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Confronting the Challenges of
 Participatory Culture: Media Education
                     for the 21st Century

Autor: Henry Jenkins, director do programa de Estudos
Comparados dos Media no MIT




                   Joana Seabra
Cultura participativa
 Mais de metade dos jovens americanos cria conteúdos para os media
 1/3 dos jovens americanos utilizadores da internet partilham os conteúdos
 que produzem (estudo do Pew Internet & American Life project, 2005)


  Práticas educativas                                     Vida comunitária

                             Media Creators

       Processos criativos                             Cidadania democrática



 Emergência de um contexto cultural propício à participação alargada na
 produção e distribuição de conteúdos mediáticos
 Resultante da absorção e resposta da cultura à explosão das novas
 tecnologias dos media


  “It matters what tools are available to a culture, but it matters more what that culture
      chooses to do with those tools.”
O que é a cultura participativa

   Poucas barreiras à expressão artística e ao envolvimento cívico
   Estimula a criação e partilha do que criamos com os outros
   O mentor é uma figura informal (a experiência)
   É o lugar onde acreditamos que o nosso contributo realmente interessa
   É o espaço onde sentimos um grau de conexão social




A cultura participativa muda o foco da literacia da expressão individual para o
    envolvimento social. Reformula as regras que definem o ensino, a
    expressão cultural, a vida cívica e o mundo do trabalho.


                                             Oportunidade de aprendizagem
     Desenvolvimento de competências
                                             Expressão criativa
     Conhecimentos
                                             Envolvimento cívico
     Enquadramentos éticos
                                             Consciência política
     Auto-confiança
                                             Desenvolvimento económico
Cria espaços de afinidade (ensino peer-to-peer)

Sistemas educativos                                   Espaços de afinidade
     tradicionais
                                    Educação
Conservadora                                           Experimental
                                        vs.
Estática                                               Inovadora

Estruturas de suporte                                  Estruturas de suporte provisórias
institucionalizadas
                                    “We are
                                    moving away
Instituições imutáveis apesar das                      Resposta a necessidades de curto
                                    from a world in
                                    which some
consecutivas reformas educativas                       prazo e interesses pontuais
                                    produce and
                                    many consume
                                    media, toward
Burocráticas e à escala nacional                       Ad hoc e locais
                                    one in which
                                    everyone has a
                                    more active
                                    stake in the
Não há mobilidade                                      Capacidade de abandono de acordo
                                    cultura that is
                                                       com o interesse
                                    produced.”
Porquê educação para os media?
        Porque não laisser faire?
        As crianças e os jovens adquirem as competências necessárias por interacção com a cultura popular.
        3 preocupações sugerem, contudo, a necessidade de intervenção pedagógica:



    Participation gap
Acesso desigual às
oportunidades, experiências,
                                           O problema da
competências e
conhecimentos que
                                            transparência
prepararão cada jovem para
uma participação a 100%.                Ainda que os jovens estejam
(PC/net em casa)
(PC/net                                 cada vez mais à vontade na
                                        utilização dos media, não
O actual sistema educativo não
                                        têm capacidade para analisar
tem resposta para isto.
                                        a forma como os media                 O desafio/vazio ético
                                        moldam a sua percepção do
“No longer are children and young
people only or even mainly divided by   mundo.                                Ainda estão por definir as
those with or without access. (…)
                       access.
                                                                              normas éticas de acção no
They are divided into those for whom
                                        Incapacidade para avaliar o
                                                                              ciberespaço.
the Internet is an increasingly rich,
                                rich,
                                        verdadeiro valor de
diverse, engaging and stimulating
diverse,                                                                      Quem é o wathdog?
                                                                                        wathdog?
                                        determinada informação.
resource and those for whom it
                                                                              Que mecanismo de defesa
                                        (ex: separação de publicidade de
                                         ex:
remains a narrow, unengaging, if
           narrow, unengaging,
                                                                              têm as crianças e os jovens?
                                        conteúdos não comerciais)
occasionally useful, resource of less
              useful,
significance.
significance.
Intervir pedagogicamente
 Como assegurar que cada criança tem acesso às competências e
 experiências necessárias a que se torne um participante activo no
 futuro social, cultural, económico e político da nossa sociedade?


 Como assegurar a capacidade de cada criança para compreender a
 forma como os media condicionam a sua percepção do mundo?


 Como garantir que cada criança tem noção dos novos padrões éticos
 que alicerçam as suas experiências enquanto media makers e
 membros das comunidades online?




       Que tipo de ensino pode resolver o gap de participação,
       o problema da transparência, os desafios/vazios éticos?
       O que é que queremos ensinar às crianças?
O que devemos ensinar?
                                  Literacia tradicional
       As novas literacias        Pesquisa de informação
                                  Competências técnicas
                                  Análise crítica
              social skills




    Jogo              Navegação Transmedia

                                                           Simulação
                      Apropriação
Performance
                                 Cognição distribuída

       Inteligência Colectiva                                 Multi-tarefas
                                            Negociação

                          Networking                       Análise Crítica
Jogo “A game is nothing but a set of problems”
    Forma de explorar e adquirir conhecimentos
(carta de jogador de baseball, cidades dos clubes, história da modalidade, estádios arquitectura)



    Treino na resolução de problemas: o risco e a consequência
    da jogada (decisão e erro) em experiência directa


    A “pica” de jogar: envolvimento activo. Uma forte
    identificação conduz a um investimento emocional a sério.


         “Children often feel locked out of the worlds described in their
         text books through the despersonalized and abstract
         prose used to describe them. Games construct compelling
         worlds players move through. Players feel a part of those
         worlds and have some stake in the events unfolding.”
Simulação            A capacidade para interpretar e construir modelos do mundo real


Expansão da capacidade cognitiva pela criação de mundos virtuais: a
simulação introduz a criança na lógica de funcionamento do mundo
real.


Observação e experiência directa: incentivo à alteração, intervenção
sobre a realidade.
(Jogo César III: “Não quero estudar Roma no liceu. Eu construo Roma todos os dias no meu
jogo”. – A distinção entre classe sociais. Discussão com o pai. “Uma classe social
corresponde à distância a que te encontras do Senado; eu sei que na realidade não é bem
assim, é mais a distância a que estás dos senadores, mas é mais ou menos o mesmo”)


Quanto mais interessante me parece uma actividade, mais tempo
perco com ela: maior disponibilidade para a aprendizagem.


       Os estudantes têm de aprender a interpretar e manipular as
       simulações que experimentam, por forma a construírem as suas
       próprias chaves de interpretação do mundo real.
Performance              A capacidade de adoptar identidades alternativas com o
        objectivo de improvisar e descobrir

           Assumir identidades fictícias, permite às crianças desenvolverem um
           conhecimento mais aprofundado sobre si mesmas e sobre o seu papel na
           sociedade. (ex.: fazer de escrava ou de burro no Natal)


           Identidade projectada

           - a criança identifica-se e assume-se como sendo a personagem
           - a criança vê na personagem um espelho reflector dos seus próprios valores e
           escolhas (ex.: japanese pop character)


           A auto-representação no blogue: capacidade de reinventar repetidamente o Eu,
           facilitada pela possibilidade de actualizar constantemente o blogue e pelo
           anonimato


ROLE-PLAY: a performance improvisada é uma competência chave que equilibra resolução de
problemas com expressão criativa, convidando a criança a reinventar-se a si e ao mundo e
permitindo-lhe examinar um mesmo problema de múltiplas perspectivas.
Apropriação      Capacidade para extrair e misturar conteúdos mediáticos


   Apropriação e transformação são mais do que pura pirataria (Napster
   generation). São intemporais ainda que a era digital facilite os 2
   processos.


   Não derruba o ideal do artista autêntico e autónomo.


   Envolve análise e comentário.


   É o ponto de partida para criadores pouco experientes: permite-lhes
   soltar a criatividade, sem o peso da página em branco.
Multi-tarefas           “Scanear” a realidade

 É preciso “scanear” toda a paisagem informativa e não cingir a observação a um só
 elemento.


 O “scrawl” das notícias televisivas: o ecrã é um mosaico, cada quadradinho com o seu bit de
 informação relevante, nenhum deles nos oferecendo a imagem completa

                                                                   Caçador
          Homem da quinta
                                        Vs.        “Scaneia” uma paisagem complexa em
  Segue uma sequência de tarefas que
                                                   buscas de pistas que o levem a descobrir a
  requerem atenção localizada
                                                   presa


 Durante séculos as escolas produziram homens da quinta. Hoje exige-se às crianças também
 as competências do caçador. Uma observação “multi-tarefas” é uma forma de monitorizar e
 responder ao mar de informação circundante.


 Os jovens têm de aprender a relacionar informação vinda de várias direcções e a formular
 modelos baseados em informação parcial, fragmentada e intermitente.
Cognição distribuída          Capacidade de interagir com
ferramentas que expandem o potencial intelectual de cada um



  Formas de externalização da memória (bases de dados) ou de
  processos (a soma na calculadora) muito úteis em momentos de
  decisão estratégica.


  Os estudantes precisam de aprender a pensar com e através das
  ferramentas de que dispõem, da mesma forma que precisam de reter
  informação no seu cérebro.


  A inteligência é uma capacidade individual, mas também uma
  capacidade cognitiva por onde perpassam “brain, body and world”.
Inteligência colectiva                 “Everyone knows something,
nobody knows everything”

  O trabalho em equipa define o mundo laboral de hoje. Cada um é chamado
  como expert para resolver um problema de todos, que nunca conseguiria
  resolver sozinho (um crime).


  A partilha de conhecimentos atinge um maior grau de sofisticação quando
  pensamos no online (um filme).


  Até hoje o ensino produziu especialistas em resolver problemas de forma
  autónoma: indivíduos e não equipas de trabalho.


  Problemas de larga escala só poderão ser resolvidos por equipas.


   “Minimally, schools should be teaching students to thrive in both
   worlds: having a broad back-ground on a range of topics, but also knowing
   when they should turn to a larger community for relevant expertise. They
   must solve problems on their own but also how to expand their intellectual
   capacity by working on a problem within a social community.”
Avaliação crítica          Capacidade de aferir a credibilidade de
  diferentes fontes de informação e a qualidade da informação


       “The new mediated landscape of mainstream news sources, collaborative
       blog projects, unsourced news sites, and increasingly sophisticated marketing
       techniques aimed at ever-younger consumers demand that students be
       taught how to distinguish fact from fiction, argument from
       documentation, real from fake, and marketing from enlightenment.quot;



O ciberespaço é um mundo onde toda a gente pode colocar tudo. Da mesma forma
que aprendemos a distinguir um poema de um ensaio temos de aprender a distinguir
informação de desinformação.


O ciberespaço define-se tanto pela desinformação como pelos mecanismos que
permitem corrigi-la.


Os jovens têm de aprender não só a avaliar a qualidade das diferentes fontes de
informação, mas também a perceber como os interesses e pontos de vista enformam
a informação, como a desinformação é perpetuada ou corrigida.
Navegação transmedia               A capacidade para ler e
expressar-se através de todos os media


“Pokémon is something you do, not just something you read or watch or consume.”



A mesma informação, as mesmas histórias, as mesmas personagens, os
mesmos mundos em múltiplas formas de representação.


Os novos media creators têm de saber navegar por diferentes formas de
representação (a palavra escrita e falada, a fotografia, a imagem em
movimento, a música, os modelos 3D…) para escolherem a melhor para
comunicar “aquilo”. A composição deixou de ser textual.


É preciso aprender a pensar através do media e esquecer o lápis e a folha de
papel.
Networking            A capacidade para pesquisar, sintetizar e divulgar
informação

  Um bom estudante deixou de ser aquele que detém um elevado grau de
  conhecimentos, para passar a ser aquele que sabe navegar na torrente de
  informação, contínua e ininterruptamente actualizada, do mundo de hoje.
  (google)


  Networking é saber identificar potenciais fontes de informação.


  Networking é, mais do que isso, sintetizar, combinar diferentes fontes na
  produção de um conhecimento novo, com valor acrescentado. (ex.: definição do
  local mais apropriado para a construção de um novo hospital em S. Francisco)


  Os jovens têm de apreender o funcionamento do networking, utilizando-o de
  acordo com os seus objectivos de trabalho. Para isso, precisam de:
    - perceber os contextos sócio-culturais em que diferentes informações
       emergem;
    - saber quando confiar ou não no outro como filtro seleccionador da
       informação relevante.
Negociação               Capacidade de negociação e deliberação para
   além da diferença

                 Negociação entre diferentes pontos de vista

                 Negociação entre diferentes comunidades (cibernautas)


     O novo media creator deve procurar, nas suas produções, não perpetuar os
     estereótipos construídos pelos media (raça, classe, sexo, religião).



       “It becomes increasingly critical to help students acquire skills in
       understanding multiple perspectives, respecting and even embracing
       diversity of views, understanding a variety of social norms, and negotiating
       between conflicting options.”



É necessário contrariar o “diálogo de surdos”.              (os tradicionais
debates de prós e contras na sala de aula – relação é fixada a priori como
antagónica e irreconciliável)
Que competências exige o séc. XXI?
                              Que assegurem a
                              participação das novas
                              comunidades emergentes
                              no seio da nova sociedade
                              “networked”.




                              Competências
Que assegurem aos
estudantes a utilização de                                Que facilitem a troca de
novas ferramentas de                                      informação entre as
simulação, de novos                                       diferentes comunidades e a
dispositivos de informação,                               capacidade de
de novas networks sociais.                                movimentação por entre as
                                                          diferentes plataformas
                                                          mediáticas e networks
                                                          sociais.
Quem?
        *Modelo de educação para os media proposto por Thoman and Jolls (2005)



                                                              Escolas
                                                      Exigência multidisciplinar

                                                  1. Quem criou a mensagem?
                          2. Que técnicas criativas foram utilizadas para atrair a minha atenção?
                          3. Quantas pessoas entendem a mensagem de forma diferente de mim?
        4. Que estilos de vida, valores e pontos de vista estão representados – ou omitidos – nesta mensagem?
                                           5. Porque é que esta mensagem foi enviada?



                                                      É determinante a participação
  Programas                                                activa de cada indivíduo
                                                                                                Pais
                                                           na selecção, criação,
  extra-curriculares                                       reformulação, análise e
                                                           divulgação dos conteúdos     Orientação nas escolhas de
Espaço de análise crítica do que                           mediáticos
                                                                                        utilização dos media e ajuda na
“lêem”, de criação e de reflexão
                                                                                        antecipação das consequências
                                                      É importantíssimo sabermos
sobre aquilo que produzem                                 situar o que produzimos       das escolhas feitas
                                                          no seu contexto social,
                                                          cultural e legal.
Notas finais

A educação para os media marca presença na realidade de alguns jovens, mas
ainda não é central na experiência educativa de todos os estudantes.
Estaremos a criar a nova elite cultural? A aprofundar o hiato?


Como aplicarmos os princípios base elencados ao percurso curricular dos
jovens? Como fazê-los chegar à fronteira entre as actividades realizadas dentro
do portão da escola e fora do portão da escola?


O que é que está ao nosso alcance fazer (através das escolas, dos programas
extra-curriculares, do acompanhamento em casa) para darmos com as crianças
o pontapé de saída e aos jovens oferecermos a oportunidade de crescerem e se
desenvolverem como participantes activos e comunicadores com ética?

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  • 1. Confronting the Challenges of Participatory Culture: Media Education for the 21st Century Autor: Henry Jenkins, director do programa de Estudos Comparados dos Media no MIT Joana Seabra
  • 2. Cultura participativa Mais de metade dos jovens americanos cria conteúdos para os media 1/3 dos jovens americanos utilizadores da internet partilham os conteúdos que produzem (estudo do Pew Internet & American Life project, 2005) Práticas educativas Vida comunitária Media Creators Processos criativos Cidadania democrática Emergência de um contexto cultural propício à participação alargada na produção e distribuição de conteúdos mediáticos Resultante da absorção e resposta da cultura à explosão das novas tecnologias dos media “It matters what tools are available to a culture, but it matters more what that culture chooses to do with those tools.”
  • 3. O que é a cultura participativa Poucas barreiras à expressão artística e ao envolvimento cívico Estimula a criação e partilha do que criamos com os outros O mentor é uma figura informal (a experiência) É o lugar onde acreditamos que o nosso contributo realmente interessa É o espaço onde sentimos um grau de conexão social A cultura participativa muda o foco da literacia da expressão individual para o envolvimento social. Reformula as regras que definem o ensino, a expressão cultural, a vida cívica e o mundo do trabalho. Oportunidade de aprendizagem Desenvolvimento de competências Expressão criativa Conhecimentos Envolvimento cívico Enquadramentos éticos Consciência política Auto-confiança Desenvolvimento económico
  • 4. Cria espaços de afinidade (ensino peer-to-peer) Sistemas educativos Espaços de afinidade tradicionais Educação Conservadora Experimental vs. Estática Inovadora Estruturas de suporte Estruturas de suporte provisórias institucionalizadas “We are moving away Instituições imutáveis apesar das Resposta a necessidades de curto from a world in which some consecutivas reformas educativas prazo e interesses pontuais produce and many consume media, toward Burocráticas e à escala nacional Ad hoc e locais one in which everyone has a more active stake in the Não há mobilidade Capacidade de abandono de acordo cultura that is com o interesse produced.”
  • 5. Porquê educação para os media? Porque não laisser faire? As crianças e os jovens adquirem as competências necessárias por interacção com a cultura popular. 3 preocupações sugerem, contudo, a necessidade de intervenção pedagógica: Participation gap Acesso desigual às oportunidades, experiências, O problema da competências e conhecimentos que transparência prepararão cada jovem para uma participação a 100%. Ainda que os jovens estejam (PC/net em casa) (PC/net cada vez mais à vontade na utilização dos media, não O actual sistema educativo não têm capacidade para analisar tem resposta para isto. a forma como os media O desafio/vazio ético moldam a sua percepção do “No longer are children and young people only or even mainly divided by mundo. Ainda estão por definir as those with or without access. (…) access. normas éticas de acção no They are divided into those for whom Incapacidade para avaliar o ciberespaço. the Internet is an increasingly rich, rich, verdadeiro valor de diverse, engaging and stimulating diverse, Quem é o wathdog? wathdog? determinada informação. resource and those for whom it Que mecanismo de defesa (ex: separação de publicidade de ex: remains a narrow, unengaging, if narrow, unengaging, têm as crianças e os jovens? conteúdos não comerciais) occasionally useful, resource of less useful, significance. significance.
  • 6. Intervir pedagogicamente Como assegurar que cada criança tem acesso às competências e experiências necessárias a que se torne um participante activo no futuro social, cultural, económico e político da nossa sociedade? Como assegurar a capacidade de cada criança para compreender a forma como os media condicionam a sua percepção do mundo? Como garantir que cada criança tem noção dos novos padrões éticos que alicerçam as suas experiências enquanto media makers e membros das comunidades online? Que tipo de ensino pode resolver o gap de participação, o problema da transparência, os desafios/vazios éticos? O que é que queremos ensinar às crianças?
  • 7. O que devemos ensinar? Literacia tradicional As novas literacias Pesquisa de informação Competências técnicas Análise crítica social skills Jogo Navegação Transmedia Simulação Apropriação Performance Cognição distribuída Inteligência Colectiva Multi-tarefas Negociação Networking Análise Crítica
  • 8. Jogo “A game is nothing but a set of problems” Forma de explorar e adquirir conhecimentos (carta de jogador de baseball, cidades dos clubes, história da modalidade, estádios arquitectura) Treino na resolução de problemas: o risco e a consequência da jogada (decisão e erro) em experiência directa A “pica” de jogar: envolvimento activo. Uma forte identificação conduz a um investimento emocional a sério. “Children often feel locked out of the worlds described in their text books through the despersonalized and abstract prose used to describe them. Games construct compelling worlds players move through. Players feel a part of those worlds and have some stake in the events unfolding.”
  • 9. Simulação A capacidade para interpretar e construir modelos do mundo real Expansão da capacidade cognitiva pela criação de mundos virtuais: a simulação introduz a criança na lógica de funcionamento do mundo real. Observação e experiência directa: incentivo à alteração, intervenção sobre a realidade. (Jogo César III: “Não quero estudar Roma no liceu. Eu construo Roma todos os dias no meu jogo”. – A distinção entre classe sociais. Discussão com o pai. “Uma classe social corresponde à distância a que te encontras do Senado; eu sei que na realidade não é bem assim, é mais a distância a que estás dos senadores, mas é mais ou menos o mesmo”) Quanto mais interessante me parece uma actividade, mais tempo perco com ela: maior disponibilidade para a aprendizagem. Os estudantes têm de aprender a interpretar e manipular as simulações que experimentam, por forma a construírem as suas próprias chaves de interpretação do mundo real.
  • 10. Performance A capacidade de adoptar identidades alternativas com o objectivo de improvisar e descobrir Assumir identidades fictícias, permite às crianças desenvolverem um conhecimento mais aprofundado sobre si mesmas e sobre o seu papel na sociedade. (ex.: fazer de escrava ou de burro no Natal) Identidade projectada - a criança identifica-se e assume-se como sendo a personagem - a criança vê na personagem um espelho reflector dos seus próprios valores e escolhas (ex.: japanese pop character) A auto-representação no blogue: capacidade de reinventar repetidamente o Eu, facilitada pela possibilidade de actualizar constantemente o blogue e pelo anonimato ROLE-PLAY: a performance improvisada é uma competência chave que equilibra resolução de problemas com expressão criativa, convidando a criança a reinventar-se a si e ao mundo e permitindo-lhe examinar um mesmo problema de múltiplas perspectivas.
  • 11. Apropriação Capacidade para extrair e misturar conteúdos mediáticos Apropriação e transformação são mais do que pura pirataria (Napster generation). São intemporais ainda que a era digital facilite os 2 processos. Não derruba o ideal do artista autêntico e autónomo. Envolve análise e comentário. É o ponto de partida para criadores pouco experientes: permite-lhes soltar a criatividade, sem o peso da página em branco.
  • 12. Multi-tarefas “Scanear” a realidade É preciso “scanear” toda a paisagem informativa e não cingir a observação a um só elemento. O “scrawl” das notícias televisivas: o ecrã é um mosaico, cada quadradinho com o seu bit de informação relevante, nenhum deles nos oferecendo a imagem completa Caçador Homem da quinta Vs. “Scaneia” uma paisagem complexa em Segue uma sequência de tarefas que buscas de pistas que o levem a descobrir a requerem atenção localizada presa Durante séculos as escolas produziram homens da quinta. Hoje exige-se às crianças também as competências do caçador. Uma observação “multi-tarefas” é uma forma de monitorizar e responder ao mar de informação circundante. Os jovens têm de aprender a relacionar informação vinda de várias direcções e a formular modelos baseados em informação parcial, fragmentada e intermitente.
  • 13. Cognição distribuída Capacidade de interagir com ferramentas que expandem o potencial intelectual de cada um Formas de externalização da memória (bases de dados) ou de processos (a soma na calculadora) muito úteis em momentos de decisão estratégica. Os estudantes precisam de aprender a pensar com e através das ferramentas de que dispõem, da mesma forma que precisam de reter informação no seu cérebro. A inteligência é uma capacidade individual, mas também uma capacidade cognitiva por onde perpassam “brain, body and world”.
  • 14. Inteligência colectiva “Everyone knows something, nobody knows everything” O trabalho em equipa define o mundo laboral de hoje. Cada um é chamado como expert para resolver um problema de todos, que nunca conseguiria resolver sozinho (um crime). A partilha de conhecimentos atinge um maior grau de sofisticação quando pensamos no online (um filme). Até hoje o ensino produziu especialistas em resolver problemas de forma autónoma: indivíduos e não equipas de trabalho. Problemas de larga escala só poderão ser resolvidos por equipas. “Minimally, schools should be teaching students to thrive in both worlds: having a broad back-ground on a range of topics, but also knowing when they should turn to a larger community for relevant expertise. They must solve problems on their own but also how to expand their intellectual capacity by working on a problem within a social community.”
  • 15. Avaliação crítica Capacidade de aferir a credibilidade de diferentes fontes de informação e a qualidade da informação “The new mediated landscape of mainstream news sources, collaborative blog projects, unsourced news sites, and increasingly sophisticated marketing techniques aimed at ever-younger consumers demand that students be taught how to distinguish fact from fiction, argument from documentation, real from fake, and marketing from enlightenment.quot; O ciberespaço é um mundo onde toda a gente pode colocar tudo. Da mesma forma que aprendemos a distinguir um poema de um ensaio temos de aprender a distinguir informação de desinformação. O ciberespaço define-se tanto pela desinformação como pelos mecanismos que permitem corrigi-la. Os jovens têm de aprender não só a avaliar a qualidade das diferentes fontes de informação, mas também a perceber como os interesses e pontos de vista enformam a informação, como a desinformação é perpetuada ou corrigida.
  • 16. Navegação transmedia A capacidade para ler e expressar-se através de todos os media “Pokémon is something you do, not just something you read or watch or consume.” A mesma informação, as mesmas histórias, as mesmas personagens, os mesmos mundos em múltiplas formas de representação. Os novos media creators têm de saber navegar por diferentes formas de representação (a palavra escrita e falada, a fotografia, a imagem em movimento, a música, os modelos 3D…) para escolherem a melhor para comunicar “aquilo”. A composição deixou de ser textual. É preciso aprender a pensar através do media e esquecer o lápis e a folha de papel.
  • 17. Networking A capacidade para pesquisar, sintetizar e divulgar informação Um bom estudante deixou de ser aquele que detém um elevado grau de conhecimentos, para passar a ser aquele que sabe navegar na torrente de informação, contínua e ininterruptamente actualizada, do mundo de hoje. (google) Networking é saber identificar potenciais fontes de informação. Networking é, mais do que isso, sintetizar, combinar diferentes fontes na produção de um conhecimento novo, com valor acrescentado. (ex.: definição do local mais apropriado para a construção de um novo hospital em S. Francisco) Os jovens têm de apreender o funcionamento do networking, utilizando-o de acordo com os seus objectivos de trabalho. Para isso, precisam de: - perceber os contextos sócio-culturais em que diferentes informações emergem; - saber quando confiar ou não no outro como filtro seleccionador da informação relevante.
  • 18. Negociação Capacidade de negociação e deliberação para além da diferença Negociação entre diferentes pontos de vista Negociação entre diferentes comunidades (cibernautas) O novo media creator deve procurar, nas suas produções, não perpetuar os estereótipos construídos pelos media (raça, classe, sexo, religião). “It becomes increasingly critical to help students acquire skills in understanding multiple perspectives, respecting and even embracing diversity of views, understanding a variety of social norms, and negotiating between conflicting options.” É necessário contrariar o “diálogo de surdos”. (os tradicionais debates de prós e contras na sala de aula – relação é fixada a priori como antagónica e irreconciliável)
  • 19. Que competências exige o séc. XXI? Que assegurem a participação das novas comunidades emergentes no seio da nova sociedade “networked”. Competências Que assegurem aos estudantes a utilização de Que facilitem a troca de novas ferramentas de informação entre as simulação, de novos diferentes comunidades e a dispositivos de informação, capacidade de de novas networks sociais. movimentação por entre as diferentes plataformas mediáticas e networks sociais.
  • 20. Quem? *Modelo de educação para os media proposto por Thoman and Jolls (2005) Escolas Exigência multidisciplinar 1. Quem criou a mensagem? 2. Que técnicas criativas foram utilizadas para atrair a minha atenção? 3. Quantas pessoas entendem a mensagem de forma diferente de mim? 4. Que estilos de vida, valores e pontos de vista estão representados – ou omitidos – nesta mensagem? 5. Porque é que esta mensagem foi enviada? É determinante a participação Programas activa de cada indivíduo Pais na selecção, criação, extra-curriculares reformulação, análise e divulgação dos conteúdos Orientação nas escolhas de Espaço de análise crítica do que mediáticos utilização dos media e ajuda na “lêem”, de criação e de reflexão antecipação das consequências É importantíssimo sabermos sobre aquilo que produzem situar o que produzimos das escolhas feitas no seu contexto social, cultural e legal.
  • 21. Notas finais A educação para os media marca presença na realidade de alguns jovens, mas ainda não é central na experiência educativa de todos os estudantes. Estaremos a criar a nova elite cultural? A aprofundar o hiato? Como aplicarmos os princípios base elencados ao percurso curricular dos jovens? Como fazê-los chegar à fronteira entre as actividades realizadas dentro do portão da escola e fora do portão da escola? O que é que está ao nosso alcance fazer (através das escolas, dos programas extra-curriculares, do acompanhamento em casa) para darmos com as crianças o pontapé de saída e aos jovens oferecermos a oportunidade de crescerem e se desenvolverem como participantes activos e comunicadores com ética?