Teixeira Santos
 
Ética Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptxÉtica Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptxCepsSalom1
 
Ética e o profissional da educação
Ética e o profissional da educaçãoÉtica e o profissional da educação
Ética e o profissional da educaçãoGerisval Pessoa
 
Conceitos fundamentais de ética para administração
Conceitos fundamentais de ética para administraçãoConceitos fundamentais de ética para administração
Conceitos fundamentais de ética para administraçãopaulocesarSilva47
 
Apostila etica e bioetica
Apostila etica e bioeticaApostila etica e bioetica
Apostila etica e bioeticaCederj
 
Ética e Cidadania 2º semestre - mackenzie 2012
Ética e Cidadania   2º semestre - mackenzie 2012Ética e Cidadania   2º semestre - mackenzie 2012
Ética e Cidadania 2º semestre - mackenzie 2012Fábio Peres
 

Similaire à Valores Humanos nas Organizações (20)

Teoria da Administração - Ética e RSC.ppt
Teoria da Administração - Ética e RSC.pptTeoria da Administração - Ética e RSC.ppt
Teoria da Administração - Ética e RSC.ppt
 
etica profissional em Servico Social 2023.pptx
etica profissional em Servico Social 2023.pptxetica profissional em Servico Social 2023.pptx
etica profissional em Servico Social 2023.pptx
 
Filosofia 4
Filosofia 4Filosofia 4
Filosofia 4
 
éTica sistemas-2012
éTica  sistemas-2012éTica  sistemas-2012
éTica sistemas-2012
 
O que é Ética
O que é ÉticaO que é Ética
O que é Ética
 
O que é Ética.pptx
O que é Ética.pptxO que é Ética.pptx
O que é Ética.pptx
 
etica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptx
etica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptxetica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptx
etica profissional em Servico Social 2023 - primeiras aulas.pptx
 
éTica e educação empresarial e profissional ii
éTica e educação empresarial e profissional iiéTica e educação empresarial e profissional ii
éTica e educação empresarial e profissional ii
 
Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8
 
Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...
Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...
Responsabilidade social e ética - Economia e Gestão dos Media Docente Profess...
 
èTica profissional ii
èTica profissional iièTica profissional ii
èTica profissional ii
 
etica_educ.pptx
etica_educ.pptxetica_educ.pptx
etica_educ.pptx
 
COMO A ÉTICA AGREGA VALOR AO NEGÓCIO E AUMENTA A SATISFAÇÃO DOS PACIENTES
COMO A ÉTICA AGREGA VALOR AO NEGÓCIO E AUMENTA A SATISFAÇÃO DOS PACIENTESCOMO A ÉTICA AGREGA VALOR AO NEGÓCIO E AUMENTA A SATISFAÇÃO DOS PACIENTES
COMO A ÉTICA AGREGA VALOR AO NEGÓCIO E AUMENTA A SATISFAÇÃO DOS PACIENTES
 
Ética Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptxÉtica Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptx
 
Ética e Cidadania
Ética e Cidadania Ética e Cidadania
Ética e Cidadania
 
Ética e o profissional da educação
Ética e o profissional da educaçãoÉtica e o profissional da educação
Ética e o profissional da educação
 
Conceitos fundamentais de ética para administração
Conceitos fundamentais de ética para administraçãoConceitos fundamentais de ética para administração
Conceitos fundamentais de ética para administração
 
Deontologia
DeontologiaDeontologia
Deontologia
 
Apostila etica e bioetica
Apostila etica e bioeticaApostila etica e bioetica
Apostila etica e bioetica
 
Ética e Cidadania 2º semestre - mackenzie 2012
Ética e Cidadania   2º semestre - mackenzie 2012Ética e Cidadania   2º semestre - mackenzie 2012
Ética e Cidadania 2º semestre - mackenzie 2012
 

Plus de joaovictorsoaressampaio

Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012
Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012
Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012joaovictorsoaressampaio
 
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortalezaVicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortalezajoaovictorsoaressampaio
 
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortalezaVicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortalezajoaovictorsoaressampaio
 
Renata peluso importancia da filosofia para o mundo atual
Renata peluso importancia da filosofia para o mundo atualRenata peluso importancia da filosofia para o mundo atual
Renata peluso importancia da filosofia para o mundo atualjoaovictorsoaressampaio
 

Plus de joaovictorsoaressampaio (7)

Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012
Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012
Inez cabral fib valores humanos fonte_dafelicidade.09.11.2012
 
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortalezaVicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
 
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortalezaVicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
Vicente gomes fib nas organizações nov2012 fortaleza
 
Renata peluso importancia da filosofia para o mundo atual
Renata peluso importancia da filosofia para o mundo atualRenata peluso importancia da filosofia para o mundo atual
Renata peluso importancia da filosofia para o mundo atual
 
Liduina carvalho pegada ecológica
Liduina carvalho pegada ecológicaLiduina carvalho pegada ecológica
Liduina carvalho pegada ecológica
 
Lenise garcia em prol da vida fib
Lenise garcia em prol da vida fibLenise garcia em prol da vida fib
Lenise garcia em prol da vida fib
 
Andre feitosa slide fib
Andre feitosa slide fibAndre feitosa slide fib
Andre feitosa slide fib
 

Valores Humanos nas Organizações

  • 1. Valores Humanos nas Organizações Roberto Pinto Página na WEB: www.robertopinto.com.br email: roberto.pinto@uece.br UECE - CMAAd 1
  • 2. 3 Visões de mundo* Visão Mecânica  Visão dominante até meados do Séc. XVIII  Galileu e Descartes;  Mecânica de Newton;  Teologia Cristã.  Revolução Industrial – reforço e, depois, mudança  Conseqüências Gerais  Reducionismo;  Determinismo;  Linearidade;  Monocausalidade.  Conseqüências para a Teoria Organizacional  Primeiras Teorias (as teorias “duras”);  Teoria de Sistemas (organização transforma insumos em produtos). *adaptado de Sousa Silva, Peláez e Romero
  • 3. 3 VISÕES DE MUNDO* Visão Econômica  Visão sempre presente  Reforço após a Revolução Industrial  Até a década de 70 do Séc. XX – organizações geram riqueza;  Final dos anos 70 – Fim da época do industrialismo e início da globalização.  Conseqüências Gerais  Mundo percebido como mercado;  Prevalência das relações comerciais sobre as relações sociais;  A realidade “objetiva” é a realidade econômica;  Modelos de desenvolvimento centrados na demanda.  Conseqüências para a Teoria Organizacional  Organizações são provedoras de bens e serviços;  Tecnociência – processos, produtos e serviços intensivos em conhecimento. *adaptado de Sousa Silva, Peláez e Romero
  • 4. 3 VISÕES DE MUNDO* Visão Complexa  Visão de natureza orgânica e espiritual  Existente antes da dominação do Capitalismo;  Resgatada a partir da década de 60 do Séc. XX;  Ampliada, aprofundada, transformada e diversificada;  Mundo complexo e dinâmico, com múltiplas dimensões e funções interconectadas (espacial, temporal, ecológica, social, econômica, política, instituci onal, ética e estética);  Relevância da história (passado, presente e futuro conectados);  O contexto é resultado de diferentes percepções dos diversos grupos de atores sociais.  Conseqüências Gerais  Sustentabilidade, complexidade, diversidade, não- linearidade, interdependência, multicausalidade.  Conseqüências para a Teoria Organizacional  Preponderância de: valores, natureza, sociedade, cultura, equidade, participação, inte *adaptado de Sousa Silva, ração, construção, talentos humanos, solidariedade. Peláez e Romero
  • 5. Comentários • As organizações não têm valores per se. Seus valores são construídos pela interação dos valores dos que a constituem. Como os valores individuais são desenvolvidos na sociedade, os valores organizacionais estão sintonizados com seu local e época, variando de uma organização para outra conforme sua história, seus mitos, seus heróis... em suma, conforme sua cultura. • Valores são objeto de estudo da Ética. • Para Aristóteles, não se estuda Ética “para saber o que é a virtude, mas para aprender a tornar-se virtuoso e bom ” (Arruda, Whitaker & Ramos, 2001. p.41). • O estudo da Ética nas organizações tem sentido prático, porque se destina a moldar os comportamentos dos indivíduos e das corporações e não apenas a obter conhecimento sobre eles.
  • 6. Ética - Conceituação 1 • Ética é a “disciplina filosófica cujo objeto são os juízos de apreciação quando se aplicam à distinção do bem e do mal”. (Durozoi & Roussel, 1996. p.171) • Ética, do grego ethos, significa costume, maneira habitual de agir, índole. Moral, do latim mos, moris, que também significa costume, hábito. • Ética pode ser entendida como a ciência voltada para o estudo filosófico da ação e da conduta humana, considerada em conformidade ou não com a reta razão. (Arruda, Whitaker & Ramos, 2000. p. 41) • O comportamento ético não se restringe ao que estabelece a lei, mas constitui também um código moral amplo, comum a toda sociedade. (Schermerhorn Jr. et al., 1999)
  • 7. Ética - Conceituação 2 • Ética é a disciplina ou campo do conhecimento que define e avalia o comportamento de pessoas e organizações. Lida com o que poderia ser diferente do que é, com a aprovação ou reprovação do comportamento observado em relação ao comportamento ideal, definido em um código de conduta que pode ser implícito ou explícito. (Maximiano, 2002. p 416) • As sociedades democráticas tendem a transformar em norma o que está sintonizado com os seus valores. Mesmo quando isso não ocorre, cada sociedade faz os seus valores pairarem acima das normas escritas. • Se a norma escrita fosse suficiente, bastariam as leis e outros normativos para eliminar da sociedade comportamentos condenáveis ou indesejáveis.
  • 8. Visões de Ética • Visão utilitarista - obtenção de benefícios para o maior número de pessoas. Na ética empresarial - considerar as consequências de uma decisão, considerando o conjunto de todos os públicos de interesse (stakeholders); • Visão individualista – opção que melhor atenda aos interesses particulares, no longo prazo. Na ética empresarial - não seria adequada uma decisão que, mesmo atendendo interesses imediatos, viesse a implicar perdas futuras; • Visão dos direitos morais - tem como moldura os direitos fundamentais da pessoa humana. Na ética empresarial - não se devem violar direitos como vida, liberdade, privacidade e expressão; • Visão de justiça - tratamento igualitário. Na ética empresarial - não adotar conduta discriminatória de qualquer natureza.
  • 9. Distinção entre Ética e Moral - 1 • Os valores são apreendidos no convívio social. Portanto, decorrem dos costumes (mores). • Se os limites éticos decorrem dos costumes, esses limites podem mudar, já que os costumes mudam geográfica e temporalmente. O que é lícito em um lugar e tempo, pode não o ser em outros. • A medida-limite é: “não fazer a outrem o que não se gostaria que lhe fizessem”. O julgamento perfeito para o limite do que seja adequado ou inadequado é o próprio sentimento do que é justo ou injusto para si mesmo. • Esta é a "regra de ouro”, conhecida desde Confúcio, passando por todos os que trataram de Ética e Moral, incluindo Jesus Cristo, Kant e os filósofos atuais. 9
  • 10. Distinção entre Ética e Moral - 2 Segundo Fontes (2003, p. 2): • Ética - disciplina normativa que tem como objetivo estabelecer princípios, regras e valores para regular a ação humana, tendo em vista a sua harmonia. A ética sepreocupa não como são os homens, mas como eles devem ser. • Moral - conjunto de valores que uma sociedade foi formando e que os indivíduos tendem a sentir como uma obrigação que lhes é exterior. OBS - Essa distinção está longe de ser consensual. Para alguns filósofos, trata-se apenas de dois aspectos de uma só coisa. A ética é a teoria, e a moral é a sua realização prática. 10
  • 11. Ética dos Indivíduos Desenvolvimento moral dos indivíduos, cfe. Piaget (1932): • 1a Etapa - Moral de Obrigação heterônoma (entre os 2 e os 6 anos): a criança vive numa atitude unilateral de respeito absoluto em relação aos mais velhos. As normas são totalmente exteriores à criança. • 2a Etapa - Moral da Solidariedade entre iguais (entre os 7 e os 11 anos): Quando o respeito deixa de ser unilateral e passa a ser recíproco, baseado na noção de igualdade. As normas são rigidamente seguidas. • 3a Etapa - Moral de eqüidade-autonomia (a partir dos 12 anos): surge a atenção pelo outro, a compaixão e o altruísmo. A moral passa a ser autônoma e o respeito às normas se dá por convicção individual.
  • 12. Ética Organizacional - 1 • Ética Organizacional é uma das vertentes aplicadas da Ética e trata da qualidade das relações da organização com o seu ambiente, considerando que ali estão contidos os seus diversos públicos de interesse, os chamados stakeholders. • Enfatiza as decisões nas quais muitos fatores envolvidos não fazem parte das regras, dependendo exclusivamente da avaliação do agente que delibera. (Abex & Oliveira, 2004) • Diferentemente das demais “[...] trata de uma área do empreendimento humano cujos praticantes, na sua maioria, não gozam de um estatuto profissional, e de cujos motivos muitas vezes se pensa (e se diz) serem muito pouco nobres.” (Salomon, 2003) 12
  • 13. Ética Organizacional - 2 O desenvolvimento moral das organizações cfe. Maximiano (2002): • Pré-convencional - este primeiro estágio é caracterizado pela busca da satisfação das próprias necessidades e expectativas. A expressão típica é “cada um por si”. Este posicionamento busca amparo em certo “darwinismo social”, que o justificaria pela “seleção natural” das organizações mais aptas. • Convencional - o segundo estágio se caracteriza pelo cumprimento, por conveniência, da lei e de outras normas de comportamento estabelecidas no ambiente organizacional, sejam estas explícitas ou implícitas. Esta é a ética das convenções. • Pós-convencional - o terceiro estágio corresponde ao idealismo moral, quando as regras são cumpridas por convicção e não por obrigação. É o estágio mais avançado no desenvolvimento ético organizacional
  • 14. Ética Organizacional - 3 Ética Corporativa, cfe. Melé (2003): • A teoria apresenta, principalmente, dois grandes enfoques: • Deontologista (de deon, dever), centrado nos deveres a cumprir; • Teleologista (de teleos, fim), geralmente em forma de utilitarismo, que se fixa exclusivamente nas consequências da ação. • Há um terceiro enfoque: a ética das virtudes, que não se fixa em norma concreta, mas no desenvolvimento de virtudes no sujeito através da ação, e no papel da virtude da prudência ou sabedoria prática para determinar o que fazer em cada situação.
  • 15. Paralelo do Desenvolvimento Moral • indivíduos X organizações ETAPAS MORAL DA MORAL DE MORAL DE SOLIDARIEDADE EQUIDADE- OBRIGAÇÃO ENTRE IGUAIS AUTONOMIA INDIVÍDUOS HETERÔNOMA • O respeito deixa de • Surge a atenção (Piaget, 1932) • As normas são ser unilateral e passa pelo outro, a totalmente exteriores à a ser baseado na compaixão e o criança noção de igualdade altruísmo PÓS- PRÉ-CONVENCIONAL CONVENCIONAL CONVENCIONAL ORGANIZAÇÕES • Cada um por si • Cumprimento da • Cumprimento da (Maximiliano, 2002) • Darwinismo norma por norma por organizacional conveniência convicção
  • 16. Ética nas organizações Conceitos • Comportamento ético: Construído por cada um de nós pela permanente procura da liberdade universal e do bem coletivo. • A moral diz respeito ao domínio do dever; a ética, ao domínio do ser. • A ética está mais próxima da sabedoria do que da razão, mais próxima da compreensão do que deve ser o bem do que da formulação de princípios que devam ser seguidos. • Uma pessoa sábia (ou virtuosa) é a que conhece o que é o bem e o põe espontaneamente em prática. Adaptado de Depto de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra (página na WEB)
  • 17. Ética nas organizações Desenvolvimento Moral: • indivíduos X organizações ETAPAS MORAL DA MORAL DE MORAL DE SOLIDARIEDADE EQUIDADE- OBRIGAÇÃO ENTRE IGUAIS AUTONOMIA INDIVÍDUOS HETERÔNOMA • O respeito deixa de • Surge a atenção (Piaget, 1932) • As normas são ser unilateral e passa pelo outro, a totalmente exteriores à a ser baseado na compaixão e o criança noção de igualdade altruísmo PRÉ-CONVENCIONAL CONVENCIONAL PÓS- ORGANIZAÇÕES • Cada um por si CONVENCIONAL • Cumprimento da (Maximiliano, 2002) • Darwinismo norma por • Cumprimento da organizacional conveniência norma por convicção
  • 18. A razão da espiritualização nas organizações Conceitos: • Espiritualização ≠ Religião • Religião ≈ Religar (religio em Latim); • Espiritualização = ato ou efeito de espiritualizar; • Espírito (em Latim, spiritus ) significa respiração ou sopro; • Espiritualização, então, é o ato ou efeito de atribuir espírito, isto é, sopro da vida; • Espiritualização organizacional, assim, é animar as organizações, dotá-las de vida com sentido. • O verbo animar tem origem na palavra ânima que, em Latim, significa alma. Animar é, pois, dotar de alma, de vida.
  • 19. A razão da espiritualização nas organizações Entendendo: • Espiritualização de uma organização decorre do modo como ela se vê no seu ambiente, estabelecendo relações harmônicas com seus públicos de interesse e tendo um comportamento alinhado com a sustentabilidade. • Trata-se, principalmente, da compreensão e da atitude de como transformar recursos em bens e serviços necessários e desejados pelo ambiente, reduzindo a produção de resíduos e reparando os prejuízos causados pelos resíduos que inevitavelmente produzir.
  • 20. A razão da espiritualização nas organizações Entendendo: • Uma organização espiritualizada compreende o mundo pela visão da complexidade, onde passado, presente e futuro constituem um todo e onde as distâncias só existem geograficamente. • Não se fala de culpa, mas de responsabilidade. • Todas as pessoas e organizações são cobradas pela desarmonia que instalarem no universo. Em contraposição, são recompensadas pela harmonização ou re-harmonização que proporcionarem. • Para organizações, a exemplo do que acontece com as pessoas, está em funcionamento a lei de ação e reação.
  • 21. A razão da espiritualização nas organizações Entendendo: • Quando uma organização se espiritualiza, seu funcionamento transcende os aspectos negociais e materiais, porque sua missão passa a fazer sentido, interna e externamente. • Os gestores e colaboradores compreendem qual deve ser o papel daquela organização no seu espaço de atuação e passam a focar as ações organizacionais na direção indicada pela missão. • Os stakeholders externos, por sua vez, percebem a organização caminhando no sentido do atendimento das suas necessidades e expectativas e se dispõem a manter com ela relações duradouras e mutuamente compensadoras.
  • 22. A razão da espiritualização nas organizações Entendendo: • Uma organização espiritualizada ultrapassou os estágios iniciais do desenvolvimento moral e adota – por virtude, por convicção – uma atitude responsável em relação aos elementos do seu ambiente. • Uma organização espiritualizada está eticamente desenvolvida, avançada.
  • 23. Espiritualização e Estratégia O Processo de Escolha das Estratégias em Organizações Espiritualizadas
  • 24. Espiritualização e Estratégia • Uma organização espiritualizada retira da palavra estratégia sua conotação militar de procedimento para levar vantagem sobre um inimigo. • Uma organização espiritualizada não tem inimigos. Ela enxerga seu ambiente de ação como um espaço favorável à realização de alianças estratégicas, inclusive com seus concorrentes. • Esse tipo de organização convive melhor em clusters e arranjos produtivos, em que a competição convive com a cooperação. • Nas estratégias das organizações espiritualizadas, está presente a busca por relações do tipo ganha-ganha, em que os players envolvidos, embora procurem tirar o máximo proveito do “jogo”, não o fazem em detrimento dos demais participantes. • Uma organização espiritualizada não coloca em risco a sobrevivência dos parceiros de “jogo” e muito menos compromete a possibilidade de encontrá-los em parcerias futuras. A durabilidade das relações, com ganhos permanentes, está acima da ganância exagerada e da busca por ganhos imediatos.
  • 25. Espiritualização e Gestão de Pessoas • Uma organização espiritualizada incorpora e faz transparecer nos seus processos operacionais, nas suas filosofias e nas suas políticas a atenção, o respeito e a coerência na importância que dá aos seus recursos humanos. Essa atitude está expressa a partir das suas declarações de missão e de valores. • Nesse tipo de organização, seu corpo profissional pode contar com um ambiente de trabalho com qualidade física – em termos de espaço, iluminação, temperatura e ergonomia dos equipamentos – e social, onde as pessoas possam conviver e trabalhar em um clima organizacional saudável, protegido de assédios e favorável à participação e ao desenvolvimento pessoal e profissional. • Em uma organização espiritualizada, transparece o respeito pelas individualidades e diversidades. As questões de gênero, raça, credo religioso e opção sexual, por exemplo, não interferem na importância e nas oportunidades que são dadas aos colaboradores.
  • 26. Espiritualização e Gestão de Pessoas • Uma organização espiritualizada entende que as organizações são criadas para servirem às pessoas. Não foram as pessoas criadas para servirem às organizações. Organizações são pessoas trabalhando para outras. • Em uma organização espiritualizada entende que os recursos humanos são os únicos que têm vontade e desenvolvem suas atividades a partir dos níveis de motivação e comprometimento. As pessoas que fazem parte de uma organização são atores que com ela transacionam, em um processo de mútua influência. Portanto, não são meras peças sobre as quais incide a vontade dos gestores. • Uma organização espiritualizada compreende que cada indivíduo é um mundo em si mesmo, diferente dos demais. Mais do que isso: cada um é diferente de si mesmo, ao longo do tempo. • Completam o “pacote” a assistência à saúde dos colaboradores e suas famílias e pagamento em dia de salários dignos e compatíveis com as atribuições e a contribuição individual e de equipe.
  • 27. Espiritualização e Responsabilidade Socioambiental • Uma organização espiritualizada pauta toda sua atuação pelos parâmetros de responsabilidade socio-ambiental; • Uma organização espiritualizada está em nível avançado de desenvolvimento moral e segue suas diretrizes de RSA, por convicção.
  • 28. QUESTÕES? Roberto Pinto • Página na WEB: www.robertopinto.com.br • emails: • rpinto@iepro.org.br • roberto.pinto@uece.br • Telefone no IEPRO – 3402.7667 28