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O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E O
USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
SILVA, C. F.1
1
Pós-graduada em Matemática. e Tecnologias Integradas À Educação. Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU
Uberaba-MG, e-mail: conceicaoferreiraster@gmail.com.
RESUMO: O desenvolvimento de habilidades frente às novas tecnologias é uma realidade que se consolida em todos os
campos do conhecimento. Em Matemática, o computador, é um aliado importante e, por isso, já é uma realidade nas
escolas, no sentido de promoverem mudanças no ensino e na aprendizagem da Matemática. Entretanto, dados das últimas
avaliações sistêmicas apontam que os alunos de escolas públicas e privadas têm dificuldades em aprender essa disciplina.
Com isso, surge uma indagação: as tecnologias têm favorecido efetivamente o ensino e a aprendizagem da Matemática?
Neste sentido, busca-se compreender como se desenvolve o processo de ensino e aprendizagem da Matemática com o uso
do computador em escolas de ensino fundamental de diferentes redes de ensino de Uberaba-MG. O referencial teórico
apóia-se em autores como Cox (2003), Libâneo (2003), D’Ambrósio (2002), Rios (2001), Moran (1999), Valente (1996),
Lévy (1994) e Kamii (1990). A metodologia priorizou a pesquisa qualitativa com a aplicação de um questionário a alunos
e professores de uma escola pública estadual e uma privada. Com o resultado deste estudo, espera-se contribuir para a
ampliação do debate sobre a necessidade de se utilizarem as tecnologias computacionais a favor do ensino e aprendizagem
de uma matemática acessível, prática e prazerosa.
PALAVRAS CHAVE: Ensino e aprendizagem; Matemática; Novas tecnologias.
THE EDUCATION AND THE LEARNING OF THE MATEMATICA
AND THE USE OF THE NEW TECHNOLOGIES
ABSTRACT: The development of abilities front to the new technologies is a reality that if consolidates in all the fields of
the knowledge. In Mathematics, the computer, is an important ally e, therefore, already it is a reality in the schools, in the
direction to promote changes in the education and the learning of the Mathematics. However, given of the last systemic
evaluations they point that the pupils of public and private schools have difficulties in learning this discipline. With this, an
investigation appears: the technologies have effectively favored the education and the learning of the Mathematics? In this
direction, we search to understand as if it develops the process of education and learning of the Mathematics with the use
of the computer in schools of basic education of different nets of education of Uberaba-MG. The apóia theoretical
referential in authors as Cox (2003), Libâneo (2003), D’ Ambrósio (2002), Moran (1999), Lévy (1994) and Kamii (1990).
The methodology prioritized the qualitative research with the application of a questionnaire the pupils and professors of a
state public school and a private one. With the result of this study, we wait to contribute for the magnifying of the debate
on the necessity of if using the computational technologies in favor of education and learning of an accessible, practical
and pleasant mathematics.
KEYWORDS: Education and learning; Mathematics; New technologies.
INTRODUÇÃO
A sociedade convive com grandes transformações,
esta época de transição se refere à Sociedade da
Informação (MORAN, 2002), que, em muitos aspectos,
reflete também na Educação.
Acompanhando as transformações sociais, cabe à
educação contribuir para que, de geração em geração, a
sociedade se instrua, informe-se, forme-se em um contínuo
processo civilizatório. (FREIRE, 2005). Por isso, no atual
momento histórico, torna-se essencial que as crianças e
jovens busquem a escola e aí encontrem desafios
instigantes e realidades questionadoras, cujo cenário
propicie o desenvolvimento de habilidades.
Especialmente, não se pode desconsiderar a
importância de se explorar a curiosidade natural desta
parcela de estudantes, quanto à sua habilidade de resolver
problemas. Daí a importância da Matemática, enquanto
ciência que exercita o desenvolvimento do raciocínio
lógico.
A metodologia do ensino de Matemática,
atualmente, postula uma concepção de educação em que o
aluno é o principal agente da construção de seu
conhecimento. Isto porque, ao buscar novas informações e
aprendizagens, ampliam seus conhecimentos que
envolvem conceitos e habilidades ainda mais complexos,
tendo em vista as situações desafiadoras vivenciadas.
Dessa forma, a Matemática expressa idéias que vão ao
encontro de tais desafios. Neste aspecto, alguns teóricos
como D’Ambrósio (2002), Kamii (1990) e documentos
como os PCN’s (BRASIL, 1997), apontam para a
necessidade de mudanças no ensino da Matemática. Não se
constitui tarefa fácil avançar neste processo, mas também
acredita-se que não há outro caminho.
98 Letras/Language
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
Há a constatação de que a
Matemática se trata de uma
área de conhecimento
importante, de um lado e, de
outro, a insatisfação diante dos
resultados negativos obtidos
com muita freqüência em
relação à sua aprendizagem
(BRASIL, 2001, p.15).
Assim é a Matemática. Misturam-se importância e
(in) compreensão? Ou há uma distorção no processo? Ao
participar de uma aula desse componente curricular, é
imprescindível que os alunos se constituam atores e
construtores de seu conhecimento. Assim, eles vão
desenvolvendo o raciocínio lógico, que poderá ser aplicado
a outros campos de investigação.
Um grande esforço no sentido de se promoverem
mudanças no ensino da Matemática é observado em
propostas inovadoras, já contidas na primeira edição dos
Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN’s. (BRASIL,
1997). Também, atualmente, com a inclusão das
tecnologias digitais aplicadas à Educação, mudam-se as
técnicas e os espaços de ensino e de aprendizagem: o
laboratório de informática constitui-se um novo local de
informações e de conhecimentos.
Quanto às tecnologias, também recorreu aos PCN’s
(BRASIL, 1997, p.22), que afirmam haver uma:
[...] necessidade de levar os
alunos a compreenderem a
importância do uso da
tecnologia e a acompanharem
sua permanente renovação”.
Cada vez mais, as tecnologias computacionais
ocupam um lugar de destaque como recurso pedagógico, e,
cabe à escola utilizá-las de maneira prazerosa e inovadora.
Uma certeza é incontestável: se a escola quiser continuar
detendo a especificidade de agência hegemônica de
formação, por certo, deverá acompanhar a evolução das
tecnologias e buscar formar seus profissionais para
lidarem, principalmente, com o computador.
Especificamente, como ferramenta de ensino da
Matemática, pode-se dispor, nesse equipamento, de um
universo muito sedutor para o aluno. Nesse sentido é que
os PCN’s (BRASIL, 1997) destacam conceitos-chave
sobre o que é a Matemática, o que significa saber fazer
Matemática, o que os professores devem fazer quando a
ensinam e o que os alunos devem fazer quando a
aprendem.
Neste sentido, aborda-se mais detalhadamente sobre
este componente curricular, considerando que o ensino de
Matemática propicia ao aluno somente escrever fórmulas e
fazer cálculos que não têm para ele qualquer significado. O
importante é capacitá-lo a tomar decisões conscientemente,
saber argumentar, expressando seu pensamento com lógica
a fim de se tornar um cidadão crítico, criativo e autônomo.
Diante desse cenário, o trabalho, busca desenvolver
um estudo teórico em relação ao ensino, à aprendizagem e
às práticas educativas desenvolvidas em Matemática com o
uso das novas tecnologias. Parte-se do pressuposto de que
cabe à educação, como propulsora do desenvolvimento de
competências e habilidades, articular o ensino e o uso do
computador, efetivamente, na área da Matemática. A
pesquisa compõe-se de referencial teórico e a abordagem
metodológica da investigação. Buscando compreender, por
meio dessa pesquisa, o papel dual que tem sido atribuído à
escola, enquanto presta atendimento ao alunado da classe
hegemônica e da classe trabalhadora.
Quanto à análise dos dados colhidos e à discussão e
interpretação das informações prestadas pelos vinte e
quatro sujeitos do estudo: doze alunos e doze professores,
sendo seis de cada segmento de escola pública estadual e
seis de escola privada, se pode dizer que as tecnologias têm
contribuído com o ensino e a aprendizagem da
Matemática, em diferentes redes de ensino.
O referencial teórico apóia-se em autores como Cox
(2003), Libâneo (2003), D’Ambrósio (2002), Rios (2001),
Moran (1999), Valente (1996), Lévy (1994) e Kamii
(1990), entre outros, como importantes diretrizes para o
êxito na pesquisa, no que se refere à leitura, análise e
interpretação dos respectivos dados.
Partindo deste princípio, busca-se, nesta pesquisa,
compreender como se desenvolve o processo de ensino e
aprendizagem da Matemática com o uso das novas
ferramentas computacionais nessas duas instituições
escolares de ensino fundamental de diferentes redes de
ensino de Uberaba-MG.
MATERIAL E MÉTODOS
Desenvolveu-se uma pesquisa de cunho qualitativo,
tipo Levantamento, como forma de se descrever uma
realidade, interpretando as informações disponibilizadas.
Foi utilizado como procedimento de coleta de dados um
questionário destinado a alunos e professores de escolas
públicas e privada como forma de se compreender como se
desenvolve a teoria nas práticas escolares frente ao uso das
novas tecnologias, com alunos pertencentes a diferentes
redes de ensino. Acredita-se que as escolas estão
investindo em equipamentos para o laboratório de
informática. Não há clareza se predomina a mesma
proporção na escola pública e na privada, o que resulta
diferença no uso das ferramentas computacionais.
Fundamentados em autores como Cox (2003),
Moran, Masetto e Behrens (2003), Valente (1999), Kamii
(1990) e Piaget (1979), dentre outros, trata-se de uma
pesquisa bibliográfica qualitativa, pois acredita-se que este
tipo de pesquisa, além de dar suporte teórico, auxiliando na
determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na
fundamentação da justificativa, na escolha do tema e na
elaboração das Considerações Finais. Encontra-se uma
explicação mais detalhada sobre a pesquisa bibliográfica
no estudo feito por Gil (1994):
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
Letras/Language 99
A principal vantagem da
pesquisa bibliográfica reside
no fato de permitir ao
investigador a cobertura de
uma gama de fenômenos
muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar
diretamente. Este é um tipo de
pesquisa desenvolvida com
base em material já elaborado,
constituído principalmente de
livros e artigos científicos
(GIL 1994, p.71).
Diante disso, esta pesquisa partilha algumas
informações e reflexões acerca do assunto discutido.
Durante a etapa de coleta de dados, na pesquisa
Levantamento, houve algumas dificuldades, como por
exemplo, a aceitação de alguns professores que, solicitados
a responderem ao questionário, apresentaram-se
resistentes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A identidade dos professores foi preservada ao
discutir suas idéias, por meio dos respectivos códigos:
Escola pública: P1, P2, P3, P4, P5, P6. Escola privada: P7,
P8, P9, P10, P11 e P12.
Destaca-se primeiramente, que os laboratórios de
informática da escola estadual são assim destinados: um
para os alunos de 6 a 8 anos e outro destinado aos alunos
de 9 a 14 anos, em níveis de conhecimento e de
desenvolvimento em relação às tecnologias
computacionais muito diferentes.
Já a escola privada, equipada com dois laboratórios
bem maiores, onde os alunos têm mais aulas, em dias
alternados. Aí, o trabalho é realizado por um professor
específico. Nesta escola há dois laboratórios de
informática: um laboratório com 40 computadores
dispostos na sala em forma de U, um quadro branco e
outro laboratório com 35 computadores também na mesma
disposição em forma de U, mais um computador
funcionando como o servidor e um quadro branco. Todos
os 75 computadores funcionando em rede.
Nas aulas, é possível destinar um computador para
cada aluno e ou no máximo dois alunos por computador
quando as turmas são maiores, ou seja, com mais de 35
alunos. Nos laboratórios, são usados, ainda, o Data-Show,
para facilitar os conteúdos para os alunos quando menores
(Educação infantil e as primeiras séries do ensino
fundamental).
Em se tratando de Matemática, nesta escola, os dos
programas mais utilizados são:
O Programa Cabri-Géomètre II conforme a FIG. 1.
FIGURA 1 - Figuras planas e espaciais no Cabri-Géomètre II
Na FIG 2 o programa XLOGO, estes recursos
permitem desenhar objetos geométricos e interagir com as
figuras. O dinamismo dos desenhos favorece o
desenvolvimento de habilidades que caracterizam o pensar
matemático - estabelecer relações, conjeturar, generalizar,
buscar explicações.
FIGURA 2 - Janela principal do XLOGO
Neste ambiente virtual, os alunos têm a
oportunidade de vivenciar, de forma muito natural,
situações similares às da sala de aula. Em outros momentos
são utilizadas atividades da Internet e outros softwares, de
acordo com o que é planejado para cada turma de alunos.
Inicialmente, cabe ressaltar que as aulas no
laboratório de informática são previamente planejadas e
mediadas junto ao professor regente da turma e
assessoradas pelo professor de informática, que instala os
softwares com um determinado prazo de antecedência, por
meio da entrega dos planejamentos para a aula, bem como
dá auxílio e acompanhamento aos grupos.
As turmas da escola pública têm um horário fixo
durante a semana: duas aulas semanais, cada uma com
carga horária de cinqüenta minutos, mas a turma é dividida
e a cada semana, vai a metade dos alunos para a aula de
informática; os demais alunos ficam realizando outra
atividade, em sala de aula, com o professor regente. As
turmas da escola privada têm uma aula semanal com carga
horária de cinquenta minutos. A turma não é dividida, pois
o número de computadores corresponde ao número de
alunos. Nas turmas em que há mais de trinta e cinco
alunos, pode acontecer de ficarem, no máximo, dois ou três
computadores com dois alunos cada. Sendo assim, ocorre
sempre o revezamento entre eles e o professor aproveita
100 Letras/Language
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
para trabalhar a solidariedade dos alunos. As atividades
realizadas são sempre integradas aos conteúdos estudados
em sala de aula.
Análise do questionário dos professores
Analisando as respostas aos questionários, pudemos
observar que há professores que usam clichês para
justificarem suas práticas pedagógicas. Por exemplo, ao
indagar como o professor ensina Matemática, o P2
respondeu: “Procuro ensinar a Matemática de forma
criativa, lúdica e que faça parte do cotidiano do aluno”.
Outros profissionais também usaram as expressões
“lúdica” e “criativa” sem exemplificar tal colocação. Por
outro lado, demonstrando intimidade com o componente
curricular, o P5 posicionou-se: “O ensino-aprendizagem da
Matemática deve ser prazeroso e proporcionar a construção
do conhecimento pelo aluno; por isso procuro dinamizar
minhas aulas com dinâmicas, atividades lúdicas e a
Informática, é claro [...]”. Também o P1 esclareceu:
“Trabalho a Matemática de forma a sempre comparar e
representar situações advindas de sua aplicabilidade,
buscando gerar discussões acerca de sua aplicação no
cotidiano, com a prática de exercícios contextualizados e
aulas dinâmicas”.
Ainda, o P10 elucidou: Acredito que o ensino
tradicional de Matemática não agrada mais os alunos; ao
contrário, deixou marcas que até hoje fazem as pessoas não
gostar de Matemática. Por isso, procuro ensinar
Matemática de forma que o aluno construa seu próprio
conhecimento. Para isso, são utilizados materiais lúdicos
como Tangram, Material Dourado, Ábaco, Quebra-
cabeças, etc. Também faço uso das aulas no laboratório de
informática, porque é um recurso que os alunos gostam
muito e traz a facilidade de explicar conteúdos mais
difíceis.
Notamos que estes professores preocupam-se em
associar a Matemática às práticas sociais dos alunos.
Assim, estes aprendem dando significado ao estudo.
Por meio das respostas do P1, P5 e P10, pode-se
dizer que os professores estão mudando sua maneira de
ensinar Matemática. Procuram enfatizar em suas aulas
atividades lúdicas que ajudam o aluno a construir seu
próprio conhecimento.
Dentro desta perspectiva, segundo Brasil (2001), a
educação deve priorizar a contextualização dos conteúdos,
dar significado aos planos de estudo e incentivar as
discussões em torno de temas de relevância social,
utilizando para alcançar esses objetivos, as diferentes
linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e
corporal – como meio para produzir, expressar e
comunicar suas idéias. Torna-se importante saber utilizar
diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos
para adquirir e construir conhecimentos, questionar a
realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-
los, utilizando para isso o pensamento lógico, a
criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,
selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
Quanto à questão 2, perguntou-se: “Como a
Matemática é vivenciada no dia-a-dia das pessoas?”
Os educadores foram unânimes em afirmar que a
Matemática pode se representar de diversas formas no
cotidiano das pessoas, embora muitos não atentem a isto.
Afirmaram que a Matemática está nos números, registros,
como telefones, CPF, senhas que individualizam as
pessoas, como também em gráficos, na economia.
Destacaram também o recebimento do salário, o
pagamento das despesas, o aumento do número de amigos,
a divisão do tempo e muito mais.
Na questão 3, indagou-se quais são as teorias de
aprendizagem que sustentam a prática de sala de aula de
Matemática. Tanto os educadores da rede pública quando
da rede privada, atentam para as teorias com base
construtivista, onde o aluno é construtor de seu
conhecimento e o professor apenas o mediador entre esse
conhecimento e o aluno.
Quanto ao conceito dos termos: O que é Ensinar? O
que é Aprender? Destacaram que ambos caminham juntos,
pois ao ensinar estamos também aprendendo. Neste
momento, é importante citar:
Ensinar é assim a forma como
toma o ato de conhecimento
que o(a) professor(a)
necessariamente faz na busca
de saber o que ensina para
provocar nos alunos seu ato de
conhecimento também
(FREIRE 2005, p.81).
Por isso, ensinar é um ato criador, um ato crítico e
não mecânico. A curiosidade do(a) professor(a) e dos
alunos, em ação, se encontra na base do ensinar-aprender.
Ensinar é transmitir, através da interação
conceitual-teórica e a prática em aplicação plena,
informações que venham a se relacionar e tornar-se
conhecimento amplo acerca de determinado conteúdo. O
aprendizado é fruto da compreensão e interação dos
conteúdos expostos, de modo a criar condições de
integração entre os conceitos originários e práticos.
Ao afirmar que é a partir da reflexão na e sobre a
própria prática que as transformações podem ocorrer,
perguntou-se: “Em se tratando de educação matemática,
como está acontecendo o ensino e a aprendizagem na sua
escola? Os alunos têm dificuldade em entender o
conteúdo? Eles apresentam o nível de desempenho
correspondente ao ano de escolaridade?”
Na escola pública, os educadores afirmaram que o
ensino e a aprendizagem desta disciplina estão sempre em
evolução e, de acordo com as mudanças necessárias, os
professores tentam aliar teoria e prática. Essa ligação
envolve um ensino não só lúdico, isto é, por meio de
brincadeiras e jogos, como ainda prazerosos, ou seja, os
alunos passam a gostar mais daquilo que aprenderam e não
apenas decoraram. Nesta escola, constituem uma parcela
razoável os alunos em distorção idade/série, o que
dificulta, às vezes, o nível de discussão sobre alguns
assuntos; nem todos têm os mesmos centros de interesses.
Daí divagam, brincam, desinteressam-se.
Letras/Language 101
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
Para os professores da rede privada, as reuniões que
utilizam para planejar em conjunto são satisfatórias,
entendendo que só com uma metodologia dinâmica de
conceituação e aplicação prática, em que os alunos
apresentam condições de compreensão e interpretação da
disciplina, apresentando nível de desempenho concernente
com o ano de escolaridade, pode resultar índices
satisfatórios.
Após este momento, foram colocadas questões que
envolveram a utilização dos ambientes virtuais nas escolas
em consonância com a aprendizagem da matemática.
Diante disso, ressalta-se: “Com a inserção dos
computadores nas escolas como uma ferramenta
educacional, houve mudanças em suas práticas
pedagógicas? Se sim, como estão ocorrendo essas novas
mudanças? Houve adesão imediata de sua parte”? Aqui
vamos relacionar todas as respostas para melhor
compreensão da postura de cada educador.
P1 - O computador passou a fazer parte da prática
pedagógica com um instrumento que auxilia a
aprendizagem do aluno. Por isso, houve adesão imediata;
P2 – De minha parte achei a idéia transformadora e
eficiente. Por isso, já aliei minhas aulas às aulas de
informática;
P3 - Sim, tivemos que nos adaptar e repensar alguns
conceitos. A minha adesão foi imediata, pois vi que com
esta ferramenta trouxe um grande ganho para o ensino e o
aprendizado da Matemática;
P4 – Por meio de cursos especializados, tivemos que nos
adaptar às novas tecnologias e isso foi muito produtivo
para as aulas;
P5 – É muito importante que o professor acompanhe as
mudanças de seu tempo. A escola não pode ficar parada no
tempo e no espaço. Como professor, estou sempre
buscando coisas novas para minhas aulas e os recursos
tecnológicos estão me ajudando bastante;
P6 – Gosto de dinamizar minhas aulas, por isso minha
adesão foi imediata e minhas aulas estão mais dinâmicas e
criativas.
Pelos dados da pesquisa, muitos professores da
escola pública estão engajados nas novas mudanças
educacionais com o uso da informática integrada à
educação. Entretanto, alguns ainda resistem (mas ficam)
em permanecer no laboratório de informática na hora da
aula de seus alunos. Quanto aos professores da escola
privada, todos foram convocados a participarem das aulas
nos laboratórios de informática.
Sabe-se que é papel da escola assegurar aos seus
alunos o domínio dos conhecimentos científicos e
culturais, promovendo assim, o acesso a teorias e métodos
de investigação, bem como desenvolver habilidades que
levem ao pensamento crítico e autônomo. O professor
crítico e reflexivo leva o aluno também a ser crítico e, a
saber, utilizar constante reflexão, para atingir níveis cada
vez mais sofisticados de ações e idéias e ser capaz de
trabalhar em equipe.
Para Freire (2005) é necessário se opor ao que ele
chama de educação bancária: um tipo de ensino que se
caracteriza pela presença de um professor depositante e um
aluno depositário da educação. Quem é educado assim
tende a tornar-se alienado, incapaz de ler o mundo
criticamente. O educador deve se comportar como um
provocador de situações, um animador cultural num
ambiente em que todos aprendem em comunhão.
Alguns professores da rede pública apresentaram
mais dificuldades na adesão imediata aos aparatos
tecnológicos. Alegaram falta de interesse e tempo para
participar de cursos na área, bem como resistências quanto
às mudanças. Apenas dois (02) professores gostaram da
idéia das novas tecnologias na escola e a utilizam muito:
nos planejamentos, na elaboração de atividades, na
preparação de aulas em Power Paint, dentre outras
situações. Cabe aqui, refletir sobre este uso ser extensivo à
execução da aula, para que todos – alunos e professores –
desfrutem das ferramentas computacionais
disponibilizadas na escola.
É necessário compreender que o momento atual é
novo e rico de possibilidades. Os educadores enfrentam
uma realidade educativa imersa em crises, incertezas,
pressões sociais e econômicas. Por isso, é importante
compreender as dificuldades de alguns e facilidades de
outros para aderirem a estas inovações nas escolas. A
mudança nem sempre é fácil para um sistema escolar como
tem sido o nosso, ou seja, que caminha a passos lentos nos
rumos de uma educação que se renova e inova. Diante
disso, a tarefa dos pesquisadores e dos educadores,
profissionais preocupados com o agir pedagógicos é,
portanto, investigar constantemente o conteúdo do ato
educativo, pois ao mesmo tempo em que se educa para a
subjetivação e a socialização, educa-se para a autonomia e
para a integração social, para as necessidades sociais e
necessidades individuais, para a reprodução e para a
apropriação ativa de saberes, para o universal e para o
particular, para a crítica e para a produção de estratégias
inovadoras.
Aos professores que aderiram a essa nova proposta,
perguntou-se: “Você consegue integrar as atividades
propostas em sala de aula com as atividades do laboratório
de informática?”. Todos responderam que sim. Entre os
professores da rede pública estadual, três (03) ainda sentem
muitas dificuldades, mas, por meio de cursos de formação
continuada, estão conseguindo superar as dificuldades, sem
terem medo de errar.
A questão 08 foi direcionada aos aspectos de
interação professor-aluno nas aulas de informática. Essa
interação diz respeito também ao professor regente-aluno e
não apenas em nível de professor de informática-aluno. Há
uma boa interação, tanto na escola pública quanto na
privada, tendo em vista que as aulas de informática são
dinâmicas, movimentadas, há necessidade de os
professores estarem circulando e atendendo aos alunos em
suas dificuldades.
Em outro momento da pesquisa, foi pedido aos
professores que relatassem uma experiência/atividade com
softwares educativos que propuseram desenvolver no
laboratório de informática e que os alunos gostaram muito.
Os professores da escola privada relataram o
trabalho desenvolvido com o software Cabri Géomètre, no
102 Letras/Language
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
trabalho com as ordenadas (retas perpendiculares entre si),
pois ao inserir os pontos (geoplano) para brincar com as
figuras geométricas, as crianças vibraram de emoção.
Citaram também atividades com o XLOGO, destacando
que toda atividade desenvolvida em um computador que
faz com que o aluno saia do plano abstrato e se aproxime
mais do plano real é estimulante.
Para os professores da rede pública, destacaram as
atividades do software “Tabuada”. São atividades
dinâmicas, divertidas e envolvem o raciocínio lógico-
matemático. Percebemos que, há maior diversidade de
softwares educativos trabalhados na escola privada.
Ao pedir que os professores destacassem fatores
facilitadores e dificultadores de sua prática no laboratório
de informática, afirmaram que há mais questões
facilitadoras que dificultadoras. Na escola privada, os
professores consideraram como aspectos:
a) facilitadores: o contato prévio com a máquina
que os alunos têm em suas casas, a
correspondência número de aluno/máquina, a
interação com a máquina, prazer das crianças em
realizar as atividades, a infraestrutura garantida
como manutenção dos equipamentos, variedade
de softwares e outros recursos, computadores
potentes, regularidade no uso do laboratório;
b) dificultadores: alguns poucos alunos que,
dominando a máquina, querem utilizá-la para
outros fins que não educativos. Por exemplo, em
aula de Literatura, querem usar jogos que não
integram a proposta de atividades do professor
naquele momento.
Quanto aos professores da escola pública, entre as
respostas, destacaram-se os fatores:
a) facilitadores: o número de atividades que podem
ser feitas; a forma de visualizar os resultados; a
interação com a máquina; a facilidade de busca
por conteúdos; o despertar do interesse e prazer
com que as crianças realizam as atividades
propostas e os resultados obtidos na construção
do raciocínio lógico dos alunos;
b) dificultadores: o despreparo de alguns alunos; a
desmotivação; a falta de equipamentos em
número suficiente pra atender a todos; a falta de
tempo dos professores para organizar melhor as
atividades; quando algum computador não
apresenta condições de uso na hora da aula
prática, computadores obsoletos, falta de
conhecimento da máquina por parte do professor.
Análise do questionário aplicado aos alunos
Foram questionados, neste momento da pesquisa,
doze alunos, sendo 06 alunos da escola pública e 06 alunos
da escola privada. Estes alunos estão na faixa etária entre
08 e 11 anos, e afirmaram que suas escolas possuem
laboratório de informática e realizam atividades de
Matemática nestes locais.
Este fato demonstra que a informática na educação
é mesmo uma realidade. O uso das novas tecnologias
oferece um grande repertório de atividades capazes de
estimular a criança a aprender; entretanto não podemos
deixar de citar Moran (1999) quando defende que não se
pode esperar que as redes eletrônicas sejam a solução para
os problemas existentes no processo ensino-aprendizagem.
Por outro lado, porém, elas poderão contribuir na pesquisa
individual e grupal e no trabalho do professor. Sendo
assim, o computador não deve ser visto como uma
máquina de ensinar, mas como uma ferramenta
educacional que auxilia os alunos na busca, seleção e uso
de informações.
Foi questionado aos alunos se o computador ajuda a
aprender as matérias/disciplinas e de que modo. Os alunos
foram unânimes em afirmar que o computador os ajuda,
principalmente a compreender conteúdos que necessitam
de atividades práticas, pois tal equipamento pode
demonstrar por meio de imagens, lugares, estratégias,
figuras, gráficos, tabelas, entre outros recursos.
É sabido que redimensionar a prática educativa e
valorizar a utilização da informática como ferramenta
pedagógica, que facilite aos estudantes o desenvolvimento
das habilidades cognitivas, ainda é um desafio. Há que se
reconhecer que a maioria das pessoas ainda se encontra
excluída do mundo informatizado. É necessário reconhecer
que o uso do computador como ferramenta para a
aprendizagem permite ao aluno procurar e, aos poucos,
dominar uma nova linguagem. Portanto, é preciso vencer o
desafio e democratizar o acesso à informática.
Em seguida, perguntou-se: “As atividades de
Matemática que você realiza no laboratório de informática
estão relacionadas com o que você aprende em sua sala de
aula, neste conteúdo?”. Dois alunos da escola pública
responderam que nem sempre. Os outros dez alunos
disseram que conseguem ver relação entre o que estão
aprendendo e o que exercitam no laboratório.
Ao relacionar a Informática com a Matemática é
possível proporcionar uma aula agradável aos alunos,
utilizando uma das coisas que eles mais se interessam hoje,
ou seja, o computador. Ao despertar a criatividade dos
alunos, ao verificar o que se pode fazer utilizando um
software, trabalhando com conteúdos matemáticos,
promovendo interação dos alunos, utilizando a troca de
informações entre si, no âmbito da informática. Ao utilizar
diferentes softwares para trabalhar conteúdos matemáticos,
os docentes abem um leque de opções, sendo possível
então, tornar as aulas de Matemática mais interessantes e
agradáveis aos alunos.
A educação pode contribuir para diminuir
diferenças e desigualdades, na medida em que acompanha
os processos de mudanças, oferecendo formação adequada
às novas demandas da vida moderna. O papel da escola é
ensinar aos alunos a se relacionar de maneira seletiva e
crítica com o universo da informação a que têm acesso no
seu cotidiano. É necessário aprender a conviver com as
incertezas, imprevistos e novidades. Isso implica
aprendizagem contínua, autonomia na construção e na
reconstrução do conhecimento (MORAN; MASETTO;
BEHRENS, 2003). As respostas da última questão, se os
Letras/Language 103
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
alunos consideram que existem pontos positivos e/ou
negativos, quanto à utilização da informática para aprender
os conteúdos matemáticos, eles disseram que só há pontos
positivos:
a) pontos Positivos: O uso do computador estimula
a pesquisar; adquirem-se mais conhecimentos; há
um interesse maior em aprender; promoção de
informações; conhecimento para lidar com as
tecnologias; manter relações pessoais com
pessoas do mundo inteiro; compreender melhor
os conteúdos ensinados em sala de aula;
b) pontos Negativos: Não encontram nenhum
ponto negativo nesta atividade.
Neste sentido, é importante destacar que, ao
trabalhar com as novas tecnologias, não se pode vê-la
como um fim, mas como um meio, ou seja, um
instrumento facilitador deste processo, que necessita de
ummediador, no caso, o professor. Este necessita estar
preparado para assumir papel tão importante, pois, sem a
sua formação profissional e intelectual, não alcançará os
objetivos propostos, apesar da riqueza de softwares
educacionais disponíveis, cada vez mais avançados e
motivadores.
Para os Parâmetros Curriculares Nacionais
(BRASIL, 1997), o computador é, ao mesmo tempo,
ferramenta e instrumento de mediação. Ferramenta, porque
permite ao usuário realizar atividades que, sem ele, o
computador, seria muito difícil ou mesmo impossível:
construir objetos virtuais, fazer simulações, realizar
cálculos complexos com rapidez e eficiência, editar textos.
Por outro lado, é também um instrumento de mediação
porque possibilita o estabelecimento de novas relações
para a construção do conhecimento e novas formas de
atividade mental.
O uso do computador possibilita a interação e a
produção de conhecimento no espaço e no tempo, além de
diferentes formas de comunicação, via Internet. O
computador é uma ferramenta que permite criar ambientes
de aprendizagem, em que podem surgir novas formas de
pensar e aprender. Nestes ambientes, muitos alunos têm a
oportunidade de tomar iniciativas, de resolver problemas,
corrigir erros, criar soluções e interagir com os colegas e o
professor, culminando assim em uma aprendizagem mais
significativa.
De acordo com Valente (1999), acredita-se que a
sociedade está vivenciando o conhecimento, os processos
de aquisição deste conhecimento assumem papel de
destaque exigindo profissionais críticos, criativos,
reflexivos e com capacidade de pensar, reaprender, de
trabalhar em grupo e de se conhecer como indivíduo. Cabe
à educação formar o profissional com este perfil. No
entanto, a educação é capaz de formar esse profissional,
não pode mais ser baseada na instrução que o professor
transmite ao aluno, mas, na construção do conhecimento
por este aluno e no desenvolvimento de novas
competências.
Inserir a informática nas escolas como recurso
pedagógico é imprescindível nos dias atuais, pois o ensino
não pode mais ficar obsoleto; ele precisa acompanhar a
evolução dos tempos. Hoje, a tecnologia está presente em
todos os segmentos da vida das pessoas.
Este momento atual constitui-se um grande desafio
para a escola, pois cabe a instituição o papel de mediadora,
de coordenar a criação de ambientes de aprendizagem,
preparar os professores, proporcionar laboratórios de
informática correspondentes ao número de alunos, a
qualidade dos softwares, a quantidade de aulas semanais
no laboratório e conhecimento do contexto social em que
atua.
Assim sendo, o professor mediador, deve nortear
esse processo educativo, utilizando planejamentos
contextualizados e interdisciplinares, criando um ambiente
educacional favorável, para que os alunos possam
desenvolver habilidades e competências, utilizando os
recursos tecnológicos do laboratório de informática. Dessa
forma, pode-se dizer que as escolas estão comprometidas
com as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
(BRASIL, 1997): enfatizar a importância dos recursos
tecnológicos para a educação, visando à melhoria da
qualidade do ensino-aprendizagem.
CONCLUSÃO
A pesquisa enfatizou a importância da informática
na aplicação de conceitos matemáticos na sala de aula em
consonância com a informática aplicada à educação. Ao
questionar educadores e alunos, foi investigado se a
utilização do computador no ensino está em consonância
com uma preparação e planejamento prévios por parte dos
professores e se os alunos estão envolvidos com essa nova
ferramenta, para que este ensino não fuja de seu objetivo
principal, que é trabalhar a informática aplicada à
educação, ou seja, o ensino por meio da utilização da
informática – via computador – e não o ensino de
informática. Sobretudo, buscamos investigar se as
tecnologias computacionais têm contribuído com o ensino
e a aprendizagem da Matemática.
Outra importante questão diz respeito a um dos
principais desafios que os educadores do ensino
fundamental encontram, ao utilizarem essa nova
tecnologia: ampliarem seus conhecimentos quanto à
importância de se desenvolver uma aprendizagem
significativa por meio dessa nova ferramenta,
especificamente. Espera-se, com isso, proporcionar aos
educadores uma reflexão crítica quanto ao seu trabalho
diário.
A pesquisa demonstra a importância como o uso da
informática tem ajudado na construção do conhecimento
pela criança, bem como avaliar as estratégias da
informática aplicada à educação, tendo como parâmetro a
melhoria na qualidade do ensino em Matemática.
Aproximando-se o referencial teórico às práticas
das aulas de Matemática no laboratório de informática,
ficou constatado que as mudanças educacionais integrando
teoria e prática, aliadas aos recursos tecnológicos estão
ocorrendo nas escolas, de forma gradativa e processual.
104 Letras/Language
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
Isso é positivo, pois aos poucos, os professores
estão percebendo a necessidade de se aperfeiçoarem tanto
pessoal como profissionalmente, deixando de ser um
repassador de informações apenas.
Apesar de ainda haver certa resistência, como se
verificou nas respostas de alguns professores da escola
pública, pode-se dizer que, aos poucos, isso está sendo
quebrado. Ao adquirir maior familiaridade com a
utilização dos softwares e de programas educacionais
digitais, diminui-se a ansiedade e o medo de errar,
tornando-se um desafio a vencer em prol de uma práxis
pedagógica mais eficaz.
É preciso que as pessoas estejam motivadas
internamente para essa mudança. Daí a importância de se
oferecerem cursos de aperfeiçoamento e motivação aos
professores, capacitando-os para a correta utilização e
articulação dos recursos tecnológicos à prática pedagógica,
bem como, propiciar mais discussões acerca das tendências
pedagógicas que fundamentam a utilização da tecnologia
no processo de ensino e aprendizagem.
Com as mudanças ocorridas, atualmente, nas
escolas públicas, é importante reconhecer que, na
sociedade do conhecimento, há necessidade de se
implementarem ambientes de aprendizagens que propiciem
aos sujeitos explorar suas habilidades, tendo em vista a
comprovação de muitas experiências quanto à capacidade
do indivíduo de estar sempre aprendendo.
Nessa perspectiva, é importante destacar o papel do
professor, mediador entre o aluno e o conhecimento,
integrando o uso da informática à educação e,
principalmente, formando-se e acompanhando os
progressos tecnológicos assim como desenvolvendo
habilidades e contribuindo para que os alunos também as
desenvolvam, conforme os avanços conquistados em um
determinado momento histórico.
Assim, o uso da informática integrada à educação
envolvendo a Matemática foi assunto importante nesta
pesquisa. A utilização do recurso tecnológico ajuda no
raciocínio lógico das crianças e, por outro lado, a
Matemática também é compreendida como um
instrumental importante para diferentes áreas do
conhecimento, podendo ser utilizada em estudos ligados às
ciências da natureza e às ciências sociais e por estar
presente na composição musical, na coreografia, na arte e
nos esportes.
Por outro lado, novas competências demandam
novos conhecimentos: o mundo do trabalho requer pessoas
preparadas para utilizar diferentes tecnologias e linguagens
(que vão além da comunicação oral e escrita), instalando
novos ritmos de produção, de assimilação rápida de
informações, resolvendo e propondo problemas em equipe.
A partir da apresentação dos softwares mais usados
nas duas escolas, conclui-se que a inclusão digital dos
professores e alunos, está acontecendo, visando à melhoria
do ensino e da aprendizagem da Matemática. Além disso,
os professores de Matemática terão mais proximidade com
estes softwares, com o intuito de auxiliar no processo de
ensino e aprendizagem do referido componente curricular.
Ao final deste trabalho, verificou-se que os
professores estão preocupados com uma educação de
qualidade e os alunos, por sua vez, engajados nesta
construção. Portanto passou da hora de ligar os
computadores e trilhar o caminho em direção a uma
educação mais abrangente, que consiga acompanhar as
rápidas mudanças sociais. Com a convicção de que o
desafio maior da educação é atender a todos os alunos para
atuarem na sociedade pós-moderna.
É importante lembrar que a escola, para a maioria
das crianças brasileiras, é o único espaço de acesso aos
conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o
lugar que vai lhes proporcionar condições de se
desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com
identidade social e cultural.
Nesta perspectiva, o aluno passa a ser considerado o
principal centro da produção do conhecimento na escola e,
portanto, deve ser estimulado a ir além da memorização e
da repetição de tarefas, a buscar o prazer nas descobertas,
nas formulações de hipóteses e nas práticas experimentais.
Sintetizando, a pesquisa apontou:
a) na escola pública estadual:
• não há correspondência entre número de
computadores e de alunos;
• poucos softwares disponíveis para uso
nas aulas de Matemática;
• os educadores acreditam que exercitam a
Matemática aliando teoria e prática;
• a distorção idade/ série, nesta escola, é
um dificultador e, se tratando da forma
como a aula é conduzida: alguns se
desinteressam, divagam, brincam,
atrapalhando seus colegas durante as
atividades;
• muitos professores estão aprendendo a
usar o computador no laboratório de
informática. Mas existe uma minoria que
resiste a acompanhar a turma àquele
espaço, ainda que vá por obrigação.
Outros, ainda, alegam não ter tempo para
freqüentar cursos de formação na área;
• quanto aos professores que integram as
atividades de sala de aula às do
laboratório de informática, três têm
dificuldades, mas estão fazendo curso
para começar a fazê-lo;
• alguns fatores facilitam o processo de
integração do uso do computador às
atividades de Matemática como a
novidade que representa tal recurso
pedagógico para os alunos; a interação
com a máquina; a facilidade de busca por
conteúdos; o interesse e prazer com que
as crianças participam das aulas e,
principalmente, os resultados obtidos na
construção do raciocínio lógico dos
alunos. Entre as dificuldades citadas,
destacam-se o desconhecimento da
máquina por parte de muitos alunos; a
não-correspondência número de
equipamentos e alunos; a falta de tempo
Letras/Language 105
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
dos professores para o planejamento das
atividades; frustração dos alunos quando
uma máquina encontra-se sem condições
de uso na hora da aula prática,
computadores obsoletos, falta de
conhecimento da máquina por parte do
professor;
• dos seis alunos, dois afirmaram que não
veem relação entre o que aprendem na
sala de aula com as atividades do
laboratório de informática, em aulas de
Matemática. Outros quatro, ao contrário,
afirmaram que há relação, sim.
b) Na escola privada:
• os alunos, na quase totalidade, usam o
computador individualmente;
• há variedade de softwares à disposição
dos alunos e professores no laboratório
de informática;
• as reuniões conjuntas para planejamento
favorecem a interdisciplinaridade.
Normalmente, os alunos situam-se
dentro de uma mesma faixa etária;
• os professores foram convocados a
participarem de curso de
formaçãocontinuada em informática
integrada à educação. Não havia opção
diferente: tinham que ir ao já referido
laboratório;
• existem fatores que facilitam o processo
de integração do uso do computador nas
atividades de Matemática, como o
conhecimento da máquina por parte dos
alunos, a infraestrutura garantida como
manutenção dos equipamentos,
computadores novos, regularidade no
uso do laboratório. Entre os fatores
dificultadores, só foi citado, com ênfase,
a situação de alunos que querem usar o
computador para atividades alheias à
aula;
• os seis alunos que responderam o
questionário, afirmaram que há relação
entre as atividades de sala de aula e as do
laboratório de informática, em
Matemática.
c) Em ambas as escolas:
• professores associam as atividades de
Matemática às práticas sociais dos
alunos, ou seja, à aplicabilidade no dia-a-
dia dos alunos;
• a postura dos professores está mudando:
hoje, eles propõem atividades mais
lúdicas e prazerosas com o uso do
computador, construindo com o aluno o
conhecimento;
• os professores usam diferentes
linguagens – verbais, matemática,
gráfica, plástica e corporal – em suas
aulas, seja na comunicação, expressão ou
produção de idéias;
• as teorias de aprendizagem que sustenta
as práticas docentes têm base
construtivista;
• a relação professor-aluno possibilita a
formação de vínculos já que as aulas são
interativas, movimentadas, os
professores circulam muito atendendo
aos alunos em suas dificuldades;
• os alunos confirmam a importância do
computador como recurso auxiliar nas
aulas de Matemática, de forma especial,
quando há necessidade de atividades
práticas, o que pode ser demonstrado por
meio de imagens, lugares, estratégias,
figuras, gráficos, tabelas, entre outros
recursos;
• os alunos só veem pontos positivos de se
promover a integração das atividades de
sala de aula e as do laboratório de
informática. Entre eles, destacam-se:
estímulo à pesquisa; aquisição de mais
conhecimentos; maior interesse em
aprender; promoção de informações;
formação para lidar com as tecnologias;
comunicação com pessoas de diferentes
lugares; entender melhor os conteúdos
ensinados em sala de aula.
A efetividade quanto ao uso do computador para
auxiliar o ensino e a aprendizagem da Matemática ficou
demonstrada pelos depoimentos de professores e alunos.
Quanto à falta de tempo alegado por alguns professores,
torna-se urgente que eles comecem a administrar melhor
seu tempo. Quanto a não saber lidar com a máquina, esta
questão remete à seguinte reflexão: Não se pode ceder o
espaço a outros profissionais? Os professores devem
articular o uso das novas tecnologias como recurso e
extensão do espaço da sala de aula.
Diante dessas constatações, surgem, então, as
exigências de uma formação docente qualificada. Urge que
os professores acorram a cursos de formação continuada
para se aperfeiçoarem e assumirem seu papel histórico de
instigador de ideias, de mediador entre o aluno e o
conhecimento. Essa formação, entretanto, não pode mais
ser pensada de acordo com os modelos tradicionais de
ensino. Os recursos a serem explorados em sala de aula e
no laboratório de informativa devem ser de conhecimento
e domínio por parte dos professores. Cabe a eles
selecionarem os melhores recursos que poderão ser
utilizados em uma determinada atividade. Assim, estará
decidindo, priorizando, defendendo o ensino e a
aprendizagem da Matemática, não dispensando, nesse
cenário, o uso das novas tecnologias.
106 Letras/Language
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros
curriculares nacionais: introdução aos parâmetros
curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEE, 1997. p.127.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEMTEC, 2001.
v.3. p.20.
COX, K. K. Informática na educação escolar. Campinas:
Autores Associados, 2003.
D’AMBRÓSIO, U. Educação matemática: da teoria à
prática. Campinas: Papirus, 2002.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 40. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2005. p.176.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São
Paulo: Atlas, 1994. p.176.
KAMII, C. A criança e o número. Trad. Regina A. de
Assis. Campinas: Papirus, 1990.
LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do
pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora
34, 1994.
LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora?:
novas exigências educacionais e profissão docente. 7. ed.
São Paulo: Cortez, 2003.
MORAN, J. M. Internet no ensino: comunicação &
educação. São Paulo: Paulinas, 1999.
______. Educação Inovadora na Sociedade da
Informação. São Paulo: USP, 2002. Disponível em:
<http://www.educacaoonline.pro.br/art_educacao_inovado
ra.asp>. Acesso em: 15 jul. 2008.
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A.
Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo:
Papirus, 2003.
PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança.
Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
RIOS, T. A. Ética e competência. 14. ed. São Paulo:
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VALENTE, J. A. (Org.). O professor no ambiente
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VALENTE, J. A. Computadores e conhecimento:
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Letras/Language 107
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
APÊNDICE 1
Questionário para os alunos
Prezado (a) Aluno (a),
Estou realizando uma pesquisa intitulada “O ensino e a
aprendizagem da Matemática e o uso das novas
tecnologias”. Conto com sua participação, respondendo a
este questionário para enriquecer meu trabalho. Desde já,
informo-lhe que seu nome será preservado.
Obrigada.
Conceição
Nome:
_______________________________________________
Escola: Pública ( ) Particular ( )
Nome da Escola:_________________________________
1) A sua escola tem laboratório de informática?
( ) sim ( ) não
2) Você utiliza a informática nas aulas de Matemática?
( ) sim ( ) não
3) O computador ajuda a aprender as matérias/disciplinas?
Se sim, de que modo?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
4) As atividades de Matemática que você realiza no
laboratório de informática estão relacionadas com o que
você aprende em sua sala de aula, neste conteúdo?
( ) sim ( ) não
5) Seu(ua) professor(a) de Matemática procura associar o
que ensina a você às suas práticas do dia-a-dia? Isso é bom
ou ruim?
Explique._______________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
6) Você considera que existem pontos positivos e/ou
negativos quanto à utilização da informática para aprender
os conteúdos matemáticos?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais? (Podem ser só Positivos, Negativos ou os
dois)
Positivos:_______________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Negativos:______________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
APÊNDICE 2
Questionário para os professores
Senhor(a) Professor(a),
Estou realizando uma pesquisa intitulada “O ensino e a
aprendizagem da Matemática e o uso das novas
tecnologias”. Conto com sua participação, respondendo a
este questionário para enriquecer meu trabalho. Desde já,
informo-lhe que seu nome será preservado.
Obrigada.
Conceição
Nome: _________________________________________
Escola: Pública ( ) Privada ( )
Nome da Escola:_________________________________
1) No âmbito da educação matemática, como você ensina
este componente curricular?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
2) Como a Matemática é vivenciada no dia-a-dia das
pessoas?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
3) Quais são as teorias de aprendizagem que sustentam sua
prática de sala de aula de Matemática?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
4) No contexto pedagógico, como você conceituaria os
termos: O que é Ensinar? O que é Aprender?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
5) Sabendo que, é a partir da reflexão na e sobre a própria
prática que as transformações podem ocorrer, e em se
tratando de educação matemática, como está acontecendo
o ensino e aprendizagem na sua escola? Os alunos têm
dificuldade em entender o conteúdo? Eles apresentam o
nível de desempenho correspondente ao ano de
escolaridade?
_______________________________________________
_______________________________________________
108 Letras/Language
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
_______________________________________________
_______________________________________________
6) Com a inserção dos computadores nas escolas como
uma ferramenta educacional, houve mudanças em suas
práticas pedagógicas? Se sim, como estão ocorrendo essas
novas mudanças? Houve adesão imediata de sua parte?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Se houve adesão de sua parte, continue respondendo as
questões abaixo:
7) Você consegue integrar as atividades propostas em sala
de aula com as atividades do laboratório de informática?
( ) sim ( ) não
8) Você apenas acompanha seus alunos ao laboratório ou
interage com eles e o (a) professor(a) especializado(a) para
esse fim, durante a aula?
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
9) Relate uma experiência/atividade com softwares
educativos que você propôs desenvolver no laboratório de
informática e que os alunos gostaram muito.
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
10) Cite fatores facilitadores e dificultadores de sua prática
no laboratório de informática.
Facilitadores:____________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Dificultadores:___________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
Letras/Language 109
24 84-1-pb

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  • 1. O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS SILVA, C. F.1 1 Pós-graduada em Matemática. e Tecnologias Integradas À Educação. Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU Uberaba-MG, e-mail: conceicaoferreiraster@gmail.com. RESUMO: O desenvolvimento de habilidades frente às novas tecnologias é uma realidade que se consolida em todos os campos do conhecimento. Em Matemática, o computador, é um aliado importante e, por isso, já é uma realidade nas escolas, no sentido de promoverem mudanças no ensino e na aprendizagem da Matemática. Entretanto, dados das últimas avaliações sistêmicas apontam que os alunos de escolas públicas e privadas têm dificuldades em aprender essa disciplina. Com isso, surge uma indagação: as tecnologias têm favorecido efetivamente o ensino e a aprendizagem da Matemática? Neste sentido, busca-se compreender como se desenvolve o processo de ensino e aprendizagem da Matemática com o uso do computador em escolas de ensino fundamental de diferentes redes de ensino de Uberaba-MG. O referencial teórico apóia-se em autores como Cox (2003), Libâneo (2003), D’Ambrósio (2002), Rios (2001), Moran (1999), Valente (1996), Lévy (1994) e Kamii (1990). A metodologia priorizou a pesquisa qualitativa com a aplicação de um questionário a alunos e professores de uma escola pública estadual e uma privada. Com o resultado deste estudo, espera-se contribuir para a ampliação do debate sobre a necessidade de se utilizarem as tecnologias computacionais a favor do ensino e aprendizagem de uma matemática acessível, prática e prazerosa. PALAVRAS CHAVE: Ensino e aprendizagem; Matemática; Novas tecnologias. THE EDUCATION AND THE LEARNING OF THE MATEMATICA AND THE USE OF THE NEW TECHNOLOGIES ABSTRACT: The development of abilities front to the new technologies is a reality that if consolidates in all the fields of the knowledge. In Mathematics, the computer, is an important ally e, therefore, already it is a reality in the schools, in the direction to promote changes in the education and the learning of the Mathematics. However, given of the last systemic evaluations they point that the pupils of public and private schools have difficulties in learning this discipline. With this, an investigation appears: the technologies have effectively favored the education and the learning of the Mathematics? In this direction, we search to understand as if it develops the process of education and learning of the Mathematics with the use of the computer in schools of basic education of different nets of education of Uberaba-MG. The apóia theoretical referential in authors as Cox (2003), Libâneo (2003), D’ Ambrósio (2002), Moran (1999), Lévy (1994) and Kamii (1990). The methodology prioritized the qualitative research with the application of a questionnaire the pupils and professors of a state public school and a private one. With the result of this study, we wait to contribute for the magnifying of the debate on the necessity of if using the computational technologies in favor of education and learning of an accessible, practical and pleasant mathematics. KEYWORDS: Education and learning; Mathematics; New technologies. INTRODUÇÃO A sociedade convive com grandes transformações, esta época de transição se refere à Sociedade da Informação (MORAN, 2002), que, em muitos aspectos, reflete também na Educação. Acompanhando as transformações sociais, cabe à educação contribuir para que, de geração em geração, a sociedade se instrua, informe-se, forme-se em um contínuo processo civilizatório. (FREIRE, 2005). Por isso, no atual momento histórico, torna-se essencial que as crianças e jovens busquem a escola e aí encontrem desafios instigantes e realidades questionadoras, cujo cenário propicie o desenvolvimento de habilidades. Especialmente, não se pode desconsiderar a importância de se explorar a curiosidade natural desta parcela de estudantes, quanto à sua habilidade de resolver problemas. Daí a importância da Matemática, enquanto ciência que exercita o desenvolvimento do raciocínio lógico. A metodologia do ensino de Matemática, atualmente, postula uma concepção de educação em que o aluno é o principal agente da construção de seu conhecimento. Isto porque, ao buscar novas informações e aprendizagens, ampliam seus conhecimentos que envolvem conceitos e habilidades ainda mais complexos, tendo em vista as situações desafiadoras vivenciadas. Dessa forma, a Matemática expressa idéias que vão ao encontro de tais desafios. Neste aspecto, alguns teóricos como D’Ambrósio (2002), Kamii (1990) e documentos como os PCN’s (BRASIL, 1997), apontam para a necessidade de mudanças no ensino da Matemática. Não se constitui tarefa fácil avançar neste processo, mas também acredita-se que não há outro caminho. 98 Letras/Language FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 2. Há a constatação de que a Matemática se trata de uma área de conhecimento importante, de um lado e, de outro, a insatisfação diante dos resultados negativos obtidos com muita freqüência em relação à sua aprendizagem (BRASIL, 2001, p.15). Assim é a Matemática. Misturam-se importância e (in) compreensão? Ou há uma distorção no processo? Ao participar de uma aula desse componente curricular, é imprescindível que os alunos se constituam atores e construtores de seu conhecimento. Assim, eles vão desenvolvendo o raciocínio lógico, que poderá ser aplicado a outros campos de investigação. Um grande esforço no sentido de se promoverem mudanças no ensino da Matemática é observado em propostas inovadoras, já contidas na primeira edição dos Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN’s. (BRASIL, 1997). Também, atualmente, com a inclusão das tecnologias digitais aplicadas à Educação, mudam-se as técnicas e os espaços de ensino e de aprendizagem: o laboratório de informática constitui-se um novo local de informações e de conhecimentos. Quanto às tecnologias, também recorreu aos PCN’s (BRASIL, 1997, p.22), que afirmam haver uma: [...] necessidade de levar os alunos a compreenderem a importância do uso da tecnologia e a acompanharem sua permanente renovação”. Cada vez mais, as tecnologias computacionais ocupam um lugar de destaque como recurso pedagógico, e, cabe à escola utilizá-las de maneira prazerosa e inovadora. Uma certeza é incontestável: se a escola quiser continuar detendo a especificidade de agência hegemônica de formação, por certo, deverá acompanhar a evolução das tecnologias e buscar formar seus profissionais para lidarem, principalmente, com o computador. Especificamente, como ferramenta de ensino da Matemática, pode-se dispor, nesse equipamento, de um universo muito sedutor para o aluno. Nesse sentido é que os PCN’s (BRASIL, 1997) destacam conceitos-chave sobre o que é a Matemática, o que significa saber fazer Matemática, o que os professores devem fazer quando a ensinam e o que os alunos devem fazer quando a aprendem. Neste sentido, aborda-se mais detalhadamente sobre este componente curricular, considerando que o ensino de Matemática propicia ao aluno somente escrever fórmulas e fazer cálculos que não têm para ele qualquer significado. O importante é capacitá-lo a tomar decisões conscientemente, saber argumentar, expressando seu pensamento com lógica a fim de se tornar um cidadão crítico, criativo e autônomo. Diante desse cenário, o trabalho, busca desenvolver um estudo teórico em relação ao ensino, à aprendizagem e às práticas educativas desenvolvidas em Matemática com o uso das novas tecnologias. Parte-se do pressuposto de que cabe à educação, como propulsora do desenvolvimento de competências e habilidades, articular o ensino e o uso do computador, efetivamente, na área da Matemática. A pesquisa compõe-se de referencial teórico e a abordagem metodológica da investigação. Buscando compreender, por meio dessa pesquisa, o papel dual que tem sido atribuído à escola, enquanto presta atendimento ao alunado da classe hegemônica e da classe trabalhadora. Quanto à análise dos dados colhidos e à discussão e interpretação das informações prestadas pelos vinte e quatro sujeitos do estudo: doze alunos e doze professores, sendo seis de cada segmento de escola pública estadual e seis de escola privada, se pode dizer que as tecnologias têm contribuído com o ensino e a aprendizagem da Matemática, em diferentes redes de ensino. O referencial teórico apóia-se em autores como Cox (2003), Libâneo (2003), D’Ambrósio (2002), Rios (2001), Moran (1999), Valente (1996), Lévy (1994) e Kamii (1990), entre outros, como importantes diretrizes para o êxito na pesquisa, no que se refere à leitura, análise e interpretação dos respectivos dados. Partindo deste princípio, busca-se, nesta pesquisa, compreender como se desenvolve o processo de ensino e aprendizagem da Matemática com o uso das novas ferramentas computacionais nessas duas instituições escolares de ensino fundamental de diferentes redes de ensino de Uberaba-MG. MATERIAL E MÉTODOS Desenvolveu-se uma pesquisa de cunho qualitativo, tipo Levantamento, como forma de se descrever uma realidade, interpretando as informações disponibilizadas. Foi utilizado como procedimento de coleta de dados um questionário destinado a alunos e professores de escolas públicas e privada como forma de se compreender como se desenvolve a teoria nas práticas escolares frente ao uso das novas tecnologias, com alunos pertencentes a diferentes redes de ensino. Acredita-se que as escolas estão investindo em equipamentos para o laboratório de informática. Não há clareza se predomina a mesma proporção na escola pública e na privada, o que resulta diferença no uso das ferramentas computacionais. Fundamentados em autores como Cox (2003), Moran, Masetto e Behrens (2003), Valente (1999), Kamii (1990) e Piaget (1979), dentre outros, trata-se de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, pois acredita-se que este tipo de pesquisa, além de dar suporte teórico, auxiliando na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa, na escolha do tema e na elaboração das Considerações Finais. Encontra-se uma explicação mais detalhada sobre a pesquisa bibliográfica no estudo feito por Gil (1994): FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009. Letras/Language 99
  • 3. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Este é um tipo de pesquisa desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL 1994, p.71). Diante disso, esta pesquisa partilha algumas informações e reflexões acerca do assunto discutido. Durante a etapa de coleta de dados, na pesquisa Levantamento, houve algumas dificuldades, como por exemplo, a aceitação de alguns professores que, solicitados a responderem ao questionário, apresentaram-se resistentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO A identidade dos professores foi preservada ao discutir suas idéias, por meio dos respectivos códigos: Escola pública: P1, P2, P3, P4, P5, P6. Escola privada: P7, P8, P9, P10, P11 e P12. Destaca-se primeiramente, que os laboratórios de informática da escola estadual são assim destinados: um para os alunos de 6 a 8 anos e outro destinado aos alunos de 9 a 14 anos, em níveis de conhecimento e de desenvolvimento em relação às tecnologias computacionais muito diferentes. Já a escola privada, equipada com dois laboratórios bem maiores, onde os alunos têm mais aulas, em dias alternados. Aí, o trabalho é realizado por um professor específico. Nesta escola há dois laboratórios de informática: um laboratório com 40 computadores dispostos na sala em forma de U, um quadro branco e outro laboratório com 35 computadores também na mesma disposição em forma de U, mais um computador funcionando como o servidor e um quadro branco. Todos os 75 computadores funcionando em rede. Nas aulas, é possível destinar um computador para cada aluno e ou no máximo dois alunos por computador quando as turmas são maiores, ou seja, com mais de 35 alunos. Nos laboratórios, são usados, ainda, o Data-Show, para facilitar os conteúdos para os alunos quando menores (Educação infantil e as primeiras séries do ensino fundamental). Em se tratando de Matemática, nesta escola, os dos programas mais utilizados são: O Programa Cabri-Géomètre II conforme a FIG. 1. FIGURA 1 - Figuras planas e espaciais no Cabri-Géomètre II Na FIG 2 o programa XLOGO, estes recursos permitem desenhar objetos geométricos e interagir com as figuras. O dinamismo dos desenhos favorece o desenvolvimento de habilidades que caracterizam o pensar matemático - estabelecer relações, conjeturar, generalizar, buscar explicações. FIGURA 2 - Janela principal do XLOGO Neste ambiente virtual, os alunos têm a oportunidade de vivenciar, de forma muito natural, situações similares às da sala de aula. Em outros momentos são utilizadas atividades da Internet e outros softwares, de acordo com o que é planejado para cada turma de alunos. Inicialmente, cabe ressaltar que as aulas no laboratório de informática são previamente planejadas e mediadas junto ao professor regente da turma e assessoradas pelo professor de informática, que instala os softwares com um determinado prazo de antecedência, por meio da entrega dos planejamentos para a aula, bem como dá auxílio e acompanhamento aos grupos. As turmas da escola pública têm um horário fixo durante a semana: duas aulas semanais, cada uma com carga horária de cinqüenta minutos, mas a turma é dividida e a cada semana, vai a metade dos alunos para a aula de informática; os demais alunos ficam realizando outra atividade, em sala de aula, com o professor regente. As turmas da escola privada têm uma aula semanal com carga horária de cinquenta minutos. A turma não é dividida, pois o número de computadores corresponde ao número de alunos. Nas turmas em que há mais de trinta e cinco alunos, pode acontecer de ficarem, no máximo, dois ou três computadores com dois alunos cada. Sendo assim, ocorre sempre o revezamento entre eles e o professor aproveita 100 Letras/Language FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 4. para trabalhar a solidariedade dos alunos. As atividades realizadas são sempre integradas aos conteúdos estudados em sala de aula. Análise do questionário dos professores Analisando as respostas aos questionários, pudemos observar que há professores que usam clichês para justificarem suas práticas pedagógicas. Por exemplo, ao indagar como o professor ensina Matemática, o P2 respondeu: “Procuro ensinar a Matemática de forma criativa, lúdica e que faça parte do cotidiano do aluno”. Outros profissionais também usaram as expressões “lúdica” e “criativa” sem exemplificar tal colocação. Por outro lado, demonstrando intimidade com o componente curricular, o P5 posicionou-se: “O ensino-aprendizagem da Matemática deve ser prazeroso e proporcionar a construção do conhecimento pelo aluno; por isso procuro dinamizar minhas aulas com dinâmicas, atividades lúdicas e a Informática, é claro [...]”. Também o P1 esclareceu: “Trabalho a Matemática de forma a sempre comparar e representar situações advindas de sua aplicabilidade, buscando gerar discussões acerca de sua aplicação no cotidiano, com a prática de exercícios contextualizados e aulas dinâmicas”. Ainda, o P10 elucidou: Acredito que o ensino tradicional de Matemática não agrada mais os alunos; ao contrário, deixou marcas que até hoje fazem as pessoas não gostar de Matemática. Por isso, procuro ensinar Matemática de forma que o aluno construa seu próprio conhecimento. Para isso, são utilizados materiais lúdicos como Tangram, Material Dourado, Ábaco, Quebra- cabeças, etc. Também faço uso das aulas no laboratório de informática, porque é um recurso que os alunos gostam muito e traz a facilidade de explicar conteúdos mais difíceis. Notamos que estes professores preocupam-se em associar a Matemática às práticas sociais dos alunos. Assim, estes aprendem dando significado ao estudo. Por meio das respostas do P1, P5 e P10, pode-se dizer que os professores estão mudando sua maneira de ensinar Matemática. Procuram enfatizar em suas aulas atividades lúdicas que ajudam o aluno a construir seu próprio conhecimento. Dentro desta perspectiva, segundo Brasil (2001), a educação deve priorizar a contextualização dos conteúdos, dar significado aos planos de estudo e incentivar as discussões em torno de temas de relevância social, utilizando para alcançar esses objetivos, as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias. Torna-se importante saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos, questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê- los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. Quanto à questão 2, perguntou-se: “Como a Matemática é vivenciada no dia-a-dia das pessoas?” Os educadores foram unânimes em afirmar que a Matemática pode se representar de diversas formas no cotidiano das pessoas, embora muitos não atentem a isto. Afirmaram que a Matemática está nos números, registros, como telefones, CPF, senhas que individualizam as pessoas, como também em gráficos, na economia. Destacaram também o recebimento do salário, o pagamento das despesas, o aumento do número de amigos, a divisão do tempo e muito mais. Na questão 3, indagou-se quais são as teorias de aprendizagem que sustentam a prática de sala de aula de Matemática. Tanto os educadores da rede pública quando da rede privada, atentam para as teorias com base construtivista, onde o aluno é construtor de seu conhecimento e o professor apenas o mediador entre esse conhecimento e o aluno. Quanto ao conceito dos termos: O que é Ensinar? O que é Aprender? Destacaram que ambos caminham juntos, pois ao ensinar estamos também aprendendo. Neste momento, é importante citar: Ensinar é assim a forma como toma o ato de conhecimento que o(a) professor(a) necessariamente faz na busca de saber o que ensina para provocar nos alunos seu ato de conhecimento também (FREIRE 2005, p.81). Por isso, ensinar é um ato criador, um ato crítico e não mecânico. A curiosidade do(a) professor(a) e dos alunos, em ação, se encontra na base do ensinar-aprender. Ensinar é transmitir, através da interação conceitual-teórica e a prática em aplicação plena, informações que venham a se relacionar e tornar-se conhecimento amplo acerca de determinado conteúdo. O aprendizado é fruto da compreensão e interação dos conteúdos expostos, de modo a criar condições de integração entre os conceitos originários e práticos. Ao afirmar que é a partir da reflexão na e sobre a própria prática que as transformações podem ocorrer, perguntou-se: “Em se tratando de educação matemática, como está acontecendo o ensino e a aprendizagem na sua escola? Os alunos têm dificuldade em entender o conteúdo? Eles apresentam o nível de desempenho correspondente ao ano de escolaridade?” Na escola pública, os educadores afirmaram que o ensino e a aprendizagem desta disciplina estão sempre em evolução e, de acordo com as mudanças necessárias, os professores tentam aliar teoria e prática. Essa ligação envolve um ensino não só lúdico, isto é, por meio de brincadeiras e jogos, como ainda prazerosos, ou seja, os alunos passam a gostar mais daquilo que aprenderam e não apenas decoraram. Nesta escola, constituem uma parcela razoável os alunos em distorção idade/série, o que dificulta, às vezes, o nível de discussão sobre alguns assuntos; nem todos têm os mesmos centros de interesses. Daí divagam, brincam, desinteressam-se. Letras/Language 101 FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 5. Para os professores da rede privada, as reuniões que utilizam para planejar em conjunto são satisfatórias, entendendo que só com uma metodologia dinâmica de conceituação e aplicação prática, em que os alunos apresentam condições de compreensão e interpretação da disciplina, apresentando nível de desempenho concernente com o ano de escolaridade, pode resultar índices satisfatórios. Após este momento, foram colocadas questões que envolveram a utilização dos ambientes virtuais nas escolas em consonância com a aprendizagem da matemática. Diante disso, ressalta-se: “Com a inserção dos computadores nas escolas como uma ferramenta educacional, houve mudanças em suas práticas pedagógicas? Se sim, como estão ocorrendo essas novas mudanças? Houve adesão imediata de sua parte”? Aqui vamos relacionar todas as respostas para melhor compreensão da postura de cada educador. P1 - O computador passou a fazer parte da prática pedagógica com um instrumento que auxilia a aprendizagem do aluno. Por isso, houve adesão imediata; P2 – De minha parte achei a idéia transformadora e eficiente. Por isso, já aliei minhas aulas às aulas de informática; P3 - Sim, tivemos que nos adaptar e repensar alguns conceitos. A minha adesão foi imediata, pois vi que com esta ferramenta trouxe um grande ganho para o ensino e o aprendizado da Matemática; P4 – Por meio de cursos especializados, tivemos que nos adaptar às novas tecnologias e isso foi muito produtivo para as aulas; P5 – É muito importante que o professor acompanhe as mudanças de seu tempo. A escola não pode ficar parada no tempo e no espaço. Como professor, estou sempre buscando coisas novas para minhas aulas e os recursos tecnológicos estão me ajudando bastante; P6 – Gosto de dinamizar minhas aulas, por isso minha adesão foi imediata e minhas aulas estão mais dinâmicas e criativas. Pelos dados da pesquisa, muitos professores da escola pública estão engajados nas novas mudanças educacionais com o uso da informática integrada à educação. Entretanto, alguns ainda resistem (mas ficam) em permanecer no laboratório de informática na hora da aula de seus alunos. Quanto aos professores da escola privada, todos foram convocados a participarem das aulas nos laboratórios de informática. Sabe-se que é papel da escola assegurar aos seus alunos o domínio dos conhecimentos científicos e culturais, promovendo assim, o acesso a teorias e métodos de investigação, bem como desenvolver habilidades que levem ao pensamento crítico e autônomo. O professor crítico e reflexivo leva o aluno também a ser crítico e, a saber, utilizar constante reflexão, para atingir níveis cada vez mais sofisticados de ações e idéias e ser capaz de trabalhar em equipe. Para Freire (2005) é necessário se opor ao que ele chama de educação bancária: um tipo de ensino que se caracteriza pela presença de um professor depositante e um aluno depositário da educação. Quem é educado assim tende a tornar-se alienado, incapaz de ler o mundo criticamente. O educador deve se comportar como um provocador de situações, um animador cultural num ambiente em que todos aprendem em comunhão. Alguns professores da rede pública apresentaram mais dificuldades na adesão imediata aos aparatos tecnológicos. Alegaram falta de interesse e tempo para participar de cursos na área, bem como resistências quanto às mudanças. Apenas dois (02) professores gostaram da idéia das novas tecnologias na escola e a utilizam muito: nos planejamentos, na elaboração de atividades, na preparação de aulas em Power Paint, dentre outras situações. Cabe aqui, refletir sobre este uso ser extensivo à execução da aula, para que todos – alunos e professores – desfrutem das ferramentas computacionais disponibilizadas na escola. É necessário compreender que o momento atual é novo e rico de possibilidades. Os educadores enfrentam uma realidade educativa imersa em crises, incertezas, pressões sociais e econômicas. Por isso, é importante compreender as dificuldades de alguns e facilidades de outros para aderirem a estas inovações nas escolas. A mudança nem sempre é fácil para um sistema escolar como tem sido o nosso, ou seja, que caminha a passos lentos nos rumos de uma educação que se renova e inova. Diante disso, a tarefa dos pesquisadores e dos educadores, profissionais preocupados com o agir pedagógicos é, portanto, investigar constantemente o conteúdo do ato educativo, pois ao mesmo tempo em que se educa para a subjetivação e a socialização, educa-se para a autonomia e para a integração social, para as necessidades sociais e necessidades individuais, para a reprodução e para a apropriação ativa de saberes, para o universal e para o particular, para a crítica e para a produção de estratégias inovadoras. Aos professores que aderiram a essa nova proposta, perguntou-se: “Você consegue integrar as atividades propostas em sala de aula com as atividades do laboratório de informática?”. Todos responderam que sim. Entre os professores da rede pública estadual, três (03) ainda sentem muitas dificuldades, mas, por meio de cursos de formação continuada, estão conseguindo superar as dificuldades, sem terem medo de errar. A questão 08 foi direcionada aos aspectos de interação professor-aluno nas aulas de informática. Essa interação diz respeito também ao professor regente-aluno e não apenas em nível de professor de informática-aluno. Há uma boa interação, tanto na escola pública quanto na privada, tendo em vista que as aulas de informática são dinâmicas, movimentadas, há necessidade de os professores estarem circulando e atendendo aos alunos em suas dificuldades. Em outro momento da pesquisa, foi pedido aos professores que relatassem uma experiência/atividade com softwares educativos que propuseram desenvolver no laboratório de informática e que os alunos gostaram muito. Os professores da escola privada relataram o trabalho desenvolvido com o software Cabri Géomètre, no 102 Letras/Language FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 6. trabalho com as ordenadas (retas perpendiculares entre si), pois ao inserir os pontos (geoplano) para brincar com as figuras geométricas, as crianças vibraram de emoção. Citaram também atividades com o XLOGO, destacando que toda atividade desenvolvida em um computador que faz com que o aluno saia do plano abstrato e se aproxime mais do plano real é estimulante. Para os professores da rede pública, destacaram as atividades do software “Tabuada”. São atividades dinâmicas, divertidas e envolvem o raciocínio lógico- matemático. Percebemos que, há maior diversidade de softwares educativos trabalhados na escola privada. Ao pedir que os professores destacassem fatores facilitadores e dificultadores de sua prática no laboratório de informática, afirmaram que há mais questões facilitadoras que dificultadoras. Na escola privada, os professores consideraram como aspectos: a) facilitadores: o contato prévio com a máquina que os alunos têm em suas casas, a correspondência número de aluno/máquina, a interação com a máquina, prazer das crianças em realizar as atividades, a infraestrutura garantida como manutenção dos equipamentos, variedade de softwares e outros recursos, computadores potentes, regularidade no uso do laboratório; b) dificultadores: alguns poucos alunos que, dominando a máquina, querem utilizá-la para outros fins que não educativos. Por exemplo, em aula de Literatura, querem usar jogos que não integram a proposta de atividades do professor naquele momento. Quanto aos professores da escola pública, entre as respostas, destacaram-se os fatores: a) facilitadores: o número de atividades que podem ser feitas; a forma de visualizar os resultados; a interação com a máquina; a facilidade de busca por conteúdos; o despertar do interesse e prazer com que as crianças realizam as atividades propostas e os resultados obtidos na construção do raciocínio lógico dos alunos; b) dificultadores: o despreparo de alguns alunos; a desmotivação; a falta de equipamentos em número suficiente pra atender a todos; a falta de tempo dos professores para organizar melhor as atividades; quando algum computador não apresenta condições de uso na hora da aula prática, computadores obsoletos, falta de conhecimento da máquina por parte do professor. Análise do questionário aplicado aos alunos Foram questionados, neste momento da pesquisa, doze alunos, sendo 06 alunos da escola pública e 06 alunos da escola privada. Estes alunos estão na faixa etária entre 08 e 11 anos, e afirmaram que suas escolas possuem laboratório de informática e realizam atividades de Matemática nestes locais. Este fato demonstra que a informática na educação é mesmo uma realidade. O uso das novas tecnologias oferece um grande repertório de atividades capazes de estimular a criança a aprender; entretanto não podemos deixar de citar Moran (1999) quando defende que não se pode esperar que as redes eletrônicas sejam a solução para os problemas existentes no processo ensino-aprendizagem. Por outro lado, porém, elas poderão contribuir na pesquisa individual e grupal e no trabalho do professor. Sendo assim, o computador não deve ser visto como uma máquina de ensinar, mas como uma ferramenta educacional que auxilia os alunos na busca, seleção e uso de informações. Foi questionado aos alunos se o computador ajuda a aprender as matérias/disciplinas e de que modo. Os alunos foram unânimes em afirmar que o computador os ajuda, principalmente a compreender conteúdos que necessitam de atividades práticas, pois tal equipamento pode demonstrar por meio de imagens, lugares, estratégias, figuras, gráficos, tabelas, entre outros recursos. É sabido que redimensionar a prática educativa e valorizar a utilização da informática como ferramenta pedagógica, que facilite aos estudantes o desenvolvimento das habilidades cognitivas, ainda é um desafio. Há que se reconhecer que a maioria das pessoas ainda se encontra excluída do mundo informatizado. É necessário reconhecer que o uso do computador como ferramenta para a aprendizagem permite ao aluno procurar e, aos poucos, dominar uma nova linguagem. Portanto, é preciso vencer o desafio e democratizar o acesso à informática. Em seguida, perguntou-se: “As atividades de Matemática que você realiza no laboratório de informática estão relacionadas com o que você aprende em sua sala de aula, neste conteúdo?”. Dois alunos da escola pública responderam que nem sempre. Os outros dez alunos disseram que conseguem ver relação entre o que estão aprendendo e o que exercitam no laboratório. Ao relacionar a Informática com a Matemática é possível proporcionar uma aula agradável aos alunos, utilizando uma das coisas que eles mais se interessam hoje, ou seja, o computador. Ao despertar a criatividade dos alunos, ao verificar o que se pode fazer utilizando um software, trabalhando com conteúdos matemáticos, promovendo interação dos alunos, utilizando a troca de informações entre si, no âmbito da informática. Ao utilizar diferentes softwares para trabalhar conteúdos matemáticos, os docentes abem um leque de opções, sendo possível então, tornar as aulas de Matemática mais interessantes e agradáveis aos alunos. A educação pode contribuir para diminuir diferenças e desigualdades, na medida em que acompanha os processos de mudanças, oferecendo formação adequada às novas demandas da vida moderna. O papel da escola é ensinar aos alunos a se relacionar de maneira seletiva e crítica com o universo da informação a que têm acesso no seu cotidiano. É necessário aprender a conviver com as incertezas, imprevistos e novidades. Isso implica aprendizagem contínua, autonomia na construção e na reconstrução do conhecimento (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2003). As respostas da última questão, se os Letras/Language 103 FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 7. alunos consideram que existem pontos positivos e/ou negativos, quanto à utilização da informática para aprender os conteúdos matemáticos, eles disseram que só há pontos positivos: a) pontos Positivos: O uso do computador estimula a pesquisar; adquirem-se mais conhecimentos; há um interesse maior em aprender; promoção de informações; conhecimento para lidar com as tecnologias; manter relações pessoais com pessoas do mundo inteiro; compreender melhor os conteúdos ensinados em sala de aula; b) pontos Negativos: Não encontram nenhum ponto negativo nesta atividade. Neste sentido, é importante destacar que, ao trabalhar com as novas tecnologias, não se pode vê-la como um fim, mas como um meio, ou seja, um instrumento facilitador deste processo, que necessita de ummediador, no caso, o professor. Este necessita estar preparado para assumir papel tão importante, pois, sem a sua formação profissional e intelectual, não alcançará os objetivos propostos, apesar da riqueza de softwares educacionais disponíveis, cada vez mais avançados e motivadores. Para os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), o computador é, ao mesmo tempo, ferramenta e instrumento de mediação. Ferramenta, porque permite ao usuário realizar atividades que, sem ele, o computador, seria muito difícil ou mesmo impossível: construir objetos virtuais, fazer simulações, realizar cálculos complexos com rapidez e eficiência, editar textos. Por outro lado, é também um instrumento de mediação porque possibilita o estabelecimento de novas relações para a construção do conhecimento e novas formas de atividade mental. O uso do computador possibilita a interação e a produção de conhecimento no espaço e no tempo, além de diferentes formas de comunicação, via Internet. O computador é uma ferramenta que permite criar ambientes de aprendizagem, em que podem surgir novas formas de pensar e aprender. Nestes ambientes, muitos alunos têm a oportunidade de tomar iniciativas, de resolver problemas, corrigir erros, criar soluções e interagir com os colegas e o professor, culminando assim em uma aprendizagem mais significativa. De acordo com Valente (1999), acredita-se que a sociedade está vivenciando o conhecimento, os processos de aquisição deste conhecimento assumem papel de destaque exigindo profissionais críticos, criativos, reflexivos e com capacidade de pensar, reaprender, de trabalhar em grupo e de se conhecer como indivíduo. Cabe à educação formar o profissional com este perfil. No entanto, a educação é capaz de formar esse profissional, não pode mais ser baseada na instrução que o professor transmite ao aluno, mas, na construção do conhecimento por este aluno e no desenvolvimento de novas competências. Inserir a informática nas escolas como recurso pedagógico é imprescindível nos dias atuais, pois o ensino não pode mais ficar obsoleto; ele precisa acompanhar a evolução dos tempos. Hoje, a tecnologia está presente em todos os segmentos da vida das pessoas. Este momento atual constitui-se um grande desafio para a escola, pois cabe a instituição o papel de mediadora, de coordenar a criação de ambientes de aprendizagem, preparar os professores, proporcionar laboratórios de informática correspondentes ao número de alunos, a qualidade dos softwares, a quantidade de aulas semanais no laboratório e conhecimento do contexto social em que atua. Assim sendo, o professor mediador, deve nortear esse processo educativo, utilizando planejamentos contextualizados e interdisciplinares, criando um ambiente educacional favorável, para que os alunos possam desenvolver habilidades e competências, utilizando os recursos tecnológicos do laboratório de informática. Dessa forma, pode-se dizer que as escolas estão comprometidas com as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais. (BRASIL, 1997): enfatizar a importância dos recursos tecnológicos para a educação, visando à melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem. CONCLUSÃO A pesquisa enfatizou a importância da informática na aplicação de conceitos matemáticos na sala de aula em consonância com a informática aplicada à educação. Ao questionar educadores e alunos, foi investigado se a utilização do computador no ensino está em consonância com uma preparação e planejamento prévios por parte dos professores e se os alunos estão envolvidos com essa nova ferramenta, para que este ensino não fuja de seu objetivo principal, que é trabalhar a informática aplicada à educação, ou seja, o ensino por meio da utilização da informática – via computador – e não o ensino de informática. Sobretudo, buscamos investigar se as tecnologias computacionais têm contribuído com o ensino e a aprendizagem da Matemática. Outra importante questão diz respeito a um dos principais desafios que os educadores do ensino fundamental encontram, ao utilizarem essa nova tecnologia: ampliarem seus conhecimentos quanto à importância de se desenvolver uma aprendizagem significativa por meio dessa nova ferramenta, especificamente. Espera-se, com isso, proporcionar aos educadores uma reflexão crítica quanto ao seu trabalho diário. A pesquisa demonstra a importância como o uso da informática tem ajudado na construção do conhecimento pela criança, bem como avaliar as estratégias da informática aplicada à educação, tendo como parâmetro a melhoria na qualidade do ensino em Matemática. Aproximando-se o referencial teórico às práticas das aulas de Matemática no laboratório de informática, ficou constatado que as mudanças educacionais integrando teoria e prática, aliadas aos recursos tecnológicos estão ocorrendo nas escolas, de forma gradativa e processual. 104 Letras/Language FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 8. Isso é positivo, pois aos poucos, os professores estão percebendo a necessidade de se aperfeiçoarem tanto pessoal como profissionalmente, deixando de ser um repassador de informações apenas. Apesar de ainda haver certa resistência, como se verificou nas respostas de alguns professores da escola pública, pode-se dizer que, aos poucos, isso está sendo quebrado. Ao adquirir maior familiaridade com a utilização dos softwares e de programas educacionais digitais, diminui-se a ansiedade e o medo de errar, tornando-se um desafio a vencer em prol de uma práxis pedagógica mais eficaz. É preciso que as pessoas estejam motivadas internamente para essa mudança. Daí a importância de se oferecerem cursos de aperfeiçoamento e motivação aos professores, capacitando-os para a correta utilização e articulação dos recursos tecnológicos à prática pedagógica, bem como, propiciar mais discussões acerca das tendências pedagógicas que fundamentam a utilização da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. Com as mudanças ocorridas, atualmente, nas escolas públicas, é importante reconhecer que, na sociedade do conhecimento, há necessidade de se implementarem ambientes de aprendizagens que propiciem aos sujeitos explorar suas habilidades, tendo em vista a comprovação de muitas experiências quanto à capacidade do indivíduo de estar sempre aprendendo. Nessa perspectiva, é importante destacar o papel do professor, mediador entre o aluno e o conhecimento, integrando o uso da informática à educação e, principalmente, formando-se e acompanhando os progressos tecnológicos assim como desenvolvendo habilidades e contribuindo para que os alunos também as desenvolvam, conforme os avanços conquistados em um determinado momento histórico. Assim, o uso da informática integrada à educação envolvendo a Matemática foi assunto importante nesta pesquisa. A utilização do recurso tecnológico ajuda no raciocínio lógico das crianças e, por outro lado, a Matemática também é compreendida como um instrumental importante para diferentes áreas do conhecimento, podendo ser utilizada em estudos ligados às ciências da natureza e às ciências sociais e por estar presente na composição musical, na coreografia, na arte e nos esportes. Por outro lado, novas competências demandam novos conhecimentos: o mundo do trabalho requer pessoas preparadas para utilizar diferentes tecnologias e linguagens (que vão além da comunicação oral e escrita), instalando novos ritmos de produção, de assimilação rápida de informações, resolvendo e propondo problemas em equipe. A partir da apresentação dos softwares mais usados nas duas escolas, conclui-se que a inclusão digital dos professores e alunos, está acontecendo, visando à melhoria do ensino e da aprendizagem da Matemática. Além disso, os professores de Matemática terão mais proximidade com estes softwares, com o intuito de auxiliar no processo de ensino e aprendizagem do referido componente curricular. Ao final deste trabalho, verificou-se que os professores estão preocupados com uma educação de qualidade e os alunos, por sua vez, engajados nesta construção. Portanto passou da hora de ligar os computadores e trilhar o caminho em direção a uma educação mais abrangente, que consiga acompanhar as rápidas mudanças sociais. Com a convicção de que o desafio maior da educação é atender a todos os alunos para atuarem na sociedade pós-moderna. É importante lembrar que a escola, para a maioria das crianças brasileiras, é o único espaço de acesso aos conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o lugar que vai lhes proporcionar condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com identidade social e cultural. Nesta perspectiva, o aluno passa a ser considerado o principal centro da produção do conhecimento na escola e, portanto, deve ser estimulado a ir além da memorização e da repetição de tarefas, a buscar o prazer nas descobertas, nas formulações de hipóteses e nas práticas experimentais. Sintetizando, a pesquisa apontou: a) na escola pública estadual: • não há correspondência entre número de computadores e de alunos; • poucos softwares disponíveis para uso nas aulas de Matemática; • os educadores acreditam que exercitam a Matemática aliando teoria e prática; • a distorção idade/ série, nesta escola, é um dificultador e, se tratando da forma como a aula é conduzida: alguns se desinteressam, divagam, brincam, atrapalhando seus colegas durante as atividades; • muitos professores estão aprendendo a usar o computador no laboratório de informática. Mas existe uma minoria que resiste a acompanhar a turma àquele espaço, ainda que vá por obrigação. Outros, ainda, alegam não ter tempo para freqüentar cursos de formação na área; • quanto aos professores que integram as atividades de sala de aula às do laboratório de informática, três têm dificuldades, mas estão fazendo curso para começar a fazê-lo; • alguns fatores facilitam o processo de integração do uso do computador às atividades de Matemática como a novidade que representa tal recurso pedagógico para os alunos; a interação com a máquina; a facilidade de busca por conteúdos; o interesse e prazer com que as crianças participam das aulas e, principalmente, os resultados obtidos na construção do raciocínio lógico dos alunos. Entre as dificuldades citadas, destacam-se o desconhecimento da máquina por parte de muitos alunos; a não-correspondência número de equipamentos e alunos; a falta de tempo Letras/Language 105 FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 9. dos professores para o planejamento das atividades; frustração dos alunos quando uma máquina encontra-se sem condições de uso na hora da aula prática, computadores obsoletos, falta de conhecimento da máquina por parte do professor; • dos seis alunos, dois afirmaram que não veem relação entre o que aprendem na sala de aula com as atividades do laboratório de informática, em aulas de Matemática. Outros quatro, ao contrário, afirmaram que há relação, sim. b) Na escola privada: • os alunos, na quase totalidade, usam o computador individualmente; • há variedade de softwares à disposição dos alunos e professores no laboratório de informática; • as reuniões conjuntas para planejamento favorecem a interdisciplinaridade. Normalmente, os alunos situam-se dentro de uma mesma faixa etária; • os professores foram convocados a participarem de curso de formaçãocontinuada em informática integrada à educação. Não havia opção diferente: tinham que ir ao já referido laboratório; • existem fatores que facilitam o processo de integração do uso do computador nas atividades de Matemática, como o conhecimento da máquina por parte dos alunos, a infraestrutura garantida como manutenção dos equipamentos, computadores novos, regularidade no uso do laboratório. Entre os fatores dificultadores, só foi citado, com ênfase, a situação de alunos que querem usar o computador para atividades alheias à aula; • os seis alunos que responderam o questionário, afirmaram que há relação entre as atividades de sala de aula e as do laboratório de informática, em Matemática. c) Em ambas as escolas: • professores associam as atividades de Matemática às práticas sociais dos alunos, ou seja, à aplicabilidade no dia-a- dia dos alunos; • a postura dos professores está mudando: hoje, eles propõem atividades mais lúdicas e prazerosas com o uso do computador, construindo com o aluno o conhecimento; • os professores usam diferentes linguagens – verbais, matemática, gráfica, plástica e corporal – em suas aulas, seja na comunicação, expressão ou produção de idéias; • as teorias de aprendizagem que sustenta as práticas docentes têm base construtivista; • a relação professor-aluno possibilita a formação de vínculos já que as aulas são interativas, movimentadas, os professores circulam muito atendendo aos alunos em suas dificuldades; • os alunos confirmam a importância do computador como recurso auxiliar nas aulas de Matemática, de forma especial, quando há necessidade de atividades práticas, o que pode ser demonstrado por meio de imagens, lugares, estratégias, figuras, gráficos, tabelas, entre outros recursos; • os alunos só veem pontos positivos de se promover a integração das atividades de sala de aula e as do laboratório de informática. Entre eles, destacam-se: estímulo à pesquisa; aquisição de mais conhecimentos; maior interesse em aprender; promoção de informações; formação para lidar com as tecnologias; comunicação com pessoas de diferentes lugares; entender melhor os conteúdos ensinados em sala de aula. A efetividade quanto ao uso do computador para auxiliar o ensino e a aprendizagem da Matemática ficou demonstrada pelos depoimentos de professores e alunos. Quanto à falta de tempo alegado por alguns professores, torna-se urgente que eles comecem a administrar melhor seu tempo. Quanto a não saber lidar com a máquina, esta questão remete à seguinte reflexão: Não se pode ceder o espaço a outros profissionais? Os professores devem articular o uso das novas tecnologias como recurso e extensão do espaço da sala de aula. Diante dessas constatações, surgem, então, as exigências de uma formação docente qualificada. Urge que os professores acorram a cursos de formação continuada para se aperfeiçoarem e assumirem seu papel histórico de instigador de ideias, de mediador entre o aluno e o conhecimento. Essa formação, entretanto, não pode mais ser pensada de acordo com os modelos tradicionais de ensino. Os recursos a serem explorados em sala de aula e no laboratório de informativa devem ser de conhecimento e domínio por parte dos professores. Cabe a eles selecionarem os melhores recursos que poderão ser utilizados em uma determinada atividade. Assim, estará decidindo, priorizando, defendendo o ensino e a aprendizagem da Matemática, não dispensando, nesse cenário, o uso das novas tecnologias. 106 Letras/Language FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 10. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEE, 1997. p.127. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEMTEC, 2001. v.3. p.20. COX, K. K. Informática na educação escolar. Campinas: Autores Associados, 2003. D’AMBRÓSIO, U. Educação matemática: da teoria à prática. Campinas: Papirus, 2002. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 40. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p.176. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1994. p.176. KAMII, C. A criança e o número. Trad. Regina A. de Assis. Campinas: Papirus, 1990. LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994. LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora?: novas exigências educacionais e profissão docente. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2003. MORAN, J. M. Internet no ensino: comunicação & educação. São Paulo: Paulinas, 1999. ______. Educação Inovadora na Sociedade da Informação. São Paulo: USP, 2002. Disponível em: <http://www.educacaoonline.pro.br/art_educacao_inovado ra.asp>. Acesso em: 15 jul. 2008. MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2003. PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. RIOS, T. A. Ética e competência. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção Questões da Nossa Época). VALENTE, J. A. (Org.). O professor no ambiente LOGO: formação e atuação. Campinas: NIED, 1996. VALENTE, J. A. Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: UNICAMP, 1999. Letras/Language 107 FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 11. APÊNDICE 1 Questionário para os alunos Prezado (a) Aluno (a), Estou realizando uma pesquisa intitulada “O ensino e a aprendizagem da Matemática e o uso das novas tecnologias”. Conto com sua participação, respondendo a este questionário para enriquecer meu trabalho. Desde já, informo-lhe que seu nome será preservado. Obrigada. Conceição Nome: _______________________________________________ Escola: Pública ( ) Particular ( ) Nome da Escola:_________________________________ 1) A sua escola tem laboratório de informática? ( ) sim ( ) não 2) Você utiliza a informática nas aulas de Matemática? ( ) sim ( ) não 3) O computador ajuda a aprender as matérias/disciplinas? Se sim, de que modo? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 4) As atividades de Matemática que você realiza no laboratório de informática estão relacionadas com o que você aprende em sua sala de aula, neste conteúdo? ( ) sim ( ) não 5) Seu(ua) professor(a) de Matemática procura associar o que ensina a você às suas práticas do dia-a-dia? Isso é bom ou ruim? Explique._______________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 6) Você considera que existem pontos positivos e/ou negativos quanto à utilização da informática para aprender os conteúdos matemáticos? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quais? (Podem ser só Positivos, Negativos ou os dois) Positivos:_______________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ Negativos:______________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ APÊNDICE 2 Questionário para os professores Senhor(a) Professor(a), Estou realizando uma pesquisa intitulada “O ensino e a aprendizagem da Matemática e o uso das novas tecnologias”. Conto com sua participação, respondendo a este questionário para enriquecer meu trabalho. Desde já, informo-lhe que seu nome será preservado. Obrigada. Conceição Nome: _________________________________________ Escola: Pública ( ) Privada ( ) Nome da Escola:_________________________________ 1) No âmbito da educação matemática, como você ensina este componente curricular? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 2) Como a Matemática é vivenciada no dia-a-dia das pessoas? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 3) Quais são as teorias de aprendizagem que sustentam sua prática de sala de aula de Matemática? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 4) No contexto pedagógico, como você conceituaria os termos: O que é Ensinar? O que é Aprender? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 5) Sabendo que, é a partir da reflexão na e sobre a própria prática que as transformações podem ocorrer, e em se tratando de educação matemática, como está acontecendo o ensino e aprendizagem na sua escola? Os alunos têm dificuldade em entender o conteúdo? Eles apresentam o nível de desempenho correspondente ao ano de escolaridade? _______________________________________________ _______________________________________________ 108 Letras/Language FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009.
  • 12. _______________________________________________ _______________________________________________ 6) Com a inserção dos computadores nas escolas como uma ferramenta educacional, houve mudanças em suas práticas pedagógicas? Se sim, como estão ocorrendo essas novas mudanças? Houve adesão imediata de sua parte? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ Se houve adesão de sua parte, continue respondendo as questões abaixo: 7) Você consegue integrar as atividades propostas em sala de aula com as atividades do laboratório de informática? ( ) sim ( ) não 8) Você apenas acompanha seus alunos ao laboratório ou interage com eles e o (a) professor(a) especializado(a) para esse fim, durante a aula? _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 9) Relate uma experiência/atividade com softwares educativos que você propôs desenvolver no laboratório de informática e que os alunos gostaram muito. _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 10) Cite fatores facilitadores e dificultadores de sua prática no laboratório de informática. Facilitadores:____________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ Dificultadores:___________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ FAZU em Revista, Uberaba, n. 6, p. 89-120, 2009. Letras/Language 109