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EXPERIÊNCIA E PERSPECTIVA
    CONTEMPORÂNEA DO
     COMPORTAMENTO
 INFORMACIONAL HUMANO.

Dra. Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
AGENDA
• EXPERIENCIA
 –   Origens
 –   Conceito
 –   Experiência X razão
 –   Experiencia (Dewey)
• PARADIGMAS DE COMPORTAMENTO
  INFORMACIONAL
Se tivesse que
 « projetar » um ET
para um filme, como
      ele seria?
• “o procedimento é realmente muito simples. Primeiramente,
  você organiza os itens em diferentes grupos. Naturalmente,
  uma coluna pode ser suficiente, dependendo de quanto há
  para fazer. Se você tiver de ir a outro lugar, devido à falta de
  recursos, esse é o próximo passo; do contrário, você está
  razoavelmente preparado. É importante não exagerar as
  coisas. Isto é, é melhor fazer pouquíssimas coisas ao mesmo
  tempo do que demais. A curto prazo, isso pode não parecer
  importante, mas facilmente podem surgir complicações. Um
  engano também pode ser dispendioso. A princípio, o
  procedimento total parecerá complicado. Logo, entretanto, se
  transformará em apenas outra faceta da vida. É difícil prever
  algum limite à necessidade dessa tarefa no futuro imediato,
  mas, por outro lado, nada se pode afirmar. Depois de
  completado o procedimento, organizam-se novamente os
  elementos em diferentes grupos. Então, podem ser colocados
  em seus devidos lugares. Finalmente, serão usados uma vez
  mais e o ciclo total terá, então de ser repetido. Entretanto, isso
  faz parte da vida.” (Sternberg, 2000, p. 228)
LAVAGEM DE ROUPAS
• Ao tentar codificar a informação no texto
  apresentado, você pode ter achado complicado
  para codificar, dificultando também o
  armazenamento e a recuperação da informação.
  Entretanto um rótulo verbal pode facilitar a
  codificação e, por conseguinte, o armazenamento
  e a recuperação. A maioria das pessoas aceita
  melhor o trecho se lhes for dado seu título
  “Lavagem de roupas”.
Processos da Memória
• A codificação refere-se ao modo como uma pessoa
  transforma a entrada de uma informação física e
  sensorial em uma espécie de representação que
  pode ser colocada na memória.
• O armazenamento refere-se à maneira como a
  pessoa mantém a informação codificada na
  memória.
• A recuperação refere-se ao modo como a pessoa
  obtém acesso à informação armazenada na
  memória.
• Estes processos interagem reciprocamente e são
  interdependentes.
Experiência
• As pessoas elaboram novos conhecimentos a partir
  das experiências e vivências de mundo.
• O sentido das coisas surge das atividades
  permanentes de intercâmbio de uma mente com um
  corpo que vive em um ambiente.
• Assim, as ideias e o conhecimento científico
  resultam de esquemas de pensamentos preliminares
  e de interação atenta entre o sujeito e o mundo, no
  qual ele busca e usa informações.
• A ciência é produto do sujeito e de seu inter-
  relacionamento com o mundo.
“Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por
 ciência, eu o sei a partir de uma visão minha
 ou de uma experiência de mundo sem a qual
 os símbolos da ciência não poderiam dizer
 nada Todo o universo da ciência é construído
 sobre o mundo vivido, e se queremos pensar a
 própria ciência com rigor, apreciar exatamente
 seu sentido e seu alcance, precisamos
 despertar essa experiência do mundo da qual
 ela é expressão segunda”.
Maurice Merleau-Ponty (Rochefort-sur-Mer, 14 de
março de 1908 — Paris, 4 de maio de 1961) foi um
filósofo fenomenólogo francês.


Merleau-Ponty (1999, p.3)
• Ciência
• Aprendizagem
• Informação
• Experiência


        Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
• Quanto mais experiência os
  pesquisadores adquirirem com
  a busca e uso da informação,
  maior será o impacto no
  conhecimento produzido.
• Experiência = aprendizagem
          Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
CONSCIENCIA E
              EXPERIENCIA
• A consciência da experiência pode ser uma forma de
  tornar o ser humano responsável eticamente pelo
  ciclo de produção científica, visto que as
  modificações ou transformações propiciadas pela
  ciência ocorrem em um mundo inseparável do ser,
  parte do corpo humano, no qual se insere a mente.
  Por isso, a discussão sobre experiência envolve os
  aspectos cognitivos e a dimensão ética de como o
  indivíduo se relaciona com a natureza e a
  transforma.
Razão X experiência
• A razão: fundada na especulação
  matemática e filosófica, relaciona-se à
  capacidade de pensar, formar
  julgamentos, tirar conclusões.
• A experiência: instituída na tentativa e no
  erro, não era passível de produzir
  conhecimento verdadeiro.
CONHECIMENTO PRÉVIO X
       EXPERIÊNCIA
• Dewey; Piaget; Ausubel; Meirieu; Carretero;
  Pozo
• Conhecimentos prévios: experiências,
  informações sobre fatos, fenômenos, coisas,
  processos.
• Experiência: proveniente da vivência e da
  interação com o mundo.

              Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
RAÍZES HISTÓRICAS
• Razão: ratio (calculo) (séc. VIII aC e VI aC):
  Transição do mítico para a racionalidade.
• A humanidade estava impregnada pelo Mythos
• Escola de Mileto - Grécia
• Thales (625-562 aC) – água
• Anaximandro (611-546 aC) – apeíron
• Anaximenes (586-526 aC) – ar

                  Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
• Sócrates (469-399 a.c.), Platão (428/7-347 a.c.) e
  Aristóteles (384-322 a.c.).
• Logos/episteme X doxa
  Episteme: nova forma de racionalidade própria da
  ciência e da filosofia, alicerçada na racionalidade,
  discurso e demonstração (Vasconcellos, 2003).
• Idade Moderna: Cisão entre filosofia e ciência
• Bacon: precursor do método empírico-positivista –
  Observação e a experimentação – raciocínio indutivo.
• Reflexo do movimento: empiristas e racionalistas



                   Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
• Pragmatismo: séc. XIX – conceito de experiência
  como interação do organismo vivo com o meio.
• Peirce, W. James e John Dewey: A verdade
  depende da cognição e do conhecimento
  humano, construída sobre a noção de experiência
  (Shook, 2002)
• Fenomenologia: Husserl; Merleau-Ponty
• Conclusão: pêndulo oscilante pelos extremos.
• Indíviduo (mente/corpo) ______> meio ambiente
                           experiência
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RESSIGNIFICANDO O CONCEITO
• Experiência: provar, verificar, testar ou a algo
  vivido – sentir, sofrer
• Per – periculum - ensaio, tentativa, prova -
• Experiência se constrói a partir dos perigos que
  enfrenta, processo que pode tornar o indivíduo
  perito.
• Coordenação mente e corpo X atenção dividida
• Quais são as tarefas que fazemos
  simultaneamente?
                 Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
• Pressuposto: atenção consciente, linguagem e
  interação mente/corpo


     Lembranças de tudo o que ocorreu ou                              Vivência consciência (dar-se conta)
 Atividades realizadas de forma automatizadas                                     Reflexão
                                                                                   Atenção
                                                                                  Interação




                                       Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
Crenças e práticas biológicas, sociais e culturais


                Estrutura da cognição




                                                   Cognição &
    estrutura
                                                   experiências




                Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
• A experiência insere-se em um sistema, no qual
  se pode atribuir estruturas cerebrais específicas a todas as
  formas de comportamentos e experiências e,
  inversamente, mudanças na estrutura cerebral manifestam-
  se nos comportamentos e experiências.
• A estrutura cognitiva de um indivíduo reflete a relação de
  interdependência entre a estrutura mental e as
  experiências e comportamentos que se processam em um
  contexto específico, no qual as crenças e práticas
  biológicas, sociais e culturais condicionam essas
  experiências (Varela; Thompson; Rosch, 2003).


                    Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
Experiência - Dewey
• Conceito complexo
• Reflexão: “ que nos liberta da influência
  cerceante dos sentidos, dos apetites, da
  tradição”
• Parte cognitiva da experiência: percepção das
  relações
• Fato: criança coloca dedo na chama
• Experiência: o dedo no fogo provoca
  queimadura.
                 Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
Princípos fundamentais da
              Experiência - Dewey
• Interação: relação entre as ‘condições objetivas’ e
  ‘condições internas’.
      ·A experiência ocorre na mente e em um
  contexto específico
      · Experiência de uma criança do meio rural e
  urbana

• Continuidade: as experiências se sustentam na
  anterior e modificam a posterior.
      · Inferência de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
                 Faculdade
Experiência - Dewey
Kant: “se todo conhecimento começa com a
  experiência, isso não prova que ele derive por
  inteiro da experiência”
Dewey: conhecimento: experiência (inferência) +
  informações + reflexão
Schön: reflexão sobre a experiência: desenvolver,
  compreender e aprimorar a aprendizagem e
  conhecimento.


                 Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
A experiência e a busca e uso da informação
   • Busca da informação: modo como as pessoas procuram
     informações para as suas necessidades.
   • Ativa/passiva; autonomia; estratégias para atingir os
     objetivos; monitoração das estratégias, conhecimento
     dos canais e estruturas das fontes de informação;
     conhecimento das tecnologias da informação.
   • Uso da informação: capacidade de decodificação,
     interpretação, controle e organização do conhecimento;
     valores pessoais, crenças e atitudes ; controle e
     monitoração dos próprios processos de usar a
     informação.
Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
• Competências abrange, também, valores
  pessoais, motivações, crenças, visão crítica e
  atitudes como responsabilidade, ética e, ainda, a
  capacidade do indivíduo de refletir, controlar e
  monitorar os próprios processos de busca e de
  uso da informação.
• Por isso, essas atividades implicam quase
  sempre a aprendizagem de um conteúdo que
  pode ser conceitual (fatos, situações, conceitos),
  procedimental (procedimentos, habilidades,
  destrezas, técnicas) ou atitudinal (postura,
  valores, comportamentos).
• O processo de construção e
  desenvolvimento das competências de busca
  e de uso da informação,
  O LETRAMENTO INFORMACIONAL, é
  fundamental para se viver em uma época de
  rápidos avanços tecnológicos e de
  propagação de grandes quantidades de
  informação em que se suscitam
  questionamentos sobre a sua autenticidade,
  validade e confiabilidade.
Impactos da experiência

• Estudo de Bartlet (1932): Pessoas distorciam a história
  para torná-la mais compreensível.
• por que as pessoas buscam primeiramente as fontes ou
  canais de informações que lhes estão mais próximos, em
  detrimento, às vezes, da sua qualidade? (Gasque, 2003;
  Giacometti 1990; Kremer, 1981). Por que as pessoas
  usam mais especificamente um tipo de fonte ou canal de
  informação? Por que as pessoas usam pouco as
  bibliotecas? Por que a percepção que as pessoas
  possuem do próprio conhecimento influencia o processo
  de busca da informação? (Wilson, 1997).
Impactos da experiência
• A pesquisa da Medline mostra que o sucesso dos
  resultados da busca pode interferir nas atividades
  subseqüentes e na própria percepção dos
  pesquisadores sobre como avaliam suas
  competências.
• O estudo de Kremer (1981), mostra que a percepção
  que os engenheiros têm a respeito da acessibilidade,
  facilidade de uso, qualidade técnica e experiência
  prévia determina o grau de uso do canal de
  informação.
• http://www.youtube.com/watch?v=YbnsHX8e2OY
Paradigmas de Comportamento
          INFORMACIONAL
• Paradigma: forma como percebemos e atuamos no
  mundo.
• Os paradigmas funcionam como filtros que ifnuenciam e
  selecionam o que percebemos e reconhecemos e que nos
  levam a recusar e distorcer dados que não combinam
  com as expectativas.
• Os paradigmas influenciam nossa ação: influencia a
  acreditar que o jeito de fazer determinada coisa é o certo.
Tipos de contextos de pesquisa
(1)‘container’, no qual os elementos existem
  objetivamente em torno dos atores;
(2) construção de significado, em que se analisa
  o ponto de vista do autor;
(3)construção social, em que os atores elaboram
  a informação por meio da interação social;
(4) relacional, em que o conceito de ator social e
  contexto estão vinculados entre si.
Importância do estudo de revisão
sobre Comportamento informacional
  Os estudos de revisão sobre comportamento
   informacional descrevem o cenário das
   grandes questões tratadas desde as primeiras
   pesquisas na área até os dias atuais.
  Levando-se em conta esses estudos, podem-
   se delinear as características principais de
   cada década (paradigma).
Décadas de 50 e 60
 As pesquisas realizadas entre os anos de 1950 e meados da década de
   1960, primeiro período dos estudos de usuários, concentravam-se nos
   indivíduos que utilizavam informação científica e tecnológica.
 Abrangência: conjunto relativamente limitado de assuntos com membros
   de disciplinas específicas ou da comunidade científica como um todo.
 A técnica de coleta de dados mais empregada: questionários
   autoadministrados.
 As investigações tinham natureza exploratória e os resultados eram
   descritos em termos gerais a partir da reunião de dados sobre hábitos e
   necessidades.
 Permitiu o desenho de sistemas de informação de acordo com a maioria
  das necessidades dos usuários. Entretanto, como os resultados às vezes
  fossem contraditórios, muitos estudos falharam na tentativa de dar
  suporte à estruturação dos sistemas de informação.
Décadas de 50 e 60
 Em meados de 1960, os estilos mais generalistas começaram a
  rarear.
 Os levantamentos sobre usuário nem sempre eram de boa
  qualidade.
 Instrumentos utilizados: técnicas de observação indireta e análise
  de citação.
 Métodos sociológicos mais refinados possibilitaram a descrição
  de colégios invisíveis e nomeação de gatekeeper, além da
  compreensão mais profunda sobre modos de a informação ser
  adquirida e usada.
 Os estudos tiveram pouco impacto sobre os designers de
  sistemas de informação.
Paradigma predominante na
              década de 1960 e 1970
  Behaviorista: sustentava-se na crença de que a metodologia empregada para
  estudar o comportamento humano deveria dar ênfase à objetividade (estímulos e
  respostas) e neutralidade. Muitos trabalhos, antes de meados da década de 1970,
  estavam mais preocupados com o uso de sistemas, tais como catálogos e tipos de
  informações usadas pelos cientistas e engenheiros, do que com o uso da
  informação.
 Tendência dos estudos em enfatizar o usuário e não mais o sistema per se.
  Distinguia-se dois grupos de pesquisas: um de estudos orientados para a
  biblioteca, com investigações sobre o uso da biblioteca ou centros de informação,
  e outro de estudos orientados para os usuários, com investigações sobre como
  grupos específicos de usuários obtêm a informação necessária para suas
  atividades.
Paradigma predominante na
          década de 1960 e 1970
• Nos estudos orientados para os usuários, um tópico de estudos
  importante desenvolvido pelo CRUS focalizava os não-usuários.
  70% da população nunca havia usado a biblioteca ou centros de
  informações e de que 50% a 60% nunca comprara um livro.
  Portanto, necessitava-se descobrir quais eram as informações
  necessárias e os meios usados para buscá-las. A hipótese era de
  que essas pessoas usavam diferentes redes de informação
  formadas por amigos, vizinhos ou colegas de trabalho, televisão,
  jornais e as bibliotecas eram somente parte da estrutura de
  informação da maioria das pessoas.
Décadas de 80 e 90
 Embora muitos dos novos autores estivessem fundamentados na
  abordagem cognitiva, em fins da década de 1980 surge a abordagem
  social.
 O eixo dos trabalhos situa-se nos significados e valores que os indivíduos
  atribuem ao contexto sociocultural, dentre outros. A abordagem
  pretendeu estudar os fenômenos que transcendiam a estrutura cognitiva.
 O trabalho de vanguarda foi desenvolvido por Chatman (1999), que
  propôs três estruturas para entender o comportamento informacional:
  "teoria da pobreza de informações", "teoria do ciclo da vida" e "teoria do
  comportamento normativo".
 Outra teoria que cresceu intensamente desde o início dos anos 90 foi a
  abordagem multifacetada, que percebe o comportamento informacional
  como um sistema complexo em que é necessária a integração de várias
  teorias para descrevê-lo (PETTIGREW; FIDEL; BRUCE, 2001).
Décadas de 80 e 90
 Meados da década de 90: interesse em discutir as pesquisas e o
  desenvolvimento conceitual que fundamentavam os estudos se
  intensifica, como pode se observar em pelo menos três iniciativas. A
  primeira, em 1996, com a conferência intitulada Information Seeking in
  Context, realizada, a partir de então, bianualmente, em vários países da
  Europa. A segunda, em 1999, com o estabelecimento do grupo de
  estudos Information Needs, Seeking and Use (Siguse) pela American
  Society for Information Science (Asis), atual American Society for
  Information Science and Technology (Asist). A terceira, a edição
  especial do periódico Information Processing & Management sobre
  Information Seeking in Context (PETTIGREW, FIDEL, BRUCE, 2001).
 Institucionalização do tópico, devido à relevância que tais estudos
  representam, sem dúvida alguma, para a ciência da informação.
COMPORTAMENTO
       INFORMACIONAL: POR UMA
        PERSPECTIVA COMPLEXA
pesquisas mais centradas no indivíduo;
• inclusão de outros grupos estudados, além de cientistas e tecnólogos;
• abordagem multifacetada, englobando os aspectos sociocognitivo e
    organizacional;
• compreensão do comportamento informacional como processo em
    que os indivíduos estão constantemente buscando e usando
    informações;
• ampliação dos estudos qualitativos, assim como do uso de múltiplos
    métodos;
• maior consistência teórica com aumento de fundamentação
    interdisciplinar,
• crescimento do número de pesquisas, em todas as partes do mundo.
 Tais mudanças paradigmáticas começaram a germinar com a
  percepção das limitações impostas pelo instrumental teórico-
  metodológico na esteira da contestação dos principais postulados da
  concepção científica vigente em meados do século passado. A
  evolução conceitual dos 'estudos de usuários' para 'estudos de
  comportamento informacional' reflete a necessidade de se
  compreenderem os processos em uma perspectiva multidimensional.
  Isso porque ocorre profunda imbricação na tessitura dos fenômenos,
  em que vários fatores desempenham papéis decisivos na produção do
  conhecimento.
 Essa multidimensionalidade, no entender de Morin (2000), considera
  a realidade antropossocial em várias dimensões: individual, social e
  biológica. Mais que isso, compõe-se de disciplinas especializadas, por
  exemplo, economia, psicologia e demografia como as diferentes faces
  e mesma realidade. Logo, as disciplinas precisam ser diferenciadas e
  tratadas como tais, não isoladas e incomunicáveis.
 Como observado por Courtright (2007), os indivíduos vivem
  em um ambiente complexo, múltiplo, sobreposto e dinâmico,
  que requer novas metodologias e uso de múltiplos métodos.
  Nesse sentido, é importante destacar que tal contexto norteia
  tanto a construção teórica necessária aos estudos de
  comportamento informacional quanto o modo de se delinear a
  investigação.
 O comportamento informacional é compreendido como
  processo natural do ser humano no papel de aprendiz da
  própria vida, requer visão ampla do pesquisador. Exige, ainda,
  o entendimento das relações estabelecidas em determinado
  espaço-tempo em que ocorrem ações de busca, uso e
  transferência de informação. Os indivíduos se engajam nessas
  ações quando têm necessidade de informação.
CONCLUSÕES
• Valoração da experiência como ponto de partida da
  aprendizagem, para orientar as atividades usuais de
  pensamento e ação, para subsidiar a reflexão, a
  responsabilidade e a ética.
• Qualidade e relevância da experiência
• Equilíbrio entre experiência e teoria
• Conhecimento científico = busca e uso da informação.
• A busca e uso da informação é indissociável da
  aprendizagem do conteúdo.
• Experiência, reflexão e conhecimento: expertise

                   Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
Referencias
• GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias; COSTA, Sely Maria de
  Souza. Evolução teórico-metodológica dos estudos de comportamento
  informacional de usuários. Ciência da Informação, Brasília, v. 39, n.1,
  p. 21-32, jan./abr. 2010. Disponível em:
  <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1206/1355>.
  Acesso em: 2 mar. 2011.

• GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. O papel da experiência na
  aprendizagem : perspectivas na busca e no uso da informação.
  TransInformação, Campinas, v. 20 n. 2, p. 149-158, maio/ago., 2008.
  Disponível em: <http://revistas.puc-
  campinas.edu.br/transinfo/viewissue.php?id=19> Acesso em: 31 ago.
  2011.
•Dois melhores amigos, um peixinho e um
girino, são praticamente inseparáveis ​até que o
girino cresce pernas e decide explorar o mundo
além da lagoa. Quando o girino, agora um sapo,
retorna para contar sua amiga das coisas
extraordinárias que ele viu, o peixinho, agora
um peixe, tenta seguir seus passos, mas
rapidamente descobre que a terra não é o que
ele esperava. Amizade realmente salva o dia
neste conto imaginativo de um peixe fora
d'água.
Obrigada!

Kelleycristinegasque@hotmail.com
     Universidade de Brasilia
Faculdade de Ciência da Informação

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Comportamento informacional e experiência humana

  • 1. EXPERIÊNCIA E PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA DO COMPORTAMENTO INFORMACIONAL HUMANO. Dra. Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 2. AGENDA • EXPERIENCIA – Origens – Conceito – Experiência X razão – Experiencia (Dewey) • PARADIGMAS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL
  • 3. Se tivesse que « projetar » um ET para um filme, como ele seria?
  • 4. • “o procedimento é realmente muito simples. Primeiramente, você organiza os itens em diferentes grupos. Naturalmente, uma coluna pode ser suficiente, dependendo de quanto há para fazer. Se você tiver de ir a outro lugar, devido à falta de recursos, esse é o próximo passo; do contrário, você está razoavelmente preparado. É importante não exagerar as coisas. Isto é, é melhor fazer pouquíssimas coisas ao mesmo tempo do que demais. A curto prazo, isso pode não parecer importante, mas facilmente podem surgir complicações. Um engano também pode ser dispendioso. A princípio, o procedimento total parecerá complicado. Logo, entretanto, se transformará em apenas outra faceta da vida. É difícil prever algum limite à necessidade dessa tarefa no futuro imediato, mas, por outro lado, nada se pode afirmar. Depois de completado o procedimento, organizam-se novamente os elementos em diferentes grupos. Então, podem ser colocados em seus devidos lugares. Finalmente, serão usados uma vez mais e o ciclo total terá, então de ser repetido. Entretanto, isso faz parte da vida.” (Sternberg, 2000, p. 228)
  • 5. LAVAGEM DE ROUPAS • Ao tentar codificar a informação no texto apresentado, você pode ter achado complicado para codificar, dificultando também o armazenamento e a recuperação da informação. Entretanto um rótulo verbal pode facilitar a codificação e, por conseguinte, o armazenamento e a recuperação. A maioria das pessoas aceita melhor o trecho se lhes for dado seu título “Lavagem de roupas”.
  • 6. Processos da Memória • A codificação refere-se ao modo como uma pessoa transforma a entrada de uma informação física e sensorial em uma espécie de representação que pode ser colocada na memória. • O armazenamento refere-se à maneira como a pessoa mantém a informação codificada na memória. • A recuperação refere-se ao modo como a pessoa obtém acesso à informação armazenada na memória. • Estes processos interagem reciprocamente e são interdependentes.
  • 7. Experiência • As pessoas elaboram novos conhecimentos a partir das experiências e vivências de mundo. • O sentido das coisas surge das atividades permanentes de intercâmbio de uma mente com um corpo que vive em um ambiente. • Assim, as ideias e o conhecimento científico resultam de esquemas de pensamentos preliminares e de interação atenta entre o sujeito e o mundo, no qual ele busca e usa informações. • A ciência é produto do sujeito e de seu inter- relacionamento com o mundo.
  • 8. “Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência de mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada Todo o universo da ciência é construído sobre o mundo vivido, e se queremos pensar a própria ciência com rigor, apreciar exatamente seu sentido e seu alcance, precisamos despertar essa experiência do mundo da qual ela é expressão segunda”. Maurice Merleau-Ponty (Rochefort-sur-Mer, 14 de março de 1908 — Paris, 4 de maio de 1961) foi um filósofo fenomenólogo francês. Merleau-Ponty (1999, p.3)
  • 9. • Ciência • Aprendizagem • Informação • Experiência Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 10. • Quanto mais experiência os pesquisadores adquirirem com a busca e uso da informação, maior será o impacto no conhecimento produzido. • Experiência = aprendizagem Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 11. CONSCIENCIA E EXPERIENCIA • A consciência da experiência pode ser uma forma de tornar o ser humano responsável eticamente pelo ciclo de produção científica, visto que as modificações ou transformações propiciadas pela ciência ocorrem em um mundo inseparável do ser, parte do corpo humano, no qual se insere a mente. Por isso, a discussão sobre experiência envolve os aspectos cognitivos e a dimensão ética de como o indivíduo se relaciona com a natureza e a transforma.
  • 12. Razão X experiência • A razão: fundada na especulação matemática e filosófica, relaciona-se à capacidade de pensar, formar julgamentos, tirar conclusões. • A experiência: instituída na tentativa e no erro, não era passível de produzir conhecimento verdadeiro.
  • 13. CONHECIMENTO PRÉVIO X EXPERIÊNCIA • Dewey; Piaget; Ausubel; Meirieu; Carretero; Pozo • Conhecimentos prévios: experiências, informações sobre fatos, fenômenos, coisas, processos. • Experiência: proveniente da vivência e da interação com o mundo. Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 14. RAÍZES HISTÓRICAS • Razão: ratio (calculo) (séc. VIII aC e VI aC): Transição do mítico para a racionalidade. • A humanidade estava impregnada pelo Mythos • Escola de Mileto - Grécia • Thales (625-562 aC) – água • Anaximandro (611-546 aC) – apeíron • Anaximenes (586-526 aC) – ar Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 15. • Sócrates (469-399 a.c.), Platão (428/7-347 a.c.) e Aristóteles (384-322 a.c.). • Logos/episteme X doxa Episteme: nova forma de racionalidade própria da ciência e da filosofia, alicerçada na racionalidade, discurso e demonstração (Vasconcellos, 2003). • Idade Moderna: Cisão entre filosofia e ciência • Bacon: precursor do método empírico-positivista – Observação e a experimentação – raciocínio indutivo. • Reflexo do movimento: empiristas e racionalistas Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 16. • Pragmatismo: séc. XIX – conceito de experiência como interação do organismo vivo com o meio. • Peirce, W. James e John Dewey: A verdade depende da cognição e do conhecimento humano, construída sobre a noção de experiência (Shook, 2002) • Fenomenologia: Husserl; Merleau-Ponty • Conclusão: pêndulo oscilante pelos extremos. • Indíviduo (mente/corpo) ______> meio ambiente experiência Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 17. RESSIGNIFICANDO O CONCEITO • Experiência: provar, verificar, testar ou a algo vivido – sentir, sofrer • Per – periculum - ensaio, tentativa, prova - • Experiência se constrói a partir dos perigos que enfrenta, processo que pode tornar o indivíduo perito. • Coordenação mente e corpo X atenção dividida • Quais são as tarefas que fazemos simultaneamente? Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 18. • Pressuposto: atenção consciente, linguagem e interação mente/corpo Lembranças de tudo o que ocorreu ou Vivência consciência (dar-se conta) Atividades realizadas de forma automatizadas Reflexão Atenção Interação Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 19. Crenças e práticas biológicas, sociais e culturais Estrutura da cognição Cognição & estrutura experiências Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 20. • A experiência insere-se em um sistema, no qual se pode atribuir estruturas cerebrais específicas a todas as formas de comportamentos e experiências e, inversamente, mudanças na estrutura cerebral manifestam- se nos comportamentos e experiências. • A estrutura cognitiva de um indivíduo reflete a relação de interdependência entre a estrutura mental e as experiências e comportamentos que se processam em um contexto específico, no qual as crenças e práticas biológicas, sociais e culturais condicionam essas experiências (Varela; Thompson; Rosch, 2003). Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 21. Experiência - Dewey • Conceito complexo • Reflexão: “ que nos liberta da influência cerceante dos sentidos, dos apetites, da tradição” • Parte cognitiva da experiência: percepção das relações • Fato: criança coloca dedo na chama • Experiência: o dedo no fogo provoca queimadura. Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 22. Princípos fundamentais da Experiência - Dewey • Interação: relação entre as ‘condições objetivas’ e ‘condições internas’. ·A experiência ocorre na mente e em um contexto específico · Experiência de uma criança do meio rural e urbana • Continuidade: as experiências se sustentam na anterior e modificam a posterior. · Inferência de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque Faculdade
  • 23. Experiência - Dewey Kant: “se todo conhecimento começa com a experiência, isso não prova que ele derive por inteiro da experiência” Dewey: conhecimento: experiência (inferência) + informações + reflexão Schön: reflexão sobre a experiência: desenvolver, compreender e aprimorar a aprendizagem e conhecimento. Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 24. A experiência e a busca e uso da informação • Busca da informação: modo como as pessoas procuram informações para as suas necessidades. • Ativa/passiva; autonomia; estratégias para atingir os objetivos; monitoração das estratégias, conhecimento dos canais e estruturas das fontes de informação; conhecimento das tecnologias da informação. • Uso da informação: capacidade de decodificação, interpretação, controle e organização do conhecimento; valores pessoais, crenças e atitudes ; controle e monitoração dos próprios processos de usar a informação. Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 25. • Competências abrange, também, valores pessoais, motivações, crenças, visão crítica e atitudes como responsabilidade, ética e, ainda, a capacidade do indivíduo de refletir, controlar e monitorar os próprios processos de busca e de uso da informação. • Por isso, essas atividades implicam quase sempre a aprendizagem de um conteúdo que pode ser conceitual (fatos, situações, conceitos), procedimental (procedimentos, habilidades, destrezas, técnicas) ou atitudinal (postura, valores, comportamentos).
  • 26. • O processo de construção e desenvolvimento das competências de busca e de uso da informação, O LETRAMENTO INFORMACIONAL, é fundamental para se viver em uma época de rápidos avanços tecnológicos e de propagação de grandes quantidades de informação em que se suscitam questionamentos sobre a sua autenticidade, validade e confiabilidade.
  • 27. Impactos da experiência • Estudo de Bartlet (1932): Pessoas distorciam a história para torná-la mais compreensível. • por que as pessoas buscam primeiramente as fontes ou canais de informações que lhes estão mais próximos, em detrimento, às vezes, da sua qualidade? (Gasque, 2003; Giacometti 1990; Kremer, 1981). Por que as pessoas usam mais especificamente um tipo de fonte ou canal de informação? Por que as pessoas usam pouco as bibliotecas? Por que a percepção que as pessoas possuem do próprio conhecimento influencia o processo de busca da informação? (Wilson, 1997).
  • 28. Impactos da experiência • A pesquisa da Medline mostra que o sucesso dos resultados da busca pode interferir nas atividades subseqüentes e na própria percepção dos pesquisadores sobre como avaliam suas competências. • O estudo de Kremer (1981), mostra que a percepção que os engenheiros têm a respeito da acessibilidade, facilidade de uso, qualidade técnica e experiência prévia determina o grau de uso do canal de informação. • http://www.youtube.com/watch?v=YbnsHX8e2OY
  • 29. Paradigmas de Comportamento INFORMACIONAL • Paradigma: forma como percebemos e atuamos no mundo. • Os paradigmas funcionam como filtros que ifnuenciam e selecionam o que percebemos e reconhecemos e que nos levam a recusar e distorcer dados que não combinam com as expectativas. • Os paradigmas influenciam nossa ação: influencia a acreditar que o jeito de fazer determinada coisa é o certo.
  • 30. Tipos de contextos de pesquisa (1)‘container’, no qual os elementos existem objetivamente em torno dos atores; (2) construção de significado, em que se analisa o ponto de vista do autor; (3)construção social, em que os atores elaboram a informação por meio da interação social; (4) relacional, em que o conceito de ator social e contexto estão vinculados entre si.
  • 31. Importância do estudo de revisão sobre Comportamento informacional  Os estudos de revisão sobre comportamento informacional descrevem o cenário das grandes questões tratadas desde as primeiras pesquisas na área até os dias atuais.  Levando-se em conta esses estudos, podem- se delinear as características principais de cada década (paradigma).
  • 32. Décadas de 50 e 60  As pesquisas realizadas entre os anos de 1950 e meados da década de 1960, primeiro período dos estudos de usuários, concentravam-se nos indivíduos que utilizavam informação científica e tecnológica.  Abrangência: conjunto relativamente limitado de assuntos com membros de disciplinas específicas ou da comunidade científica como um todo.  A técnica de coleta de dados mais empregada: questionários autoadministrados.  As investigações tinham natureza exploratória e os resultados eram descritos em termos gerais a partir da reunião de dados sobre hábitos e necessidades.  Permitiu o desenho de sistemas de informação de acordo com a maioria das necessidades dos usuários. Entretanto, como os resultados às vezes fossem contraditórios, muitos estudos falharam na tentativa de dar suporte à estruturação dos sistemas de informação.
  • 33. Décadas de 50 e 60  Em meados de 1960, os estilos mais generalistas começaram a rarear.  Os levantamentos sobre usuário nem sempre eram de boa qualidade.  Instrumentos utilizados: técnicas de observação indireta e análise de citação.  Métodos sociológicos mais refinados possibilitaram a descrição de colégios invisíveis e nomeação de gatekeeper, além da compreensão mais profunda sobre modos de a informação ser adquirida e usada.  Os estudos tiveram pouco impacto sobre os designers de sistemas de informação.
  • 34. Paradigma predominante na década de 1960 e 1970  Behaviorista: sustentava-se na crença de que a metodologia empregada para estudar o comportamento humano deveria dar ênfase à objetividade (estímulos e respostas) e neutralidade. Muitos trabalhos, antes de meados da década de 1970, estavam mais preocupados com o uso de sistemas, tais como catálogos e tipos de informações usadas pelos cientistas e engenheiros, do que com o uso da informação.  Tendência dos estudos em enfatizar o usuário e não mais o sistema per se. Distinguia-se dois grupos de pesquisas: um de estudos orientados para a biblioteca, com investigações sobre o uso da biblioteca ou centros de informação, e outro de estudos orientados para os usuários, com investigações sobre como grupos específicos de usuários obtêm a informação necessária para suas atividades.
  • 35. Paradigma predominante na década de 1960 e 1970 • Nos estudos orientados para os usuários, um tópico de estudos importante desenvolvido pelo CRUS focalizava os não-usuários. 70% da população nunca havia usado a biblioteca ou centros de informações e de que 50% a 60% nunca comprara um livro. Portanto, necessitava-se descobrir quais eram as informações necessárias e os meios usados para buscá-las. A hipótese era de que essas pessoas usavam diferentes redes de informação formadas por amigos, vizinhos ou colegas de trabalho, televisão, jornais e as bibliotecas eram somente parte da estrutura de informação da maioria das pessoas.
  • 36. Décadas de 80 e 90  Embora muitos dos novos autores estivessem fundamentados na abordagem cognitiva, em fins da década de 1980 surge a abordagem social.  O eixo dos trabalhos situa-se nos significados e valores que os indivíduos atribuem ao contexto sociocultural, dentre outros. A abordagem pretendeu estudar os fenômenos que transcendiam a estrutura cognitiva.  O trabalho de vanguarda foi desenvolvido por Chatman (1999), que propôs três estruturas para entender o comportamento informacional: "teoria da pobreza de informações", "teoria do ciclo da vida" e "teoria do comportamento normativo".  Outra teoria que cresceu intensamente desde o início dos anos 90 foi a abordagem multifacetada, que percebe o comportamento informacional como um sistema complexo em que é necessária a integração de várias teorias para descrevê-lo (PETTIGREW; FIDEL; BRUCE, 2001).
  • 37. Décadas de 80 e 90  Meados da década de 90: interesse em discutir as pesquisas e o desenvolvimento conceitual que fundamentavam os estudos se intensifica, como pode se observar em pelo menos três iniciativas. A primeira, em 1996, com a conferência intitulada Information Seeking in Context, realizada, a partir de então, bianualmente, em vários países da Europa. A segunda, em 1999, com o estabelecimento do grupo de estudos Information Needs, Seeking and Use (Siguse) pela American Society for Information Science (Asis), atual American Society for Information Science and Technology (Asist). A terceira, a edição especial do periódico Information Processing & Management sobre Information Seeking in Context (PETTIGREW, FIDEL, BRUCE, 2001).  Institucionalização do tópico, devido à relevância que tais estudos representam, sem dúvida alguma, para a ciência da informação.
  • 38. COMPORTAMENTO INFORMACIONAL: POR UMA PERSPECTIVA COMPLEXA pesquisas mais centradas no indivíduo; • inclusão de outros grupos estudados, além de cientistas e tecnólogos; • abordagem multifacetada, englobando os aspectos sociocognitivo e organizacional; • compreensão do comportamento informacional como processo em que os indivíduos estão constantemente buscando e usando informações; • ampliação dos estudos qualitativos, assim como do uso de múltiplos métodos; • maior consistência teórica com aumento de fundamentação interdisciplinar, • crescimento do número de pesquisas, em todas as partes do mundo.
  • 39.  Tais mudanças paradigmáticas começaram a germinar com a percepção das limitações impostas pelo instrumental teórico- metodológico na esteira da contestação dos principais postulados da concepção científica vigente em meados do século passado. A evolução conceitual dos 'estudos de usuários' para 'estudos de comportamento informacional' reflete a necessidade de se compreenderem os processos em uma perspectiva multidimensional. Isso porque ocorre profunda imbricação na tessitura dos fenômenos, em que vários fatores desempenham papéis decisivos na produção do conhecimento.  Essa multidimensionalidade, no entender de Morin (2000), considera a realidade antropossocial em várias dimensões: individual, social e biológica. Mais que isso, compõe-se de disciplinas especializadas, por exemplo, economia, psicologia e demografia como as diferentes faces e mesma realidade. Logo, as disciplinas precisam ser diferenciadas e tratadas como tais, não isoladas e incomunicáveis.
  • 40.  Como observado por Courtright (2007), os indivíduos vivem em um ambiente complexo, múltiplo, sobreposto e dinâmico, que requer novas metodologias e uso de múltiplos métodos. Nesse sentido, é importante destacar que tal contexto norteia tanto a construção teórica necessária aos estudos de comportamento informacional quanto o modo de se delinear a investigação.  O comportamento informacional é compreendido como processo natural do ser humano no papel de aprendiz da própria vida, requer visão ampla do pesquisador. Exige, ainda, o entendimento das relações estabelecidas em determinado espaço-tempo em que ocorrem ações de busca, uso e transferência de informação. Os indivíduos se engajam nessas ações quando têm necessidade de informação.
  • 41. CONCLUSÕES • Valoração da experiência como ponto de partida da aprendizagem, para orientar as atividades usuais de pensamento e ação, para subsidiar a reflexão, a responsabilidade e a ética. • Qualidade e relevância da experiência • Equilíbrio entre experiência e teoria • Conhecimento científico = busca e uso da informação. • A busca e uso da informação é indissociável da aprendizagem do conteúdo. • Experiência, reflexão e conhecimento: expertise Faculdade de Ciência da Informação - Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque
  • 42. Referencias • GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias; COSTA, Sely Maria de Souza. Evolução teórico-metodológica dos estudos de comportamento informacional de usuários. Ciência da Informação, Brasília, v. 39, n.1, p. 21-32, jan./abr. 2010. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1206/1355>. Acesso em: 2 mar. 2011. • GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. O papel da experiência na aprendizagem : perspectivas na busca e no uso da informação. TransInformação, Campinas, v. 20 n. 2, p. 149-158, maio/ago., 2008. Disponível em: <http://revistas.puc- campinas.edu.br/transinfo/viewissue.php?id=19> Acesso em: 31 ago. 2011.
  • 43. •Dois melhores amigos, um peixinho e um girino, são praticamente inseparáveis ​até que o girino cresce pernas e decide explorar o mundo além da lagoa. Quando o girino, agora um sapo, retorna para contar sua amiga das coisas extraordinárias que ele viu, o peixinho, agora um peixe, tenta seguir seus passos, mas rapidamente descobre que a terra não é o que ele esperava. Amizade realmente salva o dia neste conto imaginativo de um peixe fora d'água.
  • 44. Obrigada! Kelleycristinegasque@hotmail.com Universidade de Brasilia Faculdade de Ciência da Informação