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Sociabilidade e socialização
De fato, os seres humanos necessitam de seus semelhantes para sobreviver,
comunicar- se, criar símbolos e formas de expressão cultural, perpetuar a espécie e se
realizar plenamente como indivíduos. É na vida em grupo que os indivíduos da
espécie humana se tornam realmente humanos.
A sociabilidade, capacidade natural da espécie humana para viver em
sociedade, desenvolve-se pelo processo de socialização. Por meio da socialização o
indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos,
regras e costumes característicos de seu grupo.
O indivíduo se socializa quando participa da vida em sociedade, assimila suas
normas, valores e costumes e passa a se comportar segundo esses valores, normas e
costumes. Assim, quanto mais adequada for sua socialização, mais sociável ele
tenderá a se tornar.
Com o surgimento da globalização e o advento de novas tecnologias de
comunicação, o tempo histórico se acelerou e profundas transformações começaram a
ocorrer em todas as esferas da sociedade.
Nesse contexto de rápidas mudanças, novas formas de sociabilidade emergem
no século XXI. Nos grandes centros urbanos, o tribalismo se tornou uma das formas
de expressão desses novos tipos de sociabilidade. (A palavra tribalismo está sendo
aqui utilizada em sentido amplo, que ultrapassa o senso comum, ligado à idéia de
sociedades indígenas.)
1. Exemplos desses novos grupos são os punks, os surfistas, street dance,
skinheads, as torcidas organizadas de futebol e as gangues da periferia urbana. Eles
se reúnem em torno de afinidades ou interesses momentâneos, e se identificam por
algum aspecto externo, como a indumentária, o corte de cabelo, ou por uma
linguagem própria do grupo.
Novas tribos também estão surgindo a partir do desenvolvimento da
informática e da rede de computadores. São as comunidades eletrônicas ou
virtuais que habitam o ciberespaço e inauguram um novo tipo de sociabilidade.
Esses grupos virtuais surgem como expressão de uma nova cultura
(cibercultura), que nasce da união entre a sociabilidade pós-moderna e os avanços da
microeletrônica. (A expressão pós-modernidade tem sido utilizada para designar a
cultura contemporânea, em oposição à modernidade, que teve início no século XV e
perdurou até a segunda metade do século XX. Procure mais informações no
Dicionário básico de Sociologia, no fim do livro.) Caóticas, desordenadas e sem
nenhum controle externo, essas redes de amizade vão se desenvolvendo por todo o
mundo e inaugurando um novo tipo de sociabilidade.
Hoje, as comunidades virtuais têm papel fundamental na integração da
sociedade de massa: elas resgatam laços de sociabilidade que estão se perdendo em
razão da falta de tempo disponível para as pessoas freqüentarem os espaços de
sociabilidade tradicionais.
2. Contatos sociais
Ao dar uma aula, o professor entra em contato com seus alunos. O cliente e o
vendedor de uma loja estabelecem contato na hora da venda de uma mercadoria.
Duas pessoas conversando também participam de um contato social. A convivência
humana pressupõe uma grande variedade de tipos de contatos sociais. Você mesmo
pode se relacionar de diversas formas, a começar pela maneira como adquiriu este
livro ou pelos contatos sociais que manteve para chegar até a atual etapa de sua
educação formal.
O contato social está na origem da vida em sociedade. É o primeiro passo para
que ocorra qualquer associação humana. Por meio dele, as pessoas estabelecem
relações sociais, criando laços de identidade, formas de atuação e comportamento
que são a base da constituição dos grupos sociais e da sociedade.
Tipos de contatos sociais
Existem dois tipos de contatos sociais: primários e secundários.
 Contatos sociais primários. São os contatos pessoais, diretos, e que têm uma
forte base emocional, pois as pessoas envolvidas compartilham suas experiências
individuais. São exemplos de contatos sociais primários: os familiares (entre pais e
filhos, entre irmãos, entre marido e mulher); os de vizinhança; as relações sociais
na escola, no clube etc. As primeiras experiências do indivíduo se fazem com base
em contatos sociais primários.
 Contatos sociais secundários. São os contatos impessoais, calculados, formais.
Dois exemplos: o contato do passageiro com o cobrador do ônibus para pagar a
passagem; o contato do cliente com o caixa do banco para descontar um cheque.
São também considerados secundários os contatos impessoais mantidos por meio
de carta, telefone, telegrama, e-mail etc.
Contatos sociais e personalidade individual
É importante destacar que as pessoas que têm uma vida baseada mais em
contatos primários desenvolvem uma personalidade diferente daquelas que têm uma
vida com predominância de contatos secundários.
A personalidade de um lavrador, por exemplo, é bem diversa da de um
empresário urbano. O lavrador vive em geral num mundo comunitário, onde quase
todas as pessoas se conhecem e executam as mesmas atividades. Mantém relações
familiares e de vizinhança muito fortes e em sua comunidade há um padrão de
comportamento bastante uniforme. Não há mudanças sociais significativas no decorrer
de sua vida e ele viverá, provavelmente, da mesma forma que seus pais.
Já o empresário estabelece um número mais amplo e complexo de contatos
sociais: com seus empregados, seus clientes, sua família, seus vizinhos, com outros
empresários etc. A maior parte desses contatos são impessoais, formais e
momentâneos.
O mundo do lavrador é estável, pouco se modifica como tempo. Em
contrapartida, o universo do empresário está em permanente mudança, sempre com
novos desafios. Com a industrialização e a conseqüente urbanização, diminuíram os
grupos de contatos primários, pois na cidade predominam os contatos secundários.
Nos grandes centros urbanos, as relações humanas tendem a ser mais
fragmentadas e impessoais, caracterizadas por um forte individualismo, pois a
proximidade física não significa necessariamente proximidade afetiva. Essa falta de
afetividade reforça o individualismo e estimula os conflitos. Um exemplo disso são as
brigas freqüentes no trânsito, muitas delas com desfecho violento.
No boxe a seguir, você vai conhecer uma forma de vida em que os contatos
primários são privilegiados pelos indivíduos.
O isolamento social
A ausência de contatos sociais caracteriza o isolamento social, Existem
mecanismos que reforçam esse isolamento. Entre eles, estão atitudes de ordem social
e atitudes de ordem individual.
As atitudes de ordem social envolvem os vários tipos de preconceito (racial,
religioso, de sexo etc.). Um exemplo histórico de preconceito é o anti-semitismo,
voltado contra os judeus. Tal atitude foi especialmente violenta durante a Idade Média
e também entre 1933 e 1945 na Alemanha nazista, onde cerca de 6 milhões de judeus
foram exterminados nos campos de concentração.
A África do Sul é outro exemplo de país onde, por várias décadas, imperou
uma legislação que isolava os negros do convívio social com os brancos: o apartheid.
Durante esse período, a minoria branca impôs à maioria negra uma série de
restrições, que iam desde a proibição de casamentos inter-raciais até a moradia em
guetos demarcados e a realização dos trabalhos mais penosos, relegando os negros á
condição de cidadãos de segunda classe.
Uma atitude de ordem individual que reforça o isolamento social é a timidez.
Segundo o sociólogo Karl Mannheim, a timidez, o preconceito e a desconfiança
podem levar o indivíduo a um isolamento semelhante ao dos deficientes físicos,
quando seus portadores são segregados dentro de seu próprio grupo primário, Isso
porque o tímido tem dificuldade de se comunicar com o outro, de estabelecer laços de
convivência e afinidade, o que, de certo modo, o deixa à margem da sociedade.
Quebrando regras
As formas de convívio social são muito diversificadas, pois cada cultura, cada
povo, tem suas regras particulares de convivência humana. Por outro lado, as
condições de convivência podem se modificar de acordo com certas transformações
na sociedade. A situação da mulher, por exemplo, modificou-se radicalmente ao longo
das últimas décadas, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo.
Até o começo dos anos 1930, as mulheres não podiam votar no Brasil. Esse
direito foi conquistado por elas em 1932. Da mesma forma, há cinqüenta anos era
difícil imaginar que as mulheres chegariam a ocupar altos cargos executivos em
grandes empresas ou a governar nações, como foi o caso de Margareth Thatcher,
primeira-ministra da Grã-Bretanha entre 1979 e 1990.
Leia este texto:
"Há setecentos anos, Frederico II, imperador do Sacro Império Romano-
Germânico, efetuou um experimento para determinar que língua as crianças falariam
quando crescessem, se jamais tivessem ouvido uma única palavra falada: falariam
hebraico (que então se julgava ser a língua mais antiga), grego, latim ou a língua de
seu país?
Deu instruções às amas e mães adotivas para que alimentassem as crianças e
lhes dessem banho, mas que sob hipótese nenhuma falassem com elas ou perto
delas. O experimento fracassou, porque todas as crianças morreram."
(Paul B. Horton e Chester L. Hunt. Sociologia, p. 77.)
4. A importância da comunicação
O texto mostra que a comunicação é vital para a espécie humana enquanto ser
social e para o desenvolvimento da cultura.
O principal meio de comunicação do homem é a linguagem. Através da lin-
guagem o ser humano atribui significados aos sons articulados que emite; isso é
possível porque somos dotados de inteligência. Graças à linguagem podemos
transmitir pensamentos e sentimentos aos nossos semelhantes, bem como passar aos
descendentes nossas experiências e descobertas, fazendo com que os conhe-
cimentos adquiridos não se percam.
Além da linguagem falada, o ser humano desenvolveu outras formas de
comunicação ao longo da História. Um grande avanço ocorreu com o surgimento da
escrita, na Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C. A invenção dos tipos móveis de
impressão por Gutenberg, no século XV, foi outro passo importante. Nos séculos XIX e
XX assistimos à invenção do telégrafo, do telefone, do rádio, do cinema, da televisão,
do telex, da comunicação por satélite, da lnternet.
Atualmente, fatos, idéias, sentimentos, atitudes e opiniões são compartilhados
por milhões de pessoas na maior parte do planeta, graças a esses meios de
comunicação. Por essa razão, o especialista em comunicação Marshall McLuhan
afirmou que o mundo contemporâneo é uma autêntica “aldeia global”, pois os meios
de comunicação de massa moldam hoje as idéias e opiniões de grupos cada vez
maiores de indivíduos.
5. Interação Social
Quando dá uma aula, o professor está em contato social com seus alunos e
estabelece comunicação com eles. Os alunos aprendem coisas; seu comportamento,
portanto, sofre uma modificação. Também o comportamento do professor sofre
modificações: sua explicação é diferente de uma classe para outra, ele detém-se num
ponto mais difícil e pode até mudar de opinião depois de uma discussão em classe.
Portanto, o professor influencia os alunos e também sofre influência deles. Dizemos
então que existe entre eles uma interação social.
O aspecto mais importante da interação social é que ela provoca uma
modificação de comportamento nos indivíduos envolvidos, como resultado do contato
e da comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, fica claro que o simples
contato físico não é suficiente para que haja uma interação social. Por exemplo, se
alguém se senta ao lado de outra pessoa num ônibus, mas ambos não conversam,
não está havendo interação social.
Os contatos sociais e a interação social constituem, portanto, condições
indispensáveis à associação humana. Os indivíduos se socializam através dos
contatos e da interação social.
A interação social pode ocorrer entre uma pessoa e outra, entre uma pessoa e
um grupo ou entre um grupo e outro:
pessoa ------------ pessoa
pessoa ------------ grupo
grupo ------------ grupo
A interação assume formas diferentes. A forma que a interação social assume chama-
se relação social. Um professor dando aula tem um tipo de relação social com seus
alunos - a relação pedagógica.
Da mesma forma, uma pessoa comprando e outra vendendo estabelecem uma
relação econômica. Além dessas, as relações sociais podem ser políticas, religiosas,
culturais, familiares etc.
A forma mais típica de interação social, como vimos, é aquela em que há uma
influência recíproca entre os participantes. Mas alguns autores falam em interação
social quando apenas um dos elementos influencia o outro. Isso acontece quando um
dos pólos da interação está representados por um meio de comunicação apenas
físico, como a televisão, o livro, uma gravação. Assim é que, quando um indivíduo
assiste a um programa de televisão, ele pode ser influenciado pelo programa, mas não
o influencia. Ocorre, nesse caso, uma interação não-recíproca. Neste tipo de
interação, apenas um dos lados influencia o outro.
Processos sociais
Embora alguns autores valorizem a longa duração e outros não, todos
concordam que os processos sociais são relacionados â mudanças e/ou
transformações que ocorrem de forma contínua e que entre outras coisas, refletem
determinados tipos de relações socais. Segundo Oliveira (2001) qualquer mudança
proveniente dos contatos e da interação social entre os membros de uma sociedade
constitui, um processo social.
Tipos de processos sociais
No grupo social ou na sociedade como um todo, os indivíduos e os grupos se
reúnem e se separam, associam-se e dissociam-se. Assim, os processos sociais
podem ser associativos e dissociativos.
Os processos associativos estabelecem formas de cooperação, convivência e
consenso no grupo. Já os dissociativos estão relacionados a formas de divergência,
oposição e conflito, que podem se manifestar de modos diferentes.
Os principais processos sociais associativos são cooperação, acomodação e
assimilação.
Os principais processos sociais dissociativos são competição e conflito.
A seguir, vamos estudar os processos associativos e dissociativos. Você vai
perceber que não seguimos a ordem apresentada no esquema anterior. Isso se deve,
em parte, à necessidade de se priorizarem certos processos, seja para facilitar o
entendimento de outro, seja porque a partir dele podem surgir outros processos.
COOPERAÇÃO
A cooperação é a forma de interação social na qual diferentes pessoas, grupos
ou comunidades trabalham juntos para um mesmo fim. São exemplos de cooperação:
a reunião de vizinhos para limpar a rua, ou de pessoas para fazer uma festa; mutirões
de moradores para construir conjuntos habitacionais; sociedades cooperativas etc.
A cooperação pode ser direta ou indireta.
 Direta ou temporária – quando as pessoas se unem para realizar uma atividade
durante um período determinado. Exemplo : mutirões para a construção de casas
populares.
 Contínua ou Indireta - quando as pessoas unidas em atividades diferentes,
sempre necessitam indiretamente umas das outras, por não serem auto-
suficientes. Exemplo: o médico e o lavrador – o médico não pode viver sem o
alimento produzido pelo lavrador, e este necessita do medico quando fica doente.
COMPETIÇÃO
"No uso recente, competição é a forma de interação que implica luta por
objetivos escassos; essa interação é regulada por normas, pode ser direta ou indireta,
pessoal ou impessoal, e tende a excluir o uso da força e da violência" (Dicionário de
Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987. p. 218).
A competição pode levar indivíduos a agir uns contra os outros em busca de uma
melhor situação. Ela nasce dos mais variados desejos humanos, como ocupar uma
posição social mais elevada, ter maior importância no grupo social, conquistar riqueza
e poder, vencer um torneio esportivo etc. Ora, nem todos podem obter os melhores
lugares nas esferas sociais, pois os postos mais importantes são em número muito
menor que seus pretendentes, isto é, são escassos. Assim, os que pretendem
alcançá-los entram em competição com os demais concorrentes. Nessa disputa, as
atenções de cada competidor estão voltadas para a recompensa e não para os outros
concorrentes.
Há sociedades que estimulam mais a competição que outras. Entre as tribos
indígenas, por exemplo, as relações não são tão acentuadamente competitivas como
na sociedade capitalista. Esta última estimula os indivíduos a competirem em todas as
suas atividades – na escola, no trabalho e até no lazer -, exacerbando o individualismo
em prejuízo da cooperação.
CONFLITO
Quando a competição assume características de elevada tensão social,
sobrevém o conflito.
Diariamente, vemos e ouvimos no noticiário dos jornais, do rádio e da televisão
relatos de conflitos em diversas partes do mundo: combate na Colômbia entre tropas
do governo e fazendas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST),
no interior do Brasil, às vezes seguidas (ou precedidas) de assassinatos de líderes
sindicais a mando de grandes fazendeiros (veja o boxe na página seguinte); motins e
fugas de menores da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), em São
Paulo, conflitos entre israelenses e palestinos no Oriente Médio.
O conflito social é um processo social, pois provoca mudanças na sociedade.
Tomemos o exemplo dos negros norte-americanos. Depois de violentos choques com
a polícia durante os anos 1960, eles conseguiram ver reconhecidos seus direitos civis.
Passados mais de trinta anos, embora certas formas de racismo e discriminação ainda
persistam nos Estados Unidos, o negro integrou-se, pelo menos em parte, à sociedade
norte-americana, permitindo, inclusive a primeira eleição de um presidente negro
americano. Outro exemplo mais recente foi a mudança do governo no Egito graças à
pressão popular.
Em sociologia diz-se que os seres humanos são naturalmente sociáveis, e
existem dois tipos de processos sociais: associativos e dissociativos. Nos dissociativos
encontramos a Competição e o Conflito:
"Competição é a forma de interação que implica luta por objetivos escassos: essa
interação é regulada por normas, pode ser direta ou indireta, pessoal ou impessoal, e
tende a excluir o uso da força e da violência" (Dicionário de Ciências Sociais. Rio de
Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987. p. 218)
"Quando a competição assume características de elevada tensão social, sobrevém o
conflito."
Comparando a competição e o conflito, podemos destacar as seguintes
características:
1. a competição pode tomar a forma de luta pela existência, como a que se
estabelece entre indivíduos para obtenção de alimento ou emprego;
2. o conflito pode tomar a forma de rivalidade, disputa, revolta, revolução, litígio e
guerra;
3. a competição pode se transformar em conflito;
4. Podemos dizer que:
♣ a competição é inconsciente; o conflito é consciente;
♣ a competição é impessoal; o conflito é pessoal e, portanto,
emocional.
5. a competição é impessoal; o conflito é pessoal e, portanto, emocional;
6. o conflito pode implicar violência ou ameaça de violência; já a competição não
envolve violência;
7. enquanto a competição é contínua, o conflito não pode durar permanentemente com
o mesmo nível de tensão;
8. no conflito, o primeiro impulso dos oponentes é tentar agredir e destruir o
adversário.
Conflito e criminalidade
Assistimos de forma generalizada a um recrudescimento de relações
agressivas entre as pessoas. Em muitas cidades do mundo, principalmente as
metrópoles, vive-se um clima de guerra civil, com quadrilhas organizadas, gangues,
narcotráfico internacional, contrabando, sequestro de pessoas, assaltos, roubos,
chacinas, etc. Não se pode contestar que hoje há uma banalização da violência
urbana.
A intolerância e a desconfiança para com o vizinho, para com pessoas
estranhas e mesmo dentro da própria família é cada vez maior. E, na medida em que
a esfera da vida privada tende a ser invadida pelos meios de comunicação de massa
(principalmente o rádio e a televisão), os conflitos se tornam conhecidos e as
agressões são divulgadas de maneira sensacionalista.
Para muitas pessoas, a vjolência e a hostilidade são recursos de defesa. Esse
comportamento é incentivado pelo individualismo da sociedade contemporânea. A
intolerância não aceita o "outro", o "estranho", o "imigrante", o "estrangeiro". Não
ocorre, facilmente, a aceitação do "outro", do "diferente".
Mas não se pode esquecer que não há democracia se não se aceitar o "outro",
a "identidade do outro", as diferenças individuais.
Os americanos estão conscientes de que os índices de criminalidade
começaram a crescer em algum momento nos anos de 1960. Depois de declinar
ligeiramente em meados dos anos 1980, os índices de criminalidade aumentaram
rapidamente nos anos finais daquela década, alcançando seu pico por volta de 1991-
1992. Os crimes violentos também aumentaram rapidamente no Canadá, na Finlândia,
Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suécia, no Reino Unido e Brasil.
A perda de eficiência e a diminuição de funções das instituições sociais e
governamentais, o anonimato das pessoas nas grandes cidades e a impunidade legal
só têm feito aumentar a violência. O que se percebe é que, para além dos conflitos
entre nações, cresce a violência no interior do país e na periferia das médias e
grandes cidades, em especial nos países pobres e emergentes, em que a
instabilidade, a descrença nos poderes públicos e a sensação de abandono e insegu-
rança são mais acentuadas.
(Fonte: O Estado de S. Paulo, 30 maio 1999. Resenha do livro The Great Disruption
(A grande ruptura), de Francis Fukuyama.
Acomodação
Se, num conflito, um adversário derrota o outro, e o derrotado corre o risco de
ser totalmente liquidado, é comum este aceitar as condições impostas pelo vencedor.
Ocorre, assim, uma acomodação, pois o vencido aceita as condições impostas,
ficando numa posição de subordinação.
A escravização dos vencidos, comum na Antiguidade, é um caso típico de
acomodação. Quando alguém cumpre uma lei ou segue um costume com os quais
não concorda, só para evitar sanções ou divergências, também se enquadra num
processo associativo de acomodação. Por exemplo, um estrangeiro pode não apreciar
o modo de vida do país em que mora, mas acaba por aceitá-lo, evitando certos
transtornos em sua vida.
Normalmente, os imigrantes recém-chegados entram num processo de
acomodação: deixam de lado sua língua e seus costumes, adaptam-se à nova vida,
procurando se prevenir de conflitos.
A acomodação é o processo social em que o indivíduo ou o grupo se ajusta a
uma situação de conflito, sem que ocorram transformações internas. Trata-se,
portanto, de uma solução superficial do conflito, pois este continua latente, isto é, pode
vir a se manifestar. Isso acontece porque na acomodação não há uma transformação
de pensamentos, sentimentos e atitudes; as mudanças são apenas exteriores,
manifestam-se apenas enquanto comportamento social.
Assim, podemos dizer que a acomodação é o ajustamento de indivíduos ou
grupos apenas nos aspectos externos de seu comportamento. Ela diminui o conflito.
Mas o conflito só desaparece com a assimilação.
Assimilação
A assimilação é.a solução definitiva e tranquila do conflito social. Pela
assimilação, os conflitos são superados.
Trata-se de um processo de ajustamento, pelo qual os indivíduos ou grupos
diferentes tornam-se mais semelhantes. Difere da acomodação, porque implica
transformações internas nos indivíduos ou grupos sendo geralmente inconscientes e
involuntárias. As modificações internas envolvem mudanças na maneira de pensar, de
sentir e de agir.
A assimilação se dá por mecanismos de imitação, exigindo um certo tempo
para se concretizar. É um processo longo e complexo.
O exemplo típico de assimila ção é o do imigrante. Ele, que a princípio se
acomodou no novo país, vai aos poucos, sem perceber, deixando-se envolver pelos
costumes, símbolos, tradições e língua da nova pátria.
No Brasil, tivemos casos da assimilação dos alemães em Santa Catarina, e dos
italianos, em São Paulo, entre outros exemplos. No início, esses imigrantes falavam
línguas bastante diferentes da nossa, além de trazerem valores e costumes diversos.
Enquanto esses elementos se mantiveram enraizados no espírito e nos hábitos dos
imigrantes, cada grupo chegou a constituir uma espécie de corpo estranho na
sociedade brasileira. Viviam fisicamente próximos dos brasileiros, mas distantes
culturalmente. Apenas quando as características marcantes de suas culturas de
origem se atenuaram ou se desfizeram — sendo substituídas pelos hábitos e
costumes brasileiros — é que esses imigrantes puderam ser assimilados pela nossa
sociedade. Eles se desfizeram de sua identificação cultural de origem e passaram a se
identificar com a nova cultura, tornando-se parte integrante da sociedade, adotada.
Outro exemplo de assimilação é a conversão. O indivíduo convertido religiosa,
política ou filosoficamente abandona suas antigas atitudes, convicções e sentimentos,
adotando novas maneiras de agir e pensar. Enquanto a revolução é um fenômeno
social exterior, a conversão é um fenômeno interior.
Concluindo, o aspecto importante da assimilação é que ela implica uma
transformação da personalidade. O processo de assimilação atinge áreas profundas e
extensas da personalidade, envolvendo valores e atitudes fundamentais. As
modificações que ocorrem dizem respeito à maneira de pensar, sentir e agir.
Assimiliação e Aculturação
ACULTURAÇÃO: Processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em
contacto contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em
ambas.Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e contínuo, geralmente
ocorrem mudanças culturais nos grupos, pois verifica-se a transmissão de traços
culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos,
incorporando-se, freqüentemente com alterações significativas, à cultura resultante. É
a fusão de culturas diversas, dando origem a uma nova cultura.
ASSIMILAÇÃO: Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes
aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de
outra parte. É um ajustamento interno e indício da integração sócio-cultural, ocorrendo
principalmente nas populações que reúnem grupos diferentes. Em vez de apenas
diminuir, pode terminar com o conflito.
Fonte: https://www.google.com.br/#q=papel+da+socializa%C3%A7%C3%A3o+os+seres+humanos+necessitam+de+seus+semelhantes

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  • 1. Sociabilidade e socialização De fato, os seres humanos necessitam de seus semelhantes para sobreviver, comunicar- se, criar símbolos e formas de expressão cultural, perpetuar a espécie e se realizar plenamente como indivíduos. É na vida em grupo que os indivíduos da espécie humana se tornam realmente humanos. A sociabilidade, capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade, desenvolve-se pelo processo de socialização. Por meio da socialização o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos, regras e costumes característicos de seu grupo. O indivíduo se socializa quando participa da vida em sociedade, assimila suas normas, valores e costumes e passa a se comportar segundo esses valores, normas e costumes. Assim, quanto mais adequada for sua socialização, mais sociável ele tenderá a se tornar. Com o surgimento da globalização e o advento de novas tecnologias de comunicação, o tempo histórico se acelerou e profundas transformações começaram a ocorrer em todas as esferas da sociedade. Nesse contexto de rápidas mudanças, novas formas de sociabilidade emergem no século XXI. Nos grandes centros urbanos, o tribalismo se tornou uma das formas de expressão desses novos tipos de sociabilidade. (A palavra tribalismo está sendo aqui utilizada em sentido amplo, que ultrapassa o senso comum, ligado à idéia de sociedades indígenas.) 1. Exemplos desses novos grupos são os punks, os surfistas, street dance, skinheads, as torcidas organizadas de futebol e as gangues da periferia urbana. Eles se reúnem em torno de afinidades ou interesses momentâneos, e se identificam por algum aspecto externo, como a indumentária, o corte de cabelo, ou por uma linguagem própria do grupo. Novas tribos também estão surgindo a partir do desenvolvimento da informática e da rede de computadores. São as comunidades eletrônicas ou virtuais que habitam o ciberespaço e inauguram um novo tipo de sociabilidade. Esses grupos virtuais surgem como expressão de uma nova cultura (cibercultura), que nasce da união entre a sociabilidade pós-moderna e os avanços da microeletrônica. (A expressão pós-modernidade tem sido utilizada para designar a cultura contemporânea, em oposição à modernidade, que teve início no século XV e perdurou até a segunda metade do século XX. Procure mais informações no Dicionário básico de Sociologia, no fim do livro.) Caóticas, desordenadas e sem nenhum controle externo, essas redes de amizade vão se desenvolvendo por todo o mundo e inaugurando um novo tipo de sociabilidade. Hoje, as comunidades virtuais têm papel fundamental na integração da sociedade de massa: elas resgatam laços de sociabilidade que estão se perdendo em razão da falta de tempo disponível para as pessoas freqüentarem os espaços de sociabilidade tradicionais. 2. Contatos sociais Ao dar uma aula, o professor entra em contato com seus alunos. O cliente e o vendedor de uma loja estabelecem contato na hora da venda de uma mercadoria. Duas pessoas conversando também participam de um contato social. A convivência humana pressupõe uma grande variedade de tipos de contatos sociais. Você mesmo pode se relacionar de diversas formas, a começar pela maneira como adquiriu este livro ou pelos contatos sociais que manteve para chegar até a atual etapa de sua educação formal. O contato social está na origem da vida em sociedade. É o primeiro passo para que ocorra qualquer associação humana. Por meio dele, as pessoas estabelecem relações sociais, criando laços de identidade, formas de atuação e comportamento que são a base da constituição dos grupos sociais e da sociedade.
  • 2. Tipos de contatos sociais Existem dois tipos de contatos sociais: primários e secundários.  Contatos sociais primários. São os contatos pessoais, diretos, e que têm uma forte base emocional, pois as pessoas envolvidas compartilham suas experiências individuais. São exemplos de contatos sociais primários: os familiares (entre pais e filhos, entre irmãos, entre marido e mulher); os de vizinhança; as relações sociais na escola, no clube etc. As primeiras experiências do indivíduo se fazem com base em contatos sociais primários.  Contatos sociais secundários. São os contatos impessoais, calculados, formais. Dois exemplos: o contato do passageiro com o cobrador do ônibus para pagar a passagem; o contato do cliente com o caixa do banco para descontar um cheque. São também considerados secundários os contatos impessoais mantidos por meio de carta, telefone, telegrama, e-mail etc. Contatos sociais e personalidade individual É importante destacar que as pessoas que têm uma vida baseada mais em contatos primários desenvolvem uma personalidade diferente daquelas que têm uma vida com predominância de contatos secundários. A personalidade de um lavrador, por exemplo, é bem diversa da de um empresário urbano. O lavrador vive em geral num mundo comunitário, onde quase todas as pessoas se conhecem e executam as mesmas atividades. Mantém relações familiares e de vizinhança muito fortes e em sua comunidade há um padrão de comportamento bastante uniforme. Não há mudanças sociais significativas no decorrer de sua vida e ele viverá, provavelmente, da mesma forma que seus pais. Já o empresário estabelece um número mais amplo e complexo de contatos sociais: com seus empregados, seus clientes, sua família, seus vizinhos, com outros empresários etc. A maior parte desses contatos são impessoais, formais e momentâneos. O mundo do lavrador é estável, pouco se modifica como tempo. Em contrapartida, o universo do empresário está em permanente mudança, sempre com novos desafios. Com a industrialização e a conseqüente urbanização, diminuíram os grupos de contatos primários, pois na cidade predominam os contatos secundários. Nos grandes centros urbanos, as relações humanas tendem a ser mais fragmentadas e impessoais, caracterizadas por um forte individualismo, pois a proximidade física não significa necessariamente proximidade afetiva. Essa falta de afetividade reforça o individualismo e estimula os conflitos. Um exemplo disso são as brigas freqüentes no trânsito, muitas delas com desfecho violento. No boxe a seguir, você vai conhecer uma forma de vida em que os contatos primários são privilegiados pelos indivíduos. O isolamento social A ausência de contatos sociais caracteriza o isolamento social, Existem mecanismos que reforçam esse isolamento. Entre eles, estão atitudes de ordem social e atitudes de ordem individual. As atitudes de ordem social envolvem os vários tipos de preconceito (racial, religioso, de sexo etc.). Um exemplo histórico de preconceito é o anti-semitismo, voltado contra os judeus. Tal atitude foi especialmente violenta durante a Idade Média e também entre 1933 e 1945 na Alemanha nazista, onde cerca de 6 milhões de judeus foram exterminados nos campos de concentração. A África do Sul é outro exemplo de país onde, por várias décadas, imperou uma legislação que isolava os negros do convívio social com os brancos: o apartheid. Durante esse período, a minoria branca impôs à maioria negra uma série de
  • 3. restrições, que iam desde a proibição de casamentos inter-raciais até a moradia em guetos demarcados e a realização dos trabalhos mais penosos, relegando os negros á condição de cidadãos de segunda classe. Uma atitude de ordem individual que reforça o isolamento social é a timidez. Segundo o sociólogo Karl Mannheim, a timidez, o preconceito e a desconfiança podem levar o indivíduo a um isolamento semelhante ao dos deficientes físicos, quando seus portadores são segregados dentro de seu próprio grupo primário, Isso porque o tímido tem dificuldade de se comunicar com o outro, de estabelecer laços de convivência e afinidade, o que, de certo modo, o deixa à margem da sociedade. Quebrando regras As formas de convívio social são muito diversificadas, pois cada cultura, cada povo, tem suas regras particulares de convivência humana. Por outro lado, as condições de convivência podem se modificar de acordo com certas transformações na sociedade. A situação da mulher, por exemplo, modificou-se radicalmente ao longo das últimas décadas, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo. Até o começo dos anos 1930, as mulheres não podiam votar no Brasil. Esse direito foi conquistado por elas em 1932. Da mesma forma, há cinqüenta anos era difícil imaginar que as mulheres chegariam a ocupar altos cargos executivos em grandes empresas ou a governar nações, como foi o caso de Margareth Thatcher, primeira-ministra da Grã-Bretanha entre 1979 e 1990. Leia este texto: "Há setecentos anos, Frederico II, imperador do Sacro Império Romano- Germânico, efetuou um experimento para determinar que língua as crianças falariam quando crescessem, se jamais tivessem ouvido uma única palavra falada: falariam hebraico (que então se julgava ser a língua mais antiga), grego, latim ou a língua de seu país? Deu instruções às amas e mães adotivas para que alimentassem as crianças e lhes dessem banho, mas que sob hipótese nenhuma falassem com elas ou perto delas. O experimento fracassou, porque todas as crianças morreram." (Paul B. Horton e Chester L. Hunt. Sociologia, p. 77.) 4. A importância da comunicação O texto mostra que a comunicação é vital para a espécie humana enquanto ser social e para o desenvolvimento da cultura. O principal meio de comunicação do homem é a linguagem. Através da lin- guagem o ser humano atribui significados aos sons articulados que emite; isso é possível porque somos dotados de inteligência. Graças à linguagem podemos transmitir pensamentos e sentimentos aos nossos semelhantes, bem como passar aos descendentes nossas experiências e descobertas, fazendo com que os conhe- cimentos adquiridos não se percam. Além da linguagem falada, o ser humano desenvolveu outras formas de comunicação ao longo da História. Um grande avanço ocorreu com o surgimento da escrita, na Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C. A invenção dos tipos móveis de impressão por Gutenberg, no século XV, foi outro passo importante. Nos séculos XIX e XX assistimos à invenção do telégrafo, do telefone, do rádio, do cinema, da televisão, do telex, da comunicação por satélite, da lnternet. Atualmente, fatos, idéias, sentimentos, atitudes e opiniões são compartilhados por milhões de pessoas na maior parte do planeta, graças a esses meios de comunicação. Por essa razão, o especialista em comunicação Marshall McLuhan afirmou que o mundo contemporâneo é uma autêntica “aldeia global”, pois os meios
  • 4. de comunicação de massa moldam hoje as idéias e opiniões de grupos cada vez maiores de indivíduos. 5. Interação Social Quando dá uma aula, o professor está em contato social com seus alunos e estabelece comunicação com eles. Os alunos aprendem coisas; seu comportamento, portanto, sofre uma modificação. Também o comportamento do professor sofre modificações: sua explicação é diferente de uma classe para outra, ele detém-se num ponto mais difícil e pode até mudar de opinião depois de uma discussão em classe. Portanto, o professor influencia os alunos e também sofre influência deles. Dizemos então que existe entre eles uma interação social. O aspecto mais importante da interação social é que ela provoca uma modificação de comportamento nos indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, fica claro que o simples contato físico não é suficiente para que haja uma interação social. Por exemplo, se alguém se senta ao lado de outra pessoa num ônibus, mas ambos não conversam, não está havendo interação social. Os contatos sociais e a interação social constituem, portanto, condições indispensáveis à associação humana. Os indivíduos se socializam através dos contatos e da interação social. A interação social pode ocorrer entre uma pessoa e outra, entre uma pessoa e um grupo ou entre um grupo e outro: pessoa ------------ pessoa pessoa ------------ grupo grupo ------------ grupo A interação assume formas diferentes. A forma que a interação social assume chama- se relação social. Um professor dando aula tem um tipo de relação social com seus alunos - a relação pedagógica. Da mesma forma, uma pessoa comprando e outra vendendo estabelecem uma relação econômica. Além dessas, as relações sociais podem ser políticas, religiosas, culturais, familiares etc. A forma mais típica de interação social, como vimos, é aquela em que há uma influência recíproca entre os participantes. Mas alguns autores falam em interação social quando apenas um dos elementos influencia o outro. Isso acontece quando um dos pólos da interação está representados por um meio de comunicação apenas físico, como a televisão, o livro, uma gravação. Assim é que, quando um indivíduo assiste a um programa de televisão, ele pode ser influenciado pelo programa, mas não o influencia. Ocorre, nesse caso, uma interação não-recíproca. Neste tipo de interação, apenas um dos lados influencia o outro. Processos sociais Embora alguns autores valorizem a longa duração e outros não, todos concordam que os processos sociais são relacionados â mudanças e/ou transformações que ocorrem de forma contínua e que entre outras coisas, refletem determinados tipos de relações socais. Segundo Oliveira (2001) qualquer mudança proveniente dos contatos e da interação social entre os membros de uma sociedade constitui, um processo social. Tipos de processos sociais No grupo social ou na sociedade como um todo, os indivíduos e os grupos se reúnem e se separam, associam-se e dissociam-se. Assim, os processos sociais podem ser associativos e dissociativos.
  • 5. Os processos associativos estabelecem formas de cooperação, convivência e consenso no grupo. Já os dissociativos estão relacionados a formas de divergência, oposição e conflito, que podem se manifestar de modos diferentes. Os principais processos sociais associativos são cooperação, acomodação e assimilação. Os principais processos sociais dissociativos são competição e conflito. A seguir, vamos estudar os processos associativos e dissociativos. Você vai perceber que não seguimos a ordem apresentada no esquema anterior. Isso se deve, em parte, à necessidade de se priorizarem certos processos, seja para facilitar o entendimento de outro, seja porque a partir dele podem surgir outros processos. COOPERAÇÃO A cooperação é a forma de interação social na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham juntos para um mesmo fim. São exemplos de cooperação: a reunião de vizinhos para limpar a rua, ou de pessoas para fazer uma festa; mutirões de moradores para construir conjuntos habitacionais; sociedades cooperativas etc. A cooperação pode ser direta ou indireta.  Direta ou temporária – quando as pessoas se unem para realizar uma atividade durante um período determinado. Exemplo : mutirões para a construção de casas populares.  Contínua ou Indireta - quando as pessoas unidas em atividades diferentes, sempre necessitam indiretamente umas das outras, por não serem auto- suficientes. Exemplo: o médico e o lavrador – o médico não pode viver sem o alimento produzido pelo lavrador, e este necessita do medico quando fica doente. COMPETIÇÃO "No uso recente, competição é a forma de interação que implica luta por objetivos escassos; essa interação é regulada por normas, pode ser direta ou indireta, pessoal ou impessoal, e tende a excluir o uso da força e da violência" (Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987. p. 218). A competição pode levar indivíduos a agir uns contra os outros em busca de uma melhor situação. Ela nasce dos mais variados desejos humanos, como ocupar uma posição social mais elevada, ter maior importância no grupo social, conquistar riqueza e poder, vencer um torneio esportivo etc. Ora, nem todos podem obter os melhores lugares nas esferas sociais, pois os postos mais importantes são em número muito menor que seus pretendentes, isto é, são escassos. Assim, os que pretendem alcançá-los entram em competição com os demais concorrentes. Nessa disputa, as atenções de cada competidor estão voltadas para a recompensa e não para os outros concorrentes. Há sociedades que estimulam mais a competição que outras. Entre as tribos indígenas, por exemplo, as relações não são tão acentuadamente competitivas como na sociedade capitalista. Esta última estimula os indivíduos a competirem em todas as suas atividades – na escola, no trabalho e até no lazer -, exacerbando o individualismo em prejuízo da cooperação. CONFLITO Quando a competição assume características de elevada tensão social, sobrevém o conflito. Diariamente, vemos e ouvimos no noticiário dos jornais, do rádio e da televisão relatos de conflitos em diversas partes do mundo: combate na Colômbia entre tropas do governo e fazendas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST),
  • 6. no interior do Brasil, às vezes seguidas (ou precedidas) de assassinatos de líderes sindicais a mando de grandes fazendeiros (veja o boxe na página seguinte); motins e fugas de menores da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), em São Paulo, conflitos entre israelenses e palestinos no Oriente Médio. O conflito social é um processo social, pois provoca mudanças na sociedade. Tomemos o exemplo dos negros norte-americanos. Depois de violentos choques com a polícia durante os anos 1960, eles conseguiram ver reconhecidos seus direitos civis. Passados mais de trinta anos, embora certas formas de racismo e discriminação ainda persistam nos Estados Unidos, o negro integrou-se, pelo menos em parte, à sociedade norte-americana, permitindo, inclusive a primeira eleição de um presidente negro americano. Outro exemplo mais recente foi a mudança do governo no Egito graças à pressão popular. Em sociologia diz-se que os seres humanos são naturalmente sociáveis, e existem dois tipos de processos sociais: associativos e dissociativos. Nos dissociativos encontramos a Competição e o Conflito: "Competição é a forma de interação que implica luta por objetivos escassos: essa interação é regulada por normas, pode ser direta ou indireta, pessoal ou impessoal, e tende a excluir o uso da força e da violência" (Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987. p. 218) "Quando a competição assume características de elevada tensão social, sobrevém o conflito." Comparando a competição e o conflito, podemos destacar as seguintes características: 1. a competição pode tomar a forma de luta pela existência, como a que se estabelece entre indivíduos para obtenção de alimento ou emprego; 2. o conflito pode tomar a forma de rivalidade, disputa, revolta, revolução, litígio e guerra; 3. a competição pode se transformar em conflito; 4. Podemos dizer que: ♣ a competição é inconsciente; o conflito é consciente; ♣ a competição é impessoal; o conflito é pessoal e, portanto, emocional. 5. a competição é impessoal; o conflito é pessoal e, portanto, emocional; 6. o conflito pode implicar violência ou ameaça de violência; já a competição não envolve violência; 7. enquanto a competição é contínua, o conflito não pode durar permanentemente com o mesmo nível de tensão; 8. no conflito, o primeiro impulso dos oponentes é tentar agredir e destruir o adversário. Conflito e criminalidade Assistimos de forma generalizada a um recrudescimento de relações agressivas entre as pessoas. Em muitas cidades do mundo, principalmente as metrópoles, vive-se um clima de guerra civil, com quadrilhas organizadas, gangues, narcotráfico internacional, contrabando, sequestro de pessoas, assaltos, roubos, chacinas, etc. Não se pode contestar que hoje há uma banalização da violência urbana. A intolerância e a desconfiança para com o vizinho, para com pessoas estranhas e mesmo dentro da própria família é cada vez maior. E, na medida em que a esfera da vida privada tende a ser invadida pelos meios de comunicação de massa
  • 7. (principalmente o rádio e a televisão), os conflitos se tornam conhecidos e as agressões são divulgadas de maneira sensacionalista. Para muitas pessoas, a vjolência e a hostilidade são recursos de defesa. Esse comportamento é incentivado pelo individualismo da sociedade contemporânea. A intolerância não aceita o "outro", o "estranho", o "imigrante", o "estrangeiro". Não ocorre, facilmente, a aceitação do "outro", do "diferente". Mas não se pode esquecer que não há democracia se não se aceitar o "outro", a "identidade do outro", as diferenças individuais. Os americanos estão conscientes de que os índices de criminalidade começaram a crescer em algum momento nos anos de 1960. Depois de declinar ligeiramente em meados dos anos 1980, os índices de criminalidade aumentaram rapidamente nos anos finais daquela década, alcançando seu pico por volta de 1991- 1992. Os crimes violentos também aumentaram rapidamente no Canadá, na Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suécia, no Reino Unido e Brasil. A perda de eficiência e a diminuição de funções das instituições sociais e governamentais, o anonimato das pessoas nas grandes cidades e a impunidade legal só têm feito aumentar a violência. O que se percebe é que, para além dos conflitos entre nações, cresce a violência no interior do país e na periferia das médias e grandes cidades, em especial nos países pobres e emergentes, em que a instabilidade, a descrença nos poderes públicos e a sensação de abandono e insegu- rança são mais acentuadas. (Fonte: O Estado de S. Paulo, 30 maio 1999. Resenha do livro The Great Disruption (A grande ruptura), de Francis Fukuyama. Acomodação Se, num conflito, um adversário derrota o outro, e o derrotado corre o risco de ser totalmente liquidado, é comum este aceitar as condições impostas pelo vencedor. Ocorre, assim, uma acomodação, pois o vencido aceita as condições impostas, ficando numa posição de subordinação. A escravização dos vencidos, comum na Antiguidade, é um caso típico de acomodação. Quando alguém cumpre uma lei ou segue um costume com os quais não concorda, só para evitar sanções ou divergências, também se enquadra num processo associativo de acomodação. Por exemplo, um estrangeiro pode não apreciar o modo de vida do país em que mora, mas acaba por aceitá-lo, evitando certos transtornos em sua vida. Normalmente, os imigrantes recém-chegados entram num processo de acomodação: deixam de lado sua língua e seus costumes, adaptam-se à nova vida, procurando se prevenir de conflitos. A acomodação é o processo social em que o indivíduo ou o grupo se ajusta a uma situação de conflito, sem que ocorram transformações internas. Trata-se, portanto, de uma solução superficial do conflito, pois este continua latente, isto é, pode vir a se manifestar. Isso acontece porque na acomodação não há uma transformação de pensamentos, sentimentos e atitudes; as mudanças são apenas exteriores, manifestam-se apenas enquanto comportamento social. Assim, podemos dizer que a acomodação é o ajustamento de indivíduos ou grupos apenas nos aspectos externos de seu comportamento. Ela diminui o conflito. Mas o conflito só desaparece com a assimilação. Assimilação A assimilação é.a solução definitiva e tranquila do conflito social. Pela assimilação, os conflitos são superados. Trata-se de um processo de ajustamento, pelo qual os indivíduos ou grupos diferentes tornam-se mais semelhantes. Difere da acomodação, porque implica
  • 8. transformações internas nos indivíduos ou grupos sendo geralmente inconscientes e involuntárias. As modificações internas envolvem mudanças na maneira de pensar, de sentir e de agir. A assimilação se dá por mecanismos de imitação, exigindo um certo tempo para se concretizar. É um processo longo e complexo. O exemplo típico de assimila ção é o do imigrante. Ele, que a princípio se acomodou no novo país, vai aos poucos, sem perceber, deixando-se envolver pelos costumes, símbolos, tradições e língua da nova pátria. No Brasil, tivemos casos da assimilação dos alemães em Santa Catarina, e dos italianos, em São Paulo, entre outros exemplos. No início, esses imigrantes falavam línguas bastante diferentes da nossa, além de trazerem valores e costumes diversos. Enquanto esses elementos se mantiveram enraizados no espírito e nos hábitos dos imigrantes, cada grupo chegou a constituir uma espécie de corpo estranho na sociedade brasileira. Viviam fisicamente próximos dos brasileiros, mas distantes culturalmente. Apenas quando as características marcantes de suas culturas de origem se atenuaram ou se desfizeram — sendo substituídas pelos hábitos e costumes brasileiros — é que esses imigrantes puderam ser assimilados pela nossa sociedade. Eles se desfizeram de sua identificação cultural de origem e passaram a se identificar com a nova cultura, tornando-se parte integrante da sociedade, adotada. Outro exemplo de assimilação é a conversão. O indivíduo convertido religiosa, política ou filosoficamente abandona suas antigas atitudes, convicções e sentimentos, adotando novas maneiras de agir e pensar. Enquanto a revolução é um fenômeno social exterior, a conversão é um fenômeno interior. Concluindo, o aspecto importante da assimilação é que ela implica uma transformação da personalidade. O processo de assimilação atinge áreas profundas e extensas da personalidade, envolvendo valores e atitudes fundamentais. As modificações que ocorrem dizem respeito à maneira de pensar, sentir e agir. Assimiliação e Aculturação ACULTURAÇÃO: Processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contacto contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas.Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e contínuo, geralmente ocorrem mudanças culturais nos grupos, pois verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos, incorporando-se, freqüentemente com alterações significativas, à cultura resultante. É a fusão de culturas diversas, dando origem a uma nova cultura. ASSIMILAÇÃO: Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de outra parte. É um ajustamento interno e indício da integração sócio-cultural, ocorrendo principalmente nas populações que reúnem grupos diferentes. Em vez de apenas diminuir, pode terminar com o conflito. Fonte: https://www.google.com.br/#q=papel+da+socializa%C3%A7%C3%A3o+os+seres+humanos+necessitam+de+seus+semelhantes